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domingo, 18 de julho de 2010

As Cruzadas no cerne das raízes cristãs ‒ Apologia da Cruzada I

O Professor Roberto de Mattei, professor catedrático de História Moderna na Universidade de


Cassino, publicou uma luzidia “Apologia das Cruzadas” cujas partes essenciais reproduziremos nos
próximos posts.

O Prof. de Mattei também leciona História do Cristianismo e da Igreja na Universidade Européia de Roma, e
é responsável da área das ciências jurídicas, sócio-econômicas, humanísticas e dos bens culturais do
Consiglio Nazionale della Ricerca, da Itália.
“Adeus ao espírito de Cruzada na Igreja” é um refrão que se
repete pelo menos há quarenta anos e que condensa a visão de um cristianismo que fez do diálogo ecumênico
seu evangelho.
Esta visão é baseada em distorções históricas e numa
deformação muito grave da doutrina da Igreja.

Quais são essas raízes cristãs que, de acordo com Bento XVI e seu predecessor João Paulo II, não só os
católicos, mas até mesmo os laicos têm o direito e o dever de defender?

Os frutos dessas raízes estão sob nossos olhos: são as catedrais, monumentos, palácios, praças e ruas, mas
também música, literatura, poesia, ciência, arte.

As Cruzadas fazem parte da paisagem


espiritual católica européia do mesmo modo que as catedrais. Elas expressam a mesma visão do mundo.
O historiador de arte Erwin Panofsky estudou a relação entre as janelas góticas e a filosofia escolástica, e
enfatizou quanto o brilho dos vitrais das catedrais medievais corresponde à transparência de trabalhos como
a “Summa Theologica” de S. Tomás de Aquino (Erwin Panofsky, “A arquitetura gótica e a filosofia
escolástica”).

Da epopéia das Cruzadas emana ‒ poderíamos acrescentar ‒ o mesmo brilho, a mesma beleza diáfana, o
impulso para cima, a mesma força criativa da obra de Santo Tomás de Aquino e de Dante.

As próprias Cruzadas são parte do patrimônio de valores derivados do Evangelho e desenvolvidos em


sintonia com ele.

“As obras de arte que nasceram na Europa nos séculos passados são incompreensíveis sem levar em conta a
alma religiosa que as inspirou”, disse ainda Bento XVI, na audiência geral de 18 de novembro de 2009.

O mesmo poderia ser dito das Cruzadas, que tiveram os campos de batalha da Palestina, mas foram
inspiradas pela mesma escala de valores que durante esses anos guiou os arquitetos das catedrais de pedra.

Nem as Cruzadas nem as catedrais podem ser compreendidas por aqueles que ignoram o pensamento e,
acima de tudo, a fé viva que inspirou seus criadores.

Na Catedral, os cristãos se reuniam em torno do padre que


celebrava a missa em um altar olhando para o Oriente e renovava, sem derramamento de sangue, o máximo
mistério do cristianismo: a Encarnação, Paixão e morte de Jesus Cristo.

Nas Cruzadas, as mesmas pessoas pegavam em armas para libertar a Cidade Santa de Jerusalém que caíra
nas mãos dos maometanos.

O túmulo vazio do Santo Sepulcro, junto com o Santo Sudário, são testemunhos vivos da Ressurreição e as
mais preciosas relíquias da Cristandade.

continua no próximo post


(Fonte: Prof. Roberto de Mattei, “Il Foglio”, 08/06/2010, apud Corrispondenza Romana, 08/06/ 2010)

domingo, 25 de julho de 2010

As Cruzadas, decorrência necessária dos Evangelhos ‒ Apologia da Cruzada II

continuação do post anterior

A primeira Cruzada foi pregada em decorrência da meditação das palavras de Cristo: “Se alguém quiser vir
comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16, 21-27).

Aquela mesma Cruz, em torno da qual se reuniam as pessoas nas catedrais, foi estampada nas vestes dos
cruzados e exprimia o ato pelo qual o cristão se mostrava disposto a oferecer sua vida pelo bem sobrenatural
do próximo brandindo suas armas.

O espírito das Cruzadas era, e continua a ser, o espírito do cristianismo: o amor ao mistério incompreensível
da Cruz.

Imersão total em ambientes medievais com o recurso 360º. CLIQUE


AQUI e não esqueça de clicar o FULLSCREEN (ângulo superior à
esquerda de cada imagem)

O professor Jonathan Riley-Smith, decano da renovação dos estudos sobre as Cruzadas, referiu-se àqueles
que responderam ao apelo da primeira Cruzada, dizendo que estavam “inflamados pelo ardor da caridade” e
pelo amor de Deus. Ele assim traça a motivação profunda daquela iniciativa.

Oferecer a própria vida é certamente a melhor forma de amor, e o ato mais perfeito de caridade, porque nos
torna perfeitos imitadores de Jesus segundo aquelas palavras do Evangelho: “Ninguém tem maior amor do
que aquele que dá a sua vida por seus irmãos” (Jo 15, 13).

Só o amor, resumido no sacrifício de Cristo na Cruz é capaz de derrotar a morte, que é o maior sofrimento
físico, e o pecado, que é o supremo mal moral.

Esse espírito e esse estado de espírito, abundantemente documentado pelas fontes históricas, não brota como
um rio lamacento do inconsciente coletivo do Ocidente, mas do livre arbítrio de indivíduos que nos
luminosos séculos medievais responderam a um apelo dirigido à sua consciência.

A resposta a esse apelo pode ser considerada uma “categoria do espírito” que nunca perde validade.
A idéia de Cruzada não é apenas um evento histórico limitado à Idade Média, mas é uma constante do
espírito cristão que na história conhece momentos de eclipse, mas que sob diversas formas está destinada a
reflorescer.
Expurgar a idéia de Cruzada da “plataforma programática”
pessoal significa banir a própria idéia do combate cristão.

O ensinamento de que a vida espiritual é uma luta está especialmente desenvolvido nas cartas de São Paulo.
Em muitos lugares delas encontram-se metáforas e imagens tiradas da vida do guerreiro.

O Apóstolo explica como a vida cristã é um bonum certamen (bom combate) que deve ser batalhado “pelo
bom soldado de Jesus Cristo” (II Tm. 2, 3).

“Revesti-vos da armadura de Deus ‒ diz ele ‒, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é
contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os
príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares. Tomai, por tanto, a
armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do
vosso dever” (Ef 6, 11ss).

E ainda: “Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés
calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que
possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do
Espírito, isto é, a palavra de Deus.” (Efésios 6, 14-17).
O espírito da Cruzada e do martírio têm uma origem
comum na dimensão profunda da guerra espiritual. O martírio, como o sofrimento, pressupõe o combate.

A própria vida de Jesus Cristo pode ser considerada como uma batalha constante contra o conjunto das forças
hostis ao reino de Deus: o pecado, o mundo e o diabo.

Que a vida do cristão seja uma luta é um dos conceitos que com maior freqüência ressoa no Novo
Testamento, onde lemos: “Suporta comigo os trabalhos, como bom soldado de Jesus Cristo. Nenhum soldado
pode implicar-se em negócios da vida civil, se quer agradar ao que o alistou. Nenhum atleta será coroado, se
não tiver lutado segundo as regras.” (II Tm. 2, 5).

O Evangelho, aliás, em seu genuíno sentido original, é a proclamação de uma vitória militar, neste caso a
vitória de Cristo sobre o mal e os poderes das trevas.
domingo, 1 de agosto de 2010

A Igreja não pode abandonar as Cruzadas sem se trair ‒ Apologia da Cruzada


III

continuação do post anterior

Por que a Igreja não pode abandonar o espírito de Cruzada? Simplesmente porque não pode negar sua
história e sua doutrina.

A história das Cruzadas não é um apêndice insignificante na história da Igreja.

Pelo contrário, está intimamente unida à história do Papado.

As Cruzadas não estão ligadas a um único Papa, mas a uma sucessão ininterrupta de pontífices, muitos deles
santos, principalmente o Beato Urbano II que promulgou a Primeira Cruzada, São Pio V e o Beato Inocêncio
XI, que promoveram “Santas Alianças” contra os turcos em Lepanto, Budapeste e Viena nos séculos XVI e
XVII.
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Não é desconhecido dos


historiadores que, mesmo no século XX, Pio XII estudou a possibilidade de lançar uma “Cruzada” depois da
revolta anti-comunista na Hungria em 1956.

Ao testemunho dos Papas, acrescenta-se o testemunho dos santos, começando com Luís IX, o Rei Cruzado
por excelência, com Joana D'Arc, também a sua maneira “cruzada” e padroeira da França, “filha primogênita
da Igreja”.

Opor a estas figuras o nosso São Francisco mostra, senão má fé, pelo menos um notável desconhecimento da
história.

A fonte mais confiável da viagem de Francisco é o testemunho de seu companheiro, o irmão Iluminado, que
nos diz que o santo defendeu o trabalho dos cruzados e propôs a conversão ao Sultão.

E quem pode esquecer as legiões de franciscanos que se uniram ao longo dos séculos aos cruzados, liderados
por São João de Capistrano (1386-1456), pregador da grande Cruzada do século XV que culminou com a
libertação de Belgrado?

Ao lado do nome de São Francisco


devemos colocar o de Santa Catarina de Siena, padroeira da Itália e Doutor da Igreja.

Um recente ensaio de Massimo Viglione mostrou que seu espírito era profundamente “cruzado” (“L'idea di
crociata in Santa Caterina da Siena” ‒ “A idéia de Cruzada em Santa Catarina Siena”).
A ela poderíamos acrescentar outro Doutor da Igreja de sexo feminino,
desta vez uma contemporânea: Santa Teresinha de Lisieux que numa página tocante em que se volta para
Jesus, diz querer “percorrer a terra, pregar o teu nome, e cravar em solo infiel Tua gloriosa Cruz”, reunindo
numa única vocação as de apóstolo, cruzado e mártir.

“Sinto em mim ‒ escreve ‒ a vocação de guerreiro, de sacerdote, de apóstolo, de Doutor, de mártir, em suma,
eu sinto a necessidade, o desejo de realizar por Vós, Jesus, todas as obras as mais heróicas.

“Eu sinto em minha alma a coragem de um cruzado, de um zuavo pontifício: eu quereria morrer num campo
de batalha para defender a Igreja ....”

Em 4 de agosto de 1897, no leito de morte, voltando-se para a Superiora, ela murmurou:

“Oh, não, eu não teria medo de ir à guerra.

“Por exemplo, na época das Cruzadas, com quanta alegria eu teria partido para combater os hereges”
(“História de uma Alma”, em “Obras Completas”).
domingo, 8 de agosto de 2010

Pacifismo hedonista e materialista X espírito de Cruzada ‒ Apologia da Cruzada


IV

São Pio V vê miraculosamente a vitória de Lepanto contra os turcos


continuação do post anterior

A Igreja nunca professou o pacifismo. O combate cristão, que é acima de tudo, uma atitude espiritual, mas
que inclui a possibilidade da legítima defesa, a guerra justa e até mesmo “a guerra santa”, pertence a mais
pura tradição católica.
Imersão total em ambientes medievais com o recurso 360º. CLIQUE
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Quem professa o pacifismo e o ecumenismo até o último ponto esquece que há males mais profundos que os
físicos e materiais, e confunde as conseqüências desastrosas da guerra no plano físico, com suas causas, que
são morais e provêm da violação da ordem. Numa palavra, olvidam que o pecado que só pode ser derrotado
pela Cruz.
A Igreja nunca professou o pacifismo
O mundo moderno que está imerso no hedonismo e perdeu a fé julga só ser um mal, e um mal absoluto, os
danos físicos, esquecendo que o mal e a dor que acompanham inevitavelmente a vida humana com
freqüência a elevam.

O espírito das Cruzadas e de Lepanto nos envia uma mensagem de fortaleza cristã que consiste na disposição
de sacrificar os bens da terra, em aras de bens maiores, como a justiça, a verdade e o futuro de nossa
civilização.

Hoje, o inimigo que ameaça a Igreja e o Ocidente é a atitude mental de quem acredita que acabou o tempo de
Lepanto e das Cruzadas.

Esse inimigo contrapõe ao espírito de combate uma visão do mundo segundo a qual nada há de verdadeiro e
de absoluto, e que tudo é relativo às épocas, aos lugares e às circunstâncias.
Santa Joana d'Arco
É este o relativismo que foi denunciado por João Paulo II na Encíclica “Veritatis Splendor” e “Evangelium
Vitae” quando fala da “confusão entre o bem e o mal, que torna impossível construir e manter a ordem moral
dos indivíduos e das comunidades” (SV 93).

A batalha contra o relativismo em defesa das raízes cristãs da sociedade para a qual hoje nos convidam João
Paulo II e Bento XVI, é uma batalha em defesa de nossa memória histórica.

Sem memória histórica não há identidade no presente, porque é sobre a memória que se baseia a identidade
dos indivíduos e dos povos.

Mas, as raízes cristãs não pertencem só à memória ou à história: elas estão vivas, porque o Crucifixo que as
resume não é somente um símbolo histórico e cultural, mas é uma fonte atual e perene da verdade e da vida,
do sofrimento e da luta.

A Igreja tem inimigos ainda que nós tendamos a esquecê-lo porque perdemos a concepção militante da vida
cristã, fundada na Cruz, que sempre caracterizou o cristianismo.

A perda desse espírito militante é o resultado do hedonismo e do relativismo em que estão imersos,
infelizmente, muitos homens de igreja.

Santo Estevão, rei da Hungria


Bento XVI fala freqüentemente de “minorias criativas”, poderíamos acrescentar “militantes”, porque a
guerra hoje em curso é moral e cultural. Nela se enfrentam em línea de princípio duas concepções do mundo.

A história, aliás, é feita pelas minorias, sobre tudo as militantes. Pode-se militar pelo bem ou pelo mal, em
um campo ou outro, mas apenas os militantes deixam sua marca nos eventos históricos.

Na homilia de 5 de junho de 2010, em Nicósia, Bento XVI sublinhou também que “um mundo sem a Cruz
seria um mundo sem esperança.”

O mesmo pode ser dito de um mundo sem espírito de Cruzada: seria um mundo sem esperança.

Isso significaria a renúncia à luta pela salvação, a renúncia da Cruz e reduzir o mundo a meras ruínas.
São Luís rei embarca para a Cruzada
FIM

(Fonte: Prof. Roberto de Mattei, “Il Foglio”, 08/06/2010, apud Corrispondenza Romana, 08/06/ 2010)
http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2010/08/pacifismo-hedonista-e-materialista-x.html

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