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INTRODUÇÃO
CINEMA E EDUCAÇÃO
Na maioria das vezes, o cinema não é bem utilizado na escola; com o cinema é
possível trabalhar com ludicidade, conhecimento, imagem, crítica, versões diferenciadas dos
textos abordados, produção e releitura das obras, criação, entre outras possibilidades, tudo
voltado para o cinema. Portanto, resolvi estudar a questão étnica relacionada ao cinema.
O projeto já estava sendo discutido no Grupo de Pesquisa “Núcleo de História Social
e Práticas de Ensino”, cujo tema vinha sendo abordado e leituras feitas para uma maior
ampliação dos conhecimentos de conceitos que envolvem as temáticas do trabalho de
pesquisa.
Por que a Lei 10.639/2003 ainda não vem sendo aplicada de forma coerente e
significativa nas escolas? A lei objetiva a diminuição do preconceito e do racismo no Brasil,
bem como conhecer as culturas africanas e as afrodescendentes na atualidade,
desmistificando estereótipos arraigados na sociedade brasileira. O uso do cinema pode ser
um meio eficaz de educabilidade, de combater preconceitos e estereótipos. As formas de
como utilizá-lo devem ser repensadas e ressignificadas nas ações escolares. É preciso
reconhecer que através do cinema a história da ancestralidade africana e afro-brasileira pode
ser vivenciada, de forma a reconhecer que as comunidades quilombolas trazem consigo uma
memória ancestral rica de costumes e valores culturais imensuráveis para nosso
conhecimento.
Um dos motivos que impulsionam esta pesquisa é a existência de uma realidade negra
gritante, de uma vida regada de sofrimento e preconceito durante toda infância, momento da
vida em que não se tem maturidade para entender o que se passa no contexto social. Com
intenção de que o trabalho seja voltado para a valorização indenitária e a quebra de
estereótipos que, de forma histórica e midiática foram firmados na sociedade, será possível
reverter através do mesmo meio midiático o racismo e todas as formas de preconceitos,
criando um novo público para o cinema.
Sabe-se que toda pesquisa traz consigo um resultado, uma resposta. Os trabalhos de
campo nos possibilitam uma amostragem da nossa realidade educacional com relação aos
assuntos aqui discutidos, nos possibilitando confirmar situações e conhecer outras jamais
imaginadas. São situações que nos permitiram entender que tipo de cinematografia é
conhecida por este público, e se de fato a escola vem cumprindo seu papel de implementação
da Lei 10.639/2003, em particular nas escolas públicas do município de Caetité.
O trabalho de catalogação das fontes caminha a passos largos, na busca para que a
efetivação desta pesquisa seja concretizada. Os estudos vêm sendo realizados já há algum
tempo no intuito de conhecer sua historiografia. A escola escolhida é um núcleo de um
distrito da cidade que abarca muitas comunidades quilombolas em processo de
reconhecimento e poucas já reconhecidas.
Como o objetivo geral de analisar a inserção do cinema na escola como ferramenta
para discussão da Lei 10.639/2003, tendo como campo de trabalho o Colégio Municipal de
Primeiro Grau Zelinda Carvalho, pretendemos atingir os seguintes objetivos: a) Analisar a
relação do cinema com as práticas educativas no Brasil, revisitando sua história e
historiografia; b) Estudar a trajetória da Lei 10.639/2003, suas raízes históricas, suas
orientações curriculares e o debate na sociedade em torno de sua aplicabilidade; c) Discutir
a Lei 10.639/2003 na perspectiva do cinema no Colégio Municipal de Primeiro Grau Zelinda
Carvalho Teixeira, investigando e problematizando a sua aplicabilidade nas atividades
curriculares da escola.
As escolas brasileiras, aparentemente, não efetivaram de fato, seja como conteúdo
programático obrigatório ou componente curricular complementar, a Lei n. 10.639/2003, em
suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Cenário este que poderá ser encontrado, com
menor ou maior graus, no Colégio Municipal de Primeiro Grau Zelinda Carvalho Teixeira.
O cinema, para fins dessa pesquisa, é a ferramenta que será utilizada para verificarmos a
aplicabilidade da lei.
Após a escolha e a delimitação do tema de pesquisa, iniciei uma busca por material
que versasse sobre os temas que compõem o trabalho. Nesta etapa, solicitei a ajuda
colaborativa e imprescindível do professor Jairo Carvalho do Nascimento (que convidei para
ser meu orientador), que atendeu prontamente e tem dado todo suporte teórico, indicando
problemas a serem pensados e referências bibliográficas necessárias para o desenvolvimento
da pesquisa.
Usarei o cinema como fonte para discutir e problematizar a aplicabilidade da Lei
10.639/2003 como parâmetro de trabalho, ao estudo da história da África e da cultura afro-
brasileira, observando a imagem dos alunos negros na mídia e especificamente no cinema.
Sobre a relação cinema e educação, o Senador Cristovam Buarque, em entrevista ao jornal
Gazeta do Povo, afirmou:
O cinema ajuda a tornar a escola mais agradável para as crianças, que hoje
têm o pensamento basicamente audiovisual. Além disso, ao passar filmes
nacionais em todas as escolas vamos ajudar a promover uma área da cultura
nacional, que é o cinema, formando frequentadores2.
DISCUSSÃO BIBLIOGRÁFICA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1
SOUZA, Edileuza Penha de. Negritude, cinema e educação: caminhos para a implementação da Lei 10.639.
2. Ed. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2011; DUARTE, Rosália. Cinema & Educação.3 ed.-Belo Horizonte:
Autêntica editora, 2009; SILVA, Roseli Pereira. Cinema e Educação. São Paulo: Cortez, 2007; BARROS, José
D’Assunção. O projeto de pesquisa: aspectos introdutórios. Travessias, Cascavel, PR, v. 2, n. 1, p. 1-13, 2008;
FONSECA, Vitória Azevedo da. Cinema, educação e Estado: a inserção da Lei 13.006/14 e a obrigatoriedade
da exibição de filmes nas escolas. Laplage em Revista (Sorocaba), v. 2, n. 4, p. 138-145, jan./abr. 2016; HALL,
Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, Brasília: Representação
da Unesco no Brasil, 2003; MOCELLI, Renato. História e cinema: educação para as mídias. São Paulo:
Editora do Brasil, 2009; SANTOS, Júlio César dos. A quem interessa um “cinema negro” ?. Revista da ABPN,
v. 5, n. 9, p. 98-106, 2013.
2
Fonte: www.gazetadopovo.com.br/educacao. Matéria: “Criamos a lei e a estrutura aparece”. Acesso em:
10/04/2016.
3
DUARTE, Rosália. Cinema & Educação, op.cit.
4
MOCELLI, Renato. História e cinema: educação para as mídias, op, cit.