SUPERVISÃO, CURRÍCULO E AVALIAÇÃO

(Celestino Alves da Silva Jr)

- Estudos sobre supervisão escolar: emergem no Brasil nos anos 60

- O primeiro supervisor (no Estado de São Paulo) foi o Orientador Pedagógico tinha como grande função ser o guardião do currículo.
- Cabia-lhes orientar pedagogicamente os professores a fim de que a organização curricular prevista para a escola, nela incluídos os
critérios e procedimentos de avaliação a serem observados, alcançasse seu maior grau possível de materialização.
- A determinação dos currículos era atribuição dos órgãos e das autoridades superiores do sistema escolar, cabendo às escolas apenas
tomar conhecimento dessa determinação e movimentar-se para sua observância.
- Papel do professor e da escola: interpretar, quando necessário, as determinações e providenciar sempre que possível soluções
criativas para as situações pedagógicas propostas.
- Crítica: problemas relativos ao registro do desempenho escolar dos alunos
- Extensas fichas de acompanhamento e avaliação alimentavam complexos prontuários individuais analisados concomitantemente
pela orientação pedagógica e pela orientação educacional. Periodicamente, tais prontuários eram submetidos à apreciação conjunta
dos professores e da direção nos Conselhos Pedagógicos, reuniões semanais para balanço das atividades da escola. A atribuição de
significados a esses registros originários da observação dos professores caminhava em paralelo à utilização e provas e à organização
de seminários como elementos-chave para as decisões sobre a qualidade do desempenho escolar do aluno com vistas à sua
promoção às séries subsequentes. Ao supervisor, ainda chamado de orientador pedagógico, cabia a responsabilidade pela
organização e pela coerência interna de todo o processo, que passava ainda por uma sugestiva participação de representantes da
comunidade na vida da escola.
Dissociação progressiva

- Anos 70: implantação e expansão inicial dos Programas de Pós-Graduação em Educação no Brasil
- Exemplo: Programa de Estudos Pós-Graduação em Supervisão e Currículo (PUC/SP).
- Anos 80: surgiram estudos em Mestrados e Doutorados sobre a relação entre os temas supervisão e currículo.
- Apesar das poucas teorias disponíveis sobre supervisão e currículo, os sistemas de educação tinham seus “sistemas de supervisão”
- Inconsistência teórico-prática da ação supervisora. Hipóteses:
- distanciamento do supervisor das questões estritamente curriculares
- desaceleração da pesquisa acadêmica sobre supervisão escolar
- abandono da pretensão de intervir nas políticas a que se subordina (tornando-se mero executor das políticas criadas na instância
superior)
- Teorias críticas sobre o currículo
- Anos 80 e 90: possibilidade de experimentação de novos modos e critérios de organização curricular.
- Mudança de postura da supervisão: de guardiã das determinações externas para motivadora e organizadora da reflexão coletiva no
interior da escola.
- Início dos anos 90 e 2000: SAEB, SARESP, ENEM – Avaliações em Larga-Escala
- A profusão de políticas desencadeadas pela atual gestão do MEC implicou um aparente paradoxo na relação Supervisão, Currículo e
Avaliação: estimulado a coordenar a reflexão de seus colegas professores sobre as perspectivas próprias da unidade escolar, para
com o seu currículo e seus critérios de avaliação, o supervisor escolar precisará, ao mesmo tempo, auxiliá-los na preparação de seus
alunos para o domínio dos conteúdos do “currículo nacional” subjacente aos sistemas de avaliação de caráter nacional ou estadual.
- Avaliação: “as provas de agora não chegariam mais à escola na pasta do inspetor, mas seu poder de determinação já se encontra
instalado no horizonte de preocupações de toda comunidade escolar.
A ênfase no projeto pedagógico, um novo desafio para a legitimidade da função supervisora

- Dinamização da discussão sobre currículo:

- Ideia de autonomia da escola
- Ideia de projeto pedagógico
- Ideia de trabalho coletivo
- O supervisor é um coordenador dos encontros de trabalho (indicação de leituras, proposição de temáticas, esclarecimento de conceitos
etc.). Deverá enfrentar novos desafios que se apresentam pelas políticas governamentais e também pela evolução das teorias pedagógicas.