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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Apelação Cível Nº 1.0024.09.503361-9/002

<CABBCABCCBAADBCBCBCABBCCACDBAACBABCAA
DDABCAAD>
EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS – AÇÃO REIVINDICATÓRIA –
PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA – VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ – INOCORRÊNCIA –
REJEIÇÃO – PROPRIEDADE DO IMÓVEL REIVINDICADO –
IDENTIFICAÇÃO INEQUÍVOCA – HIPOTECA CONSIGNADA À MARGEM
DE SEU REGISTRO – AÇÃO ANULATÓRIA EM CURSO –
IRRELEVÂNCIA – CONTRATOS DE ALUGUEL – CONTRATAÇÃO APÓS
ADJUDICAÇÃO DO BEM E VENCIMENTO CONSTATADO – POSSE
ILEGAL – RECONHECIMENTO – DESOCUPAÇÃO NECESSÁRIA –
DILAÇÃO DE PRAZO PARA DESOCUPAÇÃO – INOVAÇÃO RECURSAL
– DESCABIMENTO – SENTENÇA CONFIRMADA – RECURSOS NÃO
PROVIDOS.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0024.09.503361-9/002 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - 1º APELANTE: NÚCLEO DE
ARTE E DANÇA FLORESTA LTDA. - 2º APELANTE: CÉLIO LUIZ SANTOS E OUTRO(A)(S) - APELADO(A)(S):
ESTADO DE MINAS GERAIS

AC Ó R D ÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 5ª CÂMARA CÍVEL do


Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata
dos julgamentos, em REJEITAR A PRELIMINAR E NEGAR PROVIMENTO
A AMBOS OS APELOS.

DES. BARROS LEVENHAGEN


RELATOR.

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Apelação Cível Nº 1.0024.09.503361-9/002

DES. BARROS LEVENHAGEN (RELATOR)

VOTO

Trata-se de RECURSOS DE APELAÇÃO interpostos


em face da sentença proferida pela MMª. Juíza de Direito Maria Luíza
Santana Assunção às fls. 159/161-TJ, e declarada às fls. 198/199-TJ,
que, nos autos da AÇÃO REIVINDICATÓRIA ajuizada pelo ESTADO DE
MINAS GERAIS em face de NÚCLEO DE ARTE E DANÇA FLORESTA
E OUTROS, julgou procedentes os pedidos exordiais, condenando “os
réus a restituírem ao autor o imóvel descrito na inicial, livre e
desembaraçado”, condenando os requeridos solidariamente no
pagamento das custas processuais, observada a gratuidade judiciária
conferida em favor de NÚCLEO DE ARTE E DANÇA FLORESTA LTDA.

Inconformada e pugnando pela sua reforma, sustenta


a primeira ré, NÚCLEO DE ARTE E DANÇA FLORESTA LTDA,
preliminarmente, a caracterização da nulidade da sentença primeva,
em razão da violação do Princípio da Identidade Física do Juiz,
devendo “o processo ser saneado para que o Juiz titular sentencie nos
autos, sob pena de prejuízo aos direitos das partes”.

Meritoriamente, sustenta que “há discussão acerca da


propriedade do bem, o que demonstra que de fato o Estado nem
sequer pode afirmar ser parte legítima para figurar nesta demanda
como reivindicante da posse”, sendo que “a própria adjudicação está
sendo discutida nos autos do processo 1.0024.04.286335-7/001”.
Pleiteia, assim, a suspensão do processo, “para que se confirme
inclusive a legitimidade do recorrido para requerer a posse do referido
imóvel”. Sucessivamente, “requer seja estipulado prazo não inferior a
12 (doze) meses para desocupação do imóvel”. (fls. 173/180-TJ).

CÉLIO LUIZ SANTOS BRASILEIRO, por sua vez,


manejou seu apelo às fls. 200/218-TJ, ressaltando que a adjudicação
que ensejou a aquisição da propriedade do imóvel objeto da lide pelo
Estado de Minas Gerais ainda se encontra ‘sub judice’, ensejando,
destarte, o descabimento do pleito autoral. Ressalta, ainda, sua boa-fé
no exercício da posse do bem reivindicado, baseando-se esta em
contrato de locação celebrado anteriormente ao manejo da presente
ação.

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Contrarrazões, pelo desprovimento dos recursos,


refutando as alegações dos recorrentes (fls. 238/243 e 244/253-TJ).

A d. Procuradoria-Geral de Justiça manifestou-se às


fls. 262.

É o relatório.

PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA

A prefacial de nulidade da sentença, invocada pela


primeira apelante, ao fundamento de que os autos foram distribuídos a
Juiz que não teria participado da instrução do feito, não procede.

Vê-se que, num esforço de defesa para sustentar seu


intento, a recorrente cita precedentes que, por óbvio, não abraçam sua
tese, já que não dizem respeito ao caso vertente, dispondo o art. 132,
do CPC, que “o juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência
julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por
qualquer motivo, promovido aposentado, casos em que passará os
autos ao seu sucessor”.

O Princípio da Vinculação do Magistrado ao Processo,


ou da Identidade Física do Juiz, no Direito Processual Civil Brasileiro,
tem base nas regras insertas no supramencionado dispositivo legal,
sendo certo que a identidade física do julgador, ou sua vinculação ao
processo, somente ocorre quando ele realiza a instrução e colhe prova
oral em audiência, concluindo a instrução.

Na presente hipótese, o julgamento se baseou


exclusivamente em prova documental, não havendo, destarte, que se
falar em inobservância ao Princípio da Identidade Física do Juiz.

A propósito:

Processo nº 1.0024.08.238732-5/001

Numeração única: 2387325-16.2008.8.13.0024

Relator: Des.(a) Armando Freire

Data de Julgamento: 30/11/2010

Data da publicação da súmula: 11/02/2011

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - PRELIMINAR -


NULIDADE DA SENTENÇA - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO
DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ - EXCEÇÃO - ARTIGO
132 DO CPC - AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO PRESIDIDA
PELO JUIZ TITULAR - AUSÊNCIA DE PRODUÇÃO DE
PROVA ORAL - PRELIMINAR REJEITADA – (...). -
Conforme dispõe o artigo 132, do CPC, o juiz, titular ou
substituto que concluir a audiência julgará a lide, salvo nos
casos elencados nesta mesma norma processual. Conforme
precedentes dos Tribunais Pátrios, apenas nos casos em
que produzida prova oral em audiência de instrução e
julgamento pelo magistrado originário é que resta
configurada violação ao princípio da identidade física do
Juiz.”
Rejeito, pois, a prefacial.

MÉRITO

‘Circa meritum causae’, melhor sorte não assiste aos


recorrentes, não merecendo reparo a bem lançada sentença primeva.

Exsurge de ambos os apelos se pautarem os ora


recorrentes, em suma, sobre a legalidade de sua ocupação,
resguardada por contrato de locação devidamente formalizado, bem
como sobre a alegação de que a pretensão autoral se apresenta
prejudicada pelo fato de ainda se encontrar em tramitação Ação
Anulatória, em sede da qual se discute a adjudicação procedida em
favor do ora demandante

Sem razão, contudo, os apelantes.

Ressai inequívoca a propriedade do imóvel em litígio


em favor do Estado de Minas Gerais, pois, como cediço, a aquisição da
propriedade imóvel, dentre outras formas, se dá pelo registro do título
translativo no Registro de imóveis (art. 1.245 do Código Civil). Trata-se
de tradição solene que não prescinde da formalidade perante o cartório
de imóveis, como exige o art. 108 do Código Civil.

Neste sentido, o escólio de Nelson Rosenvald, ‘in


verbis’:

“Em linhas gerais, o direito pátrio perfilhou o sistema


romano. Sem registro não se adquire, ‘inter vivos’, a
propriedade de bem imóvel (art. 1.245, CC). Não basta o
título para gerar efeito translativo (‘v.g.’, escritura pública,

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instrumento particular, carta de sentença e formal de


partilha). O ‘titulus adquirendi’ simplesmente serve de
‘causa’, pois nosso sistema jurídico, diversamente do
francês, não reconhece força translativa aos contratos. É
fundamental a intervenção estatal, realizada pelo oficial do
Cartório Imobiliário.” (‘in’ , “Direitos Reais”, 2ª ed., Editora
Impetus, p. 43)
Sendo assim, da análise da certidão apresentada às
fls. 11/20-TJ, restou evidenciada a concretização, em 07/05/2002, do
registro do imóvel em litígio em nome do Estado de Minas Gerais.

Impende reconhecer, por oportuno, a irrelevância da


superveniente consignação de hipoteca judicial à margem do registro
do referido bem, decorrente de débito de sua antiga proprietária, dela
não decorrendo qualquer óbice à propriedade atribuída ao Estado de
Minas Gerais.

Da mesma forma, irrelevante se apresenta a noticiada


tramitação de Ação Anulatória, em sede da qual se discute a validade
dos atos praticados no processo em que se dera a adjudicação em
favor do Ente Estadual, visto que, além de inexistir naqueles autos
qualquer decisão que obste o exercício da propriedade, ‘v.g.’, ordem de
antecipação dos efeitos da tutela, a questão trata, na realidade, de
inovação recursal.

Por outro lado, ambos os contratos de locação nos


quais figuram os demandados como locatários (fls. 93/97 e 235/237-
TJ), firmados, respectivamente, em 07/06/2005 e 31/07/2006, foram
formalizados após a aquisição da propriedade pelo Estado de Minas
Gerais, encontrando-se, inclusive, há muito expirado seu prazo de
validade.

Destarte, patente se apresenta a ilegalidade da


ocupação exercida pelos réus, asseverando-se imperativa a ratificação
dos termos da sentença primeva.

Registre-se, finalmente, o descabimento da dilação de


prazo para a desocupação do imóvel em questão, pois, além deste
pleito caracterizar, novamente, inovação recursal, cuja apreciação se
encontra fulminada pela preclusão lógica e temporal, havendo a ação
em testilha sido manejada em 2009, e proferida em 2012 a sentença
ora recorrida, não há que se falar, por óbvio, em falta de tempo hábil
para que as partes providenciassem novo local para sua instalação.

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Com estas considerações, NEGO PROVIMENTO A


AMBOS OS APELOS, ratificando a sentença primeva, por seus próprios
e jurídicos fundamentos.

Custas, “ex lege”.

DES. VERSIANI PENNA (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a).

DESA. ÁUREA BRASIL - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "REJEITARAM A PRELIMINAR SUSCITADA E NEGARAM


PROVIMENTO A AMBOS OS APELOS"

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