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0004
A C Ó R D Ã O
5ª Turma
EMP/sl
V O T O
AGRAVO DE INSTRUMENTO
1. CONHECIMENTO
Presentes os pressupostos extrínsecos de
admissibilidade, conheço.
2. MÉRITO
"PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Processo
Coletivo / Ação Civil Pública.
DIREITO CIVIL / Fatos Jurídicos / Prescrição e Decadência.
Firmado por assinatura digital em 03/10/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, nos termos
da Lei nº 11.419/2006, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
AIRR-991-43.2015.5.17.0004
Alegação(ões):
- violação do(s) artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal.
- violação do(s) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 11; Código
Civil, artigo 202, inciso I; artigo 202, inciso II; artigo 202, inciso III; artigo
202, inciso IV; artigo 202, inciso V; artigo 202, inciso VI.
- divergência jurisprudencial: .
- Súmula 150 do STF;
Consta do v. acórdão:
"1. PRESCRIÇÃO BIENAL. INTERRUPÇÃO DO PRAZO
PRESCRICIONAL PELO AJUIZAMENTO DA AÇÃO COLETIVA.
REINÍCIO DA CONTAGEM APÓS A PUBLICAÇÃO DO EDITAL PARA
A EXECUÇÃO INDIVIDUALIZADA
Renova a reclamada a prejudicial de mérito referente à alegada
prescrição bienal dos direitos dos reclamantes.
Afirma que o trânsito em julgado da ação coletiva cognitiva ocorreu
em 30/05/2011 e a esta ação executiva foi proposta somente em
19/06/2015, ou seja, mais de 2 anos após o trânsito em julgado, e invoca,
assim, a Súmula 150, do C. STF.
Sem razão.
É certo que a execução prescreve no mesmo prazo de prescrição da
ação e que o trânsito em julgado da ACP 0003200-32.2008.5.17.0003
ocorreu em 30/05/2011. Todavia, o caso em análise guarda particularidades,
as quais já são de conhecimento desde E. TRT.
Em que pese o trânsito em julgado, o que se depreende dos autos da
ACP 0003200-32.2008.5.17.0003, cujos documentos encontram-se
digitalizados nestes autos juntamente com a petição inicial do Reclamante,
o MPT, em 10/06/2013, requereu ao juízo da 3ª Vara do Trabalho de
Vitória, nos autos da ação coletiva cognitiva, fosse deferida a execução
individualizada em autos autônomos, a serem propostas pelos Reclamantes.
Tal requerimento foi deferido pelo juízo singular, o qual determinou a
expedição de edital para ciência da categoria interessada na execução dos
direitos ali deferidos. A decisão que autorizou tal diligência foi publicada
em 24/07/2013, sendo que, somente a partir daí é que se pode considerar
que, de fato, poderiam os interessados propor a execução de forma
individual.
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Qualquer que seja o prazo prescricional a ser aplicado, há de ser
contado da ciência inequívoca, pela jurisdicionado, do direito deferido.
Aqui não se leva em conta a data da extinção do contrato de trabalho ou do
trânsito em julgado da ação cognitiva.
A actio nata inicia-se somente quando o trabalhador toma ciência, de
forma inequívoca, do seu direito, a partir de quando pode efetivamente,
executá-lo.
O fundamento legal para a contagem do prazo prescricional somente
da ciência inequívoca do trabalhador quanto ao seu direito está no art. 189
do Código Civil, que estabelece com clareza que, "Violado o direito, nasce
para o seu titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos
a que aludem os arts. 205 e 206".
Ressalte-se que entre os requisitos da prescrição, encontra-se a
existência de uma ação exercitável. Logo, não se pode exigir do
jurisdicionado que exercite a ação antes da efetiva ciência do deferimento
judicial do seu direito, o que somente ocorreu com a publicação dos editais
pelo juízo respectivo.
Neste sentido, considerando a publicação do edital na ACP em
24/07/2013 e o ajuizamento da presente ação em 03/07/2015, não há
qualquer prescrição a ser declarada quanto aos pedidos relacionados à
decisão proferida na ação coletiva.
Neste sentido, os seguintes precedentes deste E. TRT, referentes à
mesma ACP 0003200-32.2008.5.17.0003:
(...)
Nego provimento."
Primeiramente, eventual contrariedade a Súmula do Supremo
Tribunal Federal não se encontra entre as hipóteses de cabimento do
recurso de revista previstas no artigo 896 da Consolidação das Leis do
Trabalho.
Outrossim, tendo a C. Turma manifestado entendimento no sentido
que o marco inicial da contagem do prazo bienal da pretensão executiva
ocorreu com a decisão que determinou a publicação de edital para ciência
dos interessados (24-07-2013), e tendo em vista o ajuizamento da presente
ação de execução individual realizado em 03/07/2015, não há falar em
prescrição a ser declarada quanto aos pedidos relacionados à decisão
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proferida na ação coletiva, não se verifica, em tese, a alegada violação,
conforme exige a alínea "c" do artigo 896 Consolidado.
Por fim, a ementa das páginas 5-6 mostra-se inespecífica à
configuração da pretendida divergência interpretativa, porquanto não
aborda a mesma particularidade fática tratada no caso dos autos, em que
somente após a notificação dos interessados por edital é que os
beneficiários tiveram ciência da possibilidade de execução individual da
sentença coletiva, iniciando-se, a partir daí, a contagem do prazo
prescricional (S. 296/TST).
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao recurso de revista."
ISTO POSTO
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