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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Niterói
2019
BARBARA BUSSINGER DE SOUZA PENNA
Orientador:
Coorientador:
Niterói
2019
BARBARA BUSSINGER DE SOUZA PENNA
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
_______________________________________________
MSc Allan Marcus Vale (Coorientador)
UFF – Universidade Federal Fluminense
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Prof. Dr. Bruno Soares Moreira Cesar Borba
UFF – Universidade Federal Fluminense
_______________________________________________
Engenheira Letícia Fritz Henrique
UFF – Universidade Federal Fluminense
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço à Deus, pois sem Ele não teria chegado aqui.
Agradeço também aos meus pais, Marcus e Márlen, pelo amor incondicional e todo
apoio que me deram ao longo da minha vida. Agradeço todo dia por ter vocês comigo.
Ao meu irmão, Daniel, que com seu jeito completamente diferente do meu, me ensinou
que a vida não é só o preto no branco. Aos demais membros da minha família – avós
(in memorian), tios e primos – que mesmo distante fisicamente, sempre torceram por
mim.
Agradeço ao meu namorado, Pedro, que me acompanha desde que
sonhávamos em ser engenheiros. Você tornou minha jornada mais leve e não vejo a
hora de realizarmos mais sonhos juntos. A minha amiga Fernanda, por sempre ter
sido uma companhia agradável, desde o ensino médio até o presente, aturando a
companheira de quarto mais bagunceira durante alguns anos da faculdade.
Agradeço aos diferentes grupos de amigos que tive ao longo da faculdade, cada
um com suas particularidades, me diverti e aprendi muito com vocês, obrigada. Em
especial, um agradecimento a minha amiga Letícia Fritz por estar comigo desde o
início da minha trajetória na UFF até o TCC, além de ser um exemplo de dedicação e
amizade.
Gostaria de agradecer também a todos os professores pelos quais eu passei e
a Universidade Federal Fluminense como um todo, por me proporcionar desafios e
aprendizados, além da realização do sonho de fazer um intercâmbio. Um
agradecimento especial ao meu orientador Marcio Zamboti e coorientador Allan Vale,
pelo apoio e disponibilidade ao longo desse trabalho.
“Onde você está é resultado de quem você era,
mas para onde você vai depende inteiramente de
quem você escolhe ser a partir deste momento.”
(Hal Erold)
RESUMO
The search for renewable sources of energy in order to diversify the energy
matrix has suffered a growth in the recent years, due to the environmental impact of
using fossil fuels. Through distributed generation (DG) consumers can contribute to
the sustainable development whereas having financial benefits by reducing their
energy bill. In the telecommunications sector, Cell-Sites are the main responsible for
energy consumption and, therefore, greenhouse gases. The energy demanded by
Cell-Sites and the opportunity to reduce the emission of carbon dioxide (CO2) led to
this work, which aims to analyze the technical and economic feasibility of the
application of hybrid systems to supply the energy demand of Cell-Sites. As a case
study, the actual consumption data of a Cell-Site located in Duque de Caxias is
evaluated. HOMER software is used to assist in system’s optimization and analyze the
4 possible configurations: without the use of GD, photovoltaic system, wind system
and hybrid system. Thus, it is possible to identify settings that minimize energy costs
according to the availability of resources in different areas of Brazil. In addition, there
is a sensitivity analysis for the variation of the following financial parameters: hurdle
rate and energy tariff. As a result of this study, it is found that the hybrid system is not
the most financially viable among the cases that were analyzed, while the PV system
is feasible for most of them.
Figura 6. Potência Instalada por Estado (MW) de Geração Distribuída (ANEEL, 2019b)
.................................................................................................................................. 24
Figura 12. Planta Baixa da ERB (ANDREA SANTOS; RAMOS, 2018) ..................... 33
Figura 19. Consumo Mensal por Fonte e Energia Excedente (elaboração própria) .. 46
Figura 22. Otimização do Sistema para Variação dos Recursos Solar e Fotovoltaico
com redução de 50% do custo do sistema eólico (elaboração própria) .................... 49
LISTA DE TABELAS
2 EMBASAMENTO TEÓRICO.................................................................................. 16
3 HOMER .................................................................................................................. 28
4 SIMULAÇÃO .......................................................................................................... 32
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 51
12
1 INTRODUÇÃO
60% dele (SUAREZ; NUAYMI; BONNIN, 2012). Essas estruturas são responsáveis
por intermediar a comunicação entre os terminais móveis (celulares), que sofreram
um crescimento exponencial nas últimas décadas, chegando a 229 milhões de linhas
em 2018 (TELEBRASIL, 2019) com mais de 90 mil ERBs ao longo de todo território
nacional (ANATEL, 2019). Portanto, a aplicação de energia elétrica proveniente de
fontes renováveis (especialmente solar e eólica) em ERB’s se apresenta como uma
grande oportunidade para redução de custos de energia e emissão de CO2 no setor
de telecomunicações.
payback de 5.4 anos. Já em (COSTA, 2009), o HOMER foi usado para avaliar as
possíveis configurações de um sistema híbrido Fotovoltaico-Eólico-Diesel na estação
da marinha brasileira na Antártica, Comandante Ferraz, onde o sistema mais viável
utilizava a combinação dos três recursos, reduzindo o custo da energia e emissões
em comparação ao uso exclusivo de geradores diesel. Outro exemplo da aplicação
do HOMER foi um estudo realizado para um sistema isolado no estado de Tocantis,
substituindo o gerador diesel por um sistema híbrido Fotovoltaico-Diesel. São
simulados quatro cenários que mostram a viabilidade da utilização do sistema híbrido
para redução dos custos de energia do local (SILVA; DE OLIVEIRA; SEVERINO,
2010). O software também pode ser utilizado para análise de sistemas conectados à
rede, como feito em (GÜLER; AKDAĞ; DINÇSOY, 2013) onde foram avaliados quatro
cenários diferentes para atender a demanda de energia de um hotel, três deles
atendiam 100% da demanda e vendiam a produção excedente. Esses cenários
tornavam-se viáveis com o aumento do preço da venda energia, enquanto o outro
cenário era viável utilizando turbinas eólicas e a rede.
1.1 OBJETIVO
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
A energia eólica tem origem na energia cinética contida nos ventos (massas de
ar em movimento). Essa fonte já era utilizada há milhares de anos para auxiliar em
trabalhos mecânicos, tais como: bombeamento de água e moagem de grãos, a partir
de moinhos ou cata-ventos. No entanto, ela só passou a ser empregada com a
finalidade de produção de eletricidade após a crise internacional do petróleo, na
18
A geração eólica é dada pelo contato do vento com as pás do aerogerador que,
ao girar, acionam o rotor. Portanto, a capacidade de geração de energia eólica é
diretamente relacionada à densidade do ar, à área coberta pela rotação das pás e à
velocidade do vento. No Brasil, as regiões com maior potencial eólico encontram-se
em regiões litorâneas, especialmente no Nordeste (75,0 GW), Sudeste (29,7GW) e no
Sul (22,8 GW) como pode ser visto na figura 2, que apresenta o estudo do potencial
eólico brasileiro (CRESESB, 2001). A partir dele, estima-se que o Brasil tem um
potencial de 143,5 GW para energia eólica, correspondente a uma geração de 272,2
TWh/ano.
Os sistemas híbridos de energia são aqueles que utilizam mais de uma fonte
que, de acordo com os recursos disponíveis no momento, devem gerar ou distribuir
energia elétrica para uma carga ou rede determinada, de maneira otimizada e
minimizando os custos (O SETOR ELÉTRICO, 2017). Quando as fontes utilizadas são
de origem renovável - tais como: solar, eólica, hídrica e biomassa - denomina-se um
sistema híbrido de energia renovável (HRES). O principal objetivo de utilizar mais de
uma fonte é reduzir o risco de interrupção em casos de falta temporária de uma delas
e ao mesmo tempo reduzir o impacto ambiental no caso de HRES.
Um sistema híbrido pode ser classificado das seguintes maneiras (MME, 2008):
fornecer energia para a própria unidade consumidora, a geração excedente pode ser
injetada na rede e convertida em crédito para o cliente, através do sistema de
compensação estabelecido pela REN 482/2012. Esse tipo de configuração caracteriza
uma geração distribuída (GD) e deve obedecer às normas de adequação da
distribuidora em questão.
fotovoltaica, que corresponde a cerca de 84% dessa potência instalada e a maior parte das
conexões são referentes a consumidores residenciais (74,7%) (ANEEL, 2019a).
Figura 6. Potência Instalada por Estado (MW) de Geração Distribuída (ANEEL, 2019b)
• Link – de volta para a troca digital, que pode ser um cabo ou uma
conexão wireless (sem fio).
3 HOMER
durante seu ciclo de vida, corrigido por uma taxa de juros anual. Sua fórmula de
cálculo é dada pela equação 1 (COSTA, 2009).
Onde:
Can = custo anualizado total do sistema (R$/ano)
i = taxa de juros anual (%)
N =ciclo de vida do sistema (anos)
CR= fator de recuperação de capital, que distribui o valor presente em
pagamentos anuais ao longo do ciclo de vida do sistema, dada pela
equação 2:
Onde:
Can total = custo anualizado total do sistema (R$/ano)
Cboiler = custo marginal do boiler (R$/kWh)
Hservida = carga térmica total atendida (kWh/ano)
Eservida = carga elétrica total atendida (kWh/ano)
4 SIMULAÇÃO
Como referência para este trabalho, foi utilizada a ERB estudada em(ANDREA
SANTOS; RAMOS, 2018). A ERB está localizada o bairro de Jardim Gramacho, em
Duque de Caxias, nas seguintes coordenadas geográficas: latitude 22° 45’41, 7” Sul,
longitude 43° 18’ 23” e 75m de altitude. Os principais critérios utilizados em (ANDREA
SANTOS; RAMOS, 2018) para a escolha da ERB foram:
Neste trabalho foi considerada uma área total disponível para instalação dos
painéis e/ou aerogerador de 24,6 m² dividida em duas regiões, uma nos fundos e outra
na lateral direita do terreno. Essas áreas foram definidas de maneira que houvesse
um distanciamento mínimo de 70cm de muros e de outros obstáculos, permitindo a
passagem de uma pessoa. As dimensões são detalhadas na tabela 1 e localizações
indicadas na planta baixa da figura 12.
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Dimensões
Área
Comprimento Largura
Referência Disponível
(m) (m)
(m²)
Área 1 7 2 14
Área 2 5,3 2 10,6
Total 24,6
A ERB funciona 24h todos os dias da semana, sendo o tráfego de dados e voz
diretamente relacionados ao consumo de energia. Como base para o estudo, foi
utilizado o consumo referente aos 12 meses de 2018, ano em que a ERB consumiu
12.896 kWh com uma média mensal de 1.075 kWh. A tabela 2 mostra o consumo
mensal, assim como a média diária por mês:
Consumo Média
Mês
(kWh) Diária (kWh)
Jan 1.109 35,77
Fev 1.036 37,00
Mar 1.103 35,58
Abr 911 30,37
Mai 1.096 35,35
Jun 1.018 33,93
Jul 1.085 35,00
Ago 1.110 35,81
Set 1.084 36,13
Out 1.072 34,58
Nov 1.076 35,87
Dez 1.196 38,58
Total Ano 12.896 35,33
Os picos de utilização dos serviços de voz e dados ocorrem entre 07:00 e 08:00
na parte da manhã, entre 11:00 e 12:00 no meio do dia e de 19:00 às 21:00 no período
da noite fazendo com que a demanda de pico do sistema varie entre 1,48 kW em abril
e 1,88 kW em dezembro.
4.4 EQUIPAMENTOS
Potência
Comprimento Largura Qtdade Potência
Placa Fabricante
(m) (m) Máx Máx (W)
(W)
275 1,694 0,992 14 3.850 Sinosola
270 1,650 0,992 14 3.780 Canadian
260 1,638 0,982 14 3.640 Canadian
325 1,956 0,990 10 3.250 GCL
320 1,960 0,990 10 3.200 Yingli
4.4.2 AEROGERADOR
O modelo escolhido foi o ELV – H3.8, por ter a menor relação de custo/potência
(R$24.750/kW). Estão incluídos no preço orçado os custos referentes ao sistema
aerogerador, torre estaiada e a eletrônica necessária para o funcionamento. Na tabela
6 encontram-se as especificações técnicas e na figura 16 a curva de potência do
modelo. Essas características foram adaptadas na simulação utilizando a opção de
inserir um aerogerador genérico no HOMER.
Potência Nominal 2 kW
Potência Máxima 3,2 kW
Número de Pás 3
Material das Pás Fibra de Vidro Reforçado
Diâmetro das Pás 3,8 m
Altura da torre 10 m
Velocidade do Vento de Partida 3 m/s
Velocidade Nominal do Vento 9 m/s
Faixa de Velocidade de Operação 3-25 m/s
Rotação Nominal das Pás 450 RPM
Coeficiente de Performance (Cp) 0,45
Eficiência do Gerador > 80%
Peso no Topo da Torre 85,0 Kg
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4.4.3 INVERSOR
Potência Preço
Fabricante R$/ W
(W) (R$)
1.300 6.290 SMA 4,84
1.600 6.890 SMA 4,31
2.100 5.390 SMA 2,57
2.500 6.990 SMA 2,80
3.000 8.690 Fronius 2,90
3.300 7.990 SMA 2,42
3.600 11.890 SMA 3,30
4.000 9.590 Fronius 2,40
5.000 13.490 SMA 2,70
7.000 14.390 SMA 2,06
40
Neste trabalho foi utilizado como referência para o tempo de vida do projeto a
vida útil do painel fotovoltaico declarada pelo fabricante (25 anos), considerando a
substituição de equipamentos com vida útil inferior.
A meta de inflação para 2019 do banco central está em 4,25% com uma
tolerância de 1,5 p.p para mais ou para menos. Como foi utilizado um valor histórico
para a SELIC, o mesmo critério foi utilizado para a inflação, que no mesmo período
teve uma média anual de 5,86%, um valor 0,11 p.p acima da tolerância máxima atual.
Portanto, a taxa líquida de desconto desse projeto é de 4,56%.
Durante a elaboração desse estudo, não foi possível ter aceso a uma conta de
luz da unidade consumidora, apenas aos dados de consumo. Portanto, foi
considerada a tarifa de uma distribuidora do estado do Rio de Janeiro para classe
residencial com consumo acima de 450kWh, que em maio de 2019 era
R$0,96328/kWh já incluindo PIS, COFINS e ICMS de 30% (LIGHT, 2019). É
importante ressaltar que o HOMER considera a energia excedente vendida para a
concessionária com a mesma tarifa de compra.
4.7 SENSIBILIDADE
• Taxa de desconto (TMA) – A taxa foi variada entre 6-20%, intervalo que
compreende um retorno mínimo referente a poupança e retornos mais
atrativos para investimentos.
𝑇𝐸 + 𝑇𝑈𝑆𝐷 (4)
𝑇𝐹 =
1 − 𝑃𝐼𝑆 − 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 − 𝐼𝐶𝑀𝑆
Onde:
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 19. Consumo Mensal por Fonte e Energia Excedente (elaboração própria)
Figura 21. Otimização do Sistema para Variação dos Recursos Solar e Fotovoltaico com
redução de 30% do custo do sistema eólico (elaboração própria)
49
Figura 22. Otimização do Sistema para Variação dos Recursos Solar e Fotovoltaico com
redução de 50% do custo do sistema eólico (elaboração própria)
6 CONCLUSÃO
estados onde se concentram a maior parte das ERBs do país - como São Paulo ou
Rio de Janeiro – para implementar um sistema híbrido, fotovoltaico ou eólico de maior
porte e compensar o consumo das ERBs do estado. Outra proposta seria analisar o
custo de compra de energia no mercado livre através de contratos que garantam a
exclusividade da origem de fonte renovável, o que facilitaria a operacionalização de
soluções para redução das emissões de carbono no setor de telecomunicações.
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REFERÊNCIAS
BAJPAI, P.; DASH, V. Hybrid renewable energy systems for power generation in
stand-alone applications: A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
v. 16, n. 5, p. 2926–2939, jun. 2012.
SUAREZ, L.; NUAYMI, L.; BONNIN, J.-M. An overview and classification of research
approaches in green wireless networks. EURASIP Journal on Wireless
Communications and Networking, v. 2012, n. 1, p. 142, dez. 2012.