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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

BARBARA BUSSINGER DE SOUZA PENNA

ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA PARA APLICAÇÃO DE


SISTEMAS HÍBRIDOS EM ESTAÇÕES RÁDIO BASE

Niterói
2019
BARBARA BUSSINGER DE SOUZA PENNA

ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA PARA APLICAÇÃO DE


SISTEMAS HÍBRIDOS EM ESTAÇÕES RÁDIO BASE

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Corpo Docente do
Departamento de Engenharia Elétrica
da Escola de Engenharia da
Universidade Federal Fluminense,
como parte dos requisitos necessários
à obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.

Orientador:

Prof. Dr. Marcio Zamboti Fortes

Coorientador:

MSc Allan Marcus Vale

Niterói
2019
BARBARA BUSSINGER DE SOUZA PENNA

ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA PARA APLICAÇÃO DE


SISTEMAS HÍBRIDOS EM ESTAÇÕES RÁDIO BASE

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Corpo Docente do
Departamento de Engenharia Elétrica
da Escola de Engenharia da
Universidade Federal Fluminense,
como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Engenheiro Eletricista.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________

Prof. Dr. Marcio Zamboti Fortes (Orientador)


UFF – Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________
MSc Allan Marcus Vale (Coorientador)
UFF – Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________
Prof. Dr. Bruno Soares Moreira Cesar Borba
UFF – Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________
Engenheira Letícia Fritz Henrique
UFF – Universidade Federal Fluminense
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço à Deus, pois sem Ele não teria chegado aqui.
Agradeço também aos meus pais, Marcus e Márlen, pelo amor incondicional e todo
apoio que me deram ao longo da minha vida. Agradeço todo dia por ter vocês comigo.
Ao meu irmão, Daniel, que com seu jeito completamente diferente do meu, me ensinou
que a vida não é só o preto no branco. Aos demais membros da minha família – avós
(in memorian), tios e primos – que mesmo distante fisicamente, sempre torceram por
mim.
Agradeço ao meu namorado, Pedro, que me acompanha desde que
sonhávamos em ser engenheiros. Você tornou minha jornada mais leve e não vejo a
hora de realizarmos mais sonhos juntos. A minha amiga Fernanda, por sempre ter
sido uma companhia agradável, desde o ensino médio até o presente, aturando a
companheira de quarto mais bagunceira durante alguns anos da faculdade.
Agradeço aos diferentes grupos de amigos que tive ao longo da faculdade, cada
um com suas particularidades, me diverti e aprendi muito com vocês, obrigada. Em
especial, um agradecimento a minha amiga Letícia Fritz por estar comigo desde o
início da minha trajetória na UFF até o TCC, além de ser um exemplo de dedicação e
amizade.
Gostaria de agradecer também a todos os professores pelos quais eu passei e
a Universidade Federal Fluminense como um todo, por me proporcionar desafios e
aprendizados, além da realização do sonho de fazer um intercâmbio. Um
agradecimento especial ao meu orientador Marcio Zamboti e coorientador Allan Vale,
pelo apoio e disponibilidade ao longo desse trabalho.
“Onde você está é resultado de quem você era,
mas para onde você vai depende inteiramente de
quem você escolhe ser a partir deste momento.”

(Hal Erold)
RESUMO

A busca por fontes renováveis de energia para diversificação da matriz


energética cresceu nos últimos anos, devido ao impacto ambiental da utilização de
combustíveis fósseis. Através da geração distribuída (GD), o consumidor pode
contribuir para o desenvolvimento sustentável enquanto usufrui de benefícios
financeiros com a redução da conta de energia. No setor de telecomunicações, as
Estações Rádio Base (ERBs) são as principais responsáveis pelo consumo de energia
e, consequentemente, pela emissão de. A grande demanda energética dessas
estruturas e a oportunidade de reduzir a emissão, principalmente dióxido de carbono
(CO2), motivaram este trabalho, que tem como objetivo analisar a viabilidade técnica
e econômica da aplicação de sistemas híbridos para atender a carga de ERBs. Como
estudo de caso, são avaliados os dados reais de consumo de uma ERB localizada em
Duque de Caxias. O software HOMER é utilizado para auxiliar na otimização do
sistema e analisar as 4 possíveis configurações: sem utilização de GD, sistema
fotovoltaica, sistema eólica e sistema híbrido. Desta forma, são identificadas as
configurações que minimizam os custos de energia de acordo com a disponibilidade
dos recursos em diferentes áreas do Brasil. Além disso, é feita uma análise de
sensibilidade para a variação de parâmetros financeiros, sendo eles a TMA e a tarifa
de energia. Como resultado, verifica-se que o sistema híbrido não é o mais viável
financeiramente para os casos analisados, enquanto o sistema fotovoltaico mostra-se
viável para a maioria deles.

Palavras-chave: sistemas híbridos, Estações Rádio Base (ERBs), HOMER


ABSTRACT

The search for renewable sources of energy in order to diversify the energy
matrix has suffered a growth in the recent years, due to the environmental impact of
using fossil fuels. Through distributed generation (DG) consumers can contribute to
the sustainable development whereas having financial benefits by reducing their
energy bill. In the telecommunications sector, Cell-Sites are the main responsible for
energy consumption and, therefore, greenhouse gases. The energy demanded by
Cell-Sites and the opportunity to reduce the emission of carbon dioxide (CO2) led to
this work, which aims to analyze the technical and economic feasibility of the
application of hybrid systems to supply the energy demand of Cell-Sites. As a case
study, the actual consumption data of a Cell-Site located in Duque de Caxias is
evaluated. HOMER software is used to assist in system’s optimization and analyze the
4 possible configurations: without the use of GD, photovoltaic system, wind system
and hybrid system. Thus, it is possible to identify settings that minimize energy costs
according to the availability of resources in different areas of Brazil. In addition, there
is a sensitivity analysis for the variation of the following financial parameters: hurdle
rate and energy tariff. As a result of this study, it is found that the hybrid system is not
the most financially viable among the cases that were analyzed, while the PV system
is feasible for most of them.

Keywords: Hybrid systems, Cell Sites, HOMER


LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Radiação Solar Média Anual no Plano Horizontal (INPE,2017) ................. 17

Figura 2. Potencial Eólico Brasileiro (CRESESB,2001) ............................................ 18

Figura 3. Exemplo Sistema Híbrido Grid-tie (elaboração própria) ............................. 20

Figura 4. Exemplo Sistema Híbrido Off-grid (elaboração própria) ............................. 21

Figura 5. Estados com Isenção de ICMS (BLUESOL,2018) ..................................... 23

Figura 6. Potência Instalada por Estado (MW) de Geração Distribuída (ANEEL, 2019b)
.................................................................................................................................. 24

Figura 7. Funcionamento de uma ligação de celular (TELEBRASIL,2019) ............... 25

Figura 8. Estrutura típica de uma ERB (TELEBRASIL,2019) .................................... 25

Figura 9. Consumo de Energia no Setor de Telecomunicações ............................... 26

Figura 10. Pegada de Carbono no Setor de Telecomunicações ............................... 27

Figura 11. Processo de Otimização no HOMER (adaptado de Bahramara et al. 2016)


.................................................................................................................................. 31

Figura 12. Planta Baixa da ERB (ANDREA SANTOS; RAMOS, 2018) ..................... 33

Figura 13. Perfil de Carga Diário ERB (HOMER,2019) ............................................. 35

Figura 14. Radiação e Índice de Claridade Mensal (HOMER,2019), (CRESESB,2019)


.................................................................................................................................. 36

Figura 15. Velocidade dos Ventos (HOMER,2019), (CRESESB,2019) ..................... 36

Figura 16. Curva de Potência ELV-H3.8 (ELETROVENTO,2019) ............................ 39

Figura 17. Modelagem do Sistema (elaboração própria) .......................................... 42

Figura 18. Produção Mensal de Energia em kWh (elaboração própria) .................... 45

Figura 19. Consumo Mensal por Fonte e Energia Excedente (elaboração própria) .. 46

Figura 20. Variação da TMA vs Tarifa de Energia (elaboração própria) ................... 46


Figura 21. Otimização do Sistema para Variação dos Recursos Solar e Fotovoltaico
com redução de 30% do custo do sistema eólico (elaboração própria) .................... 48

Figura 22. Otimização do Sistema para Variação dos Recursos Solar e Fotovoltaico
com redução de 50% do custo do sistema eólico (elaboração própria) .................... 49
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Área Disponível para Instalação do Sistema (elaboração própria) ............ 33

Tabela 2. Consumo Mensal de Energia ERB (ANDREA SANTOS; RAMOS, 2018) . 34

Tabela 3. Modelos de Painéis Analisados (elaboração própria)................................ 37

Tabela 4. Especificações SA275-60P (NEOSOLAR,2019) ....................................... 37

Tabela 5. Modelos de Aerogeradores Analisados (elaboração própria) .................... 38

Tabela 6. Especificações ELV-H3.8 (ELETROVENTO,2019) ................................... 38

Tabela 7. Modelos de inversores (NEOSOLAR,2019) .............................................. 39

Tabela 8. Investimento Inicial para Cada Configuração (elaboração própria) ........... 42

Tabela 9. Resumo dos resultados (elaboração própria) ............................................ 45

Tabela 10.Recursos Solar e Eólico das Capitais Brasileiras (HOMER,2019) ........... 47

Tabela 11. Potencial de Economia e Redução de Emissões (elaboração própria) ... 50


SUMÁRIO

1.1 OBJETIVO ....................................................................................................... 14

1.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................... 15

2 EMBASAMENTO TEÓRICO.................................................................................. 16

2.1 ENERGIA SOLAR ............................................................................................ 16

2.2 ENERGIA EÓLICA ........................................................................................... 17

2.3 SISTEMAS HÍBRIDOS DE ENERGIA .............................................................. 19

2.4 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO BRASIL ........................................................... 22

2.5 ESTAÇÕES RADIO-BASE ............................................................................... 24

3 HOMER .................................................................................................................. 28

4 SIMULAÇÃO .......................................................................................................... 32

4.1 CARACTERÍSTICAS DA ERB ......................................................................... 32

4.2 PERFIL DE CARGA ......................................................................................... 34

4.3 DADOS METEOROLÓGICOS ......................................................................... 35

4.4 EQUIPAMENTOS ............................................................................................ 36

4.5 DADOS ECONÔMICOS .................................................................................. 40

4.6 MODELAGEM DO SISTEMA ........................................................................... 42

4.7 SENSIBILIDADE .............................................................................................. 43

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 44

5.1. ESTUDO DE CASO ........................................................................................ 44

5.2. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ....................................................................... 46

5.3. ANÁLISE POTENCIAL .................................................................................... 49

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 51
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1 INTRODUÇÃO

Como consequência do crescimento populacional e desenvolvimento de


tecnologias que necessitam de eletricidade para seu funcionamento, houve um
aumento de demanda de energia elétrica global nas últimas décadas e a tendência é
que o consumo continue aumentando. Este fator, somado ao grande impacto
ambiental do uso de combustíveis fósseis, tais como: poluição, efeito estufa, entre
outros, promoveram a busca por fontes renováveis capazes de suprir essa crescente
demanda de energia.

A matriz elétrica brasileira é predominantemente renovável, com participação


majoritária da energia hidráulica que corresponde à 63,42% dela (ANEEL BIG, 2019).
Apesar disso, a crise hídrica que o país sofreu entre os anos de 2014 e 2015, ressaltou
a importância da diversificação da matriz para reduzir a dependência desse recurso,
além da necessidade de construção de grandes reservatórios para regularizar a oferta
de energia e as devidas restrições ambientais dificultarem a expansão da capacidade
hidrelétrica instalada (CASTRO et al., 2010). Nesse contexto, as energias solar e
eólica apresentam uma grande oportunidade para expansão da geração no país, uma
vez que o Brasil possui fatores geográficos que favorecem a aplicação dessas duas
fontes. No entanto, fontes renováveis possuem um perfil estocástico, devido a sua
dependência de condições climáticas, o que fez com que estudos relacionados à
dimensionamento, otimização, operação e controle de sistemas híbridos ganhasse
espaço nos últimos anos (BAJPAI; DASH, 2012).

Um sistema híbrido de energia renovável (Hybrid Renewable Energy System –


HRES) combina duas ou mais fontes renováveis para geração de energia. A maior
vantagem de utilizar esse tipo de sistema é o aumento na confiabilidade do suprimento
de energia, podendo ainda ser combinado com o fornecimento da rede, reduzindo ao
máximo o risco de interrupções. Além disso, a utilização de sistemas híbridos em
geração distribuída para atender cargas residenciais, comerciais e industriais pode
trazer benefícios financeiros para o consumidor.

Nas empresas de telecomunicações, as Estações Rádio Base (ERBs)


correspondem a maior parte do consumo de energia, chegando a representar quase
13

60% dele (SUAREZ; NUAYMI; BONNIN, 2012). Essas estruturas são responsáveis
por intermediar a comunicação entre os terminais móveis (celulares), que sofreram
um crescimento exponencial nas últimas décadas, chegando a 229 milhões de linhas
em 2018 (TELEBRASIL, 2019) com mais de 90 mil ERBs ao longo de todo território
nacional (ANATEL, 2019). Portanto, a aplicação de energia elétrica proveniente de
fontes renováveis (especialmente solar e eólica) em ERB’s se apresenta como uma
grande oportunidade para redução de custos de energia e emissão de CO2 no setor
de telecomunicações.

Nesse contexto, surgiram alguns estudos para analisar a viabilidade de utilizar


sistemas com base em energias renováveis para fornecer energia à ERBs. Um desses
estudos avaliava a utilização de um sistema eólico isolado em conjunto com um
sistema fotovoltaico conectado à rede para suprir a demanda de uma ERB no estado
de São Paulo, implantando um projeto piloto e analisando também o retorno financeiro
(VILLAMARIM JÚNIOR, 2017). Nesse trabalho, conclui-se que, na operação individual
dos sistemas, apenas o fotovoltaico apresentava resultados financeiramente
satisfatórios, com payback simples de 6 anos e 4 meses, enquanto a operação
conjunta tornava-se inviável financeiramente devido ao elevado custo das
microturbinas em comparação com a colaboração da geração delas na região. Outro
exemplo de estudo realizado com fontes renováveis para atender uma ERB, foi feito
em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, analisando a viabilidade econômica para a
implantação de um sistema fotovoltaico conectado à rede. Os resultados obtidos
foram satisfatórios, com um payback simples de menos de 4 anos (ANDREA
SANTOS; RAMOS, 2018). A ERB analisada nesse último estudo será utilizada como
referência para este trabalho.

Atualmente, pesquisas são desenvolvidas para análise de cenários e


determinação da combinação ideal de sistemas híbridos com apoio de softwares,
levando em consideração os recursos disponíveis e os custos envolvidos para
aquisição dos equipamentos, além de outras restrições. O HOMER (Hybrid
Optimization of Multiple Energy Sources) é um exemplo de programa utilizado nesses
estudos. Em (SALEHIN et al., 2016), duas combinações de sistemas híbridos
(Fotovoltaico-Diesel e Eólico-Diesel) foram analisadas para atender uma pequena ilha
em Bangladesh, utilizando o HOMER para otimizar os componentes. Como resultado,
o sistema Fotovoltaico-Diesel se apresentou como a opção mais viável com um
14

payback de 5.4 anos. Já em (COSTA, 2009), o HOMER foi usado para avaliar as
possíveis configurações de um sistema híbrido Fotovoltaico-Eólico-Diesel na estação
da marinha brasileira na Antártica, Comandante Ferraz, onde o sistema mais viável
utilizava a combinação dos três recursos, reduzindo o custo da energia e emissões
em comparação ao uso exclusivo de geradores diesel. Outro exemplo da aplicação
do HOMER foi um estudo realizado para um sistema isolado no estado de Tocantis,
substituindo o gerador diesel por um sistema híbrido Fotovoltaico-Diesel. São
simulados quatro cenários que mostram a viabilidade da utilização do sistema híbrido
para redução dos custos de energia do local (SILVA; DE OLIVEIRA; SEVERINO,
2010). O software também pode ser utilizado para análise de sistemas conectados à
rede, como feito em (GÜLER; AKDAĞ; DINÇSOY, 2013) onde foram avaliados quatro
cenários diferentes para atender a demanda de energia de um hotel, três deles
atendiam 100% da demanda e vendiam a produção excedente. Esses cenários
tornavam-se viáveis com o aumento do preço da venda energia, enquanto o outro
cenário era viável utilizando turbinas eólicas e a rede.

A utilização do HOMER para avaliação de viabilidade econômica de sistemas


híbridos potencializa a análise, tornando mais simples a comparação de cenários e
variação de parâmetros para análise de sensibilidade deles. Portanto, fica evidenciada
a importância de serem realizados estudos de viabilidade de sistemas híbridos para
atender a demanda ERBs e do uso de softwares de otimização para essa avaliação.

1.1 OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é avaliar aplicação de sistemas híbridos para atender


a demanda de ERBs através de um sistema conectado à rede, verificando a
atratividade financeira para as empresas do setor de telecomunicações. Como
referência para o estudo de caso, são utilizados os dados técnicos de uma ERB de
telefonia celular existente e em operação desde 2005, no município de Duque de
Caxias, no estado do Rio de Janeiro.
O software HOMER Pro é utilizado para analisar diferentes configurações do
sistema (rede, fotovoltaico, eólico e híbrido) e encontrar a solução ideal que minimize
os custos de energia da ERB estudada. A configuração ideal do sistema também é
avaliada para variação dos parâmetros financeiros e meteorológicos, permitindo uma
análise mais abrangente para outros estados do Brasil.
15

1.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em seis capítulos. No segundo capítulo é feito


um levantamento do potencial de energia solar e eólica no Brasil, características dos
sistemas híbridos e o funcionamento de uma ERB. O terceiro capítulo apresenta em
mais detalhes o HOMER, seu esquema de funcionamento e suas fórmulas de cálculo
dos indicadores financeiros.
O estudo de caso é descrito no capítulo quatro, incluindo as características da
ERB: localização, área disponível para instalação dos painéis/aerogerador, perfil de
consumo. Neste capítulo também se encontram os parâmetros financeiros,
equipamentos, a tarifa de energia da distribuidora local e variáveis de sensibilidade
usados como referência para a simulação.
No quinto capítulo são apresentados os resultados obtidos para o estudo de
caso e das análises de sensibilidade que verificaram a viabilidade do sistema
renovável em relação a variação dos seguintes parâmetros: tarifa de energia, TMA,
velocidade dos ventos e irradiação solar. Ao final deste capítulo, é feita uma estimativa
do potencial financeiro da aplicação em grande escala de energias renováveis em
ERBs. Por fim, no último capítulo, são apresentadas as conclusões deste estudo.
16

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 ENERGIA SOLAR

A energia solar é proveniente da luz e do calor do sol, transmitida através de


radiação solar, que pode ser diretamente utilizada como fonte de energia térmica ou
convertida em energia elétrica. O aproveitamento térmico pode ser feito de maneira
passiva, quando a absorção de energia solar por estruturas de edificações é utilizada
para aquecimento de ambientes, ou de maneira ativa, através de coletores ou
concentradores solares, que permitem desde o aquecimento de água até a secagem
de grãos e produção de vapor (ANEEL, 2008). A conversão de energia solar em
elétrica, causada pelo efeito fotovoltaico, permite também uma série de outras
aplicações, podendo ser tanto pequenos sistemas autônomos quanto grandes
centrais de geração.
A disponibilidade de radiação solar está diretamente relacionada com o
potencial de geração fotovoltaica e é influenciada por condições climáticas e
atmosféricas, que dependem da posição geográfica do local. Em regiões próximas à
linha do equador não há grandes variações na duração solar do dia independente da
estação do ano, o que as torna favoráveis para aplicação desse tipo de tecnologia.
Para aumentar ainda mais o aproveitamento da radiação solar, é possível fazer um
ajuste no painel ou coletor de acordo a latitude local (ANEEL, 2008).
Devido à sua proximidade com a linha do equador, o Brasil apresenta um
grande potencial de aproveitamento energético solar em todo seu território, apesar
das condições climáticas serem bastante distintas. O mapa da figura 1 apresenta a
média anual do total diário de irradiação solar global incidente no Brasil, onde
podemos observar que o valor máximo ocorre no norte da Bahia (6,50kWh/m²) e o
mínimo no litoral norte de Santa Catarina (4,25kWh/m²). É importante destacar que
mesmo as regiões com menor índice de radiação solar possuem níveis superiores aos
da maioria dos países da União Européia, como Alemanha (0,90-1,25 kWh/m²),
França (0,90- 1,65 kWh/m²) e Espanha (1,20-1,85 kWh/m²) (INPE, 2006).
17

Figura 1. Radiação Solar Média Anual no Plano Horizontal (INPE,2017)

2.2 ENERGIA EÓLICA

A energia eólica tem origem na energia cinética contida nos ventos (massas de
ar em movimento). Essa fonte já era utilizada há milhares de anos para auxiliar em
trabalhos mecânicos, tais como: bombeamento de água e moagem de grãos, a partir
de moinhos ou cata-ventos. No entanto, ela só passou a ser empregada com a
finalidade de produção de eletricidade após a crise internacional do petróleo, na
18

década de 1970, a partir de quando aumentaram os investimentos em tecnologias


alternativas de geração e o primeiro aerogerador foi conectado à rede elétrica pública
na Dinamarca (1976) (ANEEL, 2008).

A geração eólica é dada pelo contato do vento com as pás do aerogerador que,
ao girar, acionam o rotor. Portanto, a capacidade de geração de energia eólica é
diretamente relacionada à densidade do ar, à área coberta pela rotação das pás e à
velocidade do vento. No Brasil, as regiões com maior potencial eólico encontram-se
em regiões litorâneas, especialmente no Nordeste (75,0 GW), Sudeste (29,7GW) e no
Sul (22,8 GW) como pode ser visto na figura 2, que apresenta o estudo do potencial
eólico brasileiro (CRESESB, 2001). A partir dele, estima-se que o Brasil tem um
potencial de 143,5 GW para energia eólica, correspondente a uma geração de 272,2
TWh/ano.

Figura 2. Potencial Eólico Brasileiro (CRESESB,2001)


19

Nas últimas duas décadas, a criação de parques eólicos no país cresceu


expressivamente, resultado do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de
Energia Elétrica (PROINFA) em 2004, que tinha como objetivo aumentar a
participação de eólicas, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s) no
Sistema Interligado Nacional (SIN) (MME, 2019). Atualmente, o Brasil se encontra-se
no ranking entre os 10 países do mundo com maior capacidade eólica instalada,
contando com 601 usinas instaladas e com um total de 15GW com mais 14,6GW em
construção (ABEEÓLICA, 2019). Mesmo assim, podemos observar que essa
capacidade representa um pouco mais de 10% do potencial estimado e que essa
capacidade deverá ser expandida nos próximos anos.

2.3 SISTEMAS HÍBRIDOS DE ENERGIA

Os sistemas híbridos de energia são aqueles que utilizam mais de uma fonte
que, de acordo com os recursos disponíveis no momento, devem gerar ou distribuir
energia elétrica para uma carga ou rede determinada, de maneira otimizada e
minimizando os custos (O SETOR ELÉTRICO, 2017). Quando as fontes utilizadas são
de origem renovável - tais como: solar, eólica, hídrica e biomassa - denomina-se um
sistema híbrido de energia renovável (HRES). O principal objetivo de utilizar mais de
uma fonte é reduzir o risco de interrupção em casos de falta temporária de uma delas
e ao mesmo tempo reduzir o impacto ambiental no caso de HRES.

Um sistema híbrido pode ser classificado das seguintes maneiras (MME, 2008):

• Porte (capacidade nominal) – micro (<1kW), pequeno (1kW ≤ e


<100kW), médio (100kW ≤ e < 1.000kW) ou grande (>1.000kW);
• Interligação do sistema com a rede - conectado ou isolado;
• Prioridade do uso das fontes - baseado no recurso renovável ou no
não renovável;
• Configuração - série, chaveado ou paralelo.

Uma das principais classificações utilizadas é relacionada à conexão com a


rede elétrica. Os sistemas on-grid, também conhecidos como grid-tie (conectados à
rede elétrica) são mais comumente utilizados para redução do custo de energia de
consumidores residenciais, comerciais ou industriais das distribuidoras. Além de
20

fornecer energia para a própria unidade consumidora, a geração excedente pode ser
injetada na rede e convertida em crédito para o cliente, através do sistema de
compensação estabelecido pela REN 482/2012. Esse tipo de configuração caracteriza
uma geração distribuída (GD) e deve obedecer às normas de adequação da
distribuidora em questão.

Figura 3. Exemplo Sistema Híbrido Grid-tie (elaboração própria)

Já os sistemas off-grid (isolados da rede elétrica) são especialmente utilizados


em áreas remotas, onde a baixa demanda não viabiliza o investimento na construção
da infraestrutura – linhas de transmissão, subestações e redes de distribuição -
necessária para o abastecimento de energia. Atualmente, grupos geradores diesel
são usualmente utilizados nessa configuração para atender essas áreas, fornecendo
energia para pequenas comunidades e sistemas de telecomunicações, bombeamento
de água, irrigação, entre outros (MME, 2008). No entanto, sistemas híbridos de
energia renovável também podem aplicados para essa solução, com o uso de bancos
de baterias para garantir o fornecimento no caso de períodos de indisponibilidade de
ambos recursos.
21

Figura 4. Exemplo Sistema Híbrido Off-grid (elaboração própria)

Existem diversas combinações possíveis de fontes de energia para esses


sistemas, inclusive com fontes não renováveis, como a eólico-diesel, que corresponde
ao primeiro sistema híbrido implantado no Brasil, no ano de 1986 em Fernando de
Noronha (MME, 2008). Outros exemplos de combinações com fontes limpas de
energia são: fotovoltaico-eólico, fotovoltaico-biomassa, fotovoltaico-hídrico, eólico-
biomassa, eólico-hídrico. Neste trabalho, a combinação fotovoltaico-eólica será
estudada, devido ao potencial de crescimento dessas fontes já apresentado
anteriormente e também pela complementariedade delas. De acordo com (MME,
2008):

O comportamento da radiação solar ao longo do dia segue um padrão


razoavelmente previsível, iniciando no início da manhã com valores discretos,
atingindo um máximo próximo ao meio-dia, e decrescendo até o pôr-do-sol.
Em contrapartida, o comportamento do recurso eólico é menos previsível, e
a possibilidade de serem obtidas velocidades mais elevadas em períodos
onde o nível de radiação solar é baixo ou inexistente confere ao sistema maior
continuidade no que se refere à geração de energia elétrica.
22

Essa relação de complementariedade entre as fontes solar e eólica também é


explorada outros estudos, onde esses recursos são utilizados em conjunto entre si ou
então com outras fontes. Em (KRISHAN; SUHAG, 2019), um sistema híbrido
fotovoltaico-eólico off-grid é avaliado para atender de uma carga residencial e
agricultora de uma comunidade localizada no interior da Índia, utilizando o HOMER
para estudo financeiro-econômico e o MATLAB para analisar a efetividade do sistema
em manter os parâmetros da rede para variação dos recursos meteorológicos
disponíveis no local. Como resultado, foi comprovado que o sistema híbrido seria
financeiramente mais viável. Outro estudo avalia a aplicação de um sistema híbrido
fotovoltaico/eólico/diesel/bateria para atender a demanda elétrica de uma Indústria
Madeireira no estado do Pará em (VALE et al., 2018). Para a configuração
desconectada da rede, o sistema mais viável utiliza o gerador a diesel e painéis
fotovoltaicos em conjunto com um banco de baterias, já para a configuração
conectada à rede, seria mais atrativo utilizar apenas a rede, sendo necessário uma
redução de 40% nos custos dos equipamentos para tornar outras opções atrativas.

2.4 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO BRASIL

Geração distribuída (GD) é um termo utilizado para fazer referência à geração


de energia próxima ou no local de consumo, injetada diretamente na rede de
distribuição, independentemente do tipo de fonte. Dentre os principais benefícios
dessa modalidade são destacadas: postergação do investimento em expansão dos
sistemas de transmissão e distribuição, redução do carregamento das redes, redução
de perdas, baixo impacto ambiental e diversificação da matriz energética. Ao mesmo
tempo, existem algumas desvantagens associadas a GD, como, por exemplo, o
aumento da complexidade de operação da rede, cobranças pelo uso da rede e
tributação (ANEEL, 2016).

No Brasil, a geração distribuída passou a ser regulamentada apela Agência


Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 2012, quando foi instituída a REN n°
482/2012 com o objetivo de estabelecer condições para acesso a micro e minigeração
distribuídas, assim como o sistema de compensação de energia. A partir de então, o
consumidor pode gerar sua própria energia a partir de fontes renováveis ou cogeração
23

qualificada e fornecer o excedente para distribuidora de sua localidade, convertendo


em crédito de consumo (ANEEL, 2012). Essa resolução foi revisada em pela REN n°
687/2015, com objetivo de reduzir os custos e tempo de conexão, aumentar o público-
alvo e compatibilizar o sistema de compensação de energia com a REN n°414/2010.
As principais alterações foram relacionadas à potência máxima de micro e
minigeração, a validade dos créditos de energia, o estabelecimento do autoconsumo
remoto e a criação da modalidade de geração compartilhada (ANEEL, 2015). No
mesmo ano, a Lei Federal n°13.169/2015 passou a isentar o PIS e COFINS da energia
solar excedente produzida por sistemas fotovoltaicos, no entanto, a isenção do ICMS
depende da política de cada estado. A figura 5 mostra os estados que possuem a
isenção do ICMS (BLUESOL, 2018).

Figura 5. Estados com Isenção de ICMS (BLUESOL,2018)

Desde a implementação da REN n°482/2012, o mercado de geração distribuída vem


crescendo exponencialmente e ultrapassando, inclusive, as projeções mais otimistas da
ANEEL (ANEEL, 2019a). Recentemente, o país ultrapassou a marca de 1 GW de potência
instalada em micro e minigeração distribuída, sendo Minas Gerais (227,7MW), Rio Grande do
Sul (151,4MW) e São Paulo (124,1MW) os estados com maior potência instalada, como
mostra a figura 6 (ANEEL, 2019b). A principal fonte de geração distribuída no país é a solar
24

fotovoltaica, que corresponde a cerca de 84% dessa potência instalada e a maior parte das
conexões são referentes a consumidores residenciais (74,7%) (ANEEL, 2019a).

Figura 6. Potência Instalada por Estado (MW) de Geração Distribuída (ANEEL, 2019b)

2.5 ESTAÇÕES RADIO-BASE

As Estações Rádio Base (ERBs), também conhecidas como “Cell Site” e


popularmente chamadas de antenas, são um conjunto de equipamentos responsáveis
pela comunicação com os terminais móveis (celulares) (TELECO, 2019). De uma
maneira simplificada, quando uma chamada de celular é feita, é estabelecida a
comunicação com a ERB mais próxima, que encaminha a chamada para a Central de
Comutação e Controle (CCC) da operadora. De acordo com o destino da chamada,
ela é encaminhada para outra CCC, para rede fixa de telefonia ou para outra ERB que
faz a conexão com o telefone celular ao qual se destina a chamada (TELEBRASIL,
2019). A figura 7 ilustra o esquema de funcionamento:
25

Figura 7. Funcionamento de uma ligação de celular (TELEBRASIL,2019)

Existem basicamente dois tipos de ERBs: as Greenfield - instaladas em


terrenos, ou seja, no solo – e as Roof Top – instaladas em pavimentos de cobertura
em edifícios (TELECO, 2019). A figura 8 mostra a estrutura de uma ERB, que é
tipicamente composta por:

• Antenas – para enviar e receber sinais de rádio dentro da área de


cobertura (célula) da ERB;

• Torre ou estrutura de suporte – onde as antenas são montadas, que


pode ser um edifício, uma torre ou um mastro;

• Hardware – suporta as operações da estação e é armazenado em um


container;

• Link – de volta para a troca digital, que pode ser um cabo ou uma
conexão wireless (sem fio).

Figura 8. Estrutura típica de uma ERB (TELEBRASIL,2019)


26

O crescimento exponencial da quantidade de terminais móveis, assim como do


volume de tráfego de dados, gera a necessidade de expansão das ERBs no Brasil
(ANDREA SANTOS; RAMOS, 2018) e de distribuição ao longo de seu território, para
alcançar áreas mais remotas e permitir o acesso aos serviços de telecomunicações.
Conforme dados fornecidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL),
em dezembro de 2018, o Brasil registrou 229 milhões linhas móveis (ANATEL, 2019).
Além disso, de acordo com os dados mais atualizados disponíveis no site da
Associação Brasileira de Telecomunicações (ABT), no mesmo período, o país possuía
um total de 93.219 ERBs, sendo aproximadamente 36,6% delas localizadas nos
estados de São Paulo (23.507) e Rio de Janeiro (10.652) (TELEBRASIL, 2019).

Essas estruturas são responsáveis pela maior quantidade de energia elétrica


consumida pelas operadoras, conforme a figura 9, correspondendo à quase 60% da
energia total (SUAREZ; NUAYMI; BONNIN, 2012). Além disso, o setor de telefonia
móvel é um grande emissor de gases do efeito estufa, estima-se que a quantidade de
dióxido de carbono emitido aumentará mais que o dobro no período entre 2002 e 2020,
quando chegará em 349Mton, sendo 51% dessas emissões provenientes de redes
móveis, conforme a figura 10 (SUAREZ; NUAYMI; BONNIN, 2012). Portanto, as
operadoras são cada vez mais pressionadas para reduzir sua emissão (ANDREA
SANTOS; RAMOS, 2018) e as ERBs se apresentam como uma excelente
oportunidade para isso.

Figura 9. Consumo de Energia no Setor de Telecomunicações


(SUAREZ; NUAYMI; BONNIN, 2012)
27

Figura 10. Pegada de Carbono no Setor de Telecomunicações


(SUAREZ; NUAYMI; BONNIN, 2012)

Nesse sentido, foram desenvolvidos estudos para analisar a aplicação de


energias renováveis em ERBs, com objetivo de substituir ou complementar a fonte
atual de energia utilizada, sendo ela a rede ou um gerador diesel para localizações
isoladas da rede. Em (VILLAMARIM JÚNIOR, 2017) e (ANDREA SANTOS; RAMOS,
2018), são avaliados, respectivamente, um sistema híbrido fotovoltaico-eólico e um
sistema fotovoltaico para ERBs conectados à rede. A substituição do gerador a diesel
em ERBs isoladas da rede por fontes renováveis é estudada em (BADAWE; IQBAL;
MANN, 2012) e (PAUDEL et al., 2011), nos dois casos o sistema híbrido fotovoltaico-
eólico com baterias se mostra como a solução financeiramente mais atrativa. Já em
(BAJPAI; KISHORE, 2009), a solução com menor custo é obtida utilizando o gerador
diesel em conjunto com um sistema fotovoltaico e baterias para armazenamento de
energia.
28

3 HOMER

O HOMER (Hibryd Optmization for Eletric Renewables) é uma ferramenta


desenvolvida pelo National Renewable Energy Laboratory (NREL), baseada em séries
temporais de longo prazo, que pode ser utilizada para otimização tanto de sistemas
isolados quanto conectados à rede (RIBEIRO, 2009). Para realizar o estudo, o
HOMER deverá receber como variáveis de entrada as seguintes informações:

• Dados meteorológicos - temperatura, velocidade dos ventos, radiação solar,


entre outros, de acordo com o(s) tipo(s) de fonte(s) utilizadas;
• Perfil de carga - uma das informações mais importantes para simulação,
preferencialmente valores reais de consumo (quando disponível) ou previsões
de acordo com as características da carga/região à ser atendida;
• Características dos equipamentos –vida útil e a potência gerada de cada um
dos equipamentos;
• Dados econômicos - custos de operação e manutenção (O&M), custo de
substituição, taxa de juros, tempo de vida do projeto, entre outros;
• Espaço de estudo – determinação da quantidade de combinações possíveis
a serem simuladas e otimizadas, de acordo com a especificação de cada
componente utilizado, como, por exemplo, quantidade de equipamentos,
valores máximos e mínimos de potência;
• Dados técnicos - estratégia de despacho, definição qual deverá ser a fonte
prioritária do sistema, reserva de operação, entre outros. (BAHRAMARA;
MOGHADDAM; HAGHIFAM, 2016)

Existe também a possibilidade de utilizar dados sintéticos gerados pelo próprio


software. Ele apresenta a capacidade de gerar dados referentes à radiação solar
horária, assim como a geração de aerogeradores, a partir de um banco de dados de
modelos de turbinas e suas respectivas curvas de potência (RIBEIRO, 2009).
Para a otimização de custos do sistema, o HOMER faz uma projeção de fluxo
de caixa e calcula o custo do ciclo de vida (LCC-Life-Cycle Cost), também conhecido
como custo presente líquido (NPC-Net Present Cost). Esse indicador determina o
valor presente de todos os custos e receitas do fluxo de caixa projetado do sistema
29

durante seu ciclo de vida, corrigido por uma taxa de juros anual. Sua fórmula de
cálculo é dada pela equação 1 (COSTA, 2009).

𝐶𝑎𝑛 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (1)


𝑁𝑃𝐶 =
𝐶𝑅 (𝑖, 𝑁)

Onde:
Can = custo anualizado total do sistema (R$/ano)
i = taxa de juros anual (%)
N =ciclo de vida do sistema (anos)
CR= fator de recuperação de capital, que distribui o valor presente em
pagamentos anuais ao longo do ciclo de vida do sistema, dada pela
equação 2:

𝑖(1 + 𝑖)𝑁 (2)


𝐶𝑅 =
𝑖(1 + 𝑖)𝑁 − 1

Apesar de utilizar o NPC para classificar as opções mais viáveis


economicamente, o HOMER também calcula o Custo Nivelado de Energia (LCOE –
Levelized Cost of Energy), um indicador do custo médio por kWh da energia elétrica
útil gerada, que também pode ser utilizado para comparar os custos de diferentes
tecnologias de geração (COSTA, 2009), (BAHRAMARA; MOGHADDAM; HAGHIFAM,
2016). A equação 3 apresenta sua fórmula de cálculo.

𝐶𝑎𝑛 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝐶𝑏𝑜𝑖𝑙𝑒𝑟 𝐻𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 (3)


𝐶𝑂𝐸 =
𝐸𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎
30

Onde:
Can total = custo anualizado total do sistema (R$/ano)
Cboiler = custo marginal do boiler (R$/kWh)
Hservida = carga térmica total atendida (kWh/ano)
Eservida = carga elétrica total atendida (kWh/ano)

O programa atua em três etapas: simulação, otimização e análise de


sensibilidade, sendo que duas primeiras ocorrem simultaneamente. Para cada uma
das possibilidades dentro do espaço de estudo, o software realiza o cálculo do balanço
energético para as 8.760 horas do ano, com base na demanda e na potência do
sistema (COSTA, 2009). Se o sistema for viável, o HOMER estima o NPC tendo como
referência o custo de capital, substituição dos componentes, operação e manutenção
e os juros (RIBEIRO, 2009), (COSTA, 2009). Após fazer a simulação de todas
configurações possíveis para o sistema, o HOMER ordena as opções viáveis do
menor para o maior NPC (RIBEIRO, 2009).

Ao final, a viabilidade do sistema pode ser avaliada para variação de


parâmetros de entrada que influenciam os custos do sistema, tais como: preço da
energia, taxa de juros, radiação solar, velocidade dos ventos e etc. O software realiza
novamente a otimização para cada parâmetro a ser analisado (COSTA, 2009). A
figura 11 mostra como é feito o procedimento de otimização pelo HOMER:
31

Figura 11. Processo de Otimização no HOMER (adaptado de Bahramara et al. 2016)


32

4 SIMULAÇÃO

Neste capítulo encontram-se os dados utilizados para realizar as simulações e


suas respectivas fontes. São apresentadas as principais características da ERB, seu
perfil de carga e recursos do local, assim como informações sobre os principais
equipamentos, tarifa de energia, dados econômicos e variáveis de sensibilidade.

4.1 CARACTERÍSTICAS DA ERB

Como referência para este trabalho, foi utilizada a ERB estudada em(ANDREA
SANTOS; RAMOS, 2018). A ERB está localizada o bairro de Jardim Gramacho, em
Duque de Caxias, nas seguintes coordenadas geográficas: latitude 22° 45’41, 7” Sul,
longitude 43° 18’ 23” e 75m de altitude. Os principais critérios utilizados em (ANDREA
SANTOS; RAMOS, 2018) para a escolha da ERB foram:

• Ser instalada no solo, ou seja, do tipo Greenfield;


• Possuir pelo menos entre 50-60 m2 de área para instalação dos painéis
fotovoltaicos;
• O terreno ser murado e localizado em uma região com baixo índice de
vandalismos;
• Estar localizada em regiões não muito distantes da capital, para facilitar
a logística, além de operação e manutenção dos equipamentos;
• Preferencialmente localizada em região de maior radiação solar diária
possível

Neste trabalho foi considerada uma área total disponível para instalação dos
painéis e/ou aerogerador de 24,6 m² dividida em duas regiões, uma nos fundos e outra
na lateral direita do terreno. Essas áreas foram definidas de maneira que houvesse
um distanciamento mínimo de 70cm de muros e de outros obstáculos, permitindo a
passagem de uma pessoa. As dimensões são detalhadas na tabela 1 e localizações
indicadas na planta baixa da figura 12.
33

Tabela 1. Área Disponível para Instalação do Sistema (elaboração própria)

Dimensões
Área
Comprimento Largura
Referência Disponível
(m) (m)
(m²)
Área 1 7 2 14
Área 2 5,3 2 10,6
Total 24,6

Figura 12. Planta Baixa da ERB (ANDREA SANTOS; RAMOS, 2018)


34

4.2 PERFIL DE CARGA

A ERB funciona 24h todos os dias da semana, sendo o tráfego de dados e voz
diretamente relacionados ao consumo de energia. Como base para o estudo, foi
utilizado o consumo referente aos 12 meses de 2018, ano em que a ERB consumiu
12.896 kWh com uma média mensal de 1.075 kWh. A tabela 2 mostra o consumo
mensal, assim como a média diária por mês:

Tabela 2. Consumo Mensal de Energia ERB (ANDREA SANTOS; RAMOS, 2018)

Consumo Média
Mês
(kWh) Diária (kWh)
Jan 1.109 35,77
Fev 1.036 37,00
Mar 1.103 35,58
Abr 911 30,37
Mai 1.096 35,35
Jun 1.018 33,93
Jul 1.085 35,00
Ago 1.110 35,81
Set 1.084 36,13
Out 1.072 34,58
Nov 1.076 35,87
Dez 1.196 38,58
Total Ano 12.896 35,33

Para modelagem, o HOMER utiliza o perfil de carga diário. Na ausência de


dados mais precisos, provenientes de medições na unidade consumidora, foi utilizado
como referência o perfil de carga da ERB estudada em (VILLAMARIM JÚNIOR, 2017)
para distribuir proporcionalmente a média de consumo mensal dessa ERB analisada
ao longo dos dias dos respectivos meses, mantendo assim o efeito de sazonalidade
da carga. A figura 13 mostra o perfil obtido.
35

Figura 13. Perfil de Carga Diário ERB (HOMER,2019)

Os picos de utilização dos serviços de voz e dados ocorrem entre 07:00 e 08:00
na parte da manhã, entre 11:00 e 12:00 no meio do dia e de 19:00 às 21:00 no período
da noite fazendo com que a demanda de pico do sistema varie entre 1,48 kW em abril
e 1,88 kW em dezembro.

4.3 DADOS METEOROLÓGICOS

Para fazer a avaliação do recurso solar foram utilizadas a ferramenta SunData


do CRESESB para as médias diárias de irradiação mensal e a base próprio software
para o índice de claridade, que tem como referência dados de meteorologia e energia
solar da NASA de acordo com as coordenadas geográficas. A figura 14 mostra a
média mensal de radiação e o índice de clareza para o local, que tem uma média
diária anual de 4,69 kWh/m2.
36

Figura 14. Radiação e Índice de Claridade Mensal (HOMER,2019), (CRESESB,2019)

Os valores médios sazonais de velocidade do vento foram obtidos no site do


CRESESB através da busca por coordenada. A figura 15 mostra a média mensal de
velocidade do vento a 50m de altura na região, que tem como média anual 3,32 m/s.

Figura 15. Velocidade dos Ventos (HOMER,2019), (CRESESB,2019)

4.4 EQUIPAMENTOS

4.4.1 PAINEL FOTOVOLTAICO

O principal critério utilizado para a escolha do modelo de painel fotovoltaico a


ser utilizado na simulação foi a maior potência instalada de acordo com a área
disponível. Foram levantadas as dimensões de seis modelos de diferentes fabricantes
a partir de 260Wp (NEOSOLAR, 2019) e montada a tabela 3.
37

Tabela 3. Modelos de Painéis Analisados (elaboração própria)

Potência
Comprimento Largura Qtdade Potência
Placa Fabricante
(m) (m) Máx Máx (W)
(W)
275 1,694 0,992 14 3.850 Sinosola
270 1,650 0,992 14 3.780 Canadian
260 1,638 0,982 14 3.640 Canadian
325 1,956 0,990 10 3.250 GCL
320 1,960 0,990 10 3.200 Yingli

O painel escolhido foi o da fabricante Sinosola, modelo SA275-60P de 275 Wp,


que possui 3,85 kWp de potência máxima na área disponível. É importante ressaltar
que, no cenário onde é considerada a operação conjunta do aerogerador com os
painéis, a área disponível reduz para 17,9 m², fazendo com que a potência máxima
reduza para 2,75kWp. As especificações técnicas desse modelo são mostradas na
tabela 4.

Tabela 4. Especificações SA275-60P (NEOSOLAR,2019)

Dimensões (1640 x 992 x 35) mm


Máxima Potência 275W
Tolerância ± 3%
Eficiência do Painel 0,169
Coeficiente de Temperatura da Potência -0,423%/°C
Temperatura Nominal de Operação de Célula 45 ± 2°C

As especificações de potência, eficiência, coeficiente de temperatura da


potência e temperatura nominal foram adaptadas na simulação utilizando a opção de
inserir um painel fotovoltaico genérico no HOMER.

4.4.2 AEROGERADOR

Para escolher o modelo do aerogerador a ser utilizado na simulação, foi


solicitado um orçamento com empresas de mercado. A tabela 5 apresenta o
orçamento recebido da Eletrovento para três modelos diferentes:
38

Tabela 5. Modelos de Aerogeradores Analisados (elaboração própria)

Modelo ELV-H2.7 ELV-H3.1 ELV-H3.8


Potência Nominal 500 W 1kW 2kW
Altura da torre (m) 6 8 10
Preço (R$) 20.300 41.800 49.500

O modelo escolhido foi o ELV – H3.8, por ter a menor relação de custo/potência
(R$24.750/kW). Estão incluídos no preço orçado os custos referentes ao sistema
aerogerador, torre estaiada e a eletrônica necessária para o funcionamento. Na tabela
6 encontram-se as especificações técnicas e na figura 16 a curva de potência do
modelo. Essas características foram adaptadas na simulação utilizando a opção de
inserir um aerogerador genérico no HOMER.

Tabela 6. Especificações ELV-H3.8 (ELETROVENTO,2019)

Potência Nominal 2 kW
Potência Máxima 3,2 kW
Número de Pás 3
Material das Pás Fibra de Vidro Reforçado
Diâmetro das Pás 3,8 m
Altura da torre 10 m
Velocidade do Vento de Partida 3 m/s
Velocidade Nominal do Vento 9 m/s
Faixa de Velocidade de Operação 3-25 m/s
Rotação Nominal das Pás 450 RPM
Coeficiente de Performance (Cp) 0,45
Eficiência do Gerador > 80%
Peso no Topo da Torre 85,0 Kg
39

Figura 16. Curva de Potência ELV-H3.8 (ELETROVENTO,2019)

4.4.3 INVERSOR

O inversor é dimensionado de acordo com a potência instalada em cada


cenário estudado. Como referência foram usados modelos de mercado encontrados
no site da Neosolar, conforme a tabela 7, sendo substituídos após 15 anos de vida
útil.

Tabela 7. Modelos de inversores (NEOSOLAR,2019)

Potência Preço
Fabricante R$/ W
(W) (R$)
1.300 6.290 SMA 4,84
1.600 6.890 SMA 4,31
2.100 5.390 SMA 2,57
2.500 6.990 SMA 2,80
3.000 8.690 Fronius 2,90
3.300 7.990 SMA 2,42
3.600 11.890 SMA 3,30
4.000 9.590 Fronius 2,40
5.000 13.490 SMA 2,70
7.000 14.390 SMA 2,06
40

4.5 DADOS ECONÔMICOS

Em análise econômica de projetos, os principais indicadores utilizados para


nortear a decisão de investimento são: Taxa Mínima de Atratividade (TMA), Valor
Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). A TMA é um indicador que
expressa a rentabilidade mínima que o investidor espera receber com o projeto e leva
em consideração o custo de oportunidade, risco e liquidez. Essa taxa é utilizada para
o cálculo do VPL como taxa de desconto para projetar de fluxos de caixa futuros, com
o objetivo de calcular o valor deles no presente. A taxa de desconto para qual o VPL
é nulo, ou seja, se iguala valor das saídas com o das entradas de um projeto, é a
chamada TIR. Para o projeto ser financeiramente viável, é necessário que o seu VPL
seja positivo e que a sua TIR seja superior a TMA. Esses indicadores também são
utilizados para comparar projetos entre si.

4.5.1 TEMPO DE VIDA DO PROJETO

Neste trabalho foi utilizado como referência para o tempo de vida do projeto a
vida útil do painel fotovoltaico declarada pelo fabricante (25 anos), considerando a
substituição de equipamentos com vida útil inferior.

4.5.2 TAXA LÍQUIDA DE DESCONTO

A taxa líquida de desconto é calculada pela diferença entre a taxa de desconto


do projeto (TMA) e a inflação esperada no período. Como não existe uma fórmula
exata para o cálculo da TMA, o principal fator levado em consideração para
determinação da taxa de desconto do projeto em questão foi o custo de oportunidade.

Atualmente, os investimentos mais seguros do mercado brasileiro são a


caderneta de poupança e a SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia),
que é a taxa básica de juros utilizada pelo Banco Central (BC) para controle da
inflação, que influencia diretamente todas as taxas de juros do país (BANCO
CENTRAL, 2019) . Como a análise desse projeto é voltada para uma empresa, optou-
se por usar a SELIC como TMA, apesar de ainda ser considerado conservador para
41

o mercado, a utilização de energias renováveis proporciona outros benefícios não


financeiros, que serão discutidos mais à frente.

O valor de SELIC depende da política monetária vigente no país e considerado


o horizonte desse projeto, não seria apropriado utilizar diretamente o valor atual de
6,5%. Desde 2008, a SELIC variou entre um mínimo de 6,4% (2019) e um máximo de
14,15% (2015/16), por isso, o valor utilizado como referência neste trabalho foi a taxa
média dos últimos 10 anos - 10,42% (BANCO CENTRAL, 2019).

A meta de inflação para 2019 do banco central está em 4,25% com uma
tolerância de 1,5 p.p para mais ou para menos. Como foi utilizado um valor histórico
para a SELIC, o mesmo critério foi utilizado para a inflação, que no mesmo período
teve uma média anual de 5,86%, um valor 0,11 p.p acima da tolerância máxima atual.
Portanto, a taxa líquida de desconto desse projeto é de 4,56%.

4.5.3 TARIFA DE ENERGIA

Durante a elaboração desse estudo, não foi possível ter aceso a uma conta de
luz da unidade consumidora, apenas aos dados de consumo. Portanto, foi
considerada a tarifa de uma distribuidora do estado do Rio de Janeiro para classe
residencial com consumo acima de 450kWh, que em maio de 2019 era
R$0,96328/kWh já incluindo PIS, COFINS e ICMS de 30% (LIGHT, 2019). É
importante ressaltar que o HOMER considera a energia excedente vendida para a
concessionária com a mesma tarifa de compra.

4.5.4 INVESTIMENTO INICIAL

O investimento inicial depende do cenário de configuração do sistema: híbrido,


fotovoltaico ou eólico. Esse estudo considera que a empresa de telecomunicações
teria recursos suficientes para investir no projeto sem necessidade de nenhum tipo de
financiamento.

Para calcular o investimento inicial do sistema eólico, além do custo do


aerogerador, torre e eletrônica, obtidos no orçamento da empresa Eletrovento, foi
estimado um adicional de 20% do preço cotado referente ao frete e instalação dos
42

equipamentos. Esta informação foi obtida a partir de entrevista com instaladores


locais.

O preço do sistema fotovoltaico (painéis, inversor, instalação, etc) foi estimado


com base em um estudo do Instituto IDEAL (Instituto para Desenvolvimento de
Energias Alternativas na América Latina), onde o preço médio para sistemas de até
5kWp obtido foi de R$7,51/kWp (INSTITUTO IDEAL, 2017). O investimento do
sistema híbrido é composto pela soma dos investimentos individuais, considerando
uma potência fotovoltaica instala de 2,75kWp. A tabela 8 mostra o investimento inicial
em de cada configuração:

Tabela 8. Investimento Inicial para Cada Configuração (elaboração própria)

Configuração do Sistema Investimento Inicial


Eólico (2 kW) R$59.400,00
Fotovoltaico (3,8 kWp) R$28.538,00
Híbrido (2,75 kWp + 2kW) R$80.052,50

4.6 MODELAGEM DO SISTEMA

Em todos os cenários analisados, o aerogerador e sistema fotovoltaico foram


conectados em um barramento DC e conectados a carga através do inversor
conforme a figura 17.

Figura 17. Modelagem do Sistema (elaboração própria)


43

4.7 SENSIBILIDADE

Com o objetivo de avaliar o impacto da variação de fatores econômicos e/ou


relacionados à disponibilidade de recursos na viabilidade do sistema, os seguintes
parâmetros foram usados como variáveis de sensibilidade:

• Taxa de desconto (TMA) – A taxa foi variada entre 6-20%, intervalo que
compreende um retorno mínimo referente a poupança e retornos mais
atrativos para investimentos.

• Tarifa de energia - Foram levantadas no site da ANEEL as tarifas


homologadas em todas as distribuidoras do país no ano de 2018
(ANEEL, 2019c), os respectivos ICMS de seus estados e os tributos
federais PIS e COFINS (EDP, 2019). O intervalo varia entre a tarifa
mínima de R$0,49 (COOPERA-SC) e a máxima de R$1,51 (CERAL
Araruama–RJ). As tarifas finais foram calculadas conforme a equação 4:

𝑇𝐸 + 𝑇𝑈𝑆𝐷 (4)
𝑇𝐹 =
1 − 𝑃𝐼𝑆 − 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 − 𝐼𝐶𝑀𝑆

Onde:

TF= tarifa final de energia

TE = tarifa elétrica convencional

TUSD = tarifa do uso do sistema de distribuição

• Irradiação solar – A variação foi realizada entre o valor mínimo


(4,25kW/m2/dia) e máximo de irradiação no território brasileiro
(6,50kW/m2/dia) (INPE, 2017).

• Velocidade dos ventos – Da mesma forma que a irradiação, a


sensibilidade foi feita para o valor mínimo de 3,32m/s e máximo de
7,5m/s.
44

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo apresenta os resultados obtidos para o caso de estudo (ERB de


Duque de Caxias) e a análise de sensibilidade com a variação da tarifa, TMA,
velocidade do vento e irradiação solar. Ao final, é feita uma estimativa do potencial de
aplicação de energias renováveis em grande escala no setor de telecomunicações.

5.1. ESTUDO DE CASO

Para a ERB localizada em Duque de Caxias, a configuração mais vantajosa


financeiramente consiste em um sistema fotovoltaico de 3,85kWp operando em
conjunto com a rede para atender a demanda da carga. Dentre os cenários analisados
neste estudo, esse é o único caso onde o VP é positivo (R$31.993,00) e a TIR (14,0%)
maior do que a TMA. Este cenário obteve como resultado um NPC de R$155.859,00,
COE de R$0,757 e payback simples de aproximadamente 1/4 do tempo de vida do
projeto, apresentando uma fração de 35,3% de energia renovável (FR) e uma redução
de 2.582 kg anuais na emissão de CO2 em relação ao sistema original, que usa
apenas a rede como fonte de energia e é o segundo melhor cenário.

Os cenários que utilizam o sistema híbrido e o sistema eólico possuem NPCs


e COEs superiores ao do sistema original, portanto, não são viáveis do ponto de vista
financeiro. A solução híbrida ainda é mais vantajosa que a do sistema eólico,
possuindo um NPC de R$238.060,00 – R$50.208,00 maior do que o sistema original,
porém R$26.650,00 menor que o do sistema eólico. Um dos principais motivos desse
resultado se deve ao custo do aerogerador ainda ser elevado para empreendimentos
eólicos de pequeno porte, chegando a ser o triplo do custo do sistema fotovoltaico por
kW instalado no caso analisado (R$29.700/kW contra R$7.510,00/kW), inviabilizando
a utilização dessa fonte de energia.

A tabela 9 mostra um resumo dos resultados mais vantajosos para cada


configuração do sistema classificados de acordo com o menor NPC, incluindo seus
indicadores financeiros, fração de energia renovável (FR) e emissão anual de CO2.
45

Tabela 9. Resumo dos resultados (elaboração própria)


PB PB
PV Eólica Inversor NPC COE TIR FR CO2
Rank VP (R$) Simples Descont.
(kW) (kW) (kW) (R$) (R$) (%) (%) (kg)
(anos) (anos)
1 3,85 0 3,3 155.859 31.993 0,757 14,0% 6,32 7,54 35,3% 5,568
2 0 0 0 187.852 - 0,963 - - - 0,0% 8,150
3 2,75 2 2,1 238.060 -50.208 1,200 - - - 33,7% 4,989
4 0 2 1,3 264.510 -76.659 1,360 - - - 7,7% 6,625

No cenário mais vantajoso o sistema fotovoltaico produz uma média de 474


kWh por mês, com um pico de 539 kWh em janeiro e um mínimo de 407 kWh em julho
conforme a figura 18. Pode-se observar que a maior parte da energia consumida ainda
é proveniente da rede, isso mostra que ainda seriam necessários mais painéis para
atender toda a demanda energética da ERB, no entanto, não é possível nesse caso
devido à restrição de espaço no local. A figura 19 mostra o consumo mensal por fonte
e a energia excedente vendida para a concessionária, que em média é de 66,8 kWh
por mês e totaliza 802 kWh por ano, o que representa 14% da energia total produzida
pelo sistema anualmente.

Figura 18. Produção Mensal de Energia em kWh (elaboração própria)


46

Figura 19. Consumo Mensal por Fonte e Energia Excedente (elaboração própria)

5.2. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Inicialmente é verificada a viabilidade da utilização de sistemas híbridos do


caso de estudo da ERB de Duque de Caxias para a variação da tarifa de energia e da
TMA. Através da figura 20 é possível observar que para a tarifa atual da Light
(R$0,963) o sistema fotovoltaico continua sendo a opção mais viável para qualquer
TMA do intervalo analisado. No entanto, com uma tarifa de entre R$0,49-0,93, existe
uma região onde é mais vantajoso utilizar apenas a rede caso a TMA seja superior a
9,7%.

Figura 20. Variação da TMA vs Tarifa de Energia (elaboração própria)


47

Com o objetivo de tornar o estudo mais abrangente, a análise de sensibilidade


foi feita para a variação da irradiação solar e da velocidade dos ventos, considerando
a tarifa média das concessionárias/permissionárias de 2018 (R$0,83) e a TMA de
10,42%. Foram levantados na base de dados HOMER os recursos solar e eólico das
capitais dos estados brasileiros, conforme a tabela 10, para identificar em quais
regiões do gráfico elas se encontrariam.

Tabela 10.Recursos Solar e Eólico das Capitais Brasileiras (HOMER,2019)

Velocidade Média Irradiação Solar


Cidade
do Vento (m/s) Média (kWh/m²/dia)
Aracaju 4,49 5,25
Belém 2,59 5,05
Belo Horizonte 3,36 5,16
Boa Vista 2,16 5,00
Brasília 4,51 5,34
Campo Grande 4,71 5,10
Cuiabá 6,23 5,06
Curitiba 3,65 4,31
Florianópolis 5,04 4,04
Fortaleza 5,84 5,94
Goiás 4,00 5,27
João Pessoa 5,01 5,33
Macapá 2,97 4,90
Maceió 5,66 5,23
Manaus 1,63 4,63
Natal 5,50 5,58
Palmas 2,01 5,22
Porto Alegre 3,62 4,42
Porto Velho 1,99 4,75
Recife 5,26 5,89
Rio Branco 2,09 4,76
Rio de Janeiro 4,40 4,49
Salvador 4,55 4,91
São Luís 3,27 4,86
São Paulo 3,99 4,64
Vitória 4,49 4,52
48

Considerando o custo atual do sistema eólico, a velocidade mínima do vento


para tornar vantajosa a utilização do sistema híbrido seria de 7,4 m/s, um valor
encontrado em pouquíssimas regiões do país (TELEBRASIL, 2019). Portanto, foram
analisados dois cenários para otimização do sistema de acordo com os recursos de
irradiação e velocidade dos ventos: o primeiro com a redução de 30% do custo do
sistema eólico (figura 21) e o outro com uma redução de 50% (figura 22). Essa análise
considera que uma ERB genérica teria espaço físico disponível para instalação de um
aerogerador de 2kW e/ou painéis fotovoltaicos somando 3,85kWp de potência.

Ao verificar a velocidade máxima dos ventos nas capitais brasileiras, pode-se


observar que mesmo para uma redução de 30% no valor do sistema eólico, o sistema
fotovoltaico continua sendo o mais viável em todas as cidades, inclusive Florianópolis,
capital com menor recurso solar (4,26kWh/m²/dia). Seria necessária uma redução
próxima de 50% para que o sistema híbrido seja atrativo em cidades como Cuiabá,
por exemplo, capital que possui o maior recurso eólico do país (6,23 m/s).

Figura 21. Otimização do Sistema para Variação dos Recursos Solar e Fotovoltaico com
redução de 30% do custo do sistema eólico (elaboração própria)
49

Figura 22. Otimização do Sistema para Variação dos Recursos Solar e Fotovoltaico com
redução de 50% do custo do sistema eólico (elaboração própria)

5.3. ANÁLISE POTENCIAL

Com o objetivo de estimar uma ordem de grandeza do potencial de economia


da aplicação de sistemas híbridos em grande escala em ERBs nas empresas de
telecomunicações, foi montada a tabela 11. O potencial de economia (valor presente)
de cada ERB é estimado considerando a radiação média das capitais brasileiras (4,98
kWh/m²/dia), as quantidades proporcionais de acordo com o total que ERBs (22.934)
que a empresa TIM possui no Brasil (TELEBRASIL, 2019), a tarifa média brasileira
(R$0,83) e uma TMA de 10,42%. Para o valor de radiação média das capitais do país,
o sistema fotovoltaico seria o mais adequado.

Ao analisar tabela 11 é possível observar que, para a aplicação de um sistema


fotovoltaico de 3,85kWp em apenas 5% das ERBs, seria necessário um investimento
de R$33,155M que resultaria em uma economia de R$29,547M e redução de 74.019
toneladas na emissão de CO2 ao longo dos 25 anos de vida do projeto. Essa economia
e redução de emissões podem ser ainda maiores se a tarifa ou a irradiação solar forem
acima dos valores usados como referência. É importante ressaltar que a quantidade
de ERBs que a TIM possui representa aproximadamente 24,6% da ERBs do Brasil,
50

isso evidencia o potencial que o país tem de reduzir a emissão de CO 2 no setor de


telecomunicações e ao mesmo tempo ser um investimento atrativo financeiramente.

Tabela 11. Potencial de Economia e Redução de Emissões (elaboração própria)


Investimento VP Redução
(%) Quantidade
(MR$) (MR$) CO2 (ton)
5% 1.147 33,155 29,547 74.019
10% 2.293 66,309 59,094 148.039
15% 3.440 99,464 88,641 222.058
20% 4.587 132,618 118,188 296.078
25% 5.734 165,773 147,735 370.097
30% 6.880 198,927 177,282 444.117
35% 8.027 232,082 206,829 518.136
40% 9.174 265,236 236,376 592.156
45% 10.320 298,391 265,923 666.175
50% 11.467 331,545 295,470 740.195
55% 12.614 364,700 325,017 814.214
60% 13.760 397,854 354,564 888.234
65% 14.907 431,009 384,111 962.253
70% 16.054 464,164 413,658 1.036.273
75% 17.201 497,318 443,205 1.110.292
80% 18.347 530,473 472,752 1.184.312
85% 19.494 563,627 502,299 1.258.331
90% 20.641 596,782 531,846 1.332.351
95% 21.787 629,936 561,393 1.406.370
100% 22.934 663,091 590,940 1.480.390

Neste capítulo foram analisados os resultados financeiros para aplicação de


um sistema híbrido na ERB de Duque de Caxias e outras configurações possíveis com
o uso das fontes renováveis separadamente. Além disso, foi avaliada a viabilidade do
sistema para variação de parâmetros financeiros e as configurações financeiramente
mais atrativas para o sistema com a variação de recursos meteorológicos à uma tarifa
média. Por fim, foi realizada uma estimativa do potencial financeiro da aplicação de
sistemas fotovoltaicos e em grande escala, proporcionalmente à quantidade de ERBs
da empresa TIM. As conclusões obtidas com esses resultados serão discutidas no
próximo capítulo.
51

6 CONCLUSÃO

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a aplicação de energias


renováveis no setor de telecomunicações para atender a demanda de ERBs,
utilizando como referência o caso de uma ERB localizada no município de Duque de
Caxias (RJ). O software HOMER foi utilizado para fazer a otimização do sistema de
acordo com as restrições em cada configuração (fotovoltaico, eólico e híbrido),
analisar a viabilidade econômica e a sensibilidade do sistema com a variação de
parâmetros financeiros e meteorológicos.

Como resultado para a ERB estudada, o sistema fotovoltaico conectado à rede


se apresentou financeiramente mais atrativo do que a utilização apenas da rede para
atender a demanda dessa ERB, apresentando uma economia de R$31.993,00 com
os custos de energia, R$0,757 de COE, TIR de 14% e payback descontado de 7,54
anos, um resultado satisfatório considerando o tempo de vida do projeto de 25 anos e
a TMA utilizada (10,42%). Neste caso, o sistema possui uma fração renovável de
35,3%, injeta 802 kWh por ano na rede e proporciona uma redução anual de 2,5
toneladas na emissão de CO2. Essa foi a única configuração financeiramente
vantajosa com aplicação de energias renováveis para a ERB, sendo a utilização da
rede a segunda melhor opção (COE R$0,963), seguido pelo sistema híbrido (COE
R$1,200) e, por último, o sistema eólico (COE R$1,360). O sistema fotovoltaico
continua sendo o mais viável para todas as TMAs analisadas e tarifas superiores a
R$0,93, podendo ser mais vantajoso utilizar apenas a rede caso a tarifa seja inferior
a esse valor e a TMA seja acima de 9,7%.

Quando analisada a viabilidade da utilização de fontes renováveis para


variações dos recursos solar e eólico considerando a tarifa de energia média do Brasil
em 2018, verificou-se que o sistema fotovoltaico é o mais viável em todas as capitais
brasileiras e, mesmo com uma redução agressiva de custos do sistema eólico (50%),
o sistema híbrido só seria financeiramente viável em cidades com velocidade média
dos ventos acima de 5,83 m/s dependendo do recurso solar disponível. Isso mostra
que explorar o potencial solar brasileiro também é financeiramente vantajoso, mesmo
para sistemas de pequeno porte, e a redução do custo dos componentes nos últimos
52

anos associados às políticas de isenção de impostos sobre a energia injetada na rede


influenciam nesse resultado.

Por outro lado, o investimento em sistemas eólicos de pequeno porte ainda é


elevado, chegando a ser o triplo do sistema fotovoltaico por kW instalado neste estudo,
o que inviabiliza a utilização de sistemas híbridos na maioria dos casos avaliados. É
importante ressaltar que mesmo os casos em que a utilização do sistema híbrido ou
apenas do aerogerador seja financeiramente mais atrativa, é necessário levar em
consideração as restrições da utilização de aerogeradores em áreas urbanas devido
a questões de poluição sonora, visual, além do distanciamento mínimo de edifícios,
entre outros. Uma alternativa para amenizar esses problemas seria a utilização de
turbinas de eixo vertical, que reduzem a poluição sonora e requerem um
distanciamento menor.

O potencial de economia e redução de emissões de CO 2 da aplicação de


sistemas fotovoltaicos em grande escala para ERBs também foram avaliados neste
estudo. Foi possível estimar a ordem de grandeza do investimento inicial necessário
para as ERBs de uma das principais empresas de telecomunicações do país (TIM).
Nesse estudo foi considerado que a empresa teria recursos para investir no sistema
sem necessidade de financiamentos, no entanto, para aplicação em grande escala ele
poderia ser financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social), que chega a financiar até 100% do investimento com prazo de 120 meses
para pagamento, carência de dois anos e juros a TLP (Taxa de Longo Prazo) ou
SELIC (BNDES, 2019). O potencial de redução da emissão de CO2 é significativo,
podendo chegar a reduzir mais de um milhão de toneladas ao final do período dos
projetos. A potencial economia é próximo do investimento inicial e pode se utilizado
para reinvestir em um novo ciclo de projetos, caso seja desejado pela empresa.

Dessa forma, pode-se concluir que, além de contribuir para o desenvolvimento


sustentável, a utilização de fontes renováveis na forma de sistemas fotovoltaicos em
ERBs também é financeiramente atrativa e possui um grande potencial de economia
quando aplicada em grande escala. No entanto, é necessário que haja uma redução
nos custos relacionados ao aerogerador para que a aplicação de sistemas híbridos ou
eólicos também sejam vantajosas em empreendimentos de pequeno porte. Pode ser
analisada, como proposta futura, a viabilidade de aquisição ou aluguel de terrenos em
53

estados onde se concentram a maior parte das ERBs do país - como São Paulo ou
Rio de Janeiro – para implementar um sistema híbrido, fotovoltaico ou eólico de maior
porte e compensar o consumo das ERBs do estado. Outra proposta seria analisar o
custo de compra de energia no mercado livre através de contratos que garantam a
exclusividade da origem de fonte renovável, o que facilitaria a operacionalização de
soluções para redução das emissões de carbono no setor de telecomunicações.
54

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