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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.

0003

A C Ó R D Ã O
  (8ª Turma)
GMDMC/Npf/nc/ab

A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMADO.
IRREGULARIDADE   DE   REPRESENTAÇÃO.
FALTA   DE   INTERESSE   DE   AGIR.
PRELIMINAR DE NULIDADE DO JULGADO POR
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
SEXTA­PARTE.   MULTA   DIÁRIA.   EXTENSÃO
DOS   EFEITOS   DA   DECISÃO.  O presente
agravo de instrumento não merece ser
provido, na medida em que não
desconstituiu os fundamentos sobre os
quais se alicerçou a decisão agravada
para denegar seguimento ao recurso de
revista interposto pelo reclamado.
Agravo de instrumento conhecido e não
provido. B) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO
SINDICATO RECLAMANTE. MULTA   DIÁRIA.
HONORÁRIOS   ADVOCATÍCIOS.  O presente
agravo de instrumento não merece ser
provido, na medida em que não
desconstituiu os fundamentos sobre os
quais se alicerçou a decisão agravada
para denegar seguimento ao recurso de
revista interposto pelo sindicato
reclamante. Agravo de instrumento
conhecido e não provido.

Vistos,   relatados   e   discutidos   estes   autos   de


Agravo   de   Instrumento   em   Recurso   de   Revista   n°  TST­AIRR­561­
87.2010.5.02.0003, em que são Agravantes SINDICATO DOS EXECUTORES DE
METROLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO e INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO
ESTADO DE SÃO PAULO ­ IPEM e são Agravados OS MESMOS.

A Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho


da 15ª Região, por meio da decisão de fls. 404/423 (seq. n° 1), como
lhe faculta o art. 896, § 1°, da CLT, denegou seguimento ao recurso

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de revista interposto pelo sindicato reclamante, em face da


incidência dos óbices insculpidos no art. 896, "c", da CLT e na
Súmula n° 337, I, do TST; e denegou seguimento à revista interposta
pelo reclamado, diante da incidência dos obstáculos preconizados
pelo art. 896, "c" e § 4°, da CLT e pelas Súmulas n os 296, 297 e 333
do TST, bem como por estar a decisão recorrida em harmonia com a
diretriz da Orientação Jurisprudencial Transitória n° 75 e por não
divisar negativa na entregada jurisdição.
Irresignadas, as partes interpuseram os presentes
agravos de instrumento, alegando que as suas revistas devem ser
admitidas (fls. 426/443 e 445/451 – seq. n° 1).
Foram apresentadas contraminutas aos agravos de
instrumento (fls. 457/466 e 480/483 – seq. n° 1) e contrarrazões aos
recursos de revista (fls. 466/476 e 485/488 – seq. n° 1).
O Ministério Público do Trabalho, por meio do
parecer de fls. 1/3 (seq. n° 3), manifestou-se no sentido do não
provimento dos agravos de instrumento.
É o relatório.

V O T O

A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


INTERPOSTO PELO RECLAMADO

I. CONHECIMENTO

O agravo de instrumento é tempestivo, tem


representação regular e o preparo foi efetuado regularmente, razões
pelas quais dele conheço.

II. MÉRITO

1. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO

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O Regional, no que interessa, negou provimento ao
recurso   ordinário   interposto   pelo   reclamado,   no   tocante   ao   tema
correlato à irregularidade de representação, in verbis:
"2-1-1 irregularidade de representação
Conforme invocada prejudicial, por exemplo
‘... Lei 9494/97
(...) lei em consideração exige que nas ações coletivas
movidas contra o Estado, inclusive suas autarquias, a petição
seja instruída com a ata da assembleia que autorizou a sua
propositura, o rol dos associados e seus endereços.
Veja-se a redação da lei 9.494 de 10.09.97... em seu artigo
2º- A, § único, introduzido pela Medida Provisória 2.180-35 de
24.8.01...
‘Nas ações coletivas propostas contra a União, os
Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas autarquias
e fundações, a petição inicial deverá obrigatoriamente estar
instruída com a ata da assembleia da entidade associativa
que a autorizou, acompanhada da relação nominal dos seus
associados e indicação dos respectivos endereços’.
(...) requisitos não foram obedecidos pelo Sindicato...
(...) nos termos da Súmula vinculante nº 10 do STF, o
Poder Judiciário não pode ignorar norma vigente e eficaz, sem
proferir declaração de inconstitucionalidade.
(...) magistrado, ou deveria aplicar o dispositivo legal ou
declarar sua inconstitucionalidade.
Deve, portanto o processo ser extinto sem julgamento de
mérito, posto que a inicial não foi instruída com os documentos
acima referidos, nos termos do art. 267, IV do CPC...’ (fls.
258/259).
Todavia, conforme o processado, e em consonância com incidente
regramento (CF, 8º, III), a substituição processual alcança todos os
integrantes da categoria profissional, independente de previa autorização.
Neste sentido a adotada jurisprudência
RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA
VIGÊNCIA DA LEI 11.496/2007. SINDICATO.
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SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. LEGITIMIDADE ATIVA


-AD CAUSAM -HORAS IN ITINERE-. Esta Corte Superior,
ante o entendimento do Supremo Tribunal Federal, cancelou a
sua Súmula n.º 310, por meio da Resolução n.º 119/2003.
Dessarte, não mais subsistem as restrições, de ordem subjetiva e
objetiva, imposta pela referida súmula, à atuação do sindicato
como substituto processual nas ações em que pugna pela
implementação de direitos individuais homogêneos (art. 81, III,
da Lei n.º 8.078/90). Recurso de Embargos conhecido e
provido. (E-RR - 102300-12.2007.5.17.0191 , Relatora
Ministra: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento:
10/11/2011, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Data de Publicação: 09/01/2012).
Também in casu a r. Decisão a quo ‘...Não há necessidade de
autorização em assembleia, já que é inerente à função institucional do
Sindicato a defesa dos direitos da categoria que representa...’ (fls. 217)."
(fls. 328/329 – seq. n° 1 – grifos no original)

À   referida   decisão,   o   reclamado,   pautado em


violação dos arts. 2°-A, parágrafo único, da Lei n° 9.494/97 e 267,
IV, do CPC, em contrariedade à Súmula Vinculante n° 10 do STF e em
divergência jurisprudencial, interpôs recurso de revista,
sustentando que a petição inicial deveria ter sido instruída com a
ata da assembleia que autorizou a sua propositura, bem como com o
rol dos associados e seus respectivos endereços. Alega, ainda, que o
Regional dever aplicar o comando legal que rege a matéria ou
declarar sua inconstitucionalidade (fls. 375/377 - seq. n° 1).
Verifica-se que o Regional decidiu a controvérsia
em consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido
de   que   a   legitimação   dos   sindicatos,   na   defesa   dos   direitos
individuais homogêneos dos integrantes da categoria, é ampla e pode
ser   exercida   sem   a   necessidade   de   individualização   do   rol   dos
substituídos.
Nesse   sentido,   os   seguintes   precedentes   oriundos
da SDI­1 e de todas as Turmas, in verbis:
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"(...). SINDICATO. LEGITIMIDADE PARA ATUAR COMO


SUBSTITUTO PROCESSUAL. ARTIGO 8º, III, DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA. GRATIFICAÇÃO DE BALANÇO. DIREITOS
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. 1. O artigo 8º, III, da Constituição da
República de 1988 autoriza expressamente a atuação ampla dos sindicatos
na defesa - inclusive judicial - dos interesses da categoria. Já não paira
controvérsia na jurisprudência desta Corte uniformizadora quanto ao
entendimento de que o sindicato tem legitimidade para atuar como
substituto processual de todos os integrantes da categoria, quando fundada a
pretensão em direito individual homogêneo, havendo-se como tal o que tem
origem comum. 2. Na hipótese dos autos, o sindicato busca, por meio de
reclamação trabalhista, o pagamento de diferenças salariais decorrentes da
redução da gratificação de balanço de 20% para 1% sobre os lucros
auferidos pelo reclamado - pretensão comum a todos os empregados do
reclamado -, revelando-se legítima a atuação do sindicato, na qualidade de
substituto processual. 3. A decisão proferida pela Turma reflete, assim, a
correta interpretação do artigo 8º, inciso III, da Constituição da República,
razão por que não há cogitar em sua vulneração. 4. Ademais, pacificou-se,
nesta Corte superior, o entendimento no sentido de que o sindicato ostenta
legitimidade ativa para defender direitos e interesses da categoria que
representa, na qualidade de substituto processual, pois não mais são
exigíveis a individualização dos substituídos (item V da cancelada Súmula
n.º 310) e a comprovação de serem ou não associados, o que afasta a
alegação de afronta ao princípio constitucional da ampla defesa. 5. Recurso
de embargos de que não se conhece. (...)." (TST-E-RR-19800-
55.2001.5.05.0441, Rel. Juiz Conv. Hugo Carlos Scheuermann, SDI-1,
DEJT de 3/2/2012)

"SINDICATO. LEGITIMIDADE PARA ATUAR COMO


SUBSTITUTO PROCESSUAL DOS INTEGRANTES DA CATEGORIA.
AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DOS SUBSTITUÍDOS.
DESNECESSIDADE. Pacificado o entendimento de que o sindicato ostenta
legitimidade ativa para defender, de forma ampla, os direitos e interesses da
categoria, na qualidade de substituto processual, e em razão de não mais ser
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

exigível a individualização dos empregados substituídos (item V da


cancelada Súmula n.º 310 do Tribunal Superior do Trabalho), não se
sustentam as alegações de inépcia da inicial e ilegitimidade ativa ad
causam, uma vez que a amplitude da representação sindical autoriza não só
a substituição de todos os integrantes da categoria profissional -
sindicalizados ou não -, como esvazia qualquer exigência quanto à
individualização dos substituídos processualmente. Recurso de revista não
conhecido. (...)." (TST-RR-196700-21.2004.5.03.0059, Rel. Min. Lelio
Bentes Corrêa, 1ª Turma, DEJT de 3/4/2012)

"LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO SINDICATO PARA


ATUAR COMO SUBSTITUTO PROCESSUAL DA CATEGORIA
PROFISSIONAL. DEFESA DE DIREITO INDIVIDUAL HOMOGÊNEO.
PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS E REFLEXOS, DECORRENTES
DA PRORROGAÇÃO DE JORNADA E DO NÃO CUMPRIMENTO
DAS CLÁUSULAS DA CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. Na
hipótese, o Sindicato ajuizou reclamatória contra o reclamado pleiteando,
em nome dos empregados substituídos, o pagamento de horas extras e
reflexos, decorrentes da prorrogação de jornada e do não cumprimento das
cláusulas da convenção coletiva de trabalho. A controvérsia cinge-se em
saber se o Sindicato está legitimado para ajuizar ação, como substituto
processual, quando o interesse discutido se refere ao descumprimento, pela
reclamada, da norma coletiva firmada e se essa substituição alcança todos
os associados, independentemente de individualização nos autos. De acordo
com nosso ordenamento jurídico e na esteira da jurisprudência iterativa
desta Corte e do excelso Supremo Tribunal Federal, a substituição
processual pelo sindicato tem lugar em razão de defesa de direitos ou
interesses individuais homogêneos da categoria profissional representada,
de forma ampla e irrestrita (artigo 8º, inciso III, da CF/88), sem nenhuma
necessidade de individualização do rol dos substituídos. Logo, o que
legitima a substituição processual pelo sindicato é a defesa coletiva de
direitos individuais homogêneos, assim entendidos aqueles que decorrem
de uma origem comum relativamente a um grupo determinado de
empregados, conforme decidiu a Corte de origem. Recurso de revista não

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conhecido. (...)." (TST-RR-1822-84.2010.5.12.0011, Rel. Min. José


Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT de 6/9/2012)

"(...). LEGITIMIDADE DO ENTE SINDICAL. DIREITOS


INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. FALTA DE RECOLHIMENTO DO
FGTS. INDIVIDUALIZAÇÃO DOS EMPREGADOS SUBSTITUÍDOS.
DESNECESSIDADE. Se uma determinada conduta do empregador produz
consequências na esfera jurídica de diversos empregados seus, tem-se,
então, a origem comum dos direitos que daí decorre. Efetivamente, esta é a
hipótese dos autos, pois, ao deixar de depositar o FGTS de certo número de
colaboradores, a ré deu causa a uma situação lesiva aos mesmos,
afigurando-se a origem comum do direito postulado, fato que evidencia a
homogeneidade requerida para a legítima substituição processual, nos
moldes do art. 8º, III, da CF, sem que se fale, portanto, em ilegitimidade
ativa do Sindicato, tampouco em violação dos dispositivos indicados.
Acrescente-se ser desnecessária a individualização dos substituídos,
tampouco autorização expressa destes, para validade da substituição
processual do ente sindical. Precedentes. (...). (TST-AIRR-709-
91.2010.5.01.0079, Rel. Des. Conv. Vania Maria da Rocha Abensur, 3ª
Turma, DEJT de 20/2/2015)

"RECURSO DE REVISTA. SINDICATO. SUBSTITUTO


PROCESSUAL. LEGITIMIDADE ATIVA. AMPLITUDE. DIREITOS
INDIVIDUAIS. Desde o cancelamento da Súmula n.º 310 do TST, e
encampando a jurisprudência do STF a respeito do tema, esta Corte vem
decidindo reiteradamente que o art. 8.º, III, da Constituição Federal, outorga
aos Sindicatos legitimidade para, na condição de substitutos processuais,
pleitearem tanto direitos coletivos, como individuais homogêneos, assim
entendidos os que têm uma origem comum, sendo irrelevante que para a
satisfação do direito seja necessária a individualização do crédito de cada
um dos substituídos. Precedentes da SBDI-1 do TST. Recurso de Revista
conhecido e provido." (TST-RR-926-57.2012.5.03.0064, Rel. Min. Maria
de Assis Calsing, 4ª Turma, DEJT de 12/6/2015)

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"II - RECURSO DE REVISTA DA VALE S.A. INÉPCIA DA


INICIAL. A decisão encontra-se em consonância com a jurisprudência
desta Corte, no sentido de que a legitimação dos sindicatos, na defesa dos
direitos individuais homogêneos dos integrantes da categoria, é ampla,
independente dos trabalhadores serem associados, ou não, ao ente sindical
e, mais, sem nenhuma necessidade de individualização do rol dos
substituídos. Precedentes. Não conhecido. (...)." (TST-RR-220800-
95.2008.5.03.0060, Rel. Min. Emmanoel Pereira, 5ª Turma, DEJT de
19/4/2013)

"(...). INÉPCIA DA INICIAL. ROL DOS SUBSTITUÍDOS.


AUSÊNCIA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DOS EMPREGADOS. A tese do
eg. TRT é de ser desnecessária a individualização dos substituídos, em face
da possibilidade de condenação genérica, sendo a fase de execução o
momento oportuno para essa definição. Intacto o art. 5º, LIV e LV, da CF,
uma vez que oportunizado à reclamada a interposição de todos os recursos
previstos no processo trabalhista. Recurso de revista não conhecido. (...)."
(TST-RR-1702-93.2012.5.05.0131, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª
Turma, DEJT de 8/6/2015)

"RECURSO DE REVISTA. SINDICATO. SUBSTITUTO


PROCESSUAL. INÉPCIA DA INICIAL. ILEGITIMIDADE ATIVA AD
CAUSAM. IDENTIFICAÇÃO DETALHADA DOS SUBSTITUÍDOS
PROCESSUAIS. DESNECESSIDADE. A jurisprudência atual desta Corte,
extraída da interpretação do art. 8º, inciso III, da Constituição da República
e firmada na esteira do entendimento pretoriano do Supremo Tribunal
Federal, adota conceito amplo acerca da substituição processual levada a
efeito pelas entidades sindicais. Tal direcionamento resultou no
cancelamento da Súmula nº 310 do TST, que restringia a atuação das
entidades sindicais como substituto processual às situações previstas em
leis de política salarial, constando, dentre as restrições, o item V do citado
verbete sumular, que exigia a juntada do rol dos substituídos processuais,
determinação que não mais se coaduna com a ampla legitimidade conferida
constitucionalmente aos entes sindicais. Dessa forma, a relação de
substituídos não é condição de procedibilidade na ação movida pelo
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sindicato como substituto processual, muito menos a identificação


pormenorizada dos empregados envolvidos. Recurso de revista conhecido e
provido." (TST-RR-1292-16.2011.5.02.0402, Rel. Min. Luiz Philippe Vieira
de Mello Filho, 7ª Turma, DEJT de 23/8/2013)

"(...). 2. LEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO.


SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. ROL DE SUBSTITUÍDOS. Nos termos
da jurisprudência da SDI-1, o art. 8º, III, da CF assegura aos sindicatos a
possibilidade de substituição processual ampla e irrestrita para agir no
interesse de toda a categoria, pelo que o sindicato detém legitimidade para
ajuizar, como substituto processual, ação pleiteando a tutela de direitos e
interesses individuais homogêneos - hipótese dos autos - provenientes de
causa comum que atinge os trabalhadores substituídos. Registre-se, ainda,
que a jurisprudência desta Corte se posiciona no sentido de que não há
necessidade de individualização do rol de substituídos. Recurso de revista
não conhecido. (...)." (TST-RR-20100-22.2013.5.13.0005, Rel. Min. Dora
Maria da Costa, 8ª Turma, DEJT de 15/8/2014)

Neste contexto, estando a decisão recorrida em


consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, descabe
cogitar de violação de dispositivos legais e constitucionais, de
contrariedade sumular ou de divergência jurisprudencial, uma vez que
já foi atingido o fim precípuo do recurso de revista, que é a
uniformização da jurisprudência, incidindo como obstáculo à revisão
pretendida a diretriz da Súmula n° 333 do TST.
Nego provimento.

2. FALTA DE INTERESSE DE AGIR

O Regional, no que interessa, negou provimento ao
recurso   ordinário   interposto   pelo   reclamado,   no   tocante   ao   tema
correlato à falta de interesse de agir, in verbis:

"2-1-2 ausência de interesse de agir


Segundo o inconformismo, por exemplo
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‘... Sindicato autor aponta como fonte do seu direito a


Constituição Estadual de 1989. Como o direito só se constitui
após vinte anos, o benefício só seria devido em 2009. Portanto,
proposta a ação antes da existência concreta do direito, há
ausência de interesse de agir, em razão da ausência da
necessidade da ação.
(...) ação civil pública se destina à defesa de direitos
difusos, coletivos ou individuais homogêneos, não aos
puramente individuais, como os versados nesta ação.
Não são difusos nem coletivos os direitos defendidos pelo
autor, posto que os critérios de atribuição da sexta-parte,
envolvem questões individuais, perfeitamente divisíveis, cujos
atingidos são pessoas determinadas.
Não são também individuais homogêneos esses direitos...
eventual direito à sexta parte, decorre de situações particulares
de cada trabalhador e por isso, não tem origem em um único
fato aglutinador, que é o pressuposto para que diversos direitos
individuais sejam reunidos e tratados de forma coletiva nas
ações civis públicas.
(...) requer... a extinção do processo sem julgamento de
mérito por falta de interesse de agir...’ (fls. 259/260).
Pois bem e inicialmente, sobre o argumento ‘...Sindicato autor
aponta como fonte do seu direito a Constituição Estadual de 1989. Como o
direito só se constitui após vinte anos, o benefício só seria devido em
2009...’, à míngua de evidência eficaz contrária, prevalece o fixado pelo
MM. Juízo de origem ‘...Constituição do Estado não limitou os efeitos a
partir de sua promulgação...’ (fls. 217), de resto, repriso, a hipótese sub
judice alcança direitos individuais homogêneos. Neste sentido,
considerando a tutela pretendida (sexta-parte dos vencimentos), culmina
possível o interesse ora manifestado.
Rejeito." (fls. 329/331 – seq. n° 1)

À   referida   decisão,   o   reclamado,   pautado em


violação do art. 267, VI, do CPC, interpôs recurso de revista,
sustentando a falta de interesse de agir do sindicato, tendo em
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vista que a ação foi proposta antes da existência concreta do


direito (fls. 377/379 - seq. n° 1).
In casu, o legítimo interesse do sindicato
reclamante restou evidenciado e se traduz na utilidade do
ajuizamento da reclamação, único meio viável para a satisfação da
pretensão resistida e capaz de propiciar a reparação das lesões
apontadas na inicial.
Logo, e como o interesse de agir está relacionado
à possibilidade de demandar (necessidade/utilidade), não há falar em
ofensa ao art. 267, VI, do CPC.
Nego provimento.

3. PRELIMINAR DE NULIDADE DO JULGADO POR NEGATIVA
DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

O reclamado,  pautado em violação dos arts. 832 da


CLT, 458 do CPC e 93, IX, da CF, sustenta que ficou caracterizada a
nulidade do julgado por negativa de prestação jurisdicional, tendo
em vista que o Regional, embora instado por meio de embargos de
declaração, não se manifestou acerca da observância dos limites da
competência territorial do órgão prolator, nem mesmo sobre a
inconstitucionalidade da instituição da sexta parte para os
servidores celetistas e da respectiva base de cálculo (fls. 379/383
– seq. n° 1).
Ora, no tocante à questão correlata à observância
dos limites da competência territorial do órgão prolator, não
obstante o Regional tenha negado provimento ao recurso ordinário
interposto pelo reclamado (fl. 336 – seq. n° 1), do que se infere
dos autos, observa-se que o reclamado nada referiu acerca do tema,
nos embargos de declaração opostos ao acórdão proferido em sede de
recurso ordinário.
Ocorre que, para identificar nulidade de julgado,
alicerçada em negativa de prestação jurisdicional, faz-se necessária
a demonstração de que a decisão recorrida tenha se quedado silente
sobre a solicitação de manifestação de determinada matéria constante
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dos embargos de declaração, de modo que não há como se concluir pela


nulidade invocada em face da configuração do instituto da preclusão,
pois a parte, no primeiro momento processual subsequente à
publicação da decisão, não se valeu, no aspecto, do aludido remédio
processual.
Nesse sentido é a diretriz da Súmula n° 184 desta
Corte Superior, segundo a qual ocorre preclusão se não forem opostos
declaratórios para suprir a omissão apontada em recurso de revista
ou de embargos.
Já no que refere à sexta parte, verifica-se que o
Regional, apreciando o recurso ordinário interposto pelo reclamado,
nos aspectos ora controvertidos, indicou, de forma circunstanciada,
as razões de fato e de direito a fundamentar a respectiva decisão,
in verbis:

"2-2 sexta-parte dos vencimentos e base de cálculo


Conforme a atual discordância, por exemplo
‘... Sexta Parte só poderia ser estendida aos servidores
contratados pela CLT e outros regimes jurídicos, por lei...
específica, de iniciativa do Chefe do Poder executivo, se
ainda obedecidas as exigências orçamentárias...
(...) única lei Estadual que instituiu a Sexta Parte em São
Paulo foi o Estatuto dos Servidores Públicos, lei 10.261 de 28
de outubro de 1968.
(...) referido Estatuto... exclui expressamente sua
incidência para os servidores de autarquias e contratados pela
CLT...
(...) Nem se diga... que o art. 129 da CE supriu essa
lacuna.
(...) referido artigo precisa ser interpretado em
consonância com o artigo 128 (da CE), e sobretudo do art. 37,
X, da CF, que exigem lei específica, de iniciativa exclusiva do
Chefe do Poder Executivo, para a criação de vantagens aos
servidores.

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fls.13

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

(...) extensão da sexta parte aos admitidos pela CLT não


poderia ter sido operada pelo... art. 129, pois este artigo teve
origem na constituinte estadual de 1989, e por isso, não foi
objeto de iniciativa legislativa privativa do Governador do
Estado.
(...) Isonomia não é fundamento para a extensão da
sexta parte aos admitidos pela CLT.
(...) Não há fundamento para que a sexta parte seja
calculado sobre o conjunto da remuneração e não sobre o
salário base.
(...) deferimento implicaria em violação direta e frontal da
Constituição Federal, da reserva legal, do Poder de Iniciativa, e
também, ataque a todos o sistema constitucional estabelecido
para o aumento de vencimentos, e do gasto público.
(...) criado o direto coma Constituição Estadual, cuja
vigência ocorreu em outubro de 1989, impossível a sua
retroação para que se conte o tempo de trabalho anterior ao
início da norma do art. 129.
(...) na... hipótese de deferimento do pedido, o tempo de
trabalho anterior a outubro de 1898, para efeito de contagem de
tempo de serviços para concessão da licença prêmio, não pode
ser computado...’ (fls. 262/265 e 270).
Pois bem, considerando o artigo 129 da Constitucional Estadual
‘...Ao servidor público estadual é assegurado o
percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no
mínimo por quinquênio, e vedada a sua limitação, bem como a
sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos
de efetivo serviço, que se incorporarão aos vencimentos para
todos os efeitos...’,
entendo que, para aplicação da vantagem sub judice (sexta parte dos
vencimentos), inexistente distinção específica quanto à natureza do
relacionamento (estatutário ou celetista). In casu a adotada jurisprudência
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PARCELA ‘SEXTA-
PARTE’. ARTIGO 129 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO
DE SÃO PAULO. EXTENSÃO. SERVIDOR CELETISTA.
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

NÃO PROVIMENTO. 1. A egrégia Corte Regional decidiu em


consonância com a jurisprudência deste Tribunal, no sentido de
que a expressão ‘servidor público’, lato sensu, abarca o gênero
dos trabalhadores que prestam serviços à Administração
Pública, no caso, o Estado de São Paulo. São espécies do
gênero servidor público os servidores públicos em sentido
estrito, que são regidos pelo regime estatutário, e os
empregados públicos, entendidos como tais os que forem
contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
2. Assim, o artigo 129 da Constituição do Estado de São Paulo,
ao utilizar a expressão ‘servidor público’, não faz distinção
entre os que estão enquadrados nas espécies de servidores
públicos em sentido estrito e empregados públicos, sendo
razoável concluir que ambas as espécies de servidores devem
gozar do benefício da incorporação da sexta parte dos
vencimentos previsto no referido dispositivo legal. Precedentes
desta Corte Superior. Inviável o destrancamento do recurso de
revista, ante o disposto no artigo 896, § 4º, da CLT e o
preconizado na Súmula nº 333. 3. Agravo de instrumento a que
se nega provimento.
(AIRR - 38040-33.2006.5.02.0043, Relator Ministro:
Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento:
20/04/2010, 7ª Turma, Data de Publicação: 30/04/2010),
também a Súmula 4 deste E. Regional.
Diante do exposto, ainda porque insuficientes os demais comentários
apresentados, especialmente sobre regime jurídico, exigências
orçamentárias e citados regramentos (CF, 37, X, 61, §1º, II, ‘a’ e ‘b’, 169,
§1º, I, II; Constituição Estadual, 128; Lei Estadual 10.261/68), concluo que
desassiste razão ao recorrente.
Quanto à base de cálculo, de considerar o ordenamento jurídico
vigente, assim ‘... sexta-parte dos vencimentos integrais ...’ (CE, 129,
grifei)." (fls. 331/334 – seq. n° 1)

Instado por meio de embargos de declaração, o


Tribunal a quo rejeitou os mencionados embargos, consignando os
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

motivos por meio dos quais rechaçou as razões do embargante, in


verbis:

"Segundo o embargante, por exemplo


‘... IPEM deduziu expressamente a tese da
inconstitucionalidade da extensão da licença prêmio aos
empregados admitidos pela CLT...
(...) tese de inconstitucionalidade não foi apreciada nesta
ação.
(...) IPEM sustentou que a base de cálculo da sexta parte
deveria ser o salário base dos empregados públicos, e não os
vencimentos integrais.
(...) acórdão não examinou a tese de violação do conjunto
das leis estaduais instituidoras de gratificações e vantagens que
vedam a que sirvam de base para outras repercussões, e também
da OJ 60... citada.
(...) IPEM sustentou no seu recurso que não poderia haver
incidência da sexta parte sobre... quinquênio, por terem esses
adicionais a mesma natureza... transcurso de certo tempo.
(...) fundamento desta alegação é o art. 37 XIV da
Constituição Federal...
(...) requer... acolhimento dos presentes embargos, para
que sane as omissões apontadas, de forma que as teses sejam
apreciadas e deferidas pelo Juízo...’ (fls. 325/328).
Pois bem e inicialmente, culmina evidente in casu a pretensa
reapreciação da matéria, assim tencionando o embargante alteração da
interpretação do Juízo, vedada mediante o correspondente instrumento
processual utilizado.
Destarte, não vislumbrado vício que mereça reparo, de resto, sequer
obrigado o Juízo a responder todos os argumentos das partes, bastando que
fundamentada a r. Decisão e in casu conforme os elementos existentes nos
autos.
Também, considerando os fundamentos de fls. 305-vº/307 (item 2-2),
constato que, embora de forma contrária à pretensão do embargante, os
aspectos do inconformismo culminaram analisados e decididos.
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

Diante do exposto, ainda porque insuficientes os demais argumentos


de prequestionamento, e sequer violados citados regramentos (CF, 37, X,
XIV; Orientação Jurisprudencial Transitória 60, da SDI-I do C. TST),
concluo que nada a reparar." (fls. 364/366 – seq. n° 1)

Ora, a garantia constitucional preconizada no art.


93, IX, da CF, de que todas as decisões judiciais devem ser
fundamentadas, é exigência inerente ao Estado de Direito, sendo
instrumento apto a viabilizar o controle das decisões judiciais e a
assegurar o exercício do direito de defesa.
Assim, em sendo proferida decisão judicial não
fundamentada, na forma do dispositivo constitucional susomencionado
e nos termos dos arts. 832 da CLT e 458 do CPC, a mencionada decisão
é nula, pois as decisões judiciais não constituem ato autoritário
que nasce do arbítrio do julgador, razão pela qual se faz necessária
a apropriada fundamentação.
Todavia, na hipótese dos autos, não há falar em
negativa de prestação jurisdicional, pois o Regional foi claro ao
consignar os fundamentos fáticos e jurídicos a embasar a conclusão
de que os substituídos faziam jus à sexta parte, decidindo, ademais,
a controvérsia em harmonia com a jurisprudência pacificada desta
Corte Superior, consubstanciada na Orientação Jurisprudencial
Transitória n° 75 da SDI-1, como se verá a seguir.
Registrou, ainda, o Tribunal a quo, que
considerando o ordenamento jurídico vigente, a base de cálculo da
sexta parte era os vencimentos integrais.
Assim, não se vislumbra a arguida nulidade, pois
houve apreciação das questões submetidas a exame, cumprindo
registrar que a decisão desfavorável à parte que recorre não
equivale à decisão não fundamentada nem à ausência de prestação
jurisdicional.
Nesse contexto, embora o Regional tenha resolvido
a controvérsia em sentido contrário aos interesses do ora agravante,
ou melhor, o fato de o Tribunal a quo rejeitar os embargos
declaratórios não equivale à configuração da mencionada negativa,
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

mormente na hipótese dos autos, em que o inconformismo do reclamado,


nos embargos de declaração, dizia respeito à solução dada ao
litígio, ficando intacta, portanto, a literalidade dos arts. 832 da
CLT, 93, IX, da CF e 458 do CPC.
Nego provimento.

4. SEXTA­PARTE

O   Regional,   no   que   interessa,   consignou,  in


verbis:

"2-2 sexta-parte dos vencimentos e base de cálculo


Conforme a atual discordância, por exemplo
‘... Sexta Parte só poderia ser estendida aos servidores
contratados pela CLT e outros regimes jurídicos, por lei...
específica, de iniciativa do Chefe do Poder executivo, se
ainda obedecidas as exigências orçamentárias...
(...) única lei Estadual que instituiu a Sexta Parte em São
Paulo foi o Estatuto dos Servidores Públicos, lei 10.261 de 28
de outubro de 1968.
(...) referido Estatuto... exclui expressamente sua
incidência para os servidores de autarquias e contratados pela
CLT...
(...) Nem se diga... que o art. 129 da CE supriu essa
lacuna.
(...) referido artigo precisa ser interpretado em
consonância com o artigo 128 (da CE), e sobretudo do art. 37,
X, da CF, que exigem lei específica, de iniciativa exclusiva do
Chefe do Poder Executivo, para a criação de vantagens aos
servidores.
(...) extensão da sexta parte aos admitidos pela CLT não
poderia ter sido operada pelo... art. 129, pois este artigo teve
origem na constituinte estadual de 1989, e por isso, não foi
objeto de iniciativa legislativa privativa do Governador do
Estado.
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

(...) Isonomia não é fundamento para a extensão da


sexta parte aos admitidos pela CLT.
(...) Não há fundamento para que a sexta parte seja
calculado sobre o conjunto da remuneração e não sobre o
salário base.
(...) deferimento implicaria em violação direta e frontal da
Constituição Federal, da reserva legal, do Poder de Iniciativa, e
também, ataque a todos o sistema constitucional estabelecido
para o aumento de vencimentos, e do gasto público.
(...) criado o direto coma Constituição Estadual, cuja
vigência ocorreu em outubro de 1989, impossível a sua
retroação para que se conte o tempo de trabalho anterior ao
início da norma do art. 129.
(...) na... hipótese de deferimento do pedido, o tempo de
trabalho anterior a outubro de 1898, para efeito de contagem de
tempo de serviços para concessão da licença prêmio, não pode
ser computado...’ (fls. 262/265 e 270).
Pois bem, considerando o artigo 129 da Constitucional Estadual
‘...Ao servidor público estadual é assegurado o
percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no
mínimo por quinquênio, e vedada a sua limitação, bem como a
sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos
de efetivo serviço, que se incorporarão aos vencimentos para
todos os efeitos...’,
entendo que, para aplicação da vantagem sub judice (sexta parte dos
vencimentos), inexistente distinção específica quanto à natureza do
relacionamento (estatutário ou celetista). In casu a adotada jurisprudência
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PARCELA ‘SEXTA-
PARTE’. ARTIGO 129 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO
DE SÃO PAULO. EXTENSÃO. SERVIDOR CELETISTA.
NÃO PROVIMENTO. 1. A egrégia Corte Regional decidiu em
consonância com a jurisprudência deste Tribunal, no sentido de
que a expressão ‘servidor público’, lato sensu, abarca o gênero
dos trabalhadores que prestam serviços à Administração
Pública, no caso, o Estado de São Paulo. São espécies do
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

gênero servidor público os servidores públicos em sentido


estrito, que são regidos pelo regime estatutário, e os
empregados públicos, entendidos como tais os que forem
contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
2. Assim, o artigo 129 da Constituição do Estado de São Paulo,
ao utilizar a expressão ‘servidor público’, não faz distinção
entre os que estão enquadrados nas espécies de servidores
públicos em sentido estrito e empregados públicos, sendo
razoável concluir que ambas as espécies de servidores devem
gozar do benefício da incorporação da sexta parte dos
vencimentos previsto no referido dispositivo legal. Precedentes
desta Corte Superior. Inviável o destrancamento do recurso de
revista, ante o disposto no artigo 896, § 4º, da CLT e o
preconizado na Súmula nº 333. 3. Agravo de instrumento a que
se nega provimento.
(AIRR - 38040-33.2006.5.02.0043, Relator Ministro:
Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento:
20/04/2010, 7ª Turma, Data de Publicação: 30/04/2010),
também a Súmula 4 deste E. Regional.
Diante do exposto, ainda porque insuficientes os demais comentários
apresentados, especialmente sobre regime jurídico, exigências
orçamentárias e citados regramentos (CF, 37, X, 61, §1º, II, ‘a’ e ‘b’, 169,
§1º, I, II; Constituição Estadual, 128; Lei Estadual 10.261/68), concluo que
desassiste razão ao recorrente.
Quanto à base de cálculo, de considerar o ordenamento jurídico
vigente, assim ‘... sexta-parte dos vencimentos integrais ...’ (CE, 129,
grifei).
(...)
3-3 reflexos da sexta-parte
Consoante a r. Decisão a quo ‘...Não há pedido específico de reflexos.
Nada há a ser considerado no tocante a ‘todos direitos e vantagens
pecuniárias’, com mencionado item ‘b.3’, vez que caberia ao autor dizer a
que verbas se refere...’ (fls. 218).
Então a atual insistência, por exemplo

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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

‘... recorrente requereu a condenação da recorrida nos


reflexos da sexta parte em todas as verbas e a discriminou...
Assim dispõe a inicial, na causa de pedir, item IV...
denominado dos fatos... ultimo parágrafo...
(...) No pedido a recorrente requereu a condenação do
recorrido nos reflexos do adicional sexta-parte em todos os
direitos e vantagens pecuniárias, posto já ter sido explanado na
causa de pedir quais seriam estas verbas.
(...) havendo... condenação ao pagamento do adicional
sexta-parte... reflexos lhe são devidos, tendo em vista tratar-se
de pedido acessório.
(...) merece reforma a r. decisão... tendo em vista estar
demonstrado que houve pedido para a condenação do recorrido
nos reflexos do adicional da sexta-parte em todas as verbas
salariais...’(fls. 236/237).
Pois bem, conforme a pretensão vestibular ‘...bem como... para
condenar a Fundação Ré a pagar os adicionais sexta-parte vencidos e
vincendos... ainda, ao pagamento dos reflexos do adicional sexta-parte nas
Férias acrescidas de 1/3, 13.º Salário, Descanso Semanal Remunerado e
Depósitos de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, respeitando o prazo
prescricional...’ (fls. 24), também o pedido ‘...Fundação Ré seja condenada
a pagar, para os servidores da categoria que representa a Entidade Autora,
os reflexos do adicional sexta-parte em todos os direitos e vantagens
pecuniárias...’ (fls. 39). Neste sentido, e data venia do r. direcionamento de
origem, entendo que eficaz a discriminação apresentada.
Assim, e considerando a natureza salarial correspondente, culminam
devidas as incidências do título sub judice sobre FGTS, gratificações
natalinas e férias acrescidas do terço constitucional. Descabem os reflexos
relativos a repouso semanal, porquanto mensalistas os substituídos (Lei
605/49, 7º, § 2º).
Diante do exposto, ainda porque insuficientes os argumentos de
contrarrazões, concluo que parcial a razão do recorrente." (fls. 331/334 e
339/340 – seq. n° 1)

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fls.21

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

Opostos   embargos   de   declaração,   foram   rejeitados


pelo Tribunal a quo, in verbis:

"Segundo o embargante, por exemplo


‘... IPEM deduziu expressamente a tese da
inconstitucionalidade da extensão da licença prêmio aos
empregados admitidos pela CLT...
(...) tese de inconstitucionalidade não foi apreciada nesta
ação.
(...) IPEM sustentou que a base de cálculo da sexta parte
deveria ser o salário base dos empregados públicos, e não os
vencimentos integrais.
(...) acórdão não examinou a tese de violação do conjunto
das leis estaduais instituidoras de gratificações e vantagens que
vedam a que sirvam de base para outras repercussões, e também
da OJ 60... citada.
(...) IPEM sustentou no seu recurso que não poderia haver
incidência da sexta parte sobre... quinquênio, por terem esses
adicionais a mesma natureza... transcurso de certo tempo.
(...) fundamento desta alegação é o art. 37 XIV da
Constituição Federal...
(...) requer... acolhimento dos presentes embargos, para
que sane as omissões apontadas, de forma que as teses sejam
apreciadas e deferidas pelo Juízo...’ (fls. 325/328).
Pois bem e inicialmente, culmina evidente in casu a pretensa
reapreciação da matéria, assim tencionando o embargante alteração da
interpretação do Juízo, vedada mediante o correspondente instrumento
processual utilizado.
Destarte, não vislumbrado vício que mereça reparo, de resto, sequer
obrigado o Juízo a responder todos os argumentos das partes, bastando que
fundamentada a r. Decisão e in casu conforme os elementos existentes nos
autos.
Também, considerando os fundamentos de fls. 305-vº/307 (item 2-2),
constato que, embora de forma contrária à pretensão do embargante, os
aspectos do inconformismo culminaram analisados e decididos.
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MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
fls.22

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

Diante do exposto, ainda porque insuficientes os demais argumentos


de prequestionamento, e sequer violados citados regramentos (CF, 37, X,
XIV; Orientação Jurisprudencial Transitória 60, da SDI-I do C. TST),
concluo que nada a reparar." (fls. 364/366 – seq. n° 1)

À   referida   decisão,   o   reclamado,   pautado em


violação dos arts. 37, X e XIV, 61, e 169 da CF, 115, XVI, 128 e 129
da Constituição do Estado de São Paulo, em contrariedade à
Orientação Jurisprudencial n° 60 da SDI-1 do TST e à Súmula n° 4 do
TRT da 2ª Região e em divergência jurisprudencial, interpôs recurso
de revista, sustentando que a sexta parte é direito exclusivo dos
servidores públicos titulares de cargo efetivo. Alega, ainda, que a
sexta parte deve ser calculada sobre o salário base, bem como que os
reflexos nas demais verbas depende de lei específica (fls. 383/399 -
seq. n° 1).
No tocante ao deferimento da sexta-parte,
verifica-se que o Tribunal a quo decidiu a controvérsia em
consonância com a jurisprudência pacificada desta Corte Superior,
consubstanciada na Orientação Jurisprudencial Transitória n° 75,
segundo a qual "a parcela denominada ‘sexta parte’, instituída pelo
art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo, é devida apenas aos
servidores estaduais, celetistas e estatutários da Administração
Pública direta, das fundações e das autarquias, conforme disposição
contida no art. 124 da Constituição Estadual, não se estendendo aos
empregados de sociedade de economia mista e de empresa pública,
integrantes da Administração Pública indireta, submetidas ao regime
jurídico próprio das empresas privadas, nos termos do art. 173, §
1º, II, da Constituição Federal".
Neste contexto, estando a decisão recorrida em
consonância com a jurisprudência pacificada desta Corte Superior,
consubstanciada na diretriz da orientação jurisprudencial
supramencionada, descabe cogitar de violação de dispositivos legais
e constitucionais, de contrariedade sumular ou de divergência
jurisprudencial, uma vez que já foi atingido o fim precípuo do
recurso de revista, que é a uniformização da jurisprudência,
Firmado por assinatura digital em 13/08/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme
MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
fls.23

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

incidindo como obstáculo à revisão pretendida a diretriz da Súmula


n° 333 do TST.
Já no que se refere à base de cálculo, verifica-se
que o Regional, ao concluir que a base de cálculo da sexta parte são
os vencimentos integrais, decidiu a controvérsia em harmonia com o
entendimento do órgão uniformizador de jurisprudência interna
corporis desta Corte Superior, a SDI-1, no sentido de que a sexta
parte deve incidir sobre os vencimentos integrais do trabalhador.
Nesse sentido, os seguintes precedentes, in
verbis:

"RECURSO DE EMBARGOS. SEXTA-PARTE. BASE DE


CÁLCULO. VENCIMENTOS INTEGRAIS. A jurisprudência da c. SDI faz
distinção na aplicação da base de cálculo, no exame das parcelas adicional
por tempo de serviço e sexta parte, previstas no art. 129 da Constituição
Estadual, sendo calculada sobre o vencimento básico apenas a primeira, eis
que a norma estadual expressamente prevê o cálculo sobre os vencimentos
integrais em relação à segunda. Precedentes. Embargos conhecidos e
desprovidos." (TST-E-ED-RR-62200-69.2008.5.02.0038, Rel. Min. Aloysio
Corrêa da Veiga, SDI-1, DEJT de 21/2/2014)

"ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. BASE DE CÁLCULO.


VIOLAÇÃO DO ART. 37, XVI, DA CF. 1. Da leitura do art. 129 da
Constituição do Estado de São Paulo, extrai-se que foi assegurado aos
servidores públicos do Estado de São Paulo dois benefícios distintos, o
adicional por tempo de serviço e a parcela intitulada ‘sexta-parte’. Apenas
quanto a esta última, o referido artigo é claro ao determinar que o seu
cálculo deve ser efetuado sobre os vencimentos integrais. Desse modo,
verifica-se que a própria Constituição Estadual, ao assegurar o benefício do
adicional por tempo de serviço, nada dispôs acerca da sua base de cálculo,
de modo que não há como inferir que tal benefício teria a mesma base de
cálculo da parcela intitulada ‘sexta parte’. 2. De fato, tal entendimento
harmoniza-se com o disposto no art. art. 37, XIV, da CF, que estabelece que
‘os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos
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fls.24

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

ulteriores’. Assim, viola tal preceito constitucional decisão que determina o


pagamento do adicional por tempo de serviço sobre a remuneração,
porquanto ensejará, indubitavelmente, pagamento indevido do adicional
sobre outras vantagens. 3. Nesse contexto, a decisão proferida pela Turma,
que não conheceu do recurso de revista, sob a alegação de que não haveria
violação do art. 37, XIV, da CF, merece reforma, para inclusive se adequar
à jurisprudência consolidada nesta Corte por meio da Orientação
Jurisprudencial Transitória 60 da SBDI-1. Recurso de embargos provido."
(TST-E-ED-RR-84400-13.2007.5.15.0113, Rel. Min. Ives Gandra Martins
Filho, SDI-1, DEJT de 30/10/2013)

"RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA


LEI N.º 11.496/2007. PARCELA DENOMINADA ‘SEXTA PARTE’.
ARTIGO 129 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
BASE DE CÁLCULO. Verifica-se, do disposto no artigo 129 da
Constituição do Estado de São Paulo, a existência de dois benefícios
distintos assegurados aos servidores públicos do Estado de São Paulo:
adicional por tempo de serviço e ‘sexta parte’. No que se refere à parcela
‘sexta parte’, cabe observar que referido dispositivo estabeleceu
expressamente sua incidência sobre os vencimentos integrais, não havendo
falar, pois, em limitação quanto à sua base de cálculo. Precedentes desta
colenda SBDI-I. Recurso de embargos conhecido e provido." (TST-E-ARR-
186400-76.2008.5.15.0042, Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, SDI-1, DEJT de
26/4/2013)

Neste contexto, estando a decisão recorrida em


consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, descabe
cogitar de violação de dispositivos legais e constitucionais, de
contrariedade sumular ou de divergência jurisprudencial, uma vez que
já foi atingido o fim precípuo do recurso de revista, que é a
uniformização da jurisprudência, incidindo como obstáculo à revisão
pretendida a diretriz da Súmula n° 333 do TST.
Por fim, quanto aos reflexos da parcela, observa-
se que os arts. 37, 61 e 169 da CF não tratam acerca dos mencionados

Firmado por assinatura digital em 13/08/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme
MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
fls.25

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

reflexos, de modo que não há como se concluir pela alegada ofensa


aos comandos constitucionais retro mencionados.
Nego provimento.

5. MULTA DIÁRIA

O   Regional,   no   que   interessa,   deu   provimento   ao


recurso   ordinário   interposto   pelo   reclamado,   para   "determinar o
cumprimento da obrigação de fazer (inclusão em folha de pagamento)
conforme regramento pertinente (CPC, 632)" (fl. 344 – seq. n° 1), in
verbis:

"2-3 obrigação de fazer (multa diária – citação)


Conforme a r. Decisão de origem ‘...reclamada deverá providenciar a
inclusão em folha de pagamento das verbas ora deferidas no prazo de 30
dias, a contar do trânsito em julgado da presente decisão, sob pena de
pagamento de multa diária de R$ 50,00 a favor do Sindicato...’ (fls. 218).
Então a atual discordância, por exemplo
‘... ordem para o cumprimento da obrigação de fazer, após
30 dias, sob pena de multa não pode prevalecer.
(...) nas execuções contra as pessoas públicas o
cumprimento de obrigações de Fazer pressupõe a citação da
autarquia, e por essa razão não pode ser determinada seu
cumprimento após o trânsito em julgado... nos termos do art.
632 do CPC.
(...) multa não tem razão de ser... autarquia cumpre
fielmente e prontamente as ordens judicias, e por isso, sua
imposição é desnecessária, além disso, a multa oneraria o
conjunto da sociedade, que é quem seria chamado a responder
pela sua eventual satisfação.
(...) considerando que a autarquia possui um quadro de
mais de 600 pessoas, e que essa ação tem potencial de
beneficiar centenas de trabalhadores, o prazo de 30 dias é por
demais exíguo, e por isso, merece ser prorrogado...’ (fls.
270/271).
Firmado por assinatura digital em 13/08/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme
MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
fls.26

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

Pois bem, inicialmente e sobre o argumento ‘...multa não tem razão


de ser... autarquia cumpre fielmente e prontamente as ordens judicias, e por
isso, sua imposição é desnecessária, além disso, a multa oneraria o
conjunto da sociedade, que é quem seria chamado a responder pela sua
eventual satisfação...’, considerando o definido no item 2-2 da presente
fundamentação de voto, entendo que ausente evidência eficaz favorável
(fática/legal), assim ensejadora do óbice pretendido. Aliás, in casu o
adotado posicionamento deste E. Regional
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO
DE FAZER. FAZENDA PÚBLICA. À Fazenda Pública é
aplicável multa pelo descumprimento de obrigação de fazer (art.
461, parágrafo 4º, CPC), pois o Estado também é obrigado a dar
cumprimento às ordens judiciais, dentro do prazo que lhe é
assinalado, visto que ao integrar a lide, o faz na qualidade de
jurisdicionado, não podendo se furtar às regras a todos
aplicáveis, sob pena de ferir-se o princípio constitucional da
igualdade. Ademais, a lei já prevê prerrogativas suficientes em
favor dos entes públicos, propiciando-lhes melhores condições
no embate judicial, motivo pelo qual não se mostra necessário
relevar a multa imposta.
(Processo 00002-2008-064-02-00-2, R.O. Acórdão
20081062340, j. 27.11.2008, publicado em 16.12.2008, 12ª
Turma, Relator Desembargador Adalberto Martins).
Por outro lado, atentando para a natureza da condenação (obrigação
de fazer) e a incidência de regramento pertinente (CPC, 632), também data
venia do direcionamento a quo, concluo que parcial razão assiste ao
recorrente." (fls. 334/336 – seq. n° 1)

À   referida   decisão,   o   reclamado,   pautado em


violação dos arts. 100 da CF e 730 do CPC e em divergência
jurisprudencial, interpôs recurso de revista, sustentando que não é
cabível multa por descumprimento de obrigação de fazer para ente
público (fls. 400/402 - seq. n° 1).
Verifica-se que o Tribunal a quo decidiu a
controvérsia em consonância com a jurisprudência desta Corte
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MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

Superior, no sentido de que a multa destinada à efetivação da


obrigação de fazer é plenamente aplicável à Fazenda Pública.
Nesse sentido, os seguintes precedentes oriundos
de todas as Turmas, in verbis:

"(...). MULTA DO ARTIGO 461, § 4º, DO CPC. ASTREINTES.


FAZENDA PÚBLICA. CABIMENTO. 1. O Colegiado regional condenou a
reclamada ao pagamento da complementação de aposentadoria e
determinou o pagamento de astreintes na hipótese de descumprimento dessa
obrigação. 2. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que tal
penalidade, que tem por objetivo assegurar o cumprimento de obrigação de
fazer fixada judicialmente, é plenamente aplicável à Fazenda Pública, que
possui tão somente regime executório distinto no que tange à obrigação de
pagar, ex vi dos artigos 100 da Lei Maior e 730 do CPC. 3. Aplicação da
Súmula 333/TST e do § 4º do artigo 896 da CLT. (...)." (TST-RR-124000-
46.2008.5.15.0003, Rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT
de 12/6/2015)

"(...). OBRIGAÇÃO DE FAZER. IMPOSIÇÃO DE MULTA DIÁRIA


À FAZENDA PÚBLICA. ASTREINTES. POSSIBILIDADE. A respeito da
imposição de multa diária ao ente público, para fins de cumprimento de
obrigação de fazer, esta Corte Superior considerou tratar-se de instrumento
adequado, nos termos do artigo 461, § 5º, do Código de Processo Civil.
Precedentes. Desse modo, a arguição de divergência jurisprudencial contra
a imposição de multa diária, caso não seja cumprida a obrigação de
inclusão em folha da gratificação GDAP deferida à reclamante, não
prospera, pois o único aresto indicado como paradigma às págs. 355-356,
oriundo do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, expõe
entendimento ultrapassado pela atual e notória jurisprudência prevalecente
nesta Corte Superior, nos termos do artigo 896, § 7º, da CLT, conforme a
redação dada pela Lei nº 13.015/2014 da Súmula nº 333 do TST. Agravo de
instrumento desprovido. (...)." (TST-AIRR-559-95.2012.5.02.0020, Rel.
Min. José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT de 24/4/2015)

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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

"(...). 2. MULTA DIÁRIA. APLICAÇÃO À FAZENDA PÚBLICA. A


imposição de multa diária é medida destinada à efetivação da obrigação de
fazer (art. 461 do CPC), plenamente aplicável à Fazenda Pública, que
apenas tem regime diferenciado de execução quanto à obrigação de pagar,
nos termos do art. 100 da CF e 730 do CPC. Agravo de instrumento
conhecido e desprovido." (TST-AIRR-1353-46.2012.5.15.0088, Rel. Min.
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT de 24/4/2015)

"(...). 2. MULTA DIÁRIA PELO DESCUMPRIMENTO DA


OBRIGAÇÃO DE FAZER (CONCESSÃO DAS PROMOÇÕES).
ASTREINTES. ART. 461, § 4°, DO CPC. APLICABILIDADE À
FAZENDA PÚBLICA. I. A jurisprudência predominante no âmbito desta
Corte Superior é no sentido de que a imposição de multa diária é uma
espécie de tutela inibitória destinada à efetivação da obrigação de fazer
fixada no título executivo, com previsão no art. 461, § 4°, do CPC, não
sendo ilegal a sua imposição à Fazenda Pública, pois não há na legislação
nenhuma distinção entre particulares e entes públicos. Precedentes. II. Em
relação a todos os tópicos acima elencados, a decisão do Tribunal Regional
está em harmonia com a jurisprudência dominante no âmbito desta Corte
Superior, razão pela qual é inviável o processamento do recurso de revista,
inclusive por divergência jurisprudencial, nos termos da Súmula nº 333 do
TST e dos arts. 896, § 7º, da CLT e 557, caput, do CPC. III. Agravo de
instrumento de que se conhece e a que se nega provimento." (TST-AIRR-
1407-78.2010.5.04.0026, Rel. Min. Fernando Eizo Ono, 4ª Turma, DEJT de
13/3/2015)

"(...). IMPOSIÇÃO DE MULTA DIÁRIA PARA CUMPRIMENTO


DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. APLICABILIDADE À FAZENDA
PÚBLICA. O acórdão regional está em conformidade com a jurisprudência
desta Corte, no sentido de que a fixação de multa diária destinada à
efetivação da obrigação de fazer (art. 461 do CPC) também é aplicável à
Fazenda Pública. Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (...)."
(TST-RR-281300-23.2009.5.02.0060, Rel. Min. Maria Helena Mallmann,
5ª Turma, DEJT de 19/6/2015)

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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

"(...). MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER. A imputação de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer
justifica-se como forma de garantir o cumprimento da obrigação, e não há
nos arts. 100 da Constituição Federal e 12 do DL n° 509/69 nenhuma
ressalva quanto ao cabimento de astreintes em face da Fazenda Pública.
Recurso de revista de que não se conhece. (...)." (TST-RR-1542-
61.2012.5.04.0013, Rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma, DEJT de
20/6/2014)

"RECURSO DE REVISTA. FAZENDA PÚBLICA. APLICAÇÃO


DE MULTA DIÁRIA. ASTREINTES. POSSIBILIDADE. O artigo 461, §
5º, do CPC, atribui ao juiz, para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção de resultado prático equivalente, de ofício ou a requerimento, a
possibilidade de determinar medidas necessárias, como a imposição de
multa por tempo de atraso, caso dos autos. Tal possibilidade constitui-se em
instrumento legítimo à disposição do magistrado para a consecução do
objetivo processual, inclusive em desfavor da Fazenda Pública. A única
ressalva que se faz é a de que a execução obedeça aos ditames do artigo 100
da Constituição Federal. Recurso de revista de que não se conhece." (TST-
RR-224300-72.2005.5.02.0006, Rel. Des. Conv. Valdir Florindo, 7ª Turma,
DEJT de 24/5/2013)

"(...). OBRIGAÇÃO DE FAZER. MULTA COMINATÓRIA. A multa


diária pelo descumprimento de obrigação de fazer, prevista no art. 461, §
4º, do CPC, constitui instrumento legítimo à disposição do juiz, inclusive
quando imposta contra a Fazenda Pública. Precedentes. Recurso de Revista
não conhecido." (TST-RR-47600-20.2009.5.15.0079, Rel. Min. Márcio
Eurico Vitral Amaro, 8ª Turma, DEJT de 19/9/2014)

Neste contexto, estando a decisão recorrida em


consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, descabe
cogitar de violação de dispositivos legais e constitucionais, de
contrariedade sumular ou de divergência jurisprudencial, uma vez que
já foi atingido o fim precípuo do recurso de revista, que é a

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fls.30

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

uniformização da jurisprudência, incidindo como obstáculo à revisão


pretendida a diretriz da Súmula n° 333 do TST.
Nego provimento.

6. EXTENSÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO

O   Regional,   no   que   interessa,   deu   provimento   ao


recurso ordinário interposto pelo sindicato reclamante para estender
o percebimento do benefício da sexta parte a todos os trabalhadores
integrantes da categoria, in verbis:

"3-2 substituição processual (extensão de efeitos)


Conforme o autuado, a despeito do confronto de idéias sobre
necessária comprovação de filiação, entendo, a hipótese sub judice alcança
título individual homogêneo, de ressaltar, concessão de sexta-parte dos
vencimentos aos servidores celetistas, conforme indicado regramento (CE,
129). Neste sentido, inequívoco que o pretenso direito culmina in genere a
todos os servidores da entidade (recorrida). Aliás, a origem comum da
pretensão, de resto, a legitimação sindical para demandar direito alheio em
nome próprio, quando a lide corresponder a bem jurídico de índole coletiva.
In casu a adotada jurisprudência
RECURSO DE REVISTA. SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL. DEFESA DE DIREITOS INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. A
legitimidade ativa ad causam do sindicato para defesa de
direitos individuais homogêneos, assim considerados aqueles
decorrentes de uma mesma lesão e pertencentes a uma mesma
categoria, insere-se na amplitude da representação sindical
prevista no art. 8º, III, da Constituição da República. Recurso de
revista de que se conhece e a que se dá provimento. (TSTRR-
991/2001-059-03-00.7, 7ª Turma, DJ de 07/03/2008),
Diante do exposto, também porque insuficientes os argumentos de
contrarrazões, e data venia do r. direcionamento de origem, concluo que
assiste razão ao recorrente, então para estender os efeitos da decisão a todos
os integrantes da categoria profissional." (fls. 338/339 – seq. n° 1)
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fls.31

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

À   referida   decisão,   o   reclamado,   pautado em


violação do art. 2°-A da Lei n° 9.494/97, interpôs recurso de
revista, sustentando que na hipótese de manutenção da condenação,
esta deve ficar restrita aos associados do sindicato (fl. 402 - seq.
n° 1).
Não se divisa ofensa ao art. art. 2°-A da Lei n°
9.494/97, tendo em vista que a substituição processual assegurada
aos sindicatos não alcança apenas os seus associados, mas todos os
integrantes da categoria profissional.
Nesse sentido, os seguintes precedentes desta
Corte Superior Trabalhista, in verbis:

"RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 11.496/2007.


EXECUÇÃO. AÇÃO COLETIVA PROPOSTA POR SINDICATO NA
QUALIDADE DE SUBSTITUTO PROCESSUAL. LIMITES
ESTABELECIDOS NO TÍTULO EXECUTIVO. EFEITOS SUBJETIVOS
DA COISA JULGADA. Controvérsia acerca dos efeitos subjetivos da coisa
julgada formada em ação coletiva proposta por sindicato, cujo comando
exequendo refere-se apenas aos associados integrantes do rol de
substituídos. Apesar de a jurisprudência desta Corte, seguindo a diretriz
preconizada pelo Supremo Tribunal Federal, haver pacificado o
entendimento de que o art. 8º, III, da Constituição Federal permite que os
sindicatos atuem como substitutos processuais de forma ampla, na defesa
dos direitos coletivos e individuais homogêneos dos integrantes da
categoria, ainda que não associados, a SBDI-1 do TST considera incabível
a extensão do comando exequendo nas circunstâncias acima delineadas. A
Subseção entende inviável a execução do citado título condenatório
formado na ação coletiva por integrantes da categoria que não constavam
do rol de substituídos, sob pena de ofensa à coisa julgada. Ressalva de
entendimento do relator. Recurso de embargos conhecido e provido." (TST-
E-ED-ED-RR-1143640-30.2006.5.09.0011, Rel. Min. Augusto César Leite
de Carvalho, SDI-1, DEJT de 8/6/2012)

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fls.32

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.


PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. PROTESTO JUDICIAL. SINDICATO.
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. ROL DE SUBSTITUÍDOS 1. A
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho firmou-se no sentido de
que o art. 8º, III, da Constituição Federal assegura às entidades sindicais
legitimidade para representar todos os integrantes da categoria, e não
apenas os associados. Esse entendimento, por sinal, encontra-se em
consonância com a orientação do Supremo Tribunal Federal. 2. Se, porém,
o sindicato da categoria opta, espontaneamente, pela apresentação do rol de
substituídos, a substituição processual restringe-se aos integrantes da
categoria identificados na relação apresentada. Precedentes. 3. Caso em que
o empregado não se beneficia dos efeitos do protesto judicial ajuizado pela
entidade sindical, pois não figura no rol de substituídos. 4. Agravo de
instrumento do Reclamante a que se nega provimento. (...)." (TST-AIRR-
580-32.2010.5.10.0016, Rel. Min. João Oreste Dalazen, 4ª Turma, DEJT de
8/5/2015)

"RECURSO DE REVISTA. 1. SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO


PROCESSUAL. INÉPCIA DA INICIAL. INDICAÇÃO DE ROL DOS
SUBSTITUÍDOS. Esta Corte, em razão da evolução natural da
jurisprudência e, também, do posicionamento do Supremo Tribunal Federal,
cancelou a Súmula nº 310/TST e passou a adotar o entendimento de que a
substituição processual assegurada aos Sindicatos pela atual Lei Maior
(artigo 8º, III) deve ser interpretada de forma ampla, remetendo a aferição
da matéria à análise pormenorizada de cada caso concreto. Na hipótese em
exame, o sindicato postula, como substituto processual, o pagamento de
horas extras, alimentação e multa convencional em função do
descumprimento de cláusula convencional que vedava o trabalho no feriado
do dia 7 de setembro de 2008, tendo, pois, legitimidade ativa, porquanto
atua na defesa coletiva de direitos individuais homogêneos da categoria,
cuja titularidade diz respeito à coletividade de empregados da reclamada
representados pelo sindicato. Conclui-se, também, ser prescindível a
qualificação dos substituídos, pois, como o substituto detém legitimação
anômala para a ação, o alcance subjetivo dela não se restringe mais aos
associados da entidade sindical, alcançando, ao contrário, todos os
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fls.33

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

integrantes da categoria profissional. Recurso de revista não conhecido.


(...)." (TST-RR-119500-50.2008.5.17.0012, Rel. Min. Dora Maria da Costa,
8ª Turma, DEJT de 21/10/2011)

Pelo   exposto,  nego   provimento  ao   agravo   de


instrumento pelo reclamado.

B) AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO SINDICATO


RECLAMANTE

I. CONHECIMENTO

O agravo de instrumento é tempestivo, tem


representação regular e o preparo foi efetuado regularmente, razões
pelas quais dele conheço.

II. MÉRITO

1. MULTA DIÁRIA

O   Regional,   no   que   interessa,   deu   provimento   ao


recurso   ordinário   interposto   pelo   reclamado,   para   "determinar o
cumprimento da obrigação de fazer (inclusão em folha de pagamento)
conforme regramento pertinente (CPC, 632)" (fl. 344 – seq. n° 1), in
verbis:
"2-3 obrigação de fazer (multa diária – citação)
Conforme a r. Decisão de origem ‘...reclamada deverá providenciar a
inclusão em folha de pagamento das verbas ora deferidas no prazo de 30
dias, a contar do trânsito em julgado da presente decisão, sob pena de
pagamento de multa diária de R$ 50,00 a favor do Sindicato...’ (fls. 218).
Então a atual discordância, por exemplo
‘... ordem para o cumprimento da obrigação de fazer, após
30 dias, sob pena de multa não pode prevalecer.
(...) nas execuções contra as pessoas públicas o
cumprimento de obrigações de Fazer pressupõe a citação da
Firmado por assinatura digital em 13/08/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme
MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
fls.34

PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

autarquia, e por essa razão não pode ser determinada seu


cumprimento após o trânsito em julgado... nos termos do art.
632 do CPC.
(...) multa não tem razão de ser... autarquia cumpre
fielmente e prontamente as ordens judicias, e por isso, sua
imposição é desnecessária, além disso, a multa oneraria o
conjunto da sociedade, que é quem seria chamado a responder
pela sua eventual satisfação.
(...) considerando que a autarquia possui um quadro de
mais de 600 pessoas, e que essa ação tem potencial de
beneficiar centenas de trabalhadores, o prazo de 30 dias é por
demais exíguo, e por isso, merece ser prorrogado...’ (fls.
270/271).
Pois bem, inicialmente e sobre o argumento ‘...multa não tem razão
de ser... autarquia cumpre fielmente e prontamente as ordens judicias, e por
isso, sua imposição é desnecessária, além disso, a multa oneraria o
conjunto da sociedade, que é quem seria chamado a responder pela sua
eventual satisfação...’, considerando o definido no item 2-2 da presente
fundamentação de voto, entendo que ausente evidência eficaz favorável
(fática/legal), assim ensejadora do óbice pretendido. Aliás, in casu o
adotado posicionamento deste E. Regional
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO
DE FAZER. FAZENDA PÚBLICA. À Fazenda Pública é
aplicável multa pelo descumprimento de obrigação de fazer (art.
461, parágrafo 4º, CPC), pois o Estado também é obrigado a dar
cumprimento às ordens judiciais, dentro do prazo que lhe é
assinalado, visto que ao integrar a lide, o faz na qualidade de
jurisdicionado, não podendo se furtar às regras a todos
aplicáveis, sob pena de ferir-se o princípio constitucional da
igualdade. Ademais, a lei já prevê prerrogativas suficientes em
favor dos entes públicos, propiciando-lhes melhores condições
no embate judicial, motivo pelo qual não se mostra necessário
relevar a multa imposta.

Firmado por assinatura digital em 13/08/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme
MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

(Processo 00002-2008-064-02-00-2, R.O. Acórdão


20081062340, j. 27.11.2008, publicado em 16.12.2008, 12ª
Turma, Relator Desembargador Adalberto Martins).
Por outro lado, atentando para a natureza da condenação (obrigação
de fazer) e a incidência de regramento pertinente (CPC, 632), também data
venia do direcionamento a quo, concluo que parcial razão assiste ao
recorrente." (fls. 334/336 – seq. n° 1)

À   referida   decisão,   o   sindicato   reclamante,


pautado em violação dos arts. 5°, LXXVIII, da CF, e 461, §§ 4° e 5°,
do CPC, interpôs recurso de revista, sustentando que a condenação à
multa diária deve prevalecer, tendo em vista os princípios da
razoável duração do processo e da celeridade processual (fls.
351/352 - seq. n° 1).
Observa-se que o agravante, carece do necessário
interesse recursal, no aspecto, haja vista que o Tribunal a quo ao
dar provimento parcial ao recurso ordinário interposto pelo
reclamado, não exclui da condenação a multa diária aplicada pela
sentença.
Nego provimento.

2. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O Regional, no que interessa, negou provimento ao
recurso   ordinário  interposto   pelo  sindicato   reclamante,  no   tocante
ao tema correlato aos honorários advocatícios, in verbis:

"3-4 honorários de Advogado


Segundo a r. Sentença de origem ‘...Honorários advocatícios não são
devidos na hipótese, em face da ausência dos requisitos previstos na lei
5584/70, cujas disposições não foram revogadas pelo artigo 133 da CF,
tampouco pela Lei n 8906/94...’ (fls. 218).
Então a atual irresignação, por exemplo,
‘... quando uma das partes não cumpre com uma
obrigação, seja ela legal ou convencional, responderá o devedor
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

pelas perdas e danos que seu ato gerar, mais juros, correção
monetária e HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
(...) C. TST renovou sua concessão sobre o tema, tanto o é
que, em seu pleno, foi aprovada a Instrução Normativa n.º 27,
de 22.02.2005...
(...) alteração trazida pela EC. 45/2004, fez com que esta
Justiça Especializada passasse a processar e julgar ações que
envolvam matérias estranhas àquelas que dizem respeito à
relação de trabalho, como no caso sub judice.
(...) não deve prosperar a r. Sentença... no que tange aos
honorários advocatícios, sendo de rigor a reforma... por força do
artigo 133 da CF/1988. Artigo 2º, §1º da Lei 8906/94 e artigo 5º
da IN 27 do C. TST, para condenar a Recorrida ao pagamento
de honorários advocatícios...’ (fls. 237/238 e 240).
Pois bem, afora a imprópria inovação sobre aplicabilidade de citados
regramentos (CC, 389 e Instrução Normativa 27, 5º do C. TST), na Justiça
do Trabalho predomina ainda o disposto na Lei 5.584/70, cujos requisitos
sequer estão presentes in casu. Neste sentido a adotada jurisprudência da C.
Corte Superior Trabalhista.
‘RECURSO DE REVISTA - PRELIMINAR DE
NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL O acórdão regional solucionou a
controvérsia de forma fundamentada, não havendo falar em
negativa de prestação jurisdicional. SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL - DESISTÊNCIA DE ALGUNS
SUBSTITUÍDOS 1. A ação ajuizada pelo sindicato da categoria
profissional na qualidade de substituto processual acarreta
litispendência quanto à Reclamação Trabalhista proposta pelo
empregado individualmente. Precedentes.
2. Em razão disso, tornar sem efeito o pedido de desistência
quanto à ação coletiva, formulado por alguns dos substituídos,
poderia causar prejuízo aos que desejassem propor a ação
individualmente em busca do mesmo direito.

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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - SINDICATO


-SUBSTITUTO PROCESSUAL - REQUISITOS - LEI Nº
5.584/70
1. Atuando como substituto processual, ao sindicato só caberá o
direito aos honorários se preenchidos os requisitos legais e
mediante a comprovação da hipossuficiência econômica de
todos os substituídos. Precedentes da SBDI-1.
2. Assim, não havendo, in casu, declaração de hipossuficiência
econômica de cada um dos substituídos, indevida é a
condenação ao pagamento de honorários advocatícios. Recurso
de Revista conhecido parcialmente e provido.
(Processo: RR - 79700-58.2006.5.01.0035 Data de Julgamento:
23/03/2011, Relator Ministro: Carlos Alberto Reis de Paula, 8ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 25/03/2011)
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SINDICATO.
SUBSTITUTO PROCESSUAL. HIPÓTESE DE
INCIDÊNCIA. Os honorários advocatícios não se confundem
com honorários assistenciais. Estes são devidos na Justiça do
Trabalho, quando se constata nos autos a ocorrência
concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuita e
a assistência por sindicato (Orientação Jurisprudencial 305
desta Corte). Os honorários advocatícios, por sua vez, somente
são devidos quando se tratar de relação jurídica trabalhista
advinda da nova competência da Justiça do Trabalho.
Entretanto, excepcionalmente pode-se deferir honorários
assistenciais em favor do sindicato quando este figurar na
relação processual na qualidade de substituto processual, desde
que haja prova de que todos os respectivos substituídos
(titulares do direito material) são beneficiários da justiça
gratuita, isto é, comprovarem a percepção de salário inferior ao
dobro do salário mínimo legal ou declararem encontrar-se em
situação econômica que não lhes permita demandar sem
prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. Recurso
de Embargos de que se conhece e a que se nega provimento. (E-

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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

ED-RR-261.400/1996, SBDI-1, Rel. Min. João Batista Brito


Pereira, DJ-29/8/2008).
Diante do exposto, ainda a despeito dos demais comentários
apresentados, entendo que desassiste razão ao recorrente." (fls. 341/343 –
seq. n° 1)

À   referida   decisão,   o   sindicato   reclamante,


pautado em violação dos arts. 389 e 404 do CC, 114 e 133 da CF, 2°,
§ 1°, da Lei n° 8.906/94 e 5° da Instrução Normativa n° 27/05 e em
divergência jurisprudencial, interpôs recurso de revista,
sustentando que os honorários advocatícios são devidos tendo em
vista o não cumprimento de obrigação pelo reclamado (fls. 352/355 -
seq. n° 1).
Não obstante a diretriz do item III da Súmula n°
219 desta Corte Superior, no sentido de que "são devidos os
honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure
como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de
emprego", o presente recurso não tem o condão de lograr êxito.
Ocorre que a alegação de ofensa ao 5° da Instrução
Normativa n° 27/05 não encontra albergue no art. 896 da CLT.
Por outro lado, observa-se que o aresto acostado à
fl. 355 (seq. n° 1), para o embate de teses, deixa de observar a
diretriz da Súmula n° 337 desta Corte Superior, na medida em que não
foi indicada nenhuma fonte ou repositório em que publicado.
Se não bastasse, os arts. 404 do CC, 114 e 133 da
CF, e 2°, § 1°, da Lei n° 8.906/94 não tratam acerca dos honorários
advocatícios, de modo que não há como se concluir pela sua violação.
Por fim, não se divisa ofensa ao art. 389 do CC,
haja vista que no direito processual trabalhista, prevalece o
princípio de que a condenação ao pagamento dos honorários
advocatícios se dá apenas nos casos previstos na Lei nº 5.584/70,
não há falar em reparação por prejuízos.
Nesse sentido, os seguintes precedentes desta
Corte Superior oriundos de todas as Turmas, in verbis:

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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. (...). HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS. INDENIZAÇÃO. JUSTIÇA DO TRABALHO. LEI N.º
5.584/70. ARTIGOS 389 E 404 DO CÓDIGO CIVIL. APLICAÇÃO
SUBSIDIÁRIA NÃO AUTORIZADA. 1. Por não decorrerem da aplicação
do princípio da mera sucumbência, os honorários advocatícios , na Justiça
do Trabalho, somente são devidos quando demonstrado o preenchimento
concomitante dos requisitos exigidos no artigo 14 da Lei n.º 5.584/70: o
direito ao benefício da justiça gratuita e a assistência do sindicato. Nesse
sentido dispõe a Orientação Jurisprudencial n.º 305 deste Órgão
uniformizador. 2. Havendo regência legal específica a regular a matéria,
não há como se admitir a aplicação subsidiária do Código Civil, com o fim
de tornar sustentável o direito à indenização a reparar perdas e danos
oriundos da contratação de advogado particular. 3. Agravo de instrumento a
que se nega provimento." (TST-AIRR-648-89.2011.5.02.0041, Rel. Min.
Lelio Bentes Corrêa, 1ª Turma, DEJT de 7/2/2014)

"(...). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INDENIZAÇÃO POR


PERDAS E DANOS PREVISTA NA LEGISLAÇÃO CIVIL. Os
honorários advocatícios constituem acessório inseparável do pedido
principal de pagamento de perdas e danos, uma vez que o pagamento da
indenização advinda da contratação de advogado não existe por si só, visto
que pressupõe a existência do pedido principal de pagamento de perdas e
danos, não se configurando, assim, a hipótese dos artigos 389 e 404 do
Código Civil. No mais, no processo trabalhista, ao contrário do que
estabelecido no processo civil, não vigora o princípio da sucumbência como
único critério para a concessão da verba honorária, que é regulada pelo
artigo 14 da Lei nº 5.584/70, Assim, a sua concessão se encontra
condicionada também ao preenchimento dos requisitos indicados na
Súmula nº 219, item I, do TST. Esta Corte já se posicionou no sentido de
que, mesmo após a promulgação da Constituição Federal de 1988,
permanece válido o entendimento consubstanciado na Súmula nº 219 do
TST, conforme se infere dos termos da Súmula nº 329 do TST, que ratificou
o mencionado precedente. Esse entendimento é igualmente confirmado pela
Orientação Jurisprudencial nº 305 da SBDI-1. No caso dos autos, extrai-se
da decisão recorrida não estarem configurados os requisitos exigidos na
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

Justiça Trabalhista para o deferimento da verba honorária, pelo menos no


que se refere à assistência sindical, conforme se observa da procuração,
revelando-se indevida a condenação em honorários advocatícios, na esteira
do entendimento pacificado nesta Corte. Recurso de revista não
conhecido." (TST-ARR-2188-54.2010.5.02.0027, Rel. Min. José Roberto
Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT de 15/8/2014)

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 1.


DIFERENÇAS SALARIAIS. ACÚMULO DE FUNÇÃO. INTERVALOS
INTRAJORNADA E INTERJORNADAS. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 80 E 126/TST. 2.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS. INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS. PERDAS E DANOS. IMPOSSIBILIDADE.
DECISÃO DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. O entendimento desta
Corte é no sentido de serem inaplicáveis os arts. 395 e 404, ambos do
Código Civil, em face da evidência de, na Justiça do Trabalho, não vigorar
o princípio da sucumbência insculpido no Código de Processo Civil,
estando os honorários advocatícios regulados pelo artigo 14 da Lei nº
5.584/70. Os honorários pretendidos estão condicionados estritamente ao
preenchimento dos requisitos indicados na Súmula nº 219 do TST,
ratificada pela Súmula nº 329 da mesma Corte, devendo a parte estar
assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de
salário inferior ao dobro do mínimo legal ou encontrar-se em situação
econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento
ou de sua família, entendimento confirmado pela Orientação
Jurisprudencial nº 305 da SBDI-1. Sendo assim, não há como assegurar o
processamento do recurso de revista quando o agravo de instrumento
interposto não desconstitui os termos da decisão denegatória, que subsiste
por seus próprios fundamentos. Agravo de instrumento desprovido." (TST-
AIRR-10024-14.2013.5.03.0167, Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, 3ª
Turma, DEJT de 31/10/2014)

"RECURSO DE REVISTA. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO.


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PERDAS E DANOS. ARTS. 389 E
404 DO CÓDIGO CIVIL. INAPLICABILIDADE. ASSISTÊNCIA
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

SINDICAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. SÚMULAS Nos 219, I, E 329 DO


TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 1. Na Justiça do Trabalho, a
condenação ao pagamento de honorários advocatícios, conforme diretriz
perfilhada na Súmula nº 219, I, do TST, não decorre pura e simplesmente
da sucumbência. Tal condenação exige a satisfação da assistência jurídica
por sindicato da categoria profissional e da declaração de hipossuficiência
econômica. 2. O Tribunal Superior do Trabalho pacificou o entendimento
de que os arts. 389 e 404 do Código Civil são inaplicáveis ao processo do
trabalho. Precedentes. 3. Acórdão regional que defere honorários
advocatícios a título de indenização por perdas e danos, não obstante
ausente a assistência do sindicato da categoria profissional, contraria a
Súmula nº 329 do TST, que corrobora a validade da Súmula nº 219, I, do
TST. 4. Recurso de revista da Reclamada de que se conhece e a que se dá
provimento, no particular." (TST-RR - 563-70.2013.5.02.0385, Rel. Min.
João Oreste Dalazen, 4ª Turma, DEJT de 30/4/2015)

"(...). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PERDAS E DANOS. Há


previsão específica no processo do trabalho quanto à concessão de
honorários de advogado, devendo comparecer os requisitos da Lei nº
5.584/70. Portanto, não se aplica o artigo 389 do Código Civil, sob o
pretexto de ausência de lacuna normativa (artigo 769/CLT). Precedentes.
Não conhecido. (...)." (TST-ED-RR-1011-46.2011.5.15.0031, Rel. Min.
Emmanoel Pereira, 5ª Turma, DEJT de 19/6/2015)

"RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARÍSSIMO. HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SINDICAL. ART. 404
DO CC. INAPLICABILIDADE NA JUSTIÇA DO TRABALHO. Na
Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios são devidos tão somente
nos termos da Lei nº 5.584/70, quando existentes, concomitantemente, a
assistência do Sindicato e a percepção de salário inferior ao dobro do
mínimo legal ou a impossibilidade de se pleitear em juízo sem
comprometimento do próprio sustento ou da família. Constatado que a
reclamante não se encontra assistida por sindicato de sua categoria, dá-se
provimento ao recurso de revista, para excluir da condenação os honorários
advocatícios. Incidência das Súmulas nos 219 e 329 do c. TST e da
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MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

Orientação Jurisprudencial nº 305 da SBDI-1 desta Corte. Acrescente-se


que os artigos 389, 395 e 404 do Código Civil não se aplicam na seara
trabalhista, uma vez que há norma específica quanto à questão dos
honorários advocatícios no direito do trabalho. Recurso de revista
conhecido e provido. (...)." (TST-RR-2846-45.2012.5.02.0371, Rel. Min.
Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, DEJT de 7/2/2014)

"RECURSO DE REVISTA DA SEGUNDA-RECLAMADA.


INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS DECORRENTES DOS
GASTOS COM A CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS INDEVIDOS. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA DO
SINDICATO DA CATEGORIA PROFISSIONAL. IMPOSSIBILIDADE
DE APLICAÇÃO DOS ARTS. 389 E 404 DO CÓDIGO CIVIL. Na Justiça
do Trabalho, o deferimento de honorários advocatícios sujeita-se à
constatação da ocorrência concomitante de dois requisitos: o benefício da
justiça gratuita e a assistência por sindicato. Inteligência das Súmulas n os
219, I, e 329 desta Corte. Sendo assim, ausentes os pressupostos previstos
na regra específica aplicável ao Processo do Trabalho (art. 14 da Lei nº
5.584/70), não se há de resolver a questão à luz da reponsabilidade civil por
dano, nos termos do art. 389 e 404 do Código Civil, que não se
compatibilizam com a previsão do jus postulandi contida no art. 791 da
CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (...)." (TST-RR-207900-
46.2009.5.03.0060, Rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 7ª
Turma, DEJT de 15/8/2014)

"(...). 10. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REQUISITOS.


INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. No direito processual
trabalhista, prevalece o princípio de que a condenação ao pagamento dos
honorários advocatícios se dá apenas nos casos previstos na Lei nº
5.584/70, não se tratando de reparação por prejuízos, nos termos dos artigos
389, 395 e 404 do Código Civil. Precedentes. Recurso de revista não
conhecido." (TST- RR-580-82.2011.5.02.0254, Rel. Min. Dora Maria da
Costa, 8ª Turma, DEJT de 19/6/2015)

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MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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PROCESSO Nº TST-AIRR-561-87.2010.5.02.0003

Pelo   exposto,  nego   provimento  ao   agravo   de


instrumento pelo sindicato reclamante.
ISTO POSTO

ACORDAM  os   Ministros   da   Oitava   Turma   do   Tribunal


Superior   do   Trabalho,   por   unanimidade,  conhecer  dos   agravos   de
instrumento e negar­lhes provimento.
Brasília, 12 de Agosto de 2015.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


DORA MARIA DA COSTA
Ministra Relatora

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