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PORTUGUESA
RESUMO
Este artigo mostra aspectos relevantes no que concerne ao que rezam os PCN em
termos de ensino de língua portuguesa no ensino fundamental de 3° e 4° ciclos e à
abordagem da Linguística Textual em busca de uma nova perspectiva de trabalho com
Gêneros do Discurso. A pesquisa concluiu que o ensino de Língua Portuguesa hoje no
Brasil, a despeito do que rezam os PCN, ainda investe no conhecimento da descrição da
língua ao invés de investir no aumento das possibilidades de uso adequado desta. O
equívoco está justamente na ideia até hoje cristalizada de que o conhecimento
gramatical pode melhor garantir o desempenho linguístico dos alunos. A experiência
brasileira tem mostrado, há muito tempo, que o conhecimento gramatical não é uma via
ensimesmada para que os alunos possam ler criticamente e escrever exitosamente.
ABSTRACT
This article shows relevant aspects regarding to nail the PCN in terms of
Portuguese language teaching in elementary 3rd and 4th cycles and the linguistics and
the textual approach in search of a new perspective on working with the speech genres
aspects. The research concluded that the teaching of Portuguese language in Brazil
today, despite what nail PCNs, still invests in knowledge of the description of the
language rather than invest in expanding the opportunities of its suitable use. The
misconception is exactly on the crystallized idea that grammar knowledge can better
ensure the linguistic performance of students. The Brazilian experience has shown long
ago that grammatical knowledge is not a self-absorbed way for students to read
critically and write successfully.
Nesse sentido, Geraldi (2002), Ilari (2001), Pécora (1996) e Serafini (1997)
defendem o emprego de temas e assuntos sobre os quais os alunos tenham experiência,
dentro de sua realidade e de sua capacidade, para um desempenho satisfatório na
produção da escrita. Todos esses estudiosos consideram de pouca utilidade para o
desenvolvimento da capacidade de redigir textos o ensino sistemático de Gramática.
Segundo eles, não se pode obter êxito trabalhando com a Língua Portuguesa sem
atividades concretas de escrita. O texto, portanto, é visto como unidade básica de
linguagem verbal histórica, social e cultural. Para tanto, é necessário o contato do aluno
com diversos tipos e gêneros para aquisição de capacidade criadora. Aliado a isso, é
necessário desenvolver a atitude e a habilidade de pesquisa, incentivando a participação
ativa e estabelecendo proficuamente a relação professor-aluno. Assim, evita-se que o
aluno seja submetido a exaustivos e repetitivos exercícios que o deixam impaciente,
desinteressado e limitado em sua expressão linguística escrita.
Em síntese, pode-se dizer que a língua materna escrita é colocada diante dos
discentes, em termos de aquisição, de forma semelhante à de uma segunda língua. Os
alunos que estão indo à escola com domínio da gramática da língua falada conseguem
se comunicar sem grandes problemas no convívio familiar. Entretanto, quando são
colocados perante atividades de produção escrita, apresentam dificuldades não
respeitadas, isto é, por suas dificuldades de comunicação através da escrita, são
penalizados. Logo, é preciso que a Escola trabalhe a Produção de Texto a partir de
elementos concretos e contextualizados que façam parte da vida cotidiana do aluno,
sociocognitivamente, assim como é mister que haja um espaço aberto à criatividade do
indivíduo, pois a expressão de ideias exige critérios que respeitem a necessidade de um
processo gradativo, sistemático e interacionista.
PAPEL DA LINGUÍSTICA TEXTUAL NO ENSINO DA LÍNGUA
PORTUGUESA
Diante do que foi dito até aqui, sabemos que o ensino da Produção Escrita para
os professores de Língua Portuguesa representa um grave problema e uma série de
dificuldades. Busca-se constantemente uma forma de obter um melhor rendimento no
trabalho com Redação e uma estratégia didático-pedagógica consciente que favoreça
uma produção de textos coerentes, organizados, harmoniosos, claros, coesos e precisos.
O papel do professor consiste, então, em desenvolver vários propósitos, estimulando a
participação do aluno através da leitura, do senso crítico e da capacidade de melhorar
seu desempenho redacional. Para Serafini (1997) os alunos são mais críticos que
produtores de texto.. Trata-se da necessidade de abordagem da escrita como processo,
fruto de um trabalho de reflexão sobre a linguagem e conhecimento sobre a constituição
e funcionamento da língua. O que se deve efetivar é um ensino produtivo para aquisição
de novas habilidades linguísticas e para desenvolvimento do prazer e da competência de
escrever. Para Pécora (1996), os maiores problemas na Produção Textual dizem respeito
à acentuação, pontuação, ortografia, léxico, coesão, redundância e coerência. Segundo
ele, os problemas de Redação vão desde as dificuldades de constituição de processos
verbais mínimos até as de constituição de argumentos,
Para redigir, o aluno precisa compreender as partes que formam um todo. Por
isso, não existem temas preferenciais, pois a vida é constituída de aspectos políticos,
sociais, econômicos, espirituais, materiais, naturais, artísticos etc. Esses elementos
interagem e se torna impossível a existência de um sem os demais. A partir do momento
em que os alunos percebam essa relação dialética das coisas, tornar-se-á mais fácil
redigir sem preocupação prévia com temas, visto que nenhum deles é completamente
novo e estranho, pois, de uma maneira ou de outra, um suposto novo tema trará aspectos
de vida não tão novos. Urge eliminar a dicotomia teoria-prática, a partir do
estabelecimento de uma relação dialética entre esses elementos, desenvolvendo a atitude
e a habilidade de pesquisa, incentivando a participação ativa e melhorando a
comunicação professor-aluno.
Quando os alunos são colocados perante atividades de produção escrita,
apresentam dificuldades, isto é, não conseguem se comunicar adequadamente através da
escrita, sendo assim penalizados e reprimidos por fazerem uso de uma linguagem que
difere daquela que a escola exige que eles dominem. Seu processo de elaboração parece
ser o da associação livre, as ideias são lançadas no papel sem a preocupação de
estabelecer qualquer correlação entre elas. Falta uma rede que as articule, uma
hierarquia que as organize. Diante disso, lembramos as palavras e os questionamentos
de Costa Val (1993, p. 35):
REFERÊNCIAS