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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Fatores que afetam a determinação do módulo de cisalhamento


máximo em ensaios sísmicos down-hole com o piezocone
Osvaldo Paiva Magalhães Vitali
USP – Escola de Engenharia de São Carlos, São Carlos, Brasil, osvaldopmvitali@hotmail.com

Rubens Antonio Amaral Pedrini


Unesp – Faculdade de Engenharia, Bauru, Brasil, rubens_pedrini@yahoo.com.br

Heraldo Luiz Giacheti


Unesp – Faculdade de Engenharia, Bauru, Brasil, giacheti@feb.unesp.br

RESUMO: Quando ocorrem solicitações dinâmicas nos solos, como as produzidas por fundações
de máquinas vibratórias e plataformas off-shore, torna-se indispensável a determinação do módulo
de cisalhamento máximo (Go). A velocidade de propagação das ondas cisalhantes (Vs) possibilita o
cálculo de Go pela Teoria da Elasticidade, que pode ser feita tanto no campo como no laboratório.
A geração e interpretação dos registros sísmicos em ensaios down-hole não são simples e diretas e
depende dos equipamentos e do método de interpretação empregado. Neste artigo serão descritos os
equipamentos e os procedimentos para realização do ensaio sísmico down-hole para garantir a
qualidade dos valores de Go determinados em campanhas de ensaios realizadas nos campos
experimentais da USP-São Carlos e Unesp-Bauru. Donde se conclui que tanto o método Cross Over
como o Cross Correlation são aplicáveis, sendo que o método preferível dependerá da frequência
de aquisição utilizada no ensaio. Também serão comparadas as ondas geradas a partir de diferentes
fontes sísmicas.

PALAVRAS-CHAVE: investigação do subsolo, ensaios de campo, SCPT, down-hole,


equipamentos, interpretação.

1 INTRODUÇÃO execução e interpretação de um ensaio sísmico


down-hole.
O ensaio sísmico down-hole tem sido bastante A determinação precisa de Vs é fundamental
empregado com a incorporação de transdutores para uma avaliação confiável de Go, uma vez
sísmicos ao piezocone, denominado de que a velocidade é elevada ao quadrado para o
piezocone sísmico. Esse ensaio consiste em cálculo deste parâmetro. Rodrigues et al, (?),
cravar o cone continuamente no terreno, como é destaca que um erro na determinação de Vs
feito em um ensaio de piezocone convenvional, resulta em um erro duas vezes maior no valor
e quando da manobra para incorporação de uma do módulo de distorção máximo, apresentando
nova haste, realiza-se o ensaio sísmico down- as equações abaixo:
hole. As ondas S são geradas na superfície ∆Go ∆Vs ∆Go ∆ρ
= 2⋅ (1); = (2)
através de golpes aplicados a uma fonte Go Vs Go ρ
sísmica, que são captadas pelos geofones Onde ∆Go / Go é o erro associado ao
instalados no piezocone. Esse ensaio tem se módulo de distorção máximo, ∆Vs / Vs é o erro
mostrado uma maneira versátil, rápida, associado a determinação de Vs e ∆ρ / ρ é o
econômica e muito confiável para determinação
erro associado a determinação da densidade.
de Go, além de suprir deficiência do CPT na
Portanto, é de suma importância adotar uma
avaliação da rigidez do solo. Destaca-se ainda
metodologia de análise adequada a fim de se
que a cravação da ponteira promove um contato
obter um valor preciso de Vs.
muito íntimo com o solo, fundamental para boa

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2 DETERMINAÇÃO DE Vs quando se trata de pequenas distâncias entre a


fonte e os receptores (Sully & Campanella,
2.1 Intervalo de tempo 1995).

O intervalo de tempo (∆T) é a diferença entre 2.2.2 Método Cross Over


os tempos de chegada das ondas sísmicas aos
transdutores em duas distâncias (L1 e L2) da O método consiste em sobrepor dois sinais,
fonte (Butcher et al., 2005). A diferença entre registrados a mesma profundidade, com
as distâncias percorridas pelas ondas S, polaridades opostas obtidas através da aplicação
considerando uma trajetória linear, dividida de golpes em extremidades opostas da viga de
pelo intervalo de tempo fornece a velocidade cisalhamento. Não é possível aplicar este
média de propagação da onda S, dada pela método caso se utilize uma fonte explosiva,
equação (3). pois não haverá meios de se produzir ondas
L − L1 com polaridades reversas.
VS = 2 (3)
T2 − T1 O cruzamento entre as ondas é a referência
do tempo de chegada, diversos autores como
O intervalo de tempo pode ser determinado
por exemplo Butcher et al. (2005) e Campanella
utilizando dois transdutores localizados em
& Stewart. (1991) sugerem utilizar o primeiro
profundidades diferentes (intervalo verdadeiro
cruzamento por ser um ponto facilmente
de tempo) ou utilizando apenas um transdutor
identificável e não sofrer o efeito da atenuação
posicionado em diferentes profundidades
do sinal e da sua dispersão. A Figura 1 ilustra
sucessivamente (pseudo-intervalo de tempo)
um cruzamento perfeito entre as ondas.
(Butcher et al., 2005).
A utilização do intervalo verdadeiro de
tempo tem como vantagens eliminar os erros
associados ao dispositivo de trigger, variações
nas ondas geradas e imprecisões na leitura das
profundidades e requer o emprego de dois
transdutores sísmicos idênticos. Segundo
Campanella & Stewart (1991), o pseudo Figura 1 Situação ideal para aplicação do método Cross
intervalo de tempo fornece os mesmos Over.
resultados que o intervalo verdadeiro desde que
se disponha de um sistema de trigger preciso e Este método considera apenas a informação
repetitivo. de um ponto de todo o sinal registrado e não
pode ser aplicado caso ocorra distorção no sinal
2.2 Métodos para determinação de Vs na região do cruzamento ou haja um
deslocamento relativo entre as ondas
Existem basicamente três métodos para a (Campanella & Stewart, 1991). As Figuras 2 e 3
determinar Vs, sendo eles descritos na ilustram situações em que este método não é
sequência. aplicável.

2.2.1 Método do primeiro tempo de chegada

A velocidade de propagação da onda sísmica é


calculada adotando o ponto de chegada da onda
S ou um ponto notável, como um pico por
exemplo, como referência do tempo de
Figura 2 Diferença na chegada das ondas S impede a
chegada. Trata-se de uma técnica puramente aplicação do método Cross Over.
visual, sendo muito subjetiva e com elevada
dependência da qualidade do sinal. Os erros
cometidos podem ser grosseiros, especialmente

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O ensaio consiste em cravar uma ponteira


sísmica no subsolo e registar as ondas S geradas
na superfície em diferentes profundidades.
Optou-se por registar seis ondas em cada
profundidade, sendo aplicados três golpes em
cada lado da viga de cisalhamento. As ondas
Figura 3 Distorções no pulso principal da onda S tornam
a aplicação do método Cross Over pouco confiável.
eram avaliadas durante a execução do ensaio
sendo eliminadas as que apresentavam baixa
2.2.3 Método Cross Correlation qualidade.
Na sequência, são apresentados os
Este método supera a limitação dos métodos equipamentos utilizados para execução dos
apresentados anteriormente ao utilizar todo o ensaios.
sinal registrado para determinação de Vs. Módulo sísmico: O módulo sísmico,
Campanella & Stewart (1991), ressaltam que confeccionado com aço usinado, consiste em
este método não é afetado por distorções dois habitáculos, onde são instalados os
localizadas no sinal sendo considerado o que geofones, ligados por uma haste de um ou de
conduz a intervalos de tempo mais confiáveis e meio metro. Dispõe-se de arranjo uniaxial de
consistentes. Entretanto, é um método muito geofones, ou seja, um geofone em cada
mais complexo que requer o emprego de um habitáculo. O espaçamento de 0,5m parece ser
software. mais adequado pois registram-se ondas S mais
Pode ser aplicado tanto no domínio dos parecidas, facilitando a interpretação dos dados.
tempos como no domínio das frequências. No As Figuras 5 e 6 apresentam os módulos
domínio dos tempos, este método consiste em sísmicos.
deslocar no eixo das abcissas (tempo) o sinal
obtido em profundidade inferior em relação ao
superior. O deslocamento de tempo que
promover a maior correlação entre as ondas
será o intervalo de tempo utilizado para o Figura 5 e 6 Módulos sísmicos desenvolvidos.
cálculo de Vs.
Transdutores sísmicos: Foram utilizados
Os registros antecessores e posteriores ao
geofones com frequência natural de 28 Hz
pulso principal da onda S interferem na
fabricados pela Geospace Corporations.
interpretação dos dados sendo conveniente
Campanella & Stewart (1991) obtiveram
remove-los. Campanella & Stewart (1991)
excelentes resultados com geofones
recomendam selecionar uma revolução
semelhantes a estes fabricados pela mesma
completa do pulso principal da onda S. A
empresa. Os geofones apresentam como
Figura 4 ilustra esse procedimento.
vantagem o menor custo e sua fácil utilização,
entretanto, são muito sensíveis a mudanças de
direção no eixo de vibração.
Fontes sísmicas: As fontes sísmicas
utilizadas consistem em barras carregadas
contra o solo (viga de cisalhamento) pela da
haste traseira de nivelamento do penetrômetro.
As ondas são geradas através de golpes
aplicados lateralmente com uma marreta de
3kg, assim, a viga de cisalhamento tende a
Figura 4 Seleção do pulso principal da onda S. cisalhar o solo da superfície, gerando ondas S.
Este tipo de fonte é muito adequada pois gera
quase que exclusivamente ondas S e permite a
3 PROCEDIMENTO DE ENSAIO E geração de ondas com polaridade revertida.
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Foram testados três diferentes fontes símicas

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sendo elas: uma barra de aço pequena e duas entre os resultados obtidos através do intervalo
barras confeccionadas seguindo as verdadeiro com os obtidos a partir do pseudo
recomendações de Butcher et al. (2005), ambas intervalo.
de madeira revestivas com 2,5cm de aço sendo Sistema de aquisição de dados (Hardware):
uma com 60 x 20 cm e a outra 115 x 20 cm de utilizou-se um módulo conversor analógico-
base. Elas dispõem de cunhas na base com 1cm digital de 16 canais, modelo ADS2000, com
de comprimento a fim de melhorar o contato condicionador de sinais modelo AI-2161,
com o solo. Também foi elaborado um sistema fabricados pela Lynx Tecnologia Eletrônica,
de pêndulo para aplicação dos golpes, Este sistema permite utilizar uma frequência de
garantindo repetitividade na geração das ondas. aquisição de 15 kHz.
As Figuras 7 a 9 ilustram as fontes testadas
Software para aquisição e interpretação dos
dados: empregou-se o software desenvolvido na
UNESP – campus Bauru descrito em Pedrini et
al. (2010). Além de aquisitar os dados, este
software calcula Vs pelo método Cross
Correlation no domínio dos tempos, possuindo
recurso de seleção de sinal e de filtro.
Penetrômetro: empregou-se um equipamento
fabricado pela Pagani para execução dos
ensaios. Esta máquina tem capacidade de
cravação de 150 kN, é fixada ao solo através de
duas ancoragens de 4 metros de comprimento,
permitindo uma execução rápida e econômica
do ensaio, eliminando a necessidade de
executar um furo revestido e garantindo um
contato perfeito entre o sensor e o solo, aspecto
fundamental para garantir a qualidade dos sinais
registrados.

4 FATORES QUE INTERFEREM NA


QUALIDADE DAS ONDAS REGISTRADAS

Figuras 7, 8 e 9 Fontes sísmicas testadas. Durante a execução dos ensaios, observou-se


que a orientação dos geofones, cujo eixo de
A fim de garantir um contato perfeito entre a vibração deve manter-se paralelo a direção de
base e o solo, as vigas foram apoiadas sobre aplicação do golpe, e a intensidade de aplicação
uma camada de areia. dos golpes foram os fatores que mais
Trigger (gatilho): este dispositivo tem a função influenciavam na qualidade das ondas. Segue
de acionar o sistema de aquisição de dados no uma análise destes fatores.
instante em que a onda sísmica é gerada. Trata-
se de uma ligação entre a marreta, a viga de 4.1 Orientação dos geofones
cisalhamento e o sistema de aquisição de dados.
No instante em que a marreta atinge a viga, o Durante a realização dos ensaios, notou-se que
circuito é fechado e uma reação elétrica ativa o a ponteira sísmica girava no subsolo devido a
sistema de aquisição de dados. Após aplicação manobra de adição de hastes. Esta rotação
do golpe, o trigger automaticamente se rearma alterava o eixo de vibração dos geofones
para um novo evento. O dispositivo empregado prejudicando muito a qualidade das ondas
é avaliado neste artigo através da comparação registradas, sendo este o fator que mais

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interferiu na qualidade dos ensaios. A Figura 10 8


6 metros de profundidade

compara duas ondas registradas com o geofone

Amplitude (V)
4

alinhado paralelamente a direção do golpe e não 0

alinhado. -4 golpe fraco


golpe forte
Segundo Campanella & Howie (2008), -8

rotações até 45º são aceitáveis, acima disso, é 4


11 metros de profundidade
difícil reconhecer o pulso principal da onda S.

Amplitude (V)
2

Os autores recomendam marcar com giz face 0

das hastes a fim de evitar que elas sejam -2 golpe fraco

rotacionadas e, caso isto ocorra, corrigir a


golpe forte

-4

posição usando chave de grifo. 0 20 40


Tempo (ms)
60 80 100

Figura 11 Comparação entre as ondas obtidas a partir de


4 golpes fortes e fracos
Amplitude (V)

0 Os resultados obtidos com ambos os


-2 registros foram praticamente equivalentes. Os
autores consideram adequado aplicar golpes
Eixo de vibração paralelo à direção do golpe
-4 Eixo de vibração não paralelo em direção ao golpe

0 20 40
Tempo (ms)
60 80 100 com intensidade que não provoque vibração
Figura 10 Comparação entre as ondas registradas com o excessiva da viga de cisalhamento, registrando
geofone paralelo e não paralelo a direção do golpe. ondas com melhor qualidade e de mais fácil
interpretação.
4.2 Intensidade de aplicação dos golpes

Observou-se que golpes aplicados com grande 5 FONTES SÍSMICAS TESTADAS


intensidade geravam ondas com maior
amplitude e qualidade inferior que as geradas a A Figura 12 compara as ondas geradas com as
partir de golpes fracos. Este fato foi associado a três fontes testadas em duas profundidades
vibração excessiva da viga de cisalhamento ao distintas.
10
se aplicar golpes fortes, que favorecem a 8 metros de profundidade
Amplitude (V)

dissipação da energia ao invés de sua


5

transferência ao solo. 0

Para avaliação deste fator, em um ensaio -5


Viga de madeira pequena
Viga de madeira grande
Barra de aço
realizado no Campus da UNESP de Bauru, -10

registraram-se ondas a partir de golpes fortes e 4


12 metros de profundidade
fracos utilizando a viga de madeira grande
Amplitude (V)

como fonte sísmica. A Figura 11 ilustra 0

exemplos de ondas geradas com golpes de -2 Viga de madeira pequena


Viga de madeira grande
Barra de aço
pequena e grande intensidade, onde é notável a -4

melhor qualidade das ondas obtidas com golpes


0 20 40 60 80 100
Tempo (ms)

fracos. Figura 12 Comparação entre as ondas geradas com as


diferentes fontes sísmicas.
As distorções observadas no pico principal
das ondas S obtidas com golpe forte foram É notável o maior nível de energia obtido
associadas a interferência da frequência natural com a viga de madeira pequena. Os autores
do geofone, de 28Hz. associam este resultado ao carregamento
vertical promovido pelo equipamento de
cravação (500 kgf), que é mais efetivo na viga
de madeira pequena do que na grande.
Calculando a tensão na base de cada viga, tem-
se 0,43 kgf/cm2 na viga pequena e 0,22 kgf/cm2
na viga grande. Parece que as dimensões da

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barra de aço são insuficientes para gerar ondas Esta comparação tem por objetivo avaliar o
S com nível adequado de energia. dispositivo de trigger utilizado, uma vez que é
Ressalta-se que as ondas apresentadas foram sabido que as técnicas fornecem o mesmo
registradas pelo mesmo geofone e a intensidade resultado desde que se utilize um sistema de
dos golpes foi a mesma, aplicando golpes trigger preciso e repetitivo e uma fonte sísmica
fracos, a fim de obter registros com boa que gere ondas idênticas (Campanella &
qualidade. Howie, 2008). A Figura 14 apresenta a
comparação dos resultados obtidos com ambos
os intervalos de tempo empregando
6 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS espaçamento de 1,0 e 0,5m entre os geofones.
Os perfis de velocidade obtidos são muito
Neste item, avalia-se (6.1) necessidade de próximos, nota-se que para espaçamento de
utilização do filtro (6.2) comparação entre o 0,5m entre os geofones, o intervalo verdadeiro
intervalo verdadeiro e o pseudo intervalo de forneceu velocidades ligeiramente superiores do
tempo, (6.3) método mais adequado para que o pseudo intervalo, o que não foi observado
determinação de Vs, quando se utiliza espaçamento de 1m de
distância entre os geofones.
6.1 Filtro Também são notáveis os baixos valores do
coeficiente de variação obtidos com os dois
O software desenvolvido na UNESP campus intervalos de tempo, entretanto, utilizando o
Bauru, descrito em Pedrini et al. (2010), possui intervalo verdadeiro houve menor dispersão nas
recurso de filtro de sinais. Sua utilização tem velocidades.
por objetivo eliminar os ruídos indesejáveis. Na Vale destacar que, em alguns ensaios,
literatura, encontram-se recomendações para obtiveram-se bons resultados com o intervalo
filtrar o sinal entre 40Hz e 120Hz e para o verdadeiro e maus com o pseudo intervalo,
utilizar somente quando o sinal registrado dessa forma, os autores consideram o intervalo
apresentar nível de interferência que justifique verdadeiro mais confiável.
o seu emprego (Campanella & Stewart, 1991).
A Figura 13 apresenta um registro sem Geofones com 0,5m de distância
Vs (m/s) Coeficiente de
Geofones com 1m de distância
Vs (m/s) Coeficiente de
aplicação de filtro (onda vermelha) e com Variação (%) Variação (%)
200 300 400 500 0
aplicação de filtro passa baixo de 120Hz (onda
200 300 400 500 0 5 10 5 10
3 0

azul). 4
2

4
5

6
6

7
10
Profundidade (m)
Profundidade (m)

8
12
Figura 13 Comparação entre o sinal original o com filtro
9
de 120Hz. 14

10 16

Observou-se que a aplicação deste filtro 11 18

promove uma redução na amplitude da onda e 20

um aumento no período, sendo a sua utilização


12

22
considerada inadequada. A aplicação de filtros 13

passa baixo de 200Hz e 300Hz alteram pouco o


24
14
Intervalo verdadeiro
registros e praticamente não interferem nos
Intervalo verdadeiro
Pseudo intervalo - geofone superior Pseudo intervalo - geofone superior
Pseudo intervalo - geofone inferior Pseudo intervalo - geofone inferior
resultados, dessa forma, o emprego do filtro foi
Figura 14 Comparação entre o intervalo verdadeiro e o
considerado desnecessário. pseudo intervalo de tempo.

6.2 Intervalo verdadeiro vs pseudo intervalo


de tempo 6.3 Cross Over vs Cross Correlation

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A Figura 15 apresenta os perfis de velocidades A manutenção do eixo de vibração dos


obtidos através dos dois métodos utilizando o geofones paralelo à direção de aplicação dos
intervalo verdadeiro de tempo. golpes foi considerada a fator mais importante
A consistência entre as velocidades para o sucesso do ensaio. Este fator e a
calculadas permite confirmar que os métodos intensidade de aplicação dos golpes foram os
fornecem resultados equivalentes. que mais influenciaram a qualidade dos
Analisando diversos ensaios, observou-se registros.
que o método Cross Correlation é muito Uma pressão de 0,43 kgf/cm2 na base da
dependente da frequência de aquisição viga de cisalhamento se mostrou adequada para
utilizada. Em ensaios realizados com 10kHz, geração de ondas sísmicas. Parece que as
observou-se repetição incomum das dimensões ideais da viga de cisalhamento
velocidades, o que não foi observado através do dependem da carga vertical disponível.
método Cross Over. Destaca-se que barras muito pequenas não são
A semelhança entre as ondas registradas em adequadas.
profundidades sequentes também apresenta A utilização de um recurso de filtro de sinais
grande influência. Quando se utiliza o intervalo foi considerada desnecessária.
verdadeiro de tempo ou o pseudo intervalo com Os bons resultados obtidos com o pseudo
sistema de controle de golpes, as ondas intervalo, praticamente equivalentes aos obtidos
registradas apresentam bastante semelhança e a com o intervalo verdadeiro indicam que o
interpretação através do Cross Correlation dispositivo de trigger utilizado é adequado,
parece mais adequada. Porém, quando não se entretanto, os autores consideram a utilização
dispõe de um sistema de controle de golpes e se do intervalo verdadeiro mais confiável.
utiliza o pseudo intervalo, as ondas registradas Os métodos Cross Over e Cross Correlation
podem não apresentar grande semelhança e a forneceram resultados equivalentes para ensaios
interpretação pelo método Cross Over passa a realizados com 10kHz e 15kHz de frequência
ser mais apropriada. de aquisição.
É recomendável analisar as velocidades Os autores consideram o método Cross
através dos dois métodos a fim de aferir os Correlation, selecionando uma revolução do
resultados. pulso principal da onda S, e utilizando o
intervalo verdadeiro de tempo a maneira mais
Vs (m/s) Coeficiente de
Variação (%)
Vs (m/s) Coeficiente de
Variação (%) adequada de se interpretar os dados do ensaio
200
0
300 400 500 0 5 10 200
0
300 400 500 0 5 10 sísmico Down Hole
2
Cross Over
Cross Corr
Cross Over
Cross Corr
Cross Over
Cross Corr
Cross Over
Cross Corr Os resultados obtidos com frequência de
2
aquisição de 15kHz foram considerados bons,
mesmo sendo inferior ao recomendado por
4
4

6
Butcher et al. (2005) e Campanella & Howie
8 (2008), que sugerem 20kHz.
8
10
Profundidade (m)

Profundidade (m)

12 10

14
REFERENCIAS
12

16
14 Bucher, A. P., Campanella, R.G., Kaynia, A. M.,
18 Massarch, K. R. (2005), Seismic cone downhole
16 procedure to measure shear wave velocity – a
20
guideline. The International Society for Soil
18
22 Mechanics and Geotechnical Engineering, Technical
24 20 Committee No 10.
Campanella, R. G. & Howie, J.A. (2008), Guidelines for
the use, interpretation and application of seismic
Figura 15 Comparação entre os métodos Cross Over e
piezocone test data, Geotechnical Research Group
Cross Correlation
Department of Civil Engineering The University of
7 CONCLUSÃO

7
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British Columbia
Campanella, R. G. & Stewart, W. P. (1991), Downhole
seismic cone analysis using digital signal processing.
Second international conference on recent advances
in geotechnical earthquake engeneering and soil
dynamics. Paper nº1.32.
Pedrini, R. A. A., Vitali, O. P. M., Giacheti, H. L. (2010),
Software para análise de registros sísmicos em
ensaios down-hole com o piezocone COBRAMSEG
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shear wave velocity measurements, Géotechnique 45,
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Rodrigues, C.; Bonito, F., Almeida, F., Moura, R.,
Cardoso, C., Constantino, F. Ondas de superfície na
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