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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

DANIEL SIMIÃO NUNES OLIVEIRA

Análise da Geração de Energia Elétrica com


Biogás no Aterro Sanitário de Petrolina - PE

Juazeiro - BA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

DANIEL SIMIÃO NUNES OLIVEIRA

Análise da Geração de Energia Elétrica com


Biogás no Aterro Sanitário de Petrolina - PE

Trabalho de Conclusão de Curso apresen-


tado como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Engenharia
Elétrica, pela Universidade Federal do Vale
do São Francisco - UNIVASF.

Orientador: Prof. Dr. Eduard Montgo-


mery Meira Costa

Juazeiro - BA
2019
Simião, Daniel Nunes Oliveira.
S589a Análise da geração de energia elétrica com biogás no aterro sanitário
de Petrolina - PE / Daniel Simião Nunes Oliveira. – – Juazeiro-BA, 2019.

xv, 59 f.: il.; 29 cm.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia


Elétrica) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus
Juazeiro-BA, 2019.

Orientador: Prof. Dr. Eduard Montgomery Meira Costa.

1. Geração de energia elétrica. 2. Gás Natural. 3. Aterro sanitário. I.


Título. II. Montgomery, Eduard Meira Costa. III. Universidade Federal do
Vale do São Francisco.
CDD 621.31
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF
Bibliotecário: Renato Marques Alves, CRB 5 – 1458.
FUNDACAo UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SAO FRANCISCO UNIVASF
COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA ELETRICA

PARECER DA BANCA EXAMINADORA DE DEFESA DE TRABALHO DE


CONCLUsAo DE CURSO

Daniel SimiCioNunes Oliveira

A Banca Examinc>,duracomposta por: Prof. Dr. Eduard }v/ontgmery A1eira


Costa (Orientadoi:) Prof Dr. Rodrigo Pereira Ramos ( CENEL) e pelo Prof
J

Dr. Jose Bismark de Medeiros (CENMEC) consideram 0 candidato


8~ebilc,_ 10 com nota 9, Q

Juazeiro, 27 de mar~o de 2019

I ),)vvvaL de
DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE

Eu, DANIEL SIMIÃO NUNES OLIVEIRA, declaro que este Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC) intitulado:

ANÁLISE DA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA COM BIOGÁS NO ATERRO


SANITÁRIO DE PETROLINA - PE

é de minha autoria e confirmo que:

1. Nenhuma parte deste trabalho foi submetida a nenhum tipo de avaliação de


qualificação nesta ou em qualquer outra Universidade;

2. Todas as obras, artigos e/ou divulgações, de qualquer natureza, de outros autores


ou de co-autoria utilizadas para elaboração deste trabalho têm seus créditos
devidamente atribuídos;

3. A versão denominada versão final, contém as solicitações de correção exigidas


pela Banca Examinadora por ocasião da defesa deste trabalho, e atende as nor-
mas contidas no Manual de Normatização de Trabalhos Acadêmicos da UNIVASF
em vigor.

Juazeiro - BA, 27 de março de 2019.


UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

FOLHA DE APROVAÇÃO

Daniel Simião Nunes Oliveira

Análise da Geração de Energia Elétrica com Biogás no


Aterro Sanitário de Petrolina - PE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do


título de Bacharel em Engenharia Elétrica, pela Universidade Federal do Vale do São
Francisco - UNIVASF.

Prof. Dr. Eduard Montgomery Meira Costa


Universidade Federal do Vale do São Francisco

Prof. Dr. Rodrigo Pereira Ramos (CENEL)

Prof. Dr. José Bismark de Medeiros (CEMEC)

Aprovado pelo Colegiado de Engenharia Elétrica em 27 de Março de 2019.


Dedico esse trabalho a minha mãe Maria José (in memorian), com todo o meu amor,
gratidão e saudades.
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais José Neuton Alves de Oliveira e Maria José Nunes de Oliveira
pela perseverança, insistência e fé.
”Meu sonho não tem fim e nada vai me afastar do amor de Deus” (Ayrton Senna)
RESUMO
O presente estudo traz uma discussão sobre a geração de energia elétrica com biogás
no aterro sanitário em Petrolina (PE). Diante de um cenário que favorece, cria caminhos,
mecanismos para a exploração e transformação do lixo em energia, surgiu a ideia
de realização dessa pesquisa, a fim de analisar o tempo de vida útil e a capacidade
de produção de energia do aterro sanitário, bem como identificar a arrecadação e o
consumo de eletricidade do município ao longo do ano de 2018, e por fim, avaliar o
tempo de retorno do investimento e ganhos financeiros para a administração pública.
Para fundamentar esse estudo, adoraram-se os materiais técnicos para mecanismos
de desenvolvimento limpo das Nações Unidas contra as mudanças climáticas, dentre
outros para melhor conhecimento a respeito da temática trabalhada. A metodologia
expõe os métodos e técnicas utilizados para a realização da pesquisa. Mediante
análise de gráficos, imagens e tabelas, entende-se que os recursos naturais estão
sendo utilizados de forma ineficiente. Os resultados comprovam a viabilidade financeira
para a construção de uma usina termelétrica, sendo esta uma alternativa sustentável
e rentável, capaz de gerar emprego e renda para o município, além de explorar a
capacidade de produção de energia elétrica com biogás.

Palavras-chaves: Aterro Sanitário; Biogás; Geração Distribuída; Energia Elétrica e


Retorno Financeiro.
ABSTRACT
The present study aims to discurss about the generation of electric energy with biogas
in the sanitary landfill in Petrolina (PE). In view of a scenario that favors, creates paths,
mechanisms for the exploration and transformation of waste into energy, the idea of
carrying out this research arose in order to analyze the useful life and the energy
production capacity of the landfill as well how to identify the collection and consumption
of electricity of the municipality during the year 2018, and finally, to evaluate the time
of return of the investment and financial gains for the public administration. In order
to support this study, the technical materials for United Nations Clean Development
Mechanisms against climate change were encouraged, among others, for a better
understanding of the issue. The Metodology chapter explains the technical approach
used to conduct the research. By analyzing graphs, images and tables, it is understood
that natural resources are being used inefficiently. The results prove the financial viability
for the construction of a thermoelectric power plant, which is a sustainable and profitable
alternative, capable of generating employment and income for the municipality, as well
as exploiting the capacity for producing electricity with biogas.

Keys: Landfill; Biomethane; Distributed Generation; Eletricity Generation and Payback.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

TTE Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

EE Eficiência Energética

EPE Empresa de Pesquisa Energética

GD Geração Distribuída

GMG Grupo Moto Gerador

GEE Gases de Efeito Estufa

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IBGE Instituto Brasileiro Geografia e Estatística

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

MME Ministério de Minas e Energia

ONU Organização das Nações Unidas

PIS Programa de Integração Social

PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elé-


trico Nacional

REN Resolução Normativa

SEB Sistema Elétrico Brasileiro

SIN Sistema Interligado Nacional

TUST Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão

TUSD Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição

UNFCCC United Nations Climate Change


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Destinação final dos resíduos urbanos. . . . . . . . . . . . . . . . . 16


Figura 2 – Recursos renováveis: sol, vento, biomassa e água. . . . . . . . . . . 22
Figura 3 – Mineração de urânio em Caetité (BA). . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 4 – Processos de conversão energética a partir de biomassa. . . . . . . 24
Figura 5 – Crescimento da geração e consumo de energia elétrica em GW. . . 26
Figura 6 – Evolução anual (%) da capacidade instalada, geração e consumo total. 26
Figura 7 – Fontes de energia exploradas no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 8 – Diagrama do Sistema Interligado Nacional de energia elétrica. . . . 28
Figura 9 – Esquema da geração distribuída. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 10 – Consumidores que possuem acesso aos créditos da geração distri-
buída por Estado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 11 – Potencial energético do lixo urbano por Estado e usinas em operação. 33
Figura 12 – Esquema construtivo de um aterro sanitário . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 13 – Composição média do biogás. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 14 – Esquema de captura de biogás para geração de eletricidade. . . . . 39
Figura 15 – Esboço de operação do motor à combustão. . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 16 – Tratamento conforme a destinação final. . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 17 – Arrecadação e despesa liquidada no primeiro semestre de 2018. . . 43
Figura 18 – Temperatura anual média em Petrolina (PE). . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 19 – Desembolsos com eletricidade até Setembro de 2018. . . . . . . . . 46
Figura 20 – Desenho da vista aérea do aterro sanitário de Petrolina (PE). . . . . 47
Figura 21 – Estimativa de potência elétrica e vazão de metano de 2006 à 2054. 54
Figura 22 – Estimativa retorno financeiro anual com créditos de carbono a partir
de 2019. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 23 – Investimento total para potência projetada. . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 24 – Comportamento anual do empréstimo BNDES Finame. . . . . . . . 56
Figura 25 – Compensação energética para o consumo até setembro de 2018. . 58
Figura 26 – Retorno do investimento financiado com a usina em operação. . . . 59
Figura 27 – Retorno do investimento próprio com a usina em operação. . . . . . 59
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tipos de energia e suas descrições. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21


Tabela 2 – Poder calorífico de alguns combustíveis em MJ/kg. . . . . . . . . . . 36
Tabela 3 – Correlação entre população, quantidade de lixo e produção de energia. 45
Tabela 4 – Cronologia e dados operacionais do aterro. . . . . . . . . . . . . . . 52
Tabela 5 – Crédito de Carbono de 2019 até 2054 - Período de 35 anos. . . . . 53
Tabela 6 – Geração de eletricidade de 2019 até 2054 - Período de 35 anos. . . 53
Tabela 7 – Simulação de financiamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Tabela 8 – Resumo de tarifa e destino da geração de energia. . . . . . . . . . . 57
Tabela 9 – Custo com consumo de energia elétrica no primeiro semestre de 2018. 69
Tabela 10 – Custo com consumo de energia elétrica no segundo semestre de 2018. 70
Tabela 11 – Unidades consumidoras com geração distribuída por Estado. . . . . 71
Tabela 12 – Previsão anual de lixo a ser produzido em Petrolina (PE). . . . . . . 72
Tabela 13 – Estimativa anual para vazão de metano e potência disponível. . . . 73
Tabela 14 – Simulação de financiamento no BNDES (carência de 6 meses). . . 74
Tabela 15 – Retorno do investimento com capital próprio com a usina em operação. 75
Tabela 16 – Retorno financeiro do empréstimo com a usina em operação. . . . . 76
Tabela 17 – Média mensal de coleta dos resíduos sólidos por classe. . . . . . . 78
Tabela 18 – Coleta de lixo detalhada ao longo dos últimos 10 meses de 2018 em
Petrolina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Tabela 19 – Tabela de seleção de geradores pela vazão em (m3 /h). . . . . . . . 81
SUMÁRIO

1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.4 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.5 A Relevância do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.6 Organização do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 Fundamentação Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1 Conceito de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1.1 Energia química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.2 Energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.3 Recursos naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1.4 Conversão de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.5 Energia de biomassa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.1.6 Fontes Alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2 Sistema Elétrico Brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2.1 Sistema interligado nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.2 Geração distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3 O Biogás: uma fonte energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.3.1 Aterro sanitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.3.2 Geração e características do biogás . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.3.3 Políticas públicas e o RenovaBio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.4 Financiamento junto ao BNDES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.5 Créditos de Carbono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.6 Geração de energia elétrica em aterros sanitários . . . . . . . . 39
3 Perfil Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.1 Cenário Econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2 Setor Energético Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.3 Possibilidade de Geração com Biogás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.4 Consumo de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.2 Parametrização do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.2.1 Gerador elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.2 Energia produzida diariamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.3 Potência elétrica disponível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5 Resultados e Discussões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.1 Informações Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.2 Financiamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.3 Recuperação do Investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.3.1 Compensação energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.3.2 Comercialização da energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.4 Encerramento das Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

Apêndices 68
APÊNDICE A Planilhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

Anexos 77
ANEXO A Controle de Resíduos Sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
ANEXO B Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
16

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de adicionar outras fontes de produção energética na matriz


elétrica brasileira, é impulsionada pelo aumento na demanda por energia e diminuição
do lançamento dos gases de efeito estufa na atmosfera, condicionando um cenário
especial para uso da geração distribuída por fontes renováveis, em especial usinas de
biometano nos aterros sanitários.
Gerar eletricidade utilizando o biogás do aterro sanitário de Petrolina (PE), é
uma maneira eficiente e limpa que contribui com a redução dos impactos provocados
pelo descarte incorreto dos resíduos sólidos. Estes projetos, que promovem a utilização
consciente dos recursos naturais, conduzem os municípios por caminhos sustentáveis
permitindo a transformação de um passivo ambiental em ativo financeiro, ou seja, lixo
em dinheiro.
As atividades humanas e industriais se tornaram mais intensas, agravando a
relação de equilíbrio entre o desenvolvimento tecnológico e a preservação da natureza.
No dia 1 de Agosto de 2018, a humanidade consumiu todos os recursos renováveis
disponíveis para o ano inteiro em apenas 7 meses (LITRE et al., 2016). Noutras
palavras, a sociedade está drenando as energias do planeta muito mais rápido do que
sua capacidade de reposição natural. Os efeitos são notados nas drásticas mudanças
climáticas que ocorreram até o momento, no meio ambiente e nas diversas cidades do
mundo.
Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) analisou a qualidade do ar
em Nova Delhi, na Índia, e constatou que respirá-lo equivale a fumar 10 cigarros por dia.
Além disso, esta cidade possui uma população estimada em 29 milhões de habitantes
que produzem cerca de 10 toneladas de lixo diariamente. Contudo, todo material
recolhido é armazenado no local conhecido como a ”Montanha da Morte”, amontoado
sem nenhum critério técnico gerando metano, chorume e outros gases tóxicos. Estima-
se que 100 milhões de pessoas terão a saúde afetada devido à contaminação do ar, da
água ou do solo por lixões (ABRELPE, 2016).
O contexto que envolve as cidades brasileiras não difere de Nova Delhi, elas
carecem de ações voltadas para o desenvolvimento de sua infraestrutura de água,
esgoto, saneamento e aterro sanitário. Em Barbacena, no Pará, os moradores de-
pendem da água dos rios e igarapés para sobrevivência. Porém, como acontece em
diversos outros municípios da região Norte, o lugar possui parte do seu sistema de
abastecimento contaminado por vazamento de chorume do lixão municipal.
Atualmente, menos da metade dos 5.570 municípios brasileiros possuem um
Capítulo 1. Introdução 17

local para correta disposição do lixo, um cenário caótico para a saúde pública e o
meio ambiente. Segundo a CNM (2018), cerca de 2.062 cidades possuem aterro
sanitário, 2.404 lixão/aterro controlado e os 1.104 restantes não informaram a situação
do gerenciamento dos resíduos sólidos. Na Figura 1, encontra-se um resumo com
valores percentuais que sintetizam o contexto supracitado.
Estes dados, quando somados à falta de controle e trato, expõem que o
crescimento urbano não absorveu políticas públicas para tratamento dos resíduos
sólidos e nem foi avaliado como ação prioritária, justificando, assim, o grande número
de vazadouros a céu aberto nas diversas regiões do país. Diante desse cenário, surge a
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da Lei no 12.305/10, instituindo
metas para eliminação ou redução de lixões, concentrando esforços na construção de
aterros sanitários como melhor solução técnica.

Figura 1 – Destinação final dos resíduos urbanos.

37%
Aterro Sanitário
Lixão/aterro controlado
43% Não Informado
20%

Fonte – Confederação Nacional dos Municípios

As usinas de biogás são exemplos tecnológicos que aproveitam o material


descartado para se produzir energia, constituindo uma estratégia para redução de
custos e ganho de capital. Estima-se que o Brasil receberá investimentos na ordem de
R$ 50 bilhões a serem aplicados no setor de biogás até o ano 2030 (POLITO, 2017).
Com intuito de fomentar ainda mais esta ideia, em 2017 o Governo Federal,
por meio do projeto de Lei no 13.576, abriu precedentes legais para exploração do
metano de aterro sanitário como biocombustível. O programa que norteia tais atividades
é o RenovaBio, a nova política nacional de biocombustíveis no Brasil. É uma ação
que beneficia o reaproveitamento do biometano, tornado-o economicamente viável
ao facilitar sua comercialização como combustível para veículos, matéria prima para
geração de energia elétrica, além de outros usos similares ao gás natural.
Medidas como estas que incentivam a exploração dos gases de efeito estufa
são traduzidas em inovação contribuindo para um novo mecanismo para captação de
recursos financeiros, geração de emprego, diversificação energética, além do desenvol-
vimento tecnológico.
Capítulo 1. Introdução 18

Os municípios possuem várias fontes de receita que são fundamentadas no


recolhimento de impostos diretos ou indiretos. As tributações servem para custear
serviços que vão desde a promoção de saúde pública até o pagamento da folha salarial
dos seus funcionários. Contudo, a partir de 2014, o país mergulhou em uma forte
recessão econômica. Associado a isto, ocorreram diversas situações políticas que
agravaram o equilíbrio fiscal de muitas cidades que dependem dos repasses federais.
Segundo Firjan (2016), ”a receita própria das cidades com população inferior a
20 mil habitantes é de 9,7% – ou seja mais de 90% da receita vem de transferências
públicas”. Este cenário requer dos prefeitos uma gestão mais eficiente da máquina pú-
blica, o que justifica a busca por projetos que contemplem, por exemplo, a economia de
recursos financeiros com investindo-se na autoprodução de energia elétrica renovável.
Portanto, para acelerar o desenvolvimento no interior do país, é necessário promover
ações para capacitação e aprimoramento dos gestores públicos, sobretudo nas regiões
menos desenvolvidas (FIRJAN, 2016, pág. 10).
As ações políticas não contribuem somente com a segurança energética e
disponibilidade ininterrupta de eletricidade, mas também atraindo novas fontes de
receitas para os municípios. Portanto, as energias renováveis a preços acessíveis
incentivam o desenvolvimento tecnológico e atraem investimentos privados.

1.1 Motivação
O posicionamento social está mudando e junto com ele a forma de consumir
produtos e serviços sustentáveis. Esta postura, contribui para a preservação do planeta,
uma vez que os recursos renováveis são limitados, forçando a humanidade trilhar
um caminho mais consciente e harmonioso com a natureza. Assim, o interesse em
discorrer sobre a geração de eletricidade utilizando o biogás do aterro sanitário, surgiu
a partir da necessidade de desenvolver projetos sustentáveis com foco na geração de
energia limpa.

1.2 Justificativa
Diante dessa problemática, surgiu o seguinte questionamento: como gerar ener-
gia elétrica utilizando os resíduos sólidos, transformando o lixo de passivo ambiental
para ativo financeiro.
Petrolina (PE) está inserida no mercado internacional, com foco no escoamento
da produção agrícola. Atualmente, é cada vez mais comum os consumidores estran-
geiros buscarem informações completas que permitem o rastreio da cadeia produtiva
de um alimento, dispondo de dados da colheita, adubação e impactos ambientais (UE,
Capítulo 1. Introdução 19

2018). Assim, a busca por informações que dizem a real origem dos alimentos tem
crescido nos últimos anos, principalmente aqueles que serão colocados na mesa do
consumidor europeu.
Esta situação evidencia a forte tendência global não só pela forma como são
produzidos os alimentos, mas de onde eles vêm e sua influência socioeconômica. Uma
pesquisa realizada em Bruxelas, pela Organização Europeia do Consumidor (BEUC),
revelou que 70% das pessoas entrevistadas afirmaram que conhecer a origem da
comida é um fator crucial para determinar as compras no supermercado, principalmente
daqueles itens consumidos diariamente (BEUC, 2013, pág. 6). Tal cenário sinaliza com
luz amarela a necessidade de investir em empreendimentos que promovam a redução
dos gases de efeito estufa (GEE).
As mudanças climáticas forçaram os governos a planejarem incentivos fiscais
e subsídios financeiros para as fontes renováveis. São ações que proporcionam uma
política de diversificação das matrizes energéticas e, consequentemente, o amadureci-
mento tecnológico das indústrias de energia solar, eólica e de biogás. O projeto de lei
do Senado Federal no 712/2015 aumenta a participação das energias renováveis na
matriz energética em pelo menos 60% até 2040.
A Portaria no 65 do Ministério de Minas e Energia (MME), publicada no dia 28 de
fevereiro de 2018, no Diário Oficial da União, determinou um Valor Anual de Referência
Específico (VRES) para a biomassa dedicada de R$ 537,00 e gás natural a um custo
de R$ 451,00 por MWh. A valorização do MWh para fornecimento de eletricidade, com
energias renováveis, representa um cenário muito atrativo para investimento em usinas
termoelétricas que utilizam o biogás como combustível.

1.3 Objetivo Geral


Identificar a viabilidade econômica da construção de uma usina termoelétrica,
localizada no aterro sanitário de Petrolina (PE), aproveitando o biogás gerado pelo lixo
em decomposição.

1.4 Objetivos Específicos

• Analisar o tempo de vida útil e a capacidade de produção de energia elétrica do


aterro sanitário;

• Identificar o perfil financeiro e o consumo de energia elétrica do município ao


longo do ano de 2018;
Capítulo 1. Introdução 20

• Avaliar o tempo de retorno do investimento e ganhos financeiros para a adminis-


tração pública.

1.5 A Relevância do Trabalho


O presente trabalho é importante porque promove exploração energética do
metano que é produzido pelo aterro sanitário. Bem como, é uma atividade econômica
inexplorada na região, cenário que condiciona a evolução ou criação de empresas
locais voltadas para o reaproveitamento energético do lixo urbano.

1.6 Organização do Trabalho


Este trabalho é composto por cinco capítulos, os quais são descritos a seguir:

• No Capítulo 2, são apresentados os fundamentos teóricos quanto às formas de


produção, conversão e transmissão de energia, além da estruturação do sistema
elétrico brasileiro voltado para o biometano, uma evolução no aproveitamento das
fontes renováveis ante o uso de combustíveis fósseis;

• No Capítulo 3, apresenta-se uma visão micro e macroeconômica da cidade de


Petrolina (PE) no contexto da globalização;

• No Capítulo 4, descreve-se a metodologia utilizada para projetar uma usina


termelétrica em minigeração distribuída, considerando a localização e potência
desejada

• No Capítulo 5, são apresentados os resultados pertinentes à rentabilidade, financi-


amento, compensação ou venda da eletricidade, a fim de comprovar a viabilidade
econômica do empreendimento;

• No Capítulo 6, são realizadas as considerações finais, focalizando as reflexões


sobre a geração de energia elétrica com biogás no aterro sanitário de Petrolina
(PE).
21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta conceitos necessários para entender a energia, seus


mecanismos de geração e sistemas usados para sua distribuição, conforme as refe-
rências bibliográficas. Visando uma transferência de conhecimentos enriquecedores
à cerca do assunto, serão apresentadas as tecnologias utilizadas para produção de
energia elétrica com o biogás.

2.1 Conceito de Energia


Alguns eventos naturais podem ser explicados pela ciência, a lei da conserva-
ção da energia descreve o relacionamento entre dois sistemas físicos. Por exemplo, a
queda d’água em rios decorre da ação gravitacional e é reaproveitada cineticamente
para movimentar os geradores em uma usina, produzindo energia elétrica.
A energia possui um conceito abstrato e complexo devido à sua natureza. Ela
não pode ser vista e nem tocada, porém é requisito obrigatório no desenvolvimento
social. Portanto, a melhor maneira para retratar a energia é defini-la como sendo ”a
medida da capacidade de efetuar trabalho” (SANTOS et al., 2001).
A partir de princípios metafísicos, Lindsay e Mayer (1973) afirmaram que ”nada
pode surgir do nada”, do mesmo modo que não é possível criar ou destruir energia. As
definições apresentadas até o momento sugerem uma ideia de fluxo direcionado, indo
de um sistema para outro como agente construtor do significado de energia. Para Tipler
e Mosca (2000), ”sempre que a energia de um sistema varia, podemos dar conta desta
variação pelo aparecimento ou desaparecimento da energia em algum outro lugar”.
Logo, as trocas energéticas existem sempre que um trabalho é realizado, igualmente
como ocorre na conversão de ações mecânicas em eletricidade.
Nesse contexto, é necessária uma metodologia para medir o fluxo energético
entre os sistemas, é dai que surge o termo potência. Conforme VIANA et al. (2012),
”potência é a velocidade na qual a energia é produzida ou consumida, sendo um
conceito importante ao se tratar de processos humanos e econômicos, onde o tempo é
essencial”. Este fluxo deve ser avaliado em termos de energia transferida por unidade
de tempo, em kWh (quilowatt-hora) ou kJ (quilojoule), por exemplo.
Energia transferida
Potência = (2.1)
Intervalo de tempo

Serão utilizadas apenas as definições de energias necessárias para fundamen-


tar o desenvolvimento deste trabalho. Na Tabela 1, são apresentadas algumas das
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 22

formas físicas da energia com grande influência no cotidiano da sociedade.

Tabela 1 – Tipos de energia e suas descrições.

TIPO DE ENERGIA DESCRIÇÃO


Nuclear Energia de fissão ou fusão de átomos
Química Energia das ligações químicas
Elétrica Energia das cargas elétricas
Térmica Energia interna e de radiação
Mecânica Energia potencial e cinética
Fonte – CIBIOGÁS (2018, pág. 10)

2.1.1 Energia química


A fermentação é um processo químico de transformação de uma substância
em outra, para produzir energia sem a presença do oxigênio. Este processo de transfor-
mação também é conhecido como reação química e muitas vezes é acompanhado por
mudança de cor, liberação de calor, gases ou energia (luz). Conforme Feltre (2004), a
reação química é um fenômeno irreversível em que as moléculas iniciais são quebradas,
e seus átomos se reagrupam para formar as novas moléculas.
Durante uma reação química, a energia de ligação entre átomos de uma
substância reagente possui mais energia do que as ligações interatômicas dos produtos
gerados. Dependendo das reações e da liberação da energia acumulada na forma de
ligações, entre os átomos e moléculas, pode-se definir a energia química (CIBIOGÁS,
2018). Essa energia tem o comportamento de energia potencial e está armazenada
nas ligações interatômicas, sendo liberada quando ocorre a quebra dessas conjunções.

2.1.2 Energia elétrica


O mundo atômico é quem simplifica a descrição de todo e qualquer compor-
tamento dos elétrons nos materiais, principalmente quando estes são submetidos à
campos elétricos ou magnéticos. A corrente elétrica, definida pela Equação 2.2, surge
quando uma diferença de potencial (V ) é aplicada entre dois pontos de um material
condutor, com resistividade (R), gerando um fluxo direcionado de cargas elétricas (I).

V
I= (A) (2.2)
R

Conforme CIBIOGÁS (2018, pág. 9), a energia elétrica é mais frequentemente


associada à circulação de corrente elétrica. A eletricidade transformada em ações
mecânicas permite o funcionamento das máquinas de costura, também pode ser
transportada por grandes distâncias em linhas de transmissão ou produzida pelas
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 23

quedas d’água em cachoeiras, consequentemente é fácil seu aproveitamento nos


setores domésticos, públicos e industriais.

2.1.3 Recursos naturais


A energia renovável é produzida aproveitando algum processo da natureza
existente no planeta, tal como a influência do sol nas células fotovoltaicas, da ação do
vento nos geradores eólicos e da chuva nas hidrelétricas, exemplificados na Figura 2.
Para Weil (2013, pág. 467), uma fonte renovável é reabastecida por processos naturais
e pode ser utilizada várias vezes, limitadamente ao seu ciclo de reposição. Em outras
palavras, este conceito de fonte renovável sintetiza a ideia de que a escala de tempo
para reposição natural deve ser compatível com a duração de uma vida humana.

Figura 2 – Recursos renováveis: sol, vento, biomassa e água.

Fonte – Adaptado de FreePik

Para compreender melhor este conceito, basta analisar como a Amazônia e


o processo de evapotranspiração atuam na formação das chuvas no país. Naquela
região, realizam-se trocas de energia entre o solo e o ar. Também deve-se lembrar que
lá a precipitação é maior do que a evaporação, criando um sistema retroalimentado pela
umidade atmosférica local e oceânica. Segundo Brubaker et al. (1993), a reposição da
chuva é proporcional à quantidade de água evapotranspirada da superfície terrestre
que retorna sobre a mesma região. O transporte de umidade da Amazônia para o Brasil
Central e Sudeste se estabelece entre a primavera e o verão, favorecendo a ocorrência
diurna de pancadas de chuva (INMET, 2017).
Um recurso não renovável apresenta um estoque que nunca aumenta, diminui
conforme a utilização e uma vez esgotado não é mais possível aproveitá-lo. Segundo
Afonso e Gobetti (2008), o Brasil está entre os 10 maiores produtores de petróleo
no mundo graças ao campo adicional do Tupi, na bacia de Santos, garantindo uma
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 24

exploração para os próximos 18 anos com 12,2 bilhões de barris. À medida que o
desenvolvimento socioeconômico progride no país, com o avanço e retomada das
atividades industriais, há mais consumo de combustíveis e seus derivados, diminuindo
gradativamente a reserva de barris de petróleo.
A energia não-renovável é extraída de materiais encontrados na natureza,
como o carvão mineral, petróleo e urânio que são utilizados para gerar eletricidade em
usinas termoelétricas. Os recursos e reservas de carvão no Brasil somam 32 bilhões
de toneladas in situ, além disso ele representa 50% da reserva de combustíveis fósseis
no país (GOMES et al., 2003, pág. 4). Em Caetité, município baiano, são extraídas 400
toneladas por ano de urânio (GOMIERO et al., 2004).
O carvão é um material que passou por um processo longo de formação,
submetido à alta pressão de terra acumulada sob o mesmo, cenário representado
pela Figura 3. Atividades de extração causam a diminuição das reservas, tornando
impossível sua produção pela natureza no tempo de uma vida humana.

Figura 3 – Mineração de urânio em Caetité (BA).

Fonte – (FOLHA, 2018)

2.1.4 Conversão de energia


A principal essência da energia é poder transformá-la, por meio de processos
físicos ou químicos, de um tipo específico em outro. Sendo assim, no termo ”geração de
energia” transparece a falsa ideia de que é possível criar energia, quando na realidade
isso é uma afirmação vaga e insuficiente. No entanto, abre espaço para a concepção
de que converter, por exemplo energia potencial em cinética, é um processo que melhor
descreve a geração.
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 25

Na Figura 4, podem ser observados alguns exemplos de processos que en-


volvem a conversão energética. Note que a geração de eletricidade com biogás, a
partir de resíduos orgânicos, ocorre após a biodigestão deste material. Em seguida, o
sistema converte a energia química em mecânica e, posteriormente, em elétrica.

Figura 4 – Processos de conversão energética a partir de biomassa.

Fonte – Balanço Energético Nacional (BEN). Brasília: MME, 1982. (adaptado)

Baseado nas afirmações da Lei da Dissipação da Energia, todos os processos


de conversão energética devem ser acompanhados de uma parcela de energia térmica
como produto. Segundo CIBIOGÁS (2018), sempre existirá perdas térmicas durante
a conversão que devem ser somadas à outras como consequência das restrições
tecnológicas.

2.1.5 Energia de biomassa


Biomassa é qualquer matéria de origem vegetal usada como fonte de energia,
podendo ser um resíduo industrial, urbano ou agrícola. De acordo com Brasil (2019a),
”do ponto de vista energético, para fim de outorga de empreendimentos do setor elétrico,
biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica que pode ser utilizada
na produção de energia”.
O melhor reaproveitamento dos resíduos orgânicos acontece quando a bio-
massa é utiliza no processo de biodigestão, que produz o biometano pela digestão
anaeróbia das bactérias. Este combustível é uma fonte de energia que impacta dire-
tamente na sociedade gerando de empregos e receita. Dessa forma, Petrolina (PE)
oferece ótimas condições para produção e uso energético da biomassa em larga escala,
graças à sua expressiva produção agrossilvipastoril.
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 26

2.1.6 Fontes Alternativas


As fontes alternativas de energia (biomassa, eólica e solar) movimentaram
o setor elétrico nos últimos anos, impulsionando a construção de subestações (SE),
linhas de transmissão (LT) e melhoria nos sistemas de distribuição (SGD). Segundo
Brasil (2017b), até 2024 o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) forçará uma
adição de 79 GW na capacidade instalada de geração, a construção de 70 mil km de LT
e 163 GVA em SE, totalizando investimentos financeiros em torno de R$ 377 bilhões.
Não obstante, tais investimentos conduziram o melhoramento, confiabilidade,
robustez e segurança do sistema elétrico brasileiro (SEB), além de propor um modelo
de negócio que contemple mecanismos energéticos sustentáveis. O Brasil possui forte
potencial de aproveitamento das fontes renováveis (SILVA, 2006).
O atual contexto nos diz que as técnicas de produção a partir de tais fontes
está maduro suficientemente para ser aproveitado. Assim, é possível construir sistemas
energéticos flexíveis que aproveitam integralmente as diversas fontes, contribuindo
com a redução dos impactos ambientais, nascimento de novos postos de emprego e
geração de renda.

2.2 Sistema Elétrico Brasileiro


Durante a crise energética brasileira, mesmo sendo a alternativa mais barata
dentre as existentes para se produzir eletricidade, ficou claro o quão vulnerável o
país estava por depender exclusivamente de hidrelétricas e do regime de chuvas para
abastecer seus reservatórios. Segundo Tolmasquim (2000), ”entre 1990 e 2000, o
consumo cresceu 49% enquanto que a capacidade instalada foi expandida em 35%”.
Na Figura 5, nota-se que a geração para o mesmo período não superou 50% da energia
que foi consumida.
Naquele momento, devido à ausência de chuvas e ao baixo nível dos reserva-
tórios, as termelétricas foram incorporadas ao sistema, elevando o custo do megawatt-
hora (MWh) a níveis recordes (EM, 2018). Porém, ainda que fosse para atender à
demanda do país, essa escolha deixou claro o alto preço pago pela ineficiência política
quanto ao planejamento, em criar dependência direta do regime hidrológico ante as
condições naturais e mudanças climáticas. O fornecimento de eletricidade e preserva-
ção ambiental são requisitos essenciais para o desenvolvimento contemporâneo de um
país emergente.
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 27

Figura 5 – Crescimento da geração e consumo de energia elétrica em GW.

320 Geração
Consumo
300

280

260

240

220

200
1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001
Fonte – Tavares et al. (2003, pág. 9)

O aumento progressivo do consumo de energia no Brasil, entre os anos de


1990 e 2000, apontam que o consumo evoluiu mais rápido do que a capacidade
instalada, de acordo com a Figura 6. Bem como, em alguns momentos, a geração foi
insuficiente para atender a demanda dos usuários por eletricidade, fato que causou o
apagão em 2001.

Figura 6 – Evolução anual (%) da capacidade instalada, geração e consumo total.

8%
6%
4%
2%

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
−2%
−4% Capacidade instalada
Geração total
−6%
Consumo total
−8%
Fonte – Tavares et al. (2003, pág. 9)

A relação entre tipo e quantidade de fontes no Brasil está disposta na Figura 7.


Nota-se que há espaço e necessidade de diversificação energética, uma vez que a
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 28

maior parte da geração advém das usinas hidrelétricas e termoelétricas, representando


cerca de 60,8% da matriz elétrica (BRASIL, 2018c).

Figura 7 – Fontes de energia exploradas no Brasil.

Solar 2,469
Fóssil 2,443
Hídrica 1,339
Eólica 605
Biomassa 566
Nuclear 2
500 1,000 1,500 2,000 2,500
Quantidade de fontes
Fonte – (BRASIL, 2018c)

As estimativas traçadas para demanda por eletricidade, no período compre-


endido entre 2017 e 2026, indicam um aumento médio em torno de 3,7% ao ano,
registrando valores de consumo a partir de 517 TWh em 2016 e calculados 744 TWh
em 2026 (BRASIL, 2017d).
Contudo, é necessário garantir uma forma de escoamento da energia produzida.
No Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), predomina a geração centralizada de energia, em
que as usinas estão localizadas próximas aos grande centros urbanos, para atender
sua demanda, ou em outras localidades do país, para aproveitar os diferentes ciclos
chuvosos e garantir reservas de energia no ano seguinte.

2.2.1 Sistema interligado nacional


As mais variadas distâncias entre as unidades produtivas e as consumidoras só
são vencidas graças ao Sistema de Interligado Nacional (SIN), gerenciado pelo Opera-
dor Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que permite transportar grandes quantidades
de energia de uma região para outra. Na Figura 8, está representado o diagrama da
infraestrutura que permite os estados trocarem energia entre si. Segundo USP (2018),
”o Estado de São Paulo importa cerca de 60% da energia, com produção anual de 50
mil GWh e consumo próximo de 130 mil GWh”.
O governo deve contratar 52 gigawatts (GW) de potência instalada para o SIN
até 2021, sendo que a maior parte desses acordos serão feitos exclusivamente com
energias renováveis (ENERGÉTICA, 2015). Para aliviar a sobrecarga do SIN, é interes-
sante incentivar não só outros meios de produção, como também o de escoamento da
energia com a geração distribuída (GD).
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 29

Figura 8 – Diagrama do Sistema Interligado Nacional de energia elétrica.

Venezuela

Boa Vista

Macapá
2
2
2
2 2
2
Belém S.Luís
2 2 3 2
2 2 5
2
2 2 Fortaleza
Manaus 2 2 2 3
Tucuruí 4 2
2 3
2 2
3 3 Teresina Natal
2 2
3
2
2
João
2
2 3 Pessoa
Porto Velho 2 2
2 2 3 3
2 3

Rio Branco 2 2
4 2 Recife
2 3 2
2
2
2
2 E 3
3
2 2
2
2 2
2 2 Maceió
3
4
2
Palmas 2 Aracaju
2
2 2
2
2 3 Salvador
2
2 2
2 2 3

2 2 4
2
2 Goiânia
3 2
2 3
Brasília
Cuiabá 2 2
2 2
2 2 2
3
Legenda D
2 2 2
Existente Futuro Complexo 6 2 2
2
138 kV A Paraná C 2 B.Horizonte
C.Grande 2 Vitória
230 kV A 2
345 kV B Paranapanema 8
2
2
2
440 kV C Grande B 7 3
3

500 kV 4
R.Janeiro
2

750 kV D Paranaíba 3
4 3 São Paulo
+- 600 kV cc
+- 800 kV cc
E Paulo Afonso Itaipu
3
2
2

2
2
Curitiba
2
N Número de circuitos existentes
Garabi
2000 MW 2 Florianópolis
2
2
2
Uruguaiana 2 2 5
50 MW
Rivera 2 P.Alegre
70 MW
Melo
500 MW
Uruguai

Fonte – ONS

2.2.2 Geração distribuída


A Geração Distribuída (GD) pode ser vista como uma política pública que
contribui melhorando o fornecimento de energia elétrica. Bem como, proporciona a
redução no preço final da energia elétrica, uma vez que não são necessárias estruturas
físicas semelhantes às que moldam os sistemas de transmissão, tais como: milhares
de quilômetros de cabos, postes metálicos e subestações (SIMIONI, 2006). Essa
metodologia permite descentralizar as fontes de geração, injetando a eletricidade na
rede de distribuição local. Para INEE (2017), ”Geração Distribuída é uma expressão
usada para designar a geração elétrica realizada junto ou próxima do(s) consumidor(es)
independente da potência, tecnologia e fonte de energia”.
A resolução normativa no 482 da ANEEL permite que os usuários instalem
sistemas de geração nas próprias unidades consumidoras (casas, fazendas e etc), em
troca de créditos com a concessionária de energia (BRASIL, 2017c). Entende-se como
créditos de energia o saldo líquido entre a geração e o consumo de eletricidade. Como
consequência, esta ação promoveu melhores condições no contexto da GD, além de
proporcionar vantagens ao consumidor interessado na autoprodução de energia.
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 30

É indiscutível sua importância estratégica para o setor elétrico, uma vez que
impulsiona a utilização de fontes alternativas de energia. Segundo Leão et al. (2009),
aumenta o fator de segurança, do sistema elétrico nacional, diversificando a matriz
energética. Em 30 de Julho de 2004, a GD foi definida de forma oficial através do
Decreto no 5.163, em que:

Art. 14. Para os fins deste Decreto, considera-se geração distribuída


a produção de energia elétrica proveniente de empreendimentos de
agentes concessionários, permissionários ou autorizados, incluindo
aqueles tratados pelo art. 8o da Lei no 9.074, de 1995, conectados
diretamente no sistema elétrico de distribuição do comprador, exceto
aquela proveniente de empreendimento:
I - hidrelétrico com capacidade instalada superior a 30 MW; e
II - termelétrico, inclusive de cogeração, com eficiência energética infe-
rior a setenta e cinco por cento.
Parágrafo único. Os empreendimentos termelétricos que utilizem bio-
massa ou resíduos de processo como combustível não estarão limita-
dos ao percentual de eficiência energética prevista no inciso II do caput
(BRASIL. Congresso. Senado, 2004)

A Resolução Normativa ANEEL no 687/15, complementar à 482/12, estabelece


que a geração com potência nominal inferior a 75 kW é classificada como microgeração,
enquanto a minigeração corresponde entre 75 kW e 3 MW para fontes hídricas e 75 kW
a 5 MW para as demais fontes. Na Figura 9, encontra-se um esquema classificatório
e simplificado quanto ao tipo de geração, cujo foco é a compensação da energia
consumida.
Figura 9 – Esquema da geração distribuída.

(+) Centrais geradoras de


energia elétrica conectadas
Políticas Públicas Geração Distribuída no sistema elétrico de distri-
buição

(+) Lei no 5.163/04


(+) REN no 482/12 ANEEL
(+) REN no 687/15 ANEEL

Sistema de Microgeração
Minigeração Distribuída
Compensação Distribuída

(+) Fontes renováveis (+) Energia ativa da gera- (+) Fontes renováveis
(+) Cogeração qualificada ção inserida na rede (+) Cogeração qualificada
(+) Potência de 75 kW até (+) Excedentes se tornam (+) Potência menor ou igual
5MW créditos de energia ativa à 75 kW
(+) Potência menor ou igual (+) Permite uso de múltiplas
à 3MW (fontes hídricas) unidades consumidoras

Fonte – O autor

Vale ressaltar que, complementando as normas regulamentadoras supracitas, a


o
Lei n 13.169, de 6 de outubro de 2015, diz que a cobrança do Programa de Integração
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 31

Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social (COFINS)


seja aplicada somente no consumo líquido de energia, reduzindo a zero estas alíquotas
incidentes sobre a eletricidade ativa injetada na rede de distribuição pelo sistema de
geração (BRASIL, 2015). Pode-se afirma que são mecanismos educativos, conduzindo
os usuários a comportamento mais consciente quanto ao uso da eletricidade.
O sistema de compensação permite ao usuário receber créditos, medidos em
(kWh), a serem utilizados para abater o consumo mensal quando a produção injetada
na rede for maior do que energia consumida. Este sistema constrói bases sólidas para
GD, o que justifica a grande procura pela geração própria de energia. Os Estados
que possuem o maior número de clientes que aderiram a este sistema são Minas
Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, de acordo com Figura 10. Além disso, na
Tabela 11 localizada no apêndice deste trabalho, mostra detalhadamente o total de
clientes inseridos no sistema de compensação energética por unidade federativa.

Figura 10 – Consumidores que possuem acesso aos créditos da geração distri-


buída por Estado.

Total de clientes:
0.6 - 34
34 - 68
68 - 102
102 - 135
135 - 169
12423 - 26320

Fonte – O autor

A geração própria inserida no sistema de compensação energética traduz-se


em uma alternativa economicamente viável, quando aplicado às fontes renováveis. Isto
é consequência dos incetivos fiscais e financeiros, que ocasionam continuamente a
queda nos preços de equipamentos e estrutura, seja pelo passar do tempo ou pela
sua popularização. Portanto, é suficiente para explicar forte aumento na quantidade de
consumidores que possuem acesso ao sistema de créditos.
Cabe menção à algumas excentricidades do sistema (BRASIL, 2016):
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 32

• A energia líquida injetada na rede transforma-se em créditos válidos por 60


meses;

• A geração compartilhada permite que as pessoas jurídicas de direito unam-se em


consórcio ou cooperativa, para utilizar a energia gerada, reduzindo o consumo
faturado pelos mesmos;

• Os créditos gerados podem ser utilizados em outras unidades, desde que elas:

– Sejam previamente cadastradas;


– Pertençam a mesma área de concessão;
– Caracterizem-se como autoconsumo remoto, geração compartilhada ou
integrante de empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras (con-
domínios);
– Estejam em local diferente do ponto de consumo.

Sendo assim, tais fatos justificam a promoção governamental de incentivos


fiscais para o aproveitamento desta fonte. Segundo Silva (2015), destacam-se como
exemplo:

• Descontos para:

– Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão (TUST);


– Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD);
– Consumidores cuja potência inserida na rede que compõe sistemas de
transmissão e distribuição seja menor ou igual a 30.000 kW;

• Mercado livre de energia:

– Venda Direta a Consumidores Especiais (carga entre 500 kW e 3.000 kW)


para geradores de energia de fonte solar e demais fontes renováveis, com
potência injetada inferior a 50.000 kW.

Para o setor elétrico fica condicionado um ambiente positivo, uma vez que:

• Geração próxima a carga;

– Redução da sobrecarga nos sistemas de transmissão e distribuição (STD);


– Menores perdas;
– Reduz a complexidade para atendimento de usuários.
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 33

• Análises estratégicas para implantação ou não de novos sistemas, principalmente


em virtude de um crescimento baixo de demanda energética (FRASER, 2002);

• Estudos que adiam os investimentos em novas estruturas físicas (BAYOD-RÚJULA,


2009);

• A geração distribuída é:

– Caracterizada pelo tempo relativamente curto para entrar em atividade;


– Auxilia no reestabelecimento de energia, perante interrupção no forneci-
mento, roborando o sistema uma maior segurança e continuidade no com-
partilhamento de eletricidade (BAYOD-RÚJULA, 2009);
– Oferece maior flexibilidade para a instalação e operação, consequência
direta do curto prazo de construção e pela menor complexidade estrutural
(BAYOD-RÚJULA, 2009).

2.3 O Biogás: uma fonte energética


O efeito provocado pela presença do metano, quando lançado na atmosfera, é
cerca de 21 vezes mais agressivo do que do dióxido de carbono (ONU, 2004). Portanto,
para amenizar os efeitos degenerativos na camada de ozônio, é necessário investir em
políticas e tecnologias que contribuem com o reaproveitamento do poder energético
desse biogás.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), existem
atualmente 20 usinas que produzem energia elétrica a partir de resíduos urbanos (RU),
totalizando uma potência de aproximadamente 133 MW, de acordo com as localidades
mostradas na Figura 11. Com base nessas informações, pode-se afirmar que essa
é uma ”indústria nascente”, evidenciando um nicho pouco explorado e em ascensão,
além de atrair estudos técnicos que contemplem cada vez mais a viabilidade econômica
e segurança jurídica para os futuros investidores do setor privado.
Uma gestão integrada do lixo garante melhorias significativas na logística e no
controle dos resíduos, além de ser uma política focada na eliminação dos gases de
efeito estufa (GEE). Esses gases são produtos da decomposição da matéria orgânica,
possuem grande concentração de metano e alto teor energético.
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 34

Figura 11 – Potencial energético do lixo urbano por Estado e usinas em operação.

Potencial Disponível (MW)


0.6 - 34
34 - 68
68 - 102
102 - 135
135 - 169
Usinas em operação

Fonte – O autor

2.3.1 Aterro sanitário


Um aterro sanitário é projetado para receber, quantificar e tratar os resíduos
sólidos urbanos. Para VGRESÍDUOS (2018), é uma espécie de depósito onde são
descartados resíduos sólidos provenientes de residências, indústrias, hospitais e cons-
truções, em que grande parte é formada por materiais não recicláveis. Dessa forma,
cria-se um ambiente próprio para recebimento do lixo e evita-se o descarte irregular de
produtos contaminantes do ar, água e solo.
Na Figura 12, pode-se observar que a estrutura de um aterro é constituída de
camadas impermeabilizantes, drenos para captura e sistema de contenção do chorume,
dutos para captura, circulação e extração do gás, além de mecanismos para drenagem
das águas que possam se acumular na superfície. Esta a estrutura padrão é exigida
por normas e aplicadas na construção de aterros sanitários, inclusive o que existe em
Petrolina (PE) possui os mesmos componentes e características.
As células são espaços reservados para receber os resíduos a serem aterrados
em camadas. Nestes locais, devido à umidade, temperatura e pressão, são formados
os gases e líquidos. O chorume é resultado da combinação entre as águas da chuva
e a decomposição de matéria orgânica. É um líquido preto que exala forte odor,
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 35

Figura 12 – Esquema construtivo de um aterro sanitário

Camada
Tubo de gás intermediária/final

Sistema de contenção
do chorume

Sistema de
revestimento
Células
Poços extratores residuais

de gás
Sondas de
monitoramento

Fonte – Adaptado de EPA (2018)

necessitando de drenos para transportá-lo até o sistema de contenção para tratamento


antes de ser descartado, impedindo a contaminação do lençol freático. Já no caso dos
gases, estes são escoados pelos drenos verticais que saem da base do aterro e vão
até a última camada, evitando possíveis explosões causadas pelo seu acúmulo entre
as camadas impermeabilizadoras.
Estabelecer uma forma de disposição mais econômica e segura para se tra-
balhar com o lixo é garantir que este material ocupará uma menor área e volume,
reduzindo o impacto ambiental. Portanto, a destinação final dos resíduos urbanos se dá
quando todo o material é recolhido, selecionado, depositado e coberto por uma camada
de terra. O soterramento dos resíduos segue geralmente um cronograma, podendo
ocorrer no final do dia em que a coleta foi realizada ou em períodos frequentes.
Para Elk (2007, p. 13), implementar esse tipo de projeto para gerir os resíduos
sólidos tem consequência positiva direta na saúde pública, na segurança ambiental
e melhor custo benefício quando comparado a lixões. É válido salientar que os ater-
ros possuem acesso restrito, impedindo assim a presença de catadores e animais,
objetivando também o controle das emissões de metano e outros gases.

2.3.2 Geração e características do biogás


Existem várias formas de se aproveitar as fontes de energias renováveis. Um
exemplo comum disso é o processo que converte o biogás em energia elétrica. É uma
necessidade global que ganha prioridade e espaço na corrida tecnológica para uma
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 36

geração limpa e eficiente. Porém, nem todos os métodos economicamente viáveis


foram explorados, como acontece com o biometano emitido pelos resíduos sólidos
urbanos.
Para CIBIOGÁS (2014), o biogás é rentável, invisível e desperdiçado quando
não é reaproveitado como gás natural. Consequentemente, deixa de lado os ganhos e
benefícios ambientais, por desconsiderar seu potencial energético apenas queimando-o.
Esse gás possui características bem definidas, é mais leve do que o ar atmosférico,
incolor e insolúvel em água. Azevedo (2000) diz que é um composto majoritariamente
formado por metano, fazendo com que seja também chamado de biometano, além do
dióxido de carbono, nitrogênio e outros gases, como pode ser visto na Figura 13.

Figura 13 – Composição média do biogás.

Outros: 4% Nitrogênio: 3%

Dióxido de carbono: 35%

Metano: 58%

Fonte – (AZEVEDO, 2000)

O biogás resultante da decomposição anaeróbica de materiais orgânicos é uma


fonte de energia facilmente capturável e disponível, mas que atualmente é desperdiçada.
Menos de 1% da produção de energia no brasil aproveita os gases gerados pelos
aterros sanitários como combustível (BRASIL, 2018c).
As bactérias e o tipo de resíduo que o local recebe contribuem para o aumento
da temperatura, fazendo com que existam diferenças entre a superfície e o interior
do aterro. Segundo Klein et al. (2001), dentro de um aterro sanitário, as temperaturas
podem atingir até 87o C, pela atividade bacteriana. É válido salientar que a temperatura
está relacionada à atividade enzimática das bactérias (GERARDI, 2003).
É uma composição energética rica e pode ser melhor comparada com os
combustíveis apresentados na Tabela 2, mostrando que o poder calorífico superior
(PCS) do biogás é menor do que o valor estimado para gasolina. Uma vez submetido a
um processo de purificação, pode-se aumentar o percentual de metano, melhorando seu
rendimento a ponto de superar o etanol. Ainda segundo Wellinger et al. (2013), possui
alto poder de reaproveitamento, substituindo o gás natural em várias aplicações, tais
como: aquecimento de caldeiras, abastecimento de automóveis, geração de eletricidade
ou como gás de cozinha.
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 37

Tabela 2 – Poder calorífico de alguns combustíveis em MJ/kg.

COMBUSTÍVEL PODER CALORÍFICO SUPERIOR PODER CALORÍFICO INFERIOR


Metano 55,5 50,0
Gás natural 50,0 45,0
Gasolina 47,3 44,0
Etanol 29,7 26,9
Carvão vegetal 29,7 –
Biogás 21,9 –
Fonte – Adaptado de Pierobon (2007)

Uma das vantagens que merece destaque é que o biometano apresenta me-
nores riscos de explosão graças à fácil dissipação, impedindo assim seu acúmulo ao
nível do solo (PIEROBON, 2007). Porém, possui custos elevados para estocagem fixa,
por não ser liquefeito à temperatura ambiente, exigindo reservatórios e equipamentos
resistentes a altas pressões.

2.3.3 Políticas públicas e o RenovaBio


Os anseios sociais por boas condições de vida ou econômicas quase sempre
se refletem nas ações do Estado para produzir um bem-comum. O termo ”políticas pú-
blicas” é compreendido como um conjunto de programas governamentais, financiados
por recursos orçamentários ou por benefícios de natureza tributária, para promover
serviços à sociedade (BRASIL, 2019b). No entanto, é necessária a instituição de ações
regulatórias para que as políticas públicas seja conduzidas pela segurança jurídica e
caminhos legais.
Neste cenário, surgem as agências reguladoras normatizando e fiscalizando
as atividades econômicas do país. O modelo administrativo agencial promove um certo
absenteísmo do Estado em relação ao exercício das atividades econômicas gerenciada
pelos particulares, sem deixar de lado os investimentos e incentivos públicos em outras
áreas relevantes (MARTINS, 2010). Assim, os processos regulatórios permitem às
empresas identificar e explorar oportunidades nos setores estratégicos, como geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica. A Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) manifesta sua posição como mediadora e fomentadora de uma relação
balanceada entre o Governo e os agentes do setor elétrico (BRASIL, 2018a).
Entre os anos de 2011 e 2012, foram aprovados o Plano Nacional de Eficiência
Energética (PNEf) e a Resolução Normativa de no 482 da ANEEL. O PNEf estima
o impacto positivo da Eficiência Energética (EE) no SEB e a resolução estabelece
condições para acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de
distribuição e compensação de energia elétrica.
Em 26 de dezembro de 2017, a Presidência da República aprovou a lei de
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 38

no 13.576 que dispõe sobre a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). A


legalização conferiu aos biocombustíveis poder de comercialização e uso como fonte
de energia, um passo importante na promoção e abertura de um novo mercado, valori-
zando os recursos naturais e promovendo estrategicamente a segurança energética,
investimentos na produção de energia e ampliação da competitividade no País, uma
vez que os biocombustíveis podem substituir a gasolina, o diesel e o gás de cozinha,
por exemplo.
O programa não é igual aos modelos tradicionais que criam tributações, mas
sim promove a expansão e exploração dos biocombustíveis. É uma política de Estado
voltada para reconhecer a importância dos biocombustíveis na matriz energética bra-
sileira e, portanto, incrementa a segurança energética e a redução de emissões de
gases causadores do efeito estufa (BRASIL, 2017e). Este programa é composto por
ações, atividades, projetos e planejamentos que viabilizam a oferta de energia cada
vez mais sustentável, competitiva e segura.

2.3.4 Financiamento junto ao BNDES


Em termos econômicos, o RenovaBio contribui com as administrações públicas,
uma vez que garante acesso prioritário a financiamentos de projetos pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), consequência direta da
Lei 12.305/10. Além disso, deve ser compreendida como uma alternativa motriz de
inovações no âmbito público, contemplando cada vez mais uma gestão sustentável.
O objetivo do Fundo Clima é promover apoio e garantir a construção de empre-
endimentos, aquisição de máquinas e equipamentos que contribuam com a redução
dos GEE’s e suas consequências (BRASIL, 2019c). O Programa Fundo Clima possui
prazo de pagamento de até 16 anos, valor mínimo de financiamento de R$ 3 milhões e
valor máximo de financiamento por beneficiário de R$ 30 milhões a cada 12 meses.
Além disso, conta com dez subprogramas de financiamento, merecendo destaque para:

• Cidades Sustentáveis e Mudança do Clima:


Apoio a projetos que aumentem a sustentabilidade das cidades, melhorando sua
eficiência global e reduzindo o consumo de energia e de recursos naturais;

• Energias Renováveis:
Apoio a investimentos em geração e distribuição local de energia renovável a
partir do uso de biomassa, exceto cana-de-açúcar, da captura da radiação solar,
dos oceanos e da energia eólica no caso de sistemas isolados; e investimen-
tos em atividades voltadas para o desenvolvimento tecnológico dos setores de
energia solar, dos oceanos, energia eólica e da biomassa, bem como para o
desenvolvimento da cadeia produtiva dos setores de energia solar e dos oceanos;
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 39

• Resíduos Sólidos:
Apoio a projetos de racionalização da limpeza urbana e disposição de resíduos
preferencialmente com aproveitamento para geração de energia localizados em
um dos municípios prioritários identificados pelo Ministério do Meio Ambiente;

• Gestão e Serviços de Carbono:


Destinado a projetos que melhorem a gestão de emissões de carbono ou que
efetivamente reduzam as emissões de gases de efeito estufa.

A taxa de juros do BNDES varia conforme o fundo de apoio, do porte do cliente


e de cada item financiado. Existem dois tipos de apoio e são eles:

• Apoio indireto (solicitação feita por meio de instituição financeira pública credenci-
ada pelo BNDES);

• Apoio direto (operação feita diretamente com o BNDES).

A taxa de juros no BNDES pelo fundo clima pelo Apoio Indireto é dado pela
Equação 2.3:

ij = fc · ftA · ftB − 1 (%a.a.) (2.3)

Em que,

• ij - Taxa de juros do financiamento;

• fc - Fator de custo financeiro (% a.a.);

• ftA - Fator taxa do agente (% a.a.);

• ftB - Fator taxa do BNDES (% a.a.).


Capítulo 2. Fundamentação Teórica 40

2.3.5 Créditos de Carbono


No ano de entre 2008 e 2012, o Protocolo de Quioto traçou metas e objetivos
estabelecendo que os países de primeiro mundo, nações que alcançaram o estado
de desenvolvimento pleno, devem reduzir drasticamente suas emissões de gases de
efeito estufa. Sabe-se que, estes gases elevam a temperatura média no planeta com
perdas na fauna, flora e redução na expectativa de vida, além de aumentar os níveis
de poluição. Assim, as empresas devem aderir as soluções sustentáveis, contribuindo
com o mercado do carbono cujo objetivo é reduzir as emissões de GEE.
Para Carvalho e Nolasco (2006), este protocolo condiciona que países em
desenvolvimento e que preservam aos menos relativamente, os seus recursos naturais,
não têm a necessidade de reduzir suas taxas de emissão de gases nocivos à camada
de ozônio. Assim, os países que promoverem as obrigações do protocolo receberão
um certificado atestando a redução que contará como créditos de carbono, medido
em toneladas de dióxido de carbono (CO2(eq) ) equivalente que não foram lançadas na
atmosfera. Estas medidas são utilizadas para calcular os níveis de redução dos GEE e,
consequentemente, o seu valor de comercialização pago por tonelada.

2.3.6 Geração de energia elétrica em aterros sanitários


A Figura 14 exemplifica o processo de captura do biogás que acontece de
forma natural, por uma rede de dutos instalados no aterro. Isto permite sua utilização
como combustível, mediante remoção de impurezas como sulfeto de hidrogênio (H2 S).
No entanto, a conversão da energia química presente nos gases em energia elétrica só
é possível com o emprego de geradores específicos para este fim.

Figura 14 – Esquema de captura de biogás para geração de eletricidade.

Sistema para
capturar o biogás
Abastecimento dos geradores
elétricos com biogás

Sistema de tratamento Subestação para injetar


do chorume e águas energia na rede elétrica
contaminadas
Sistema de revestimento em
camadas para armazenagem dos
resíduos sólidos
Fonte – Adaptado de (KPI, 2019)

Um grupo moto gerador (GMG) à combustão interna realiza a conversão do


Capítulo 2. Fundamentação Teórica 41

gás em energia mecânica e, posteriormente, em elétrica. Um possível esquema de


geração a combustão interna pode ser visto na Figura 15, em que o biogás é injetado
no sistema de admissão como combustível motriz, resultando em dois produtos finais:
a eletricidade, o calor e gás carbônico (CO2 ).
O desempenho do GMG depende dos equipamentos empregados na planta de
geração. Contudo, o parâmetro que melhor define o relacionamento entre a potência
mecânica fornecida e potência elétrica gerada é a eficiência (CIBIOGÁS, 2018). Para
usinas a biogás, é recomendado o uso de geradores síncronos quando a potência
nominal for superior a 75 kW.

Figura 15 – Esboço de operação do motor à combustão.


Calor Gases de
exaustão
Água quente
ou vapor

Gás Caldeira

Trocador de calor
Tubulação gases de exaustão
de água

Admissão de combustível

Admissão Catalizador
de ar
Eletricidade

Água fria

Recuperação de
calor do motor Motor a gás Gerador
Fonte – (FEAM, 2015 apud BOILER, 2018)

No entanto, para se trabalhar com este gás, é necessário observar a presença


constante de impurezas como o enxofre. A Equação 2.4, é a representação simbólica
da reação química da matéria, cujas as substâncias são os resíduos orgânicos e o
produto final contém água (H2 O) e outros gases, tais como o metano (CH4 ) e sulfeto de
hidrogênio. Logo, esse é o componente mais agressivo da mistura, condicionando a
formação do sulfeto de hidrogênio, substância que corrói os enrolamentos dos motores
(PIEROBON, 2007).

Matéria Orgânica −→ CO2 + H2 O + (H2 S, CH4 ,...) (2.4)

A presença do enxofre na decomposição, restringe o uso do biogás não filtrado


adequadamente em motogeradores à combustão. Justifica-se, assim, a necessidade de
complementar a geração com mecanismos de filtragem específicos do gás. A remoção
do enxofre e da água evitam danos permanentes as partes metálicas dos geradores,
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 42

tais como enferrujamento dos cabos de indução magnética e da carcaça. Além disso,
o esquema de purificação permite melhorar a eficiência do biogás aumentando a
concentração de metano, fato que permite a utilização em situações iguais ao do gás
natural.
A eletricidade fornecida por esses equipamentos pode variar entre diferentes
níveis de tensão, sendo eles trifásicos em 220/127V, 380/220V ou 440/254V. A potência
aparente (S) do gerador é calculada conforme a Equação 2.5.

S= 3·V ·I (VA) (2.5)

Em que,

• V - Tensão elétrica medida em volts (V);

• I - Corrente elétrica medida em amperes (A);

• S - Potência elétrica medida em volt-amperes (VA).

Figura 16 – Tratamento conforme a destinação final.

Hidrogênio

Re!orma do » Células combustível


metano

95% – 98%
» Substituto do GN
Biometano
» Uso veicular (GNV)
» Uso industrial (GNC/GNL)

Retirada do
CO2
Concentração de CH4

» Cogeração
Retirada do » Combstão
H2S
» Uso mecânico
Retirada de
umidade

Biogás
60% – 80%
Fonte – (VALENTE, 2015)

O fator de potência (ϕ) e a potência ativa (P), descritas pelas Equações 2.7
e 2.6, merecem ser mencionadas porque indicam a qualidade da energia injetada na
rede.

P
ϕ= (2.6)
S
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 43


P = 3·V ·I ·ϕ (W) (2.7)

O escoamento da energia se dá somente pelo ponto de acesso ao sistema


elétrico, exceto nos casos de geração isolada (GI). A entrada da rede da concessio-
nária determina as condições de tensão, corrente e potência que o GMG deve seguir.
CIBIOGÁS (2018), diz que usinas com potências superiores à 10 kW são atendidas
com sistemas trifásicos. Assim, é necessário que:

• Trabalhe com potência fixa;

• A análise de rendimento seja compatível com custos de operação;

• Existência de acesso à rede de distribuição;

• A empresa de distribuição de energia elétrica informe sobre a potência de injeção


no ponto de acesso;

• Atender padrões de qualidade energética.

Uma usina de biogás é não intermitente, o que significa que pode trabalhar
injetando energia no sistema 24h. No contexto da GD, oferece um caminho mais viável
para escoar a energia produzida, tornando-se um empreendimento que contribui para
o processo de expansão do SEB. Não é necessário realizar alterações físicas nas
estruturas do projeto para realizar a captação do biometano. Isto implica que o custo
marginal para extrair o gás nos aterros é igual a zero.
44

3 PERFIL MUNICIPAL

Este capítulo apresenta o perfil econômico, disponibilidade técnica para o setor


elétrico e consumo energético da cidade de Petrolina (PE).

3.1 Cenário Econômico


A arrecadação do município de Petrolina (PE), ao longo deste ano de 2018,
mostrado na Figura 17, ficou próximo de R$ 64 milhões por mês, cifra superior às que
foram registradas para as cidades circunvizinhas. Este é um reflexo de políticas que be-
neficiam as atividades agrícolas, principalmente no cenário de exportação para países
como Estados Unidos, Holanda e mais recentemente África do Sul, transformando a
cidade em um polo de desenvolvimento econômico regional e estadual.

Figura 17 – Arrecadação e despesa liquidada no primeiro semestre de 2018.

R$ 70 mi
Receitas
Despesas
R$ 60 mi

R$ 50 mi

R$ 40 mi

R$ 30 mi
Jan Fev Mar Abr Mai
Fonte – (PETROLINA, 2018)

Segundo Globo (2018), no primeiro trimestre de 2017, escoaram pelo aeroporto


local mais de meia tonelada de produtos da cidade e região para mercados estrangeiros.
A União Europa (UE) está entre os principais compradores, por isso devem ser levadas
em consideração as políticas de segurança alimentar e consciência do consumidor que
regem por lá.

”A pernambucana Petrolina e sua vizinha baiana, Juazeiro, na outra


margem do Rio São Francisco, e mais Casa Nova, que juntas contam
com 615.000 habitantes, criaram 12.700 empregos formais, quase o
mesmo número de vagas de São Paulo, cidade com 20 vezes mais
Capítulo 3. Perfil Municipal 45

habitantes, onde foram gerados 14.800 postos de trabalho de janeiro


a outubro deste ano” (CONCEIÇÃO; FALCÃO, 2017 apud BRASIL,
2017a).

3.2 Setor Energético Local


O vale petrolinense é um lugar cada vez mais atrativo para receber projetos
de geração distribuída. Atualmente, a infraestrutura local reflete o nascimento de um
polo tecnológico que abriga universidades, cursos técnicos e prestadoras de serviços
do setor elétrico, além de possuir escritórios de empresas especializadas em energia
solar e eólica.

”Centro de Referência em Energia Solar de Petrolina (Cresp) recebeu


investimentos da ordem de R$ 30 milhões e possuí ambientes para
debates da evolução tecnológica da energia solar, salas de monitora-
mento, laboratórios de pesquisa e uma planta fotovoltaica de 2,5 MWp”
(CHESF, 2018).

No entanto, diante dos desafios impostos ao desenvolvimento da geração limpa,


somados à disponibilidade de resíduos sólidos urbanos e restos da agricultura, surge a
oportunidade para realizar a exploração energética do biogás no aterro sanitário, uma
vez que não existem empresas locais que atuam no setor.
A eletricidade pode ser comercializada compensando a energia consumida
pelo município, reduzindo os custos no orçamento anual ou para venda no mercado
livre de energia para terceiros.

3.3 Possibilidade de Geração com Biogás


O aterro sanitário de Petrolina (PE) foi projetado para receber 8.549 toneladas
de lixo por mês, equivalente a 285 ton/dia (EMPESA, 2011, p. 18). Atualmente, o
município possui 343.865 habitantes que geram 362,6 ton/dia (CTRP, 2018). Os
materiais destinados ao aterro se classificam como rejeitos, recicláveis e orgânicos,
correspondendo a 12.38%, 39.06% e os 48.56% respectivamente (AMMA, 2013).
As informações sobre a coleta dos resíduos sólidos mensal e por tipo de gerado
podem ser verificadas detalhadamente, no anexo deste trabalho, nas Tabelas 17 e 18.
Segundo Brasil (2010), é possível inferir que as taxas de crescimento populacional e
de lixo nos últimos 40 anos foram de 4,4% e 2,7% ao ano, respectivamente.
Segundo Tetraplan (2012, p. 33), há uma relação diretamente propocional entre
a quantidade de habitantes e o volume de lixo gerado para uma potência disponibili-
zada por um aterro sanitário. Esta relação pode ser melhor compreendida na Tabela 3,
observando que quanto maior o número de habitantes e a quantidade de lixo que é
Capítulo 3. Perfil Municipal 46

produzida, maior será a potência elétrica disponível. Em 2013, eram produzidos diaria-
mente 1,08 kg de lixo por habitante. Levando em consideração a taxa de crescimento
populacional, atualmente esse valor é 1,24 kg por dia. Assim, estima-se que a potência
da termelétrica esteja entre 1 e 5 MW.

Tabela 3 – Correlação entre população, quantidade de lixo e produção de energia.

Faixa de Potência Toneladas de Resíduos Produção Estimada de Número de Habitantes


(MW)) Depositadas por Dia Biogás (milhões Nm3 ) Atendidos (mil)
0.5 129 2.49 135
1 258 4.98 270
5 1.288 24.92 1.348
10 2.577 49.85 2.696
15 3.865 74.77 4.043
20 5.154 99.70 5.391
30 7.731 149.55 8.087
Fonte – (TETRAPLAN, 2012)

Para que haja produção de metano, é necessário que a temperatura esteja


compreendida no intervalo de 30o C a 35o C, condicionando um ambiente perfeito para
atividades bacterianas. Caso estes valoresvariem entre 40o C e 50o C haverá inibição
do processo. A cidade possui temperaturas média máxima de 32o C e média mínima
de 20.5o C, que contribuem positivamente para o processo, conforme mostrado na
Figura 18.

Figura 18 – Temperatura anual média em Petrolina (PE).

40◦ C
Máx.
Mín.
35◦ C

30◦ C

25◦ C

20◦ C

15◦ C
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fonte – INPE
Capítulo 3. Perfil Municipal 47

3.4 Consumo de Energia


Um levantamento foi realizado no início da pesquisa para detalhar o gasto
mensal do município com energia elétrica, os valores estão reunidos nas Tabelas 9
e 10, localizadas no apêndice deste trabalho. A partir destas informações, sabe-se
que, até o mês de setembro de 2018, foram desembolsados R$ 9,6 milhões para
custeios com consumo de eletricidade, valor este que representa cerca de 7,14% da
arrecadação mensal de Petrolina (PE). Esses repasses garantem o funcionamento das
entidades municipais e da iluminação pública. Por fim, explica-se que, as variações no
consumo de eletricidade são proporcionais as atividades exercidas nas instituições.

Figura 19 – Desembolsos com eletricidade até Setembro de 2018.

R$ 1.750.000

R$ 1.250.000

R$ 750.000

R$ 250.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set


Fonte – (PETROLINA, 2018)
48

4 METODOLOGIA

Este capítulo tem o objetivo de descrever a metodologia empregada para


analisar o potencial de geração de energia elétrica, utilizando o biogás do aterro
sanitário.

4.1 Considerações Iniciais


Antes da construção de usinas que operam com biogás em aterro sanitário, é
necessário realizar a coleta de informações relacionadas à quantidade de lixo recebida
mensalmente, o tipo, a origem e sua classificação. Além disso, deve ser realizado um
estudo sobre as condições de acesso à rede da concessionária de energia.
Os dados fornecidos para concepção desta análise pertencem à Central de
Tratamento de Resíduos de Petrolina (CTR Petrolina), empresa que administra e
opera o aterro sanitário municipal. A Figura 20, mostra algumas partes da estrutura
física quanto à localização dos dutos para transporte do biogás, além das camadas
impermeabilizadas, do sistema de tratamento de chorume e águas contaminadas. Por
fim, o empreendimento possui acesso à rede de distribuição elétrica de baixa tensão
de 13,8 kV.

Figura 20 – Desenho da vista aérea do aterro sanitário de Petrolina (PE).

Fonte – (EMPESA, 2011)


Capítulo 4. Metodologia 49

4.2 Parametrização do Sistema


Segundo UNFCCC (2010), a metodologia empregada no trabalho deve iniciar
com o cálculo da taxa de crescimento populacional. Esta taxa permite estimar a
população nos próximos anos, considerando um ano específico e seu número de
habitantes como referência inicial. Assim, tem-se que:

 
ln(Px ) − ln(Po )
i= · 100 (%) (4.1)
anox − anoo

Em que,

• Po - população no início do período;

• Px - população no final do período;

• anoo - ano de base inicial;

• anox - ano de interesse.

Conhecendo-se a taxa de crescimento populacional e a quantidade de habitan-


tes estimada para um determinado ano, obtém-se o fluxo de resíduos recebidos (Rx )
no local, para o período em análise pela Equação 4.2. Assim, os cálculos iniciam no
ano de 2006, data de início recebimento de lixo no aterro (T ). Então,

Rx = P opx · i · TRSD · Tcoleta (t/ano) (4.2)

Em que,

• Rx - fluxo de resíduos no ano x;

• P opx - população urbana no ano x (hab);

• i - taxa de crescimento populacional (%);

• TRSD - taxa de geração de resíduos (tRSD /hab · ano);

• Tcoleta - taxa de coleta de resíduos sólidos urbano (RSD) (%).

A quantidade de resíduos orgânicos define diretamente o volume de gás


metano gerado no aterro sanitário. Para medir a vazão (Qx ) deste gás, é necessário
conhecer sua constante de geração (k). Segundo Revised (1996), o valor de k para
países de clima tropical pertence ao seguinte intervalo:

0, 045 < k < 0, 09 (4.3)


Capítulo 4. Metodologia 50

Agora é possível calcular a vazão de metano(Qx ) acumulada desde o início


da operacionalização do aterro pela Equação 4.4. Sendo assim, o cálculo teórico da
geração de biogás encontra-se expresso por:

ano
Xx X
Rx · e−k(x−T )

Qx = k · L0 · (m3 /ano) (4.4)
anoo

Em que,

• Qx - vazão de metano no ano x (m3 CH4 /ano);

• k - Constante de decaimento (valor obtido a partir da Tabela 3.3 do Módulo 5 –


Resíduos, do Guia do IPCC, Volume 3: Disposição de Resíduos Sólidos, de 2006,
para clima tropical – resíduo úmido);

• L0 - potencial de geração de metano, cujo valor padrão é 0,12 (m3 CH4 /kg);

• T - ano de deposição do resíduo no aterro;

• x - ano pretendido.

4.2.1 Gerador elétrico


A vazão de biometano em m3 /h, permite definir qual a potência e tipo mais
adequado de gerador para produção de energia elétrica. Após a definição do período de
funcionamento (top ) e da produção diária de metano (Vd ), estima-se a vazão utilizando
a Equação 4.5. Então,

Vd
Qh = (m3 /h) (4.5)
top

• Qh - Vazão de biogás (m3 /h);

• Vd - Volume diário de biogás (m3 );

• top - Horas de operação (h).

4.2.2 Energia produzida diariamente


Após o cálculo da vazão de biogás, devemos selecionar nos catálogos dos
fabricantes um gerador, ele deve ser compatível com características dos equipamentos
listados na Tabela 19 localizada nos anexos deste trabalho. São informações cruciais
para escolha dos equipamentos a potência, o rendimento e o fator de conversão do
gerador.
Capítulo 4. Metodologia 51

O cálculo da produção de energia elétrica diária que considera apenas o volume


diário (Vd ), o poder calorífico e o fator de conversão (Fc ) de biogás é dado por:

Ed = Vd · Fc (kWh) (4.6)

Mas também pode ser efetuado sem contabilizar o Fc , de posse das informa-
ções sobre o rendimento do gerador (η) e do valor poder calorífico inferior (PCI) do gás,
então:

Vd · Υ · η
Ed = (kWh) (4.7)
100
Em que,

• Ed - Energia produzida por dia de operação (kWh);

• Vd - Volume diário de biogás (m3 );

• η - Rendimento da máquina (%);

• Υ - poder calorífico inferior (MJ/kg).

4.2.3 Potência elétrica disponível


Adota-se o valor de 33% para eficiência na conversão do combustível fóssil nas
usinas termelétricas. Utilizando este valor de referência, a vazão de metano deve ser
convertida em potência elétrica (Px ) disponível no aterro, empregando-se a equação
abaixo:

Qx · Pc k
Px = 3
· EC · (kW) (4.8)
31536 · 10 1000
Em que,

• Px - potência disponível no ano x;

• Qx - vazão de metano no ano x (m3 CH4 /ano);

• Pc - poder calorífico do metano (J/m3 CH4 );

• EC - eficiência na coleta dos gases.

O biogás utilizado para gerar eletricidade, é uma fonte renovável que não
implica em novas emissões de GEE. Sendo assim, contribui com a redução na quanti-
dade de metano lançado na atmosfera (UNFCCC, 2010). A Equação 4.9, é emprega
Capítulo 4. Metodologia 52

para estimar a quantidade de energia elétrica, evitada de fontes não renováveis, com
correspondente de metano consumido em (CO2eq ), durante a exploração energética do
aterro.

eB = 278, 2 · Ed (tCO2eq ) (4.9)


53

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo descreve os resultados quanto à compensação energética, co-


mercialização da eletricidade produzida e recebimento de créditos de carbono.

5.1 Informações Gerais


O município possui atualmente 343.219 habitantes (Popx ) com um percentual
estimado de coleta de lixo de 98%. Estes dados, são suficientes para inferir que
a produção anual de resíduos sólidos é de 133.272 ton/ano, dado o crescimento
percentual de lixo de 1,7% (a.a.). Na Tabela 4, estão organizados estas e outras
informações, tais como: as constantes de projeto, início e fim das atividades no aterro
sanitário.
Utilizando a Equação 4.2, estima-se que em 2030, ano de encerramento
das atividades do aterro sanitário, o local que possui 17,5 hectares terá recebido
aproximadamente 1.557.462 toneladas de lixo, situação que produz um fluxo médio
diário de 328 ton/dia.

Tabela 4 – Cronologia e dados operacionais do aterro.

Operacionalização Dados Populacionais Dados para Geração de Metano


i 1,7 (%) k 0,045 (1/ano)
Início 2006
Popx 343.219 (hab) L0 0,12 (m3 CH4 /kg)
TRSD 0,1825 (t·hab/ano)
Fim 2030 Rx 133.272 (t/ano)
Tcoleta 98 (%)
Fonte – O autor

As informações sobre os próximos 36 anos de exploração do aterro foram


calculadas para cada ano, começando em 2019 e terminando em 2054. Para isto, foi
utilizado a Equação 4.4 para estimar a quantidade evitada de metano na atmosfera,
Equação 4.8 para cálculo da potência elétrica disponível e Equação 4.9 para quantifi-
car o retorno com créditos de carbono pela geração de eletricidade para a potência
projetada de 1 MW. No entanto, a estimativa produção diária de eletricidade foi cal-
culada empregando-se a Equação 4.7. Resumidamente, os valores estão disponíveis
nas Tabela 5 e na Tabela 6 registrando a eficiência estimada para coleta, queima e
transformação em energia elétrica do biogás, além do rendimento, potência máxima
disponível e potência elétrica disponível.
Capítulo 5. Resultados e Discussões 54

Tabela 5 – Crédito de Carbono de 2019 até 2054 - Período de 35 anos.

Descrição Quantidade
Total de CH4 96.641,00 (t)
Total CH4 144.240.448,00 (103 m3 CH4 )
Total de tCO2eq 2.029.463,00 (t)
Potêncial útil 1.000 (kW)
Crédito de carbono pela queima (R$)* 46.677.651,00
Crédito de carbono pela eletricidade (R$)* 1.961.810,76
* Preço do Crédito de Carbono (R$/tCO2): 23,00
Fonte – O autor

A produção de metano é proporcional aos depósitos diários de material or-


gânico, consequentemente, a vazão máxima ocorrerá em 2030, ano de fechamento
do aterro. Assim, quando todas as células que recebem o lixo estiverem completa-
mente preenchidas, a emissão de metano começará a se reduzir por causa do seu
consumo como combustível na geração de energia elétrica para uma usina com 1 MW
de potência, conforme mostrado na Figura 21.
Os cálculos permitem dizer que a potência disponível no aterro é de 3,2 MW.
No entanto, se usada esta potência o metano será consumido mais rapidamente, fato
que ocasiona a redução em anos de exploração do local. É interessante manter um
longo prazo de exploração do aterro, focando os valores dos créditos de carbono
no futuro, uma vez que as previsões climáticas e ambientais para os próximos anos
não são positivas. Portanto, crescerá o apoio à projetos de geração limpa de energia
pelos países desenvolvidos ou aqueles que forem fortemente afetados pelas futuras
condições climáticas.

Tabela 6 – Geração de eletricidade de 2019 até 2054 - Período de 35 anos.

Geração de Eletricidade
Linha de base de queima 20%
Eficiência de coleta de biogás 75%
Eficiência de queima de biogás 95%
Energia elétrica evitada 0.2782 (tCO2 /MWh)
Rendimento de conversão energética 33%
Período de exploração 36 anos
Potência disponível máxima 9.695,61 (kW)
Estimativa de potência elétrica disponível 3.202,00 (kW)
Potência projetada para construção da usina 1.000,00 (kW)
Geração de eletricidade 660.000 (kWh/mês)
Total de gás combustível para geração de eletricidade 221.068 (m3 CH4 /mês)
Máximo gás disponível 8.605,71 x 103 (m3 /ano)
Fonte – O autor
Capítulo 5. Resultados e Discussões 55

Figura 21 – Estimativa de potência elétrica e vazão de metano de 2006 à 2054.

CH4 (m3 /ano) Potência (kW) CH4 Coletado (m3 /ano)


12.000

10.000

8.000

6.000

4.000

2.000
Ano
2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050 2055
Fonte – O autor

Os créditos de carbono recebidos pela queima do biogás em geradores à


combustão totalizaram R$ 46.677.651,00 para o período compreendido entre 2019
e 2054, sem considerar as flutuações no preço dos créditos de carbono e possíveis
correções monetárias no futuro. Este valor, é obtido multiplicando-se a quantidade do
metano não lançado na atmosfera, em toneladas de carbono equivalente por ano, pelo
valor pago por tonelada de carbono, conforme a Figura 22. Contudo, observa-se que o
retorno financeiro poderia ser ainda maior se, no início operacional do aterro sanitário,
fosse implantado um projeto de sequestro de carbono.

Figura 22 – Estimativa retorno financeiro anual com créditos de carbono a partir de


2019.

R$ 3.000.000

R$ 2.000.000

R$ 1.000.000

Ano
2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050 2055
Fonte – O autor
Capítulo 5. Resultados e Discussões 56

5.2 Financiamento
Conforme Tetraplan (2012), para implantação de usina com potência de 1 MW,
devem ser empenhados cerca de R$ 2,88 milhões. Rangel et al. (2016) revelaram
que para esta potência, os investimentos ultrapassam pouco mais de R$ 2,5 milhões.
Além disso, o custo unitário (R$/kW) estimado para implantação de usinas de bio-
gás, possuem valores intermediários entre energia fotovoltaica e eólica, conforme a
Figura 23. Contudo, os setores de energia solar e eólica, encontram-se amadurecidos e
fortemente qualificados devido os incentivos governamentais. Isto permite afirmar que,
no momento atual, a restruturação do setor de gás natural condicionada pelo Ministério
de Minas e Energia do Brasil, impulsionará a construção das usinas de biometano.

Figura 23 – Investimento total para potência projetada.

Fotovoltaica Biogás Eólica


R$ 20.000.000

R$ 15.000.000

R$ 10.000.000

R$ 5.000.000

P(MW)
0.5 1 1.5 2
Fonte – Adaptado de (RANGEL et al., 2016)

Portanto, para o projeto proposto, será utilizada a linha de crédito Finame


Energia Renovável do BNDES, conforme os dados da Tabela 7, utilizados no simulador
de financiamento. As informações solicitados pelo simulador, incluem o prazo de
carência para o primeiro pagamento, a taxa de juros por período e o prazo total
de pagamento, por exemplo. Esta linha de crédito permite que sejam financiados
100% do valor do projeto, com prazo de pagamento até 120 meses. A modalidade
supracitada destina recursos para financiamento da geração e distribuição local de
energia renovável.
Capítulo 5. Resultados e Discussões 57

Tabela 7 – Simulação de financiamento.

Financiamento
Taxa de juros Fixa
Valor financiado R$ 2.880.000,00
Prazo total 48 meses
Prazo de carência 6 meses
1o pagamento na carência R$ 105.550,90
1o pagamento na amortização R$ 103.333,78
Taxa de remuneração do agente financeiro 6,00% a.a
Taxa de juros final 15,49% a.a
Projeção de inflação 3,63 % a.a
Fonte – (BRASIL, 2019c)

A proposta financeira escolhida considera um prazo de 48 meses para pa-


gamento, tempo suficiente para início e término de uma gestão pública. Assim, os
pagamentos encerram-se ao final do quarto ano. Na Figura 24, à amortização, parcelas
e saldo devedor do financiamento diminui com passar do tempo, viabilizando mais
rapidamente o retorno financeiro.

Figura 24 – Comportamento anual do empréstimo BNDES Finame.

R$ 3.000.000
Saldo Inicial
Saldo Final
Prestação
R$ 2.000.000
Amortização

R$ 1.000.000

Ano
2019 2020 2021 2022
Fonte – O autor

5.3 Recuperação do Investimento


O prazo para recuperação de um investimento é o período de tempo necessário
para que o lucro ou outros benefícios se igualem ao custo do investimento (NEWNAN;
LAVELLE, 2000). Para justificar a exploração energética do aterro, avalia-se, antes
de tudo, o tempo de recuperação financeira do sistema com recursos próprios ou
financiamento.
Capítulo 5. Resultados e Discussões 58

O modelo de compensação para sistemas enquadrados na GD é isento de


cobrança de ICMS, valorizando a energia gerada e diminuindo o prazo de recuperação
financeira. Além disso, quando houver excedente, a geração se transforma em crédito
financeiro, possibilitando uma margem de segurança ante crescimento da inflação
energética.
São utilizados valores de economia média mensal como aproximação e não do
cálculo exato da análise econômica, fornecendo uma medida útil do tempo necessário
para que o custo seja compensado pelos benefícios. O modelo relaciona o valor do
investimento inicial com fluxo de caixa periódico e esperado.

5.3.1 Compensação energética


Kurahassi (2006), estima que o consumo municipal se divide em 56% para
iluminação pública (IP), 35% para saneamento básico (SNB) e 9% para prédios públicos
(PP), conforme detalha a Tabela 8.
A compensação energética, estimada neste trabalho, considera os valores
base da tabela de Tarifas e Preços Finais de Energia Elétrica da Companhia Energética
de Pernambuco (CELPE). As tarfias para IP, PP e SNB custam R$ 0,26420000, R$
0,48036000 e R$ 0,32333150 por kWh consumido, respectivamente. O resultado dessa
estimativa está mostrado na Figura 25, avaliando-se a compensação sem e com
créditos de carbono.

Tabela 8 – Resumo de tarifa e destino da geração de energia.

Serviço Tarifa Composição Destino Economia


Iluminação Pública R$ 0,26420000 56% 369.600 kWh R$ 97.648,32
Saneamento Básico R$ 0,48036000 35% 231.000 kWh R$ 110.963,16
Prédios Públicos R$ 0,32333150 9% 59.400 kWh R$ 19.205,89
Total 100% 660.000 kWh R$ 227.817,37
Fonte – O autor

Diante estimativas para produção de metano, energia e tarifas, conforme a


Tabela 8, é possível construir um gráfico que compara o quanto poderia ter sido
economizado no primeiro semestre de 2018. Estima-se que, para o mesmo período, a
compensação seja aproximadamente 23% no consumo de eletricidade do município
sem créditos de carbono e 35% com estes créditos, conforme a Figura 25.
Capítulo 5. Resultados e Discussões 59

Figura 25 – Compensação energética para o consumo até setembro de 2018.

Consumo
R$ 1.750.000 Retorno
Retorno + CC

R$ 1.250.000

R$ 750.000

R$ 250.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set


Fonte – O autor

5.3.2 Comercialização da energia


Em Abril de 2018, a ANEEL realizou o Leilão de No 01/2018 - ”A-4”, em que os
empreendimentos térmicos a biomassa tiveram o preço médio final de R$ 198,94/MWh.
É válido salientar que os contratos são para 20 anos de exploração. Assim, sabe-se
que serão produzidos 660 (MW/mês), o que equivale a R$ 31.512.096,00.
Caso a agência permita a comercialização da energia pelos próximos 35
anos, período máximo de produção de metano, o valor arrecadado sobe para R$
56.721.772,80. Os montantes anteriores são somados a R$ 1.961.810,76, valor re-
ferente aos créditos de carbono por ser uma fonte de eletricidade que não emite
GEE.
Contrói-se a Figura 27 e Figura 26, utilizando os valores de geração mensal
de energia e de pagamento do projeto da usina, ver detalhadamente na Tabela 15
e Tabela 16, localizadas nos anexos deste trabalho. Estes valores representam as
entradas e saídas do fluxo de caixa, criado para análise da viabiliadade econômica
deste projeto.
Contudo, observa-se que, a geração de energia elétrica do sistema condiciona
o retorno financeiro mais rápido no sistema financiado, fato que é ocasionado pelo
valor pago no MWh produzido e das condições de financiamento. Em outras palavras,
a comercialização da energia gerada mensalmente supera as saídas do fluxo de caixa
Capítulo 5. Resultados e Discussões 60

para pagamento do financiamento, isto ocorre mais precisamente no sétimo pagamento,


também, é uma consequência das políticas governamentais e taxas atrativas oferecidas
pelo BNDES. Porém, no investimento utilizando capital próprio, a mudança positiva no
fluxo de caixa só será alcançado no vigésimo segundo pagamento. A média da geração
se mostra extremamente satisfatória por reduzir os empenhos financeiros destinados
para pagamento do consumo de eletricidade municipal, confirmando assim o objetivo
inicial do dimensionamento.

Figura 26 – Retorno do investimento financiado com a usina em operação.

R$ 400.000

R$ 300.000

R$ 200.000

R$ 100.000

R$ 0

R$ − 100.000
0 6 12 18 24 30 36 42 48
Prestação
Fonte – O autor

Figura 27 – Retorno do investimento próprio com a usina em operação.

R$ 3.000.000

R$ 2.000.000

R$ 1.000.000

R$ 0

R$ − 1.000.000

R$ − 2.000.000

R$ − 3.000.000

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Prestação
Fonte – O autor
Capítulo 5. Resultados e Discussões 61

5.4 Encerramento das Atividades


As células para recebimento do lixo foram projetadas para uma vida útil de mais
de 30 anos e ou após o preenchimento destas. EMPESA (2011), ”após o encerramento
da disposição de resíduos no local, o aterro continuará a ser operado, pois a produção
de gás, chorume, e recalques superficiais continuarão até se estabilizar ao longo do
tempo”. As atividades a serem desenvolvidas durante este período de pós operação
são as seguintes:

• Monitoramento ambiental do percolado e os gases produzidos;

• Monitoramento geotécnico de recalques;

• Manutenção de infraestrutura implantada, especialmente camada de cobertura,


proteção vegetal, sistema de drenagem superficial e cercas e portões;

• Tratamento de chorume;

• Vigilância permanente.

Estima-se que em 2054 será marcado pelo encerramento da produção de


metano e, consequentemente, de energia elétrica. Os equipamentos, tais como gerador,
tubulações, filtros e subestação podem ser transferidos para o novo aterro sanitário
visando a exploração desta outra nova fonte de energia. Isto implica dizer que os
investimentos realizados anteriormente continuarão forncendo lucro na forma de ativos
financeiros.
62

6 CONCLUSÃO

O presente trabalho propõe-se a verificar a viabilidade econômica da explo-


ração energética do biogás emitido pelo aterro sanitário, analisando o tempo de vida
útil, capacidade de produção de energia elétrica, bem como o tempo de retorno do
investimento e ganhos financeiros para administração pública.
O potencial de geração de eletricidade com o biogás ainda é um segmento
pouco explorado, em parte pela ausência de empresas especializadas na região ou
pelo custos inicialmente associados ao empreendimento. Porém, com o passar dos
anos, quanto maior cobrança social por fontes renováveis, mais o mundo investirá em
tecnologia para o reaproveitamento do lixo, o que contribui para o avanço, eficiência e
queda nos custos dos equipamentos utilizados nesse tipo de geração.
Segundo ANEEL a usina se enquadra como minigeração distribuída, com
capacidade projetada de geração é de 1,0 MW em 35 anos de vida útil e exploração
do aterro sanitário. Tal capacidade, é suficiente para reduzir o consumo energético
da cidade de Petrolina (PE) de 23% à 35% ao ano, com expectativa de retorno fi-
nanceiro é de aproximadamente 33 vezes o valor investido. A cidade possui gastos
anuais superiores à 9 milhões de reais por ano com eletricidade. Assim, os benefícios
conquistados impactam diretamente no fornecimento local de eletricidade, adicionando
a geração ao lado da carga, diminuindo as perdas causadas com a distribuição, bem
como proporciona a criação de empregos especializados e valorização da imagem
socioambiental da cidade.
Conclui-se que os objetivos propostos neste trabalho foram alcançados, uma
vez que comprovaram a eficácia dos benefícios quanto à implantação da usina de
biogás. Tal ação, promove o alívio do orçamento municipal e o surgimento de novas
empresas. Desse modo, o dinheiro economizado pode ser reaplicado em benefícios
para educação, saúde, transporte coletivo ou até mesmo no sistema de iluminação
pública. Após o tempo de vida útil do aterro, o espaço pode ser reaproveitado para
reflorestamento com espécies nativas do bioma caatinga, como por exemplo uma praça,
um parque ou um ambiente para realização de atividades educativas para a população.
Quanto aos equipamentos, estes poderão ser reutilizados na produção de energia em
outro aterro sanitário.
63

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Apêndices
70

APÊNDICE A – PLANILHAS

Tabela 9 – Custo com consumo de energia elétrica no primeiro semestre de 2018.

PERÍODO UNIDADE EMPENHO LIQUIDADO PAGO

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 4.333.477,54 R$ 1.123.925,39 R$ 1.107.547,98


Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 1.177.867,68 R$ 194.882,79 R$ 101.929,15
Dezembro 2017 Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 472.233,53 R$ 104.062,76 R$ 18.396,26
à Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA R$ 85.236,06 R$ 13.227,06 R$ 13.227,06
Fervereiro Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 34.455,94 R$ 6.761,45 R$ 6.761,45
Fundo Municipal de Meio Ambiente R$ 4.353,95 R$ 2.911,47 R$ 2.911,47
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 3.751,71 R$ 64,54 R$ 424,22

TOTAL NO PERÍODO R$ 6.111.376,41 R$ 1.445.835,46 R$ 1.251.197,59

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 844.785,40 R$ 893.147,15 R$ 893.851,33


Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 0,00 R$ 36.107,05 R$ 36.107,05
Fevereiro Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA R$ 0,00 R$ 4.830,84 R$ 4.830,84
à Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 0,00 R$ 99.231,08 R$ 4.251,47
Março Fundo Municipal de Meio Ambiente R$ 0,00 R$ 1.350,33 R$ 1.350,33
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 0,00 R$ 1.142,50 R$ 1.142,50
Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 0,00 R$ 3.001,18 R$ 0,00

TOTAL NO PERÍODO R$ 844.785,40 R$ 1.038.810,13 R$ 941.533,52

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 29.301,19 R$ 267.508,84 R$ 253.072,65


Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 0,00 R$ 62.088,87 R$ 62.088,87
Março Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 0,00 R$ 3.380,36 R$ 6.381,54
à Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA R$ 0,00 R$ 4.654,30 R$ 4.654,30
Abril Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 10.500,00 R$ 88.264,26 R$ 3.686,52
Fundo Municipal de Meio Ambiente R$ 0,00 R$ 1.248,44 R$ 1.248,44
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 601,26

TOTAL NO PERÍODO R$ 39.801,19 R$ 427.145,07 R$ 331.733,58

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 11.349,37 R$ 1.475.273,45 R$ 1.488.539,56


Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 0,00 R$ 88.558,02 R$ 88.558,02
Abril Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 300.000,00 R$ 16.498,33 R$ 70.619,98
à Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA R$ 0,00 R$ 5.239,73 R$ 5.239,73
Maio Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 0,00 R$ 3.354,98 R$ 3.354,98
Fundo Municipal de Meio Ambiente R$ 0,00 R$ 1.461,03 R$ 1.461,03
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 0,00 R$ 498,55 R$ 498,55

TOTAL NO PERÍODO R$ 311.349,37 R$ 1.590.884,09 R$ 1.658.271,85

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 50.897,81 R$ 913.866,87 R$ 914.958,62


Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 10.000,00 R$ 155.996,49 R$ 283.077,56
Maio Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 0,00 R$ 84.158,28 R$ 84.158,28
à Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA R$ 0,00 R$ 5.102,77 R$ 5.102,77
Junho Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 0,00 R$ 3.284,55 R$ 3.284,55
Fundo Municipal de Meio Ambiente R$ 10.697,24 R$ 1.491,59 R$ 1.491,59
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 0,00 R$ 673,99 R$ 673,99

TOTAL NO PERÍODO R$ 71.595,05 R$ 1.164.574,54 R$ 1.292.747,36

Fonte – Petrolina (2018)


APÊNDICE A. Planilhas 71

Tabela 10 – Custo com consumo de energia elétrica no segundo semestre de 2018.

PERÍODO UNIDADE EMPENHO LIQUIDADO PAGO

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 515.018,03 R$ 1.099.936,23 R$ 1.100.533,79


Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 0,00 R$ 85.359,42 R$ 85.359,42
Junho Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA R$ 0,00 R$ 6.324,71 R$ 6.324,71
à Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 0,00 R$ 6.014,46 R$ 3.007,23
Julho Fundo Municipal de Meio Ambiente R$ 0,00 R$ 1.368,72 R$ 1.368,72
Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 0,00 R$ 1.133,40 R$ 792,80
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 0,00 R$ 689,67 R$ 689,67

TOTAL NO PERÍODO R$ 515.018,03 R$ 1.200.826,61 R$ 1.198.076,34

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 13.008,11 R$ 1.159.204,46 R$ 1.068.624,25


Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 60.000,00 R$ 188.287,51 R$ 97.214,24
Julho Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 0,00 R$ 109.611,84 R$ 64.251,42
à Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA R$ 0,00 R$ 5.608,23 R$ 5.608,23
Agosto Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 0,00 R$ 2.762,92 R$ 2.762,92
Fundo Municipal de Meio Ambiente R$ 0,00 R$ 1.065,21 R$ 1.065,21
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 0,00 R$ 647,00 R$ 647,00

TOTAL NO PERÍODO R$ 73.008,11 R$ 1.467.187,17 R$ 1.240.173,27

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 2.267.013,53 R$ 1.173.524,20 R$ 1.238.710,30


Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 400.831,89 R$ 86.688,55 R$ 133.128,76
Agosto Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 0,00 R$ 45.360,42 R$ 45.360,42
à Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA -R$ 16.000,00 R$ 5.952,91 R$ 5.952,91
Setembro Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 0,00 R$ 3.215,28 R$ 3.215,28
Fundo Municipal de Meio Ambiente R$ 0,00 R$ 1.206,30 R$ 1.206,30
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 0,00 R$ 535,81 R$ 535,81

TOTAL NO PERÍODO R$ 2.651.845,42 R$ 1.316.483,47 R$ 1.428.109,78

Prefeitura Municipal de Petrolina R$ 307.523,70 R$ 1.318.865,78 R$ 1.330.356,87


Autarquia Educacional do Vale do São Francisco R$ 0,00 R$ 67.845,70 R$ 67.845,70
Setembro Fundo Municipal de Saúde de Petrolina R$ 1.325,06 R$ 91.460,27 R$ 42.719,37
à Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina - AMMPLA R$ 0,00 R$ 6.026,64 R$ 6.026,64
Outubro Instituto de Gestão Previdenciária de Petrolina R$ 0,00 R$ 3.466,89 R$ 3.466,89
Fundo Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios R$ 5.000,00 R$ 463,77 R$ 463,77

TOTAL NO PERÍODO R$ 313.848,76 R$ 1.488.129,05 R$ 1.450.879,24


Fonte – Petrolina (2018)
APÊNDICE A. Planilhas 72

Tabela 11 – Unidades consumidoras com geração distribuída por Estado.

Qtd. de UCs
UF Quantidade Potência (kW)
Recebendo créditos
AC 55 779,37 56
AL 346 4.189,51 412
AM 130 1.466,44 148
AP 68 1.416,62 82
BA 1.269 14.430,37 1.526
CE 1.567 32.945,20 1.942
DF 817 11.295,60 864
ES 1.475 11.367,31 1.598
GO 2.373 24.791,36 2.792
MA 747 8.951,04 872
MG 13.118 184.050,36 26.320
MS 1.392 18.090,55 2.364
MT 1.809 35.428,08 2.055
PA 590 5.534,60 594
PB 935 12.849,16 1.322
PE 1.166 19.553,29 1.712
PI 462 8.219,84 588
PR 4.302 47.644,99 4.319
RJ 3.290 33.135,61 3.533
RN 1.027 15.287,98 1.354
RO 126 5.661,05 156
RR 19 562,83 24
RS 9.227 113.455,99 11.166
SC 5.166 58.309,07 6.495
SE 407 4.302,33 470
SP 11.043 84.999,61 12.423
TO 733 6.830,07 783
TOTAL 63.659 765.548,23 85.970
Fonte – (BRASIL, 2018b)
APÊNDICE A. Planilhas 73

Tabela 12 – Previsão anual de lixo a ser produzido em Petrolina (PE).

Vazão Metano coletado Lixo Gerado Lixo Coletado Lixo Acumulado


Ano População
(103 m3 /ano) (103 m3 /ano) (kg) (kg) no Aterro (kg)
2006 584 438 275.676 110.270.394 108.064.986 108.204.357
2007 1.151 864 280.362 112.144.990 109.902.091 218.106.448
2008 1.704 1.278 285.129 114.051.455 111.770.426 329.876.874
2009 2.243 1.682 289.976 115.990.330 113.670.523 443.547.397
2010 2.769 2.076 294.905 117.962.166 115.602.922 559.150.319
2011 3.282 2.461 299.919 119.967.522 117.568.172 676.718.491
2012 3.783 2.837 305.017 122.006.970 119.566.831 796.285.322
2013 4.273 3.205 310.203 124.081.089 121.599.467 917.884.789
2014 4.753 3.565 315.476 126.190.467 123.666.658 1.041.551.447
2015 5.223 3.917 320.839 128.335.705 125.768.991 1.167.320.438
2016 5.684 4.263 326.294 130.517.412 127.907.064 1.295.227.502
2017 6.136 4.602 331.841 132.736.208 130.081.484 1.425.308.986
2018 6.580 4.935 337.482 134.992.724 132.292.869 1.557.601.855
2019 7.017 5.263 343.219 137.287.600 134.541.848 1.692.143.703
2020 7.448 5.586 349.054 139.621.489 136.829.059 1.828.972.762
2021 7.871 5.903 354.988 141.995.055 139.155.153 1.968.127.916
2022 8.289 6.217 361.022 144.408.970 141.520.791 2.109.648.707
2023 8.702 6.526 367.160 146.863.923 143.926.644 2.253.575.351
2024 9.109 6.832 373.402 149.360.610 146.373.397 2.399.948.749
2025 9.512 7.134 379.749 151.899.740 148.861.745 2.548.810.494
2026 9.911 7.433 386.205 154.482.036 151.392.395 2.700.202.889
2027 10.306 7.730 392.771 157.108.230 153.966.066 2.854.168.955
2028 10.698 8.024 399.448 159.779.070 156.583.489 3.010.752.443
2029 11.088 8.316 406.238 162.495.314 159.245.408 3.169.997.851
2030 11.474 8.606 413.144 165.257.735 161.952.580 3.331.950.431
2031 10.969 8.227 420.168
2032 10.487 7.865 427.311
2033 10.025 7.519 434.575
2034 9.584 7.188 441.963
2035 9.162 6.872 449.476
2036 8.759 6.569 457.117
2037 8.374 6.280 464.888
2038 8.005 6.004 472.791
2039 7.653 5.740 480.829
2040 7.316 5.487 489.003
2041 6.994 5.246 497.316
2042 6.687 5.015 505.770
2043 6.392 4.794 514.368
2044 6.111 4.583 523.113
2045 5.842 4.382 532.005
2046 5.585 4.189 541.050
2047 5.339 4.005 550.247
2048 5.104 3.828 559.602
2049 4.880 3.660 569.115
2050 4.665 3.499 578.790
2051 4.460 3.345 588.629
2052 4.264 3.198 598.636
2053 4.076 3.057 608.813
2054 3.897 2.922 619.163
Fonte – O autor
APÊNDICE A. Planilhas 74

Tabela 13 – Estimativa anual para vazão de metano e potência disponível.

Ano Potência (kW) Vazão (m3 /h) Potência (MMBtu/h) Vazão (103 m3 /ano)
2006 493 56 1.682 584
2007 973 111 3.320 1.151
2008 1.440 164 4.914 1.704
2009 1.895 216 6.467 2.243
2010 2.339 267 7.982 2.769
2011 2.773 317 9.462 3.282
2012 3.197 365 10.907 3.783
2013 3.611 412 12.320 4.273
2014 4.016 458 13.703 4.753
2015 4.413 504 15.059 5.223
2016 4.803 548 16.387 5.684
2017 5.185 592 17.692 6.136
2018 5.560 635 18.973 6.580
2019 5.930 677 20.233 7.017
2020 6.293 718 21.473 7.448
2021 6.651 759 22.694 7.871
2022 7.004 800 23.899 8.289
2023 7.353 839 25.088 8.702
2024 7.697 879 26.263 9.109
2025 8.038 918 27.425 9.512
2026 8.375 956 28.575 9.911
2027 8.709 994 29.715 10.306
2028 9.040 1.032 30.846 10.698
2029 9.369 1.070 31.968 11.088
2030 9.696 1.107 33.082 11.474
2031 9.269 1.058 31.627 10.969
2032 8.861 1.012 30.235 10.487
2033 8.471 967 28.905 10.025
2034 8.098 924 27.633 9.584
2035 7.742 884 26.417 9.162
2036 7.401 845 25.254 8.759
2037 7.076 808 24.143 8.374
2038 6.764 772 23.081 8.005
2039 6.467 738 22.065 7.653
2040 6.182 706 21.094 7.316
2041 5.910 675 20.166 6.994
2042 5.650 645 19.279 6.687
2043 5.401 617 18.430 6.392
2044 5.164 589 17.619 6.111
2045 4.937 564 16.844 5.842
2046 4.719 539 16.103 5.585
2047 4.512 515 15.394 5.339
2048 4.313 492 14.717 5.104
2049 4.123 471 14.069 4.880
2050 3.942 450 13.450 4.665
2051 3.768 430 12.858 4.460
2052 3.603 411 12.293 4.264
2053 3.444 393 11.752 4.076
2054 3.293 376 11.235 3.897
Fonte – O autor
APÊNDICE A. Planilhas 75

Tabela 14 – Simulação de financiamento no BNDES (carência de 6 meses).

Mês Saldo Inicial Juros Amortização Prestação Saldo Final


Mês Inicial 0 0 0 0 2.880.000,00
Mês 01 2.880.000,00 0 0 0 2.880.000,00
Mês 02 2.880.000,00 0 0 0 2.880.000,00
Mês 03 2.880.000,00 105.550,90 0 105.550,90 2.880.000,00
Mês 04 2.880.000,00 0 0 0 2.880.000,00
Mês 05 2.880.000,00 0 0 0 2.880.000,00
Mês 06 2.880.000,00 105.550,90 0 105.550,90 2.880.000,00
Mês 07 2.880.000,00 34.762,36 68.571,43 103.333,78 2.811.428,57
Mês 08 2.811.428,57 33.934,68 68.571,43 102.506,11 2.742.857,14
Mês 09 2.742.857,14 33.107,01 68.571,43 101.678,43 2.674.285,71
Mês 10 2.674.285,71 32.279,33 68.571,43 100.850,76 2.605.714,29
Mês 11 2.605.714,29 31.451,65 68.571,43 100.023,08 2.537.142,86
Mês 12 2.537.142,86 30.623,98 68.571,43 99.195,41 2.468.571,43
Mês 13 2.468.571,43 29.796,30 68.571,43 98.367,73 2.400.000,00
Mês 14 2.400.000,00 28.968,63 68.571,43 97.540,06 2.331.428,57
Mês 15 2.331.428,57 28.140,95 68.571,43 96.712,38 2.262.857,14
Mês 16 2.262.857,14 27.313,28 68.571,43 95.884,71 2.194.285,71
Mês 17 2.194.285,71 26.485,60 68.571,43 95.057,03 2.125.714,29
Mês 18 2.125.714,29 25.657,93 68.571,43 94.229,36 2.057.142,86
Mês 19 2.057.142,86 24.830,25 68.571,43 93.401,68 1.988.571,43
Mês 20 1.988.571,43 24.002,58 68.571,43 92.574,01 1.920.000,00
Mês 21 1.920.000,00 23.174,90 68.571,43 91.746,33 1.851.428,57
Mês 22 1.851.428,57 22.347,23 68.571,43 90.918,66 1.782.857,14
Mês 23 1.782.857,14 21.519,55 68.571,43 90.090,98 1.714.285,71
Mês 24 1.714.285,71 20.691,88 68.571,43 89.263,31 1.645.714,29
Mês 25 1.645.714,29 19.864,20 68.571,43 88.435,63 1.577.142,86
Mês 26 1.577.142,86 19.036,53 68.571,43 87.607,96 1.508.571,43
Mês 27 1.508.571,43 18.208,85 68.571,43 86.780,28 1.440.000,00
Mês 28 1.440.000,00 17.381,18 68.571,43 85.952,61 1.371.428,57
Mês 29 1.371.428,57 16.553,50 68.571,43 85.124,93 1.302.857,14
Mês 30 1.302.857,14 15.725,83 68.571,43 84.297,26 1.234.285,71
Mês 31 1.234.285,71 14.898,15 68.571,43 83.469,58 1.165.714,29
Mês 32 1.165.714,29 14.070,48 68.571,43 82.641,91 1.097.142,86
Mês 33 1.097.142,86 13.242,80 68.571,43 81.814,23 1.028.571,43
Mês 34 1.028.571,43 12.415,13 68.571,43 80.986,56 960.000,00
Mês 35 960.000,00 11.587,45 68.571,43 80.158,88 891.428,57
Mês 36 891.428,57 10.759,78 68.571,43 79.331,21 822.857,14
Mês 37 822.857,14 9.932,10 68.571,43 78.503,53 754.285,71
Mês 38 754.285,71 9.104,43 68.571,43 77.675,86 685.714,29
Mês 39 685.714,29 8.276,75 68.571,43 76.848,18 617.142,86
Mês 40 617.142,86 7.449,08 68.571,43 76.020,50 548.571,43
Mês 41 548.571,43 6.621,40 68.571,43 75.192,83 480.000,00
Mês 42 480.000,00 5.793,73 68.571,43 74.365,15 411.428,57
Mês 43 411.428,57 4.966,05 68.571,43 73.537,48 342.857,14
Mês 44 342.857,14 4.138,38 68.571,43 72.709,80 274.285,71
Mês 45 274.285,71 3.310,70 68.571,43 71.882,13 205.714,29
Mês 46 205.714,29 2.483,03 68.571,43 71.054,45 137.142,86
Mês 47 137.142,86 1.655,35 68.571,43 70.226,78 68.571,43
Mês 48 68.571,43 827,68 68.571,43 69.399,10 0
TOTAL -- 958.492,45 2.880.000,00 3.838.492,45 --
Fonte – (BRASIL, 2019c)
APÊNDICE A. Planilhas 76

Tabela 15 – Retorno do investimento com capital próprio com a usina em operação.

Mês Economia (R$) Fluxo de Caixa (R$)


1 131.300,40 -2.880.000,00
2 131.300,40 -2.748.699,60
3 131.300,40 -2.617.399,20
4 131.300,40 -2.486.098,80
5 131.300,40 -2.354.798,40
6 131.300,40 -2.223.498,00
7 131.300,40 -2.092.197,60
8 131.300,40 -1.960.897,20
9 131.300,40 -1.829.596,80
10 131.300,40 -1.698.296,40
11 131.300,40 -1.566.996,00
12 131.300,40 -1.435.695,60
13 131.300,40 -1.304.395,20
14 131.300,40 -1.173.094,80
15 131.300,40 -1.041.794,40
16 131.300,40 -910.494,00
17 131.300,40 -779.193,60
18 131.300,40 -647.893,20
19 131.300,40 -516.592,80
20 131.300,40 -385.292,40
21 131.300,40 -253.992,00
22 131.300,40 -122.691,60
23 131.300,40 8.608,80
24 131.300,40 139.909,20
25 131.300,40 271.209,60
26 131.300,40 402.510,00
27 131.300,40 533.810,40
28 131.300,40 665.110,80
29 131.300,40 796.411,20
30 131.300,40 927.711,60
31 131.300,40 1.059.012,00
32 131.300,40 1.190.312,40
33 131.300,40 1.321.612,80
34 131.300,40 1.452.913,20
35 131.300,40 1.584.213,60
36 131.300,40 1.715.514,00
37 131.300,40 1.846.814,40
38 131.300,40 1.978.114,80
39 131.300,40 2.109.415,20
40 131.300,40 2.240.715,60
41 131.300,40 2.372.016,00
42 131.300,40 2.503.316,40
43 131.300,40 2.634.616,80
44 131.300,40 2.765.917,20
45 131.300,40 2.897.217,60
46 131.300,40 3.028.518,00
47 131.300,40 3.159.818,40
48 131.300,40 3.291.118,80
Fonte – O autor
APÊNDICE A. Planilhas 77

Tabela 16 – Retorno financeiro do empréstimo com a usina em operação.

Mês Energia Gerada (R$) Prestação (R$) VPL (R$)


1 - 0 -
2 - 0 -
3 - -105.550,90 - 105.550,90
4 - 0 -
5 - 0 -
6 131.300,40 -105.550,90 25.749,50
7 131.300,40 -103.333,78 27.966,62
8 131.300,40 -102.506,11 28.794,29
9 131.300,40 -101.678,43 29.621,97
10 131.300,40 -100.850,76 30.449,64
11 131.300,40 -100.023,08 31.277,32
12 131.300,40 -99.195,41 32.104,99
13 131.300,40 -98.367,73 32.932,67
14 131.300,40 -97.540,06 33.760,34
15 131.300,40 -96.712,38 34.588,02
16 131.300,40 -95.884,71 35.415,69
17 131.300,40 -95.057,03 36.243,37
18 131.300,40 -94.229,36 37.071,04
19 131.300,40 -93.401,68 37.898,72
20 131.300,40 -92.574,01 38.726,39
21 131.300,40 -91.746,33 39.554,07
22 131.300,40 -90.918,66 40.381,74
23 131.300,40 -90.090,98 41.209,42
24 131.300,40 -89.263,31 42.037,09
25 131.300,40 -88.435,63 42.864,77
26 131.300,40 -87.607,96 43.692,44
27 131.300,40 -86.780,28 44.520,12
28 131.300,40 -85.952,61 45.347,79
29 131.300,40 -85.124,93 46.175,47
30 131.300,40 -84.297,26 47.003,14
31 131.300,40 -83.469,58 47.830,82
32 131.300,40 -82.641,91 48.658,49
33 131.300,40 -81.814,23 49.486,17
34 131.300,40 -80.986,56 50.313,84
35 131.300,40 -80.158,88 51.141,52
36 131.300,40 -79.331,21 51.969,19
37 131.300,40 -78.503,53 52.796,87
38 131.300,40 -77.675,86 53.624,54
39 131.300,40 -76.848,18 54.452,22
40 131.300,40 -76.020,50 55.279,90
41 131.300,40 -75.192,83 56.107,57
42 131.300,40 -74.365,15 56.935,25
43 131.300,40 -73.537,48 57.762,92
44 131.300,40 -72.709,80 58.590,60
45 131.300,40 -71.882,13 59.418,27
46 131.300,40 -71.054,45 60.245,95
47 131.300,40 -70.226,78 61.073,62
48 131.300,40 -69.399,10 61.901,30
Fonte – O autor
Anexos
79

ANEXO A – CONTROLE DE
RESÍDUOS SÓLIDOS

Tabela 17 – Média mensal de coleta dos resíduos sólidos por classe.

CONTROLE DE RESÍDUOS SÓLIDOS


PRIVADO PRIVADO PRIVADO PÚBLICO PÚBLICO PÚBLICO PÚBLICO TOTAL
MÊS
(CLASSE I) (II-A) (II-B) DOMICILIAR PODAÇÃO ENTULHO RASPAGEM (ton)
Janeiro 81,34 272,07 200,22 6.351,92 98,56 3.123,56 590,22 10.717,89
Fevereiro 38,82 206,42 75,27 5.659,42 100,67 2.976,21 545,56 9.602,37
Março 55,06 180,10 198,00 6.044,06 73,72 2.934,72 560,61 10.046,27
Abril 49,31 212,13 53,42 5.895,67 118,85 4.598,53 639,06 11.566,97
Maio 37,48 188,52 232,14 5.947,20 113,25 5.936,52 712,97 13.168,08
Junho 50,00 264,99 218,33 5.736,60 90,12 3.952,20 703,45 11.015,69
Julho 31,01 275,62 431,71 5.780,68 94,32 4.667,73 738,05 12.019,12
Agosto 58,42 217,09 144,41 5.856,90 84,15 4.703,28 885,18 11.949,43
Setembro 18,24 314,68 74,01 5.567,80 70,20 2.483,68 793,37 9.321,98
Outubro 34,72 300,44 25,73 6.480,02 87,18 1.439,85 1.004,92 9.372,86
Novembro 0,00
Dezembro 0,00
Média (ton) 45,44 243,21 165,32 5.932,03 93,10 3.681,63 717,34 10.878,07

*Média/dia: 362,60 (ton)


Fonte – (CTRP, 2018)

Tabela 18 – Coleta de lixo detalhada ao longo dos últimos 10 meses de 2018 em


Petrolina.

GERADOR ACUMULADO GERAÇÃO MÉDIA


Prefeitura de Petrolina 104.104,9 10.410,49
Translira 1.132,44 113,244
CTR Petrolina 713,43 71,343
Curtume Moderno 665,81 66,581
Sanvale 517,54 51,754
Jainara Moreira (Papa Entulho) 178,81 17,881
Nardini do Brasil 116,15 11,615
Construtora Ancar 111,40 11,140
Construtora Pablo 110,79 11,079
Estação de Trat. AFC Ambiental 109,37 10,937
Argofruta 108,67 10,867
Secchi Agrícola - SWEET 90,62 9,062
Agrovale 90,48 9,048
Agropecuária Labrunier 89,53 8,953
Timbauba 52,63 5,263
ANEXO A. Controle de Resíduos Sólidos 80

Tabela 18 - (continuação)
GERADOR ACUMULADO GERAÇÃO MÉDIA
ALF Terraplenagem 52,25 5,225
Granville e Bazan 50,77 5,077
Souza e Reis Construções 49,9 4,99
Firmino e Sotero 48,54 4,854
Mavel Veículos 38,4 3,84
Expofrut 34,32 3,432
RPB Nordeste (Rei dos Parabrisas) 33,9 3,39
Secchi Agrícola - COPA FRUIT 30,08 3,008
Uplog Transporte 27,87 2,787
Good Peças Serviços (Reparabrisa) 25,23 2,523
Canteiro de Obras 24,18 2,418
Reciclagem & Cia 18,73 1,873
Retec Tecnologia 16,07 1,607
Beira Rio 15,6 1,56
AGRODAN 15,28 1,528
JB Reciclagem 14,56 1,456
J. S. Locação de Maquinas 12,67 1,267
GMJ AGROINDUSTRIA 8,31 0,831
Barbosa e Barbosa 7,37 0,737
Eco Gestão 7,28 0,728
Soares Gonçalves 5,94 0,594
Brizzauto 5,31 0,531
RP Transportes 4,98 0,498
Auto Vale Pinturas 4,95 0,495
Margarida Maria de Araujo 4,68 0,468
Sitio da Serra 4,45 0,445
Tropicália 4,12 0,412
CTI Ambiental 3,51 0,351
Globo Pronta Entrega 3,39 0,339
GMC Construções 2,97 0,297
Muranaka 2,2 0,22
Mecânica Bahia 1,67 0,167
UPA Agrícola 1,64 0,164
Asanet 1,53 0,153
Icofort 1,53 0,153
Vale Ovos 0,82 0,082
ANEXO A. Controle de Resíduos Sólidos 81

Tabela 18 - (continuação)
GERADOR ACUMULADO GERAÇÃO MÉDIA
Fazenda Andorinha 0,55 0,055
Trocão 0,5 0,05
IBACEM 0,46 0,046
Brecar 0,44 0,044
Embrapa 0,25 0,025
EBFT 0,25 0,025
Bella Frutas 0,20 0,020
UPE Campus Petrolina 0,18 0,018
CoopexVale 0,06 0,006
EBRAZ 0,03 0,003
NAGRIPEC 0,03 0,003
Grand Valle Agrícola 0,02 0,002
AB Engenharia 0 0
Delgado & Delgado 0 0
Sid Som Equipadora 0 0
Flamax Ambiental 0 0
Mafirmo 0 0
Topos Engenharia 0 0
Vagner Almeida 0 0
VIII Geres 0 0
R Dantas Construção 0 0
Soltec Brasil 0 0
Verdão 0 0
Total (ton) 108.780,54 19.778,28

Fonte – (CTRP, 2018)


82

ANEXO B – EQUIPAMENTOS

Tabela 19 – Tabela de seleção de geradores pela vazão em (m3 /h).

Vazão (m3 /h) Potência Máxima (kW) Rendimento (%) Fator de Conversão (kWh/m3 )
10,0 10 13,54 0,80
19,0 24 17,10 1,01
23,4 36 20,85 1,23
32,0 48 20,30 1,20
34,9 57 22,09 1,31
43,0 72 22,67 1,34
50,9 86 22,89 1,35
64,1 108 22,80 1,35
91,8 165 24,33 1,44
110,0 237 29,16 1,72
130,0 288 29,99 1,77
Fonte – (CIBIOGÁS, 2018, pág. 40)

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