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Metalurgia da Soldadura
Guia do Formando
COMUNIDADE EUROPEIA
Fundo Social Europeu
IEFP · ISQ
Depósito Legal
ISBN
Copyright, 2000
Todos os direitos reservados
IEFP
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou processo
sem o consentimento prévio, por escrito, do IEFP.
Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, co-financiado pelo Estado Português, e
pela União Europeia, através do FSE.
M.S.05
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Fabricação de Aços
Fabricação de Aços
M.T3.02 UT.01
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Fabricação de Aços
OBJECTIVOS
TEMAS
• O alto-forno
• Processo BESSEMER
• Processo LD
• Procedimento de acabamento
• Processos de refusão
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.01
Metalurgia de Soldadura I . 1
Guia do Formando
Fabricação de Aços IEFP · ISQ
Os diversos tipos de ferro e aços são todos eles formas de ferro metálico que
diferem entre si pelos teores em carbono e outros elementos de liga e ainda
pelo modo como são fabricados. O carbono é, de longe, o elemento de liga
mais importante, sendo o principal responsável pela imensa gama de resistências
e de outras propriedades úteis que podem ser desenvolvidas nos aços.
Efeitos de azoto nos aços Antes de passarmos a descrever estes processos, podemos antecipar que um
dos aspectos que mais interessa ao utilizador do aço é o seu teor em gases
dissolvidos, em especial o azoto. Com efeito, pequenas quantidades deste
elemento afectam seriamente a dureza e as propriedades, introduzindo defeitos
de difícil detecção mediante ensaios não destrutivos. Uma solução simples
seria aceitar unicamente aços fabricados por processos que conseguissem
eliminar esses gases.
Enxofre e fósforo como Outras impurezas não gasosas, como o enxofre e o fósforo, são prejudiciais a
impurezas partir de um determinado teor de concentração, pelo que as especificações
limitam a quantidade destes elementos no aço, quer em conjunto, quer
separadamente.
M.T3.02 Ut.01
Um aço é, na sua essência, uma liga ferro-carbono, sendo possível obtê-lo por
dois processos diferentes. A Fig. I.1 mostra um esquema geral da fabricação
deste material.
A primeira via é aquela em que, a partir das matérias-primas, tais como minério Siderurgia Integral
de ferro, carvão mineral, carbonetos de cálcio, etc., se obtém o produto comercial
que conhecemos com o nome de Aço, através de um semi-produto conhecido
como Gusa. Trata-se do processo seguido pela Siderurgia Integral.
Outro processo é o da reciclagem dos aços que, por alguma razão, deixaram Recuperação de sucatas
de ser úteis para o fim que se lhes destinou, por exemplo, equipamentos fabris,
automóveis e maquinaria, entre outros. Este material é agora considerado como
sucata, podendo ser refundido em fornos eléctricos e tratado para obter produtos
M.T3.02 Ut.01
O ALTO - FORNO
3
2
1
7
8
10 6 11
12 9
BOCA (1) - Zona superior cilíndrica, por onde se introduzem as cargas e saem
os fumos. Possui um dispositivo na parte superior (3) que isola o alto-forno da
atmosfera durante a sua operação, permitindo simultaneamente a sua carga.
Os gases saem por condutas laterais (2).
CUBA (4) - Zona tronco-cónica de pequena inclinação, com a base maior para
baixo. As paredes são revestidas por tijolos refractários (5). Este revestimento
tem de suportar choques devido à carga do alto-forno, pelo que deve possuir
elevada resistência.
A sua estrutura assenta sobre uma galeria circular de betão (6) que se apoia no
solo. O arrefecimento da blindagem exterior é feito por um canal directo ou por
intermédio de tubos de água que circulam em intervalos da alvenaria.
ZONA DE FUSÃO (8) - Região tronco-cónica de base maior virada para cima.
As paredes são constituídas por tijolos refractários sílico-aluminosos. O
arrefecimento faz-se por circulação forçada de água na alvenaria ou por um
canal da blindagem.
M.T3.02 Ut.01
CADINHO (9) - Zona cilíndrica inferior, cuja parte superior contém as tubeiras
ou algaravizes (10) que conduzem o ar. Na parte inferior, possui dois orifícios, a
níveis diferentes, chamados sangradores: o superior (11) destina-se ao
escoamento da escória e o inferior (12) ao escoamento da gusa.
Desta forma, são reduzidos a totalidade dos fosfatos, a maior parte dos minerais
de manganês, parte da sílica e algum outro metal que possa acompanhar ou
formar parte da "ganga" do mineral.
Não se podem utilizar minérios finos nem pulverulentos que impeçam que as
reacções se processem de uma forma eficaz, podendo inclusivamente a corrente
gasosa que existe no seu interior arrastar o pó, obstruindo o respectivo
escoamento. Como as quantidades de mineral utilizadas no processo de
tratamento de sólidos são consideráveis, desenharam-se instalações auxiliares
Fábricas de que recuperam estes materiais, transformando-os noutros de maior granulometria
sinterização e com características adequadas para poderem ser tratados no alto-forno. Estas
instalações são denominadas fábricas de sinterização.
C + O2 ↔ CO + CO2 (I.1)
A gusa de primeira fusão apresenta uma percentagem de carbono compreendida Gusa de 1ª fusão
entre 2.3 e 4.5% e traz associados outros elementos como o silício, o manganês,
fósforo, enxofre e outras impurezas. O aço é uma liga ferro-carbono, com
percentagens de carbono compreendidas entre 0.03 e 2.6%, raramente
ultrapassando, na prática, 1.4%.
M.T3.02 Ut.01
Por outro lado, um aço simples não deve conter silício e manganês em
percentagens tão elevadas como as existentes na gusa.Para reduzir os teores
em carbono, bem como diminuir a percentagem de silício e manganês, isto é,
para obtenção do aço, os processos mais utilizados são os conversores, os
fornos Martin e os fornos eléctricos.
Processo básico e ácido O refino da gusa pode ser caracterizado por dois tipos de processos: o ácido e
de afinação da gusa o básico. O óxido de cálcio ou cal é a substância principal, utilizada para eliminar
o enxofre e o fósforo através da escória.Contudo, se num forno se utiliza cal
juntamente com um refractário à base de silício, formam-se silicatos cálcicos e
a cal arrasta e desgasta rapidamente os refractários. Baseando-se neste facto,
as escórias básicas de alto teor em cal, necessitam de refractários básicos
como o óxido de magnésio, ou, pelo menos, neutros como o trióxido de crómio.
PROCESSO BESSEMER
Processo Bessemer A exploração industrial deste método de fabrico foi iniciada no Reino Unido,
tendo sido Bessemer a primeira pessoa a idealizar um processo para a fabricação
do aço, através da injecção de ar numa dada massa de gusa. Nessa altura, não
se conhecia a influência do refractário, pelo que se utilizavam unicamente tijolos
de SiO2 no revestimento. A sua natureza ácida impedia a eliminação de S e P,
sendo o C e o Si os elementos termogéneos deste processo.
M.T3.02 Ut.01
Gusa
Refractário
Gases
Escória
Venteiras
Ar
Aço
Funcionamento
A gusa não deve estar nunca em contacto com a caixa de ventilação ou com as
tubeiras, dado o perigo de a massa líquida as obstruir ou deteriorar o seu fundo.
Por este motivo, tem de se regular cuidadosamente a pressão de entrada de ar Princípio de funcionamento
através das tubeiras, já que, se ela for menor do que a necessária, existe o do processo
risco de obstrução e se for maior, pode haver projecção de aço a uma altura
considerável. Assim, a pressão deve ser a apropriada para equilibrar o peso de
aço e criar uma atmosfera de ar próximo das tubeiras.
M.T3.02 Ut.01
Utilização
Com este processo, podem-se tratar gusas com teores em manganês de 1,5 a
2,5%. A ordem de oxidação é a seguinte: Si-C-Mn. As ferroligas de Mn e Si são
adicionadas no final do processo de afinamento para eliminar o FeO dissolvido
no banho através da passagem dos respectivos óxidos e escória.
Quando se observa o aparecimento dos fumos quer dizer que se atingiu o fim
da operação. É neste momento que se deve interromper a injecção do ar, voltando
o conversor à posição horizontal.
Processo Siemens - Martin Este convertidor tratava originalmente minérios cujo teor em fósforo era tão
pequeno que não era necessário eliminar este metalóide/elemento para se
produzirem os aços comuns. Hoje em dia, esses minérios estão praticamente
esgotados, pelo que o processo Bessemer deixou de ser utilizado
industrialmente desde o início da década de 70.
Uma versão deste convertidor, mas com revestimento básico, foi desenvolvida
por Gilchrist Thomas, estando também, hoje em dia, a sua utilização
praticamente reduzida a zero.
Foi até há relativamente pouco tempo o processo mais utilizado. A Cuba, tal
como se mostra na Fig. I.4, é um recipiente de grande diâmetro e pequena
profundidade, menos de um metro, capaz de conter até cerca de 300 toneladas
de aço.
A cuba do forno possui um revestimento básico ou à base de tijolos de CaO Princípios de funcionamento
(óxido de cálcio) com o objectivo de assim se poder tratar uma vasta gama de do processo
misturas de gusa e sucata, incluindo grandes e pesadas peças desta última,
difíceis de carregar noutro tipo de convertidor. A operação é lenta dado que se
necessitam de 6 a 8 horas para afinar uma carga, sendo esta a razão pela qual
se tem vindo a substituir este método de fabrico pelos processos LD e forno
eléctrico. Contudo, a lentidão de fabrico deste processo permitia realizar várias
análises para controlar de forma muito precisa a composição química final.
(I.2)
Utilização
Actualmente, este processo já quase não é utilizado. A razão para este facto
prende-se fundamentalmente com o elevado consumo de energia. Efectivamente,
este processo necessita de uma grande quantidade de calor, o que encarece
de forma extraordinária o preço do aço, diminuindo a sua competitividade. A
qualidade dos aços produzidos por este processo é, contudo, muito boa.
PROCESSO LD
Processo LD O nome deste processo de fabrico de aço vem das iniciais de duas cidades
austríacas Linz e Donawitz, cujas siderurgias foram as pioneiras na sua utilização
industrial.
M.T3.02 Ut.01
Na sua essência, este processo consiste num desenvolvimento do antigo Princípio de funcionamento
convertidor Bessemer, substituindo o insuflamento de ar pela injecção de oxigénio do processo
projectado a uma pressão adequada, entre 6 e 15 kg/cm2, em função da
espessura da camada de escória, por forma a poder atravessá-la e chegar até
ao banho metálico, sem entrar nela em demasiada profundidade.
O oxigénio com uma pureza mínima de 99% é lançado sobre o material fundido
através de orifícios existentes na tubeira situada no extremo de uma lança
refrigerada a água ou por meio de bocas localizadas nos lados ou no fundo do
convertidor.
Funcionamento
Neste processo, o enxofre e o fósforo podem ser reduzidos aos baixos níveis
exigidos nas actuais especificações.
Nas Fig. I.6 e I.7, mostram-se os processos Kaldo e Rotor, variantes do processo
LD. Estes processos são utilizados para tratar gusas fosforosas, utilizando
uma mistura de oxigénio com 95% de pureza e de cal em pó. Estes convertidores
rodam em torno do seu eixo principal, o que ajuda a homogeneizar a temperatura
e a composição química.
Utilização
Perspectivas
A capacidade típica deste convertidor varia entre 250 a 300 toneladas, sendo a
sua produtividade muito elevada devido à rapidez da operação. Com efeito, com
um convertidor de 300 toneladas pode obter-se o que em Siderurgia se chama
"Tap to Tap", isto é, um ciclo de cerca de 50 minutos.
Funcionamento
O forno trifásico possui na sua parte superior três eléctrodos de grafite presos
em suportes roscados, dispostos nos vértices de um triângulo equilátero e com
diâmetro variável entre 100 a 800 mm, consoante o tamanho do forno. Estes
eléctrodos consomem-se à razão de 5 a 6 Kg de grafite por tonelada de aço
produzido.
Eléctrodos
Canal de
Utilização
Embora a sua aplicação nos aços não ligados não seja económica, utiliza-se
este processo sempre que existe excesso de capacidade. É melhor que o
processo Siemens-Martin e LD para fundir e afinar uma carga composta por
100% de sucata, podendo ser operado com alguma economia, admitindo até
50% de gusa. Trata-se do método mais utilizado na fabricação de aço forjado.
PROCEDIMENTOS DE ACABAMENTO
Introdução de elementos Os aços produzidos através dos processos atrás descritos contêm, em geral,
liga para purificação do aço pouco C, Mn e Si, já que o fósforo não pode ser oxidado sem oxidar também
estes elementos.
Calmagem do aço O Si é fundamental para calmar o aço, ou seja, para decompor o óxido de
ferro, combinando-se preferencialmente com o oxigénio.
Processo de purificação Existem vários processos de purificação para melhorar a qualidade do aço,
sendo utilizados entre a fabricação e o vazamento. De entre estes, destacam-
se os seguintes:
• Desgaseificação em vácuo
• Facilitar uma separação adicional e final das escórias. Objectivos dos vazamentos
intermédios
• Permitir que a temperatura do aço baixe para os valores mais adequados
ao método de moldação escolhido. Estas temperaturas são controladas
através de pirómetros imersos no banho de aço em fusão.
• Vazamento em lingoteira.
• Vazamento contínuo.
Vazamento em lingoteira
Os aços não solidificam a uma temperatura fixa, mas, sim, num determinado
intervalo, consoante o seu teor em carbono.
Aços Calmados
Aços calmados eliminam as São aços que se obtêm adicionando Fe, Mn, FeSi ou granalha de Al. Algumas
porosidades acearias juntam SiNn, SiCa. O objectivo é eliminar o FeO e o oxigénio dissolvidos.
Aços Efervescentes
Ao solidificar nas lingoteiras produzem uma forte efervescência e um grande Aços efervescentes têm
desprendimento de gases e salpicos. um grande índice de
porosidade
Estes aços não contêm silício suficiente. São fabricados adicionando-se-lhes
FeMn, o que eleva as suas características mecânicas, não havendo, contudo,
uma desoxidação completa.
Aços Semi-Calmados
Vazamento contínuo
PROCESSOS DE REFUSÃO
Núcleo do
eléctrodo
Eléctrodo
Cadinho de cobre
Água de
refrigeração
Fontes de
energia
Banho de
escória Película de
Metal líquido escória
Origem dos defeitos Os defeitos ou imperfeições dos aços são causados pela própria natureza dos
processos de fabrico ou das etapas posteriores de acabamento.
Referimos repetidamente a difícil detecção e o risco que comporta um elevado O teor em azoto deve ser
teor em azoto nos aços destinados a suportar esforços em condições de serviço. controlado
É conveniente assinalar que, ainda que este problema seja relembrado na altura
da selecção dos materiais de adição de soldadura, a influência relativa dos
processos de fabrico do aço no seu teor de azoto deve ser analisada
anteriormente. No Quadro I.2 vêm assinalados os diferentes teores deste
elemento em função do processo de fabrico do aço.
Teores normais de N2
Processo Observações
(%)
Siemens -
0,003-0,006 Considerado como o teor "standard"
Martin
A investigação siderúrgica tem originado avanços que permitem obter aços cada
vez mais puros. Contudo, a experiência veio a demonstrar que certas inclusões
são capazes de reter consideráveis quantidades de hidrogénio sem que
representem sérios riscos para o material, sendo esta situação, em condições
de serviço, menos desfavorável do que um excesso de hidrogénio num aço
extra puro. Desenvolveram-se, por esta razão, materiais de adição para soldadura
com teores extremamente baixos de hidrogénio.
M.T3.02 Ut.01
RESUMO
M.T1.03 Ut.01
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
2. Depois da gusa ter saído do alto-forno, segue para uma unidade muito
importante; o misturador. Qual é a sua função?
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Classificação das Ligas Ferro - Carbono
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.02
Metalurgia de Soldadura lI . 1
Guia do Formando
Classificação das Ligas Ferro - Carbono IEFP · ISQ
INTRODUÇÃO
Liga metálica ferrosa O ferro puro praticamente não tem interesse industrial, sendo necessário que
esteja devidamente combinado com outros elementos, formando, assim, uma
"liga metálica ferrosa", para que seja utilizado em estruturas e componentes.
Aços e ferros fundidos Um dos componentes básicos nas ligas à base de ferro é o carbono e, de
acordo com a percentagem de participação deste elemento, obtêm-se as ligas
ferrosas conhecidas como o aço e o ferro fundido.
Resistência mecânica do ferro Devemos ressaltar que o ferro puro se apresenta muito macio e de pouca
é baixa resistência, enquanto que combinado na forma de uma liga, especificamente o
aço, passa a apresentar valores de resistência mais aceitáveis. Normalmente,
podemos obter ligas que apresentam tensões de cadência que variam entre
200 MPa.m-2 e 2.000 MPa m-2.
Classificação dos aços Como já referimos, chama-se aço a toda a liga ferro-carbono, com ou sem
outros elementos de liga, forjável, cujo teor em carbono varia entre 0.03 e 2.1 %
salvo, em casos excepcionais. A classificação dos aços pode ser encarada
sob vários pontos de vista.
M.T3.02 Ut.02
• à composição química
• ao teor em carbono
• ao grau de desoxidação
• à constituição estrutural
• ao modo de produção
• à aplicação
Segundo este processo de classificação consideraram-se dois tipos de aço, Classificação dos aços
dividindo-se um deles em dois subtipos. A sua designação é, assim, a seguinte: segundo a composição física
• aços ligados
• baixa liga
• fortemente ligados
Os aços não ligados são os que possuem apenas o carbono como elemento
de liga do ferro. Podem surgir nestes aços quantidades reduzidas de outros
elementos tais como o silício, o manganês, o alumínio, o titânio e o cobre, que
não são, no entanto, utilizados como elementos de liga.
Para que um aço seja considerado não ligado, os teores destes elementos
residuais, que dependem do processo de fabrico e da matéria-prima, não podem
ser superiores a:
0.5% de Si
1.5% de Mn
0.1% de Al
0.05% de Ti
0.35% de Cu
M.T3.02 Ut.02
Os aços fortemente ligados ou de alta liga são aqueles em que o teor total
dos elementos de liga é superior a 5%.
• hipoeutectóides
• eutectóides
• hipereutectóides
Classificação dos aços O aço eutectóide é o que tem o teor em carbono correspondente ao ponto
segundo o teor em carbono eutectóide do diagrama de equilíbrio. Nos aços não ligados, este ponto
corresponde a 0.8% de carbono. Nos aços de liga, varia conforme a sua
composição.
• efervescentes (U)
• ferríticos
• martensíticos
• ledeburíticos
M.T3.02 Ut.02
• Bessemer (B)
• Siemens-Martin (SM)
• Eléctricos (E)
• Cadinho (TI)
Classificação dos aços Os elementos de liga são adicionados ao aço a fim de lhe conferir ou aumentar
segundo a sua aplicação determinadas características físico-químicas, tornando-os mais ou menos
indicados para uma determinada aplicação. Na tabela seguinte, indicam-se os
efeitos da adição dos elementos de liga nos aços.
Elementos Efeito
S , Si Aumentam a maquinabilidade
Ni, Mn Utilização a baixas temperaturas
C, Mn, Cr, Ni Aumentam a resistência mecânica
Cr, W, Mo, Mn Aumentam a resistência ao desgaste
W, Mo, V, Co, Cr Utilização a temperaturas elevadas
• aços de construção
• aços especiais
Os aços para ferramentas podem, por sua vez, dividir-se em vários tipos, segundo
diversos critérios de classificação. Um deles divide os aços para ferramentas
em dois grupos: aços não ligados e aços ligados.
Assim, teremos:
• aços rápidos
• de baixa liga
• fortemente ligados
• não ligados
• ligados
Aços de construção
• não ligados
• ligados
• não ligados
• ligados
Aços especiais
• aços amagnéticos
RESUMO
• à composição química
• ao teor em carbono
• ao grau de desoxidação
• à constituição estrutural
• ao modo de produção
• à aplicação.
M.T1.03 Ut.02
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
Estrutura e Propriedades
dos Metais Puros
M.T3.02 UT.03
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Estrutura e Propriedades dos Metais Puros
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.03
INTRODUÇÃO
Estrutura cristalina
Na realidade, não temos microscópios que nos dêem tal ampliação, mas
poderíamos recorrer a determinados aparelhos que, com o recurso aos raios X,
permitem detectar quais as posições relativas dos átomos (difractometria de
raios X).
É de notar que nesta malha se pode considerar uma unidade tridimensional Célula elementar
mínima que se repete: a célula elementar que é a base da malha cristalina.
Células cristalinas Nos metais, os tipos de células cristalinas mais comuns (Fig. lll.2) são:
a b
Formação de cristais A distância entre dois átomos da mesma malha designa-se parâmetro
reticular. O seu valor depende do metal, do tipo de malha, e da posição dos
átomos.
Solificação do metal
Núcleos de cristalização Os metais solidificam-se sempre sob a forma cristalina. A solidificação inicia-
-se através da formação de pequenos cristais em todos os pontos onde o metal
em fusão atinge a temperatura de solidificação.
Nas ligas ferro-carbono, como aliás, em quase todos os metais, esses eixos
são em número de três e ortogonais entre si. Cada eixo, quando atinge certo
desenvolvimento, desenvolve outros noutras direcções e assim por diante, até
toda a massa se tornar sólida. A Fig.III.3 pretende ilustrar a formação de um
cristal.
Fig. lll.5 - Grãos colunares convergindo para um núcleo central de grãos equiaxiais
• As principais propriedades.
No caso da malha cúbica centrada, cada átomo é envolvido por oito (número de
coordenação igual a oito), Fig. lll.6.
Numa malha cúbica de faces centradas, cada átomo é envolvido por 12 (número
de coordenação igual a doze), Fig. lll.7.
Por exemplo, no modelo da Fig. lll.8, o parâmetro a é maior que b. Por isso,
para uma mesma área, o número de átomos no plano horizontal é maior do que
no plano vertical; este facto leva a que, por exemplo, seja mais fácil "introduzir"
um elemento estranho através do plano vertical do que através do plano horizontal.
Não devemos, no entanto, esquecer que os metais não são constituídos por
um único cristal, mas por pequenos grãos, constituídos por vários cristais.
Isotropia aparente É por esta razão que na generalidade dos metais se verifica uma isotropia
aparente.
Ligação metálica
A forma como os átomos metálicos se ligam entre si constituiu, durante muito Ligação metálica
tempo, um enigma, dada a dificuldade em explicar simultaneamente as
características particulares das suas propriedades e a grande estabilidade da
ligação metálica.
Condutibilidade eléctrica
a) b) c)
d)
Ião Electrão Ião estranho
(intersticial )
Ião estranho
(de substituição )
Em lll.10 (c), o ião estranho, por ser maior, constitui um obstáculo à passagem
dos electrões, o que origina uma diminuição da condutibilidade.
Podemos dizer que a condutibilidade eléctrica é tanto maior quanto menor for a
resistência à passagem dos electrões e que a resistividade eléctrica é uma
medida da probabilidade de "choque" dos electrões.
M.T3.02 Ut.03
Condutibilidade térmica
Plasticidade
Deformação elástica
Para cada força exercida no corpo (carga), esta vai produzir uma deformação
nesse corpo que reproduz um deslocamento de pontos desse corpo.
σ=Eε (III.1)
Neste caso, o corpo está no domínio elástico, pois, se retirarmos a carga, ele
volta à sua forma inicial, ou seja, consegue eliminar a deformação que lhe foi
dada por aquela carga.
Deformação Plástica
Encruamento
Resistência à tracção, σr
Tensão de cedência, σc
Alongamento de rotura, ε
RESUMO
As células mais comuns nos metais são: cúbica de faces centradas, hexagonal
compacta e tetragonal centrada.
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
M.T3.02 Ut.03
Ligas e Diagramas
de Fases
M.T3.02 UT.04
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Ligas e Diagramas de Fases
OBJECTIVOS
TEMAS
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.04
Metalurgia de Soldadura IV . 1
Guia do Formando
Ligas e Diagramas de Fases IEFP · ISQ
Ligas metálicas A indústria mecânica geralmente não utiliza os metais puros, mas combinações
de uma base metálica com vários elementos. A estas combinações, feitas em
percentagens convenientes, de acordo com a sua utilização prática, chamamos
ligas metálicas.
Fase Uma liga metálica é, portanto, uma mistura íntima de dois ou mais elementos,
em que pelo menos um deles é metálico. À porção da liga, com as mesmas
propriedades físicas e químicas, chama-se fase.
Componentes de uma liga As ligas têm propriedades metálicas e são normalmente obtidas pela fusão
conjunta dos elementos que as constituem. Aos elementos que fazem parte de
uma liga chamamos componentes destas.
Soluções sólidas
Ligas binárias No caso de uma liga binária, a solução sólida é formada por um solvente e outro
solúvel, em que os respectivos átomos podem apresentar dois tipos de
disposição: de substituição e intersticial.
Solução sólida de substituição Na solução sólida de substituição, os átomos do componente solúvel (de
dimensão semelhante à dos átomos do solvente) podem substituir os átomos
do solvente na rede cristalina, como acontece na solução sólida do cobre no
níquel, Fig. IV.1 (a).
A B
Agregados
Neste caso, a estrutura da liga não é homogénea, mas constituída por uma
mistura dos cristais componentes em proporções bem definidas. Como
exemplos, podemos indicar a perlite (ferrite + cementite) ou a ledeburite (solução
sólida de carbono no ferro gama + cementite), que adiante estudaremos.
Compostos químicos
a) b)
Cº a{100
% A b{20% B d{20% e{100% B
Cº
c{50% B
80% A 50% A A
80% B
5 tB
4 4’ 5’
3 3’
s
8 uidu
Temperatura
Liq
8’
2
2’
us
7 olid
1 6 7’ S
6’
tA 1’
A 100 80 50 20 0
Tempo %
B 0 20 50 80 100
Para este grupo de ligas, é válido tudo o que foi dito quando se apresentou o
processo geral de traçado de um diagrama de equilíbrio.
ºC
tB
A
us
iquid
tXO L
X
tX’ Y
Z1
tX1
X1 Y1
us
olid
tX2 S
X2
tA
Z’2 Z’1 Y’1 Y’
A 100 94 83 80 70 60 40 26 20 0
B 0 6 17 20 30 40 60 74 80 100
Acima de liquidus a liga está no estado líquido; é o que acontece, por exemplo,
à temperatura txo. Quando a temperatura desce para tx', à qual corresponde o
ponto x na linha característica, inicia-se o processo de cristalização, formando-
-se os primeiros cristais da solução sólida do metal B no metal A.
M.T3.02 Ut.04
Cálculo da Para se conhecer a composição desses primeiros cristais, tira-se uma horizontal,
composição passando pelo ponto x, que intersecta a linha solidus no ponto y. Projectando
da liga esse ponto na recta das concentrações, obtemos o ponto y', correspondente à
composição procurada e que, para o caso presente, é 26% de A e 74%de B.
Fases da liga Acabamos de ver que, de acordo com a temperatura, a liga passa por três
fases: líquida, pastosa e sólida.
Por exemplo, para a liga que temos vindo a estudar, constituída por 70% de A e
30% de B e à temperatura x1, Fig. IV.4, tira-se uma paralela ao eixo das
concentrações que intersecta as linhas liquidus e solidus, respectivamente,
nos pontos z1 e y1.
x ⋅y
1 1
(IV.1)
z ⋅y
1 1
Z1 X1 Y1
X1Y1
Z1Y1
x1 ⋅ z1
(IV.2)
z1 ⋅ y1
X1 . Y1 = 70 - 40= 30
(IV.3)
X1 . Z1 = 83 - 70 = 13
30
X100 = 69.8% (IV.4)
43
13
X100 = 30.2% (IV.5)
43
Resolução:
x1 ⋅ y1 97,5 − 5
x100 = x100 = 96,9 %
z1 ⋅ y1 97,5 − 2
x1 ⋅ z1 5−2
x100 = x100 = 3,1 %
z1 ⋅ y1 97,5 − 2
M.T3.02 Ut.04
Diga-se, desde já, que, nos aços, a percentagem de carbono raramente ultrapassa
1,4%.
As ligas de ferro industriais têm sempre, em menor ou maior quantidade, carbono, Os elementos de liga
silício, manganês, fósforo e enxofre (associado ao coque), além de outros
elementos como o crómio, níquel, molibdénio, tungsténio, etc., que são
adicionados com o fim de conferirem propriedades especiais, ou se encontram
presentes, em teores muito baixos, como impurezas.
Alotropia do ferro
As transformações Para compreensão dos fenómenos que alteram a microestrutura dos produtos
siderúrgicos, devemos examinar as transformações alotrópicas do metal ferro e
a acção do carbono sobre essas transformações. As alterações alotrópicas
ocorrem de acordo com a temperatura as quais são:
Até 910 ºC- estrutura cristalina cúbica de corpo centrado: ferro alfa.
910 ºC - muda de estrutura cristalina para cúbica de face centrada: ferro gama.
A grafite e a cementite
Nas ligas metálicas ferro-carbono, o carbono pode apresentar-se sob a forma
livre, grafite, ou sob a forma de composto químico, o carboneto de ferro (Fe3C),
conhecido como cementite. Consequentemente, o diagrama de equilíbrio destas
ligas compreende dois sistemas:
Como se observa na Fig. IV.7, na zona correspondente aos aços (até 2,06% de
carbono), os dois diagramas são praticamente coincidentes.
O sistema metaestável
O diagrama está representado na Fig. VI.7 por linhas contínuas e, no seu traçado, O diagrama
consideram-se velocidades de arrefecimento e aquecimento muito pequenas.
M.T3.02 Ut.04
Acima da linha liquidus ACD, todas as ligas estão no estado líquido. Ao atingir
a linha solidus AECFD, termina a cristalização primária e, abaixo desta, verifica-
-se a cristalização secundária das ligas.
M.T3.02 Ut.04
A linha SE' assinala, pois, para os aços com teores em carbono entre 0,8 e 2
%, o início da precipitação do carbono que exceder o máximo que o ferro gama
pode manter em solução sólida, na forma de Fe3C.
A precipitação ocorre nos contornos dos grão de austenite (fase γ na Fig. IV.7), Precipitação
para onde o carbono em excesso se dirige por difusão.
M.T3.02 Ut.04
Do que acaba de ser exposto, se entende que os aços com mais de 0,8% de
carbono, arrefecidos lentamente, são constituídos, abaixo da zona crítica, por
grãos de perlite envolvidos por uma camada de cementite. Esta camada é
evidentemente menos espessa para aços com teor em carbono pouco acima
de 0,8 % e é inexistente nos aços com teor em carbono de 0,8 %, os quais
são, por isso, constituídos só de grãos de perlite.
As estruturas Finais Para os aços com teores inferiores a 0,8%, a transformação do ferro gama em
ferro alfa desdobra-se em duas fases: uma gradual e outra brusca e completa,
obtendo-se uma estrutura de ferrite em contorno da austenite entre as
temperaturas de 910 e 723 ºC e perlite e ferrite nos contornos abaixo de 723 ºC
até a temperatura ambiente.
perlite;
ferrite + perlite;
perlite + cementite II
Por este motivo, a utilização destes gráficos é muito útil para a escolha dos
parâmetros de um tratamento térmico a efectuar.
A curva TTT de transformação isotérmica de um aço pode ser obtida por vários
métodos baseados em variações de propriedades físicas e por microscopia.
M.T3.02 Ut.04
A B
900
700
Temperaturas em ºC
500
300
100
RESUMO
Verifica-se, ainda, nesta unidade, que os átomos de uma liga podem estar
inseridos na rede cristalina, intersticialmente (entre átomos) ou por substituição
de outros átomos da rede cristalina.
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
1. Como sabe, uma liga é uma mistura de 2 ou mais elementos. Com base
nesta enunciação defina uma liga metálica.
a) 1000 ºC
b) 400 ºC
c) 750 ºC
M.T3.02 Ut.04
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Estruturas da Junta Soldada
OBJECTIVOS
• Caracterizar soldabilidade;
TEMAS
• Introdução
• Noções de soldabilidade
• Ciclos Térmicos
• Entrega térmica
• Temperatura de pico
• Taxas de arrefecimento
• Diluição e reacções
Metalurgia de Soldadura V . 1
Guia do Formando
Estrutura da Junta Soldada IEFP · ISQ
• Crescimento de grão
• Soldadura multipasse
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.05
INTRODUÇÃO
A soldadura por fusão é uma operação única em que secções sólidas são
unidas por uma operação de fusão restritamente localizada. Dependendo das
circunstâncias metalúrgicas, o metal fundido pode ser da mesma composição
do material de base, mas frequentemente existem composições diferentes.
NOÇÕES DE SOLDABILIDADE
A soldabilidade operatória estuda e tenta resolver os problemas postos durante Soldabilidade operatória
a operação de soldadura, por forma a garantir a continuidade metálica. É exemplo
deste problema a formação a alta temperatura da alumina na soldadura do
alumínio. A alumina tem uma temperatura de fusão muito superior à do alumínio,
sendo necessária uma grande quantidade de energia para a fundir.
A soldabilidade local estuda os problemas locais na operação de soldadura, por Soldabilidade local
exemplo, a precipitação de carbonetos de crómio na soldadura dos aços
inoxidáveis não estabilizados.
M.T3.02 Ut.05
CICLOS TÉRMICOS
O processo A maior ou menor extensão da zona afectada pelo ciclo térmico depende do
de soldadura processo e procedimento de soldadura e das propriedades físicas do material
influencia o ciclo (Fig. V.1 e V.2).
térmico
Fig. V.1 - Distribuição do fluxo térmico nas fontes de calor usadas em soldadura
M.T3.02 Ut.05
SOA JP AE FE FL
q(w/cm2)
108
107
106
105
104
103
102
10-3 10-2 10-1 1 101 102
do(cm)
FE FL AS JP SOA
SOA - oxiacetilénica
JP - por jacto de plasma
AE - com arco eléctrico
FE - por feixe de electrões
FL - por feixe laser
Fig. V.2 - Fluxo térmico máximo e concentração de energia térmica nas fontes
de calor utilizadas em soldadura
ENTREGA TÉRMICA
VI
ET = (V.1)
v
VI
E Tef = η1 (V.2)
v
em que:
η1 - eficiência de transferência
TEMPERATURA DE PICO
Para um ponto a uma distância Y [mm] da linha de fusão, a temperatura máxima Temperatura
"Tp" (temperatura de pico) aí atingida, durante a realização do cordão, é dada de pico
por:
1 4,13 . ρc . t . y 1
= + (V.3)
Tp - T o ETef T f - To
em que:
A expressão pode ser usada quer para calcular a temperatura máxima atingida
num ponto determinado a uma distância Y da linha de fusão quer para calcular
a largura da zona termicamente afectada e estudar a sua dependência do pré-
-aquecimento e da entrega térmica.
Designa-se por zona termicamente afectada (ZTA) toda a região vizinha duma
soldadura onde as temperaturas de pico foram superiores a um valor acima do
qual existem transformações de carácter metalúrgico no material. Como
exemplo, pode citar-se o caso dos aços cuja ZTA atingiu temperaturas acima
de 723°C. No entanto, no caso de um aço temperado e revenido, pode tomar-se
como limite da ZTA a temperatura do tratamento de revenido, uma vez que, para
valores mais elevados, ocorre um sobrerevenido.
Exemplo V. 1
Tp = 1184°C
Exemplo V. 2
1 4,13 x 0,0044 x 5 x Y 1
= +
430 - 200 720 1510 - 25
Y = 14,2 mm
Exemplo V. 3
1 4,13 x 0,0044 x 5 x Y 1
a) = +
430 - 200 720 1510 - 25
Y = 28,4 mm
1 4,13 x 0,0044 x 5 x Y 1
b) = +
430 - 225 1080 1510 - 200
Y = 21,3 mm
Da análise do último exemplo pode concluir-se que, quer o aumento da entrega ZTA é devido ás entregas
térmica quer da temperatura inicial da chapa, se traduzem num alargamento da térmicas mais elevadas
ZTA.
TAXAS DE ARREFECIMENTO
Após um determinado ponto de uma soldadura, ou vizinho dela, ter atingido a Velocidade de arrefecimento
sua temperatura de pico, a velocidade de arrefecimento pode ter consequências
metalúrgicas importantes. Do valor da velocidade de arrefecimento podem resultar
alterações da estrutura e propriedades do material.
Espessuras fortes O valor da velocidade depende do tipo de escoamento de calor. Por sua vez, o
e espessuras fracas escoamento de calor depende da espessura. Podem definir-se duas espessuras
às quais correspondem dois tipos de escoamento diferentes: espessuras fortes
e espessuras fracas.
Fórmula de cálculo da ( - )
espessura de transição τ = t Pc T c T o (V.4)
ETef
τ - espessura de transição
2
⎛ t ⎞
τ ≤ 0,75 R = 2 π k ρ c ⎜⎜ ⎟⎟ x (T c - To )3 (V.5)
⎝ Tef ⎠
E
2 π k( T c - T o )
τ ≥ 0,75 R = (V.6)
ETef
em que:
Conhecida essa velocidade, pode calcular-se, para qualquer condição de O pré-aquecimento pode
soldadura, a temperatura de pré-aquecimento necessária para que não apareçam ser calculado a partir
estruturas duras. das velocidades de
arrefecimento
Considere-se o seguinte exemplo:
Exemplo V. 4
2
⎛ 9 ⎞
5,7 = 2 x π x 0,028x 0.0044 ⎜ ⎟ (V.7)
⎝ 804 ⎠
0,044x(550 - 162)
τ =9 = 0,41 (V.8)
804
O valor da velocidade crítica pode ser obtido com a ajuda dos diagramas TTT,
ou melhor ainda, dos diagramas TTT-TAC.
M.T3.02 Ut.05
Embora tenha sido publicada uma grande quantidade destes diagramas, a sua
utilização em soldadura deve ser feita sob reserva, já que as velocidades de
arrefecimento e a gama de temperaturas atingidas neste processo tecnológico
estão bem longe dos parâmetros de tratamento térmico para os quais os
diagramas foram realizados.
DILUIÇÃO E REACÇÕES
Reacções químicas Estas reacções podem ser divididas em três tipos fundamentais: líquido/líquido;
típicas numa soldadura líquido/gás e líquido/sólido.
Reacções líquido/sólido As reacções líquido/sólido ocorrem entre o banho de fusão e o material base,
na zona de ligação. A participação do material base na formação da zona fundida
conduz ao conceito de diluição, definindo-se taxa de diluição como a razão
entre a área do material base que sofreu fusão e a área total da zona fundida
(expressa em percentagem), medidas numa secção transversal a uma junta
soldada (Fig. V.4).
S
s
s D= [%]
S
A taxa de diluição depende do processo e procedimento de soldadura, da Taxa de diluição numa junta
preparação da junta e das propriedades físicas do material. Por exemplo, pode soldada
variar de 0% (brasagem) até 100% (soldadura sem metal de adição, como por
exemplo a soldadura por resistência), podendo tomar valores de 10 a 20% para
a soldadura manual com eléctrodos revestidos, com e sem chanfro,
respectivamente.
O banho de fusão é constituído pela porção de material que, num dado instante
e no decurso da execução de uma soldadura, se encontra no estado líquido.
No caso mais geral de uma soldadura executada com deslocamento da fonte Solificação do banho de
de calor, o banho de fusão atinge rapidamente uma forma e dimensões fusão
estacionárias, deslocando-se uniformemente com a fonte de calor. A solidificação
progressiva do banho de fusão realiza o cordão de soldadura, assegurando a
continuidade metálica das peças a unir.
Estas zonas são observáveis na maioria das juntas soldadas. Contudo, existem
excepções inerentes ao processo (como sejam a soldadura topo a topo faiscante
em que, devido ao processo tecnológico utilizado, a zona fundida é totalmente
expelida), ou ao material de base (na soldadura do Ni não se observa ZTA dado
que este material não sofre transformações em fase sólida).
A zona fundida (zona 1), onde se observa fusão completa, é caracterizada por Zona fundida
variações de composição química importantes devidas às reacções entre o
material base, de adição e a atmosfera protectora.
A zona de ligação (2) é uma zona de fusão parcial, onde se atingem temperaturas Zona de ligação
situadas entre as temperaturas liquidus e solidus da liga; é caracterizada por
fenómenos de difusão, descarbonatação, formação de eutécticos ou, ainda,
M.T3.02 Ut.05
Zona termicamente A zona termicamente afectada (zona 3) é uma zona caracterizada por
afectada transformações no estado sólido. O tipo e extensão dessas transformações
leva a que se considerem frequentemente subzonas na ZTA.
CRESCIMENTO DE GRÃO
Orientação do crescimento A Fig. V.5 mostra que a solidificação se inicia de um lado e de outro do banho
do grão de fusão nos pontos N e N', isto é, em contacto com os cristais do material
base que permanecem no estado sólido. Como consequência, os grãos
resultantes da solidificação da zona fundida orientam-se sobre os grãos do
material base, isto é, a rede cristalina que constitui cada grão de solidificação
toma a mesma orientação do grão subjacente do material base, num crescimento
epitaxial.
Daí resulta, como mostra a Fig. V.8, que os limites de grão do material base se
prolonguem no material fundido através da zona de ligação; assim, após a
solidificação, a zona de ligação não tem existência real do ponto de vista de
orientação cristalina; ela marca somente o limite exterior da zona fundida.
Fig. V.9 - Macrografia de uma junta soldada obtida por soldadura oxiacetilénica
A partir da orientação pré-determinada pelos grãos do material de base na zona O grão cresce
de ligação, os grãos de solidificação vão desenvolver-se perpendicularmente às perpendicularmente
isotérmicas, por crescimento "competitivo", isto é, os grãos bem orientados às isotérmicas
relativamente às isotérmicas desenvolvem-se mais em detrimento daqueles cuja
orientação é mais desfavorável (Fig. V.10).
No caso de um banho de fusão num metal puro, o crescimento dos grãos pode
ser ilustrado pela Fig. V.11.
Direcção de crescimento
da dendrite
Isotérmica
SOLDADURA MULTIPASSE
Material isento de pontos de Numa soldadura com material de adição isento de ponto de transformação no
transformação no estado estado sólido como, por exemplo, cobre, alumínio, níquel, aço inoxidável
sólido austenítico, etc, o ciclo térmico de cada passe não modifica a estrutura do
M.T3.02 Ut.05
A regeneração estrutural de uma soldadura multipasse com material fundido Martelagem entre passes
sem ponto de transformação pode, no entanto, ser conseguida efectuando uma
martelagem entre passes. O material fundido encruado de um passe é
recristalizado pelo ciclo térmico do seguinte. Este procedimento apresenta
vantagens, permitindo melhorar as características mecânicas da zona fundida.
M.T3.02 Ut.05
RESUMO
M.T3.02 Ut.05
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
To = 20 °C
Tf = 1200 °C
ρc = 0,0044 Jg/dm3°C
t = 4,5 mm
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Aços não Ligados e de Baixa Liga
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.06
Metalurgia de Soldadura VI . 1
Guia do Formando
Aços não Ligados e de Baixa Liga IEFP · ISQ
INTRODUÇÃO
A soldabilidade destes aços é, em geral, muito boa. Trata-se dos aços mais
usados em construção soldada. Através do estudo particular dos diagramas
TTT, podem analisar-se os seus pontos principais de transformação, fases
presentes e as temperaturas de transição respectivas.
Um aço não ligado é o aço que deve as suas propriedades ao teor em carbono
e em cuja composição, além dos elementos como C, S, P, N e O, não existe
em nenhum outro elemento de liga em quantidade superior aos mínimos
indicados.
• Podem ter: alumínio, titânio, níquel, crómio, cobre, etc (em pequena
percentagem).
Silício
Silício No aço, o silício forma uma solução sólida com a ferrite, em teores que variam
entre 0,3% e 0,5%, aumentando um pouco a sua dureza bem como a resistência.
Pode existir sob a forma de inclusões, como acontece com os silicatos.
Manganês
Manganês Pode encontrar-se no aço, em solução sólida na ferrite, sob a forma de carboneto
associado à cementite, como inclusões de sulfuretos de manganês (MnS),
M.T3.02 Ut.06
Enxofre
Fósforo
Este elemento favorece o crescimento do grão, tal como ilustra a Fig. VI.1. Fósforo
Alumínio
Estanho
Outros elementos
Outros elementos Os outros elementos que normalmente podem surgir nos aços de baixa liga
são o titânio, vanádio, zircónio, crómio, os quais, contudo, pouco afectam as
propriedades dos aços carbono.
Gases
Gases O oxigénio, hidrogénio e azoto são introduzidos nos aços durante o seu fabrico.
Diminuem o alongamento e a resiliência e favorecem a fragilidade.
Inclusões
Inclusões São partículas de dimensões muito variáveis que podem oscilar entre alguns
milímetros e alguns micron e que derivam das escórias de afinação, do desgaste
dos materiais refractários dos fornos e dos produtos de adição final, aquando
da fabricação do aço.
Podem ser de carácter metálico (MnS, FeS) ou não metálico (óxidos e silicatos).
Microestrutura
As fracas percentagens dos elementos existentes num aço não ligado, para
além do carbono e do ferro, não conseguem modificar as estruturas de
solidificação que o aço apresenta, de acordo com o sistema de equilíbrio das
ligas ferro-carbono.
M.T3.02 Ut.06
Os aços não ligados podem ser constituídos por ferrite, ferrite e perlite, perlite,
ou perlite e cementite e, de uma forma geral, podem pertencer a cada um dos
três grupos seguintes:
Os aços de baixa liga são aços resistentes a quente. Neste tipo de aços,
nenhum dos elementos de liga atinge o teor de 5%, já que se trata de aços
fracamente ligados.
Para obter um determinado efeito, podem ser adicionados estes elementos, ou Aços de alta resistência
outro qualquer elemento de liga. Existe, contudo, um grupo especial de aços
que podem conter qualquer um destes elementos e ser vendidos como aço
carbono. Este grupo é conhecido por aços de baixa liga de alta resistência.
Os aços deste grupo são produzidos por forma a obedecerem, pelo menos, a
determinadas propriedades mecânicas mínimas. As suas composições
químicas, contudo, são deixadas ao critério dos produtores. As gamas e limites
dos seus elementos de liga podem ser negociados entre o produtor e o
consumidor, se necessário.
Problemas de soldabilidade Alguns dos problemas de soldadura mais comuns nestes aços são os seguintes:
dos aços de baixa liga
Porosidades: se surgirem poros em juntas soldadas, o problema pode ser
solucionado através da adição de desoxidantes, como o Al, Ti ou Mn, no material
de adição.
M.T3.02 Ut.06
RESUMO
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
M.T3.02 Ut.06
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Soldabilidade dos Aços Não - Ligados - Diagramas de Transformação ao Arrefecimento
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Formação da martensite
• Temperatura de pré-aquecimento
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.07
INTRODUÇÃO
A obtenção experimental destas curvas é feita a partir de amostras previamente Diagramas TTT-TI
austenitizadas, arrefecidas muito rapidamente até uma temperatura inferior a
Ac3 e mantidas a essa temperatura durante um determinado intervalo de tempo,
registando-se as transformações ocorridas.
900
AC3
AC1
700
F - Ferrite
500 C - Cementite
100
Os diagramas anteriormente referidos, isto é, os diagramas TTT, são Diagramas TTT -TAC
especialmente úteis na previsão das transformações em tratamentos térmicos
isotérmicos. Na prática, no entanto, aparecem frequentemente situações de
arrefecimento contínuo, pelo que se torna necessário elaborar diagramas de
transformação de fases nestas condições de arrefecimento.
M.T3.02 Ut.07
a) Composição química
b) Condições de austenitização
Composição química
De uma forma geral, a adição de elementos de liga desloca estas curvas para a Composição química
direita e para baixo, podendo ou não alterar a sua forma. Assim, elementos
como o silício, o cobre, o níquel e o manganês deslocam as curvas para a
direita, mas não alteram significativamente a sua forma.
Condições de austenitização
FORMAÇÃO DA MARTENSITE
Endurecimento Quando um aço é arrefecido, desde a fase austenítica com uma velocidade
de aços muito elevada, observa-se a formação de uma estrutura fora do equilíbrio,
denominada martensite. Esta estrutura forma-se sem qualquer variação de
composição química, isto é, sem difusão.
- Equação de Andrews
- Equação de Nuremberg
Mn Cr + Mo + V Ni + Cu
Ceq (%) = C + + + (VII.4)
6 5 15
M.T3.02 Ut.07
Dureza máxima sob cordão Do ponto de vista prático e dado que a dureza máxima é função da entrega
em função da entrega térmica, é comum representar a dureza máxima sob cordão (HVmax) versus
térmica entrega térmica (Fig. VII.6).
Maior percentagem de O valor de HVmáx depende essencialmente do teor em carbono que condiciona
carbono, maior a dureza da martensite, embora esta seja influenciada por outros elementos de
temperabilidade liga, como por exemplo, o manganês ou o silício. A expressão analítica anterior
não tem em conta a entrega térmica.
M.T3.02 Ut.07
Fig. VII.7 - Dureza sob cordão versus entrega térmica para dois aços (1 e 2)
com o mesmo teor em carbono e diferentes teores em elementos de liga
Fig. VII.8 - Variação de dureza máxima sob cordão versus entrega térmica
para dois aços, segundo a mesma especificação
M.T3.02 Ut.07
A dureza varia ao longo da A Fig.VII. 9 resume a evolução da dureza ao longo de uma junta soldada, numa
junta soldada liga com ponto de transformação no estado sólido, tal como acontece nos
aços, tendo em atenção o ciclo térmico e o tamanho de grão resultante.
(Sobreaquecimento)
(Temperatura de recristalização)
(Recuperação)
Dureza
Características mecânicas Do ponto de vista mecânico, a ZTA não possui as mesmas características do
na ZTA material de base deformado a frio. A dureza e as tensões de cedência e de
rotura diminuem enquanto o alongamento e a estricção aumentam. Nestas
circunstâncias, o conjunto apresentará características mecânicas mais próximas
das do material base no estado recozido. No entanto, o processo de soldadura
é importante nesta previsão. Assim, um processo de soldadura, em que a entrega
térmica seja elevada e o gradiente de temperatura baixo, conduzirá a uma ZTA
extensa e com alterações estruturais significativas, diminuindo, portanto, a
resistência mecânica da junta.
M.T3.02 Ut.07
TEMPERATURA DE PRÉ-AQUECIMENTO
Para uma determinada entrega térmica, quanto maior for a dimensão das peças,
maior será a velocidade de arrefecimento e o risco de têmpera. É, portanto,
possível definir para um dado tipo de aço uma espessura a partir da qual se
produz a têmpera (martensítica). Para tal, é necessário conjugar dois gráficos:
o primeiro, relacionando a entrega térmica e o tempo de arrefecimento entre
800° e 500°C, sendo o segundo o diagrama de arrefecimento contínuo
transformado. Esta situação é ilustrada na Fig. VII.10. Assim, conhecido o tipo
de aço e o diagrama de arrefecimento contínuo, é possível avaliar qual a
espessura limite para não ocorrer a têmpera martensítica.
Caso as condições específicas não permitam evitar a têmpera martensítica, é Pré-aquecimento evita o
possível ainda recorrer ao pré-aquecimento, para aumentar o tempo de efeito de têmpera
arrefecimento entre 800 e 500°C. A espessura que se refere anteriormente é a
chamada "espessura combinada" e representa a soma das espessuras a soldar.
M.T3.02 Ut.07
Já se referiu anteriormente que o aumento da entrega térmica diminui a velocidade Pingamento sem cuidados
de arrefecimento, o que pode ser benéfico no caso de peças com risco de origina fissuração
têmpera martensítica. Existem operações acessórias dos processos de
soldadura, como pingamentos ou escorvamentos do arco eléctrico, que são
feitos muitas vezes sem quaisquer cuidados especiais. Nestas situações, a
entrega térmica é baixa, podendo introduzir com alguma facilidade, a têmpera
local (e eventualmente a fissuração).
Se se impuser, por exemplo, uma dureza máxima sob cordão, pode utilizar-se
uma determinada entrega térmica na soldadura do aço sem pré-aquecimento
ou, em face de uma menor energia, recorrer ao pré-aquecimento.
M.T3.02 Ut.07
Efeitos de têmpera numa Um dos critérios a que se recorre frequentemente no sentido de avaliar uma
junta soldada junta soldada, é a dureza máxima sob cordão na zona termicamente afectada.
Para além dos aspectos típicos de cada liga, a fissuração a frio é a consequência
mais importante da operação de soldadura, estando relacionada com a dureza
máxima sob cordão. Por esta razão, é normal fazer-se, na qualificação de
processos e procedimentos de soldadura, um perfil da dureza, de forma a
determinar-se a dureza máxima tal como se ilustra na Fig. VII.14.
RESUMO
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
C = 1,3 %
Si = 0,4 %
Mn = 0,8 %
Cu = 0,2 %
M.T3.02 Ut.07
Tratamentos Térmicos
Aplicados aos Materiais
Base e às Juntas Soldadas
M.T3.02 UT.08
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Tratamentos Térmicos Aplicados aos Materiais Base e às Juntas Soldadas
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Recozimento
• Têmpera
• Revenido
• Temperabilidade
• Diagrama de temperabilidade
M.T3.02 Ut.08
• Ensaio de Jominy
• Tratamentos termoquímicos
• Tratamentos termomecânicos
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.08
INTRODUÇÃO
Designam-se por tratamentos dos aços as diversas acções a que estes são
submetidos com o fim de lhes melhorar as propriedades, em conformidade com
as exigências do trabalho que vão desempenhar.
Pode definir-se um tratamento térmico como sendo um processo no qual um Tratamento térmico
aço no estado sólido é submetido a um ou vários ciclos de arrefecimento, a fim
de lhes conferir determinadas propriedades que são adquiridas por alterações
estruturais relacionadas com fenómenos de mudança de fase, recristalização e
fusão.
RECOZIMENTO
Este tratamento pode-se definir-se como um aquecimento até uma temperatura Recozimento
determinada acima do ponto de transformação AC1, seguido de um arrefecimento
relativamente lento através do domínio de transformação perlítica Ar´.
M.T3.02 Ut.08
Tal como se indica na Fig. VIII.1, podem efectuar-se vários tipos de recozimentos,
cada um dos quais com objectivos bem determinados.
DIAGRAMA Fe-C
( Tratamento térmicos - intervalos de temperat. )
1400º Zona de sobreaquecimento dos aços 1200º
1100º
Lim
ite
sup
Zona de crescimento do grão eri
or
de
1000º Austenítico tem
per
atu
Austenítico ra p
ara
for
ja
A
900º A cm F e 3c
Ac Normalização A+ Austenite
Cementite2
3
Têmpera em òleo
Austenite Cementite2
cm
Ar
800º
Ferrite
Ar Têmpera de água
3 Austenite
Ferrite Ac1
F+A A1 Recozimento A1
700º
600º
Recozimento de redução de
tensões
F + Fe3C
500º
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,5 %C
Perllite Cementite2 Ferrite
Perlite coalescida
Ferrite
Ferrite Cementite
Obs.: A posição das linhas A1, A3 e Acm varia com o teor em Mn, Si, P e a das
linhas Ac e Ar varia também com a velocidade e com as propriedades do aço.
M.T3.02 Ut.08
Recozimento de normalização
Recozimento de amaciamento
Tem por finalidade dar ao aço a estrutura correspondente à dureza mínima, que Recozimento de
corresponde à presença de carbonetos globulares numa matriz ferrítica, obtendo- amaciamento
-se, assim, um material com melhor aptidão à deformação plástica.
Recozimento subcríticos
Recozimento subcríticos É um tipo de recozimento em que o aquecimento é levado até uma temperatura
abaixo da zona crítica (500 - 600 ºC), seguido de um arrefecimento a velocidade
conveniente. Pode ser aplicado com vários objectivos:
TÊMPERA
Têmpera A finalidade dos tratamentos de têmpera é dar origem a estruturas do tipo bainítico
ou martensítico, estruturas estas que conferem à peça características mecânicas
elevadas. Para que se obtenham os resultados pretendidos é necessário que a
peça seja arrefecida a uma velocidade igual ou superior à velocidade crítica de
têmpera, evitando-se, deste modo, a transformação da austenite no domínio
perlítico.
Velocidade crítica A velocidade crítica de têmpera é tanto menor quanto maior for o teor em carbono
de têmpera e a percentagem de elementos de liga (com excepção do cobalto); visto que,
tanto num como no outro caso, as curvas em S dos diagramas TTT se encontram
mais deslocadas para a direita, poderá mesmo vir a acontecer (caso dos aços
auto-temperantes) que um arrefecimento no ar calmo dê origem a estruturas
bainíticas ou martensíticas.
Têmpera martensítica
A têmpera é executada num meio arrefecedor que proporcione uma velocidade Têmpera martensítica
de arrefecimento superior à velocidade crítica de tempera. Obtém-se uma
estrutura martensítica que confere à peça a máxima dureza.
Na têmpera interrompida o mecanismo é semelhante, tendo como única diferença Têmpera interrompida
que o primeiro arrefecimento é feito em banho de óleo a uma temperatura um
pouco abaixo de MS, a que se seguirá um novo arrefecimento, em novo banho,
a uma temperatura mais baixa.
REVENIDO
Para os aços de baixa liga, caso ocorra austenite residual, verifica-se nesta
zona a sua transformação em bainite.
Nos aços não-ligados e muito macios, este revenido poderá dar origem a uma
certa fragilidade, razão pela qual se evitam fazer revenidos nesta zona de
temperaturas.
Acima de 500ºC
Tratamento sub-zero: utiliza-se nos aços destinados ao fabrico de instrumentos Tratamento sub-zero
de medida e tem por objectivo eliminar totalmente a austenite residual, com o
fim de se conseguir uma boa estabilidade dimensional. Consiste no abaixamento
da temperatura até cerca de 150ºC negativos, de modo a conseguir a
transformação total da austenite em martensite. Hoje em dia, regista-se a
preferêcia em efectuar dois revenidos consecutivos de modo a atingir os mesmos
objectivos.
Recozimento por aumento do tamanho de grão: tem um interesse especial Tratamento de recozimento
para os aços de muito baixa liga e tem como objectivo tornar mais fácil as por aumento de tamanho
operações de maquinagem, visto provocar a formação de apara descontínua. de grão
TEMPERABILIDADE
DIAGRAMA DE TEMPERABILIDADE
Diâmetro de arrefecimento
Diâmetro de arrefecimento Temperando nas mesmas condições uma série de provetes de diferentes
diâmetros de uma dada qualidade de aço, nota-se que, tratando-se de aços
não-ligados ou de baixa liga, a partir de determinado valor do diâmetro, o núcleo
fica sem ser temperado (Fig. VIII.3).
Dureza em HRC
Diâmetro em mm
Chama-se diâmetro crítico ao diâmetro de um provete a que corresponde, após Diâmetro crítico
têmpera, uma dureza de 45 HRC no eixo. Tal como se pode facilmente
compreender, o diâmetro crítico é função do meio arrefecedor utilizado, razão
pela qual Grossman introduziu o conceito de intensidade de têmpera (H) que
traduz, por meio de um valor numérico, o efeito da têmpera para cada um dos
meios de arrefecimento (Quadro VIII.1).
M e io d e T ê m p e r a
G ra u d e Banho
a g ita ç ã o Água
Ar Ó le o q u e n te a Água
S a lg a d a
180 C
N u la 0 ,0 2 0 , 2 5 - 0 ,3 0 0 ,2 0 - 0 ,2 5 0 , 9 - 1 ,0 2,0
F ra c a _ 0 , 3 0 - 0 ,3 5 _ 1 , 0 - 1 ,1 2 ,0 - 2 , 2
M o d e ra d a _ 0 , 3 5 - 0 ,4 0 _ 1 , 2 - 1 ,3 _
F o r te 0 ,0 5 0 , 5 0 - 0 ,8 0 _ 1 , 6 - 2 ,0 _
M u i to F o r te _ 0 , 8 0 - 1 .1 0 _ 4 ,0 5,0
Boa _ 0 , 4 0 - 0 ,5 0 _ 1 , 4 - 1 ,5 _
ENSAIO DE JOMINY
Ensaio de Jominy O ensaio de Jominy foi desenvolvido e, hoje em dia, é quase que um método
normalizado para determinar a temperabilidade. Tal como se pode ver na Fig.
VIII.5, o provete de ensaio é aquecido durante um período determinado e colocado
num aparelho que executa o arrefecimento de têmpera, utilizando um jacto de
água normalizado. O provete é arrefecido muito rapidamente no topo que recebe
o jacto de água e mais lentamente à medida que nos aproximamos do extremo
oposto.
Após o provete ter sido temperado, mede-se a dureza ao longo de uma geratriz
(ver Fig. VIII.6).
TemperaturaºC
Distância ao extremo
As curvas de Jominy permitem, ainda, a obtenção de várias outras informações Dados obtidos com o ensaio
de interesse, como o diâmetro crítico, a profundidade de têmpera (curvas em U) de Jominy
para secções redonda, quadrada, rectangular e camadas superficiais
endurecidas.
M.T3.02 Ut.08
Tratamento a metais não A maior parte dos metais não ferrosos não têm as transformações significativas
ferrosos que encontramos no sistema ferro-carbono e, por essa razão, o tratamento
térmico desses materiais não é tão relevante. Se excluirmos o endurecimento
obtido por precipitação, os metais não-ferrosos são tratados termicamente com
os seguintes objectivos:
Objectivos dos tratamentos • Obter uma estrutura uniforme (para eliminar estruturas diferentes entre o
núcleo e a superfície das peças).
• Aliviar tensões.
Príncipios de actuação dos No primeiro caso, o tratamento consiste em aquecer moderadamente a peça,
tratamentos mantendo depois a temperatura, de modo a favorecer a difusão e a possibilitar
uma homogeneização do material. No segundo caso, o tratamento é semelhante,
só que agora é feito a temperaturas relativamente baixas. No terceiro caso,
teremos que a temperatura a que o material deve ser aquecido depende do
próprio material, do grau de deformação a que foi submetido e do tempo destinado
à recristalização; cabe aqui recordar que, para que haja recristalização, é
necessário que o material tenha sido deformado plasticamente de uma certa
quantidade, sendo para além disso, a temperatura de recristalização mais baixa
se o material se encontrar mais deformado. A refinação do grão em metais não
ferrosos só pode ser conseguida à custa de uma recristalização.
TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Cementação
Carburantes líquidos: são compostos por banhos de sais. Utilizam-se para peças
de pequenas dimensões que necessitam de reduzida profundidade de
cementação (0,3 a 0,5mm).
Nitruração
Nos aços ao carbono, a dureza aumenta pouco com a nitruração, por isso as
peças a nitrurar são, na maioria, aços ligados (com alumínio, crómio, molibdénio)
cujos elementos, juntamente com o azoto, formam um nitrato de elevada dureza.
Nitruração gasosa:
Neste caso, inicia-se por decapar as peças antes do tratamento. Estas são,
então, colocadas num forno de mufla (ao abrigo do ar), através do qual se faz
passar amoníaco. Devido à temperatura do forno, que é cerca de 520ºC, o
amoníaco decompõe-se e liberta azoto, parte do qual se introduz na camada
superficial do aço.
Nitruração líquida:
Deve fazer-se uma chamada de atenção para o risco de inalação dos cianetos,
que causam a morte em poucos minutos. Para que tal não aconteça, os fornos
devem possuir extractores de gases de forte tiragem.
Carbonitruração
Este tratamento pode ser realizado a baixas temperaturas (até cerca de 720ºC).
Sulfinização
TRATAMENTOS TERMOMECÂNICOS
Propriedades mecânicas
No outro extremo, isto é, no caso dos aços mais fortemente ligados, é corrente
submeter os aços a grandes deformações no estado austenítico metastável,
antes da transformação para martensite. Este processo, designado ausforming
(enformação austenítica), permite obter elevados níveis de resistência, associados
a uma boa tenacidade e ductilidade.
M.T3.02 Ut.08
RESUMO
• Recozimento.
• Têmpera.
• Revenido.
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
M.T3.02 Ut.08
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ A Fissuração nos Aços
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Fissuração a frio
• Arrancamento lamelar
• Fissuração a quente
• Fissuração no reaquecimento
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.09
Metalurgia de Soldadura IX . 1
Guia do Formando
A Fissuração nos Aços IEFP · ISQ
INTRODUÇÃO
Os aços de alta liga e os aços de elevado teor em carbono são mais difíceis de
soldar, observando-se problemas de fissuração diversos.
FISSURAÇÃO A FRIO
Fissuração a frio Sob o ponto de vista de soldabilidade metalúrgica, a fissuração a frio constitui,
sem dúvida, uma das maiores dificuldades ocuridas na soldadura dos aços ao
carbono, carbono-manganês e de baixa liga.
M.T3.02 Ut.09
A fissuração a frio tem morfologia diversa, podendo ocorrer, essencialmente, de Morfologia de fissuração a frio
três formas, tal como se ilustra na Fig. IX.1. Desenvolve-se paralelamente ao
eixo longitudinal do cordão de soldadura, aparecendo geralmente na ZTA (Zona
Termicamente Afectada).
O hidrogénio introduzido durante o processo pode ter várias fontes: Causas do aparecimento do
hidrogénio
• Óxidos hidratados.
Medidas de redução do Com vista a reduzir o teor em hidrogénio, devem ser tomadas medidas por
hidrogénio forma a evitar ou reduzir ao máximo todos os aspectos atrás referidos, dos
quais se destacam a escolha adequada do processo de soldadura, dos
consumíveis e dos gases de protecção.
Mecanismo
Mecanismo da fissuração Durante a solidificação, o hidrogénio existente no banho vai ficar dissolvido na
estrutura do aço. Assim, durante o arrefecimento, a sua solubilidade na estrutura
vai diminuindo, podendo acontecer que esta fique saturada em H2. Por outro
lado, o hidrogénio, devido às altas temperaturas existentes, tem tendência a
dissociar-se em iões.
Por outro lado, a boa ductilidade apresentada por estes materiais permite diminuir
o nível de tensões residuais na ZTA. Contudo, convém reter que a selecção do
material de adição é um compromisso entre a necessidade de obter uma boa
resistência a baixo custo e uma boa soldabilidade.
Neste ensaio, duas placas, A e B, são fixadas através de parafusos e porcas, Ensaios CTS
cujo afastamento pode ser alterado através da colocação de uma anilha entre
chapas (Fig. IX.2).
Ensaio Tekken
Neste ensaio, unem-se duas chapas com preparação facial em Y, pré-soldadas Ensaio Tekken
nas extremidades. O afastamento destas determina o grau de constrangimento
na junta (Fig. IX.3).
Implantes
Na Fig. IX.4 apresenta-se uma curva, obtida para um aço de baixa liga.
ARRANCAMENTO LAMELAR
Os quatro principais factores susceptíveis de originar arrancamento lamelar Factores que originam o
são: arrancamento lamelar
• Chapas espessas.
M.T3.02 Ut.09
Modo de evitar o Este tipo de fissuração pode ser evitado, usando aços de boa ductilidade, como
arrancamento lamelar os tratados com Ce, que permitem obter inclusões de sulfuretos de forma
preferencialmente esférica, mesmo em aços laminados a quente.
A sua escolha pode também ser feita com recurso à quantificação de dois
parâmetros:
S< 0,007%
Ez > 25%
S< 0,01%
Ez > 15%
S< 0,02%
Ez > 8%
M.T3.02 Ut.09
FISSURAÇÃO A QUENTE
• Constrangimento.
Factores que originam a
fissuração a quente
• Forma da soldadura.
Mecanismo
Modo de aparecimento da Durante a solidificação de uma soldadura, o crescimento das dendrites dá-se a
fissuração a quente partir da linha de fusão, onde o arrefecimento é mais rápido.
O líquido que resta, à medida que a solidificação progride, vai ficando cada vez
mais rico em impurezas e elementos de liga, que lhe baixam o ponto de fusão,
se existirem grandes quantidades de impurezas, nomeadamente sulfuretos e
fosforetos de ferro. A solidificação ocorre de modo a que as dendrites se encontrem
a meio do cordão.
M.T3.02 Ut.09
• Adicionar manganês, pois o manganês tem maior afinidade para o enxofre Modo de evitar a fissuração a
e para o fósforo do que o ferro, formando-se sulfuretos e fosforetos de quente
manganês, que não têm baixo ponto de fusão.
Como se evita:
Ensaios de controlo da Existem numerosos métodos que permitem avaliar a sensibilidade à fissuração
fissuração a quente a quente dos materiais de base, adição e juntas soldadas.
• Deformação crítica.
Critérios de Avaliação:
• Reprodutibilidade.
• Elevada sensibilidade.
FISSURAÇÃO NO REAQUECIMENTO
• Um aquecimento muito rápido, que pode conduzir à sobreposição de tensões Causas da fissuração no
de origem térmica às tensões residuais existentes. reaquecimento
RESUMO
Nos aços não-ligados e de baixa liga surge, por vezes, o arrancamento lamelar.
A fim de evitar estes defeitos, devem ser utilizadas juntas que minimizem a
distribuição de tensões de tracção, no sentido da espessura do material. O
chamado amanteigamento das juntas é uma das formas de evitar este tipo
de fissuração.
A fissuração a quente dá-se quando se têm zonas que estão líquidas e sofrem
uma tracção sob o efeito de zonas que estão a arrefecer, isto é, que se encontram
no processo de solidificação. Estas tensões são demasiado elevadas para que
o líquido possa resistir, ocorrendo, então, a descoesão destas zonas.
M.T3.02 Ut.09
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
Corrosão
M.T2.02 UT.10
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Corrosão
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Tipos de corrosão
• Meios corrosivos
• Mecanismos da corrosão
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.10
Metalurgia de Soldadura X . 1
Guia do Formando
Corrosão IEFP · ISQ
INTRODUÇÃO
Corrosão A corrosão pode ser definida como sendo o resultado de reacções químicas e
electroquímicas, não desejáveis, sobre uma dada estrutura, afectando as
propriedades dos materiais.
TIPOS DE CORROSÃO
Tipos de corrosão Existem vários tipos de corrosão que ocorrem com alguma frequência nos
materiais. São eles os seguintes:
a) b)
MEIOS CORROSIVOS
• Temperatura.
• Humidade relativa.
Ensaios de corrosão
MECANISMOS DA CORROSÃO
O mecanismo químico: são reacções directas entre o material metálico ou Corrosão química
não metálico e o meio corrosivo, não havendo geração de corrente eléctrica.
Corrosão galvânica
Quando dois materiais metálicos com diferentes potenciais estão em contacto Tipos de corosão
na presença de um electrólito, surge uma diferença de potencial, isto é, há uma
transferência de electrões. Obtém-se, assim, a corrosão galvânica. Resulta da
junção de materiais metálicos diferentes num electrólito, havendo transferência
de carga de um para o outro, dado terem potenciais diferentes.
M.T3.02 Ut.10
Corrosão electrolítica
Corrosão microbiológica
Quando o metal é atacado a alta temperatura pelo hidrogénio, sob pressão, não
se formam quaisquer películas sobre a superfície. Como o hidrogénio é um forte
redutor, liga-se com o carbono e forma o metano que não se difunde. Este
exerce uma pressão elevada no interior do metal, originando a sua fissuração.
Após algum tempo, essa zona não pode suportar mais a carga aplicada, e
ocorre a fractura final repentina, de uma maneira frágil.
A corrosão sob tensão dá-se quando certos materiais são sujeitos a tensões
em meios corrosivos. As tensões que causam esta corrosão podem surgir das
operações de soldadura e deformação a frio, como a estampagem e dobramento.
O material tem normalmente um bom aspecto, até que ocorre a fractura, que
pode ser intergranular ou intragranular.
Apresentam-se, a seguir, para alguns materiais, os principais meios corrosivos Meio corrosivo / prevenção
bem como o tratamento preventivo da ocorrência desse fenómeno.
RESUMO
M.T3.02 Ut.10
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
1. Defina corrosão?
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Aços para Aplicações a Baixa Temperatura
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Temperatura de transição
• Aços recomendados
• Aplicações
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.12
INTRODUÇÃO
Características Os aços para aplicações a baixa temperatura são aços de baixa liga. Estes
aços têm o grão muito fino e são calmados ao ar (incluindo os 9% de níquel).
Os aços de baixa liga têm uma boa resistência mecânica garantida a baixa
temperatura. Apresentam boa soldabilidade.
No estudo dos aços que deverão suportar temperaturas mais baixas, como as
que ocorrem em equipamentos para transporte e conservação de gases líquidos
e que podem chegar a cerca de -250ºC (para o hidrogénio líquido), é importante
lembrar o fenómeno da temperatura de transição, ou seja, a temperatura a
partir da qual o material passa a ter fractura frágil e não dúctil.
TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO
Por outro lado, a temperaturas baixas tem-se uma mudança às vezes brusca
do comportamento do material, o qual passa da apresentação de fractura frágil
para fractura dúctil. A temperatura à qual ocorre esse fenómeno é chamada
temperatura de transição, como se pode ver na Fig. XII.1: Temperatura de transição
Fra
ctu
ra
Frá
gil
il
Dúct
tura
Frac
cm2] 2]
ao ao
choque [ Kg/cm
Resistência
Kg/
Resistência
choque [
Temperatura
Temperatura [ºC][ ºC ]
M.T3.02 Ut.12
AÇOS RECOMENDADOS
Temperaturas O aço com 2,5% de níquel é usado eventualmente até temperaturas mais
baixas do que o material referido anteriormente, correspondentes ao etileno
líquido (-130ºC). Este material deve ser normalizado a 870ºC e revenido a 620ºC.
APLICAÇÕES
RESUMO
M.T3.02 Ut.12
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Aços Resistentes à Fluência
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.13
INTRODUÇÃO
Fluência Entende-se por fluência a deformação constante do aço que fica submetido a
uma tensão, cujo valor é inferior ao limite elástico do material, a uma dada
temperatura. Após a deformação, surge normalmente a rotura.
Crómio
Uma parte do teor deste elemento é dissolvida na matriz do aço, enquanto que
a outra parte se combina com o carbono, formando carbonetos. Os carbonetos
de crómio aumentam a capacidade do material resistir às tensões de corte
bem como ao desgaste.
Molibdénio
Vanário
Devido ao processo de soldadura e a uma baixa ductilidade do material base, Arrancamento lamelar
este fenómeno de arrancamento lamelar resulta de tensões localizadas no sentido
da espessura, resultado da presença de inclusões não-metálicas alongadas e
alinhadas paralelamente à direcção de laminagem.
M.T3.02 Ut.13
Este defeito pode ser evitado, usando aço de boa ductilidade. O recurso ao pré-
-aquecimento pode também reduzir o aparecimento deste defeito.
A baixa tenacidade e coalescência de grão nas ZTA e na zona fundida pode ser
solucionada da seguinte forma:
M.T3.02 Ut.13
RESUMO
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
M.T3.02 Ut.13
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Aços Resistentes à Fluência
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.13
INTRODUÇÃO
Fluência Entende-se por fluência a deformação constante do aço que fica submetido a
uma tensão, cujo valor é inferior ao limite elástico do material, a uma dada
temperatura. Após a deformação, surge normalmente a rotura.
Crómio
Uma parte do teor deste elemento é dissolvida na matriz do aço, enquanto que
a outra parte se combina com o carbono, formando carbonetos. Os carbonetos
de crómio aumentam a capacidade do material resistir às tensões de corte
bem como ao desgaste.
Molibdénio
Vanário
Devido ao processo de soldadura e a uma baixa ductilidade do material base, Arrancamento lamelar
este fenómeno de arrancamento lamelar resulta de tensões localizadas no sentido
da espessura, resultado da presença de inclusões não-metálicas alongadas e
alinhadas paralelamente à direcção de laminagem.
M.T3.02 Ut.13
Este defeito pode ser evitado, usando aço de boa ductilidade. O recurso ao pré-
-aquecimento pode também reduzir o aparecimento deste defeito.
A baixa tenacidade e coalescência de grão nas ZTA e na zona fundida pode ser
solucionada da seguinte forma:
M.T3.02 Ut.13
RESUMO
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
M.T3.02 Ut.13
Aços Inoxidáveis
M.T2.02 UT.14
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Aços Inoxidáveis
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• O diagrama de Schaeffler
• O teor em ferrite
• Gases de protecção
• Tratamentos térmicos
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.14
INTRODUÇÃO
Os aços inoxidáveis são ligas ferrosas que têm uma importância relevante no
conjunto dos materiais aplicados em componentes industriais e que colocam
problemas específicos quanto à soldabilidade. Procura-se, nesta Unidade
Temática, fazer uma abordagem quanto às suas características principais e à
soldabilidade metalúrgica.
Elementos de liga dos aços Os aços inoxidáveis são ligas ferrosas com um teor em crómio entre 12 e 26%
inoxidáveis e até 22% em níquel, possuindo uma boa resistência à corrosão, devido ao
filme de óxido de crómio que se forma à superfície. No entanto, as ligas com
cerca de 5% de crómio possuem já uma razoável resistência à corrosão. A
adição de níquel confere-lhes um aumento de resistência à corrosão em meios
redutores levemente oxidantes e uma melhoria da soldabilidade.
Classificação • Aços inoxidáveis austeníticos: ligas Fe-Cr-Ni, não temperáveis com uma
estrutura austenítica.
• Aços inoxidáveis ferríticos: ligas Fe-Cr, não temperáveis com uma estrutura
ferrítica.
Elementos
Níquel, Alumínio, Molibdénio, Cobre, Tungsténio,
Elementos de adição principais
Titânio, Nióbio, Cobalto
Outros elementos de adição (a) Carbono, Silício, Manganês, Azoto
Impurezas Enxofre(b), Fósforo, Oxigénio
Os efeitos dos vários elementos de liga nas características dos aços inoxidáveis
são apresentados na tabela XIV.2:
E le m e n to E fe ito
C a rb o n o . E s ta b iliza a a u s te n ite
. D im in u i a re s is tê n c ia à c o rro s ã o in te rg ra n u la r
C ró m io . E s ta b iliza a fe rrite
. A u m e n ta a re s is tê n c ia à c o rro s ã o a a lta te m -
p e ra tu ra
N íq u e l . E s ta b iliza a a u s te n ite
. A u m e n ta a d u c tib ilid a d e e a re s is tê n c ia à c o r-
ro s ã o a a lta te m p e ra tu ra
A z o to . E s ta b iliza a A u s te n ite
. A u m e n ta a re s is tê n c ia m e c â n ic a
N ió b io /T itâ n io . E s ta b iliza a fe rrite
. A u m e n ta a re s is tê n c ia à flu ê n c ia
. A u m e n ta a re s is tê n c ia à c o rro s ã o in te rg ra n u la r
(N b C )
. A fin a o g rã o
M o lib d é n io . E s ta b iliza a fe rrite
. A u m e n ta a re s is tê n c ia a a lta te m p e ra tu ra
. A u m e n ta a re s is tê n c ia à c o rro s ã o
F ó s fo ro /E n x o fre . P ro m o v e a fis s u ra ç ã o a q u e n te
. D im in u i a re s is tê n c ia à c o rro s ã o
M anganês . E s ta b iliza a a u s te n ite
. A u m e n ta a re s is tê n c ia à fis s u ra ç ã o a q u e n te
Série 300 A série 300 é a mais importante. Abrange os aços com 16 a 25% de crómio e 6
a 22% de níquel.
Série 200 Na série 200, o níquel é parcialmente substituído pelo manganês. Neste grupo
incluem-se materiais com 6% de níquel e contendo até 15% de manganês.
• Aços inoxidáveis de baixo teor em carbono até 0,03%. São mais resistentes
do que os anteriores.
• Elevada soldabilidade que permite, na maior parte dos casos, realizar, sem
pré-aquecimento, soldaduras sãs, as quais podem ser postas em serviço
sem tratamento térmico após soldadura e têm propriedades perfeitamente
equivalentes às do material de base.
Os aços inoxidáveis ferríticos são aços magnéticos, de estrutura basicamente Aços inoxidáveis ferríticos e
ferrítica, nos quais o crómio é o principal elemento de liga (12 a 30%), sendo o semi-ferríticos
teor em carbono inferior a 0,1%.
Temperatura ºC
Temperatura ºF
Cr (%)
Temperatura ºC
Temperatura ºF
Cr (%)
1500
δ + Liq δ + Liq
1400
Ac δ
1300
1200
Temperatura (ºC )
γ Cr0(%)
1100
∝+γ C =0.25% C = 0.40%
1000
900
800
Ac3 Ferrite ∝
700
600
13% 23% 27%
500
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Cr (%)
Para soldar este tipo de aços, devem utilizar-se eléctrodos com baixo teor em
hidrogénio.
O DIAGRAMA DE SCHAEFFLER
O diagrama mais divulgado com esta finalidade é o de Schaeffler, que se baseia Diagrama de Schaeffler
num facto simples. Cada elemento tem uma influência específica na ferrite ou
na austenite. Deste modo, consoante o balanço destes elementos, assim se
poderão prever domínios de fase após o arrefecimento. Aos dois elementos
principais Cr e Ni são adicionados os teores em outros elementos afectados de
um factor empírico que pese na estabilidade dos parâmetros equivalentes.
A fórmula de cálculo dos dois parâmetros é simples e traduz-se por: Cálculo do crómio
e níquel equivalente
Níquel equivalente (Ni) = %Ni + 30 x %C + 0,5 x %Mn (XIV.1)
%d =3[(Cr)-0,93(Ni)-6,7] ( XIV.3)
M.T3.02 Ut.14
Áreas do diagrama Assim, na zona superior do diagrama, há apenas uma única fase - austenite.
de Schaeffler
Nesta zona, pode ocorrer fissuração a quente, não sendo, portanto, aconselhável
escolhê-la.
De Long propôs um outro diagrama em que teve em conta este elemento (Fig. Diagrama de De Long
XIV.6). e o efeito do azoto
Crómio equivalente % Cr + % Mo + 1,5 x % Si
+ 0,5 x % Nb
O TEOR EM FERRITE
GASES DE PROTECÇÃO
Gases de protecção mais Para soldar aço inoxidável com processos que envolvem protecção gasosa,
utilizados utiliza-se gás inerte, árgon ou hélio. As misturas são usualmente constituídas
por 98 a 99% de gás inerte e 1 a 2% de oxigénio. O dióxido de carbono é um
gás que não é utilizado na protecção de aços inoxidáveis, pois há o risco de
combinação do crómio com o carbono, o que origina carbonetos de crómio que
precipitam, provocando um empobrecimento de crómio no aço e reduzindo,
consequentemente, a resistência do material à corrosão.
Processos de soldadura Os aços inoxidáveis podem ser soldados, utilizando qualquer processo de
aplicáveis aos aços soldadura por arco eléctrico. Nas tabelas que se seguem, apresentam-se as
inoxidáveis composições do metal depositado, obtidas ao soldar aços austeníticos com
diversos consumíveis normalizados. As referências aos consumíveis são
referentes às normas AWS.
M.T3.02 Ut.14
E307 0.04-0.14 18.0-21.5 9.0-10.7 0.5-1.5 …… 3.3-4.75 0.90 0.04 0.03 0.75
E308 0.08 18.0-21.0 9.0-11.0 0.75 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E308H 0.04-0.08 18.0-21.0 9.0-11.0 0.75 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E308L 0.04 18.0-21.0 9.0-11.0 0.75 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E308Mo 0.08 18.0-21.0 9.0-12.0 2.0-3.0 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E308Mol 0.04 18.0-21.0 9.0-12.0 2.0-3.0 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E309 0.15 22.0-25.0 12.0-14.0 0.75 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E309L 0.04 22.0-25.0 12.0-14.0 0.75 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E309Cb 0.12 22.0-25.0 12.0-14.0 0.75 0.70-1.00 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E309Mo 0.12 22.0-25.0 12.0-14.0 2.0-3.0 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E310 0.08-0.20 25.0-28.0 20.0-22.5 0.75 …… 0.5-2.5 0.75 0.03 0.03 0.75
E310H 0.35-0.45 25.0-28.0 20.0-22.5 0.75 …… 0.5-2.5 0.75 0.03 0.03 0.75
E310Cb 0.12 25.0-28.0 20.0-22.0 0.75 0.70-1.00 0.5-2.5 0.75 0.03 0.03 0.75
E310Mo 0.12 25.0-28.0 20.0-22.0 2.0-3.0 …… 0.5-2.5 0.75 0.03 0.03 0.75
E312 0.15 28.0-32.0 8.0-10.5 0.75 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E316 0.08 17.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E316H 0.04-0.08 17.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E316L 0.04 17.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E317 0.08 18.0-21.0 12.0-14.0 3.0-4.0 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E317L 0.04 18.0-21.0 12.0-14.0 3.0-4.0 …… 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
6 xCmín
E318 0.08 17.0-20.0 11.0-14.0 2.0-2.5 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
p/1.00máx
8 xCmín
E320 0.07 19.0-21.0 32.0-36.0 2.0-3.0 0.5-2.5 0.60 0.04 0.03 3.0-4.0
p/1.00máx
8 xCmín
E320LR(b) 0.035 19.0-21.0 32.0-36.0 2.0-3.0 1.50-2.50 0.30 0.020 0.015 3.0-4.0
p/0.40máx
E330 0.18-0.25 14.0-17.0 33.0-37.0 0.75 …… 1.0-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E330H 0.35-0.45 14.0-17.0 33.0-37.0 0.75 …… 1.0-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
8 xCmín
E347 0.08 18.0-21.0 9.0-11.0 0.75 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
p/0.40máx
E349(c,d) 0.13 18.0-21.0 8.0-10.0 0.35-0.65 0.75-1.2 0.5-2.5 0.90 0.04 0.03 0.75
E16-8-2 0.1 14.5-16.5 7.5-9.5 1.0-2.0 …… 0.5-2.5 0.60 0.03 0.03 0.75
(a) Sufixo - 15: eléctrodos são classificados com corrente contínua. Sufixo - 16: eléctrodos
são classificados com corrente alterna e contínua. Os eléctrodos até 5/32 in. inclusive são
utilizáveis em todas as posições. Os eléctrodos de 5/16 in e maiores são utilizáveis apenas
nas posições ao baixo e horizontal (cornija). (b) O teor em carbono deve ser arredondado
ao centésimo mais próximo; em relação a E320LR, deve arredondar-se ao milésimo mais
próximo. (c) Titânio, 0.15% máx. (d) Tungsténio, 1.25 a 1.75%.
Fonte: AWS A5.4
Todas as percentagens são máximas, a menos que seja indicada outra situação; o total dos
outros elementos, excepto o ferro, não excede os 0,50%.
E307T-X 0.13 18.0-20.5 9.0-10.5 0.5-1.5 ….. 3.3-4.75 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E308T-X 0.08 18.0-21.0 9.0-11.0 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E308LT-X (a) ….. 18.0-21.0 9.0-11.0 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E308MoT-X 0.08 18.0-21.0 9.0-12.0 2.0-3.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E308MoLT-X (a) ….. 18.0-21.0 9.0-12.0 2.0-3.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E309T-X 0.10 22.0-25.0 12.0-14.0 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E309CbLT-X (a) ….. 22.0-25.0 12.0-14.0 0.5 0.70-1.00 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E309LT-X (a) ….. 22.0-25.0 12.0-14.0 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E310T-X 0.20 25.0-28.0 20.0-22.5 0.5 ….. 1.0-2.5 1.0 0.03 0.03 rem 0.5
E312T-X 0.15 28.0-32.0 8.0-10.5 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E316T-X 0.08 17.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E316LT-X (a) ….. 17.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E317LT-X (a) ….. 18.0-21.0 12.0-14.0 3.0-4.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
8 x C min
E347T-X 0.08 18.0-21.0 9.0-11.0 0.5 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
p/1.0 min
E307T-3 0.13 19.5-22.0 9.0-10.5 0.5-1.5 ….. 3.3-4.75 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E308T-3 0.08 19.5-22.0 9.0-11.0 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E308LT-3 0.03 19.5-22.0 9.0-11.0 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E308Mot-3 0.08 18.0-21.0 9.0-12.0 2.0-3.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E308MoLT-3 0.03 18.0-21.0 9.0-12.0 2.0-3.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E309T-3 0.10 23.0-25.5 12.0-14.0 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E309LT-3 0.03 23.0-25.5 12.0-14.0 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E309CbLT-3 0.03 23.0-25.5 12.0-14.0 0.5 0.70-1.00 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E310T-3 0.2 25.0-28.0 20.0-22.5 0.5 ….. 1.0-2.5 1.0 0.03 0.03 rem 0.5
E312T-3 0.15 28.0-32.0 8.0-10.5 0.5 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E316T-3 0.08 18.0-20.5 11.0-14.0 2.0-3.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E316LT-3 0.03 18.0-20.5 11.0-14.0 2.0-3.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
E317LT-3 0.03 18.5-21.0 13.0-15.0 3.0-4.0 ….. 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
8 x C min
E347T-3 0.08 19.0-11.0 9.0-11.0 0.5 0.5-2.5 1.0 0.04 0.03 rem 0.5
p/1.0 min
EXXXT-G (b) ….. ….. ….. ….. ….. ….. ….. ….. ….. …..
(a) Carbono máx. 0.04% quando X é igual a 1; 0,03% máx. quando X é igual a 2.
Todas as percentagens são máximas, a menos que seja indicada outra situação; o total dos
outros elementos, excepto o ferro, não excede 0,50%; X indica a classificação que cobre a
designação de protecção para as categorias 1 e 2.
AWS
C(b) Cr Ni Mo Nb+Ta Mn Si P S Cu
Classificação (a)
ER209 [a.b] 0.05 20.5-24.0 9.5-12.0 1.5-3.0 ….. 4.0-7.0 0.90 0.03 0.10-0.30 0.75
ER218 0.10 16.0-18.0 8.0-9.0 0.75 ….. 7.0-9.0 3.5-4.5 0.03 0.08-0.18 0.75
ER219 0.05 19.0-21.5 5.5-7.0 0.75 ….. 8.0-10.0 1.00 0.03 0.10-0.30 0.75
ER240 0.05 17.0-19.0 4.0-6.0 0.75 ….. 10.5-13.5 1.00 0.03 0.10-0.20 0.75
ER307 0.04-0.14 19.5-22.0 8.0-10.7 0.5-1.5 ….. 3.3-4.75 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER308 [b] 0.08 19.5-22.0 9.0-11.0 0.75 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER308H 0.04-0.08 19.5-22.0 9.0-11.0 0.75 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER308L [b] 0.03 19.5-22.0 9.0-11.0 0.75 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER308Mo 0.08 18.0-21.0 9.0-12.0 2.0-3.0 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER308MoL 0.04 18.0-21.0 9.0-12.0 2.0-3.0 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER309 [c] 0.12 23.0-25.0 12.0-14.0 0.75 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER309L 0.03 23.0-25.0 12.0-14.0 0.75 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER312 0.15 28.0-32.0 8.0-10.5 0.75 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER316 [b] 0.08 18.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER316H 0.04-0.08 18.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER316L [b] 0.03 18.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER317 0.08 18.0-20.0 13.0-15.0 3.0-4.0 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
ER317L 0.03 18.0-20.0 13.0-15.0 3.0-4.0 ….. 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
8 x C min
ER318 0.08 18.0-20.0 11.0-14.0 2.0-3.0 1.0-2.5 0.30-0.65 0.03 ….. 0.75
p/ 1.0 máx
8 x C min
ER320LR [c] 0.025 19.0-21.0 32.0-36.0 2.0-3.0 1.5-2.0 1.5-2.0 0.015 ….. 3.0-4.0
p/ 0.40 máx
ER321 [d] 0.08 18.5-20.5 9.0-10.5 0.75 ….. 1.0-2.5 1.0-2.5 0.03 ….. 0.75
ER330 0.18-0.25 15.0-17.0 34.0-37.0 0.75 ….. 1.0-2.5 1.0-2.5 0.03 ….. 0.75
ER347 [b] 0.08 19.0-21.5 9.0-11.0 0.75 1.0-1.4 1.0-2.5 1.0-2.5 0.03 ….. 0.75
ER349 [e] 0.07-0.13 19.0-21.5 8.0-9.5 0.35-0.65 1.0-2.5 1.0-2.5 0.03 ….. 0.75
ER16-8-2 0.10 14.5-16.5 7.5-9.5 1.0-2.0 ….. 1.0-2.5 1.0-2.5 0.03 ….. 0.75
(a) Vanádio 0.10 a 0.30%. (b) Disponível com 0.65 a 1.00% Si. O fabricante deve ponderar
cuidadosamente a utilização de metais de adição com alto teor em silício em estruturas austeníticas
fortemente constrangidas. (c) Carbono, quase 0.01%; E320LR, quase 0.005%; (d) Titânio, 9 x
C min a 1.0 máx.; (e) Titânio 0.10 a 0.30%; tungsténio 1.25 a 1.75%.
Fonte: AWS A5.9
Todas as percentagens são máximas, a menos que seja indicada outra situação; o total dos
outros elementos, excepto o ferro, não excede os 0,50%.
TRATAMENTO TÉRMICO
Para não se correr o risco de formação da fase sigma, nos aços inoxidáveis
ferríticos nunca se deverão submeter aços deste tipo a tratamentos térmicos
na gama de temperaturas 550 - 850°C, nem mesmo na gama dos 400 - 500°C,
pois são sensíveis à chamada "fragilização a 475°C".
Fase sigma Na realidade, em aços inoxidáveis ferríticos com teores em Cr> 20%, pode
ocorrer, a temperaturas entre os 550°C e os 850°C, a formação de uma fase
FeCr (fase sigma) muito dura e muito frágil. O aparecimento desta fase em
soldadura é pouco vulgar, já que o tempo necessário para a sua formação é
relativamente longo.
RESUMO
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
Ni = 14 %
Cr = 18 %
Mo = 2 %
M.T3.02 Ut.14
Ferros Fundidos
M.T2.02 UT.15
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Ferros Fundidos
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.15
Metalurgia de Soldadura XV . 1
Guia do Formando
Ferros Fundidos IEFP · ISQ
INTRODUÇÃO
Os ferros fundidos dividem-se em dois grupos, através da linha que passa pelo
ponto eutéctico do diagrama ferro-carbono. À esquerda dessa linha, situam-se
os ferros fundidos hipoeutécticos e à direita os ferros fundidos denominados
hipereutécticos, conforme se pode ver através da análise do diagrama simplificado
ferro-carbono da Fig. XV.1:
º C 1600
1000
600
200
0 1 2 3 4 5 6 %C
Hipoeutécticos Hipereutécnicos
Ferros fundidos
São materiais cujo carbono se encontra na forma de grafite (mais de 87% do Características
carbono total). Para que a grafite se forme, a velocidade de arrefecimento tem
de ser muito lenta ou, então, têm de existir na liga elementos que impeçam a
formação da cementite, tais como: silício, manganês, enxofre ou o fósforo.
Propriedades mecânicas
Propriedades mecânicas
Consumíveis
Soldadura oxiacetilénica
Os materiais de adição usados com este processo deverão garantir uma boa
maquinabilidade, originar depósitos duros e elevar a resistência mecânica da
junta.
RESUMO
M.T3.02 Ut.15
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Alumínio e suas Ligas
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Propriedade do alumínio
• Ligas de alumínio
• Soldabilidade
• Tipos de juntas
• Aplicações
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.16
INTRODUÇÃO
O alumínio é um metal muito leve, pouco denso e muito dúctil e, como tal, é
bastante importante na construção aeronáutica. Como é fortemente redutor
(oxida-se ao ar), forma, assim, uma fina camada de alumina que o protege
contra a corrosão, não sendo afectado por água destilada, óleos e ácido nítrico.
PROPRIEDADES DO ALUMÍNIO
• É um metal leve.
• É pouco duro.
LIGAS DE ALUMÍNIO
Os principais elementos com que o alumínio forma ligas são: o silício, o Elementos de liga
magnésio, o manganês e o cobre.
A figura XVI.1 indica, de uma forma genérica, as ligas que se formam a partir da
solidificação de uma liga binária de alumínio e outro elemento.
À esquerda da linha AB, existe apenas uma solução sólida (α) de alumínio e do
elemento de liga.
Estas ligas são constituídas por uma solução sólida e uma pequena percentagem
do elemento de liga que vai constituir uma segunda fase. As suas características
são idênticas às ligas do caso anterior. Neste caso, o endurecimento faz-se por
tratamento térmico, aquecendo a uma temperatura superior à linha AB e
provocando o aparecimento de uma única fase (solução sólida). Posteriormente,
é feito um tratamento térmico de envelhecimento.
Classes das ligas de alumínio As ligas de alumínio dividem-se em classes de acordo com a composição
química. Essas classes identificam-se através de uma composição de quatro
números:
SOLDABILIDADE
Fissuração a quente
A fissuração a quente ocorre normalmente no cordão de soldadura, embora, por Fissuração a quente
vezes, possa também surgir na ZTA adjacente à linha de fusão e é,
fundamentalmente, provocada pelas tensões de origem térmica que surgem
durante o arrefecimento da zona de soldadura.
Porém, o facto de alguns dos metais de adição terem uma carga de rotura
inferior à do metal de base tem levado à procura de novos tipos de metais de
adição capazes de igualar as características do metal de base, mesmo que
isso seja conseguido à custa de um tratamento térmico pós-soldadura.
Amaciamento da ZTA
A elevada resistência à tracção de certas ligas leves como, por exemplo, Al-
-Mg-Si e Al-Mg-Zn, é conseguida à custa de um tratamento térmico que lhes
provoca um endurecimento por precipitação. A soldadura vai fazer com que na
ZTA os precipitados vão coalescer exageradamente ou mesmo entrar em solução,
o que se vai traduzir num amaciamento dessa zona, devendo, por isso, para
minimizar este efeito, utilizar apenas processos de baixa e localizada entrega
térmica (por exemplo: a soldadura por pontos).
A soldadura com eléctrodos revestidos tem uma utilização cada vez mais
reduzida.
M.T3.02 Ut.16
TIPOS DE JUNTAS
J u n t a t o p o a t o p o d e b o r d o s d ir e it o s
c o m c o b r e j u n t a a m o víve l . C o b r e - ju n t a
t e m p o rá ria
J u n t a t o p o a t o p o d e b o rd o s d ire it o s
J u n t a t o p o a t o p o c o m c h a n fr o e m V .
J u n t a t o p o a t o p o c o m c h a n fr o e m V .
Ju n ta to p o a to p o c o m c h a n fr o e m V
o u X.
J u n t a t o p o a t o p o c o m c h a n fr o e m V
e c o b r e - j u n t a a m o víve l . C o b r e ju n t a
t e m p o rá ria .
J u n t a t o p o a t o p o d e b o r d o s d ir e it o s
com c o b r e - ju n t a p r e vi a m e n t e em
a l u m ín i o . C o b r e - j u n t a p e r m a n e n t e .
J u n t a t o p o a t o p o d e b o r d o s d ir e it o s
c o m c o b re -ju n t a p e rm a n e n t e . C o b re -
j u n t a p e r m a n e n t e e m a l u m ín i o .
↓
↑ ↓
3t (min) t↑
t
↓
↓
↑ ↓
↑t
2t (min) t↑
2t + 1/8 (min)
2t (min)
Gases de protecção
APLICAÇÕES
Para além das ligas referidas, o alumínio entra também como elemento de
adição principal na constituição das chamadas ligas ultra-leves, cujo elemento
base é o magnésio.
M.T3.02 Ut.16
RESUMO
M.T3.02 Ut.16
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Cobre e suas Ligas
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Propriedades do cobre
• Processos de soldadura
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.17
INTRODUÇÃO
PROPRIEDADES DO COBRE
O cobre forma ligas com muitos elementos, nomeadamente o estanho, zinco, Características dos
alumínio, berílio, silício e níquel. As ligas mais importantes são os bronzes e os bronzes e latões
latões. Os bronzes são ligas binárias de cobre e estanho. São também
designadas por bronzes as ligas de cobre com o alumínio, o silício, o berílio,
etc. Nestes casos, são identificadas como: ligas bronze-alumínio, bronze-silício,
bronze-manganês, etc. Os latões são ligas de cobre e zinco.
• São mais tenazes e menos duras, o que as torna mais aptas para o trabalho
mecânico.
Estas ligas binárias só têm interesse industrial se tiverem entre 5 e 25% de Ligas Cu-Sn
estanho, caso contrário as suas características mecânicas são desfavoráveis.
ºC
1000
797
800
600 α
400
α+δ
0
Cu 8 16 % Sun
• Até 13% de Sn têm só uma fase, formando uma solução sólida de estanho
no cobre, chamada fase α. A estrutura cristalina é formada por uma malha
cúbica de faces centradas. Tem elevada maleabilidade, tanto a quente, como
a frio.
σR HB ∈%
σR
22 150
28
21 HB - Dureza Brinell
130
20 24
19 110 σR - Tensão de rotura
20
18 90 ∈%
16
17
70 ∈% - Alongamento
16 HB 12
15 50
8
14
30
13 4
12 10
4 8 12 18 20% Sn
• Os bronzes com mais de 13% de Sn, como possuem elevada dureza e são
frágeis, só são deformáveis a quente.
M.T3.02 Ut.17
Bronzes comuns
• Bronzes duros - Correspondem às ligas bifásicas até 17% de Sn. Aplicam- Bronzes duros
-se na fabricação de casquilhos, placas de escorregamento, e de uma
maneira geral, em peças sujeitas a forte atrito.
• Bronzes extra-duros - São bronzes com elevada percentagem de estanho, Bronzes extra-duros
superior a 20%. Aplicam-se na fabricação de instrumentos musicais, devido
à sua sonoridade, como é o caso de sinos e sinetas.
Bronzes fosforosos
Bronzes especiais
Bronzes de silício • Bronzes de silício - São ligas de cobre e silício, cuja percentagem deste
ultimo elemento varia entre 0,02 e 30%. As ligas mais conhecidas têm 3 a
4% de Si, e apresentam elevada tenacidade e resistência à rotura. Usam-
-se na fundição de peças de forma complicada.
Bronzes especiais • Outros bronzes especiais - Existe uma grande variedade de bronzes
especiais, como os bronzes de manganês, bronzes de berílio e os bronzes
completamente formados por níquel, alumínio e manganês.
Latões
Ligas Cu-Zn Os latões são ligas binárias de cobre e zinco, às quais se juntam outros
elementos para melhorar as suas características.
Influência do zinco O diagrama binário da Fig. XVII.3 representa a solidificação deste tipo de ligas:
ºC A
1083
1000 905º
D
B C
800
600
α
453º
m
400
200
100 90 80 70 60% Cu
0 10 20 30 40%Zn
• As ligas com percentagens de zinco até 39% solidificam numa só fase (α).
Têm elevada ductilidade e estrutura cristalina com malha cúbica de faces
centradas.
• As ligas com percentagens de zinco entre 39% e 55% têm duas fases, α e
β, sendo esta última uma solução sólida, mais dura e resistente, que a fase
α, mas mais dúctil.
Classificação de latões
Latões comuns
• Os latões α têm uma percentagem de zinco entre 5 e 35%. Até 20% de Latões α
Zn tem côr avermelhada, formando a amarela a partir deste valor.
• Os latões α+β têm uma percentagem de zinco entre 36 e 42%. São Latões α + β
menos dúcteis do que os latões α, pelo que não podem ser forjados a
frio.
Latões especiais
São ligas terciárias: têm cobre, zinco e mais um elemento que pode ser o
alumínio, o níquel, chumbo ou outros.
Latões complexos • Latões complexos: Os latões complexos têm mais do que um elemento
de liga e revelam elevada resistência à corrosão. Esses elementos podem
ser o manganês, ferro, chumbo e o alumínio.
Problemas de soldabilidade
Algumas ligas de cobre são endurecidas por deformação a frio. O ciclo térmico
de soldadura destrói este endurecimento na ZTA, tornando-a macia e menos
resistente.
PROCESSOS DE SOLDADURA
Soldadura oxiacetilénica
Pode mesmo ocorrer fusão do material de adição, sem que haja fusão do material
base. Prevendo estes problemas, deve fazer-se um pré-aquecimento de forma
a difundir o hidrogénio, reduzindo-se, assim, a probabilidade de ocorrência de
porosidades.
Soldadura TIG
Esta soldadura pode usar-se no cobre desde que a protecção gasosa seja
seca e pura. Assim, evita-se a formação de poros ou óxidos no metal fundido.
Soldadura MIG
M.T3.02 Ut.17
RESUMO
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
M.T3.02 Ut.17
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Níquel e suas Ligas
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Cupro-Níqueis
• Liga 625
• Liga 825
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.18
Guia do Formando
Níquel e suas Ligas IEFP · ISQ
INTRODUÇÃO
Elementos de liga O níquel pode ser endurecido por soluções sólidas com outros elementos como
o Al, Cr, Co, Cu, Fe, Mo, Ti e V.
As ligas Ni-Fe-Cr são usadas para resistirem à corrosão e oxidação, tendo boa
soldabilidade.
As ligas Ni-Mo são usadas pelas suas boas propriedades a altas temperaturas,
apresentando boa soldabilidade.
• De uma forma geral, é desejável que estas ligas sejam soldadas no estado
recozido.
Soldabilidade
A soldadura por eléctrodos revestidos também pode ser utilizada, bem como a
soldadura TIG e MIG.
É uma liga constituída por 2/3Ni-1/3Cu. Tem boa ductilidade e propriedades Propriedades
mecânicas até 480ºC e uma excelente resistência a meios corrosivos. Boa
resistência à acção da água do mar.
Podem ser soldadas por SER, MIG, TIG e SAS. Geralmente, não precisam de
tratamento térmico após soldadura, pois não são susceptíveis a endurecimento,
nem a fragilização.
M.T3.02 Ut.18
Guia do Formando
Níquel e suas Ligas IEFP · ISQ
Aplicações industriais
• Indústria nuclear
• Indústria química
• Indústria petroquímica
• Indústria metalúrgica
• Construção naval
Formas de evitar os A principal dificuldade, conforme vimos, nas soldaduras de níquel e suas ligas
problemas de soldabilidade são as porosidades e a tendência para a fissuração a quente. Para evitá-las, é
necessário tomar as seguintes precauções:
Propriedades Com esta liga também se pode utilizar a soldadura TIG e MIG .
CUPRO-NÍQUEIS
• 90%Cu 10%Ni
• 80%Cu 20%Ni
• 70%Cu 30%Ni
M.T3.02 Ut.18
Para que estas ligas resistam melhor à corrosão, fazem-se adições de Fe (0,5-
2,0%) e de Mn (0,5-1,5%).
Principais condições
• Construção naval.
• Indústria alimentar.
Soldabilidade
É conhecida a nível internacional como "Inconel 600". É composta por Ni e Cr, Propriedades
tendo carácter inoxidável. Apresenta óptimas propriedades mecânicas e é
resistente à corrosão a elevadas temperaturas. É muito utilizada na indústria
química como liga refractária.
Guia do Formando
Níquel e suas Ligas IEFP · ISQ
Aplicações
• Energia nuclear.
• Indústria de tintas.
• Permutadores de calor.
• Juntas em pipelines.
Soldabilidade
LIGA 625
Aplicações
Soldabilidade
Pode ser soldada, sem tratamento térmico após soldadura, com materiais de
adição específicos, sem problemas de fissuração a quente.
LIGA 825
Esta liga, conhecida por "INCOLOY 825", é uma liga de Ni-Cr-Fe-Mo-Cu. Tem
boa resistência à oxidação e à corrosão sob tensão.
Soldabilidade
Pode ser soldada com SER, SAS, MIG, TIG, sem o risco de endurecer a ZTA,
não sendo necessário tratamento térmico após soldadura.
Estas ligas têm boa resistência à corrosão e oxidação, bem como excelentes
propriedades mecânicas a alta temperatura.
Soldabilidade
Como todas as ligas de Ni, as superfícies nas zonas a ligar e adjacentes devem
ser secas. Os chanfros devem ter 60 e 75º.
Para os processos TIG, MIG, SER, SAS e SOA, deve soldar-se sempre na
posição horizontal. Em ligas com Al e/ou Ti devem eliminar-se os óxidos
refractários entre as passagens de soldadura.
Usar sempre uma baixa entrega térmica, pois pode provocar fissuração a quente
e corrosão nas ZTA.
M.T3.02 Ut.18
Guia do Formando
Níquel e suas Ligas IEFP · ISQ
RESUMO
M.T3.02 Ut.18
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
Guia do Formando
IEFP · ISQ Outros Metais
Outros Metais
M.T2.02 UT.19
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Outros Metais
OBJECTIVOS
TEMAS
• Introdução
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.19
INTRODUÇÃO
Os diversos metais já referidos nas outras unidades têm propriedades que variam
consoante os elementos de liga adicionados. A sua soldabilidade varia em função
das suas propriedades, bem como dos processos de soldadura utilizados.
• Elementos estabilizantes do Tiβ Cr, Nb, Co, Fe, Mn, Mo, Ni, Si e H2.
Soldabilidade
Como este elemento reage com o oxigénio formando óxidos, surgem alguns
problemas de soldabilidade. Os mais importantes são: fragilização devido à
absorção de gases e formação de porosidades. No primeiro caso, se o metal
fundido for contaminado por azoto ou oxigénio, aumenta a sua resistência
mecânica e dureza. Reduz, contudo, a ductilidade e a condutividade térmica.
Processos de soldadura
Soldadura TIG
Soldadura MIG
Pode soldar-se titânio por laser, se a protecção gasosa por árgon de tal forma
que permita o arrefecimento da soldadura, fora do contacto com a atmosfera. A
soldadura por feixe de electrões é preferível à laser, pois tem baixa entrega
térmica, o que implica uma ZTA mínima.
M.T3.02 Ut.19
Tal como o alumínio, o magnésio forma um óxido refractário que fica retido na
superfície do metal fundido. Como tal, a limpeza mecânica das peças a unir é
essencial.
O zinco está, contudo, sempre presente na maior parte das ligas de magnésio.
Quando o seu teor é menor que 2%, não prejudica a soldadura. Mas, para
concentrações superiores (4 e 6%), aumenta a susceptibilidade à fissuração
na solidificação.
Processos de soldadura
Soldadura Oxiacetilénica
Não é aplicada.
O chumbo tem fraca afinidade pelo oxigénio. É um elemento intermédio entre o Propriedades
cobre e o ferro.
O estanho também forma ligas com o chumbo, sobretudo ligas para soldadura
a baixa temperatura e brasagem a baixa temperatura (200ºC).
Soldabilidade
Soldadura Oxiacetilénica
Soldabilidade
Tanto o tântalo como as suas ligas são facilmente soldáveis pelos mesmos
processos que os utilizados para a soldadura do titânio.
O elevado ponto de fusão do tântalo pode dar origem à sua contaminação metálica
se os posicionadores contactarem com o tântalo demasiado próximo da junta a
soldar. Se isto ocorrer, os posicionadores de cobre, ligas de níquel ou aço
podem fundir e ligarem-se ao tântalo. Nos casos em que os posicionadores
tenham de estar próximo da junta, devem utilizar-se posicionadores de
molibdénio.
O posicionador não deve ser de grafite, uma vez que esta irá reagir com o
tântalo, dando origem a carbonetos.
Zircónio
Ligas de zircónio
A maioria dos elementos de liga apresenta uma solubilidade sólida quase ilimitada
no zircónio. Acima desse limite de solubilidade, eles existem como compostos
intermetálicos numa matriz alfa.
Soldabilidade
Tanto o zircónio como as suas ligas são facilmente soldáveis pelos mesmos
processos que o titânio.
RESUMO
O titânio é muito dúctil e com grande afinidade para o oxigénio e tem duas
formas alotrópicas. Na soldadura do titânio e suas ligas, surgem problemas de
soldabilidade que são devidos, principalmente; à fragilização por absorção de
gás e ao aparecimento de porosidades.
M.T3.02 Ut.19
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
Soldabilidade de
Juntas Compostas por
Materiais Dissimilares
M.T2.02 UT.20
Metalurgia de Soldadura
Guia do Formando
IEFP · ISQ Soldabilidade de Juntas Compostas por Materiais Dissimilares
OBJECTIVOS
• Prever estruturas resultantes de uma liga com uma dada taxa de diluição,
através do diagrama de Schaeffler.
TEMAS
• Introdução
• Taxa de diluição
• Problemas metalúrgicos
• Resumo
• Actividades / Avaliação
M.T3.02 Ut.20
Metalurgia de Soldadura XX . 1
Guia do Formando
Soldabilidade de Juntas Compostas por Materiais Dissimilares IEFP · ISQ
INTRODUÇÃO
Muitas vezes, pelos mais diversos motivos, é necessário soldar entre si duas
peças metalurgicamente diferentes, ou duas peças de materiais similares com
material de enchimento (eléctrodo) dissimilar. Os problemas fundamentais nestes
casos são: as diferenças de propriedades físicas dos materiais que podem
causar problemas durante a soldadura ou durante o uso e a formação de fases
e zonas frágeis, devido à composição química oriunda da fusão e difusão.
TAXA DE DILUIÇÃO
Podem soldar-se aço inoxidável com aço carbono, cerâmicos com metais, aços
Juntas dissimilares inoxidáveis com cobres, e até plásticos. As juntas destes materiais podem ser
de vários tipos, assim como o material de adição pode ser diferente, por isso se
chamam juntas dissimilares.
Tipos de juntas • Cladding de aços não ligados ou de baixa liga (protecção contra a corrosão
de um material por outro).
A deposição superficial sobre aços não ligados ou de baixa liga com materiais
de adição austeníticos, para além de conferir maior resistência à corrosão, tem
uma mais fácil execução.
PROBLEMAS METALÚRGICOS
Numa ligação heterogénea, existem três zonas distintas que se situam entre o
material de base (não afectado) e a zona fundida.
A previsão das estruturas da zona afectada pela diluição pode recorrer a qualquer
dos métodos analíticos ou gráficos como, por exemplo, o diagrama de Schaeffler,
tal como ilustra a Fig. XX.1:
RESUMO
M.T3.02 Ut.20
ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
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CADENET, J.J DE; CASTRO, R., Mètallurgie du Soudage des Aciers Inoxidables
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DUREN, P., "Comportement lors du Soudage sur Chantier des Nouveux Aciers
pour Tubes de Gros Diametre", Rapport de l'usine de tube Mannesmann 1977.
Metalurgia de Soldadura B . 1
Guia do Formando
Bibliografia IEFP · ISQ
ION J., K. Easterling and M. Ashby, Acta Metall., 32, 11, 1949 (1984).
Iron and Steel Institute, High Strength Steels, Special Report Nº 76, 1962. Zackay,
V.F. (ed). High Strength Materials, John Wiley, Nova Iorque, 1965. Iron and Steel
Institute, Strong Tough Structural Steels, Pub. 104, 1967. Iron and Steel Institute,
Deformation under Hor Working Conditions, Pub. 108, 1968.
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B . 2 Metalurgia de Soldadura
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Metalurgia de Soldadura B . 3
Guia do Formando