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Resumo Kalecki

Determinantes das decisões de investir


É importante ressaltar que o autor apontar para o fato de que a taxa de juros de curto
prazo sofre constantes flutuações. No entanto a taxa de juros de longo prazo, que é a que mais
interessa para o investimento, é relativamente estável ao longo dos ciclos. Portanto, a taxa de
juros não apresentará considerável influência sobre o ciclo econômico.
Kalecki dá ênfase à relação entre o tamanho das firmas e a acumulação interna de
capital (poupança) e a capacidade delas de realizarem investimento. A acumulação interna de
capital é de extrema importância para a realização de investimento por parte das firmas, tanto
porque flexibiliza (ou não) o montante de recursos que a firma consegue obter emprestado para
financiar o investimento; quanto pelo fato de reduzir o risco crescente, que é a relação entre a
dívida e o capital da empresa (capacidade de autofinanciamento).

Equação de Investimento em Capital Fixo


É dada por: Ft+r = Dt = aSt + b ∆Pt/∆t – c ∆Kt/∆t + d
A defasagem t+r reflete o tempo de reação entre as variáveis que afetam as decisões de
investir e a tomada de decisão dos investidores. Reflete também a diferença entre o tempo da
tomada de decisões e a ampliação do estoque de capital fixo.
St é o proxy de acumulação interna das firmas (fração da poupança bruta das mesmas).
A decisão de investimento (Dt) é afetada positivamente por St, visto que esta pode expandir os
limites impostos pelos mercados de capitais e pelo risco crescente.
O coeficiente a é a sensibilidade-poupança das decisões de investir. O valor de a tende a
ser menor que 1, pois a firma evita investir/obter financiamento além da sua capacidade de
honrar seus compromissos, além de esbarrar na restrição dos mercados da firma. Nesse caso,
a<1. Por outro lado, a pode refletir impacto positivo da própria poupança na credibilidade de
investidores, facilitando a captação de recursos externos afetando posicionamento as decisões de
investimento. Nesse caso, a>1.
∆Pt/∆ é a taxa de modificação da taxa de lucro. Aumento nos lucros gera maior atração
para projetos de investimento, o que torna esta variável diretamente proporcional às decisões de
investimento.
B é o coeficiente que reflete a sensibilidade-lucro do investimento.
∆Kt/∆t é a taxa de variação do estoque de capital fixo da firma. Quanto maior o
montante de capital fixo, menor será o lucro, visto que a taxa de lucros da firma é dada por
(P/K). Logo, a decisão de investimento é inversamente proporcional a taxa de modificação do
estoque de capital.
C indica o grau de utilização (Y/Yp) da firma. Se a taxa de estoque de capital fixo
aumenta, o produto potencial (Yp) aumenta, fazendo cair o grau de utilização. Se os lucros
aumentam, aumenta Y, fazendo crescer o grau de utilização. C tende a ser pequeno, pois a taxa
de estoque costuma ser maior que a de investimento líquido.
É dito, portanto, que o investimento possui um efeito dual: afeta a demanda
imediatamente (efeito demanda no CP) e afeta a oferta no futuro (efeito capacidade no LP).
O efeito demanda ocorre porque quando o investimento é feito gera um impacto positivo na
demanda efetiva. Esta, por sua vez, tem um impacto positivo no lucro, que gera um novo
aumento no investimento. No entanto, quando o capital novo entra em operação (∆kt/∆t) após o
investimento feito, o produto potencial aumenta fazendo cair o grau de utilização e
consequentemente impactando negativamente as novas decisões de investimento. Este é o efeito
capacidade.
Há ainda d, uma constante que reflete o componente autônomo do investimento
associado aos fatores de desenvolvimento, como a inovação tecnológica. O processo de
inovação deprecia o capital fixo, estimulando o investimento.

Ciclo econômico puro


A equação geral do ciclo, que nos ajuda a entendê-lo, é dada por:

a it  w
(10) it   it  
1 c t
Esta equação é obtida ao ser assumido que I=S, e expressa a relação, com um hiato temporal,
entre o investimento em capital fixo, de um lado, e a poupança, a taxa de modificação dos lucros
e a taxa de modificação no estoque de capital em equipamento de outro
 it é o investimento líquido, dado pelo investimento total menos a depreciação:
(7.1)it  I t  
 O termo µ é usado para resumir:

 1  b e 
      
 1  q  1  c 1   

 O termo a/(1+c).it captura a influência da relação entre poupança corrente (a) e


ampliação da capacidade produtiva [1/(1+c)].
 O termo μ = 1/(1 – q).[b′ + e/(1 – α′)]. ∆It–ω/∆t captura a influência da taxa de
modificação dos lucros [b′/(1 – q)] e da produção [e/(1 – q)(1 – α′)] sobre as decisões
de investimento
O ciclo, portanto, depende dos valores dos dois grupos de coeficientes supracitados, e dialoga
com o próprio efeito dual do investimento. Este efeito dual é dividido em: efeito demanda e
efeito capacidade. O efeito demanda ocorre porque quando o investimento é feito gera um
impacto positivo na demanda efetiva. Esta, por sua vez, tem um impacto positivo no lucro, que
gera um novo aumento no investimento. No entanto, quando o capital novo entra em operação
(∆kt/∆t) após o investimento feito, o produto potencial aumenta fazendo cair o grau de
utilização e consequentemente impactando negativamente as novas decisões de investimento.
Este é o efeito capacidade. O modelo de ciclo econômico puro é caracterizado por 4 fases:
Expansão, recessão, depressão e recuperação.
Partindo da região imediatamente à esquerda do ponto A até o próprio ponto A, a economia se
encontra em fase de recuperação, it<0 à esquerda de A, ponto em que investimento se iguala à
depreciação, fazendo com que it seja igual a 0. Neste ponto, então, a/(1+c).it será nulo e μΔit-w
> 0, fazendo it+ϴ>0. Portanto, nesta fase há estímulo positivo através do efeito demanda,
acompanhado também pela atuação do efeito capacidade, visto que com uma queda no produto
potencial o grau de utilização aumenta.
Ultrapassando “A” de baixo para cima, a economia entra em período de Expansão. O
investimento líquido passa a ser positivo, estimulando a demanda. No entanto, as adições
positivas ao estoque de capital fixo farão com que o nível de I cresça à taxas cada vez menores.
Depois de i ter se tornado positivo, o problema de sua continua elevação depende dos valor dos
coeficientes a/(1+c) e de μ. Há, portanto duas alternativas: a) que os coeficientes a/(1+c) e de μ
são tais que a elevação do investimento afinal se detém no ponto C; ou b) que a elevação
continua até que as atividades econômicas chegem a um nível onde um aumento adicionado nao
seja permitido por escassez da capacidade produtiva existente ou da mão de obra disponível
(noção de teto para Kalecki).
Após esta fase, temos o período de recessão (à direita de D e à esquerda de A’). Nesta fase, o
estímulo em relação à demanda passa a ser negativo, bem como o efeito capacidade. Isso leva a
um constante processo de queda no nível de investimento até que it volte a ser nulo
(investimento=depreciação) no ponto A’.
A direita de A´’ a economia se encontra em Depressão até que atinja o fundo em C’. Nesta fase,
o estímulo a demanda continua negativo, mas, gradativamente, pela existência da própria
depreciação em relação ao capital fixo, a capacidade ociosa começa a cair, aumentando o grau
de utilização através do efeito capacidade. Ao atingir o fundo ocorre nova reversão e o
investimento passa novamente a estimular a demanda, entrando novamente na fase de
recuperação e dando início a um novo ciclo.

Noções de Teto e de Fundo


O modelo do ciclo baseia-se na suposição de que os coeficientes a/1+c e µ são de molde a
provocar a detenção automática da elevação do investimento na fase de prosperidade e a
detenção da queda do investimento na fase de depressão. Caso contrário, a elevação do
investimento na fase de prosperidade só seria detida em um cenário de escassez de equipamento
ou mão de obra. Depois que a elevação da taxa de investimento se detiver e o nível das
atividades econômicas tiver se mantido por algum tempo nesse teto, o mecanismo do ciclo
econômico começa a operar. Os investimentos começam a cair devido ao aumento do estoque
de capital em equipamento e também, provavelmente, devido ao reinvestimento incompleto da
poupança. É o mecanismo básico de ajuste do ciclo atuando. Na depressão, o investimento bruto
cai até chegar a 0, quando a fase da depressão começa a se tornar mais lenta. Contudo, não
existe um limite análogo para o desinvestimento em estoques. Assim, quando o investimento
bruto em capital fixo chega ao nível zero, a fase de depressão pode tornar-se mais lenta, mas
não deter-se, uma vez que o desinvestimento em estoques pode ganhar impulso. O fundo é
muito mais impreciso que o teto, no entanto existe, e quando alcançado é revertido pelo mesmo
mecanismo básico que atua no caso do teto.
A ideia central de Kalecki sobre o movimento cíclico de uma economia capitalista pode ser
sintetizada pela bem conhecida referência ao papel contraditório do processo de investimento ao
gerar, de um lado, estímulos dinâmicos através da Demanda efetiva e, de outro, na criação de
nova capacidade produtiva que terá de ser, de algum modo, ocupada a seguir sob pena de
dificultar o crescimento daquele mesmo impulso inicial. Ou seja, um efeito dual e defasado
sobre demanda efetiva e sobre capacidade produtiva. A conjunção de ambos efeitos num padrão
temporal necessariamente assimétrico, dá lugar a um mecanismo que tende a gerar
endogenamente flutuações no nível de atividade econômica.

Resumo Keynes
Segundo Keynes, as decisões de investir dependem fundamentalmente da relação entre
eficiência marginal do capital (EMgK) e taxa de juros. Nos dois conceitos estão implícitas as
expectativas dos agentes. Um portfólio de um agente, para Keynes, divide-se entre aplicação em
títulos e retenção de moeda. A eficiência marginal depende das avaliações dos capitalistas a
respeito do fluxo esperado de rendimento de um ativo de capital, comparado com o preço de
oferta de tal ativo, preço este que bastaria para induzir a produção de uma nova unidade do bem
de capital (ou custo de reposição). A avaliação do rendimento esperado do bem de capital ao
longo de sua vida útil, por sua vez, depende, fundamentalmente, de 3 fatores: expectativas de
longo prazo dos agentes, convenções e taxa de juros.
O grau de expectativa futura não depende apenas do prognóstico mais provável, mas
também da confiança com a qual o fazemos. As ELP são formadas por um conjunto de fatos
existentes que são conhecidos (como capacidade de utilização, preço, mercado e concorrência) e
uma outra parte de eventos futuros que podem ser previstos com maior ou menor grau de
confiança. Seria insensato atribuir grande importância a tópicos que para nós são muito incertos.
Por essa razão os fatos atuais desempenham um papel que podemos julgar desproporcional na
formação de nossas expectativas a LP. O método expectacional consiste em considerar a
situação atual e depois projetá-la para um futuro.
Não existe, portanto, base científica para o cálculo probabilístico. Por este motivo, na
visão de Keynes, os agentes recorrem à convenção para dar suporte às ELP. Tais convenções
são a forma encontrada para lidar com a incerteza sem eliminá-las. Devido ao fato de essas
convenções serem baseadas nas decisões normalmente tomadas pela maioria dos agentes, as
expectativas que nela se baseiam podem se tornar autorrealizáveis. Esse tipo de comportamento
convencional não elimina a incerteza, mas ancora por algum tempo as decisões, dando
estabilidade ao sistema e o tornando apenas potencialmente instável.
Há ainda a taxa de juros que, para Keynes, é o preço pago para que valha a pena abrir
mão da liquidez da moeda para que seja feito um investimento. É o chamado prêmio pela
liquidez. Isto porque, segundo ele, o entesouramento é possível devido ao fato de a moeda
possuir reserva de valor frente à incerteza quanto à variação de valor dos demais ativos.
Quando a confiança nas expectativas é fraca, a EMgK normalmente também tende a
cair, e a retenção de moeda, motivada por tal pessimismo, tende a elevar a taxa de juros. Há uma
sequência nesse processo. O que desencadeia a mudança na composição do portfólio é a queda
da confiança, em geral associada a uma quebra de convenção. Portanto, para Keynes a grande
flutuação do investimento ao longo do tempo não é surpreendente, pois as decisões de investir
se baseiam em fatores que não são seguros ou adequados: a propensão a entesourar e a futura
rentabilidade pelos ativos de capital esperada.

Relação entre os modelos de Kalecki e de Keynes


É interessante notar que os modelos de ambos os autores se complementam de certo
modo, e permitem uma melhor compreensão da dinâmica capitalista, que é caracterizada em
Kalecki por fases cíclicas com certa regularidade, que podem se romper dando lugar à
instabilidade e às crises. É enriquecedor aplicar ao modelo de ciclos de Kalecki os conceitos de
grau de confiança e convenção presentes em Keynes.
Kalecki reconhece a relevância das expectativas, como em uma passagem em que o
autor afirma que “pode-se supor que a taxa de lucros esperada seja função crescente dos lucros
correntes reais”. Porém não inclui essas expectativas explicitamente em seu modelo como
determinantes das decisões de investir. Embora útil, o modelo cíclico de Kalecki não é capaz de
explicar alternâncias que fujam do padrão proposto. As alternâncias presentes em seu modelos
são completamente endógenas e resultantes do efeito dual do investimento. O conceito de
confiança de Keynes, por exemplo, funcionaria como um complemento neste sentido.
Tem-se através dos autores duas fontes de alterações nas variáveis econômicas. São
eles: mudanças endógenas, tal como proposto em Kalecki, em que a decepção continuada das
expectativas explica a reversão, alcançada através de um mecanismo de ajuste automático; e
mudanças exógenas, como proposto por Keynes, que poderão ocorrer em virtude de mudanças
no grau de desconfiança, este, por sua vez, exógeno, e a economia só se recupera quando o grau
de confiança volta ao normal.
Para os dois autores há uma dinâmica capitalista cíclica associada ao efeito dual e
defasado do investimento, que é gasto no curto prazo, mas amplia a capacidade decorrido o
tempo suficiente, e cedo ou tarde poderá ocorrer uma reversão. Keynes também reconhece o
efeito negativo do aumento do estoque de capital físico sobre o investimento, tal como em
Kalecki, destacando inclusive o papel que a depreciação exerce para levar a economia à
recuperação.

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