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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Faculdade de Ciências Agronômicas


DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS
ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO

DIAGNOSE FOLIAR - PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES

Hélio Grassi Filho


Departamento de Ciência do Solo
Faculdade de Ciências Agronômicas

1. INTRODUÇÃO

Os princípios e práticas da "análise de plantas" é o resultado de muitos anos de estudo,


envolvidos por observações de sintomas de carência e morte de plantas, a identificação química dos
compostos existentes nas plantas e as correlações entre as quantidades de nutrientes presentes no
solo, quantidades de nutrientes presentes na planta e a produção (produtividade).
A primeira providência tomada para o desenvolvimento deste ramo da ciência do solo, foi
descobrir e determinar quais eram os elementos presentes no solo que passariam a ser denominados
de nutrientes essencias para a vida da planta.
As primeiras análises de planta consistiam em analisar o conteúdo total de nutrientes das
cinzas da planta inteira (caule + folhas + frutos), relacionando-os com a quantidade de nutrientes
totais encontrada na planta e a colheita correspondente [Saussure, 1804; Liebig, 1840; Lawes &
Gilbert, 1851].
No início do século XX, por volta de 1930, a diagnose foliar começou a ser utilizada e,
como inovação, dispensava a análise da planta inteira, restringindo a um determinado órgão, folha
ou pecíolo (Lagatu & Maume, 1934; Macy, 1936).
A análise química dos solos para fins de avaliação de sua fertilidade, consiste em
basicamente em dois passos:
(1)-EXTRAÇÃO DO ELEMENTO DISPONÍVEL;
(2)-DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DO MEIO.
No primeiro são utilizados, ácidos orgânicos, soluções salinas, resinas trocadoras de íons,
eletrofiltração, água, troca isotópicas, em qualquer caso porém, o objetivo é sempre o mesmo, ou
seja, simular no laboratório o que as raízes fazem no campo.
No caso da diagnose foliar, para os mesmos fins, o primeiro passo é dado pela própria
planta, cujas raízes funcionam como solução extratora dos elementos. Se este se encontra na planta,
em maior ou menor proporção, têm-se o fato como indicação de que estava (ou está) em formas
disponíveis no solo, em quantidades proporcionais às encontradas pela análise da folha.

2. DIAGNOSE VISUAL

Como regra geral, desordens nutricionais que inibem pouco o desenvolvimento ou a


produção não são caracterizadas através de sintomas específicos e visíveis. Os sintomas de
deficiência do nutriente tornam-se claramente visíveis quando a deficiência é aguda e o nível de
desenvolvimento e de produção foram severamente afetados.
A diagnose baseada em sintomas visíveis requer um sistemático acompanhamento,
comprovação através de análise química, e prática e conhecimento da cultura.
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Tabela 1: Descoberta e demonstração da essencialidade dos elementos


(Dechen, 1989).
Autor da descoberta Cultura estudada Nutriente descoberto
Ingenhousz (1776) O2
Saussure (1804) C, O e H
Liebig (1840) C,H,O,N,P,K,
Ca,Mg,S e Fe
Sachs (1865) Fe Várias culturas
Bertrand (1897) Manganês milho
Werington (1923) B Fava
Sommer & Lirman (1926) Zn
Sommer (1931) Cu Cevada,Tomate,
Arnon & Stout (1939) Mo Tomateiro
Broyer et al (1954) Cl Tomateiro
Brownell & Wood (1957) Na Atriplex vesicoria
Delwiche et al. (1961) Co Alface
Miyake & Takahashi Si Tomateiro
(1978)
Eskew et al. (1984) Níquel Soja
Evans (1989) Selênio

É necessário também distinguir-se os sintomas foliares de deficiência de nutrientes, daqueles


causados por pragas ou moléstias.
Sintomas de deficiência manifestam-se predominantemente nas folhas, velhas ou novas,
dependendo se o nutriente em questão é facilmente translocado. Clorose ou necrose são critérios
para a diagnose visual. Como regra, sintomas visíveis de deficiência nutricional são mais
específicos que os de toxidez de nutrientes, a menos que a toxidez de um nutriente mineral induza à
deficiência de outro.
Na tabela 2 estão apresentados alguns princípios para a diagnose visual de desordens
nutricionais (Marschner, 1986)
A diagnose visual pode tornar-se muito difícil no campo quando ocorrem mais de um
nutriente deficiente ou a presença de um nutriente deficiente e um em níveis tóxicos
simultaneamente. Um exemplo bastante comum é em solos inundados onde ocorrem
simultaneamente, toxidez de manganês e deficiência de magnésio. A diagnose pode ser mais
complicada pela presença de pragas, doenças e outros sintomas, causados por injúrias mecânicas e
danos de pulverização. Para se diferenciar os sintomas de desordens nutricionais destes outros
sintomas, é importante levar em consideração que os sintomas de deficiência nutricionais sempre
têm uma distribuição simétrica e típica; folhas de uma mesma posição (idade fisiológica) na planta
apresentam sintomas semelhantes e existe um nítido gradiente de intensidade dos sintomas das
folhas mais velhas para as folhas mais novas.
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Tabela 2: Princípios para diagnose visual de desordens nutricionais


(Marschner, 1986).
Parte da planta Diagnose visual Desordem
nutricional
Uniforme, N (S)
Folhas velhas Clorose internerval ou Mg (Mn)
e maduras em manchas
Necrose Secamento da K
ponta e margens
Internerval Mg (Mn)

Folhas novas Clorose Uniforme Fe (S)


lâminas e Internerval ou Zn (Mn)
ápices em manchas
Necrose (clorose) Ca, B, Cu
Deformação Mo (Zn, B)
Toxidez
Folhas velhas Necrose Manchas Mn (B)
e maduras Secamento da B, injúrias
ponta e margens por sais de
pulverização
Clorose (necrose) Toxidez não
específica

Para se fazer uma diagnose visual precisa, é útil recorrer-se a informações adicionais, como
análise de solo (química e física), umidade do solo, condições climáticas, aplicação de fertilizantes,
fungicidas, inseticidas, pesticidas. Em alguns casos, o tipo e quantidade de ferilizantes a ser
utilizado pode ser recomendado com base na diagnose visual. Isto é válido para aplicação foliar de
fertilizantes contendo micronutrientes (Fe, Mn e Zn) ou magnésio. Na maioria dos casos, entretanto,
a diagnose visual não oferece base suficiente para a recomendação de fertilizantes. Para certos
nutrientes, a diagnose visual auxilia a interpretação dos resultados analíticos de folhas e de outras
partes da planta; isto é particularmente importante para culturas anuais, quando tem-se necessidade
dos resultados rapidamente, pois a variação sazonal dos teores dos nutrientes nas plantas e a demora
na obtenção dos resultados analíticos muitas vezes inviabilizam a sua utilização.
Malavolta et al. (1989) destacaram que o motivo pelo qual o sintoma é tipico da deficiência
de um elemento deve-se ao fato que um dado elemento exercer sempre as mesmas funções,
qualquer que seja a espécie da planta. Os autores destacaram também que o sintoma visível é o fim
de uma série de eventos, exemplificando com um esquema representativo de uma deficiência de
zinco e de uma toxidez de alumínio, conforme se vê na figura 1. A deficiência de zinco conduz a
um denominador comum que é o encurtamento dos internódios (para qualquer cultura, seja milho
ou cafeeiro). No caso da toxidez de alumínio, é típico o mau desenvolvimento das raízes, que ficam
curtas e grossas.
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Figura 1: Seqüência de eventos que conduzem aos sintomas de deficiência ou excesso de nutrientes
nos vegetais. (Malavolta et al., 1989)
Evento Deficiiência de Zinco Excesso de Alumínio

Alteração < AIA Pectatos “errados”


molecular > hidrólise de < fosforilação
proteínas < absorção iônica (P, K, Ca,
Mg)

Modificação Paredes celulares Paredes celulares mal


subcelular mais rígidas formadas
< proteína Dificuldade de divisão celular
Células menores com 2
Alterção celular Células menores e em núcleos
menor número
Modificação no Raízes curtas e grossas
tecido(=sintom Internódios mais Folhas deficiêntes em K,Ca,
a) curtos Mg e P

2.1. Características típicas de deficiências minerais

Nitrogênio: as folhas velhas são as primeiras a perder a cor verde, tornando-se amareladas, às vezes
quase brancas; as plantas apresentam desenvolvimento reduzido, a produção e a
qualidade dos produtos são significativamente reduzidos.

Fósforo: em planta anuais, poder germinativo reduzido e crescimento lento; folhas velhas com
coloração azulada; menor perfilhamento, gemas laterais dormentes, atraso no
florescimento, redução da produção e da qualidade do produto.

Potássio: devido à alta mobilidade do potássio, os sintomas ocorrem nas folhas velhas
caracterizando-se por uma clorose seguida de necrose das margens e pontas das folhas.

Cálcio: os meristemas das raízes e da parte aérea são afetados pela deficiência de cálcio, pois é um
elemento estrutural, integrante da parede celular; ocorre murchamento e morte das gemas
terminais; gemas laterais dormentes; deformação de tubérculos acompanhada de necrose
interna; pequena frutificação ou produção de frutos anormais; produção pequena ou nula
de sementes, redução e morte de sistema radicular, menor nodulação nas leguminosas.

Magnésio: plantas deficientes em magnésio apresentam nas folhas velhas uma clorose internerval,
podendo evoluir para necrose quando a deficiência é muito severa.
Enxofre: como o enxofre é um elemento pouco móvel quanto à sua redistribuição nas plantas, a
deficiência se manifesta inicialmente nas folhas novas, caracterizando-se por uma
clorose, redução no florescimento, menor nodulação nas leguminosas,

Boro: plantas deficientes em boro apresentam crescimento anormal, e as regiões apicais são as
afetadas; as folhas novas ficam pequenas, deformadas, espessas e quebradiças sendo
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comum o rompimento de tecidos; devido à morte do meristema apical do caule é comum


a regeneração a partir de gemas axilares.

Cloro: não se têm notícias de deficiências de cloro em condições de campo.

Cobre: as folhas novas podem ser cloróticas ou verde-azuladas com as margens enroladas para
cima; deformação da folhas; exudação de goma; florescimento e frutificação reduzidos.

Ferro: clorose internerval nas folhas novas é o sintoma típico de deficiência de ferro,
permanecendo verde apenas as nervuras (reticulado fino das nervuras).

Manganês: as folhas novas geralmente apresentam clorose internerval, as nervuras formam uma
rede verde sobre um fundo amarelo (reticulado grosso).

Molibdênio: clorose internerval nas folhas velhas, as folhas tendem a enrolar-se ou curvar-se para
cima ou para baixo, as leguminosas podem mostrar sintomas de deficiência de nitrogênio.

Zinco: folhas novas pequenas, estreitas e alongadas, diminuição no comprimento dos internódios
com a formação de leque, as folhas podem tornar-se tortas e necróticas; o florescimento e
a frutificação podem ser muito reduzidos em condições de deficiência severa de zinco e a
planta inteira pode tornar-se anã e deformada.

3. DIAGNOSE FOLIAR

O uso correto da diagnose foliar como método de avaliação do estado nutricional da planta
depende do conhecimento das limitações da técnica. Até hoje, de acordo com as ponderações de
Jones et al. (1991) é preciso questionar considerações como: a confiabilidade dos dados, a utilização
de conceitos de relações e balanços de nutrientes, o efeito de híbridos e o efeito de concentrações
variáveis de nutrientes alterando processos fisiológicos.
A interpretação correta dos resultados de uma análise depende de muita experimentação
visando o estabelecimento de índices de calibração que reflitam o estado nutricional das plantas.
Entre os critérios mais usados para o diagnóstico são citados o nível crítico, faixas de concentração,
e o sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS). Este último vem sendo bastante
difundido recentemente e será discutido com maior detalhe por se tratar de um sistema ainda pouco
conhecido no Brasil.

4. PRINCÍPIOS DA ANÁLISE DE PLANTAS E DIAGNOSE FOLIAR

As folhas são consideradas como o foco das atividades fisiológicas dentro das plantas.
Alterações na nutrição mineral são de certa forma refletidas nas concentrações dos nutrientes nas
folhas. A utilização da análise foliar como critério diagnóstico se baseia na premissa de existir uma
relação significativa entre o suprimento de nutrientes e os níveis dos elementos, e que aumentos ou
decréscimos nas concentrações se relacionam com produções mais altas ou mais baixas,
respectivamente (Evenhuis & Waard, 1980).
O nível de nutriente dentro da planta é um valor integral de todos os fatores que interagiram
para afetá-lo. Considerando-se a multiplicidade de fatores que influenciam o crescimento e a
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resultante produtividade de uma planta, é até surpreendente que as relações entre a análise de
plantas, suprimento de nutrientes e produção sejam tão válidas como são (Munson & Nelson, 1973).
Grande parte dos erros cometidos na interpretação de análises químicas de plantas se deve
aos procedimentos de amostragem. Por causa dos diversos fatores que atuam sobre a planta, esses
procedimentos precisam ser padronizados da forma mais completa possível, a fim de que as
variações de concentração que ocorrem dentro da própria planta, e mesmo por alguns efeitos
exógenos como a sazonalidade e outros, tenham sua influencia minimizada.
É um método de avaliação do estado nutricional das culturas, onde se analisam determinadas
folhas em períodos definidos da planta. O motivo pelo qual analisam-se as folhas é conhecido por
que:

AS FOLHAS - São os orgãos que melhor refletem o estado nutricional, isto é, respondem mais às
variações no suprimento de nutrientes, seja pelo adubo. Em resumo, a análise foliar consiste em
analisar o solo, usando a planta como solução extratora.

4.1. Equação dos fatores que influenciam a composição mineral das folhas
A composição mineral das folhas é o resultado da ação e da interação de fatores que atuam
até o momento em que, as mesmas foram colhidas para análise, e pode ser descrita pela equação
modificada de Ulrich (1948) citado por Ulrich & Hills (1967):

Y=f(S, Cl, I, Pl, Pc, Pm,...),


onde:
Y=Teor foliar do elemento
S=Solo e/ou adubo, calagem, gessagem, alumínio, zinco, etc.
Cl=Clima-chuva, geada, frio, temperatura,
I=Idade da planta, época do ano,
Pl=Planta(espécies, variedade, porta-enxerto, tipo de folha)
Pc=Práticas culturais(Herbicidas, cobertura morta, etc)
Pm=Pragas e moléstias.

Para melhor entender o processo da diagnose e sua complexidade, podemos simplificar esta
equação e considerarmos somente o fator SOLO, resultando em:

Y= f(S)
4.2. Fatores que influenciam a composição mineral das plantas

Há muitos fatores que afetam direta ou indiretamente a concentração dos nutrientes nas
plantas, que é em última análise, a resultante da atuação desses parâmetros.

4.2.1. Parâmetros de solo


Parâmetros de solo tais como textura, capacidade de troca de cátions, densidade, aeração,
potencial redox e pH, todos afetam a disponibilidade de nutrientes. Outros fatores como
umidade do solo, influenciam a disponibilidade pela ação que exercem sobre os mecanismos de
transporte de nutrientes até às raízes. Plantas sob deficiência hídrica podem ter limitações de
suprimento de elementos como P e K que se movem até as raízes através de lento processo de
difusão, mesmo em condições de bom suprimento no solo (Barber, 1962). A temperatura do solo
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afeta a liberação de nutrientes do solo e também o crescimento e desenvolvimento radicular que são
bastantes importantes na absorção de nutrientes.

Tabela 2. Teores de macronutrientes nas folhas de cana-de-açúcar, variedade CB 41-76, cultivada


em diferentes tipos de solo.
Tipos Composição em nutrientes em folhas de
de cana-de-açúcar (CB41-76) (g/kg)
Solo N P K Ca Mg S
LR 20,4 2,1 12,4 11,0 2,3 1,6
LE 21,9 1,8 13,9 9,7 1,8 2,2
TE 19,9 1,8 13,6 6,7 1,6 2,1
PVl 20,1 2,6 14,5 10,8 0,8 2,5

Tabela 3: Levantamento nutricional de cafeeiros no sul de Minas Gerais pela análise de folha
(1982/83)
Elemento Valores médios observados nas folhas
analisado LE LV PV Cambissol LR TE
N - g/kg 32,5 33,3 31,6 31,8 30,0 32,5
P - g/kg 1,1 1,1 1,2 1,1 0,9 1,1
K - g/kg 20,6 19,5 20,5 19,9 22,1 22,1
Ca - g/kg 7,8 8,1 7,8 8,8 7,2 8,6
Mg - g/kg 2,6 2,9 2,7 3,1 2,2 2,8
B - mg/kg 30,9 33,0 28,0 31,1 35,9 34,1
Zn - mg/kg 9,9 8,4 9,2 8,0 9,5 11,6
Cu - mg/kg 21,2 22,4 50,5 23,3 35,7 73,8
Fe - mg/kg 112,9 116,8 99,9 112,3 93,0 111,5
Mn - mg/kg 187,4 174,1 210,6 222,9 144,5 269,0
LE = Latossolo Vermelho Escuro; LV = Latossolo Vermelho Amarelo; PV = Podzóloco Vermelho Amarelo; LR
= Latossolo Roxo; TE = Terra Roxa Estruturada;

4.2.2. Espécies e variedades


Cada espécie comporta-se de uma maneira característica, o que é claramente evidente
quando se analisam plantas diferentes em um mesmo ambiente, crescendo no mesmo solo ou
substrato.
As dicoltiledôneas de modo geral apresentam concentrações mais elevadas de Ca, Mg e B,
enquanto que as monocotiledôneas mostram teores mais altos de K. As crucíferas tendem a
acumular mais S enquanto arroz, cevada e espinafre são relativamente mais ricas em Fe. A maior
acumulação de nitratos em gramíneas, bem como outras características nutricionais estão ligadas a
diferenças entre espécies (Cottonie, 1980).
As diferenças genéticas quanto à capacidade diferencial de absorção de nutrientes ocorrem
também entre linhagens e variedades dentro da mesma espécie conforme pode ser observado em
Munson e Nelson (1973). Se por um lado essas diferenças dificultam a interpretação pela diagnose
foliar, por outro lado têm permitido ao melhoramento novas ações no sentido de selecionar plantas
mais eficientes à absorção e uso dos nutrientes do solo, uma alternativa bastante atraente
principalmente para os nutrientes cujas reservas minerais são esgotáveis.
De forma semelhante é freqüente ocorrerem variações na composição quimica em plantas
onde há grande variabilidade de copas e porta-enxertos como no caso dos citros (Hiroce et al., 1981;
Grassi Filho, 1995).
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4.2.3. Clima
O clima influência o crescimento e a produção através dos seus vários componentes:
temperatura, quantidade e distribuição das chuvas, duração do dia e da noite. Tubelis & Salibe
(1987) verificaram ser possível estimar a safra de laranja Hamlin mediante o uso de uma regressão
em que as variáveis foram a idade do pomar (em anos) e a queda dos meses de janeiro, fevereiro e
setembro do ano anterior.
O principal elemento influenciado pelas chuvas, é com relação ao potássio nas folhas, que
após uma chuva, há diminuição de seu teor nas folhas.

Tabela 4: Variações nos teores foliares de laranjeiras "Baianinha", "Pera" e "Valência", tangerineiras
"Ponkan" e "Murcote" e da limeira ácida "Tahiti" associadas ao porta-enxerto limoeiro
Cravo.(Hiroce, 1987).
Elemento Baianinha Pera Valência Ponkan Murcote Tahiti
N (%) 2,71 2,40 2,82 2,81 2,32 1,80
P (%) 0,12 0,12 0,13 0,13 0,12 0,17
K (%) 1,77 0,81 1,22 1,26 1,18 1,28
Ca (%) 3,26 3,26 3,46 3,06 3,27 3,31
Mg (%) 0,25 0,34 0,40 0,43 0,40 0,48
S (%) - o - - o - 0,30 0,27 0,25 0,34
B (ppm) -o- -o- 51 54 66 78
Cu (ppm) -o- -o- 16 17 5 5
Fe (ppm) - o - - o - 248 200 117 103
Mn (ppm) -o- -o- 53 43 49 26
Zn (ppm) -o- -o- 25 25 28 17
Mo (ppm) - o - - o - 0,06 0,07 - o - - o-

Tabela 5: Comparação da composição de folhas de laranjeira de 5 meses de idade colhidas em


ramos frutíferos e em ramos não frutíferos.

Folhas de Teores - g/kg


ramos N P K Mg
sem frutos 23,6 1,2 8,6 2,5
com frutos 15,3 0,8 3,8 3,5
significância *** *** *** ***
*** significativo a 0,1%

4.2.4. Idade fisiológica e parte da planta a ser amostrada


Durante a fase inicial do período vegetativo, a taxa de absorção de nutrientes é alta, e em
conseqüência as concentrações nos tecidos são altas. À medida que a planta cresce, há uma diluição,
diminuindo a concentração de nutrientes nos tecidos. Assim, tecidos fisiologicamente jovens, em
geral apresentam concentrações mais elevadas.
De forma geral os teores de N, P e K decrescem com a idade da planta ou do orgão da
planta, enquanto os teores de Ca, Mg, Mn e B freqüentemete aumentam, conforme pode ser
observado na Tabela 5. Folhas jovens, portanto, mostram teores relativamente mais altos em N, P e
K, enquanto que em folhas mais velhas ocorre freqüentemente acumulações de Ca. Por esta razão,
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amostras de folhas para análise devem ter idade fisiológica semelhante ou originarem-se do mesmo
ponto de insersão no caule.

Tabela 5: Tendência na variação do teor foliar dos elementos com a idade das folhas

Espécie Diminuição com a Aumenta com a idade


idade
Amora P Ca, Mg
Cacaueiro N, P, K Ca, Mg
Cafeeiro N, P, K, Zn Ca, Mg, S, B, Ca, Mn
Cana-de-açúcar N, P, K Ca
Citros N, P, K, Mg, Cu, Zn Ca, B, Fe, Mn, Al
Citros (frutos) N, P, K, Mg Ca
Figo N, P, K Ca, Mg
Hortaliças N, P, K Ca
Macieira N, P, K Ca, Mg
Milho e sorgo N, P, K Ca
Pessegueiro N, P, K, Cu, Zn Ca, Mg, Mn, Fe, Al, B
Pinus K Ca

Tabela 6: Comparação entre os teores de nutrientes em folhas de ramos frutíferos(F) e não


frutíferos(NF) (Rivero, 1968)

Elemento Folha Deficiente Baixo Adequado Alto Excessivo


N (%) F 0,6-1,9 1,9-2,1 2,2-2,7 2,8-3,5 >3,6
NF < 2,2 2,2-2,3 2,4-2,6 2,7-2,8 >2,8
P (%) F < 0,07 0,07-0,11 0,12-0,18 0,19-0,29 >0,3
NF < 0,09 0,09-0,11 0,12-0,16 0,17-0,29 >0,3
K (%) F 0,15-0,3 0,4-0,9 1,0-1,7 1,8-1,9 >2,0
NF < 0,70 0,7-1,1 1,2-1,7 1,8-2,3 >2,3
Ca (%) F < 2,00 2,0-2,9 3,0-6,0 6,1-6,9 >7,0
NF < 1,60 1,6-2,9 3,0-5,5 5,6-6,9 >7,0
Mg (%) F 0,05-0,15 0,16-0,2 0,30-0,60 0,7-1,0 >1,0
NF < 0,16 0,16-0,25 0,26-0,60 0,7-1,1 >1,2
Cu (ppm) F <4 4,1-5,0 5,1-15,0 15,0-20,0 >20,0
NF < 3,6 3,6-4,9 5,0-16,0 17,0-22,0 >22,0
Fe (ppm) F < 40 40-60 61-150 151-? ?
NF < 36 37-59 60-120 130-200 >250
Mn (ppm) F 5-20 21-24 25-100 100-200 300-1000
NF < 16 16-24 25-200 300-500 >1000
Zn (ppm) F 4-15 16-24 25-100 110-200 >200
NF < 16 16-24 25-100 110-200 >300
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Tabela 7: Teores foliares de macronutrientes e micronutrientes adequados para citros*.(Malavolta et al.,


1991)

Elemento Mês
Jan Mar Mai Jul Set Nov
Macro %
N 2,40 - 2,60 2,40 - 2,60 2,40 - 2,60 2,20 - 2,40 2,00 - 2,50 2,30 - 2,60
P 0,12 - 0,16 0,12 - 0,17 0,11 - 0,15 0,11 - 0,15 0.12 - 0,15 0,13 - 0,16
K 1,10 - 1,50 1,00 - 1,40 1,00 - 1,40 1,00 - 1,40 1,00 - 1,20 1,30 - 1,60
Ca 3,00 - 4,00 3,50 - 4,00 4,50 - 5,00 3,00 - 4,00 3,00 - 4,50 4,00 - 4,50
Mg 0,30 - 0,40 0,25 - 0,30 0,20 - 0,25 0,20 - 0,30 0,25 - 0,30 0,30 - 0,35
S 0,20 - 0,25
Micro ppm
B 60 - 110 60 - 140 80 - 120 60 - 100 60 - 120 60 - 120
Cu 10 - 30
Fe 150 - 300 130 - 300 250 - 400 150 - 300 200 - 300 150 - 300
Mn 25 - 50
Zn 25 - 50
*
Produção entre 1.200 e 1.400 caixas/ha. Folhas de ramos frutíferos do fluxo de primavera, 3-7 meses de idade (segunda
folha depois do fruto).

Tabela 8: Variação no teor de elementos em função da planta no ramo do cafeeiro

Par de g/kg mg/kg


folhas N P K Ca Mg B Mn
1° 35 1,8 19 11 1,9 40 65
2° 30 1,6 18 15 2,2 45 70
3° 28 1,6 17 15 2,3 50 80
4° 29 1,5 17 17 2,4 45 80
5° 27 1,4 16 19 2,7 50 95
6° 27 1,5 16 22 2,8 60 100
7° 27 1,4 15 21 2,7 50 110
8° 26 1,3 15 22 2,7 55 115
9° 26 1,3 15 25 2,8 60 120
10° 26 1,3 15 25 2,7 75 130

4.2.5. Pragas e moléstias


Pragas e moléstias podem influenciar a composição mineral das folhas devido ao efeito que
vírus, bactérias, fungos, nematóides, podem ter na absorção, transporte, redistribuição e
metabolismo mineral.
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ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO

Tabela 9: Variação no teor foliar de nutrientes no cafeeiro durante o ano (3° par de folhas).

Elemen Dezembro Fevereiro Maio Agosto


to CF SF CF SF CF SF CF SF
N(g/kg) 30,1 27,6 28,6 29,5 28,8 30,0 28,1 30,3
P(g/kg) 1,2 1,0 0,9 1,0 0,8 0,8 0,8 0,8
K(g/kg) 32,8 28,4 22,9 22,2 20,9 22,2 30,1 27,0
Ca(g/kg) 8,8 9,9 22,9 22,2 20,9 22,2 30,1 27,0
Mg(g/kg) 3,3 3,2 2,6 3,1 5,2 6,0 2,7 3,5
S(g/kg) 1,0 0,7 1,4 1,1 0,8 0,8 1,7 1,7
B(mg/kg) 66 66 76 60 99 72 77 62
Cu(mg/kg 18 15 44 30 22 24 32 24
Mn(mg/kg) 380 385 420 364 270 297 431 470
Zn(mg/kg) 11 10 8 8 9 11 9 7

Tabela 10-Resultados da análise foliar de tomateiros normais e afetados pelo amarelo da folha
baixeira.(Santos Costa, 1964).
Amostras de g/kg mg/kg
folhas N P K Ca Mg Cu Fe Mn
Sadias 30,3 3,2 38,3 37,2 5,8 401 181 357
Amarelo 26,9 2,4 37,0 30,1 4,6 449 228 283
Variação - 11 - 25 -3 - 19 - 20 + 12 + 21 - 20

Tabela 11- Composição mineral das folhas do amendoim sadio e infestado pela cigarrinha
Empoasca kraemeri.
Características extermas g/kg mg/kg
dos folíolos N P K Ca Mg Mn
com manchas amarelas 28,3 1,74 8,1 8,8 2,4 66,7
normais 35,5 24,6 11,5 16,0 3,7 142
Variação percentual (%) - 20 - 40 - 30 - 45 - 35 -47

Tabela 12: Composição catiônica de folhas de algodoeiro colhidas de plantas sadias ou afetadas
pelo vírus do “vermelhão”
Nutrientes Plantas
g/kg Sadias Afetadas
K 18,3 15,9
Ca 37,0 31,1
Mg 6,3 4,9
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Tabela 13: Composição foliar de plantas sadias e com declínio.


Elemento Sadia Doente
Malavolta Tavares Giroto Malavolta Tavares Giroto
N g/kg 27 32 27 23 30 25
P g/kg 1,3 1,6 2,0 0,9 1,4 1,7
K g/kg 14 20 12 8,4 1,6 8,9
Ca g/kg 28 26 37 37 23 34
Mg g/kg 4,7 5,2 6,0 4,9 4,5 5,0
S g/kg 2,7 1,3 2,7 2,2 1,1 3,2
B mg/kg 56 36 70 89 38 84
Cu mg/kg 8 12 34 15 19 37
Fe mg/kg -o- 101 248 -o- 97 258
Mn mg/kg 37 29 54 56 21 44
Zn mg/kg 16 18 19 23 19 19

Tabela 14: Composição foliar de plantas sadias e afetadas pela clorose variegada ou amarelinho.
Elemento Sadias Afetadas
N g/kg 25 20
P g/kg 1,5 18
K g/kg 12 4,6
Ca g/kg 49 49
Mg g/kg 1,7 1,4
S g/kg 2,7 2,3
B mg/kg 69 76
Cu mg/kg 41 33
Fe mg/kg 221 274
Mn mg/kg 27 30
Zn mg/kg 16 21

4.2.6. Práticas culturais


Deve-se esperar, na quantidade e proporção dos elementos absorvidos, influência de práticas
muito diversas tais como calagem e gessagem, adubação mineral e orgânica, aração, gradagem,
sub-solagem, drenagem, cultivo, irrigação, rotação de culturas, uso de defensivos.
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Tabela 15: Efeito de práticas culturais na composição mineral das folhas de Hamlin/limão cravo
(Hiroce, 1984).
Elemento Tratamento
Irrigado Não irrigado
N g/kg 27,3 23,1
P g/kg 1,0 1,0
K g/kg 8,7 8,4
Ca g/kg 52,3 55,1
Mg g/kg 3,4 4,6
B mg/kg 88 61
Cu mg/kg 4 5
Fe mg/kg 477 250
Mn mg/kg 66 92
Mo mg/kg 0,02 0,02
Zn mg/kg 27 21
Colheita (t/ha) 21 16

Tabela 16: Efeito da irrigação em Natal/limão cravo na composição foliar e colheita(Hiroce, 1984)
Tratamento g/kg mg/kg Produção
P Fe Mn t/ha
Herbicida 1,2 243 30 8,6
Capina 1,24 235 24 10
Guandu 1,26 235 32 10,5
Mucuna Preta 1,36 226 28 12,8
Cobertura Morta 1,55 199 23 17,6

5-NÍVEL CRÍTICO

Utilizando-se dos fatores teor foliar de nutrientes e produção, determina-se a faixa de


concentração de nutrientes a qual, abaixo desta há diminuição da produção, sendo que esta faixa de
teores é a correspondente a 90% da produção máxima. A determinação desta faixa é denominada de
nível crítico.

5.1. Etapas Para a Determinação do Nível Crítico.

5.1.1. Amostragem: Verificar qual a parte do vegetal que melhor reflete o estado
nutricional da cultura a ser estudada. Define-se a época de amostragem, a idade da folha, sua
posição na planta (sol, sombra, pontos cardeais);

5.1.2. Cultivo em condições controladas: Estudo em solução nutritiva, na presença


de todos os nutrientes e na ausência de cada um deles isoladamente. Analiza-se: os teores foliares, o
crescimento e a produção respectiva; pode-se também alterar a concentração dos nutrientes na
solução nutritiva e avaliar seus efeitos;
5.1.3. Cultivo em condições de campo: Elege-se áreas com níveis de produtividades
distintos, colhe-se folhas, analizam-se seus teores e correlacionam-se com a produção da área
amostrada.
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Através destes dados obtem-se a seguinte curva, que relaciona o crescimento relativo e
produções relativas com o teor ou faixa de teores de nutrientes na folha.

Figura 3. Relação entre o teor do elemento e produção relativa (Malavolta et al. 1989)

Deficiente: Sintomas visíveis de deficiência e redução severa no crescimento e produção;


Marginal: redução de crescimento e produção sem manifestação de deficiência;
Adequado: Crescimento e produção ideal;
Alto: Limite crítico antecedente ao tóxico;
Tóxico: Aparecimento de sintomas de toxidez, acompanhado de queda de crescimento e produção;
Nível Crítico: Concentração dentro do nível marginal, em que, a produção ou o crescimento
correspondente a 90-95% do máximo encontrado experimentalmente.
Na prática o objetivo da adubação não é uma maior produção física, mais uma produção
com o maior lucro, ou seja, a COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA, pois não interessa usar adubo
além de um dado nível ou quantidade, acarretando em elevação do teor foliar, não aumentando a
colheita, não se pagando o adubo adicional aplicado. Temos então o NÍVEL
FISIOLÓGICO-ECONÔMICO.

6 .UTILIZAÇÃO DA DIAGNOSE FOLIAR

Pela "lei do mínimo de LIEBIG", o nutriente limitante passará a ser o fator limitante da
produção e, antes que isto ocorra, a planta já estará se ressentindo desta falta.

6.1. Levantamento do estado nutricional


Muitas vezes numa cultura podem ocorrer situações em que há manifestação de carência que
podem ser confundidos com sintomas de toxidez ou com ataque de pragas e moléstias, podendo
também ocorrer uma não manifestação do sintoma de carência, o que é denominado de "fome
oculta" ou "deficiência escondida".
Para resolver o problema, o que se faz é simplesmente comparar o teor do elemento
encontrado na amostra com a concentração do mesmo considerada padrão. Ocorrem então três
possibilidades apenas, onde:
Ya=TEOR DO NUTRIENTE NA AMOSTRA
Yp=TEOR PADRÃO
Tem-se:
Ya < Yp ..... planta deficiente
Ya = Yp ..... sem problemas
Ya > Yp ..... nutriente em excesso(pode ser tóxico)
Nem sempre a análise de um único elemento isoladamente é suficiente para a avaliação do
estado nutricional. Usando-se a palavra "interação" sem conotação estatística, podem ser
considerados os casos que aparecem na Tabela 18 para indicar como a presença de um elemento no
substrato pode influenciar a absorção de outro. Nos casos em que o efeito é positivo a presença do
elemento aumenta o teor foliar do segundo e, em havendo inibição, competitiva ou não, o efeito
será o oposto. Deve-se ter em mente que desequilíbrios ocorrerão sem nunhuma relação com o
processo de absorção. Tudo se resume no seguinte: muitas vezes não basta considerar o teor do
elemento isoladamente, tem-se que procurar quocientes entre dois uo mais nutrientes para uma
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melhor definição do estado nutricional da cultura(Tabela 18). Efeito da elevação na concentração do


primeiro elemento no meio, sobre o segundo elemento.

6.2. Avaliação da necessidade de adubos

Conhecendo-se a concentração relativa à produção máxima e o nível de adubo utilizado,


pode-se após exaustivos e acurados estudos, preconizar o nível de adubação. No Brasil de um modo
geral, as recomendações de adubação para P e K são baseadas nas análises de terra, o mesmo
acontecendo com relação à calagem. As doses de N são dadas em função de um número muito
limitado de resultados de ensaios de adubação no campo, nos quais foram obtidas as curvas de
respostas a vários elementos.

Tabela 18: Principais casos de interação entre elementos no processo de absorção e sua
conseqüência no teor foliar do segundo.(Malavolta & Malavolta, 1989).
Elemento Segundo Efeito na Conseqüência
adicionado elemento absorção no teor foliar
N P, S + +
Mg - -
B ? -
P Cu, Fe, Mn, Zn - -
Mo + +
K N + +
Ca, Mg - -
Ca [baixa] qualquer + +
Ca [alta] K, Mg, Mn - -
Mg P + +
S N, P + -
Cl, Mo - -
B Zn - -
Cl Zn + +
Cu Fe, Mn, Mo, Zn - -
Fe Cu + +
Mn - -
Mn Fe - -
Mo Cu - -
Zn Fe, Mn - -

A recomendação do uso de micronutrientes, como as descritas para o N, são largamente


baseados em alguns poucos dados experimentais e de observações locais, com excessão para o Cu
em cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro.
Têm-se pois que faltam trabalhos que permitam fazer-se recomendações das doses de N e
dos Micronutrientes com base nas análises de solo. Conhecendo-se pois os teores adequados dos
elementos para as principais culturas, pode-se lançar mão da diagnose foliar para calcular a dose de
adubo, sendo o procedimento semelhante ao usado para a análise de solo, sendo obedecidas três
premissas, isto é, dentro de um limite adequado há relação direta entre:

DOSE DE ADUBO & PRODUÇÃO;


DOSE DE ADUBO & TEOR FOLIAR;
TEOR FOLIAR & PRODUÇÃO

Na figura 4, podemos observar estas relações e a produção máxima (Yc) está associadacom
o teor foliar (Fc) e com a dose(Xc) de adubo, chegando a que a dose de adubo a usar será dada por:
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Xc - Xa = X
onde X será a dose de adubo.

Figura 4: Emprego da diagnose foliar como meio para determinar a dose de adubo.

Figura 5. Relação entre o suprimento de N, P2O5 e K2O, colheita e composição foliar.

7. AMOSTRAGEM

"A ANÁLISE NÃO É MELHOR QUE A AMOSTRA"

Muitos fatores agem e interagem para determinar a concentração foliar dos elementos, daí a
necessidade de se obedecer rigorosamente as recomendações quanto à época de amostragem, o
número de folhas a serem colhidas, variáveis essas que podem ser controladas. Por outro lado,
fatores que fogem ao controle, como a quantidade de chuvas, podem às vezes ser medidas, o que
permitem correções nos valores encontrados na análise das folhas.
Caso as recomendações não forem seguidas ao pé-da-letra, a interpretação dos dados poderá
ser errada, conduzindo à medidas inadequadas ao programa de adubações.

A folha que melhor expressa o estado nutricional da cultura é aquela cujo crescimento já
terminou (recém madura) e não entrou em senescência, sendo portanto a “folha
fisiológicamente ativa, ou madura”, com alta taxa metabólica

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