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EM ENGENHARIA MECÂNICA
FACULDADE DE ENGENHARIA
DE BAURU – UNESP
Prof. Dr. Santiago del Rio Oliveira
TÉRMICA
NOTAS DE AULA (PEM 00135)
“A ciência nunca resolve um problema sem criar pelo menos
outros dez”. (George Bernard Shaw)
ÍNDICE
1 – INTRODUÇÃO 53
2 – O PROBLEMA DA PAREDE PLANA 53
3 – O PROBLEMA DO DUTO CILÍNDRICO 63
4 – O PROBLEMA DA CASCA ESFÉRICA 71
5 – SEÇÕES CÔNICAS TRUNCADAS 80
6 – GEOMETRIAS COMPOSTAS 86
6.1 – PAREDE PLANA COMPOSTA 86
6.2 – SISTEMA CILÍNDRICO COMPOSTO 88
6.3 – SISTEMA ESFÉRICO COMPOSTO 90
7 – GERAÇÃO DE CALOR UNIFORME 92
7.1 – A PAREDE PLANA 93
7.2 – CASCA CILÍNDRICA COMPOSTA 95
7.3 – A ESFERA MACIÇA 96
8 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS 102
1 – INTRODUÇÃO 110
2 – CONDUTIVIDADE TÉRMICA VARIÁVEL 111
2.1 – CONDUTIVIDADE TÉRMICA DEPENDENTE DA POSIÇÃO 111
2.2 – CONDUTIVIDADE TÉRMICA DEPENDENTE DA TEMPERATURA 118
3 – GERAÇÃO DE ENERGIA NÃO-UNIFORME 124
3.1 – GERAÇÃO DE ENERGIA DEPENDENTE DA POSIÇÃO 124
3.2 – GERAÇÃO DE ENERGIA DEPENDENTE DA TEMPERATURA 131
4 – RESFRIAMENTO CONVECTIVO-RADIATIVO DE SÓLIDOS 145
5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS 150
CAPÍTULO 4 - ALETAS
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
Figura 1 – Volume de controle para análise geral via capacidade concentrada. 356
Figura 2 – Variação de θ em função de τ . 358
Q
Figura 3 – Variação de em função de τ . 359
ρVc (Ti − T∞ )
Figura 4 – Variação de θ em função de τ para diferentes valores de n. 361
Figura 5 – Variação de θ em função de τ para diferentes valores de a. 362
Figura 6 – Parede plana unidimensional com temperatura inicial uniforme submetida
subitamente a condições convectivas. 370
Figura 7 – Representação gráfica da Eq. (60) para diferentes números de Biot. 373
Figura 8 – Cilindro longo unidimensional com temperatura inicial uniforme submetido
subitamente a condições convectivas. 379
Figura 9 – Representação gráfica da Eq. (119) para diferentes números de Biot. 382
Figura 10 – Esfera unidimensional com temperatura inicial uniforme submetida
subitamente a condições convectivas. 388
Figura 11 – Representação gráfica da Eq. (164) para diferentes números de Biot. 382
Figura 12 – Esquema do EXEMPLO 3. 398
Figura 13 – Esquema do EXEMPLO 4. 403
Figura 14 – Esquema do EXEMPLO 5. 408
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 1
Os líquidos e gases, em geral, são maus condutores de calor. O ar, por exemplo,
é um ótimo isolante térmico. As roupas de lã, os pelos dos animais, o isopor, a
serragem, são ótimos isolantes térmicos pois retêm o ar entre suas fibras.
A neve é outro exemplo de um bom isolante térmico. Isto acontece porque os flocos de
neve são formados por cristais, que se acumulam formando camadas fofas aprisionando
o ar. No frio, as aves costumam eriçar suas penas para captar o ar entre elas e se
aquecerem. Nas construções, para melhor o isolamento térmico e acústico, aconselha-se
utilizar paredes duplas com tijolos cerâmicos, deixando um espaço de ar entre as
paredes. A propriedade dos materiais que indica a facilidade ou a dificuldade em se
conduzir calor é chamada de condutividade térmica, que será discutida posteriormente
com mais detalhes. Diversos exemplos diários ajudam a exemplificar situações onde o
fenômeno da transferência de calor por condução térmica é relevante:
1. Usualmente, as panelas têm cabo de plástico ou de madeira, pois o plástico e a
madeira têm sua condutividade térmica menor do que o ferro, e assim o calor
demora um tempo muito maior para se propagar na madeira ou no plástico,
fazendo com que consigamos pegar a panela do fogo sem que queimemos a
mão;
2. Desde a pré-história o ser humano observa a natureza e aprende com ela. Os
humanos primitivos perceberam que alguns animais que resistem bem ao frio
são revestidos de pelos. Essa observação pode ter inspirado o ser humano pré-
histórico a usar peles de animais para se proteger do frio. Atualmente usamos
roupas apropriadas para isso, os agasalhos. Os agasalhos que usamos, os pelos
dos animais e a camada de gordura de alguns deles têm sob a pele são
bons isolantes térmicos, que dificultam a perda de calor do organismo para o
ambiente mais frio;
3. As penas das aves também têm o papel de dificultar a perda de calor para o
ambiente. Entre as penas, fica retido um pouco de ar, que é um bom isolante
térmico e ajuda a reduzir a perda de calor;
4. O isopor, usado para fazer caixas térmicas isolantes, se vale exatamente desse
mesmo princípio. Ele nada mais é do que um tipo de plástico (chamado
poliestireno) fabricado de modo a conter diversas bolhas de ar minúsculas dentro
de si. Essas bolhas deixam o isopor fofo e o torna um bom isolante térmico;
3
5. O gelo também é, por incrível que possa parecer, um bom isolante térmico. Os
esquimós possivelmente perceberam que a camada de gelo que se forma na
superfície dos lagos impede o contato da água que fica abaixo dela com o ar frio,
ou seja, funciona como isolante térmico e, por isso, essa água não congela.
Possivelmente daí surgiu a inspiração para fazer os iglus, construções de gelo
cujo interior é mais quente que o ambiente externo;
6. Alumínio e aço inox são metais empregados em panelas, pois garantem rápida
transferência de calor da chama para o alimento;
7. Panelas e vasilhas de vidro ou de cerâmica exigem maior tempo para transferir o
calor ao ambiente. É por isso que, para mantermos a temperatura do alimento, o
ideal é servimos em vasilhas de cerâmica;
8. Um mergulhador utiliza uma roupa de neoprene que reduz a perda do calor do
corpo. O neoprene é formado por um tipo de borracha que contém milhares de
minúsculas bolhas em seu interior. Graças a essa característica, a água que entra
na roupa não sai, logo ela é aquecida pela temperatura corporal e cria uma
barreira isolante entre o mergulhador e o meio líquido no qual ele está envolto;
9. Os beduínos do deserto usam roupas grossas e de lã (isolante térmicos) para que
seu corpo, durante o dia, mantenha a temperatura interna em torno dos 36 oC e
não receba calor do meio exterior que pode chegar a até 45 oC e, durante a noite
quando as temperaturas são muito baixas, reduzam a perda de calor para o meio
externo;
10. Um conjunto de componentes eletrônicos usualmente é resfriado por convecção
natural e/ou forçada. Um sumidouro de calor consistindo em um conjunto de
aletas é recomendado para manter os componentes eletrônicos abaixo de uma
temperatura especificada. A determinação do número necessário de aletas,
configuração, dimensões e material é um problema de condução térmica;
11. No caso de uma falha em uma bomba responsável pela circulação de um fluido
refrigerante em um núcleo de um reator nuclear, a temperatura do elemento
nuclear começará a aumentar até sua fusão. O tempo necessário para o início do
processo de fusão é um problema de condução com mudança de fase;
12. Estruturas glaciares estão derretendo devido ao aquecimento global. A
estimativa da quantidade de gelo fundida até o ano de 2050, por exemplo, é um
problema de condução térmica com mudança de fase;
4
13. Um escudo de calor é utilizado para proteger um veículo espacial durante sua
reentrada na atmosfera. Ocorre o fenômeno chamado de ablação (perda de
material sofrida pela superfície de um veículo espacial, por fusão ou
vaporização, quando de seu regresso à Terra) do escudo de calor conforme ele
atravessa a atmosfera. A especificação do material e da espessura do escudo de
calor para proteger o veículo espacial durante sua reentrada é um problema de
condução térmica;
14. Crio cirurgias são utilizadas para o tratamento de certos cânceres de pele pelo
congelamento do tecido maligno. Entretanto, o contato prolongado com as
substâncias utilizadas na criogenia (nitrogênio líquido, mistura de gases, por
exemplo) pode provocar danos ao tecido saudável próximo da região afetada. A
determinação do histórico de temperaturas na vizinhança do tecido afetado pode
ajudar no controle de possíveis alterações do tecido saudável;
15. A condução de calor no processo de fundição é acompanhada por mudança de
fase. A determinação da distribuição de temperaturas transiente e do movimento
da interface da frente sólido-líquido é importante em uma análise de tensões
térmicas. Essas tensões podem prejudicar a integridade física do material;
16. Em operações de processamento de alimentos, correias transportadoras são
utilizadas para transportar produtos alimentícios através de espaços refrigerados.
Uma análise de condução transiente pode ser utilizada para determinar a
velocidade requerida da correia transportadora.
2-LEI DE FOURIER
lei seja atribuída ao famoso físico e matemático francês Joseph Fourier, sua origem, e
também a origem da teoria matemática da condução de calor, é ainda controversa. Uma
descrição detalhada de eventos relevantes pode ser encontrada no trabalho de Herivel
(1975). Segue um breve resumo de eventos históricos.
A primeira base teórica para problemas de condução de calor foi publicada por
Fourier (1804). Nesse trabalho possivelmente equivocado, Fourier se refere a um
trabalho de J. B. Biot (1804) sobre a propagação de calor em um meio. Historiadores da
ciência (Herivel, 1975) especulam que o conteúdo do trabalho de Biot talvez tenha sido
mostrado a Fourier antes de sua publicação, levando Fourier a focar sua atenção no
problema da propagação de calor no contínuo. Talvez, então, o nome de Biot devesse
ser mencionado junto ao nome de Fourier no momento dos créditos da origem da teoria
matemática da condução de calor.
O trabalho original de Fourier foi expandido e publicado em sua autobiografia
em 1807 (Refs. 4 e 5). Uma teoria expandida e corrigida de propagação de calor no
contínuo foi apresentada por Fourier em 1811 em uma tese premiada (Refs. 6 e 7). Essa
tese foi submetida por Fourier para concorrer ao grande prêmio do Instituto de
Matemática em 1811. O comitê do prêmio que julgava os trabalhos apresentados era
composto de Lagrange, Laplace, Malus, Hauy e Legendre. Apesar das críticas severas
da tese de Fourier pelo comitê e em particular por Laplace a Lagrange, o grande prêmio
foi dado à Fourier. Entretanto, o Instituto de Matemática não publicou o trabalho
premiado de Fourier. Foi somente após Fourier tornar-se secretário da Academia
Francesa de Ciências vários anos mais tarde que seu trabalho foi publicado (Refs. 6 e 7).
Em 1822 Fourier publicou uma versão melhorada de seu trabalho prévio sobre a
propagação de calor na sua teoria analítica do calor (Fourier, 1822), que expandiu e
generalizou conceitos matemáticos prévios como a expansão de uma função em uma
série de funções trigonométricas (seno e cosseno). As Refs (6-8) são consideradas as
primeiras fontes bem documentadas sobre a teoria da condução de calor.
A lei de Fourier é fenomenológica, isto é, ela foi desenvolvida a partir de
fenômenos observados ao invés de ter sido derivada a partir de princípios fundamentais.
Por esse motivo, vemos essa equação de taxa como uma generalização baseada em uma
vasta evidência experimental. Por exemplo, considere o experimento de condução de
calor, em regime permanente, mostrado na Fig. (1):
6
∆T
qx α A (1)
∆x
∆T
q x = kA (2)
∆x
dT
q x = − kA (3)
dx
qx dT
q "x = = −k (4)
A dx
"
A Fig. (2) ilustra o sentido do fluxo térmico q x em uma parede plana na qual o
"
gradiente de temperaturas dT dx é negativo. A partir da Eq. (4) conclui-se que q x é
positivo. Note que as superfícies isotérmicas são planos normais à direção do eixo x.
Reconhecendo que o fluxo térmico é uma grandeza vetorial, podemos escrever um
enunciado mais geral para a equação da taxa de condução (lei de Fourier) na forma:
∂T ∂T ∂T
q" = − k∇T = −k i +j +k (5)
∂x ∂y ∂z
dT
qn" = − k (6)
dn
onde qn" é o fluxo térmico em uma direção n, que é normal a uma isoterma, como
mostrado para o caso bidimensional da Fig. (3). A transferência de calor é mantida pelo
gradiente de temperaturas ao longo de n:
Deve ser observado que o vetor fluxo térmico pode ser decomposto em
componentes, de tal forma que, em coordenadas retangulares, a expressão geral para q"
é:
dT dT dT
q"x = −k q "y = − k q"z = −k (8)
dx dy dz
Cada uma dessas expressões relaciona o fluxo térmico através de uma superfície
ao gradiente de temperaturas em uma direção perpendicular à superfície. Também está
implícito na Eq. (5) que o meio do qual a condução ocorre é isotrópico. Em tal meio, o
valor da condutividade térmica é independente da direção da coordenada.
A lei de Fourier é a pedra fundamental da transferência de calor por condução e
suas características principais são resumidas a seguir. Ela não é uma expressão que
possa ser derivada a partir de princípios fundamentais; ao contrário, ela é uma
generalização baseada em evidências experimentais. Ela é uma expressão que define
uma importante propriedade dos materiais, a condutividade térmica. Além disso, a lei de
Fourier é uma expressão vetorial, indicando que o fluxo térmico é normal a uma
isoterma e no sentido da diminuição das temperaturas. Finalmente, deve ser notado que
a lei de Fourier se aplica a toda a matéria, independentemente de seu estado físico
(sólido, líquido ou gás).
∂T
qi" = −
j = x, y ,z
kij
∂x j
i = x, y , z (9)
∂T ∂T ∂T
q "x = − k xx + k xy + k xz (10)
∂x ∂y ∂z
11
∂T ∂T ∂T
q "y = − k yx + k yy + k yz (11)
∂x ∂y ∂z
∂T ∂T ∂T
q "z = − k zx + k zy + k zz (12)
∂x ∂y ∂z
um tensor de segunda ordem. As Eqs. (10-12) podem ser reescritas na forma matricial
da seguinte forma:
q "x k xx k xy k xz ∂T ∂x
"
q y = k yx k yy k yz ∂T ∂y (13)
q"z k zx k zy k zz ∂T ∂z
Expressões similares para as Eqs. (9-13) podem ser obtidas para outros sistemas
de coordenadas. Como o estudo da condução de calor em materiais anisotrópicos está
fora do escopo desse curso, tais expressões não serão apresentadas. Os princípios de
condução de calor em meios anisotrópicos são utilizados em diversas classes de
materiais compósitos e constituem um tópico de pesquisa contemporâneo na área de
12
4-CONDUTIVIDADE TÉRMICA
para um dado gradiente de temperaturas, o fluxo térmico por condução aumenta com o
aumento da condutividade térmica. Em geral, a condutividade térmica de um sólido é
maior do que a de um líquido, que, por sua vez, é maior do que a de um gás. Conforme
ilustrado na Fig. (4), a condutividade térmica de um sólido pode ser mais do que quatro
ordens de grandeza superior à de um gás. Essa tendência se deve, em grande parte, à
diferença no espaçamento intermolecular nos dois estados.
Na visão moderna dos materiais, um sólido é composto de elétrons livres e
átomos ligados formando a estrutura do material. Consequentemente, o transporte de
energia térmica pode ser devido a dois efeitos: migração de elétrons livres e ondas
vibracionais da estrutura. Em metais puros, a contribuição dos elétrons para a
transferência de calor predomina, enquanto em não-condutores e semicondutores a
contribuição das ondas vibracionais é predominante.
13
T2
k médio =
T1
k (T ) dT
(15)
T2 − T1
k (T ) = k0 (1 + βT ) (16)
T2
k 0 (1 + β T ) dT T +T
k médio = = k 0 1 + β 2 1 = k (Tmédio )
T1
(17)
T2 − T1 2
Deve ser observado nesse caso que a condutividade térmica média é igual à
condutividade térmica do material avaliada em uma temperatura média.
5-DIFUSIVIDADE TÉRMICA
específicas muito baixas, os gases são muito pouco adequados para o armazenamento de
energia térmica ( ρc p ≈ 1 MJ/(m3.K)).
k
α= (18)
ρc p
6.1-COORDENADAS RETANGULARES
18
superfícies opostas podem ser expressas por uma expansão em série de Taylor, onde,
desprezando os termos de segunda ordem, são expressas como:
∂q x
q x + dx = q x + dx (19)
∂x
∂q y
q y +dy = q y + dy (20)
∂y
∂q z
q z + dz = q z + dz (21)
∂z
Eɺ g = qɺdxdydz (22)
em que qɺ é a taxa na qual a energia é gerada por unidade de volume do meio (W/m3).
Além disso, podem ocorrer variações na quantidade de energia térmica armazenada pelo
20
∂U ∂ (udm ) ∂ (uρdxdydz ) ∂u
Eɺ acu = = = =ρ dxdydz (23)
∂t ∂t ∂t ∂t
envolve de um lado energia térmica e do outro energia química, elétrica e/ou nuclear.
Esse termo é positivo (uma fonte) se a energia térmica está sendo gerada no material à
custa de uma outra forma de energia, e negativo (sumidouro) se a energia térmica
estiver sendo consumida. Por outro lado, o termo relativo ao armazenamento ou
acúmulo de energia Eɺacu refere-se à taxa de variação da energia térmica armazenada
pela matéria.
Energia também é transferida para o volume de controle diferencial por entrada
e saída de massa. A vazão mássica do meio que entra na direção x do volume de
controle da Fig. (9) pode ser expressa na forma ρUdydz , onde ρ é a massa específica
do meio e U é a componente de velocidade do meio na direção x. Nas direções y e z
(esta última não representada na Fig. (9)) as vazões mássicas podem ser representadas,
respectivamente por ρVdxdz e ρWdydz , conforme a figura abaixo:
A taxa de energia transportada pela vazão mássica pode ser determinada pelo
produto entre a vazão mássica e a entalpia específica h da vazão mássica, ou seja:
∂Eɺ
Eɺ massa, x + dx = Eɺ massa, x + massa, x dx (27)
∂x
∂Eɺ
Eɺ massa , y + dy = Eɺ massa , y + massa , y dy (28)
∂y
∂Eɺ
Eɺ massa, z + dz = Eɺ massa, z + massa, z dz (29)
∂z
Eɺ e − Eɺ s + Eɺ g = Eɺ acu (30)
matemáticas das taxas de energia que entram, Eɺ e , das taxas de energia que saem, Eɺ s , e
da taxa de variação da energia acumulada Eɺacu. Assim, Eɺe pode ser expressa como:
∂q ∂q ∂q
Eɺ s = q x + x dx + q y + y dy + q z + z dz +
∂x ∂y ∂z
∂u
ρ dxdydz (33)
∂t
As taxas de calor por condução podem ser avaliadas a partir da lei de Fourier:
∂T
q x = − k (dydz ) (34)
∂x
∂T
q y = − k (dxdz ) (35)
∂y
∂T
q z = − k (dxdy ) (36)
∂z
23
onde cada componente do fluxo de calor foi multiplicado pela área da superfície
(diferencial) de controle apropriada, a fim de se obter a taxa de transferência de calor.
Substituindo as Eqs. (24-26) e as Eqs. (34-36) na Eq. (33) obtém-se:
∂ ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T
− − kdydz dx − − kdxdz dy − − kdxdy dz
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
∂
− (ρUhdydz)dx − ∂ (ρVhdxdz)dy − ∂ (ρWhdxdy)dz + qɺdxdydz = ρ ∂u dxdydz (37)
∂x ∂y ∂z ∂t
∂ ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T ∂u ∂h ∂h ∂h
k + k + k + qɺ = ρ + U +V +W (38)
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z ∂t ∂x ∂y ∂z
P
u =h− (39)
ρ
de tal forma que ∂u = ∂h pelas hipóteses (2) e (3). Além disso, pode-se expressar a
variação de entalpia específica em termos do gradiente de temperaturas, que para massa
específica e calor específico constantes é expressa por:
dh = c p dT (40)
∂ ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T ∂T ∂T ∂T ∂T
k + k + k + qɺ = ρc p +U +V +W (41)
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z ∂t ∂x ∂y ∂z
24
∂ ∂T
dx = qx − qx +dx
" "
k (42)
∂x ∂x
∂T
ρc pU dx = Emassa
"
, x − Emassa, x + dx
"
(43)
∂x
com expressões similares aplicadas aos fluxos nas direções y e z. Portanto, em palavras,
a equação do calor, Eq. (41), estabelece que, em qualquer ponto do meio, a taxa de
energia líquida transferida por condução e por vazão em massa para o interior de um
volume somado à taxa volumétrica de geração de energia térmica deve ser igual à taxa
de variação da energia térmica armazenada no interior desse volume.
Com frequência, é possível trabalhar com versões simplificadas da Eq. (41). Por
exemplo, se a condutividade térmica for constante, a equação do calor é reescrita como:
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T qɺ 1 ∂T ∂T ∂T ∂T
+ 2 + 2 + = +U +V +W (44)
∂x 2
∂y ∂z k α ∂t ∂x ∂y ∂z
25
geral da equação do calor são frequentemente possíveis. Por exemplo, sob condições de
regime estacionário (ou permanente), não há variação temporal da quantidade de
energia armazenada no volume de controle; então, a Eq. (44) se reduz a
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T qɺ 1 ∂T ∂T ∂T
+ 2 + 2 + = U +V +W (45)
∂x 2
∂y ∂z k α ∂x ∂y ∂z
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T qɺ
+ + + =0 (46)
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2 k
d 2T
=0 (47)
dx 2
∂ ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T
k + k + k + qɺ =
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z taxa
taxa de energia taxa de energia volumétric a
taxa de energia de geração
líquida transferi da líquida transferida líquida transferi da
por condução na por condução na de energia
por condução na térmica
direção x direção y direção z
por unidade por unidade por unidade
de volume de volume de volume
∂T ∂T ∂T ∂T
ρc p + ρc pU + ρc pV + ρc pW
∂t ∂x ∂y ∂z
taxa de taxa de energia taxa de energia taxa de energia
variação com o tempo líquida transferi da líquida transferi da líquida transferi da
da energia por advecção na por advecção na por advecção na
térmica (sensível ) direção x direção y direção z
do meio por unidade por unidade por unidade
por unidade de volume de volume de volume
de volume
26
6.2-COORDENADAS CILÍNDRICAS
∂T 1 ∂T ∂T
q" = −k∇T = − k i +j +k (48)
∂r r ∂φ ∂z
em que
∂T k ∂T ∂T
qr" = − k qφ" = − q "z = −k (49)
∂r r ∂φ ∂z
qφ = −k (∂T ∂φ ). Isso pode ser visto mais facilmente pela Fig. (10):
pode estar sendo gerada no interior do volume de controle a uma taxa qɺ por unidade de
volume.
∂q r
qr + dr = qr + dr (50)
∂r
∂qφ
qφ + dφ = qφ + dφ (51)
∂φ
∂q z
q z + dz = q z + dz (52)
∂z
28
em que qɺ é a taxa na qual a energia é gerada por unidade de volume do meio (W/m3).
Além disso, podem ocorrer variações na quantidade de energia térmica armazenada pelo
material no volume de controle. Se o meio não sofrer mudança de fase, não há o efeito
de energia latente, e a taxa de energia armazenada pode ser dada por:
∂U ∂ (udm ) ∂ (uρrdφdrdz ) ∂u
Eɺ acu = = = =ρ rdφdrdz (54)
∂t ∂t ∂t ∂t
∂h
ρVφ h + dφ drdz
∂φ
∂h
ρVr hrdφdz rdφ ρVr h + dr rdφdz
∂r
dr
ρVφ hdrdz
A taxa de energia transportada pela vazão mássica pode ser determinada pelo
produto entre a vazão mássica e a entalpia específica h da vazão mássica, ou seja:
∂Eɺ
Eɺ massa, r + dr = Eɺ massa, r + massa, r dr (58)
∂r
∂Eɺ
Eɺ massa ,φ + dφ = Eɺ massa,φ + massa,φ dφ (59)
∂φ
∂Eɺ
Eɺ massa, z + dz = Eɺ massa, z + massa, z dz (60)
∂z
saem, Eɺ s , e a taxa de variação da energia acumulada Eɺacu. Assim, Eɺe pode ser escrito
como:
∂q ∂q ∂q
Eɺ s = qr + r dr + qφ + φ dφ + qz + z dz +
∂r ∂φ ∂z
As taxas de calor por condução podem ser avaliadas a partir da lei de Fourier:
∂T ∂T
qr = −kAr = −k (rdφdz ) (64)
∂r ∂r
∂T ∂T
qφ = −kAφ = −k (drdz ) (65)
r∂φ r∂φ
∂T ∂T
qz = −kAz = −k (rdφdr ) (66)
∂z ∂z
onde cada componente do fluxo de calor foi multiplicado pela área da superfície
(diferencial) de controle apropriada, a fim de se obter a taxa de transferência de calor.
Substituindo as Eqs. (55-57) e as Eqs. (64-66) na Eq. (63) obtém-se:
∂ ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T
− − k (rdφdz ) dr − − k (drdz ) r∂φ dφ − ∂z − k (rdφdr ) ∂z dz
∂r ∂r ∂φ
∂
− (ρVr hrdφdz )dr − ∂ (ρVφ hdrdz )dφ − ∂ (ρVz hrdφdr )dz + qɺrdφdrdz = ρ ∂u rdφdrdz
∂r ∂φ ∂z ∂t
(67)
31
1 ∂ ∂T 1 ∂ ∂T ∂ ∂T ∂u ∂h Vφ ∂h ∂h
kr + 2 k + k + qɺ = ρ + Vr + + Vz (68)
r ∂r ∂r r ∂φ ∂φ ∂z ∂z ∂t ∂r r ∂φ ∂z
1 ∂ ∂T 1 ∂ ∂T ∂ ∂T ∂T ∂T Vφ ∂T ∂T
kr + 2 k + k + qɺ = ρc p + Vr + + Vz (69)
r ∂r ∂r r ∂φ ∂φ ∂z ∂z ∂t ∂r r ∂φ ∂z
1 ∂ ∂T 1 ∂ ∂T ∂ ∂T
kr + k + k + qɺ =
r ∂r ∂r r 2 ∂φ ∂φ ∂z ∂z taxa
taxa de energia taxa de energia volumétric a
taxa de energia de geração
líquida transferida líquida transferida líquida transferida
por condução na por condução na de energia
por condução na térmica
direção r direção φ direção z
por unidade por unidade por unidade
de volume de volume de volume
∂T ∂T ρc pVφ ∂T ∂T
ρc p + ρc pVr + + ρc pVz
∂t ∂r r ∂φ ∂z
taxa de taxa de energia taxa de energia taxa de energia
variação com o tempo líquida transferida líquida transferida líquida transferida
da energia por advecção na por advecção na por advecção na
térmica (sensível ) direção r direção φ direção z
do meio por unidade por unidade por unidade
por unidade de volume de volume de volume
de volume
32
6.3-COORDENADAS ESFÉRICAS
∂T 1 ∂T 1 ∂T
q" = − k∇T = − k i +j +k (70)
∂r rsenθ ∂φ r ∂θ
em que
∂T k ∂T k ∂T
qr" = −k qφ" = − qθ" = − (71)
∂r rsenθ ∂φ r ∂θ
Isso pode ser visto mais facilmente pela Fig. (13), que representa um volume de
controle infinitesimal, r 2senθdrdφdθ , podendo ser utilizado para um balanço de
energia, onde estão indicadas somente as transferências de energia por condução. Para
generalizar a formulação, é assumido que o volume de controle diferencial se move com
uma velocidade que pode ser representada através de suas componentes escalares na
forma V = iVr + jVφ + kVθ . Além disso, energia térmica pode estar sendo gerada no
condução nas superfícies opostas podem ser então expressas por uma expansão em
séries de Taylor, onde, desprezando os termos de segunda ordem, podem ser expressas
como:
∂q r
qr + dr = qr + dr (72)
∂r
∂qφ
qφ + dφ = qφ + dφ (73)
∂φ
∂qθ
qθ + dθ = qθ + dθ (74)
∂θ
em que qɺ é a taxa na qual a energia é gerada por unidade de volume do meio (W/m3).
Além disso, podem ocorrer variações na taxa de energia térmica armazenada pelo meio
no volume de controle. Se o meio não sofre mudança de fase, não há o efeito de energia
latente, e a taxa de energia armazenada pode ser expressa por:
Eɺ acu = = =
(
∂U ∂ (udm ) ∂ uρr 2senθdrdφdθ ∂u )
= ρ r 2senθdrdφdθ (76)
∂t ∂t ∂t ∂t
∂h
ρVφ h + dφ rdrd θ
∂φ
∂h 2
ρVr hr 2senθdφdθ r 2 sin θdφdθ ρVr h + dr r sen θdφdθ
∂r
rdrdθ
ρVφ hrdrdθ
A taxa de energia transportada pela vazão mássica pode ser determinada pelo
produto entre a vazão mássica e a entalpia específica h da vazão mássica, ou seja:
∂Eɺ
Eɺ massa, r + dr = Eɺ massa, r + massa, r dr (80)
∂r
∂Eɺ
Eɺ massa ,φ + dφ = Eɺ massa,φ + massa,φ dφ (81)
∂φ
∂Eɺ
Eɺ massa,θ + dθ = Eɺ massa,θ + massa,θ dθ (82)
∂θ
saem, Eɺ s , e a taxa de variação da energia acumulada Eɺacu. Assim, Eɺe pode ser escrito
como:
∂q ∂q ∂q
Eɺ s = qr + r dr + qφ + φ dφ + qθ + θ dθ +
∂r ∂φ ∂θ
As taxas de calor por condução podem ser avaliadas a partir da lei de Fourier:
∂T ∂T
qr = −kAr
∂r
(
= −k r 2senθdφdθ
∂r
) (86)
∂T ∂T
qφ = − kAφ = − k (rdrdθ ) (87)
rsenθ∂φ rsenθ∂φ
∂T ∂T
qθ = −kAθ = −k (rsenθdrdφ ) (88)
r∂θ r∂θ
onde cada componente do fluxo de calor foi multiplicado pela área da superfície
(diferencial) de controle apropriada, a fim de se obter a taxa de transferência de calor.
Substituindo as Eqs. (77-79) e as Eqs. (84-88) na Eq. (85) obtém-se:
∂ ∂T ∂ ∂T
−
∂r
( )
− k r senθdφdθ ∂r dr − ∂φ
2
− k (rdrdθ ) rsenθ∂φ dφ
∂ ∂T ∂ ∂
−
∂θ
( 2
)
− k (rsenθdrdφ ) r∂θ dθ − ∂r ρVr hr senθdφdθ dr − ∂φ (ρVφ hrdrdθ )dφ
37
∂
− (ρVθ hrsenθdrdφ )dθ + qɺr 2senθdrdφdθ = ρ ∂u r 2senθdrdφdθ (89)
∂θ ∂t
1 ∂ 2 ∂T 1 ∂ ∂T 1 ∂ ∂T
kr + 2 2 k + 2 k sin θ + qɺ =
r ∂r
2
∂r r sin θ ∂φ ∂φ r sin θ ∂θ ∂θ
∂u ∂h Vφ ∂h Vθ ∂h
ρ + Vr + + (90)
∂t ∂r r sin θ ∂φ r ∂θ
1 ∂ 2 ∂T 1 ∂ ∂T 1 ∂ ∂T
kr + 2 2 k + 2 k sin θ + qɺ =
r ∂r
2
∂r r sin θ ∂φ ∂φ r sin θ ∂θ ∂θ
∂T ∂T V ∂T Vθ ∂T
ρc p + Vr + φ + (91)
∂t ∂r r sin θ ∂φ r ∂θ
1 ∂ 2 ∂T 1 ∂ ∂T 1 ∂ ∂T
kr + 2 2 k + 2 k sin θ + qɺ =
r ∂r
2
∂r r sin θ ∂φ ∂φ r sin θ ∂θ ∂θ taxa
taxa de energia taxa de energia volumétric a
taxa de energia de geração
líquida transferi da líquida transferi da líquida transferi da
por condução na por condução na de energia
por condução na térmica
direção r direção φ direção z
por unidade por unidade por unidade
de volume de volume de volume
38
∂T ∂T ρc pVφ ∂T ρc pVθ ∂T
ρc p + ρc pVr + +
∂t ∂r r sin θ ∂φ r ∂θ
taxa de taxa de energia taxa de energia taxa de energia
variação com o tempo líquida transferida líquida transferida líquida transferida
da energia por advecção na por advecção na por advecção na
térmica (sensível) direção r direção φ direção θ
do meio por unidade por unidade por unidade
por unidade de volume de volume de volume
de volume
rs Ts Ts
z
r
z y φ
x Ts R
L
T (rs , t ) = Ts (92)
T ( L, y, z , t ) = Ts (93)
T ( R, φ , z, t ) = Ts (94)
∂T
qn" = −k (95)
∂n s
fluxo de calor está saindo da fronteira e negativo (oposto ao mostrado na Eq. (95))
quando o fluxo de calor está entrando na fronteira.
40
qn"
R
n q"x qr"
y
x r
L φ
∂T
q"x = −k (96)
∂x x = L
∂T
q"x = k (97)
∂x x =0
∂T
− qr" = −k (98)
∂r r = R
Deve ser notado que para o caso especial de uma parede isolada termicamente
( q" = 0 ) o gradiente de temperatura que aparece no lado direito das Eqs. (95-98) é igual
térmico, podendo também ser utilizada no caso de problemas onde há simetria (ponto de
máximo ou de mínimo) da distribuição de temperaturas.
h, T∞
n
h, T∞ h, T∞
Temperatura T∞ z
do sólido
y
x r
φ
Temperatura
do fluido
L
R
(a) (b) (c)
∂T
− k = h(Ts − T∞ ) (99)
∂n s
∂T
k = h(T − T∞ )x=0 (100)
∂x x=0
∂T
− k = h(T − T∞ )x = L (101)
∂x x = L
∂T
− k = h(T − T∞ )r = R (102)
∂r r = R
negro = σTs
" 4
qcorpo (103)
"
onde qcorpo negro é o fluxo de radiação do corpo negro, Ts é a temperatura absoluta da
"
qcorpo
ε = " real (104)
qcorpo negro
real = εσTs
" 4
qcorpo (105)
ε = α . Tal superfície ideal é chamada de superfície cinza. Para o caso especial de uma
superfície cinza com temperatura Ts de pequenas dimensões quando comparada com
uma vizinhança com temperatura Tviz de grandes dimensões que a engloba, a taxa
7.5-CONDIÇÃO INICIAL
T ( x, y, z,0) = Ti (107)
T (r ,φ , z,0) = Ti (108)
T (r ,φ ,θ ,0) = Ti (109)
Para finalizar esse capítulo, vale à pena identificar uma categoria especial de
condições de contorno que são de particular interesse para a solução de problemas de
condução de calor utilizando o método da separação de variáveis (esse método será
discutido posteriormente no Cap. (5)). Essa categoria de condições de contorno consiste
em vários tipos de condições de contorno homogêneas, definidas como: uma condição
de contorno é dita homogênea se todos os seus termos além do zero por si só são de
primeiro grau na função desconhecida (temperatura) e nas suas derivadas.
Para clarear o sentido da terminologia primeiro grau na sua definição, vejamos
os seguintes exemplos. Termos do tipo T (∂T ∂x) ou T (∂ 2T ∂x 2 ) (o produto da
temperatura e uma de suas derivadas) são de segunda ordem. Termos do tipo T ou
∂T ∂x ou ∂ 2T ∂x 2 são de primeira ordem. Termos constantes do tipo T∞ , Ts ou qn" (se
essas quantias forem constantes) são de ordem zero.
De acordo com essa discussão, se Ts não for zero, as condições de contorno
descritas pelas Eqs. (88-90) não são homogêneas. Se Ts for zero, essas condições de
contorno são homogêneas. Similarmente, as condições de contorno descritas pelas Eqs.
(91-94) não são homogêneas. Elas se tornam homogêneas no caso especial de parede
isolada. Finalmente, as condições de contorno descritas pelas Eqs. (95-98) são
homogêneas somente no caso em que T∞ = 0. se T∞ ≠ 0, as condições de contorno
representadas pelas Eqs. (95-98) são não homogêneas.
45
Existem diversas condições físicas comuns que podem ocorrer nos contornos. A
Fig. (18a) mostra quatro condições de contorno comuns em condução bidimensional em
uma placa retangular. Já a Fig. (18b) mostra a interface entre dois materiais. Duas
condições de contorno estão associadas com esse caso.
(a) (b)
Figura 18 – Duas situações para a representação das condições de contorno.
∂T ( L, y)
−k = qo" (fluxo de calor especificado) (111)
∂x
46
∂T ( x,0)
k = h[T ( x,0) − T∞ ] (convecção na superfície) (112)
∂y
∂T ( x, W )
= 0 (isolamento térmico) (113)
∂y
Para o caso de uma interface com uma fonte de calor, que pode ser o caso de
aquecimento de um elemento delgado que está em contato com dois materiais não
condutores elétricos ou o aquecimento por atrito gerado pelo movimento relativo entre
duas superfícies, a condição de contorno é escrita utilizando um balanço de energia na
interface. Admitindo contato térmico perfeito entre dois materiais, conforme a Fig. (19),
um balanço de energia fornece que:
Finalmente, para ilustrar como modelar uma condição de contorno por radiação,
considere novamente a Fig. (18a), na qual a face inferior troca calor por convecção e
também por radiação. Um balanço de energia nessa superfície fornece que:
"
qcond = qconv
"
+ qrad
"
(117)
∂T ( x,0)
k = h[T ( x,0) − T∞ ] + σε [T 4 ( x,0) − Tviz4 ] (118)
∂y
8-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. J. HERIVEL, Joseph Fourier, the Man and the Physicist, Clarendon Press, Oxford,
1975.
2. J. FOURIER, Draft paper, Bibliothéque nationale, BN ff.22525, pp. 107-149, 1804.
3. J. B. BIOT, Mémoire sur la propagation de la chaleur, Bibl. Br., Vol. 37, pp. 310-329,
1804.
4. J. FOURIER, Mémoire sur la propagation de la chaleur, MS. 1851, Ecole Nationale
des Ponts el Chaussee’s, Paris, 1807.
5. I. GRATTAN-GUINNESS e J. R. RAVETZ, Joseph Fourier 1768-1830, MIT Press,
Cambridge, MA, 1972.
6. J. FOURIER, Théorie du movement de la chauleur dans les corps solides, Men. Acad.
R. Sci., Vol. 4, pp. 185-555, 1819-20.
7. J. FOURIER, Théorie du movement de la chauleur dans les corps solides, Men, Acad.
R. Sci., Vol. 5, pp. 153-246, 1821-22.
8. J. FOURIER, Théorie analutique de la chaleur (Analytical Theory of Heat), Paris,
1822.
9. BERGMAN, T. L.; LAVINE, A. S.; INCROPERA, F. P. e DEWITT, W. P.,
Fundamentos de Transferência de Calor e Massa, Editora LTC, 7a edição, 2014,
Rio de Janeiro.
48
9-EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3) Calor é gerado a uma taxa qɺ em uma casca esférica de raio interno ri e raio externo
qo" na superfície. A face frontal e as faces laterais trocam calor por convecção. O
coeficiente de transferência de calor é h e a temperatura ambiente é T∞ . Despreze a
perda de calor pela face traseira e assuma que não há calor sendo conduzido através da
superfície inclinada devido ao atrito. Escreva a equação de condução de calor em
regime permanente e as condições de contorno.
forno o cabo está a uma temperatura Ti . Assuma que não há troca de calor com o cabo
antes de sua entrada no forno e após a sua saída do forno. Escreva a equação de
condução de calor bidimensional em regime permanente e as condições de contorno.
10) Um cilindro oco com raio interno Ri e raio externo Re é aquecido com um fluxo de
"
calor uniforme qi em sua superfície interna. A metade inferior do cilindro está isolada e
a metade superior do cilindro troca calor por convecção e radiação. O coeficiente de
transferência de calor é h, a temperatura ambiente é T∞ , a temperatura da vizinhança é
CAPÍTULO 2
CONDUÇÃO UNIDIMENSIONAL EM
REGIME PERMANENTE
1-INTRODUÇÃO
Esse problema está mostrado esquematicamente na Fig. (1), que representa uma
parede plana de espessura L na qual cada lado está em contato com um fluido em
movimento. A condutividade térmica da parede, k, é assumida constante. Sem perda de
generalidade, podemos assumir que a temperatura do fluido no lado esquerdo da parede
e distante dela, T∞ ,1 , é maior que a temperatura do fluido no lado direito da parede e
distante dela, T∞ , 2 . Essa consideração assegura uma constância de temperatura fora das
d 2T
=0 (1)
dx 2
h1 [T∞ ,1 − T ( x = 0)] = −k
dT
(2)
dx x =0
= h2 [T ( x = L ) − T∞ , 2 ]
dT
−k (3)
dx x=L
A Eq. (1) pode ser integrada duas vezes em x para se obter a primeira derivada
de T em relação a x e a solução geral para a distribuição de temperaturas em x, ou seja:
55
dT
= C1 (4)
dx
T ( x) = C1x + C2 (5)
onde C1 e C2 são constantes de integração, que devem ser obtidas a partir das duas
condições de contorno, Eqs. (2-3). Substituindo as Eqs. (4-5) nas Eqs. (2-3) obtém-se:
k − h1 C1 − h1T∞ ,1
= (8)
h2 L + k h2 C2 h2T∞ , 2
− h1T∞ ,1 − h1
h2T∞ , 2 h2 h1h2 (T∞ , 2 − T∞ ,1 )
C1 = =
k − h1 h1h2 L + h1k + h2 k
h2 L + k h2
k − h1T∞ ,1
h2 L + k h2T∞ , 2 T∞ ,1h1h2 L + T∞ ,1h1k + T∞ , 2 h2 k
C2 = =
k − h1 h1h2 L + h1k + h2 k
h2 L + k h2
56
A Eq. (9) pode ser rearranjada em uma forma mais compacta como:
− (T∞,1 − T∞, 2 ) h1
T ( x) = 1 + x + T (10)
(h1 h2 ) + (h1 k )L + 1 k ∞,1
dT d − (T∞ ,1 − T∞ , 2 ) h1 h1 (T∞ ,1 − T∞ , 2 )1
q" = −k = −k 1 + x + T∞ ,1 = (11)
dx dx (h1 h2 ) + (h1 k )L + 1 k (h1 h2 ) + (h1 k )L + 1
diferencial governante ainda é representada pela Eq. (1), mas as condições de contorno
são agora escritas como:
T ( x = 0 ) = T∞ ,1 (12)
T (x = L ) = T∞ , 2 (13)
A solução do problema dado pela Eq. (1) e pelas Eqs. (12-13) fornece que:
57
T −T
T ( x ) = − ∞,1 ∞, 2 x + T∞,1 (14)
L
T∞ ,1 − T∞ , 2
q" = k (15)
L
A análise anterior pode ser generalizada para o caso de uma parede plana com
condutividade térmica variável. A equação de condução para o caso de condutividade
térmica variável com x tem a seguinte forma:
d dT
k (x ) = 0 (16)
dx dx
A Eq. (16) pode ser integrada duas vezes em x para se obter a primeira derivada
de T em relação a x e a solução geral para a distribuição de temperaturas em x, ou seja:
dT C
= 1 (17)
dx k ( x )
T ( x ) = C1 + C2 = C1 I ( x ) + C2
x dx
(18)
0 k (x )
I (x ) =
x dx
(19)
0 k (x )
C1
h1[T∞ ,1 − C1I (0) − C2 ] = − k (0) (20)
k (0 )
58
C1
− k ( L) = h2 [C1I ( L) + C2 − T∞, 2 ] (21)
k (L )
− h1T∞ ,1 − h1
h2T∞ , 2 h2 − h1h2T∞ ,1 + h1h2T∞ , 2
C1 = =
1 − h1I (0) − h1 h1 + h2 − h1h2 I (0) + h1h2 I (L )
1 + h2 I (L ) h2
Deve ser notado que I (0) = 0. O fluxo de calor pode ser calculado pela lei de
Fourier, ou seja:
L1 L2 Li Ln−1 Ln
h1, T∞ ,1 h2 , T∞, 2
k1 k2 ... ki ... kn−1 kn
x1
x2
...
xi
...
xn −1
xn
k1 0 < x < x1
k x1 < x < x2
2
.............................
k ( x ) = ki xi −1 < x < xi (26)
.............................
kn −1 xn − 2 < x < xn −1
k xn −1 < x < xn
n
I (0) =
0 dx
=0 (27)
0 k (x )
n
I (L ) =
dx L
= m
L
(28)
0 k (x ) m=1 k m
i −1
x − xi−1
I (x ) =
dx L
= m +
x
xi−1 < x < xi (29)
0 k ( x ) m=1 k m ki
x − xi−1 i−1 Lm
(T∞ ,1 − T∞ , 2 ) h1 + + 1
k m=1 k m
T ( x ) = T∞ ,1 −
i
n (30)
Lm h1
h1 + +1
m=1 k m h2
q" =
(T − T∞ , 2 )
∞ ,1
(31)
n
Lm 1 1
m =1 k m
+ +
h1 h2
Deve ser notado no exemplo acima que, como a temperatura é uma função linear
da posição x, o fluxo de calor através da parede é uma constante. Antes de finalizar essa
seção, será introduzido o conceito de resistência térmica. Esse conceito tem origem na
analogia entre a expressão da taxa de transferência de calor através da parede e a lei de
Ohm da eletricidade para um fluxo unidimensional de corrente elétrica, representada
por:
∆V
I= (32)
Re
I
Re
é análoga à corrente elétrica passando através da resistência elétrica. Assim, a Eq. (31)
pode ser reescrita como:
q=
(T − T∞, 2 )
∞ ,1
(33)
n
Lm 1 1
m =1 Akm
+ +
Ah1 Ah2
Comparando a Eq. (32) com a Eq. (33), é fácil perceber que o denominador da
Eq. (33) desempenha papel análogo aquele da resistência elétrica da Eq. (32). É por esse
motivo que o conceito de resistência térmica à passagem de calor na configuração da
Fig. (2) é introduzido e definido como se segue:
n
Lm 1 1
Rt = + + (34)
m =1 Akm Ah1 Ah2
Podem ser identificadas três contribuições para a resistência térmica na Eq. (34).
Primeiro, a resistência térmica oferecida pelo material das várias camadas da parede
(representada pelos vários termos no somatório). Segundo, a resistência térmica
oferecida pela presença do contato térmico imperfeito entre o lado direito da parede e o
fluido frio. E terceiro, a resistência térmica oferecida pela presença do contato térmico
imperfeito entre o lado esquerdo da parede e o fluido quente. No caso limite de contato
térmico perfeito entre os fluidos e a parede (h1 → ∞ e h2 → ∞) essa contribuição na
resistência térmica total desaparece.
Uma expressão mais geral para a resistência térmica pode ser obtida se a Eq.
(25) for utilizada ao invés da Eq. (33) para o fluxo de calor. Como I (0) = 0 a partir da
Eq. (19), pode ser mostrado que:
I (L ) 1 1
Rt = + + (35)
A Ah1 Ah2
A solução padrão para o problema da parede plana, Eqs. (1-3) pode ser obtida
com o auxílio do MAPLE, cuja rotina de cálculos está mostrada no arquivo
MAPLE1.mw.
63
A análise apresentada anteriormente para a parede plana pode ser repetida para
estudar o problema da condução radial em regime permanente em um duto cilíndrico.
Essa geometria é de grande importância devido ao vasto uso de dutos em aplicações de
engenharia de transferência de calor. Um esquema de uma seção de um duto cilíndrico
está mostrado na Fig. (4):
R1
T∞ ,1 , h1 T∞ , 2 , h2
r R2
d dT
r =0 (36)
dr dr
h1[T∞,1 − T (r = R1 )] = −k
dT
(37)
dr r = R1
= h2 [T (r = R2 ) − T∞ , 2 ]
dT
−k (38)
dr r = R2
A Eq. (36) pode ser integrada duas vezes em r para se obter a primeira derivada
de T em relação a r e a solução geral para a distribuição de temperaturas em r, ou seja:
dT C1
= (39)
dr r
T (r ) = C1 ln r + C2 (40)
onde C1 e C2 são constantes de integração, que devem ser obtidas a partir das duas
condições de contorno, Eqs. (37-38). Substituindo as Eqs. (39-40) nas Eqs. (37-38)
obtém-se:
C1
h1 (T∞ ,1 − C1 ln R1 − C2 ) = − k (41)
R1
C1
−k = h2 (C1 ln R2 + C2 − T∞ , 2 ) (42)
R2
k R1 − h1 ln R1 − h1 C1 − h1T∞ ,1
= (43)
k R2 + h2 ln R2 h2 C2 h2T∞ , 2
− h1T∞ ,1 − h1
h2T∞ , 2 h2 h1h2 R1 R2 (T∞ ,1 − T∞ , 2 )
C1 = =
k R1 − h1 ln R1 − h1 h1h2 R1 R2 ln R1 − kh1 R1 − h1h2 R1 R2 ln R2 − kh2 R2
k R2 + h2 ln R2 h2
k R1 − h1 ln R1 − h1T∞,1
k R2 + h2 ln R2 h2T∞ , 2 h1h2 R1 R2T∞ , 2 ln R1 − kh1 R1T∞,1 − h1h2 R1 R2T∞ ,1 ln R2 − kh2 R2T∞, 2
C2 = =
k R1 − h1 ln R1 − h1 h1h2 R1 R2 ln R1 − kh1 R1 − h1h2 R1 R2 ln R2 − kh2 R2
k R2 + h2 ln R2 h2
h1h2 R1 R2 (T∞ ,1 − T∞ , 2 )
T (r ) = ln r
h1h2 R1 R2 ln R1 − kh1 R1 − h1h2 R1 R2 ln R2 − kh2 R2
h1h2 R1 R2T∞ , 2 ln R1 − kh1 R1T∞ ,1 − h1h2 R1 R2T∞ ,1 ln R2 − kh2 R2T∞ , 2
+ (44)
h1h2 R1 R2 ln R1 − kh1 R1 − h1h2 R1 R2 ln R2 − kh2 R2
A Eq. (44) pode ser rearranjada em uma forma mais compacta como:
− (T∞ ,1 − T∞ , 2 ) r k
T (r ) = ln + + T∞ ,1 (45)
R k k R R h
1 1
ln 2 + + 1
R1 R2 h2 R1h1
A taxa de transferência de calor pode ser calculada pela lei de Fourier, ou seja:
66
d − (T∞ ,1 − T∞ , 2 ) r k
q = − k (2πrL ) = −k (2πrL )
dT
ln + + T∞ ,1 =
dr dr ln R2 + k + k R1 R1h1
R1 R2 h2 R1h1
2πL(T∞ ,1 − T∞ , 2 )
(46)
1 ln(R2 R1 ) 1
+ +
R1h1 k R2 h2
onde L é o comprimento do duto perpendicular ao plano da Fig. (4). Deve ser notado
que a taxa de transferência de calor através da parede do duto é constante, conforme a
Eq. (46). Conforme os coeficientes h1 e h2 aumentam e se aproximam do infinito, o
contato térmico torna-se perfeito e a temperatura da parede se aproxima da temperatura
do fluido (T∞ ,1 em r = R1 e T∞ , 2 em r = R2 , respectivamente). Nessa condição, a
equação diferencial governante ainda é representada pela Eq. (36), mas as condições de
contorno são agora escritas como:
T (r = R1 ) = T∞ ,1 (47)
T (r = R2 ) = T∞ , 2 (48)
T (r ) = T∞ ,1 −
(T
∞ ,1 − T∞ , 2 )ln(r R1 )
(49)
ln(R2 R1 )
2πLk (T∞,1 − T∞ , 2 )
q= (50)
ln(R2 R1 )
A análise anterior pode ser generalizada para o caso de um duto cilíndrico com
condutividade térmica variável. A equação de condução para o caso de condutividade
térmica variável com r tem a seguinte forma:
67
d dT
rk (r ) = 0 (51)
dr dr
A Eq. (51) pode ser integrada duas vezes em r para se obter a primeira derivada
de T em r e a solução geral para a distribuição de temperaturas em r, ou seja:
dT C
= 1 (52)
dr rk (r )
T (r ) = C1 + C2 = C1G (r ) + C2
r dr
(53)
R1 rk (r )
G (r ) =
r dr
(54)
R1 rk (r )
1 R1 − h1G(R1 ) − h1 C1 − h1T∞ ,1
= (57)
1 R
2 2 + h G ( R2 ) h C
2 2 h2T∞ , 2
68
− h1T∞ ,1 − h1
h2T∞ , 2 h2 h1h2 R1 R2 (T∞ ,1 − T∞ , 2 )
C1 = =
1 R1 − h1G (R1 ) − h1 h1h2 R1 R2G (R1 ) − h1 R1 − h1h2 R1 R2G (R2 ) − h2 R2
1 R2 + h2G (R2 ) h2
h1h2 R1 R2 (T∞ ,1 − T∞ , 2 )
T (r ) = G (r )
h1h2 R1 R2G (R1 ) − h1 R1 − h1h2 R1 R2G (R2 ) − h2 R2
h1h2 R1 R2T∞ , 2G (R1 ) − h1 R1T∞ ,1 − h1h2 R1R2T∞ ,1G (R2 ) − h2 R2T∞ , 2
(58)
h1h2 R1 R2G (R1 ) − h1 R1 − h1h2 R1R2G (R2 ) − h2 R2
A Eq. (58) pode ser rearranjada em uma forma mais compacta como:
1
(T
∞ ,1 − T∞ , 2 )h1 [G (r ) − G(R1 )] +
R1
T (r ) = T∞ ,1 − (58)
1
h1 [G (R2 ) − G (R1 )] + 1 +
h
R2 h2 R1
Deve ser notado que G(R1 ) = 0. A taxa de transferência de calor pode ser
calculada pela lei de Fourier, ou seja:
2πLh1 (T∞ ,1 − T∞ , 2 )
= (59)
1
h1[G (R2 ) − G (R1 )] + 1 +
h
R2h2 R1
Rn
Rn −1
r
R3
T∞ ,1 , h1 T∞ , 2 , h2
R2 R1
k1
k2
kn −1
Figura 5 – Seção transversal de um duto cilíndrico revestido com camadas de diferentes
isolantes térmicos.
k1 R1 < r < R2
k R2 < r < R3
2
.............................
k (r ) = ki Ri < r < Ri +1 (60)
.............................
k n − 2 Rn−2 < r < Rn−1
k Rn−1 < r < Rn
n−1
70
G (R1 ) =
R1 dr
=0 (61)
R1 rk (r )
n −1
1
G (R2 ) =
dr R
= ln m+1
R2
(62)
R1 rk (r ) m=1 k m Rm
i −1
1 1
G (r ) =
dr R r
=
r
ln m +1 + ln (63)
R1 rk (r )
m =1 k m Rm k i R1
i −1 1 1
(T − T )
∞,2
R 1
ln m+1 + ln +
r
ki R1 R1h1
∞ ,1
T (r ) = T∞ ,1 − m=1 k m Rm
Ri < r < Ri +1 (64)
n −1
1 R h 1
m =1 k m
ln m+1 + 1 +
Rm Rn h2 R1h1
2πL(T∞,1 − T∞, 2 )
q= n−1 (65)
1 R h 1
m =1 k m
ln m+1 + 1 +
Rm Rn h2 R1h1
No caso limite de uma única camada, as Eqs. (64-65) se reduzem as Eqs. (45-
46). De acordo com a discussão precedente sobre resistências térmicas, utilizando a
71
analogia entre a Eq. (65) e a lei de Ohm, Eq. (32), pode-se escrever uma expressão para
a resistência térmica de um duto cilíndrico composto, ou seja:
n −1
1 R h1 1
Rt = ln m +1 + + (66)
m =1 2πLk m Rm 2πLRn h2 2πLR1h1
Uma expressão mais geral para a resistência térmica pode ser escrita
comparando a Eq. (59) com a lei de Ohm:
G (R2 ) 1 1
Rt = + + (67)
2πrL 2πrLR2 h2 2πrLR1h1
A solução padrão para o problema do duto cilíndrico, Eqs. (36-38) pode ser
obtida com o auxílio do MAPLE, cuja rotina de cálculos está mostrada no arquivo
MAPLE2.mw.
A análise apresentada anteriormente para o duto cilíndrico pode ser repetida para
estudar o problema da condução radial em regime permanente em uma casca esférica.
Essa geometria é de grande importância devido à utilização em armazenamento de
fluidos. Um esquema de uma seção de uma casca esférica está mostrado na Fig. (6):
R1
T∞ ,1 , h1 T∞ , 2 , h2
r R2
d 2 dT
r =0 (68)
dr dr
h1[T∞,1 − T (r = R1 )] = −k
dT
(69)
dr r = R1
= h2 [T (r = R2 ) − T∞ , 2 ]
dT
−k (70)
dr r = R2
A Eq. (68) pode ser integrada duas vezes em r para se obter a primeira derivada
de T em r e a solução geral para a distribuição de temperaturas em r:
dT C1
= (71)
dr r 2
T (r ) = −
C1
+ C2 (72)
r
73
onde C1 e C2 são constantes de integração, que devem ser obtidas a partir das duas
condições de contorno, Eqs. (69-70). Substituindo as Eqs. (71-72) nas Eqs. (69-70)
obtém-se:
C C
h1 T∞ ,1 + 1 − C2 = −k 12 (73)
R1 R1
C1 C
−k 2
= h2 − 1 + C2 − T∞ , 2 (74)
R2 R2
k R12 + h1 R1 − h1 C1 − h1T∞ ,1
= (75)
k R2 − h R
2 2 2 h2 C2 h2T∞ , 2
− h1T∞ ,1 − h1
h2T∞ , 2 h2 h1h2 R12 R22 (T∞ ,1 − T∞ , 2 )
C1 = =
k R12 + h1 R1 − h1 h1h2 R12 R2 − kh1R12 − h1h2 R1R22 − kh2 R22
k R22 − h2 R2 h2
k R12 + h1 R1 − h1T∞,1
k R22 − h2 R2 h2T∞ , 2 h1h2 R12 R2T∞ ,1 − kh1R12T∞,1 − h1h2 R1R22T∞ , 2 − kh2 R22T∞ , 2
C2 = =
k R12 + h1 R1 − h1 h1h2 R12 R2 − kh1R12 − h1h2 R1R22 − kh2 R22
k R22 − h2 R2 h2
A Eq. (76) pode ser rearranjada em uma forma mais compacta como:
1 1 k
(T − T∞ , 2 ) − − 2
∞ ,1
T (r ) = r R1 R1 h1 + T (77)
∞ ,1
1 1 k k
− + 2 + 2
R1 R2 R1 h1 R2 h2
A taxa de transferência de calor pode ser calculada pela lei de Fourier, ou seja:
1 1 k
(T∞ ,1 − T∞ , 2 ) − − 2
q = −k 4πr (
2 dT
dr
)
= −k 4πr 2 d
( )
dr 1 − 1 + k + k
r R1 R1 h1
+ T∞ ,1 =
R R R 2h R 2 h
1 2 1 1 2 2
(T ∞ ,1 − T∞ , 2 )
(78)
1 1 1 1 1
2 + 2 + −
4π R h
1 1 R h
2 2 kR 1 kR2
Deve ser notado que a taxa de transferência de calor através da parede esférica é
constante, conforme a Eq. (78). Conforme os coeficientes h1 e h2 aumentam e se
aproximam do infinito, o contato térmico torna-se perfeito e a temperatura da parede se
aproxima da temperatura do fluido (T∞ ,1 em r = R1 e T∞ , 2 em r = R2 , respectivamente).
Nessa condição, a equação diferencial governante ainda é representada pela Eq. (68),
mas as condições de contorno são agora escritas como:
T (r = R1 ) = T∞ ,1 (79)
T (r = R2 ) = T∞ , 2 (80)
75
1 1
(T ∞ ,1 − T∞ , 2 ) −
T (r ) = r R1 (81)
1 1
−
R1 R2
q=
(T ∞ ,1 − T∞ , 2 )
(82)
1 1 1
−
4πk R1 R2
A análise anterior pode ser generalizada para o caso de uma casca esférica com
condutividade térmica variável. A equação de condução para o caso de condutividade
térmica variável com r tem a seguinte forma:
2 dT
r k (r ) dr = 0
d
(83)
dr
A Eq. (83) pode ser integrada duas vezes em r para se obter a primeira derivada
de T em r e a solução geral para a distribuição de temperaturas em r, ou seja:
dT C
= 2 1 (84)
dr r k (r )
T (r ) = C1 + C2 = C1F (r ) + C2
r dr
(85)
R1 r k (r )
2
F (r ) =
r dr
(86)
R1 r k (r )
2
76
− h1T∞ ,1 − h1
h2T∞ , 2 h2 h1h2 R12 R22 (T∞ ,1 − T∞ , 2 )
C1 = =
1 R12 − h1F (R1 ) − h1 h1h2 R12 R22 F (R1 ) − h1R12 − h1h2 R12 R22 F (R2 ) − h2 R22
1 R22 + h2 F (R2 ) h2
h1h2 R12 R22T∞ , 2 F (R1 ) − h1 R12T∞ ,1 + h1h2 R12 R22T∞ ,1 F (R2 ) − h2 R22T∞ , 2
(90)
h1h2 R12 R22 F (R1 ) − h1 R12 − h1h2 R12 R22 F (R2 ) − h2 R22
A Eq. (90) pode ser rearranjada em uma forma mais compacta como:
1
(T
∞ ,1 − T∞ , 2 ) F (r ) − F (R1 ) + 2
R1 h1
T (r ) = T∞ ,1 − (91)
1 1
2
+ 2 − F (R1 ) + F (R2 )
R1 h1 R2 h2
Deve ser notado que F (R1 ) = 0. A taxa de transferência de calor pode ser
calculada pela lei de Fourier, ou seja:
=
(T ∞ ,1 − T∞ , 2 )
(92)
1 1 1
4π R 2 h + R 2h − F (R1 ) + F (R2 )
1 1 2 2
k1 R1 < r < R2
k R2 < r < R3
2
.............................
k (r ) = ki Ri < r < Ri +1 (93)
.............................
k n − 2 Rn−2 < r < Rn−1
k Rn−1 < r < Rn
n−1
78
F (R1 ) =
R1 dr
=0 (94)
R1 r k (r )
2
n −1
1 1 1
F (R2 ) =
dr
R2
= − (95)
R1 r k (r ) m =1 k m
2
Rm Rm +1
i −1
1 1 1 1 1 1
F (r ) =
dr
r
= − + − (96)
R1 r k (r )
2
Rm +1 ki
m =1 k m Rm Ri r
Rn
Rn−1
r
R3
T∞ ,1 , h1 T∞ , 2 , h 2
R2 R1
k1
k2
kn−1
Figura 7 – Seção transversal de uma casca esférica revestida com camadas de diferentes
isolantes térmicos.
79
i −1 1 1 1 1 1 1 1
(T
∞ ,1 − T )
∞ , 2
− + − + 2
T (r ) = T∞ ,1 − m =1 k m Rm Rm +1 ki Ri r R1 h1 Ri < r < Ri +1 (97)
1 1 n −1
1 1 1
+ + −
R1 h1 Rn h2 m =1 km Rm Rm +1
2 2
q=
(T∞ ,1 − T∞ , 2 )
(98)
1 1 1 n −1
1 1 1
2 + 2 + −
4π R h
1 1 R h
2 2 m =1 k R
m m Rm +1
No caso limite de uma única camada, as Eqs. (97-98) se reduzem as Eqs. (77-
78). De acordo com a discussão precedente sobre resistências térmicas, utilizando a
analogia entre a Eq. (98) e a lei de Ohm, Eq. (32), pode-se escrever uma expressão para
a resistência térmica de uma casca esférica composta, ou seja:
1 1 1 n −1
1 1 1
Rt =
4π
2 + 2
+ −
R1 h1 R2 h2 m =1 km Rm Rm +1
(99)
Uma expressão mais geral para a resistência térmica pode ser escrita
comparando a Eq. (92) com a lei de Ohm:
1 1 1
Rt = 2 + 2 − F (R1 ) + F (R2 ) (100)
4π R1 h1 R2 h2
80
A solução padrão para o problema da casca esférica, Eqs. (68-70) pode ser
obtida com o auxílio do MAPLE, cuja rotina de cálculos está mostrada no arquivo
MAPLE3.mw.
π
A( x ) = d (x)
2
(101)
4
(a) (b)
Figura 8 – Exemplos de seções cônicas truncadas.
Eɺ e = Eɺ s qx = q x + dx (102)
dqx
qx + dx = qx + dx (103)
dx
dqx
=0 (104)
dx
d dT
− kA( x ) = 0 (105)
dx dx
d dT
A( x ) = 0 (106)
dx dx
T ( x = x1 ) = T1 (107)
T ( x = x2 ) = T2 (108)
d π d π πa 2 d dT
dx 4
d ( x )2 dT
=
dx dx 4
(
ax )
1 2 2 dT
dx
= x
4 dx dx
=0 (109)
A Eq. (109) pode ser simplificada para a forma final da equação diferencial
ordinária que representa o problema em análise, escrita na forma:
d dT
x =0 (110)
dx dx
A Eq. (110) pode ser integrada duas vezes em x para se obter a primeira derivada
de T em x e a solução geral para a distribuição de temperaturas em x:
dT C1
= (111)
dx x
T (x ) = C1 ln x + C2 (112)
onde C1 e C2 são constantes de integração, que podem ser obtidas a partir das duas
condições de contorno, Eqs. (107-108). Substituindo a Eq. (112) nas Eqs. (107-108)
obtém-se:
T ( x = x1 ) = C1 ln x1 + C 2 = T1 (113)
T ( x = x2 ) = C1 ln x2 + C 2 = T2 (114)
C1 =
(T2 − T1 ) (115)
ln x2 − ln x1
83
T1 ln x2 − T2 ln x1
C2 = (116)
ln x2 − ln x1
T (x ) =
(T2 − T1 ) ln x +
T1 ln x2 − T2 ln x1
(117)
ln x2 − ln x1 ln x2 − ln x1
dT (T2 − T1 ) 1
= (118)
dx ln x2 − ln x1 x
A taxa de transferência de calor pode ser calculada pela lei de Fourier e a partir
do resultado da Eq. (118), ou seja:
face maior localizada em x2 = 125 mm. Sejam T1 = 600 K e T2 = 400 K. Assuma que a
variação do diâmetro com x seja caracterizada pelo parâmetro a = 0,5 m. Utilizando as
Eqs (115-119) obtém-se:
C1 =
(400 − 600) = −124,27 K/m
ln 0,125 − ln 0,025
T ( x) = −124,27 ln x + 141,59
Esses cálculos também podem ser feitos utilizando o MAPLE, cuja rotina de
cálculos está mostrada no arquivo MAPLE4.mw. Para a Fig. (8b), a Eq. (106) é
reescrita como:
d π d π πa 2 d 3 dT
dx 4
d (x )
2 dT
=
dx dx 4
ax ( )
3 2 2 dT
dx
= x
4 dx dx
=0 (120)
A Eq. (119) pode ser simplificada para a forma final da equação diferencial
ordinária que representa o problema em análise, escrita na forma:
d 3 dT
x =0 (121)
dx dx
A Eq. (121) pode ser integrada duas vezes em x para se obter a primeira derivada
de T em x e a solução geral para a distribuição de temperaturas em x:
dT C1
= (122)
dx x3
T (x ) = −
C1
+ C2 (123)
2x2
onde C1 e C2 são constantes de integração, que devem ser obtidas a partir das duas
condições de contorno, Eqs. (107-108). Substituindo a Eq. (123) nas Eqs. (107-108)
obtém-se:
T ( x = x1 ) = −
C1
+ C2 = T1 (124)
2 x12
85
T ( x = x2 ) = −
C1
+ C 2 = T2 (125)
2 x22
T1 x12 − T2 x22
C2 = (127)
x12 − x22
A taxa de transferência de calor pode ser calculada pela lei de Fourier e a partir
do resultado da Eq. (129), ou seja:
0,50625
T (x) = + 10
x2
Esses cálculos também podem ser feitos utilizando o MAPLE, cuja rotina de
cálculos está mostrada no arquivo MAPLE5.mw.
6-GEOMETRIAS COMPOSTAS
Uma janela de painel duplo, conforme a Fig. (9a), consiste em duas placas de
vidro com espessura de 6 mm cada separadas por um espaço de ar com 3 mm de
espessura. Já uma janela de painel triplo, conforme a Fig. (9b), consiste em três placas
de vidro com espessura de 6 mm cada separadas por dois espaços de ar com 3 mm de
espessura cada. Ambos os sistemas devem ser avaliados para instalação em uma sala
87
que está a uma temperatura de 20 oC e um ambiente externo que está a uma temperatura
de -10 oC. O coeficiente de transferência de calor por convecção natural na superfície
interna de ambos os modelos de janela é estimado como sendo 12 W/(m2.K). O
coeficiente de transferência de calor por convecção associado com o ambiente externo
varia com a velocidade do vento, sendo estimado como variando entre 10 a 100
W/(m2.K). Compare a taxa de perda de calor para cada tipo de janela como uma função
do coeficiente de transferência de calor externo para uma área superficial de 0,4 m2. A
condutividade térmica do espaço de ar é igual a 0,0245 W/(m.K) e a condutividade
térmica do vidro é igual a 1,4 W/(m.K).
Denotando a resistência térmica do arranjo com parede dupla por Rt , 2 e a
resistência térmica do arranjo com parede tripla por Rt ,3 , pode-se escrever que:
1 L L L 1 1 2L L 1
Rt , 2 = + v + ar + v + = + v + ar + (131)
hi A kv A k ar A kv A he A hi A kv A k ar A he A
1 L L L L L 1 1 3L 2 L 1
Rt ,3 = + v + ar + v + ar + v + = + v + ar + (132)
hi A kv A k ar A kv A k ar A kv A he A hi A kv A k ar A he A
1 2 3
6 mm 3 mm 6 mm
(a) (b)
Figura 9 – Configuração plana composta, janela de parede dupla e parede tripla.
T∞ ,i − T∞ , e
q2 = (133)
1 2 Lv Lar 1
+ + +
hi A kv A kar A he A
T∞ ,i − T∞, e
q3 = (134)
1 3Lv 2 Lar 1
+ + +
hi A kv A kar A he A
ln(Re Ri )
Rt ,i = Rt , c + (135)
2πLk
1
Rt ,e = (136)
2πre Lh
Taquecedor − Ti Taquecedor − Ti
qi = = (137)
Rt ,i ln( Re Ri )
Rt ,c +
2πLk
Taquecedor − T∞ Taquecedor − T∞
qe = = (138)
Rt ,e 1
2πre Lh
Taquecedor − Ti T −T
Pelétrica = qi + qe = + aquecedor ∞ (139)
ln( Re Ri ) 1
Rt ,c +
2πLk 2πre Lh
1 1 1 1 1 1 1
Rt = − + − + (140)
4πk1 r1 r2 4πk2 r2 r3 4πr32 h
Água a 10o C
r2
r1
r3
Ti − T∞ Ti − T∞
q= = (141)
Rt 1 1 1 1 1 1 1
− + − +
4πk1 r1 r2 4πk2 r2 r3 4πr32 h
92
1 1 1 1 1 1 1
Tmax = T∞ + q − + − + 2
(142)
4πk1 r1 r2 4πk2 r2 r3 4πr3 h
taxa de calor por convecção aumenta). O menor valor de Tmax ocorre quando a casca de
aço inoxidável é totalmente removida ( r3 = r2 = 0,3 m). Entretanto, para o sistema operar
com segurança, uma mínima espessura de aço inoxidável é desejável. Para uma casca de
aço inoxidável de 0,05 m de espessura, r3 = 0,35 m, pode-se utilizar o MAPLE para
determinar qual o mínimo valor de h para que a máxima temperatura no chumbo não
ultrapasse os 220 oC, obtendo-se o valor de 273,5 W/(m2.K).
Eɺ g = I 2 Re (143)
Eɺ g I 2 Re
qɺ = = (144)
V V
T∞,1 , h1 k , qɺ T∞, 2 , h2
x=0 x=L
Figura 12 – Parede plana com geração de calor uniforme.
d 2T qɺ
+ =0 (145)
dx 2 k
= h1 [T (x = 0 ) − T∞ ,1 ]
dT
k (146)
dx x=0
= h1[T ( x = L ) − T∞ , 2 ]
dT
−k (147)
dx x=L
Uma casca cilíndrica com duas camadas é composta por dois materiais conforme
mostrado na Fig. (13). A casca interna tem condutividade térmica k1 e possui geração
de energia volumétrica a uma taxa qɺ1. A casca externa tem condutividade térmica k2 e
possui geração de energia volumétrica a uma taxa qɺ2 . A superfície em r1 é resfriada por
um refrigerante com temperatura T∞ e coeficiente de transferência de calor h. A
superfície externa em r3 está isolada. As equações diferenciais para esse problema são
escritas como:
1 d dT1 qɺ1
r + =0 (148)
r dr dr k1
1 d dT2 qɺ 2
r + = 0 (149)
r dr dr k2
r2
k 2 k1 r1
qɺ 2 qɺ1
r3
T∞ , h
= h[T1 (r = r1 ) − T∞ ]
dT1
k1 (150)
dr r = r1
96
T1 (r = r2 ) = T2 (r = r2 ) (151)
dT1 dT
k1 = k2 2 (152)
dr r = r2 dr r = r2
dT2
=0 (153)
dr r =r3
d 2T qɺ
+ =0 (154)
dx 2 k
dT
=0 (155)
dx x=0
T ( x = a ) = Ts (156)
A solução da Eq. (154) é obtida por dupla integração em x, cujos resultados são:
dT qɺx
= − + C1 (157)
dx k
qɺx 2
T (x ) = − + C1 x + C2 (158)
2k
C1 = 0 (159)
98
qɺa 2
C2 = Ts + (160)
2k
qɺx 2 qɺa 2
T ( x ) = Ts − + (161)
2k 2k
T ( x ) − Ts
2
x
2
= 1− (162)
qɺa 2k a
1 d dT qɺ
r + =0 (163)
r dr dr k
dT
=0 (164)
dr r =0
T (r = a ) = Ts (165)
A solução da Eq. (163) é obtida por dupla integração r, cujos resultados são:
dT qɺr C
=− + 1 (166)
dr 2k r
99
qɺr 2
T (r ) = − + C1 ln r + C2 (167)
4k
C1 = 0 (168)
qɺa 2
C2 = Ts + (169)
4k
qɺr 2 qɺa 2
T (r ) = Ts − + (170)
4k 4k
T (r ) − Ts 1 r
2
= 1 − (171)
qɺa 2 2k 2 a
1 d 2 dT qɺ
r + =0 (172)
r 2 dr dr k
dT
=0 (173)
dr r =0
100
T (r = a ) = Ts (174)
A solução da Eq. (172) é obtida por dupla integração em r, cujos resultados são:
dT qɺr
= − + C1r − 2 (175)
dr 3k
qɺr 2 C1
T (r ) = − − + C2 (176)
6k r
C1 = 0 (177)
qɺa 2
C2 = Ts + (178)
6k
qɺr 2 qɺa 2
T (r ) = Ts − + (179)
6k 6k
T (r ) − Ts 1 r
2
= 1 − (180)
qɺa 2 2k 3 a
As Eqs. (162, 171 e 180) podem ser plotadas em um mesmo gráfico em função
de um comprimento adimensional para x ou r variando de 0 a a. Os resultados podem
ser visualizados na Fig. (15). Conforme a Fig. (15), a esfera tem a menor diferença de
101
V a (1 × 1)
PAREDE PLANA: = =a
As (1 × 1)
V πa 2 × 1 a
CILINDRO: = =
As 2πa × 1 2
V 4πa3 3 a
ESFERA: = =
As 4πa 2 3
8-EXERCÍCIOS PROPOSTOS
( )
condições: A( x ) = (1 − x ), T ( x ) = 300 1 − 2 x − x 3 , e q = 6000 W, onde A está em metros
quadrados, T em Kelvins e x em metros.
c) Determine os fluxos térmicos nas superfícies, q"x (− L) e q "x ( + L ). Como esses fluxos
T (x ) = −
A − ax
e + Bx + C
ka 2
104
a) Obtenha expressões para os fluxos de calor por condução nas superfícies superior e
inferior.
b) Deduza uma expressão para qɺ ( x ).
c). Desenvolva uma expressão para a taxa na qual a radiação é absorvida em todo
material, por unidade de área superficial. Expresse o seu resultado em termos das
constantes conhecidas para a distribuição de temperaturas, da condutividade térmica do
material e de sua espessura.
uma camada isolante cuja superfície externa possui raio r2 e troca calor por convecção e
radiação com o ar circundante e a vizinhança, respectivamente. Quando uma corrente
elétrica passa pelo cabo, há geração de energia térmica em seu interior a uma taxa
volumétrica qɺ.
105
ln (r r2 )
Isolamento térmico: T (r ) = Ts , 2 + (Ts ,1 − Ts , 2 )
ln (r1 r2 )
qɺr12 r 2
Cabo: T (r ) = Ts ,1 + 1 −
4kc r12
2πki (Ts ,1 − Ts , 2 )
qr' =
ln (r2 r1 )
d) Considere condições nas quais uma corrente elétrica de 250 A atravessa um cabo
cuja resistência elétrica por unidade de comprimento é de Re' = 0,005 Ω / m, com um
uma camada de material isolante que possui raio externo r2 , condutividade térmica k e
emissividade ε . A superfície externa do isolamento troca calor por convecção e
radiação com o ar adjacente e uma grande vizinhança, respectivamente.
1 − (r1 r )
T (r ) = Ts ,1 − (Ts ,1 − Ts , 2 )
1 − (r2 r1 )
4πk (Ts ,1 − Ts , 2 )
qr =
(1 r1 ) − (1 r2 )
107
201 ≤ r ≤ 2 210 mm. O engenheiro está preocupado com eventuais acidentes por
queimadura que possam ocorrer com o pessoal que entrar em contato com a superfície
exposta do isolamento térmico. O aumento da espessura da camada de isolante térmico
é uma solução prática para manter Ts , 2 ≤ 45 oC? Que outro parâmetro poderia ser
7) Uma parede plana, que tem um de seus lados ( x = 0) termicamente isolado, está
inicialmente a uma temperatura uniforme Ti , quando sua superfície exposta em x = L
T ( x, t ) − Ts π 2 αt π x
= C1 exp − cos
2
Ti − Ts 4 L 2 L
10) Uma janela de quartzo com espessura L serve como visor em um forno usado para
temperar aço. A superfície interna ( x = 0) da janela é irradiada com um fluxo de calor
uniforme q0" devido à emissão dos gases quentes no interior do forno. Pode-se supor que
qɺ ( x ) = (1 − β )q0" e −αx
radioativos.
110
CAPÍTULO 3
1-INTRODUÇÃO
k = k 0 (1 + ax 2 ) (1)
T1
(
k = k0 1 + ax 2 ) T2
x=0 x=L
Figura 1 – Parede plana com condutividade térmica dependente da posição.
112
d dT d dT
k = k0 (1 + ax 2 ) =0 (2)
dx dx dx dx
T ( x = 0) = T1 (3)
T (x = L) = T2 (4)
A Eq. (2) pode ser integrada duas vezes em x para a obtenção da distribuição de
temperaturas em x. A primeira integração em x fornece que:
dT C1
= (5)
dx k0 (1 + ax 2 )
T (x ) =
C1 dx C dx
k0 (1 + ax )
2
+ C2 = 1
k0 a 1 2
+ C2 (6)
+ x2
a
A solução da integral da Eq. (6) pode ser obtida com o auxílio de tabelas de
integrais, que, utilizando uma notação geral, tem a seguinte forma:
dx 1 x
u 2
+x 2
= arctan
u u
(7)
113
onde u é uma constante. A constante de integração na Eq. (7) foi suprimida pelo fato de
já ter sido incluída na Eq. (6). Comparando a integral da Eq. (6) com a Eq. (7) obtém-se:
dx
2 = a arctan a x ( ) (8)
1
+ x2
a
T (x ) =
C1 a
k0 a
( )
arctan a x + C2 (9)
T (x = 0) =
C1 a
k0 a
arctan ( a 0) + C 2 = T1 C2 = T1 (10)
T (x = L ) =
C1 a
k0 a
( )
arctan a L + T1 = T2 C1 =
(T2 − T1 )k0 a
a arctan( a L)
(11)
arctan( a x)(T1 − T2 )
T ( x ) = T1 − (12)
arctan( a L)
A taxa de calor é então calculada pela lei de Fourier em conjunto com as Eqs. (5)
e (11):
114
dT C1 A(T1 − T2 )k0 a
q x = −kA = − k0 (1 + ax 2 ) A = − AC1 = (13)
dx k0 (1 + ax )
2
arctan( a L)
f (a ) d [ f (a )] da
lim = lim (14)
a→0 g (a ) a → 0 d [g (a )] da
f (a ) d [arctan( a x )] da
lim = lim (15)
a→0 g (a ) a → 0 d [arctan( a L )] da
1
y = arctan(u ) y ' = (16)
1+ u2
1 a −1 2 x
arctan( a x )' = (17)
2 (1 + ax 2 )
115
1 a −1 2 L
arctan( a L ) ' = (18)
2 (1 + aL2 )
1 a −1 2 x
d [arctan( a x)] da 2 (1 + ax 2 ) x(1 + aL2 ) x
lim = lim = lim = (19)
a → 0 d [arctan( a L )] da a → 0 1 a −1 2 L a → 0 L (1 + ax 2 ) L
2 (1 + aL )
2
T (x ) = T1 − (T1 − T2 )
x
(20)
L
O mesmo raciocínio pode ser aplicado para a taxa de calor. Utilizando a Eq. (14)
na Eq. (13) obtém-se:
1 −1 2
f (a )
a
d [ a ] da 1 + aL2 1
lim = lim = lim 2 −1 2 = lim = (21)
a → 0 g (a ) a → 0 d [arctan( a L )] da a→0 1 a L a →0 L L
2 (1 + aL )
2
k0 A(T1 − T2 )
qx = (22)
L
Outro exemplo é o caso de uma casca cilíndrica com raios interno e externo
iguais a r1 e r2 , respectivamente, conforme a Fig. (2), feita de um material cuja
condutividade térmica é dependente da posição de acordo com a seguinte expressão:
onde a e b são constantes. De acordo com a Fig. (2), não há geração interna de energia
e ambas as superfícies interna e externa são mantidas a temperaturas conhecidas.
Considera-se também que a casca cilíndrica está em regime permanente, está
estacionária e que a condução térmica é unidimensional em r. Assim, a equação de
condução e as condições de contorno para esse problema são escritas como:
T2 r2
r1
T1
d dT d dT
kr = a (1 + br ) r =0 (24)
dr dr dr dr
T (r = r1 ) = T1 (25)
T (r = r2 ) = T2 (26)
A Eq. (24) pode ser integrada duas vezes em r para a obtenção da distribuição de
temperaturas. A primeira integração em r fornece que:
dT C1
= (27)
dr a (1 + br ) r
T (r ) =
C1 dr
a r + br 2
+ C2 (28)
A solução da integral da Eq. (28) pode ser obtida com o auxílio de tabelas de
integrais, que, utilizando uma notação geral, tem a seguinte forma:
= ln x − ln(ux + 1)
dx
x + ux 2 (29)
onde u é uma constante. A constante de integração na Eq. (29) foi suprimida pelo fato
de já ter sido incluída na Eq. (28). Comparando a integral da Eq. (28) com a Eq. (29)
obtém-se:
= ln r − ln(br + 1)
dr
r + br 2 (30)
T (r ) =
C1
[ln r − ln(br + 1)] + C2 (31)
a
T (r = r1 ) =
C1
[ln r1 − ln(br1 + 1)] + C2 = T1 (32)
a
T (r = r2 ) =
C1
[ln r2 − ln(br2 + 1)] + C2 = T2 (33)
a
a (T2 − T1 )
C1 = (34)
ln r2 − ln r1 − ln (br2 + 1) + ln(br1 + 1)
T1 ln r2 − T1 ln (br2 + 1) − T2 ln r1 + T2 ln (br1 + 1)
C2 = (35)
ln r2 − ln r1 − ln (br2 + 1) + ln (br1 + 1)
T (r ) =
(T2 − T1 )[ln r − ln(br + 1)] T ln r − T ln (br2 + 1) − T2 ln r1 + T2 ln (br1 + 1)
+ 1 2 1
ln r2 − ln r1 − ln (br2 + 1) + ln (br1 + 1) ln r2 − ln r1 − ln (br2 + 1) + ln (br1 + 1)
(36)
A taxa de calor é então calculada pela lei de Fourier em conjunto com as Eqs.
(23) e (27):
dT C1 2πLa (T1 − T2 )
qr = − kAr = − a (1 + br )( 2πrL ) = −2πLC1 =
dr a (1 + br ) r ln r2 − ln r1 − ln (br2 + 1) + ln (br1 + 1)
(37)
O modelo anterior foi implementado no MAPLE juntamente com um exemplo
numérico. A rotina de cálculos pode ser vista no arquivo MAPLE2.mw. Deve ser
notado que para b = 0, tem-se que k = a e as Eqs. (36-37) se reduzem às expressões
padrões para a distribuição de temperaturas e a taxa de calor para uma casca cilíndrica
com condutividade térmica constante e as mesma hipóteses mostradas na Fig. (2), ou
seja:
T1 ln r2 − T2 ln r1 + (T2 − T1 ) ln r
T (r ) = (38)
ln(r2 r1 )
2πLa (T1 − T2 )
qr = (39)
ln( r2 r1 )
119
k = k0 (1 + βT ) (40)
k = k0 (1 + β T )
T1 T2
x=0 x=L
Figura 3 – Parede plana com condutividade térmica dependente da temperatura.
d dT d dT
k = k 0 (1 + β T ) =0 (41)
dx dx dx dx
T ( x = 0) = T1 (42)
T (x = L) = T2 (43)
120
A Eq. (41) pode ser integrada duas vezes em x para a obtenção da distribuição de
temperaturas. A primeira integração em x fornece que:
dT C1
= (44)
dx k0 (1 + βT )
k0 β T 2
k 0T + = C1 x + C2 (45)
2
k0 β T12
k0T1 + = C2 (46)
2
k0 β T22 k βT 2
k0T2 + = C1L + k0T1 + 0 1 (47)
2 2
k0 β T 2 x k βT 2
k0T + = (2 k0T2 + k0 β T22 − 2k0T1 − k0 β T12 ) + k0T1 + 0 1 (49)
2 2L 2
x
βT 2 + 2T − (2T2 + β T22 − 2T1 − βT12 ) + 2T1 + β T12 = 0 (50)
L
A Eq. (50) é uma equação do segundo grau que pode ser resolvida utilizando a
fórmula de Bhaskara, ou seja:
x
− 2 ± 4 + 4β (2T2 + βT22 − 2T1 − βT12 ) + 2T1 + βT12
L
T (x ) = (51)
2β
Das duas soluções da Eq. (51) deve-se escolher aquela que fornece um valor
positivo para T ( x ). Rearranjando a Eq. (51) obtém-se então:
dT C1 Ak
q x = − kA = − k0 (1 + β T ) A = − AC1 = 0 ( β T12 + 2T1 − β T22 − 2T2 ) (53)
dx k0 (1 + β T ) 2L
k = k0 (1 + βT ) (54)
122
d dT d dT
kr = k0 (1 + βT )r =0 (55)
dr dr dr dr
T (r = r1 ) = T1 (56)
T (r = r2 ) = T2 (57)
T2 r2
r1
T1
A Eq. (55) pode ser integrada duas vezes em r para a obtenção da distribuição de
temperaturas. A primeira integração em r fornece que:
dT C1
= (58)
dr k 0 (1 + β T )r
k0 β T 2
k0T + = C1 ln r + C2 (59)
2
k0 β T12
k0T1 + = C1 ln r1 + C2 (60)
2
k0 β T22
k0T2 + = C1 ln r2 + C2 (61)
2
C1 =
(
k0 (T2 − T1 ) + (k0 β 2) T22 − T12 ) (62)
ln(r2 r1 )
C2 = k0T2 + −
(
k0 βT22 k0 (T2 − T1 ) + (k0 β 2) T22 − T12 ) ln r (63)
2 ln(r2 r1 ) 2
k0T +
(
k0 βT 2 k0 (T2 − T1 ) + (k0 β 2) T22 − T12
=
) ln r
2 ln(r2 r1 )
+ k0T2 +
(
k0 βT22 k0 (T2 − T1 ) + (k0 β 2) T22 − T12
−
) ln r (64)
ln(r2 r1 )
2
2
β T 2 + 2T − 2
(
(T2 − T1 ) + ( β 2) T22 − T12 ) ln(r r ) + 2T
+ βT22 = 0 (65)
ln (r2 r1 ) 2 2
A Eq. (65) é uma equação do segundo grau que pode ser resolvida utilizando a
fórmula de Bhaskara, ou seja:
(T − T ) + ( β 2) T22 − T12
− 2 ± 4 + 4 β 2 2 1
( ) ln(r r ) + 2T
+ βT22
ln(r2 r1 ) 2 2
T (r ) = (66)
2β
Das duas soluções da Eq. (66) deve-se escolher aquela que fornece um valor
positivo para T (r ). Rearranjando a Eq. (66) obtém-se então:
(T − T ) + ( β 2) T22 − T12
− 2 ± 2 1 + 2β 2 1
( ) ln(r r ) + 2β T +
βT22
ln (r2 r1 ) 2 2
2
1
T (r ) = (67)
2 β
qr = − kAr
dT
= − k0 (1 + β T )( 2πrL )
C1
= −2πLC1 = 2πL 0 2 1
(
k (T − T ) + ( k 0 β 2) T22 − T12 )
dr k 0 (1 + β T )r ln (r2 r1 )
(68)
O modelo anterior foi implementado no MAPLE juntamente com um exemplo
numérico. A rotina de cálculos pode ser vista no arquivo MAPLE4.mw.
x
qɺ ( x ) = qɺ0 1 − (69)
L
x
qɺ ( x ) = qɺ0 1 − dT
T1 L =0
dx
x=0 x=L
Figura 5 – Parede plana com taxa de geração de energia térmica dependente da posição.
onde qɺ0 é a taxa de geração de energia avaliada em x = 0. De acordo com a Fig. (5), a
d 2T qɺ (x )
+ =0 (70)
dx 2 k
T ( x = 0) = T1 (71)
dT
=0 (72)
dx x=L
126
A Eq. (70) pode ser integrada duas vezes em x para a obtenção da distribuição de
temperaturas. A primeira integração em x fornece que:
dT qɺ x qɺ x 2
= − 0 + 0 + C1 (73)
dx k 2kL
qɺ0 02 qɺ0 03
T ( x = 0) = − + + C1 0 + C2 = T1 C2 = T1 (75)
2k 6kL
dT qɺ0 L qɺ0 L2 qɺ L
=− + + C1 = 0 C1 = 0 (76)
dx x=L k 2kL 2k
qɺ0 x 3 x 2 L xL2
T (x ) = − + + T1 (77)
kL 6 2 2
A taxa de calor é então calculada pela lei de Fourier em conjunto com as Eqs.
(73) e (76), ou seja:
dT qɺ x qɺ x 2 qɺ x qɺ x 2 qɺ L x2 L
qx = −kA = −kA − 0 + 0 + C1 = −kA − 0 + 0 + 0 = Aqɺ0 x − −
dx k 2kL k 2kL 2k 2 L 2
(78)
127
qɺ ( x ) = qɺ0 a (1 − b )e − ax (79)
T1 T2
qɺ ( x ) = qɺ0 a(1 − b )e − ax
x=0 x=L
Figura 6 – Parede plana com taxa de geração de energia térmica dependente da posição.
acordo com a Fig. (6), a condutividade térmica é constante e ambas as faces esquerda e
direita são mantidas a temperaturas conhecidas. Considera-se também que a parede está
em regime permanente, está estacionária e que a condução térmica é unidimensional em
x. Assim, a equação de condução e as condições de contorno para esse problema são
escritas como:
d 2T qɺ (x )
+ =0 (80)
dx 2 k
T ( x = 0) = T1 (81)
T ( x = L ) = T2 (82)
128
A Eq. (80) pode ser integrada duas vezes em x para a obtenção da distribuição de
temperaturas. A primeira integração em x fornece que:
dT qɺ0 (1 − b )e − ax
= + C1 (83)
dx k
qɺ0 (1 − b)e− ax
T (x ) = − + C1 x + C2 (84)
ak
akT1 + qɺ0 (1 − b)
C2 = (85)
ak
A taxa de calor é então calculada pela lei de Fourier em conjunto com as Eqs.
(83) e (86), ou seja:
qɺ (r ) = qɺ0r (89)
R T∞ , h
qɺ (r ) = qɺ0 r
acordo com a Fig. (7), a condutividade térmica é constante e o cilindro maciço está
sendo resfriado por um fluido com temperatura e coeficiente de transferência de calor
conhecidos. Considera-se também que o cilindro maciço está em regime permanente,
estacionário e que a condução térmica é unidimensional em r. Assim, a equação de
condução e as condições de contorno para esse problema são escritas como:
1 d dT qɺ (r )
r + =0 (90)
r dr dr k
dT
=0 (91)
dr r =0
130
= h[T (r = R ) − T∞ ]
dT
−k (92)
dr r=R
A Eq. (90) pode ser integrada duas vezes em r para a obtenção da distribuição de
temperaturas. A primeira integração em r fornece que:
dT qɺ r 2 C
=− 0 + 1 (93)
dr 3k r
Já a segunda integração em r fornece que:
qɺ0 r 3
T (r ) = − + C1 ln r + C2 (94)
9k
dT qɺ0 02 C1
=− + = 0 C1 = 0 (95)
dr r =0 3k 0
A taxa de calor é então calculada pela lei de Fourier em conjunto com as Eqs.
(93) e (95), ou seja:
dT qɺ r 2 C 2πLqɺ0 r 3
qr = −kAr = −k (2πrL) − 0 + 1 = (100)
dr 3k r 3
2πLqɺ0 R 3
qr (r = R ) = (101)
3
2πLqɺ0 R 3
qconv = (103)
3
132
Ts Ts
qɺ = a [1 + b (T − T s )]
x
x = −L x = +L
Figura 8 – Parede plana com geração de energia térmica dependente da temperatura.
onde a e b são constantes. De acordo com a Fig. (8), ambas as faces são mantidas à
mesma temperatura conhecida Ts , o que indica simetria com relação a x = 0.
Considera-se também que a parede está em regime permanente, está estacionária e que a
condução térmica é unidimensional em x. Assim, a equação de condução e as condições
de contorno para esse problema são escritas como:
d 2T qɺ (T )
+ =0 (105)
dx 2 k
133
dT
=0 (106)
dx x =0
T ( x = L ) = Ts (107)
d 2θ ab a
2
+ θ =− (108)
dx k k
dθ
=0 (109)
dx x =0
θ (x = L) = 0 (110)
θ ( x ) = θ H (x ) + θ P ( x ) (111)
ab ab
m2 + = 0 m = ±i (112)
k k
ab ab
θ H ( x ) = C1 cos x + C2 sin x (113)
k k
θ P ( x ) = C3 (114)
Como a Eq. (114) é solução, ela deve satisfazer a Eq. (108), ou seja:
d 2θ P ab a ab a 1
2
+ θ P = − C3 = − C3 = − (115)
dx k k k k b
Agrupando as Eqs. (113-114) tem-se então a solução geral da Eq. (108), ou seja:
ab ab 1
θ ( x ) = C1 cos x + C2 sin x − (116)
k k b
dθ ab ab ab ab
= −C1 sin x + C2 cos x (117)
dx k k k k
dθ ab ab ab ab
= −C1 sin 0 + C2 cos 0 = 0 C2 = 0 (118)
dx x =0 k k k k
135
ab 1 1
θ (x = L ) = C1 cos L − = 0 C1 = (119)
k b ab
b cos L
k
ab
cos x
T ( x ) = Ts + k −1 (120)
ab b
b cos L
k
A taxa de calor pode ser calculada utilizando a lei de Fourier em conjunto com
as Eqs. (117-119), ou seja:
ab
sin x
dT dθ ab ab ak k
qx = −kA = −kA = −kA− C1 sin x = A (121)
dx dx k k b ab
cos L
k
R Ts
1 d dT qɺ (T )
r + =0 (123)
r dr dr k
dT
=0 (124)
dr r =0
T (r = R ) = Ts (125)
d 2θ 1 dθ ab a
2
+ + θ =− (126)
dr r dr k k
137
dθ
=0 (127)
dr r =0
θ (r = R ) = 0 (128)
θ (r ) = θ H (r ) + θ P (r ) (129)
A solução homogênea é obtida a partir da equação geral de Bessel, Eq. (A15)
conforme procedimento mostrado Apêndice, ou seja, deve-se inicialmente multiplicar a
Eq. (126) na forma homogênea por r 2 e comparar a expressão resultante com a Eq. (15)
do Apêndice, convenientemente alterada para as variáveis dependente r e θ , ou seja:
d 2θ dθ ab
r2 2
+r + r2 θ = 0 (130)
dr dr k
r2
d 2θ
dr 2
[
+ (1 − 2 A )r − 2 Br 2]dθ
dr
[ ]
+ C 2 D 2 r 2 C + B 2 r 2 − B (1 − 2 A )r + A2 − C 2 n 2 θ = 0 (131)
(1 − 2 A)r − 2 Br 2 = r (132)
C 2 D 2 r 2C + B 2 r 2 − B (1 − 2 A)r + A2 − C 2 n 2 = r 2
ab
(133)
k
1 − 2A = 1 A = 0
− 2B = 0 B = 0
138
C =1
2 2 ab ab
C D2 + B = D=
=1 =0 k k
2 2
A − C n2 = 0 n = 0
=0 =1
ab ab
θ H (r ) = C1 J 0 r + C2Y0 r (134)
k k
θ P (r ) = C3 (135)
Como a Eq. (135) é solução, ela deve satisfazer a Eq. (126), ou seja:
d 2θ P 1 dθ P ab a ab a 1
2
+ + θ P = − C3 = − C3 = − (136)
dr r dr k k k k b
Agrupando as Eqs. (134-135) tem-se então a solução geral da Eq. (126), ou seja:
ab ab 1
θ (r ) = C1 J 0 r + C2Y0 r − (137)
k k b
139
A derivada da Eq. (137) com relação a r pode ser obtida com o auxílio da Eq.
(A38) e com n = 0, ou seja:
dθ ab ab ab ab
= −C1 J1 r − C2 Y1 r (138)
dr k k k k
dθ ab ab ab ab
= −C1 J1 0 − C2 Y1 0 = 0 C2 = 0 (139)
dr r =0 k k k k
=0 −∞
ab 1 1
θ (r = R ) = C1 J 0 R − = 0 C1 = (140)
k b ab
bJ 0 R
k
ab
J 0 r
T (r ) = Ts + k −1 (141)
ab b
bJ 0 R
k
A taxa de calor pode ser calculada utilizando a lei de Fourier em conjunto com
as Eqs. (138-140), ou seja:
140
ab
J1 r
dθ ak k
= −k (2πrL ) = (2πrL )
dT
qr = −kAr (142)
dr dr b ab
J 0 R
k
R Ts
onde a e b são constantes. De acordo com a Fig. (10), a superfície externa da esfera é
mantida à temperatura conhecida Ts . Considera-se também que a esfera está em regime
1 d 2 dT qɺ (T )
r + =0 (144)
r 2 dr dr k
dT
=0 (145)
dr r =0
141
T (r = R ) = Ts (146)
d 2θ 2 dθ ab a
2
+ + θ =− (147)
dr r dr k k
dθ
=0 (148)
dr r =0
θ (r = R ) = 0 (149)
θ (r ) = θ H (r ) + θ P (r ) (150)
d 2θ dθ ab
r2 2
+ 2r + r2 θ = 0 (151)
dr dr k
r2
d 2θ
dr 2
[
+ (1 − 2 A )r − 2 Br 2]dθ
dr
[ ]
+ C 2 D 2 r 2 C + B 2 r 2 − B (1 − 2 A )r + A2 − C 2 n 2 θ = 0 (152)
(1 − 2 A)r − 2 Br 2 = 2r (153)
C 2 D 2 r 2C + B 2 r 2 − B (1 − 2 A)r + A2 − C 2 n 2 = r 2
ab
(154)
k
1 − 2 A = 2 A = −1 2
− 2B = 0 B = 0
C =1
2 2 ab ab
C D2 + B = D=
=1 =0 k k
2 2
A − C n2 = 0 n = 1 2
= −1 2 =1
o que se encaixa no CASO 2 do item A.3.2. Dessa forma, a solução homogênea tem a
seguinte forma:
ab ab
θ H (r ) = r −1 2 C1 J1 2 r + C2 J −1 2 r (155)
k k
θ P (r ) = C3 (156)
Como a Eq. (156) é solução, ela deve satisfazer a Eq. (147), ou seja:
d 2θ P 2 dθ P ab a ab a 1
2
+ + θ P = − C3 = − C3 = − (157)
dr r dr k k k k b
Agrupando as Eqs. (155-156) tem-se então a solução geral da Eq. (147), ou seja:
ab ab 1
θ (r ) = r −1 2 C1 J1 2 r + C2 J −1 2 r − (158)
k k b
ab ab
As funções J1 2 r e J −1 2 r podem ser reescritas utilizando as Eqs.
k k
(25-26) do Apêndice, ou seja:
ab 2 ab
J1 2 r = sin r (159)
k ab k
π r
k
ab 2 ab
J −1 2 r = cos r (160)
k ab k
π r
k
2 ab 2 ab 1
θ (r ) = r −1 2 C1 sin r + C2 cos r − (161)
ab k ab k b
π r π r
k k
ab ab
sin r cos r
2 k +C 2 k −1
θ (r ) = C1 2 (162)
ab r ab r b
π π
k k
A derivada da Eq. (162) com relação a r pode ser obtida na seguinte forma:
ab ab ab
cos r sin r
dθ 2 k k − k
= C1
dr ab r r 2
π
k
ab ab ab
sin r cos r
2 k k − k (163)
+ C2 −
ab r r2
π
k
A aplicação direta da condição de contorno dada pela Eq. (148) não é possível
devido ao surgimento de uma indeterminação do tipo 0 0. Para contornar esse
problema aplica-se a regra de L’Hospital duas vezes na Eq. (163), fornecendo:
dθ 2 ab ab ab ab
= C1 − sin r + sin r
dr ab k k 2 k k
π
k
2 ab ab ab ab
+ C2 − cos r + cos r (164)
ab k k 2 k k
π
k
dθ 2 ab ab ab ab
= C1 − sin 0 + sin 0
dr ab k k 2 k k
r =0
π
k
145
2 ab ab ab ab
+ C2 − cos 0 + cos 0 = 0 C2 = 0 (165)
ab k k 2 k k
π
k
ab
sin R
2 k − 1 =0C = 1
θ (r = R ) = C1 1 (166)
ab R b ab
π sin R
k 2 k
b
ab R
π
k
ab
sin r
k 1
T (r ) = Ts +
R
− (167)
b ab b
r sin R
k
A taxa de calor pode ser calculada utilizando a lei de Fourier em conjunto com
as Eqs. (164-166), ou seja:
ab
sin r
θ
qr = −kAr
dT
dr
(
= −k 4πr 2
d
dr
)
= 2πr 2 aR
k
ab
(168)
sin R
k
Ts Ts Ts
r0
q,
ɺk
x q,
ɺk
x = −L x = +L
(a) (b)
d 2T qɺ
+ =0 (169)
dx 2 k
dT
=0 (170)
dx x=0
T ( x = L ) = Ts (171)
147
d 2T 1 dT qɺ
+ + =0 (172)
dr 2 r dr k
dT
=0 (173)
dr r =0
T (r = r0 ) = Ts (174)
d 2T 2 dT qɺ
+ + =0 (175)
dr 2 r dr k
dT
=0 (176)
dr r =0
T (r = r0 ) = Ts (177)
−k
dT
dx
[
= h[T ( x = L ) − T∞ ] + εσ T ( x = L ) − Tviz4
4
] (178)
x=L
fornece que:
−k
dT
dr
[
= h[T (r = r0 ) − T∞ ] + εσ T (r = r0 ) − Tviz4
4
] (179)
r = r0
148
x T qɺL2 εσTviz3 L hL
X= ,θ= , Q= , N1 = , N2 = (180)
L Tviz kTviz k k
d 2θ
+Q =0 (181)
dX 2
dθ
=0 (182)
dX X =0
θ ( X = 1) = θ s =
Ts
(183)
Tviz
r T qɺr 2 εσTviz3 r0 hr
R= ,θ= , Q = 0 , N1 = , N2 = 0 (184)
r0 Tviz kTviz k k
d 2θ 1 dθ
+ +Q =0 (185)
dR 2 R dR
dθ
=0 (186)
dR R=0
θ (R = 1) = θ s =
Ts
(187)
Tviz
149
d 2θ 2 dθ
+ +Q =0 (188)
dR 2 R dR
dθ
=0 (189)
dR R=0
θ (R = 1) = θ s =
Ts
(190)
Tviz
dθ
−
dX
(
= N 2 (θ − 1) + N1 θ 4 − 1 ) (191)
dθ
−
dR
( )
= N 2 (θ − 1) + N1 θ 4 − 1 (192)
150
5-EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2) Um lado de uma placa é aquecido com um fluxo de calor uniforme qo" enquanto o
3) Uma casca cilíndrica de raio interno ri e raio externo ro é aquecida com um fluxo de
calor qi" na sua superfície interna. A superfície externa troca calor com o ambiente e
4) Radiação é utilizada para aquecer uma casca esférica de raio interno ri , raio externo
ω R h, T∞
T0 TL
k , P, A
R
ω h, T∞
L
µ, P
k1 k2 k3
h1 , T∞ h2 , T∞
L1 L2 L3
154
CAPÍTULO 4
ALETAS
Figura 2 – Uso de aletas para melhorar a transferência de calor em uma parede plana.
(a) Superfície sem aletas. (b) Superfície aletada (Fonte: Bergman et al. 2014).
2-HISTÓRICO
Três quartos de séculos atrás, um artigo de Harper e Brown (1922) foi enviado
para análise da NACA (National Advisory Committee for Aeronautics). Era um
trabalho matematicamente elegante e parece ser o primeiro esforço significante para
fornecer uma base matemática para o problema combinado condução-convecção sobre
uma única superfície estendida. Harper e Brown chamaram essa superfície estendida de
aleta de resfriamento, o que mais tarde seria chamada simplesmente de aleta. É bastante
provável que Harper e Brown tenham sido os pioneiros nesse assunto embora Jakob
(1949) mencione que publicações relacionadas à análise matemática de superfícies
estendidas podem ser encontradas desde 1789. Jakob também cita que Fourier (1822) e
Despretz (1822, 1828 a,b) publicaram análises matemáticas relacionadas a variação de
temperaturas ao longo de barras e eixos de metal. Embora esses trabalhos mais antigos
possam ter significância na época em que foram publicados, o histórico sugere que a
trabalho de Harper e Brown pode ser considerado como o precursor do que se tornou
uma literatura crescente sobre um tópico de grande importância na área de transferência
de calor.
O trabalho de Harper e Brown enviado a NACA foi desenvolvido a partir de
uma solicitação da Divisão de Engenharia do Exército dos Estados Unidos juntamente
com o Escritório de Padronizações dos Estados Unidos do estudo das características de
dissipação de calor de motores de aeronaves refrigerados a ar. O trabalho considerou
aletas longitudinais de perfil retangular e perfil trapezoidal e aletas radiais de perfil
retangular. Foram também introduzidos os conceitos de eficiência da aleta, embora a
expressão empregada por Harper e Brown tenha sido chamada de efetividade da aleta. A
partir desse começo modesto, mas brilhante, a análise e avaliação do desempenho de
aletas individuais bem como de conjuntos de aletas tornou-se uma arte.
157
3-TIPOS DE ALETAS
máxima na qual uma aleta poderia dissipar energia é a taxa que existiria se toda a
superfície da aleta estivesse na temperatura da base. Entretanto, como qualquer aleta é
caracterizada por uma resistência de condução finita, existe um gradiente de
temperaturas finito ao longo da aleta e a condição anterior é uma idealização. Uma
definição lógica para a definição de eficiência da aleta η é então escrita como:
qb qb qb
η= = = (1)
qmáximo, aleta hAsuperfície, aleta (Tb − T∞ ) hAsuperfície, aletaθ b
total da aleta.
5-HIPÓTESES DE ANÁLISE
162
6-ALETAS LONGITUDINAIS
Figura 6 – Aleta longitudinal de perfil arbitrário: (a) sistema de coordenadas, (b) área de
perfil da aleta, e (c) área da seção transversal da aleta (Fonte: Kraus et al., 2001).
164
θ ( x ) = T ( x ) − T∞ (2)
dT dT
qcondução = q x + dx − q x = kA( x ) − kA( x ) (3)
dx x + dx dx x
dT dT d dT
kA( x ) dx = kA( x ) dx − kA( x ) dx
dx dx x + dx
(4)
x x + dx
dT dT d dT d dT
qcondução = kA( x ) − kA( x ) + kA(x ) dx = k f1 ( x ) dx (5)
dx x + dx dx x + dx dx dx x + dx dx dx
d dθ
k f1 ( x) dx = h(2 Ldx)θ (8)
dx dx
d 2θ df1 ( x) dθ 2hL
f1 ( x) 2 + − θ =0 (9)
dx dx dx k
d 2θ df 2 ( x) dθ h
f 2 ( x) + − θ =0 (10)
dx 2 dx dx k
166
(1− 2 n ) (1− n )
δb x
f 2 ( x) = (11)
2 b
onde δ b é a espesura da aleta na base e n é um número real que define o perfil da aleta
longitudinal. A Eq. (10) é uma equação diferencial ordinária de segunda ordem com
coeficientes constantes ou variáveis, linear e homogênea. Para sua solução geral são
necessárias duas condições de contorno, ou seja:
dT dθ
=0 =0 ou θ ( x = 0) = finito (12)
dx x =0 dx x =0
T ( x = b) = Tb θ ( x = b) = Tb − T∞ = θb (13)
dT dθ
qb = kAbase,aleta = kAbase,aleta (14)
dx x =b dx x =b
A eficiência da aleta pode então ser calculada pela Eq. (1) juntamente com o
resultado da Eq. (14).
1
1− 2
2
δb x 1 δb
f 2 ( x) = 1
2
−
= (15)
2 b 2
d 2θ 2h
− θ =0 (16)
dx2 kδ b
12
2h
m = (17)
kδ b
dθ
= mC1e mx − mC 2 e − mx (19)
dx
dθ
= mC1e m 0 − mC 2e − m 0 = 0 C1 = C2 (20)
dx x =0
θb
θ ( x = b) = C1e mb + C1e − mb = θ b C1 = (21)
e mb
+ e − mb
e mx + e − mx
θ ( x) = θb (22)
e mb + e −mb
cosh(mx)
θ ( x) = θ b (23)
cosh(mb)
A taxa real de transferência de calor da aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(14), ou seja:
169
dθ e mb − e − mb
qb = kAbase,aleta = k (δ b L)mC1 (e mb − e−mb ) = k (δ b L)mθ b (24)
dx x=b e mb + e−mb
b b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície,aleta ( x) = hθb 2Ldx = h(2Lb)θb (26)
0 0
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(25-26), ou seja:
EXEMPLO 1: Uma aleta longitudinal de perfil retangular está exposta a um meio com
temperatura de 50 oC e um coeficiente de transferência de calor de 50,2 W/(m2.K). A
temperatura da base da aleta é 90 oC e a aleta é feita de aço com k = 33,5 W/(m.K). A
aleta tem um comprimento de 101,6 mm e uma espessura 9,525 mm. Determine (a) a
eficiência da aleta, (b) a temperatura da extremidade da aleta e (c) a taxa de
transferência de calor da aleta se ela tem 250 mm de profundidade.
θb = Tb − T∞ = 90 − 50 = 40 oC
b = 101,6 1000 = 0,1016 m
12 12
2h 2.50,2
m = = −3
= 17,738 m-1
kδ b 33,5.9,525 × 10
tanh(mb) tanh(17,738.0,1016)
η= = = 0,526
mb 17,738.0,1016
cosh(m0) cosh(17,738.0)
θ a = θb = 40 = 12,8 oC
cosh(mb) cosh(17,738.0,1016)
Ta = θ a + T∞ = 12,8 + 50 = 62,8 oC
(1−2.0 )
δ b x (1−0 ) δb x
f 2 ( x) = = (28)
2 b 2b
d 2θ dθ 2h
x2
+x −x bθ = 0 (29)
dx 2
dx kδ b
θ ( x = 0) = C1 I 0 ( 2m b 0 ) + C 2 K 0 ( 2 m b 0 ) = finito C 2 = 0 (31)
=1 =∞
θb
θ ( x = b) = C1I 0 (2m bb ) = θb C1 = (32)
I 0 (2mb)
I 0 (2m bx )
θ ( x) = θb (33)
I 0 (2mb)
A taxa real de transferência de calor na aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(14), ou seja:
dθ d I 0 (2m bx ) k (δ b L)θ b d
qb = kAbase,aleta = k (δ b L) θ b = [ I 0 (2m bx )]x=b (34)
dx x=b dx I 0 (2mb) x=b I 0 (2mb) dx
d mbI1 (2m bx ) d
[ I 0 (2m bx )] = [ I 0 (2m bx )]x=b = mI1 (2mb) (35)
dx bx dx
b b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície,aleta ( x) = hθb 2Ldx = h(2Lb)θb (37)
0 0
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(36-37), ou seja:
2hLθ b I1 (2mb)
qb m I 0 (2mb) I1 (2mb)
η= = = (38)
qmáximo,aleta h(2 Lb)θ b (mb) I 0 (2mb)
173
(1−2.∞ ) ∞
δ b x (1−∞ ) δb x ∞
f 2 ( x) = = (39)
2 b 2 b
Nota-se uma indeterminação do tipo ∞ ∞ na Eq. (39) que pode ser contornada
2
δb x
f 2 ( x) = (40)
2 b
( )
multiplicando por 2b2 δ b e rearranjando obtém-se:
d 2θ dθ 2h 2
x2 + 2x − bθ =0 (41)
dx 2
dx kδ b
Figura 9 – Aleta longitudinal de perfil parabólico côncavo (Fonte: Kraus et al., 2001).
174
dθ dθ dv dθ d
= = (ln x ) = 1 dθ (42)
dx dv dx dv dx x dv
d 2θ d dθ d 1 dθ d 1 dθ 1 d dθ 1 dθ 1 d (dθ dv )
2
= = = + =− 2 + (43)
dx dx dx dx x dv dx x dv x dx dv x dv x dx
O segundo termo do lado direito da Eq. (43) pode ser avaliado de maneira
similar à Eq. (42), ou seja:
d (dθ dv ) d (dθ dv ) dv d 2θ d 1 d 2θ
= = ( )
ln x = (44)
dx dv dx dv 2 dx x dv2
d 2θ 1 dθ 1 d 2θ
= − + (45)
dx 2 x 2 dv x 2 dv2
1 dθ 1 d 2θ 1 dθ
x 2 − 2 + 2 2 + 2 x −m b θ =0
2 2
(46)
x dv x dv x dv
d 2θ dθ
2
+ − m2b2θ = 0 (47)
dv dv
175
t=−
1 1
(
± 1 + 4 m 2b 2
2 2
)
12
(48)
Para duas raízes reais e distintas (t1 e t2 ), a solução geral da Eq. (47) tem a
seguinte forma:
C2
θ ( x ) = C1e t 1 ln x
+ C 2 e t 2 ln x = C1 x t1 + C 2 x t 2 = C1 x t1 + (50)
x −t 2
C2
θ ( x = 0) = C1 0t + 1
= finito C2 = 0 (51)
0− t 2
∞
θb
θ ( x = b) = C1b t = θ b C1 =
1
(52)
b t1
t1
x
θ ( x) = θ b (53)
b
A taxa real de transferência de calor na aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(14), ou seja:
dθ d x 1 kδ b Lθ b t1 −1 k (δ b L)θ b
t
qb = kAbase,aleta = k (δ b L) θ b = t1
t1 x = t1 (54)
dx dx b b x =b b
x =b x =b
b b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície,aleta ( x) = hθb 2Ldx = h(2Lb)θb (55)
0 0
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) e com os resultados das Eqs.
(54-55), ou seja:
k (δ b L)θ b
t1
kδ 1 1 1 [−1 + 1 + (2mb) ]
2
η=
qb
qmáximo,aleta
= b
h(2 Lb)θ b
= b 2 − + 1 + 4m 2b 2
2h b 2 2
( )12
= 2h 2
(56)
2b
kδ b
=m2
1
1− 2.
3
δb x 1 δb x
f 2 ( x) = 1−
3 = (59)
2 b 2 b
( )
multiplicando por 2 b x 3 2 δ b e rearranjando obtém-se:
d 2θ x dθ 2h 3 2
x2
+ − x bθ = 0 (60)
dx 2 2 dx kδ b
4 4
θ ( x) = x1 4 C1I1 3 mb1 4 x3 4 + C2 I −1 3 mb1 4 x3 4 (61)
3 3
Para essa aleta, por questão somente de exemplificação, será utilizada a condição
de contorno de derivada dada pela Eq. (12). A derivada da Eq. (61) com relação a x
pode ser determinada com o auxílio do MAPLE, fornecendo o seguinte resultado:
178
dθ 4 4
= mb1 4 C1I − 2 3 mb1 4 x3 4 + C2 I 2 3 mb1 4 x3 4 (62)
dx 3 3
Figura 10 – Aleta longitudinal de perfil parabólico convexo (Fonte: Kraus et al., 2001).
dθ 4 14 34 4 1 4 3 4
= mb C1 I −2 3 mb 0 + C2 I 2 3 mb 0 = 0 C1 = 0
14
(63)
dx x =0 3 3
=∞ =0
4 θb
θ ( x = b) = b1 4C2 I −1 3 mb1 4b3 4 = θ b C2 = (64)
3 14 4
b I −1 3 mb
3
4
14 I −1 3 mb1 4 x 3 4
x 3
θ ( x) = θ b (65)
b 4
I −1 3 mb
3
A taxa real de transferência de calor na aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(14), ou seja:
4 1 4 3 4
1 4 I −1 3 mb x
dθ d x 3 =
qb = kAbase,aleta = k (δ b L) θb
dx b 4
I −1 3 mb
dx x =b
3 x=b
k (δ b L)θ b d x
14
4
I −1 3 mb1 4 x 3 4 (66)
4 dx b 3
I −1 3 mb x =b
3
A derivada com relação a x do lado direito da Eq. (66) pode ser determinada
com o auxílio do MAPLE, fornecendo o seguinte resultado:
d x
14
4
I −1 3 mb1 4 x 3 4 =
dx b 3
4
14 I −1 3 mb1 4 x 3 4
x 4 14 34 1 3 mb1 4
I 2 3 mb x − 14 34
4 b 3 4 mb x
I −1 3 mb1 4 x 3 4
1 3 +
34
(67)
4 x x1 4
b
b
d x
14
4 4
I −1 3 mb1 4 x 3 4 = mI 2 3 mb (68)
dx b 3 x =b
3
4
I 2 3 mb
qb = k (δ b L ) mθ b 3 (69)
4
I −1 3 mb
3
A taxa máxima de transferência de calor é obtida pelo denominador da Eq. (1),
ou seja:
b b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície,aleta ( x) = hθb 2Ldx = h(2Lb)θb (70)
0 0
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(69-70), ou seja:
4 4
I 2 3 mb I 2 3 mb
k (δ b L)mθ b 3 m 3
4 4 4
I −1 3 mb I −1 3 mb I 2 3 mb
η=
qb
= 3 = 3 = 1 3 (71)
qmáximo,ale ta h(2 Lb)θ b 2 h mb 4
b I −1 3 mb
kδ b 3
m2
12 12
2h 2.40
m = = = 18,257 m-1
kδ b 30.0,008
mb = 18,257.0,100 = 1,8257
(a) aleta longitudinal de perfil retangular:
tanh(mb) tanh(1,8257)
η= = = 0,520
mb 1,8257
qb = k (δ b L)mθ b tanh(mb) = 30.(0,008.1).18,257.70. tanh(1,8257) = 291,1 W
cosh(m0) cosh(18,257.0)
θ ( x = 0) = θ a = θ b = 70 = 22,0 oC
cosh(mb) cosh(1,8257)
Assim, Ta = θ a + T∞ = 22,0 + 20 = 44 oC
4
I 2 3 .1,8257
1 3 = 1 . 2,7425 = 0,492
η=
1,8257 4 1,8257 3,0519
I −1 3 .1,8257
3
4 4
I 2 3 mb I 2 3 .1,8257
qb = k (δ b L ) mθ b 3 = 30.0,008.1.18,257.70 3 = 275,6 W
4 4
I −1 3 mb I −1 3 .1,8257
3 3
4
14 I −1 3 .18,257.0,11 4.03 4
0 3 =0
θ ( x = a ) = θ a = 70
0,100 4
I −1 3 .1,8257
3
Assim, Ta = θ a + T∞ = 0 + 20 = 20 oC
Na Fig. (11) podem ser vistas as curvas de eficiência para os quatro tipos de
aletas longitudinais mostradas anteriormente. Essas curvas são representações das Eqs.
(27), (38), (58) e (71), sendo todas funções do produto mb. É interessante notar que a
aleta retangular é usualmente vantajosa pois tem geometria mais simples e maior
eficiência que as outras aletas longitudinais para o mesmo produto mb.
183
1
Retangular
Triangular
0.9
Parabólico Côncavo
Parabólico Convexo
0.8
η (adimensional)
0.7
0.6
0.5
0.4
θ ( r ) = T (r ) − T∞ (72)
dT dT
qcondução = qr − qr + dr = − kA(r ) − − kA(r ) (73)
dr r dr r + dr
dT dT d dT
− kA(r ) dr = − kA(r ) + − kA(r ) dr
dr r dr dr r
(74)
r + dr
dT dT d dT d dT
qcondução = − kA(r ) + kA(r ) + kA(r ) dr = kf1 (r ) dr (75)
dr r dr r dr dr r dr dr
A área superficial total pode ser obtida pela integração da Eq. (77) em r, ou seja:
ra
Asuperfície,aleta = 4πrdr = 2π (ra2 − rb2 ) (78)
rb
186
Substituindo a Eq. (77) na Eq. (76), igualando o resultado com a Eq. (75) e
utilizando a definição da Eq. (72) obtém-se:
d dθ
kf1 (r ) dr = h( 4πrdr )θ (79)
dr dr
f1 (r ) d 2θ 1 df1 (r ) dθ h
+ − θ =0 (80)
4πr dr 2
4πr dr dr k
d 2θ f 2 (r ) dθ df 2 (r ) dθ h
f 2 (r ) 2 + + − θ =0 (81)
dr r dr dr dr k
A Eq. (81) é a equação diferencial generalizada para aletas radiais. A Eq. (80) é
uma equação diferencial ordinária de segunda ordem com coeficientes variáveis, linear
e homogênea. Para sua solução geral são necessárias duas condições de contorno, ou
seja:
dT dθ
=0 =0 ou θ (r = ra ) = finito (82)
dr r =ra dr r =ra
T (r = rb ) = Tb θ (r = rb ) = Tb − T∞ = θb (83)
dT dθ
qb = −kAbase,aleta = −kAbase,aleta (84)
dr r =rb dr r =rb
187
A eficiência da aleta pode então ser calculada pela Eq. (1) juntamente com o
resultado da Eq. (84).
Para a aleta radial de perfil retangular mostrada na Fig. (13), a equação do perfil
tem a seguinte forma:
δb
f 2 (r ) = (85)
2
d 2θ dθ 2h
r2 +r − r2 θ =0 (86)
dr 2
dr kδ b
dθ
= mC1 I1 ( mr ) − mC 2 K1 ( mr ) (88)
dr
188
dθ
= mC1I1 (mra ) − mC2 K1 (mra ) = 0 (89)
dr r = ra
K1 (mra )
C1 = θ b (91)
I 0 (mrb ) K1 (mra ) + I1 (mra ) K 0 (mrb )
I1 (mra )
C2 = θ b (92)
I 0 (mrb ) K1 (mra ) + I1 (mra ) K 0 (mrb )
taxa real de transferência de calor da aleta pode ser calculada a partir da Eq. (84), ou
seja:
dθ
qb = kAbase,aleta = k (2πrbδ b )m[C1I1 (mr) − C2 K1 (mr)]r =rb (94)
dr r =rb
O termo entre colchetes do lado direito da Eq. (94) pode ser determinado
utilizando as Eqs. (91-92), ou seja:
ra ra
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície(r ) = h 4πrθb dr = h[2π (ra2 − rb2 )]θb (97)
rb rb
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(96-97), ou seja:
A eficiência dada pela Eq. (98) não é adequada para comparação com eficiências
de aletas radiais com outros perfis. Para isso, a Eq. (98) pode ser reescrita em termos da
relação entre os raios interno e externo da seguinte forma:
rb
ρ= (99)
ra
12
2h
φ = (ra − rb )
32
(100)
kA
p
onde Ap é a área projetada de perfil, que pode ser calculada pela função f 2 ( r ), ou seja:
rb rb δ
Ap = 2 f 2 (r )dr = 2 b dr =δ b (ra − rb ) (101)
ra ra
2
Os argumentos mra e mrb das funções de Bessel na Eq. (98) podem ser
12 12 12
2h 2h(ra − rb ) 2h
mra = ra = ra = (ra − rb )1 2 ra
(102)
kδ b kAp kAp
12 12 12
2h 2h(ra − rb ) 2h
mrb = rb = rb = (ra − rb )1 2 rb
(103)
kδ b kAp kAp
191
12 12
2h φra
(ra − rb )1 2 ra × ra − rb = (ra − rb )3 2 2h
ra
mra = = (104)
kA kA
p ra − rb p ra − rb ra − rb
12 12
2h φrb
(ra − rb )1 2 rb × ra − rb = (ra − rb )3 2 2h
rb
mrb = r −r = (105)
kA kA ra − rb ra − rb
p a b p
1 1
Ra = = (106)
1 − rb ra 1 − ρ
ρ
Rb = ρRa = (107)
1− ρ
φrb φ φ φ ρ
mrb = = = = =φ = φRb (109)
ra − rb 1
(ra − rb )
ra
−1
1
−1 1− ρ
rb rb ρ
O termo [2rb m(ra2 − rb2 )] da Eq. (98) pode ser reescrito utilizando as grandezas
ρ e φ da seguinte forma:
192
( ra − rb )
2 2
( ra − rb )
2 2
( ra − rb )(ra − rb )
2 2
kδ
b kA p kA p
EXEMPLO 3: Uma aleta radial de perfil retangular está exposta a um ambiente a uma
temperatura de 35 oC e um coeficiente de transferência de calor h = 40 W/(m2.K). A
temperatura na base da aleta é 110 oC e a aleta é feita de aço com k = 40 W/(m.K). O
diâmetro externo é 25 cm e o diâmetro interno é 10 cm. A espessura é 0,25 cm.
Determine (a) a eficiência da aleta, (b) a temperatura na extremidade da aleta e (c) a
taxa de dissipação de calor pela aleta.
θb = Tb − T∞ = 110 − 35 = 75 oC
δ b = 0,25 100 = 0,0025 m
ra = 25 200 = 0,125 m
rb = 10 200 = 0,050 m
rb 10
ρ= = = 0,400
ra 25
12 12
2h 2.40
m = = = 28,284 m-1
kδ
b 40.0,0025
φ 2,121
φRa = = = 3,536
1− ρ 1 − 0,400
ρφ 0,400.2,121
φRb = = = 1,414
1− ρ 1 − 0,400
2ρ I1 (φRa ) K1 (φRb ) − I1 (φRb ) K1 (φRa )
(a) η = =
φ (1 + ρ ) I 0 (φRb ) K1 (φRa ) + I1 (φRa ) K0 (φRb )
2.0,400 I1 (3,536) K1 (1,414) − I1 (1,414) K1 (3,536)
2,121(1 + 0,400) I 0 (1,414) K1 (3,536) + I1 (3,536) K 0 (1,414)
Na equação anterior é necessária a avaliação de seis funções de Bessel, ou seja:
I1 (3,536) = 6,4110; K1 (1,414) = 0,3143; I1 (1,414) = 0,8990
K1 (3,536) = 0,0213; I 0 (1,414) = 1,5659; K 0 (1,414) = 0,2392
7,6053.0,0213 + 6,4110.0,0188
θ a = 75 = 13,5 oC
1,5659.0,0213 + 6,4110.0,2392
Assim, Ta = θ a + T∞ = 13,5 + 35 = 48,5 oC
(c) qb = ηqmáximo,aleta = ηh[2π (ra2 − rb2 )]θ b = 0,343.40.[2.π .(0,1252 − 0,0502 )].75 = 84,9 W
δ b rb
f 2 (r ) = (112)
2r
194
d 2θ 2h 3
r2 − r θ =0 (113)
dr 2
kδ b rb
m2
M = 2
(114)
rb
d 2θ
r2 − M 2 r 3θ = 0 (115)
dr 2
2 2
θ (r ) = r1 2 C1I1 3 Mr 3 2 + C2 I −1 3 Mr 3 2 (116)
3 3
195
Figura 14 – Eficiência de uma aleta radial de perfil hiperbólico (Fonte: Kraus et al.,
2001).
A derivada da Eq. (116) com relação a r pode ser determinada com o auxílio do
MAPLE, fornecendo o seguinte resultado:
dθ 2 2
= Mr C1I − 2 3 Mr 3 2 + C2 I 2 3 Mr 3 2 (117)
dr 3 3
dθ 2 32 2 3 2
= Mra C1I − 2 3 Mra + C2 I 2 3 Mra = 0 (118)
dr r = ra 3 3
2 2
θ (r = rb ) = rb1 2 C1I1 3 Mrb3 2 + C2 I −1 3 Mrb3 2 = θb (119)
3 3
2
I 2 3 Mra3 2
θ 3
C1 = 1b2 (120)
rb 2 2 2 2
I 2 3 Mra3 2 I1 3 Mrb3 2 − I −2 3 Mra3 2 I −1 3 Mrb3 2
3 3 3 3
2
I −2 3 Mra3 2
θ 3
C2 = − 1b2 (121)
rb 2 2 2 2
I 2 3 Mra3 2 I1 3 Mrb3 2 − I −2 3 Mra3 2 I −1 3 Mrb3 2
3 3 3 3
12
r
θ (r ) = θb Λ (122)
rb
onde:
taxa real de transferência de calor da aleta pode ser calculada a partir da Eq. (84), ou
seja:
dθ 2 2
qb = −kAaleta,base = −k (2πrbδ b )Mr C1I − 2 3 Mr3 2 + C2 I 2 3 Mr3 2 (123)
dr r = rb 3 3 r = rb
onde:
2 32 2 32 2 3 2 2 3 2
I 2 3 3 Mra I − 2 3 3 Mrb − I − 2 3 3 Mra I 2 3 3 Mrb
ψ =
2 2 2 2
I Mr 3 2 I Mr 3 2 − I Mr 3 2 I Mr 3 2
− 2 3 3 a −1 3 3 b 2 3 3 a 1 3 3 b
ra ra
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície(r ) = h 4πrθb dr = h[2π (ra2 − rb2 )]θb (125)
rb rb
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) e os resultados das Eqs. (124-
125), ou seja:
A eficiência dada pela Eq. (126) não é adequada para comparação com
eficiências de aletas radiais com outros perfis. Entretanto, a Eq. (126) pode ser reescrita
em termos da relação entre raios ρ = rb ra . Calcula-se inicialmente uma expressão para
rb rb δ r r 1
Ap = 2 f 2 ( r )dr = 2 b b dr =δ b rb ln a = δ b rb ln (127)
ra ra
2r rb ρ
Ap
δb = (128)
rb ln(1 ρ )
12 12
2h 2hr ln(1 ρ )
m = = b (129)
kδ b kAp
12 12
m 1 2hr ln(1 ρ ) 2h ln(1 ρ )
M = 12 = 12 b = (130)
rb rb kAp kAp
12
2rb 2rb1 2 (ra − rb )1 2 2rb1 2 ra1 2 (1 − rb ra )1 2 1 4 ρ (1 − ρ )
= = = (132)
m(ra − rb ) φ [ln(1 ρ )] (ra + rb ) φ [ln(1 ρ )] ra (1 + rb ra ) φ (1 + ρ ) 2 ln(1 ρ )
2 2 12 12
2
Rb = Mrb3 2 (133)
3
2
Ra = Mra3 2 (134)
3
12 12 12 32
2 2 2h 1 32 2 1 ρ
Rb = Mrb3 2 = ln rb = φ ln (135)
3 3 kAp
ρ 3 ρ 1− ρ
12 12 12 32
2 2 2h 1 32 2 1 1
Ra = Mra3 2 = ln ra = φ ln (136)
3 3 kAp ρ 3 ρ 1− ρ
12
1 4 ρ (1 − ρ )
η= ζ (137)
φ (1 + ρ ) 2 ln(1 ρ )
onde
Na Fig. (15) podem ser vistas as curvas de eficiência para os dois tipos de aletas
radiais mostradas anteriormente. Essas curvas são representações das Eqs. (111) e (137),
sendo todas funções de φ e plotadas para ρ = 0,8 e ρ = 0,4.
8-ALETAS PINIFORMES
Gardner (1945) propôs uma equação diferencial generalizada para a análise de aletas
piniformes. Para isso considere uma aleta piniforme de perfil arbitrário conforme
mostrado na Fig. (16) e assuma que a aleta está dissipando calor para o meio
circundante. Note que o eixo x está relacionado ao comprimento da aleta e tem a sua
origem na extremidade da aleta, tendo sua orientação positiva da extremidade para a
base da aleta. O perfil da aleta mostrado na Fig. (16) está confinado por duas curvas que
são quase sempre simétricas, y = f 2 ( x ) e y = − f 2 ( x ). A seção transversal da aleta
200
P ( x) = f 3 ( x ) = 2πf 2 ( x). Os limites da aleta são limitados pelas curvas de perfil da aleta,
± f 2 ( x).
1
Retangular, r /r =0,4
b a
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
(adimensional)
Figura 15 – Gráfico de eficiências para aletas radiais.
θ ( x ) = T ( x ) − T∞ (138)
dT dT
qcondução = q x + dx − q x = kA( x ) − kA( x ) (139)
dx x + dx dx x
dT dT d dT
kA( x ) dx = kA( x ) dx − kA( x ) dx
dx dx x + dx
(140)
x x + dx
dT dT d dT d dT
qcondução = kA( x ) − kA( x ) + kA(x ) dx = k f1 ( x) dx (141)
dx x + dx dx x + dx dx dx x + dx dx dx
202
Substituindo a Eq. (143) na Eq. (142), igualando o resultado com a Eq. (141) e
utilizando a definição da Eq. (138) obtém-se:
d dθ
k f1 ( x) dx = hf3 ( x)θdx (144)
dx dx
d 2θ df1 ( x) dθ hf 3 ( x)
f1 ( x) + − θ =0 (145)
dx 2 dx dx k
utilizadas para f1 ( x ) e f 3 ( x). Para áreas de seção transversal mais gerais, recomenda-se
(1− 2 n ) ( 2 − n )
δb x
f 2 ( x) = (147)
2 b
onde δ b é a espesura da aleta na base (que pode ser substituída pelo diâmetro da aleta
na base) e n é um número real que define o perfil da aleta piniforme. A Eq. (146) é uma
equação diferencial ordinária de segunda ordem com coeficientes constantes ou
variáveis, linear e homogênea. Para sua solução geral são necessárias duas condições de
contorno, ou seja:
dT dθ
=0 =0 ou θ ( x = a ) = finito (148)
dx x =0 dx x =0
T ( x = b) = Tb θ ( x = b) = Tb − T∞ = θb (149)
dT dθ
qb = kAbase,aleta = kAbase,aleta (150)
dx x =b dx x =b
A eficiência da aleta pode então ser calculada pela Eq. (1) juntamente com o
resultado da Eq. (150).
1
1− 2.
2
δb x 1
2− δb d
f 2 ( x) = 2 = = (151)
2 b 2 2
d 2θ 4h
− θ =0 (152)
dx2 kd
12
4h
m= (153)
kd
dθ
= mC1e mx − mC 2 e − mx (155)
dx
dθ
= mC1e m 0 − mC 2e − m 0 = 0 C1 = C2 (156)
dx x =0
θb
θ ( x = b) = C1e mb + C1e − mb = θ b C1 = (157)
e mb
+ e − mb
e mx + e − mx
θ ( x) = θb (158)
e mb + e −mb
cosh(mx)
θ ( x) = θ b (159)
cosh(mb)
206
A taxa real de transferência de calor na aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(150), ou seja:
dθ πd 2 πd 2 e mb − e − mb
qb = kAbase,aleta = k mC1 (e mb − e −mb ) = k mθ b mb (160)
dx x =b 4 4 e + e −mb
πd 2
qb = k mθ b tanh(mb) (161)
4
b b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície( x) = hθb (πd )dx = h(πdb)θb (162)
0 0
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(161-162), ou seja:
πd 2
k mθ b tanh( mb )
qb 4 m tanh( mb ) tanh( mb)
η= = = = (163)
qmáximo,ale ta h(πdb)θ b 4h
b mb
kd
=m 2
EXEMPLO 4: Uma barra cilíndrica é utilizada como uma aleta na forma de pino. Seu
diâmetro é 0,875 cm e seu comprimento é 8 cm. A barra é fabricada de aço com
k = 32 W/(m.K) e exposta a um meio com temperatura de 30 oC com coeficiente de
transferência de calor h = 50 W/(m2.K). A temperatura da base da aleta piniforme é 85
o
C. Determine: (a) a eficiência da aleta, (b) a temperatura da extremidade e (c) a taxa de
transferência de calor da aleta para o meio.
207
θb = Tb − T∞ = 85 − 30 = 55 oC
πd 2
qb = k mθ b tanh( mb ) = 32.
(
π 8,75 × 10 −3 )
2
ou,
qmáximo,aleta = h(πdb)θ b = 50.(π .8,75 × 10−3.0,08).55 = 6,05 W
Para a aleta piniforme retangular mostrada na Fig. (18), a solução mais adequada
é utilizar a Eq. (145) definindo as funções f1 ( x ) e f 3 ( x) na seguinte forma:
df1 ( x )
f1 ( x ) = δ 1δ 2 e =0 (164)
dx
f 3 ( x) = 2(δ1 + δ 2 ) (165)
d 2θ 2h(δ1 + δ 2 )
− θ =0 (166)
dx 2 kδ1δ 2
208
12
2h(δ1 + δ 2 )
m= (167)
kδ1δ 2
dθ
= mC1e mx − mC 2 e − mx (169)
dx
dθ
= mC1e m 0 − mC 2e − m 0 = 0 C1 = C2 (170)
dx x =0
θb
θ ( x = b ) = C1e mb + C1e −mb = θ b C1 = (171)
e mb
+ e − mb
e mx + e − mx
θ ( x) = θb mb −mb (172)
e +e
cosh(mx)
θ ( x) = θ b (173)
cosh(mb)
A taxa real de transferência de calor da aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(150), ou seja:
dθ e mb − e − mb
qb = kAbase,aleta = k (δ1δ 2 )mC1 (e mb − e −mb ) = k (δ1δ 2 )mθ b (174)
dx x=b e mb + e −mb
b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície,aleta ( x) =
0
b
hθ b 2(δ 1 + δ 2 ) dx = h[ 2(δ 1 + δ 2 )b]θ b (176)
0
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(175-176), ou seja:
Para a aleta piniforme elíptica mostrada na Fig. (19), a solução mais adequada é
utilizar a Eq. (145) definindo as funções f1 ( x ) e f 3 ( x) na seguinte forma:
df1 ( x )
f1 ( x ) = πδ1δ 2 e =0 (178)
dx
p2 p4 p6
f 3 ( x ) = π (δ1 + δ 2 )1 + + + + ... (179)
4 64 256
onde:
δ1 − δ 2
p= (180)
δ1 + δ 2
d 2θ h(δ1 + δ 2 ) p2 p4 p6
−
1 + + + + ... θ = 0 (181)
dx 2
kδ1δ 2 4 64 256
12
h(δ + δ 2 ) p2 p4 p6
m= 1 1 + + + + ... (182)
kδ1δ 2 4 64 256
dθ
= mC1e mx − mC 2 e − mx (184)
dx
dθ
= mC1e m 0 − mC 2e − m 0 = 0 C1 = C2 (185)
dx x =0
θb
θ ( x = b) = C1e mb + C1e − mb = θ b C1 = (186)
e mb
+ e − mb
e mx + e − mx
θ ( x) = θb mb −mb (187)
e +e
cosh(mx)
θ ( x) = θ b (188)
cosh(mb)
A taxa real de transferência de calor da aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(150), ou seja:
dθ θb
qb = kAbase,aleta = kπδ 1δ 2 mC1 (e mb − e −mb ) = kπδ 1δ 2 m (e mb − e −mb ) (189)
dx x =b e mb
+ e −mb
b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb dAsuperfície,aleta ( x) =
0
b p2 p4 p6 p2 p4 p6
hθ b π (δ1 + δ 2 )1 + + + + ... dx = h bπ (δ1 + δ 2 )1 + + + + ...θ b (191)
0
4 64 256 4 64 256
213
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(190-191), ou seja:
Para a aleta piniforme cônica mostrada na Fig. (20), a equação do perfil é obtida
substituindo n = −1 na Eq. (147), ou seja:
d 2θ dθ 2h
x2 + 2x −2 bxθ = 0 (194)
dx 2
dx kδ b
M 2 = 2m2b (195)
d 2θ dθ
x2 2
+ 2x − M 2 xθ = 0 (196)
dx dx
deve ser nulo pois o termo K1 (2M x ) x tendo ao infinito. Aplicando a condição de
contorno dada pela Eq. (149) e substituindo C 2 = 0 na Eq. (197) obtém-se:
θb
θ ( x = b) = b−1 2C1I1 (2M b ) = θb C1 = (198)
b −1 2 I1 (2M b )
12
b I1 ( 2M x )
θ ( x) = θ b (199)
x I1 ( 2 M b )
A taxa real de transferência de calor na aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(150), ou seja:
πδ 2 d b I (2M x )
12
dθ
qb = kAbase,aleta = k b θ b 1 =
dx x =b 4 dx x I1 (2 M b ) x=b
d b
12
πδ b2 θb
k
I 1 ( 2 M x ) (200)
4 I1 (2 M b ) dx x x =b
A derivada com relação a x do lado direito da Eq. (200) pode ser determinada
com o auxílio do MAPLE, fornecendo o seguinte resultado:
d b b[− I1 (2 M x ) + M x I 0 (2 M x )
12
I1 (2 M x ) = (201)
dx x x2 b x
d b
12
M I1 ( 2 M b )
I1 (2 M x ) = I 0 (2M b ) − (202)
dx x x =b b M b
πδ 2 θb M πδ 2 M I (2M b )
qb = k b I 2 ( 2 M b ) = k b θb 2 (203)
4 I1 ( 2 M b ) b 4 b I1 ( 2 M b )
b b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb f3 ( x)d ( x) = hθb 2πf 2 ( x)d ( x) =
0 0
b δb x π
hθb 2π d ( x) =h δ bb θ b (204)
0 2 b 2
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(203-204) e pela definição de M da Eq. (195), ou seja:
πδ b2 M I ( 2M b )
k θb 2
4 b I1 (2M b ) m 2 I 2 (2 2mb) 2 I 2 (2 2mb)
=
qb
η= = = (205)
qmáximo,aleta π 2h
bI1 (2 2mb) (mb) I1 (2 2mb)
h δ bb θ b
2 kδ b
=m2
(1− 2.∞ ) ∞
δ b x (2 −∞ ) δb x ∞
f 2 ( x) = = (206)
2 b 2 b
2
δb x
f 2 ( x) = (207)
2 b
d [ f 2 ( x )] δ b 4 x 3
2 4 2
[ f 2 ( x)] = δ b
2
df 2 ( x ) δ b x 2 x
de tal forma que = 2 , e = 4 .
dx b 2 b dx 2 b
Substituindo esses resultados na Eq. (145), multiplicando por b 2 δ b e rearranjando ( )
obtém-se:
217
d 2θ dθ 2h 2
x2 + 4x −2 bθ =0 (208)
dx 2
dx kδ b
M 2 = 2m2b 2 (209)
d 2θ dθ
x2 2
+ 4x − M 2θ = 0 (210)
dx dx
dθ dθ dv dθ d
= = (ln x ) = 1 dθ (211)
dx dv dx dv dx x dv
Figura 21 – Aleta piniforme de perfil parabólico côncavo (Fonte: Kraus et al., 2001).
218
d 2θ d dθ d 1 dθ d 1 dθ 1 d dθ 1 dθ 1 d (dθ dv )
2
= = = + =− 2 + (212)
dx dx dx dx x dv dx x dv x dx dv x dv x dx
O segundo termo do lado direito da Eq. (212) pode ser avaliado de maneira
similar à Eq. (211), ou seja:
d (dθ dv ) d (dθ dv ) dv d 2θ d
(ln x ) = 1 d θ2
2
= = 2 (213)
dx dv dx dv dx x dv
d 2θ 1 dθ 1 d 2θ
=− 2 + (214)
dx 2 x dv x 2 dv2
1 dθ 1 d 2θ 1 dθ
x 2 − 2 + 2 2 + 4 x −M θ =0
2
(215)
x dv x dv x dv
d 2θ dθ
2
+3 − M 2θ = 0 (216)
dv dv
3 1
t=− ± (9 + 4 M 2 )1 2 (217)
2 2
219
Para duas raízes reais e distintas (t1 e t2 ), a solução geral da Eq. (216) tem a
seguinte forma:
C2
θ ( x ) = C1e t 1 ln x
+ C 2 e t 2 ln x = C1 x t1 + C 2 x t 2 = C1 x t1 + (219)
x −t 2
C2
θ ( x = 0) = C1 0t + 1
= finito C2 = 0 (220)
0− t 2
∞
θb
θ ( x = b) = C1b t = θ b C1 =
1
(221)
b t1
t1
x
θ ( x) = θ b (222)
b
A taxa real de transferência de calor da aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(150), ou seja:
dθ πδ b2 d x 1 πkδ b2θ b
t
qb = kAbase,aleta = k
θ b = [−3 + (9 + 4 M 2 )1 2 ] (223)
dx x =b 4 dx b x=b 8b
220
b b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb f 3 ( x)d ( x) = hθb 2πf 2 ( x)d ( x) =
0 0
2
b δb x π
hθ b 2π d ( x) =h δ bb θ b (224)
0 2 b 3
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(223-224), ou seja:
πkδ b2θ b
[ −3 + (9 + 4 M 2 )1 2 ]
qb 8b 3kδ b
η= = = [ −3 + (9 + 4 M 2 )1 2 ] =
qmáximo,ale ta π 8hb 2
h δ b b θ b
3
3 3
[−3 + 9 + 8(mb) 2 ] = [−3 + 9 + 8(mb) 2 ] (225)
2h 2 4( mb ) 2
4 b
kδ b
=m2
3[ −3 + 9 + 8( mb) 2 ] [ −3 − 9 + 8( mb ) 2 ]
η= × (226)
4( mb ) 2 [ −3 − 9 + 8( mb ) 2 ]
1−2.0
12
δ b x 2− 0 δb x
f 2 ( x) = = (228)
2 b 2 b
d [ f 2 ( x)] 1 δ b
12 2 2
df 2 ( x) δ b 1
[ f 2 ( x)]2 = δ b
2
x
de tal forma que = , e = .
dx 4 bx 2 b dx b 2
obtém-se:
d 2θ dθ 2h 1 2 3 2
x2 +x −2 b x θ =0 (229)
dx 2
dx kδ b
Figura 22 – Aleta piniforme de perfil parabólico convexo (Fonte: Kraus et al., 2001).
M 2 = 2m 2b1 2 (230)
d 2θ dθ
x2 2
+x − M 2 x3 2θ = 0 (231)
dx dx
4 4
θ ( x) = C1 I 0 Mx3 4 + C2 K 0 Mx3 4 (232)
3 3
4 4
θ ( x = 0) = C1 I 0 M 03 4 + C2 K0 M 03 4 = finito C2 = 0 (233)
3 3
=1 =∞
4 θb
θ ( x = b) = C1 I 0 Mb3 4 = θ b C1 = (234)
3 4
I 0 Mb3 4
3
4
I 0 Mx3 4
3
θ ( x) = θ b (235)
4
I 0 Mb3 4
3
A taxa real de transferência de calor na aleta pode ser calculada a partir da Eq.
(150), ou seja:
4
I 0 Mx 3 4
dθ πδ d
2
3
qb = kAbase,aleta = k b
θ b =
dx x =b 4 dx 4
I Mb 3 4
0
3 x =b
πδ 2 θb d 4
k b I 0 Mx3 4 (236)
4 I 4 Mb3 4 dx 3 x=b
0
3
A derivada com relação a x do lado direito da Eq. (236) pode ser determinada
com o auxílio do MAPLE, fornecendo o seguinte resultado:
4
I1 Mx 3 4
d 4 3
I 0 Mx 3 4 = M 1 4 (237)
dx 3 x
4
I1 Mb3 4
d 4 3
I 0 Mx 3 4 = M 14 (238)
dx 3 x=b b
4
I1 Mb 3 4
πδ M
2
3
qb = k 1 4 θ b
b (239)
4 b 4
I 0 Mb 3 4
3
224
b b
qmáximo,aleta = hAsuperfície,aletaθb = hθb f3 ( x)d ( x) = hθb 2πf 2 ( x)d ( x) =
0 0
12
b δb x 2
hθ b 2π d ( x) =h πδ bb θ b (240)
0 2 b 3
A eficiência da aleta é então calculada pela Eq. (1) com os resultados das Eqs.
(239-240) e pela definição de M da Eq. (230), ou seja:
4
I1 Mb 3 4
πδ M
2
3
k b
1 4 θ b
4 b 4 4 2 1 2 1 2 3 4
I 0 Mb 3 4 2 1 2 1 2 I1 ( 2 m b ) b
η=
qb
= 3 = 3 ( 2m b ) 3 =
qmáximo,ale ta 2 4 2h bb1 4 4 2 1 2 1 2 3 4
h πδ bb θ b I 0 ( 2m b ) b
3 kδ b 3
=m 2
4
I1 2mb
3 2 3 (241)
4 4
( mb) I 0 2mb
3
Na Fig. (23) podem ser vistas as curvas de eficiência para os seis tipos de aletas
piniformes mostradas anteriormente. Essas curvas são representações das Eqs. (163),
(177), (192), (205), (227) e (241), sendo todas funções do produto mb.
θ b = Tb − T∞ = 100 − 25 = 75 oC
b = 10 100 = 0,100 m
πd 2 π .0,00922
qb = k mθ b tanh(mb) = 100. .13,188.75. tanh(1,319) = 5,70 W
4 4
(b) para aleta piniforme de perfil cônico:
12 12
2h 2.40
m = = = 9,325 m-1
kδ b 100.0,0092
mb = 9,325.0,100 = 0,9325
9 9
M = [2(mb) 2 ]1 2 = [2(0,9325) 2 ]1 2 = 1,319
4 4
I1 2mb I1 2 .0,9325
3 2 3 = 3 2 3 3 2 1,2652
η= = = 0,744
4 4 4 4 4 0,9325.1,9353
(mb) I 0 2mb (0,9325) I 0 2 .0,9325
3 3
M = [2m 2b1 2 ]1 2 = [2.9,325 2.0,1001 2 ]1 2 = 7,416
4 4
I1 Mb3 4 I1 .7,416.0,1003 4
πδ b2 M 3 = 100. π .0,0092 . 7,416 .75. 3
2
qb = k 1 4 θ b 14
=
4 4
b
4 b 4 0,100
I 0 Mb3 4 I 0 .7,416.0,1003 4
3 3
π .0,0092 2 7,416 1,2652
= 100. . 14
.75. = 4,30 W
4 0,100 1,9353
1
Cilíndrica, Retangular, Elíptica
Cônica
0.9 Côncava
Convexa
0.8
η (adimensional)
0.7
0.6
0.5
0.4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
mb (adimensional)
EXEMPLO 6: Tubos de cobre estão fixados a uma placa de um coletor solar, com
espessura t, e o fluido de trabalho mantém a temperatura da placa acima dos tubos em
"
T0 . Há um fluxo térmico radiante líquido uniforme qrad na superfície superior da placa,
enquanto a superficie inferior encontra-se isolada termicamente. A superfície superior
também está exposta a um fluido a T∞ , que fornece um coeficiente convectivo uniforme
h.
a) deduza a equação diferencial que governa a distribuição de temperaturas T ( x) em
regime permanente na placa e
b) obtenha uma solução para a equação diferencial usando condições de contorno
apropriadas.
SOLUÇÃO: as considerações para esse problema são (1) regime permanente, (2)
condução unidimensional, (3) superfície inferior da placa isolada, (4) fluxo de radiação
e coeficiente de transferência de calor uniformes, (5) temperatura da placa em x = 0
corresponde a temperatura do fluido de trabalho T0 , (6) sem geração interna de energia
e (7) devido à simetria, somente metade da placa pode ser analisada. É utilizado um
volume de controle diferencial sobre a placa, conforme a figura abaixo, onde é feito um
balanço de energia, ou seja:
dq rad = q rad
"
(dx ×1) q x + dx = q x +
dq x
dx dq conv = h(dx × 1)(T − T∞ ) (243)
dx
+ h(T − T∞ )
dq x
"
qrad = (244)
dx
d 2T
qx = −k (t × 1)
dT dq
x = −kt 2 (245)
dx dx dx
d 2T
kt − h(T − T∞ ) = −qrad
"
(246)
dx 2
d 2θ h "
qrad
− θ = − (247)
dx2 kt kt
d 2θ
2
− m2θ = S (248)
dx
dT dθ
=0 =0 (249)
dx x=L dx x=L
T ( x = 0) = To θ ( x = 0) = To − Tb = θ o (250)
θ ( x) = θ H ( x) + θ P ( x) (251)
t 2 − m2 = 0 t = ±m (252)
θ P ( x ) = C − m 2C = S C = − S m 2 θ P ( x ) = − S m 2 (254)
dθ
= mC1e mx − mC 2e − mx (256)
dx
dθ
= mC1e mL − mC2e − mL = 0 C1 = C2e − 2 mL (257)
dx x= L
θ o + S m2
θ ( x = 0) = C2e − 2 mL m 0
e + C2e − m0
− S m = θo C2 =
2
(258)
e− 2 mL + 1
θo + S m2 θo + S m2
C1 = C2e− 2 mL C1 = e− 2 mL C1 = (259)
e− 2 mL + 1 e2 mL + 1
θo + S m2 θo + S m2
θ ( x) = emx + e− mx − S m2 (260)
e2 mL + 1 e− 2 mL + 1
e − mx
θ ( x ) = (θ o + S m 2 ) 2 mL
e mx
+ − 2 mL − S m 2 (261)
e +1 e +1
T ( x ) − T∞ − qrad
"
h e mx e − mx
= +
e 2 mL + 1 e − 2 mL + 1 (262)
To − T∞ − qrad"
h
231
EXEMPLO 7: Uma frigideira vazia é esquecida sobre uma chapa quente. Pode ser
assumido que a base da frigideira está sujeita a um fluxo de calor uniforme q " . A
temperatura ambiente é T∞ e os coeficientes de transferência de calor são h1 e h2 . A
condutividade térmica, espessura, raio e altura da frigideira são k , δ , R e L,
respectivamente. Determine a distribuição de temperaturas em regime permanente na
frigideira.
SOLUÇÃO: as considerações para esse problema são (1) regime permanente, (2)
condução unidimensional, (3) coeficientes de transferência de calor uniformes, (4) sem
geração interna de energia e (5) sem efeito de radiação térmica. Desprezando a variação
de temperaturas ao longo da espessura, pode-se assumir que a distribuição de
temperaturas na frigideira é unidimensional, sendo radial na base e axial nas paredes
laterais. Isso sugere que o problema pode ser analisado em termos de dois domínios por
conveniência matemática. O primeiro domínio engloba as paredes laterais da frigideira
conforme a figura abaixo:
232
dq
Eɺ e = Eɺ s q x = qx + dx + dqconv1 + dqconv 2 q x = q x + x dx + dqconv1 + dqconv 2 (263)
dx
dT1
q x = − kAtr (264)
dx
A área da seção transversal é a área de uma coroa circular limitada por duas
circunferências de raios externo e interno R e R − δ , respectivamente, ou seja:
d 2T1 2h1
− (T1 − T∞ ) = 0 (270)
dx 2 kδ
233
2h1
Definindo θ1 ( x) = T1 ( x) − T∞ e m12 = e substituindo na Eq. (270) obtém-se:
kδ
d 2θ1
2
− m12θ1 = 0 (271)
dx
A solução da Eq. (271) é obtida pela equação característica, cujas raízes são
± m1 , e a solução geral é escrita como:
dq
Eɺ e = Eɺ s qr + q "dAs = qr +dr + dqconv qr + q "dAs = qr + r dr + dqconv (273)
dr
dT2
qr = −kAtr (274)
dr
h2 q"
Definindo θ 2 ( x ) = T2 ( x ) − T∞ , m =
2
e n= , substituindo na Eq. (279),
kδ kδ
2
d 2θ 2 dθ n
r2 2
+ r 2 − r 2 m22 θ 2 − 2 = 0 (279)
dr dr m2
d 2θ2' dθ2'
r2 2
+ r − r 2 m22θ2' = 0 (280)
dr dr
p = m2 e n = 0. Esses resultados indicam o CASO 3, cuja solução geral é dada pela Eq.
(18) do Apêndice. Em termos da variável original θ 2 , obtém-se:
θ 2 (r ) = C3 I 0 (m2 r ) + C4 K 0 (m2 r ) +
n
(281)
m22
dθ1
=0 (282)
dx x =0
θ1 ( L ) = θ 2 ( R ) (283)
dθ 2 dθ1
−k =k (284)
dr r =R dx x= L
dθ 2
=0 ou θ 2 ( r = 0) = finito (285)
dr r =0
dθ1
= m1C1 cosh( m1 x ) + m2C2 sinh( m1 x ) (286)
dx
dθ 2
= m2C3 I1 (m2 r ) − m2C 4 K1 (m2 r ) (287)
dr
dθ1
= m1C1 cosh( m1 0) + m2C2 sinh( m1 0) = 0 C1 = 0 (288)
dx x =0
236
dθ 2
= m2C3 I1 (m2 0 ) − m2C4 K1 (m2 0) = 0 C4 = 0 (289)
dr r =0 =0 =∞
C2 cosh(m1L) = C3 I 0 (m2 R ) +
n
(290)
m22
nI1 (m2 R)
C2 = (292)
m2 [m2 I1 (m2 R) cosh(m1L) + m1I 0 (m2 R) sinh(m1L)]
m1n sinh(m1L)
C3 = − (293)
m [m2 I1 (m2 R) cosh(m1L) + m1I 0 (m2 R) sinh(m1L)]
2
2
θ1 ( x) cosh(m1 x) cosh(m1L)
= (295)
"
q h2 1 + (m1 m2 ) [I 0 (m2 R) I1 (m2 R)]tanh(m1L)
θ 2 (r ) I 0 (m2 r ) I 0 (m2 R)
=1− (297)
"
q h2 1 + (m2 m1 ) [I1 (m2 R) I 0 (m2 R)]coth(m1L)
SOLUÇÃO: as considerações para esse problema são (1) regime permanente, (2)
condução unidimensional, (3) coeficiente de transferência de calor uniforme, (4) com
geração interna de energia uniforme (5) condutividade térmica constante e (6) radiação
238
térmica desprezível. Como metade da aleta está isolada enquanto a outra metade troca
calor por convecção, duas equações diferenciais são necessárias. Para a metade isolada,
0 ≤ x ≤ L, a equação diferencial é obtida por um balanço de energia diferencial:
dq dq
Eɺ e − Eɺ s + Eɺ g = 0 q x − q x + dx + qɺ dV = 0 q x − q x − x dx + qɺ ( Adx ) = 0 x = qɺA (298)
dx dx
dq
Eɺ e − Eɺ s + Eɺ g = 0 q x − q x + dx − dqconv + qɺ dV = 0 q x − q x − x dx − dqconv + qɺdV = 0 (300)
dx
d 2T2 h dAs
2
− (T2 − T∞ ) + qɺ = 0 (301)
dx kA dx k
definindo m2 = hP kA obtém-se:
d 2T2 d 2T2
− m (T2 − T∞ ) + = 0 2 − m2T2 = − − m2T∞
2 qɺ qɺ
2
(302)
dx k dx k
Para as Eqs. (299) e (302) são necessárias quatro condições de contorno, ou seja:
239
dT1
=0 (303)
dx x=0
T1 ( x = L ) = T2 ( x = L ) (304)
dT1 dT2
= (305)
dx x= L dx x= L
dT2
=0 (306)
dx x=2L
d 2TH 2
2
− m2TH 2 = 0 t 2 − m2 = 0 t = ±m TH 2 ( x) = C3 sinh(mx) + C4 cosh(mx) (308)
dx
qɺ qɺ qɺ
TP 2 ( x ) = C − m 2C = − − m 2T∞ C = 2
+ T∞ TP 2 ( x ) = + T∞ (309)
k km km 2
qɺ
T2 ( x ) = C3 sinh( mx ) + C 4 cosh( mx ) + + T∞ (310)
km 2
dT2
= mC3 cosh( mx ) + mC 4 sinh( mx ) (311)
dx
dT1 qɺ 0
=− + C1 = 0 C1 = 0 (312)
dx x=0 k
qɺL2 qɺ
− + C2 = C3 sinh(mL) + C4 cosh(mL) + 2 + T∞
2k km
qɺL2 qɺ
C2 = T∞ + + 2 + C3 sinh(mL) + C4 cosh(mL) (313)
2k km
qɺ L
− = mC3 cosh( mL ) + mC4 sinh( mL ) (314)
k
mC3 cosh( 2mL) + mC4 sinh( 2mL) = 0 C3 = −C4 tanh( 2mL) (315)
qɺL 1
C4 = (316)
km tanh(2mL) cosh(mL) − sinh(mL)
241
qɺL tanh(2mL)
C3 = (317)
km sinh(mL) − tanh(2mL) cosh(mL)
2
T1 ( x) − T∞ 1 1 1 tanh(2mL ) sinh( mL ) − cosh( mL ) 1 x
= + − − (319)
qɺ L2
2 ( mL ) 2
( mL ) tanh(2mL ) cosh(mL ) − sinh( mL ) 2 L
k
SOLUÇÃO: as considerações para esse problema são (1) regime permanente, (2)
condução unidimensional, (3) coeficiente de transferência de calor uniforme, (4)
geração interna de energia uniforme e (5) sem efeito de radiação térmica. É utilizado um
volume de controle diferencial sobre a barra, onde é feito um balanço de energia, ou
seja:
dq
Eɺ e − Eɺ s + Eɺ g = 0 q x + qɺ dV = q x + dx + dqconv q x + qɺdV = q x + x dx + dqconv (321)
dx
Re' I 2 d
dx + hdAs (T − T∞ )
dT
Adx = − kA (322)
A dx dx
m2 = hP kA obtém-se:
d 2T Re' I 2
− m (T − T∞ ) = −
2
(323)
dx2 kA
T (x = 0 ) = T∞ (324)
dT
=0 (325)
dx x=L
d 2θ Re' I 2
− m 2
θ = − (326)
dx 2 kA
θ (x = 0) = 0 (327)
dθ
=0 (328)
dx x=L
θ ( x) = θ H ( x) + θ P ( x) (329)
t 2 − m2 = 0 t = ±m (330)
Re' I 2
θ ( x) = C1 sinh(mx) + C2 cosh(mx) + (333)
hP
dθ
= mC1 cosh( mx ) + mC 2 sinh( mx ) (334)
dx
dθ
= mC1 cosh( mL ) + mC2 sinh( mL ) = 0 C1 = −C2 tanh( mL ) (335)
dx x=L
Re' I 2 Re' I 2
θ (x = 0) = −C2 tanh(mL) sinh(m0) + C2 cosh(m0) + = 0 C2 = − (336)
hP hP
Re' I 2
C1 = tanh(mL) (337)
hP
Re' I 2
θ ( x) = [tanh(mL) sinh(mx) − cosh(mx) + 1] (339)
hP
245
T ( x) − T∞
= tanh(mL) sinh(mx) − cosh(mx) + 1 (340)
Re' I 2
hP
dT Re' I 2
= [m tanh(mL) cosh(mx) − m sinh(mx)] = 0 x = L (341)
dx hP
Pode ser verificado através do sinal da derivada segunda da Eq. (341) aplicada
em x = L, que esse ponto minimiza a temperatura. O valor da menor temperatura é
então determinado substituindo o resultado da Eq. (341) na Eq. (340), ou seja:
Tmin ( x = L) − T∞
= θ min = tanh(mL) sinh(mL) − cosh(mL) + 1 (342)
Re' I 2
hP
velocidade U. Após a saída do forno ela é resfriada por convecção com o ambiente a
temperatura T∞ . O coeficiente de transferência de calor é h. Assuma regime permanente
com radiação desprezível e sem transferência de calor entre a folha e a correia
transportadora. Determine a distribuição de temperaturas na folha de plástico.
246
dqx dh
q x + mɺ hx = q x + dx + mɺ hx + x dx + dqconv + dqrad (344)
dx dx
dT dq d dT d 2T
q x = − kAtr x = − kAtr = − kA (345)
dx 2
tr
dx dx dx dx
247
(
dqrad = εσdAs T 4 − Tviz4 ) (347)
− kAtr
d 2T
dx 2
dx
(
dx + mɺ x dx + hdAs (T − T∞ ) + εσdAs T 4 − Tviz4 = 0
dh
) (348)
− kAtr
d 2T
dx 2
+ ρUAtr c p
dT
dx dx dx
(
+ h s (T − T∞ ) + εσ s T 4 − Tviz4 = 0
dA dA
) (349)
d 2T ρUcp dT
2
− −
h dAs
(T − T∞ ) − εσ dAs T 4 − Tviz4 = 0
( ) (350)
dx k dx kAtr dx kAtr dx
As ( x ) = Wx + 2tx = (W + 2t )x
dAs
= W + 2t (351)
dx
Atr = Wt (352)
ρUc p h (W + 2t ) h(W + 2t )
Definindo os parâmetros b = − , c=− T∞ e m 2 = − ,
2k kWt kWt
pode-se reescrever a Eq. (353) como:
d 2T dT
2
+ 2b + m2T = c (354)
dx dx
T ( x = 0) = To (355)
T ( x → ∞ ) = finito (356)
T ( x) = TH ( x) + TP ( x) (357)
t 2 + 2bt + m2 = 0 t = −b ± b 2 − m2 (358)
−b + b 2 − m 2 x −b − b 2 − m 2 x
TH ( x ) = C1e
+ C2e
(359)
A solução particular nesse caso deve ser uma constante C, de tal forma que:
249
TP (x ) = C = 2
c c
m 2C = c C = 2
(360)
m m
− b + b 2 − m 2 ∞ − b − b 2 − m 2 ∞
T ( x → ∞ ) = C1 e
c
+ C2 e
+ = finito C1 = 0 (362)
→∞ →0 m2
−b − b 2 − m 2 0
T ( x = 0) = C2e
c c
+ 2
= To C2 = To − 2 (363)
m m
c − b − b 2 − m 2 x
T ( x ) = To − 2 e
c
+ =
m m2
2
h(W + 2t ) − − ρUc p − ρUc p
−
2
h (W + 2t )
− −
h(W + 2t )
T∞ 2 k
2k
kWt
x
T∞
kWt kWt
To − h(W + 2t ) e +
(364)
h(W + 2t )
kWt kWt
EXEMPLO 11: Uma aleta em cascata usualmente é composta de uma aleta longitudinal
de perfil retangular acoplada a uma aleta longitudinal de perfil triangular conforme a
figura abaixo. O comprimento total da aleta é b, sendo b1 o comprimento da aleta de
T∞ , h2 T∞ , h1
Tb
w
Tb δb k2 k1
x = b2 x = b1
x
251
SOLUÇÃO: as considerações para esse problema são (1) regime permanente, (2)
condução unidimensional, (3) coeficiente de transferência de calor uniforme, (4) sem
geração interna de energia e (5) sem efeito de radiação térmica. A equação diferencial
para a aleta longitudinal de perfil retangular é dada pela Eq. (16), que em termos da
variável T2 é reescrita como:
d 2T2 2h
− (T2 − T∞ ) = 0 b1 ≤ x ≤ b2 (366)
dx 2 kδ b
d 2T1 dT1 2h
x + − b1 (T1 − T∞ ) = 0 0 ≤ x ≤ b1 (367)
dx 2 dx kδ b
T1 ( x = 0) = finito (368)
T1 ( x = b1 ) = T2 ( x = b1 ) (369)
dT1 dT2
= (370)
dx x = b1 dx x = b1
T2 ( x = b2 ) = Tb (371)
T1 − T∞ T −T x b 2hb22
θ1 = , θ 2 = 2 ∞ , X = , f = 1 , N 22 = , N12 = fN 22 (372)
Tb − T∞ Tb − T∞ b2 b2 kδ b
d 2θ2
− N 22θ 2 = 0 f ≤ X ≤1 (373)
dX 2
d 2θ1 dθ1
X 2
+ − N12θ1 = 0 0≤ X ≤ f (374)
dX dX
θ1 ( X = 0) = finito (375)
θ1 ( X = f ) = θ 2 ( X = f ) (376)
dθ1 dθ 2
= (377)
dX X=f dX X=f
θ 2 ( X = 1) = 1 (378)
dT2 k (δ b w)(Tb − T∞ ) dθ 2
q = k (δ b w) = (379)
dx x = b2 b2 dX X =1
rt
h2 , T∞
x
r
h1 , T∞ L
w
Tb Tb
SOLUÇÃO: as considerações para esse problema são (1) regime permanente, (2)
condução unidimensional axial e radial, (3) coeficiente de transferência de calor
uniforme, (4) sem geração interna de energia, (5) sem efeito de radiação térmica e (6) a
condutividade térmica dos dois domínios é a mesma. A equação diferencial para
condução axial na parede cilíndrica (DOMÍNIO 1) pode ser deduzida através de um
balanço de energia em um volume de controle diferencial extraído da parede.
Considerando que w << rt , a equação diferencial resultante é similar a Eq. (270) do
254
d 2T1 h1
− (T1 − T∞ ) = 0 (380)
dx 2 kw
h1
Definindo os parâmetros m12 = e θ1 ( x) = T1 ( x) − T∞ pode-se reescrever a Eq.
kw
(380) na seguinte forma:
d 2θ1
2
− m12θ1 = 0 (381)
dx
Eq. (278) do EXEMPLO 7, com exceção da não existência do termo contendo q"
daquele exemplo. Tem-se então que:
d 2T2 dT2 h2
r + − r (T2 − T∞ ) = 0 (382)
dr 2 dr kw
h2
Definindo os parâmetros m22 = e θ 2 ( x) = T2 ( x) − T∞ pode-se reescrever a Eq.
kw
(382) na seguinte forma:
d 2θ 2 dθ 2
r + − m22 rθ 2 = 0 (383)
dr 2 dr
θ1 ( x = L) = θb (384)
255
θ1 ( x = 0) = θ 2 (r = rt ) (385)
dθ1 dθ 2
= (386)
dx x =0 dr r = rt
θ2 (r = 0) = finito (387)
dθ1
q = k (2πrt w) (388)
dx x=L
EXEMPLO 13: Considere uma aleta que tem o formato de um Y, sendo composta de
três aletas longitudinais de perfil retangular com profundidade L, conforme a figura
abaixo. A espessura de cada uma das três aletas é δ b e o comprimento de cada aleta é
cada uma tem o seu coeficiente convectivo em função das diferenças entre as
geometrias. Esses coeficientes são identificados por h1 , h2 e h3 . As três aletas são feitas
x x
b2 b1
2 1
T∞ , h2 T∞ , h1
δb δb
3
b3 δ b T∞ , h3
x
256
W/(m2.K), q1 = 40 W, q2 = 80 W, q3 = 20 W, L = 0,2 m.
SOLUÇÃO: as considerações para esse problema são (1) regime permanente, (2)
condução unidimensional, (3) coeficiente de transferência de calor uniforme, (4) sem
geração interna de energia e (5) sem efeito de radiação térmica. A equação diferencial
para as três aletas longitudinais de perfil retangular é dada pela Eq. (16), que em termos
das variáveis T1 , T2 e T3 são reescritas como:
d 2T1 2h1
− (T1 − T∞ ) = 0 (389)
dx 2 kδ b
d 2T2 2h2
− (T2 − T∞ ) = 0 (390)
dx 2 kδ b
d 2T3 2h3
− (T3 − T∞ ) = 0 (391)
dx 2 kδ b
2h1 2h 2h
Definindo os parâmetros m12 = , m22 = 2 , m32 = 3 , θ1 ( x) = T1 ( x) − T∞ ,
kw kw kw
θ 2 ( x) = T2 ( x) − T∞ e θ3 ( x) = T3 ( x) − T∞ pode-se reescrever as Eqs. (389-391) na seguinte
forma:
d 2θ1
2
− m12θ1 = 0 (392)
dx
d 2θ 2
2
− m22θ 2 = 0 (393)
dx
257
d 2θ3
− m32θ3 = 0 (394)
dx 2
dθ1
q1 = −k (δ b L) (395)
dx x = 0
dθ 2
q2 = −k (δ b L) (396)
dx x =0
dθ3
q3 = −k (δ b L) (397)
dx x =0
θ1 ( x = b1 ) = θi (398)
θ 2 ( x = b2 ) = θi (399)
θ 3 ( x = b3 ) = θ i (400)
O cálculo da temperatura da junção das três aletas pode ser feito através de um
balanço de fluxos de calor na interface, ou seja:
dθ1 dθ 2 dθ 3
+ + =0 (401)
dx x = b1 dx x = b2 dx x = b3
258
9-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AVRAMI, M. e LITTLE, J. B., Diffusion of Heat Through a Rectangular Bar and the
Cooling and Insulating Effect of Fins: I. The Steady State, Journal of Applied Physics,
Vol. 15, n. 5, pp.304, 1942.
2. BERGMAN, T. L.; LAVINE, A. S.; INCROPERA, F. P. e DEWITT, W. P.,
Fundamentos de Transferência de Calor e Massa, Editora LTC, 7a edição, 2014,
Rio de Janeiro.
3. BUECHE, W. e SCHAU, F., Arch. Waermewirtsch., Dampfkesselwes, Vol. 17, pp.
67, 1936.
4. CARRIER, W. H., e ANDERSON, S. W., The Resistance to Heat Flow Through
Finned Tubing, Heat. Piping Air Cond., Vol. 16, n.5, pp. 304, 1944.
5. DESPRETZ, C. M., Annales de Chimie et de Physique, Vol. 19, pp. 97, 1922.
6. FOCKE, R., Die Nadel als Kuhlelemente, Forsch. Geb. Ingenieurwes, Vol. 13, pp.
34, 1942.
7. FOURIER, J. B. J., The Analytic Theory of Heat (1822), translated by A. Freeman,
Cambridge University Press, Cambridge, 1878.
8. GARDNER, K. A., Efficiency of Extended Surface, Trans. ASME, Vol. 67, pp. 621,
1945.
9. HARPER, D. R. e BROWN W. B., Mathematical equation for heat conduction in the
fins for air cooled engine, NACA Report 158, National Advisory Committee on
Aeronautics, Washington, DC, 1922.
10. HAUSEN, H., Warmeubertragung durch Rippenrohe, Z. Ver. Dtsch. Ing. Beiheft,
Vol. 55, 1940.
11. JAKOB, M., Heat Transfer, Wiley, 1949, New York.
12. MURRAY, W. M., Heat Transfer Through an Annular Disk or Fin of Uniform
Thickness, Transaction ASME, Journal of Applied Mechanics, Vol. 60, A78. 1938.
13. SCHMIDT, E., Die Warmeubertragung durch Rippen, Z. Ver. Dtsch. Inc., Vol. 70,
pp. 885-947, 1926.
259
10-EXERCÍCIOS PROPOSTOS
mantida a To na sua base e isolada na sua extremidade. A aleta está isolada até um
comprimento b a partir de sua base enquanto troca calor por convecção no comprimento
restante. A temperatura ambiente é T∞ e o coeficiente de transferência de calor é h.
Determine a distribuição de temperaturas ao longo do comprimento da aleta e a taxa de
transferência de calor em regime permanente.
disco troca calor por convecção com o ambiente. O coeficiente de transferência de calor
é h e a temperatura ambiente é T∞ . A temperatura da tubulação onde o disco está
montado é To e a superfície em r = Ro está isolada. Formule as equações governantes e
as condições de contorno e obtenha a distribuição de temperaturas ao longo do
comprimento do disco.
temperatura do ambiente é T∞ . Modelo o cabo como uma aleta e assuma que ele é
infinitamente longo. Determine a distribuição de temperaturas em regime permanente
no cabo.
com temperatura To . Fora do forno o cabo é resfriado por radiação por uma vizinhança
com temperatura Tviz . Em certos casos a condução axial pode ser desprezada. Introduza
essa simplificação e considere o cabo como sendo infinitamente longo. Modelo o cabo
como uma aleta e determine a distribuição de temperaturas em regime permanente no
cabo.
não há troca de calor com o fio antes de sua entrada no forno e depois de sua saída do
forno. Determine a temperatura do fio em regime permanente na saída do forno.
261
CAPÍTULO 5
∂ 2T ∂ 2T 1 ∂T ∂T qɺ
+ 2 − U +V + =0 (1)
∂x 2
∂y α ∂x ∂y k
1 ∂ ∂T 1 ∂ 2T 1 ∂T Vφ ∂T qɺ
r + − Vr + + =0 (2)
r ∂r ∂r r 2 ∂φ 2 α ∂r r ∂φ k
1 ∂ 2 ∂T 1 ∂ 2T 1 ∂T V ∂T qɺ
r + − Vr + φ + =0 (3)
r ∂r ∂r r sin θ ∂φ
2 2 2 2
α ∂r r sin θ ∂φ k
262
∂ 2T ∂ 2T
+ =0 (4)
∂x 2 ∂y 2
1 ∂ ∂T 1 ∂ 2T
r + =0 (5)
r ∂r ∂r r 2 ∂φ 2
1 ∂ 2 ∂T 1 ∂ 2T
r + =0 (6)
r 2 ∂r ∂r r 2 sin 2 θ ∂φ 2
As Eqs. (1-3) com qɺ = 0 e as Eqs. (4-6) são casos especiais de uma equação
diferencial mais geral escrita na seguinte forma:
∂ 2T ∂T ∂ 2T ∂T
f 2 ( x) + f1 ( x ) + f 0 ( x )T + g 2 ( y ) + g1 ( y) + g0 ( y)T = 0 (7)
∂x 2
∂x ∂y 2
∂y
A Eq. (7) é uma equação diferencial parcial de segunda ordem, homogênea e com
coeficientes variáveis, que pode ser resolvida pelo método da separação de variáveis para
um conjunto especificado de condições de contorno.
∂ 2T ∂ 2T 1 ∂T ∂T qɺ
+ 2 − U +V + =0 (8)
∂x 2
∂y α ∂x ∂y ck
Nota-se que a Eq. (8) não é idêntica a Eq. (1). Assim, a Eq. (1) é dita não-
homogênea. Entretanto, substituindo T por cT na Eq. (4) não altera a equação. Diz-se
então que a Eq. (4) é homogênea. Para aplicar esse teste em condições de contorno,
considere a condição de contorno convectiva:
∂T
−k = h(T − T∞ ) (9)
∂x
∂T T
−k = h T − ∞ (10)
∂x c
264
Como a Eq. (10) é diferente da Eq. (9), a Eq. (9) é não-homogênea. Para o caso
especial de T∞ = 0, a Eq. (9) torna-se homogênea. O método da separação de variáveis
pode ser estendido para resolver problemas onde a equação diferencial e/ou as condições
de contorno são não-homogêneas. Para isso deve-se realizar algum tipo de transformação
matemática na variável dependente para garantir que a equação diferencial parcial e pelo
menos três das quatro condições de contorno sejam homogêneas. Por exemplo, se for
definida a variável θ ( x) = T ( x) − T∞ , a Eq. (9) é rescrita como:
∂θ
−k = hθ (11)
∂x
Dessa forma, substituindo θ por cθ na Eq. (11) não altera a equação. Diz-se
então que a Eq. (11) é homogênea na variável θ .
d 2φn dφ
2
+ a1 ( x ) n + [ a2 ( x ) + λ2n a3 ( x )]φn = 0 (12)
dx dx
d dφ
p ( x) n + [q ( x) + λ2n w( x)]φn = 0 (13)
dx dx
onde
265
p( x) = e
a1dx
(14)
q( x) = a2 p( x) (15)
w( x) = a3 p( x) (16)
b
φ ( x)φ
a
n m ( x) w( x)dx = 0 n≠m (17)
φn = 0 (18)
dφn
=0 (19)
dx
dφn
φn + β =0 (20)
dx
266
(3) Formulação.
(i) Considerações. (1) condução bidimensional, (2) regime permanente, (3) sem geração
de energia, (4) condutividade térmica constante e (5) placa estacionária.
(ii) Equação governante. A equação de condução para esse problema é dada pela Eq.
(4), ou seja:
∂ 2T ∂ 2T
+ = 0 (H.)
∂x 2 ∂y 2
Assim, nessa ordem, as três primeiras condições são homogêneas e a quarta é não-
homogênea. Tem-se então que:
(2) T ( L, y ) = 0 (H.)
(4) Solução.
(i) Assumindo solução produto. Estamos procurando uma solução T ( x, y ) que satisfaça
a Eq. (4) e as quatro condições de contorno. Pode-se assumir que a solução pode ser
construída na forma de um produto de duas funções: uma que depende somente de x,
X (x ), e outra que depende somente de y, Y ( y ). Assim:
T ( x, y ) = X ( x )Y ( y ) (23)
ou
∂ 2 X ( x) ∂ 2Y ( y )
Y ( y) + X ( x ) =0 (25)
∂x 2 ∂y 2
1 ∂ 2 X ( x) 1 ∂ 2Y ( y )
=− (26)
X ( x ) ∂x 2 Y ( y ) ∂y 2
F ( x) = G ( y) (27)
Como x e y são variáveis independentes, o que implica que uma pode ser alterada
independente da outra, as duas funções devem ser iguais a uma constante para que a
igualdade seja preservada. Assim, a Eq. (27) pode ser reescrita como:
1 ∂ 2 X ( x) 1 ∂ 2Y ( y )
= − = ±λ2n (28)
X ( x) ∂x 2 Y ( y ) ∂y 2
onde λ2n é conhecida como constante de separação. Algumas observações podem ser
feitas com relação a Eq. (28).
d 2Xn
2
± λ2n X n = 0 (29)
dx
d 2Yn
± λ2nYn = 0 (30)
dy 2
Ao escrever as Eqs. (29-30) o sinal de λ2n deve ser analisado com cautela. Como
um dos dois sinais nas Eqs. (29-30). Para isso deve-se retornar à variável, ou direção, que
possui duas condições de contorno homogêneas. A regra é escolher o sinal positivo para
a equação diferencial ordinária representando essa variável. A outra equação diferencial
recebe o sinal negativo. Nesse exemplo, conforme destacado na Fig. (1), a variável x
possui duas condições de contorno homogêneas. Assim, as Eqs. (29-30) são reescritas
como:
d 2Xn
2
+ λ2n X n = 0 (31)
dx
d 2Yn
− λ2nYn = 0 (32)
dy 2
Caso a escolha dos sinais seja invertida, será obtida a solução trivial do problema.
(iii) Solução das equações diferenciais ordinárias. O procedimento da separação de
variáveis permitiu que ao invés de solucionar a equação diferencial parcial dada pela Eq.
271
(4), deve-se solucionar o conjunto de equações diferenciais ordinárias dadas pelas Eqs.
(31-32). As Eqs. (31-32) podem ser resolvidas pela técnica da equação característica
conforme mostrado no Apêndice. Os resultados obtidos são:
De acordo com a Eq. (23), cada produto X nYn é solução da Eq. (4). Assim:
Tn ( x, y) = X n ( x)Yn ( y) (35)
Como a Eq. (4) é linear, segue que a soma de todas as soluções também é uma
solução. Assim, a solução completa pode ser escrita como:
∞
T ( x, y ) = X n ( x)Yn ( y ) (36)
n =1
π 2π 3π nπ
λn L = π ,2π ,3π ,... λn = , , ,... λn = , n = 1,2,3,... (38)
L L L L
272
Com os resultados das Eqs. (37) e (39) pode-se reescrever as Eqs. (33-34) na
seguinte forma:
X n ( x) = An sin(λn x) (40)
Yn ( x) = Cn sinh(λn y) (41)
∞
T ( x, y ) = an sin(λn x) sinh(λn y ) (43)
n =1
∞
T ( x,W ) = f ( x) = an sin(λn x) sinh(λnW ) (44)
n =1
A Eq. (44) não pode ser resolvida diretamente para a obtenção de an por causa da
(v) Ortogonalidade. A Eq. (17) é utilizada para determinar an . Nota-se que a função
sin(λn x) na Eq. (44) é a solução da Eq. (31). Ortogonalidade pode ser aplicada na Eq.
(44) somente se a Eq. (31) for uma equação de Sturm-Liouville e se as condições de
contorno em x = 0 e x = L foram homogêneas da forma descrita pelas Eqs. (18-20).
Comparando a Eq. (31) com a Eq. (12) obtém-se:
a1 ( x) = a2 ( x) = 0 e a3 ( x) = 1 (45)
p( x) = e = e
a1dx 0dx
= 1, q ( x ) = 0.1 = 0 e w( x ) = 1.1 = 1. Como as duas condições de
contorno de X n ( x) = sin(λn x) são homogêneas na forma descrita pelas Eqs. (18-20),
ortogonais com relação a função peso w( x ) = 1. Agora estamos prontos para aplicar a
ortogonalidade na Eq. (44) para determinar an . Multiplicando ambos os lados da Eq. (44)
L L ∞
f ( x) w( x) sin(λm x)dx = an sin(λn x) sinh(λnW )w( x) sin(λm x)dx (46)
0 0
n =1
L ∞
f ( x) sin(λm x)dx = an sinh(λnW ) sin(λn x) sin(λm x)dx
L
0
n =1
0
(47)
L L
f ( x) sin(λn x)dx = an sinh(λnW ) sin 2 (λn x)dx (48)
0 0
274
A integral do lado direto da Eq. (48) pode ser calculada fazendo inicialmente a
mudança de variáveis λn x = a de tal forma que λn dx = da. Substituindo esse resultado na
L 1 L
sin 2 (λn x)dx = sin 2 ada (49)
0 λn 0
2
Substituindo esse resultado na Eq. (49) e rearranjando obtém-se:
L
1 L 1 L 1 1 L 1 1
λn 0
sin 2 ada =
λn 0
[(1 − cos( 2a )]da =
2 2λn
0
[(1 − cos( 2a )]da = a − sin( 2a ) =
2λn 2 0
1 1 1
L
1 1 1
2λn λn x − 2 sin(2λn x) = 2λ λn L − 2 sin(2λn L) − 2λ λn 0 − sin(2λn 0) =
2
0 n n =0
1 1 L 1 L 1 nπ L
2λn λn L − 2 sin( 2λn L) = 2 − 4λ sin(2λn L ) = 2 − 4λ sin 2 L L = 2 (50)
n n
=0
2 L
f ( x) sin(λn x)dx
L sinh(λnW ) 0
an = (51)
∞
2 nπ nπ nπ
T ( x, y ) =
L
n =1 n π 0
f ( x) sin
L
x dx sin
L
x sinh
y , n = 1,2,3,... (52)
L
L sinh W
L
275
(5) Checando. Análise dimensional. (i) o argumento do sin e do sinh devem ser
adimensionais. De acordo com a Eq. (38), λn tem unidade de (1/m). Assim, λn x e λn y
são adimensionais e (ii) O coeficiente an na Eq. (51) deve ter unidade de temperatura.
(3) Formulação.
(i) Considerações. (1) condução bidimensional, (2) regime permanente, (3) coeficiente
de transferência de calor e temperatura ambiente uniformes, (4) condutividade térmica
constante e (5) sem geração de energia.
(ii) Equações governantes. Introduzindo a definição do excesso de temperaturas na Eq.
(4) obtém-se:
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2θ ∂ 2θ
+ = 0 (H.) 2 + 2 = 0 (H.) (53)
∂x 2 ∂y 2 ∂x ∂y
∂T ( x,0) ∂θ ( x ,0 )
(1) k = h[T ( x,0) − T∞ ] (Ñ.H.) k = hθ ( x,0) (H.)
∂y ∂y
∂T ( x, L ) ∂θ ( x , L )
(2) − k = h[T ( x, L ) − T∞ ] (Ñ.H.) − k = hθ ( x, L ) (H.)
∂y ∂y
(4) Solução.
θ ( x, y ) = X ( x )Y ( y ) (54)
1 d2X 1 d 2Y
2
= − 2
= ±λ2n (55)
X dx Y dy
Assim, considerando que λn pode assumir diversos valores, a Eq. (55) pode ser
d 2Xn
2
± λ2n X n = 0 (56)
dx
d 2Yn
± λ2nYn = 0 (57)
dy 2
(ii) Escolhendo o sinal dos termos λ2n . Como a variável y tem duas condições de
contorno homogêneas, o termo λ2nYn na Eq. (57) deve ser sinal positivo. Assim:
d 2Xn
2
− λ2n X n = 0 (58)
dx
d 2Yn
2
+ λ2nYn = 0 (59)
dy
278
(iii) Soluções das equações diferenciais ordinárias. As Eqs. (58-59) podem ser
resolvidas pela técnica da equação característica conforme mostrado no Apêndice. Os
resultados são:
θn ( x, y) = X n ( x)Yn ( y) (62)
∞
θ ( x, y ) = X n ( x)Yn ( y ) (63)
n =1
(iv) Aplicação das condições de contorno. Nesse problema a aplicação das condições
de contorno exige uma preparação prévia das Eqs. (60-61) pela necessidade das derivadas
dessas expressões, conforme as condições de contorno 1 e 2. Da condição de contorno 1
são necessárias as seguintes expressões:
∂θ n ∂ ∂ ∂
= [X n ( x )Yn ( y )] = X n ( x) [Yn ( y )] = X n ( x ) [Cn sin( λn y ) + Dn cos( λn y )] =
∂y ∂y ∂y ∂y
∂θ n ( x,0)
= X n ( x)λn [C n cos(λn 0) − Dn sin(λn 0)] = X n ( x)C n λn (64)
∂y
=1 =0
θ n ( x,0) = X n ( x)Yn (0) = X n ( x) Cn sin(λn 0) + Dn cos(λn 0) = X n ( x) Dn (65)
=0 =1
279
h
kX n ( x)Cn λn = hX n ( x) Dn Cn = Dn (66)
kλn
∂θ n ∂ ∂ ∂
= [X n ( x )Yn ( y )] = X n ( x) [Yn ( y )] = X n ( x ) [Cn sin( λn y ) + Dn cos( λn y )] =
∂y ∂y ∂y ∂y
∂θ n ( x, L)
= X n ( x)λn [Cn cos(λn L) − Dn sin(λn L)] (67)
∂y
− kX n ( x)λn [Cn cos(λn L) − Dn sin(λn L)] = hX n ( x)[Cn sin(λn L) + Dn cos(λn L)] (69)
h h
− kλn Dn cos(λn L) − Dn sin(λn L) = h Dn sin(λn L) + Dn cos(λn L) (70)
kλn kλn
h h h
cos(λn L) − sin(λn L) = − sin(λn L) + cos(λn L) (71)
kλn kλn kλn
280
h
O termo pode ser reescrito na seguinte forma:
kλ n
h hL 1 Bi
= = (72)
kλn k λn L λn L
λn L Bi
− = 2 cot(λn L ) (73)
Bi λn L
valores de λn podem ser obtidos numericamente pela solução da Eq. (73) para um número
de Biot especificado. Na forma gráfica, a solução da Eq. (73) pode ser representada pela
Fig. (3). Aplicando a condição de contorno 3 obtém-se:
Com os resultados das Eqs. (66, 72 e 74) pode-se reescrever as Eqs. (60-61) na
seguinte forma:
X n ( x) = An exp(−λn x) (75)
Bi
Yn ( y ) = Dn sin(λn y ) + cos(λn y ) (76)
λn L
Bi
θ n ( x, y ) = An Dn exp(−λn x) sin(λn y ) + cos(λn y) (77)
λn L
281
20
15
10
-5
2cot(λnL)
-10
(λnL/Bi)-(Bi/ λnL) para Bi=0,5
∞ Bi
θ ( x, y ) = an exp(−λn x) sin(λn y ) + cos(λn y ) (78)
n =1 λn L
∞ Bi
θ (0, y ) = f ( y ) − T∞ = a n exp(−λn 0) sin(λn y ) + cos(λn y )
n =1 λn L
∞ Bi
f ( y ) − T∞ = a n sin(λn y ) + cos(λn y ) (79)
n =1 λn L
A Eq. (79) não pode ser resolvida diretamente para a obtenção de an por causa da
(v) Ortogonalidade. A Eq. (17) é utilizada para determinar an . Nota-se que a função
[(Bi λn L) sin(λn y) + cos(λn y)] na Eq. (79) é a solução da Eq. (59). Ortogonalidade pode
ser aplicada na Eq. (79) somente se a Eq. (59) for uma equação de Sturm-Liouville e se
as condições de contorno em y = 0 e y = L foram homogêneas da forma descrita pelas
Eqs. (18-20). Comparando a Eq. (59) com a Eq. (12) obtém-se:
a1 ( y) = a2 ( y) = 0 e a3 ( y) = 1 (80)
p( y) = e = e
a1dy 0 dy
= 1, q ( y ) = 0.1 = 0 e w( y ) = 1.1 = 1. Como as duas condições de
contorno de Yn ( y) = [(Bi λn L) sin(λn y) + cos(λn y)] são homogêneas da forma descrita
pelas Eqs. (18-20), conclui-se que as funções características
φn ( y) = [(Bi λn L) sin(λn y) + cos(λn y)] e φm ( y) = [(Bi λm L) sin(λm y) + cos(λm y)] são
ortogonais com relação a função peso w( y ) = 1. Agora estamos prontos para aplicar a
ortogonalidade na Eq. (79) para determinar an . Multiplicando ambos os lados da Eq. (79)
L Bi
[ f ( y) − T ∞ ]w( y ) sin(λm y ) + cos(λm y ) dy =
λm L
0
∞ Bi Bi
an
L
sin(λn y ) + cos(λn y ) w( y) sin(λm y ) + cos(λm y ) dy (81)
0
n=1 λn L λm L
L Bi
[ f ( y ) − T∞ ] sin(λm y ) + cos(λm y ) dy =
λm L
0
∞ L Bi Bi
an sin(λn y ) + cos(λn y ) sin(λm y ) + cos(λm y ) dy (82)
λn L λm L
0
n =1
283
2
L Bi L Bi
0 [ f ( y) − T∞ ] λn L sin(λn y) + cos(λn y) dy = an 0 λn L sin(λn y) + cos(λn y) dy
(83)
A integral do lado direto da Eq. (83) pode ser calculada fazendo inicialmente a
mudança de variáveis λn y = a de tal forma que λn dy = da. Substituindo esse resultado
2 2
L Bi 1 L Bi
sin(λn y ) + cos(λn y ) dy = sin a + cos a da (84)
λn L λn λn L
0 0
A Eq. (84) pode ser reescrita utilizando o produto notável quadrado da soma de
dois termos, ou seja:
2
1 L Bi 1 L Bi 2 Bi
λn sin a + cos a da = sin 2 a + 2 sin a cos a + cos 2 a da =
λn L λn λn L λn L
0 0
1 Bi L 2
2
Bi L L
sin ada + 2 sin a cos ada + cos 2 ada
λn λn L 0 λn L 0 0
(85)
A primeira integral do lado direito da Eq. (85) pode ser calculada utilizando a
1
identidade trigonométrica sin 2 a = [1 − cos(2a)], conforme o EXEMPLO 1, ou seja:
2
L
L L 1 1 L L 1 1
sin ada = [1 − cos(2a )]da = 0 0 [1 − cos(2a )]da = a − sin( 2a )
2
0 0
2 2 2 2 0
1 1 1 1 λ L sin(2λ L)
λn L − sin( 2 λ n L ) − λ n 0 − sin( 2 λ n 0 ) = n − n
(86)
2 2 2 2 2 4
=0
284
A segunda integral do lado direito da Eq. (85) pode ser calculada utilizando o
método da substituição. Nesse caso pode-se fazer u = sin a de tal forma que du = cosada.
Substituindo esses resultados obtém-se:
L L L
L L u2 sin 2 a sin 2 (λn y )
0
sin a cos ada =
0
udu =
2
=
2 0
=
2
=
0 0
A terceira integral do lado direito da Eq. (85) pode ser calculada utilizando as
identidades trigonométricas sin 2 a + cos 2 a = 1 e cos(2a) = cos2 a − sin 2 a de tal forma
1
que cos 2 a = [1 + cos(2a )]. Tem-se então que:
2
L
L L 1 1 L 1 1
cos ada = [(1 + cos(2a )]da = 0 [(1 + cos(2a )]da = a + sin(2a )
2
0 0
2 2 2 2 0
1 1 1 1 λ L sin(2λ L)
λ L + sin( 2 λ L ) − λ 0 + sin( 2 λ 0 ) = n + n
(88)
2 2 n
n n n
2 2 2 4
=0
Substituindo os resultados das Eqs. (86-88) no lado direito da Eq. (85), utilizando
o resultado da Eq. (73) e rearranjando obtém-se:
− + 2 λ L + 2 + =
λn λn L 2 4 2 4
n
L Bi 2 Bi
2
1 + + (89)
2 λn L (λn L)
2
L Bi
[ f ( y ) − T∞ ] sin(λn y ) + cos(λn y ) dy
λn L
0
an = (90)
L Bi 2 Bi
2
1 + +
2 λn L (λn L)
2
L Bi
[ f ( y ) − T∞ ] sin( λn y ) + cos( λn y ) dy
λn L
∞ 0
T ( x, y ) = T∞ + exp( −λ x ) ×
2 n
n =1 L Bi 2 Bi
1 + +
2 λn L (λn L )
2
Bi
sin(λn y ) + cos(λn y ) (91)
λn L
(5) Checando. Análise dimensional. (i) os argumentos do sin, cos e exp devem ser
adimensionais. De acordo com a Eq. (73), λn tem unidade de (1/m). Assim, λn x, λn y e
λn L são adimensionais e (ii) o coeficiente an na Eq. (90) deve ter unidade de temperatura.
Como f ( y ) na condição de contorno 4 representa temperatura, segue da Eq. (90) que an
(1) Observações. (i) a distribuição de temperaturas é simétrica com relação ao eixo x, (ii)
em x = ∞, a placa atinge a temperatura do fluido e (iii) as quatro condições de contorno
são não-homogêneas. Entretanto, definindo a variável excesso de temperaturas
θ ( x, y) = T ( x, y ) − T∞ , três das quatro condições de contorno tornam-se homogêneas.
(2) Origem e coordenadas. A Fig. (4) mostra a origem e os eixos coordenados.
(3) Formulação.
(i) Considerações. (1) condução bidimensional, (2) regime permanente, (3) coeficiente
de transferência de calor e temperatura ambiente uniformes, (4) condutividade térmica
constante e (5) sem geração de energia.
(ii) Equações governantes. Introduzindo a definição do excesso de temperaturas na Eq.
(4) obtém-se:
∂ 2T ∂ 2T ρc pU ∂T ∂ 2θ ∂ 2θ ∂θ
+ − = 0 (H.) + 2 − 2β = 0 (H.) (92)
∂x 2
∂y 2
k ∂x ∂x 2
∂y ∂x
ρc pU
β=
2k
∂T ( x ,0 ) ∂θ ( x,0)
(1) = 0 (H.) = 0 (H.)
∂y ∂y
∂T ( x, L ) ∂θ ( x , L )
(2) − k = h[T ( x, L ) − T∞ ] (Ñ.H.) − k = hθ ( x, L ) (H.)
∂y ∂y
(4) Solução.
θ ( x, y ) = X ( x )Y ( y ) (93)
1 d 2 X 2β dX 1 d 2Y
2
− =− 2
= ±λ2n (94)
X dx X dx Y dy
Assim, considerando que λn pode assumir diversos valores, a Eq. (94) pode ser
d2Xn dX n
2
− 2β ± λ2n X n = 0 (95)
dx dx
d 2Yn
± λ2nYn = 0 (96)
dy 2
(ii) Escolhendo o sinal dos termos λ2n . Como a variável y tem duas condições de
contorno homogêneas, o termo λ2nYn na Eq. (96) deve ser sinal positivo. Assim:
d2Xn dX n
2
− 2β − λ2n X n = 0 (97)
dx dx
d 2Yn
2
+ λ2nYn = 0 (98)
dy
(iii) Soluções das equações diferenciais ordinárias. As Eqs. (97-98) podem ser
resolvidas pela técnica da equação característica conforme mostrado no Apêndice. Os
resultados são:
θn ( x, y) = X n ( x)Yn ( y) (101)
289
∞
θ ( x, y ) = X n ( x)Yn ( y ) (102)
n =1
(iv) Aplicação das condições de contorno. Nesse problema a aplicação das condições
de contorno exige uma preparação prévia das Eqs. (99-100) pela necessidade das
derivadas dessas expressões, conforme as condições de contorno 1 e 2. Da condição de
contorno 1 são necessárias as seguintes expressões:
∂θ n ∂ ∂ ∂
= [X n ( x )Yn ( y )] = X n ( x) [Yn ( y )] = X n ( x ) [Cn sin( λn y ) + Dn cos( λn y )] =
∂y ∂y ∂y ∂y
∂θ n ( x ,0 )
= X n ( x )λn [C n cos(λn 0) − Dn sin(λn 0)] = 0 C n = 0 (103)
∂y ≠0
≠0 =1 =0
∂θ n ∂ ∂ ∂
= [X n ( x )Yn ( y )] = X n ( x) [Yn ( y )] = X n ( x ) [Cn sin( λn y ) + Dn cos( λn y )] =
∂y ∂y ∂y ∂y
∂θ n ( x , L )
= − X n ( x ) Dn λn sin( λn L ) (104)
∂y
λn L tan(λn L) = Bi (107)
solução da Eq. (107) para um número de Biot especificado. Na forma gráfica, a solução
da Eq. (107) pode ser representada pela Fig. (5). Aplicando a condição de contorno 3
obtém-se:
θ (∞, y) = X n (∞)Yn ( y) = 0
Com os resultados das Eqs. (103), (107-108) pode-se reescrever as Eqs. (99-100)
na seguinte forma:
Yn ( y) = Dn cos(λn y) (110)
∞
θ ( x, y ) = an exp(β x − β 2 + λ2n x) cos(λn y ) (112)
n =1
291
∞ ∞
θ (0, y) = To − T∞ = an exp(β 0 − β 2 + λ2n 0) cos(λn y) To − T∞ = an cos(λn y) (113)
n =1 n =1
A Eq. (113) não pode ser resolvida diretamente para a obtenção de an por causa da
variável y e pelo sinal de somatório. Para prosseguir deve-se utilizar o conceito de
ortogonalidade conforme a Eq. (17).
(v) Ortogonalidade. A Eq. (17) é utilizada para determinar an . Nota-se que a função
cos(λn y) na Eq. (113) é a solução da Eq. (98). Ortogonalidade pode ser aplicada na Eq.
(113) somente se a Eq. (98) for uma equação de Sturm-Liouville e se as condições de
contorno em y = 0 e y = L foram homogêneas da forma descrita pelas Eqs. (18-20).
Comparando a Eq. (98) com a Eq. (12) obtém-se
a1 ( y) = a2 ( y) = 0 e a3 ( y) = 1 (114)
p( y) = e = e
a1dy 0 dy
= 1, q ( y ) = 0.1 = 0 e w( y ) = 1.1 = 1. Como as duas condições de
contorno de Yn ( y) = cos(λn y) são homogêneas da forma descrita pelas Eqs. (18-20),
ortogonais com relação a função peso w( y ) = 1. Agora estamos prontos para aplicar a
L ∞
a w( y) cos(λ
L
(To − T∞ ) w( y) cos(λm y)dy = n m y) cos(λn y)dy (115)
0 0
n=1
∞
(To − T∞ ) cos(λm y)dy = an cos(λm y) cos(λn y)dy
L L
(116)
0 0
n =1
30
(λnL)tan(λnL)
25 Bi=1,0
Bi=10,0
Bi=20,0
20
15
10
-5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
λ nL
L L
(To − T∞ ) cos(λn y)dy = an cos2 (λn y)dy (117)
0 0
A integral do lado esquerdo da Eq. (117) pode ser calculada fazendo a mudança
de variáveis λn y = a de tal forma que λn dy = da e a integral do lado direito da Eq. (117)
pode ser calculada de maneira similar ao EXEMPLO2, cujo resultado está indicado pela
Eq. (89). Substituindo os resultados em ambos os lados da Eq. (117) obtém-se:
sin(λn L) L sin(2λn L)
(To − T∞ ) = an + (118)
λn 2 4λn
293
2(To − T∞ )sin(λn L)
an = (119)
λn L + sin(λn L) cos(λn L)
∞
2(To − T∞ )sin(λn L )
θ ( x, y ) = exp( β x − β + λn x ) cos(λn y )
2 2
(120)
n =1 λn L + sin( λ n L ) cos( λn L )
(5) Checando. Análise dimensional. (i) da Eq. (112), β deve ter a mesma unidade de
λn , que de acordo com a Eq. (98) tem a unidade (1/m). Da definição de β da Eq. (92)
tem-se que:
esperado.
(6) Comentários: (i) para uma placa estacionária (U = β = 0), a solução desse caso
comparar as duas soluções, deve ser feita uma transformação de coordenadas visto que a
origem da coordenada y não é a mesma para ambos os problemas. Além disso, as
definições de ambos L e Bi diferem por um fator igual a 2 e (ii) uma rotina de cálculos
para esse exemplo pode ser vista no arquivo MAPLE3.mw do MAPLE.
294
(3) Formulação.
(i) Considerações. (1) condução bidimensional, (2) regime permanente, (3)
condutividade térmica constante, (4) pressão na interface uniforme, (5) temperatura
ambiente uniforme, (6) coeficiente de transferência de calor uniforme, (7) sem geração
de energia e (8) o raio do eixo de apoio de cada cilindro é pequeno quando comparado
com o raio do cilindro.
295
∂θ (0, z )
(1) = 0 (H.)
∂r
∂θ (ro , z )
(2) − k = hθ (ro , z ) (H.)
∂r
∂θ (r , L)
(3) − k = hθ (r , L) (H.)
∂z
∂θ (r,0) F
(4) − k = µ 2 ωr = f (r ) (N.H.)
∂z πro
ou seja:
296
Fωr
"
qinterface =µ = f (r ) (124)
πro2
(4) Solução.
(i) Assumindo solução produto. Fazendo
θ (r , z ) = R(r )Z ( z ) (125)
1 d dRk 2
r ± λk Rk = 0 (126)
r dr dr
d 2 Zk
± λ2k Z k = 0 (127)
dz 2
(ii) Selecionando o sinal dos termos λ2k . Como a variável r tem duas condições de
contorno homogêneas, + λ2k é selecionado para a Eq. (126). Assim, as Eqs. (126-127) são
reescritas como:
297
d 2 Rk dR
r 2
2
+ r k + λ2k r 2 Rk = 0 (128)
dr dr
d 2 Zk
2
− λ2k Z k = 0 (129)
dz
(iii) Soluções das equações diferenciais ordinárias. Eq. (128) é uma equação diferencial
ordinária de segunda ordem com coeficientes variáveis. Comparando a Eq. (128) com a
equação geral de Bessel do Apêndice, obtém-se:
A = B = 0, C = 1, D = λk , n = 0
∞
θ (r, z) = Rk (r )Zk ( z) (132)
k =1
∂θk ∂ ∂ ∂
= [Rk (r ) Z k ( z)] = Z k ( z ) [Rk (r )] = Z k ( z ) [Ak J 0 (λk r ) + BkY0 (λk r )] =
∂r ∂r ∂r ∂r
Z k ( z)λk [− Ak J1 (λk r ) − Bk Y1 (λk r )]
298
∂θ k (0, z )
= Z k ( z )λk − Ak J 1 (λk 0) − Bk Y1 (λk 0) = 0 Bk = 0 (133)
∂r ≠0
≠0 =0 = −∞
∂θ k (ro , z )
= Z k ( z)λk − Ak J1 (λk r ) − Bk Y1 (λk r ) = −Z k ( z) Ak λk J1 (λk ro ) (134)
∂r =0
J1(λk ro )
(λk ro ) = Biro (137)
J 0 (λk ro )
onde Biro = hro k é o número de Biot baseado no raio do cilindro. A Eq. (137) é a equação
numericamente pela solução da Eq. (137) para um número de Biot especificado. Na forma
gráfica, a Eq. (137) pode ser representada pela Fig. (6). Da condição de contorno 3 são
necessárias as seguintes expressões:
∂θk ∂ ∂ ∂
= [Rk (r )Z k ( z )] = Rk (r ) [Z k ( z )] = Rk (r ) [Ck sinh(λk z ) + Dk cosh(λk z )] =
∂z ∂z ∂z ∂z
Rk (r )λk [Ck cosh(λk z) + Dk sinh(λk z)]
299
∂θ k (r , L)
= Rk (r )λk [Ck cosh(λk L) + Dk sinh(λk L)] (138)
∂z
30
(λkro)J1(λkro)/J0(λkro)
25 Bi=1,0
Bi=10,0
Bi=20,0
20
15
10
-5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
λkro
− kRk (r )λk [Ck cosh(λk L) + Dk sinh(λk L)] = hRk (r )[Ck sinh(λk L) + Dk cosh(λk L)] (140)
Rk (r ) = Ak J 0 (λk r ) (142)
∞
cosh(λk L) + ( BiL λk L) sinh(λk L)
θ (r, z) = ak J 0 (λk r )sinh(λk z ) − cosh(λk z) (144)
k =0 sinh(λk L) + ( BiL λk L) cosh(λk L)
a λ J
k =0
k k 0 (λk r ) (145)
∞
− k ak λk J 0 (λk r ) = f (r ) (146)
k =0
301
A Eq. (146) não pode ser resolvida diretamente para a obtenção de ak por causa
J 0 (λk r ) na Eq. (146) é a solução da Eq. (128). Ortogonalidade pode ser aplicada na Eq.
(146) somente se a Eq. (128) for uma equação de Sturm-Liouville e se as condições de
contorno em r = 0 e r = ro foram homogêneas da forma descrita pelas Eqs. (18-20).
Comparando a Eq. (128) com a Eq. (12) obtém-se
a1 (r ) = 1 r , a2 (r ) = 0 e a3 (r ) = 1 (147)
com relação a função peso w( r ) = r . Agora estamos prontos para aplicar a ortogonalidade
na Eq. (146) para determinar ak . Multiplicando ambos os lados da Eq. (146) por
ro ∞
ro
f (r ) w(r ) J 0 (λi r )dr = − k ak λk w(r ) J 0 (λk r )J 0 (λi r ) dr (148)
0 0
k =0
∞
f (r )rJ0 (λi r )dr = −kak λk rJ0 (λk r ) J 0 (λi r )dr
ro ro
0
k =0
0
(149)
de somatório são nulas exceto no caso quando k = i. A Eq. (149) pode então ser reescrita
como:
ro ro
f (r )rJ 0 (λk r )dr = −kak λk rJ 02 (λk r )dr (150)
0 0
A integral do lado direito da Eq. (150) pode ser calculada utilizando a Tab. (3) do
Apêndice. Assim, a constante ak é escrita como:
ro
2λk f (r )rJ 0 (λk r )dr
ak = − 0
(151)
k[(hro k ) 2 + (λk ro ) 2 ]J 02 (λk ro )
ro
∞ 2λk f (r )rJ 0 (λk r )dr
T (r , z ) = T∞ − 0
J 0 (λk r )[sinh(λk z ) −
k =1 k [(hro k ) + (λk ro ) ] J 0 (λk ro )
2 2 2
T (r ,0) = T∞ +
ro
∞ 2λk f (r )rJ 0 (λk r )dr cosh(λk L) + ( BiL λk L) sinh(λk L)
k[(hr
k =1
0
J 0 (λk r ) (153)
k ) + (λk ro ) ]J (λk ro ) sinh(λk L) + ( BiL λk L) cosh(λk L)
2 2 2
o 0
(5) Checando. Análise dimensional. As unidades de ak na Eq. (151) devem estar em oC.
W/m2. Uma checagem dimensional da Eq. (151) confirma que ak tem unidades de oC.
Se o coeficiente de atrito for igual a zero, não será gerada energia térmica na interface e
o cilindro estará à temperatura ambiente T∞ . Fazendo µ = 0 na condição de contorno (4)
(153) obtém-se que θ (r , z ) = 0 o que implica que T (r , z ) = T∞ . A mesma análise pode ser
feita considerando ω = 0.
(6) Comentários: (i) é importante determinar a função peso pela comparação da equação
diferencial da direção homogênea com o problema de Sturm-Liouville e não assumir
diretamente que ela é igual a unidade e (ii) é utilizado o subscrito k nas funções
características e no símbolo de somatório para evitar confusão com o índice n que
representa a ordem da função de Bessel, que surgem usualmente na análise de problemas
envolvendo geometrias cilíndricas.
energia volumétrica uniforme a uma taxa qɺ . Uma das superfícies planas está mantida a
To enquanto a outra superfície está isolada. A superfície cilíndrica está mantida a uma
(1) Observações. (i) o termo de geração de energia torna a equação diferencial parcial
governante do problema não-homogênea, (ii) O método da separação de variáveis não
pode ser aplicado diretamente para resolver equações diferenciais parciais não-
homogêneas. Entretanto, uma simples modificação no procedimento de solução torna
possível estender o método da separação de variáveis para equações diferenciais parciais
não-homogêneas. Esse é o objetivo desse exemplo, (iii) definindo a variável
θ (r, z) = T (r, z) − Ta a condição de contorno na superfície do cilindro torna-se
homogênea e (iv) deve ser utilizado um sistema de coordenadas cilíndricas.
(3) Formulação.
(i) Considerações. (1) condução bidimensional, (2) regime permanente, (3) geração
volumétrica de energia uniforme e (4) condutividade térmica constante.
(ii) Equação governante. Definindo θ (r , z ) = T (r , z ) − Ta pode-se reescrever a Eq. (65)
1 ∂ ∂θ ∂ 2θ qɺ
r + + = 0 (N.H.) (154)
r ∂r ∂r ∂z 2 k
∂θ (0, z )
(1) = 0 (H.)
∂r
∂θ (r, L)
(3) = 0 (H.)
∂z
θ (r , z ) = ψ ( r , z ) + φ ( z )
305
1 ∂ ∂ψ ∂ ψ d φ qɺ
2 2
r + + + =0 (155)
r ∂r ∂r ∂z
2
dz 2 k
1 ∂ ∂ψ ∂ 2ψ
r + = 0 (H.) (156)
r ∂r ∂r ∂z 2
d 2φ qɺ
+ = 0 (N.H.) (157)
dz 2 k
Deve ser notado o seguinte a respeito desse procedimento: (i) a Eq. (156) é uma
equação diferencial parcial homogênea, (ii) a Eq. (157) é uma equação diferencial
ordinária não-homogênea e (iii) a idéia de separar a Eq. (155) é excluir o termo qɺ k da
equação diferencial parcial para que essa possa ser resolvida pelo método da separação
de variáveis, conforme resultado da Eq. (156). As condições de contorno em ψ ( r , z ) e
φ (z ) são obtidas substituindo θ (r , z ) = ψ ( r , z ) + φ ( z ) nas quatro condições de contorno
originais. Assim, da condição de contorno 1 obtém-se:
∂θ (0, z ) ∂ψ (0, z ) ∂φ ( z )
= + =0 (158)
∂r ∂r ∂r
=0
∂ψ (0, z )
= 0 (H.) (159)
∂r
∂θ (r, L) ∂ψ (r, L) dφ ( L)
= + =0 (161)
∂z ∂z dz
dφ ( L)
=0 (162)
dz
∂ψ (r , L)
= 0 (H.) (163)
∂z
φ (0) = To − Ta (166)
Note que a separação das condições de contorno é guiada pela regra que, quando
possível, as condições de contorno da equação diferencial parcial são escolhidas tal que
elas sejam homogêneas. Assim, a equação diferencial parcial não-homogênea, Eq. (154)
é substituída por duas equações: a Eq. (156) que é uma equação diferencial parcial
homogênea com as condições de contorno dadas pelas Eqs. (159), (160), (163) e (165) e
a Eq. (157) que é uma equação diferencial ordinária com as condições de contorno dadas
pelas Eqs. (162) e (166). A solução da Eq. (157) pode ser obtida por dupla integração,
fornecendo o seguinte resultado:
qɺz 2
φ ( z) = − + Ez + F (167)
2k
307
onde E e F são constantes de integração. Aplicando a condição de contorno dada pela Eq.
(162) obtém-se:
dφ ( L) qɺL qɺL
=− +E =0E = (168)
dz k k
qɺ 02
φ (0) = − + E 0 + F = To − Ta F = To − Ta (169)
2k
qɺL2 z z
2
(ii) Assumindo solução produto. Para resolver a Eq. (156) vamos assumir solução
produto na seguinte forma:
ψ (r , z ) = R(r )Z ( z ) (171)
d 2 Zk
2
± λ2k Z k = 0 (172)
dz
d 2 Rk dR
r2 2
+ r k ± λ2k r 2 Rk = 0 (173)
dr dr
308
(ii) Selecionando o sinal dos termos λ2k . Como a variável z tem duas condições de
contorno homogêneas, é escolhido o sinal positivo na Eq. (172). Assim, as Eqs. (172-
173) são reescritas como:
d 2 Zk
2
+ λ2k Z k = 0 (174)
dz
d 2 Rk dR
r 2
2
+ r k − λ2k r 2 Rk = 0 (175)
dr dr
(iii) Solução das equações diferenciais ordinárias. A solução da Eq. (174) tem a
seguinte forma:
∞
ψ (r, z) = Rk (r )Zk ( z) (178)
k =0
(iv) Aplicação das condições de contorno. Aplicando a condição de contorno dada pela
Eq. (159) obtém-se:
∂ψ k ∂ ∂ ∂
= [ Rk (r ) Z k ( z )] = Z k ( z ) [ Rk (r )] = Z k ( z ) [C k I 0 (λk r ) + Dk K 0 (λk r )] =
∂r ∂r ∂r ∂r
Z k ( z )λk [C k I1 (λk r ) − Dk K1 (λk r )]
309
∂ψ k (0, z )
= Z k ( z ) λ k [C k I 1 ( λ k 0 ) − D k K 1 ( λ k 0 ) ] = 0 D k = 0 (179)
∂r ≠0
≠0 =0 =∞
∂ψ k ∂ ∂ ∂
= [ Rk (r ) Z k ( z )] = Rk (r ) [ Z k ( z )] = Rk (r ) [ Ak sin(λk z ) + Bk cos(λk z )] =
∂z ∂z ∂z ∂z
Rk (r )λk [ Ak cos(λk z) − Bk sin(λk z)]
∂ψ k (r , L)
= Rk (r )λk [ Ak cos(λk L) − Bk sin(λk L)] = 0 cos(λk L) = 0
∂z ≠0 ≠ 0 =0
≠0
(2 j − 1)π
λk = , j = 1,2,3,... (181)
2L
Com os resultados das Eqs. (179, 180 e 181) pode-se reescrever as Eqs. (176-177)
na seguinte forma:
Z k ( z ) = Ak sin(λk z) (182)
Rk (r ) = Ck I 0 (λk r ) (183)
∞
ψ (r, z ) = ak I 0 (λk r ) sin(λk z ) (184)
k =1
310
determinação de ak aplica-se a condição de contorno dada pela Eq. (160) na Eq. (184):
qɺL2 z z
2 ∞
− 2 − − (To − Ta ) = ak I 0 (λk ro ) sin(λk z) (185)
2k L L k =1
(v) Ortogonalidade. A Eq. (185) é utilizada para determinar ak . Nota-se que a função
sin(λk z) na Eq. (185) é a solução da Eq. (174). Ortogonalidade pode ser aplicada na Eq.
(185) somente se a Eq. (174) for uma equação de Sturm-Liouville e se as condições de
contorno em z = 0 e z = L foram homogêneas da forma descrita pelas Eqs. (18-20).
Comparando a Eq. (174) com a Eq. (12) obtém-se:
a1 ( z) = a2 ( z) = 0 e a3 ( z) = 1 (186)
p( z) = e = e
a1dz 0 dz
= 1, q( z ) = 0.1 = 0 e w( z ) = 1.1 = 1. Como as duas condições de
contorno de Zk ( z) = sin(λk z ) são homogêneas da forma descrita pelas Eqs. (18-20),
ortogonais com relação a função peso w( z ) = 1. Agora estamos prontos para aplicar a
L qɺL2 z z 2
w( z )− 2 − − (To − Ta ) sin(λi z )dz =
0
2k L L
L ∞
a w( z ) I
0
k =1
k 0 (λk ro ) sin(λk z ) sin(λi z )dz (187)
L qɺL2 z z 2
− 2 − − (To − Ta ) sin(λi z )dz =
0
2k L L
∞
ak I 0 (λk ro ) sin(λk z ) sin(λi z )dz
L
(188)
0
k =1
L qɺL2 z z 2 L
− − − − a sin(λk z )dz = ak I 0 (λk ro ) sin (λk z )dz
2
2 (To T ) (189)
0
2 k
L L 0
−2
ak = [(To − Ta ) + qɺ kλ2k ] (190)
(λk L) I 0 (λk ro )
∞
−2
T (r , z) = Ta + [(To − Ta ) + qɺ kλ2k ]I 0 (λk r ) sin(λk z ) +
k =1 (λk L) I 0 (λk ro )
qɺL2 z z
2
considerações físicas requerem que o cilindro esteja a uma temperatura uniforme. Sob
essa consideração, a Eq. (190) fornece que ak = 0. Substituindo esse resultado na Eq.
Uma gota condensando sobre uma superfície plana horizontal pode ser modelada
como um hemisfério de raio R. A temperatura da base da gota, TC , é assumida menor que
TS
R
y
TC
(1) Formulação.
(i) Considerações. (1) condução bidimensional em r e θ , (2) regime permanente, (3)
sem geração de energia, (4) condutividade térmica constante e (5) gota estacionária.
(ii) Equações governantes.
∂ 2 ∂T 1 ∂ ∂T
r + sin θ = 0 (H.) (192)
∂r ∂r sin θ ∂θ ∂θ
313
(1) T ( R, θ ) = TS (N.H.)
∂T (0, θ )
(2) = 0 (H.)
∂r
(3) T (r , π 2) = TC (N.H.)
∂T ( r , 0 )
(4) = 0 (H.)
∂θ
∂ 2 ∂Θ 1 ∂ ∂Θ
r + sin θ = 0 (H.) (193)
∂r ∂r sin θ ∂θ ∂θ
(1) Θ( R, θ ) = TS − TC = Θ S (N.H.)
∂Θ(0, θ )
(2) = 0 (H.) ou Θ(0, θ ) = finito
∂r
∂Θ(r ,0)
(4) = 0 (H.) ou Θ( r ,0) = finito
∂θ
Θ( r ,θ ) = G (r ) H (θ ) (194)
∂ 2 ∂[G (r ) H (θ )] 1 ∂ ∂[G (r ) H (θ )]
r + sin θ = 0 (H.) (195)
∂r ∂r sin θ ∂θ ∂θ
ou,
∂ 2 ∂G (r ) G(r ) ∂ ∂H (θ )
H (θ ) r + sin θ ∂θ = 0 (196)
∂r ∂r sin θ ∂θ
1 ∂ 2 ∂G 1 ∂ ∂H
=− sin θ = ±λ
2
r (197)
G ∂r ∂r H sin θ ∂θ ∂θ
onde λi2 é a constante de separação. A Eq. (197) representa o conjunto de duas equações:
d 2G dG
r2 2
+ 2r − λ2 G = 0 (198)
dr dr
d dH 2
sin θ + λ (sin θ ) H = 0 (199)
dθ dθ
onde θ é a direção homogênea. A Eq. (198) é conhecida como equação de Euler e a Eq.
(199) é conhecida como equação de Legendre.
(5) Solução das equações diferenciais ordinárias. A Eq. (198) é uma equação
diferencial ordinária de segunda ordem com coeficientes variáveis, linear e homogênea,
conhecida por equação de Euler. A solução geral da equação de Euler é obtida fazendo a
transformação v = ln r de tal forma que as derivadas da Eq. (198) possam ser reescritas
na seguinte forma:
dG dG dv dG d 1 dG
= = (ln r ) = (200)
dr dv dr dv dr r dv
315
d 2G d dG d 1 dG d 1 dG 1 d dG 1 dG 1 d (dG dv)
2
= = = + =− 2 + (201)
dr dr dv dr r dv dr r dv r dr dv r dv r dr
O segundo termo do lado direito da Eq. (201) pode ser avaliado de maneira similar
à Eq. (200), ou seja:
d ( dG dv ) d (dG dv ) dv d 2 G d 1 d 2G
= = (ln r ) = (202)
dr dv dr dv 2 dr r dv 2
d 2G 1 dG 1 d 2 G
= − + (203)
dr 2 r 2 dv r 2 dv 2
1 dG 1 d 2 G 1 dG 2
r 2 − 2 + 2 + 2r
2 −λ G = 0 (204)
r dv r dv r dv
d 2 G dG
2
+ − λ2 G = 0 (205)
dv dv
1 1 2 1 1 2
n1 = − + + λ e n2 = − − +λ (206)
2 4 2 4
1 1 2 1 1 2 1 2 1 2 1
n2 = − − +λ = − + +λ − +λ − + λ = n1 − 2 + λ2 (207)
2 4 2 4 4 4 4
obtém-se:
1
n2 = n1 − 2 − − n2 = n1 + 1 + 2n2 −n2 = n1 + 1 n2 = −(n1 + 1) = −(n + 1) (208)
2
2
1 1 1 1 1 1 1 1 1
n(n + 1) = n + n2 = − +
2
2 + λ2 − + + λ2 = − + λ2 + + λ2 − + + λ2 = λ2
2 4 2 4 4 4 4 2 4
(209)
Para raízes reais e distintas a solução geral da Eq. (205) tem a seguinte forma:
B
G(v) = Aen1v + Ben2 v = Aenv + Be−( n +1)v = Aenv + ( n +1) v
(210)
e
B B B
G(r ) = Ae n ln r + = Ae ln r + = Ar n +
n
( n +1) ln r
(211)
e e ln nr+1
r n +1
η = cos θ (212)
dH dH dη dH d dH
= = (cos θ ) = − sin θ (213)
dθ d η dθ dη dθ dη
d dH
− sin 2 θ + n(n + 1)(sin θ ) H = 0 (214)
dθ dη
d dH dη
(cos θ − 1) dη dθ + n(n + 1)(sin θ ) H = 0
2
(215)
dη
d 2 dH
d 2H dH
(1 −η )2
− 2η + n(n + 1) H = 0 (217)
dη 2
dη
De acordo com a Eq. (194), cada produto GH é solução da Eq. (193). Assim:
318
Como a Eq. (193) é linear, segue que a soma de todas as soluções também é uma
solução. Assim, a solução completa pode ser escrita como:
∞
B
Θ(r,θ ) = Ar n + n+1 [CPn (cosθ ) + DQn (cosθ )] (220)
n =1 r
n B
Θ(0,θ ) = H (θ ) A0 + n+1 = finito B = 0 (221)
≠0
=0 0
=∞
Θ ( r ,0) = G ( r )[CPn (cos 0) + DQ n (cos 0)] = G ( r )[C Pn (1) + D Qn (1)] = finito D = 0 (222)
≠0 =1 ∞
∞ ∞
Θ(r,θ ) = Ar nCPn (η ) = ar n Pn (η ) (223)
n =1 n=1
onde a = AC. Deve ser notado que não foi necessária a aplicação da condição de contorno
3 visto que a constante de separação e as raízes da equação características foram
relacionadas entre si, eliminando a necessidade de uma equação para λ. Aplicando a
condição de contorno 1 na Eq. (223) obtém-se:
∞
Θ( R,θ ) = ΘS = aRn Pn (η ) (224)
n=1
319
A Eq. (224) não pode ser resolvida diretamente para a obtenção de a por causa
da variável η = cosθ e pelo sinal de somatório. Para prosseguir deve-se utilizar o
conceito de ortogonalidade conforme a Eq. (17).
(7) Ortogonalidade. A Eq. (17) é utilizada para determinar a. Nota-se que a função
Pn (η ) na Eq. (224) é a solução da Eq. (217). Ortogonalidade pode ser aplicada na Eq.
2η
a1 (η ) = − (225)
1 −η 2
a2 (η ) = 0 (226)
1
a3 (η ) = (227)
1 −η 2
2η
− dη
p(η ) = e
a1dη 1−η 2
=e
= e[ln(η −1) +ln(η +1)] = eln[(η −1)(η +1)] = η 2 − 1 (228)
1
q (η ) = a 2 (η ) p (η ) = 0 × =0 (229)
η −1 2
η 2 −1
w(η ) = a3 (η ) p (η ) = = −1 (230)
1 −η 2
φm (η ) = Pm (η ) são ortogonais com relação a função peso w(η ) = −1. Agora estamos
320
η = 1 (θ = 0), obtém-se:
1 1 ∞
0 S
Θ w(η ) Pm (η ) dη = 0
n =1
aR n Pn (η ) w(η ) Pm (η )dη
(231)
1 ∞ 1
ΘS Pm (η )dη = aR
0
n
P (η)P (η)dη
n =1
0
n m (232)
1
Θ S Pn (η )dη
a= 1
0
(233)
[ P (η )] dη
n 2
R n
0
As integrais da Eq. (233) podem ser avaliadas utilizando as Eqs. (80) e (84) do
Apêndice, obtendo-se:
ΘS
a= [ Pn −1 (0) − Pn +1 (0)] (234)
Rn
∞
ΘS
Θ(r,θ ) = n
[ Pn−1 (0) − Pn+1 (0)]r n Pn (η ) (235)
n =1 R
321
∞ n
r
T (r,θ ) = TC + (TS − TC )[ Pn−1 (0) − Pn+1 (0)] Pn (cosθ ) (236)
n =1 R
L
( x, y)
=f
a se
Tb
x y
z
h, T∞
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T
+ + = 0 (H.) (237)
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
T ( x , y , L ) = f ( x, y ) (N.H.) (239)
T ( x, L, z ) = T∞ (N.H.) (241)
T ( L, y, z ) = T∞ (N.H.) (243)
∂ 2θ ∂ 2θ ∂ 2θ
+ + = 0 (H.) (244)
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
θ ( x, y, L) = f ( x, y ) − T∞ = φ ( x, y ) (N.H.) (246)
θ ( x, L, z ) = 0 (H.) (248)
θ ( L, y, z ) = 0 (H.) (250)
Assim, além da equação diferencial parcial homogênea, cinco das seis condições
de contorno são agora homogêneas, tornando o método da separação de variáveis
aplicável. A solução esperada para a Eq. (244) tem a seguinte forma:
θ ( x, y , z ) = X ( x )Y ( y ) Z ( z ) (251)
d2Xn
2
+ λ2n X n = 0 (252)
dx
d 2Ym
2
+ α m2 Ym = 0 (253)
dy
d 2 Z nm
− (λ2n + α m2 ) Z nm = 0 (254)
dz 2
∞ ∞
θ ( x, y, z ) = [ An sin(λn x) + Bn cos(λn x)][Cn sin(α m y ) + Dn cos(α m y )] ×
n =1 m =1
θ nm ( x, y,0) = X n ( x)Yn ( y )[ Enm sinh( λ2n + α m2 0) + Fnm cosh( λ2n + α n2 0)] = 0 Fnm = 0 (259)
≠0 ≠0 =0 =1
∞ ∞
θ ( x, y, z ) = An sin(λn x)Cn sin(α m y ) Enm sinh( λ2n + α m2 z ) (262)
n =1 m =1
mπ
θ nm ( x, L, z ) = X n ( x)Cn sin(α m L) Z nm ( z ) = 0 sin(α m L) = 0 α m = , m = 1,2,3,... (263)
≠0
L
≠0 ≠0
325
nπ
θ nm ( L, y , z ) = An sin( λn L )Yn ( y ) Z nm ( z ) = 0 sin( λn L) = 0 λn = , n = 1,2,3,... (264)
≠0
L
≠0 ≠0
∞ ∞
nπx mπy 2 z
θ ( x, y, z ) = anm sin sin sinh π n + m
2
(265)
n =1 m =1 L L L
onde anm = AnCn Enm . Aplicando a condição de contorno dada pela Eq. (246) obtém-se:
∞ ∞
nπx mπy
θ ( x, y, L) = φ ( x, y ) = anm sin sin sinh(π n + m )
2 2
(266)
n =1 m =1 L L
Eq. (266) é solução da Eq. (252) e a função sin(nπy L) na Eq. (266) é solução da Eq.
(253). Ortogonalidade pode ser aplicada na Eq. (266) somente se a Eq. (252) for uma
equação de Sturm-Liouville e se as condições de contorno em x = 0 e x = L foram
homogêneas. De maneira similar, ortogonalidade pode ser aplicada na Eq. (266) somente
se a Eq. (253) for uma equação de Sturm-Liouville e se as condições de contorno em
y = 0 e y = L foram homogêneas.
Comparando a Eq. (252) com a Eq. (12) obtém-se que w( x) = 1. De maneira
similar, comparando a Eq. (253) com a Eq. (12) obtém-se que w( y) = 1. Tem-se então
Multiplicando ambos os lados da Eq. (266) por [w( x)w( y) sin(kπx L) sin(iπy L)dxdy] ,
integrando de x = 0 a x = L e de y = 0 a y = L obtém-se:
326
L L kπx iπy
φ ( x, y ) w( x) w( y ) sin sin dxdy =
0 0
L L
L ∞ ∞
nπx kπx mπy iπy
a
L
sinh(π n + m )dxdy
2 2
nm w( x) w( y) sin sin sin sin
0 0
n=1 m=1 L L L L
(267)
utilizando o princípio da ortogonalidade pode-se resolver a Eq. (267) para anm , ou seja:
L L nπx mπy
φ ( x, y ) sin
sin dxdy
anm =
0 0
L L
(268)
L L nπx 2 mπy
sinh(π n 2 + m 2 ) sin 2 sin dxdy
0 0
L L
L L nπx mπy
∞ 0 0 φ ( x, y ) sin L sin L dxdy
∞
T ( x, y, z ) = T∞ + ×
n =1 m =1 2 nπx 2 m πy
L L
sinh(π n + m ) sin
2 2
sin dxdy
0 0
L L
nπx mπy 2 z
sinh π n + m
2
sin sin (269)
L L L
∂ 2T ∂ 2T
+ = 0 (H.) (270)
∂ x 2 ∂y 2
∂T (0, y )
(1) − k = qo" (N.H.)
∂x
(2) T ( L, y ) = g ( y ) (N.H.)
∂T ( x,W )
(4) − k = h[T ( x,W ) − T∞ ] (N.H.)
∂y
T ( x, y) = T1 ( x, y) + T2 ( x, y) + T3 ( x, y) + T4 ( x, y) (271)
condições de contorno. Substituindo a Eq. (271) na Eq. (270) obtém-se quatro equações
diferenciais parciais idênticas, ou seja:
∂ 2Tn ∂ 2Tn
+ 2 = 0, n = 1,2,3,4 (272)
∂x 2 ∂y
T1 ( L, y) = 0, T2 ( L, y) = g ( y), T3 ( L, y) = 0, T4 ( L, y) = 0 (275)
∂T1 ( x,W ) ∂T ( x , W )
−k = hT1 ( x,W ), − k 2 = hT2 ( x,W ),
∂y ∂y
∂T3 ( x,W ) ∂T ( x , W )
−k = hT3 ( x,W ), − k 4 = h[T4 ( x,W ) − T∞ ] (277)
∂y ∂y
Nota-se que cada um dos quatro problemas tem agora uma condição de contorno
não-homogênea, conforme mostrado na Fig. (9):
329
∂2
[T1 ( x, y ) + T2 ( x, y ) + T3 ( x, y ) + T4 ( x, y )] +
∂x 2
∂2 ∂ 2T ( x, y) ∂ 2T ( x, y)
[T1 ( x, y ) + T2 ( x, y ) + T3 ( x , y ) + T4 ( x, y )] = + = 0 (278)
∂y 2 ∂x 2 ∂y 2
∂ ∂T (0, y )
−k [T1 (0, y ) + T2 (0, y ) + T3 (0, y ) + T4 (0, y )] = −k = qo" (279)
∂x ∂x
T1 ( L, y) + T1 ( L, y) + T3 ( L, y) + T4 ( L, y) = T (L, y ) = g ( y) (280)
∂ ∂T ( x , W )
−k [T1 ( x,W ) + T2 ( x,W ) + T3 ( x,W ) + T4 ( x,W )] = − k =
∂y ∂y
∂ 2T ∂ 2T
+ = 0 (H.) (283)
∂ x 2 ∂y 2
331
∂T (0, y )
k = h[T (0, y ) − T∞ ] (N.H.) (284)
∂x
∂T (b, y )
−k = h[T (b, y ) − T∞ ] − q " (N.H.) (285)
∂x
∂T ( x,0)
k = h[T ( x,0) − T∞ ] (N.H.) (286)
∂y
T ( x, H ) = f ( x ) (N.H.) (287)
b
f (x)
h, T∞
h, T∞
H q"
y
h, T∞
Figura 10 – Esquema do EXEMPLO 8.
∂ 2θ ∂ 2θ
+ = 0 (H.) (288)
∂x 2 ∂y 2
∂θ (0, y )
k = hθ (0, y ) (H.) (289)
∂x
332
∂θ (b, y )
−k = hθ (b, y ) − q " (N.H.) (290)
∂x
∂θ ( x,0)
k = hθ ( x,0) (H.) (291)
∂y
θ ( x, H ) = f ( x) − T∞ = φ ( x) (N.H.) (292)
h, 0 h, 0
h, 0 h, 0 h, 0 h, 0
q" q"
y y y
x x x
h, 0 h, 0 h, 0
Como o problema foi original foi dividido em dois novos problemas, a solução
geral deve ter a seguinte forma:
θ ( x, y ) = θ1 ( x, y ) + θ 2 ( x, y ) (293)
∂ 2θ1 ∂ 2θ1
+ 2 = 0 (H.) (294)
∂x 2 ∂y
∂θ1 (0, y )
k = hθ1 (0, y ) (H.) (295)
∂x
∂θ1 (b, y )
−k = hθ1 (b, y ) (H.) (296)
∂x
∂θ1 ( x,0)
k = hθ1 ( x,0) (H.) (297)
∂y
θ1 ( x, H ) = φ ( x) (N.H.) (298)
∂ 2θ 2 ∂ 2θ 2
+ = 0 (H.) (299)
∂x 2 ∂y 2
∂θ 2 (0, y )
k = hθ 2 (0, y ) (H.) (300)
∂x
∂θ 2 (b, y )
−k = hθ 2 (b, y ) − q " (N.H.) (301)
∂x
∂θ 2 ( x,0)
k = hθ 2 ( x,0) (H.) (302)
∂y
θ 2 ( x, H ) = 0 (H.) (303)
Deve ser notado que cada um dos dois problemas possui três condições de
contorno homogêneas, tornando possível a aplicação do método da separação de variáveis
para ambos. Além disso, deve ser notado que a soma das equações diferenciais
governantes bem como das condições de contorno correspondentes dos dois problemas
334
θ1 ( x, H ) + θ 2 ( x, H ) = θ ( x, H ) = φ ( x) (308)
θ1 ( x, y ) = X1 ( x, y)Y1 ( x, y) (309)
d 2 X 1n
2
+ λ2n X 1n = 0 (310)
dx
335
d 2Y1n
2
− λ2nY1n = 0 (311)
dx
∞
θ1 ( x, y ) = [ An sin(λn x) + Bn cos(λn x)][Cn sinh( λn y ) + Dn cosh(λn y )] (314)
n =1
h
An = Bn (315)
kλn
∂[ X 1n ( x)Y1n (0)]
k = kX 1n ( x )λn [C n cosh( λn 0) + Dn sinh( λn 0)] = kX 1n ( x )λn C n =
∂y
=1 =0
h
Cn = Dn (316)
k λn
336
∂[ X 1n (b)Y1n ( y )] h
−k = − kY1n ( y )λn Bn cos(λnb) − sin(λnb) =
∂x kλn
h
h[ X 1n (b)Y1n ( y )] = hY1n ( y ) Bn sin(λnb) + cos(λnb)
kλn
( λn b ) Bi
cot(λnb) = − (317)
2Bi 2(λnb)
∞ h h
θ1 ( x, y ) = an sin(λn x) + cos(λn x) sinh(λn y ) + cosh(λn y ) (318)
n =1 kλn kλn
onde an = Bn Dn . Aplicando a condição de contorno dada pela Eq. (298) obtém-se:
∞ h h
θ1 ( x, H ) = φ ( x) = an sin(λn x) + cos(λn x) sinh(λn H ) + cosh(λn H ) (319)
n =1 kλn kλn
φn ( x) = [(h kλn ) sin(λn x) + cos(λn x)] na Eq. (319) é a solução da Eq. (310).
Ortogonalidade pode ser aplicada na Eq. (319) somente se a Eq. (310) for uma equação
de Sturm-Liouville e se as condições de contorno em x = 0 e x = b foram homogêneas.
Comparando a Eq. (310) com a Eq. (12) obtém-se w( x) = 1. Tem-se que φn (x) e φm (x)
são ortogonais com relação a função peso w( x ) = 1. Multiplicando ambos os lados da Eq.
h b ∞ h
sin(λm x) + cos(λm x) dx = an
b
φ ( x) w( x) sin(λn x) + cos(λn x) ×
0
kλm 0
n =1 kλn
337
h h
sinh(λn H ) + cosh(λn H ) w( x) sin(λm x) + cos(λm x) dx (320)
kλn kλm
h
b
0 φ ( x) kλ
sin(λn x) + cos(λn x) dx
n
an = (321)
b h 2
h
0 sin(λn x) + cos(λn x) dx sinh(λn H ) + cosh(λn H )
kλn kλn
∞ b h h
T1 ( x, y ) = T∞ + φ ( x ) sin( λn x ) + cos( λn x) dx sin( λn x ) + cos( λn x ) ×
n =1 kλn kλn
0
h
sinh(λn y ) + cosh(λn y )
kλn (322)
b h 2
h
0 sin(λn x) + cos(λn x) dx sinh(λn H ) + cosh(λn H )
kλn kλn
θ 2 ( x, y ) = X 2 ( x)Y2 ( y ) (323)
d 2 X 2n
− α n2 X 2 n = 0 (324)
dx 2
338
d 2Y2 n
2
+ α n2Y2 n = 0 (325)
dy
∞
θ 2 ( x, y ) = [ En sinh(α n x) + Fn cosh(α n x)][Gn sin(α n y ) + H n cos(α n y )] (328)
n =1
∂[ X 2 n (0)Y2 n ( y )]
k = kY2 n ( y )α n [ E n cosh(α n 0) + Fn sinh(α n 0)] = kY2 n ( y )α n E n =
∂x
=1 =0
h
En = Fn (329)
kα n
∂[ X 2 n ( x)Y2 n (0)]
k = kX 2 n ( x )α n [Gn cos(α n 0) − H n sin(α n 0)] = kX 2 n ( x )α n Gn =
∂y
=1 =0
h
Gn = H n (330)
kα n
339
h kα
[ X 2 n ( x )Y2 n ( H )] = X 2 n ( x ) H n sin(α n H ) + cos(α n H ) = 0 − tan(α n H ) = n (331)
≠ 0
kα n h
≠0
=0
∞ h h
θ 2 ( x, y ) = bn sinh(α n x) + cosh(α n x) sin(α n y ) + cos(α n y ) (332)
n =1 kα n kα n
∞ h h
− k bnα n cosh(α nb) + sinh(α nb) sin(α n y ) + cos(α n y ) =
n =1 kα n kα n
∞ h h
h bn sinh(α nb) + cosh(α nb) sin(α n y ) + cos(α n y ) − q" (333)
n =1 kα n kα n
Comparando a Eq. (325) com a Eq. (12) obtém-se w( y) = 1. Tem-se que φn (y) e φm ( y )
são ortogonais com relação a função peso w( y ) = 1 . Multiplicando ambos os lados da Eq.
se:
∞ h
− k bnα n w( y )
H
cosh(α n b) + sinh(α n b) ×
kα n
0
n =1
340
h h
sin(α n y ) + cos(α n y ) sin(α m y ) + cos(α m y ) dy =
kα n kα m
∞ h
h bn w( y )
H
sinh(α n b) + cosh(α n b) ×
kα n
0
n =1
h h
sin(α n y ) + cos(α n y ) sin(α m y ) + cos(α m y ) dy −
kα n kα m
H h
q " w( y ) sin(α m y ) + cos(α m y ) dy (334)
kα m
0
q" h
H
sin(α n y ) + cos(α n y ) dy
kα n0
kα n
bn = (335)
h H h
2
2
q" h H
sin(α n y ) + cos(α n y ) dy
∞ kα n
0
kα n
T2 ( x, y ) = T∞ + ×
n =1 2
h H h
2
h h
sinh(α n x) + cosh(α n x) sin(α n y ) + cos(α n y ) (336)
kα n kα n
∞ b h h
T ( x, y ) = T∞ + φ ( x ) sin( λn x ) + cos( λn x ) dx sin( λn x ) + cos( λn x ) ×
n =1 kλ n kλn
0
h
sinh(λn y ) + cosh(λn y )
kλn
b h 2
h
0 sin(λn x) + cos(λn x ) dx sinh(λn H ) + cosh(λn H )
kλn kλn
q" H h
0 kα n
sin(α y ) + cos( α y ) dy
kα n
n n
∞
+ ×
n =1
h H h
2
2
h h
sinh(α n x) + cosh(α n x) sin(α n y ) + cos(α n y ) (337)
kα n kα n
1 ∂ ∂T ∂ 2T qɺ
r + + = 0 (N.H.) (338)
r ∂r ∂r ∂z 2 k
∂T (0, z )
= 0 (H.) (339)
∂r
342
T ( R, z ) = T∞ (N.H.) (340)
∂T (r ,0)
= 0 (H.) (341)
∂z
T ( r , L ) = T∞ (N.H.) (342)
z
h, T∞
h, T∞
L
R
θ
Base adiabática r
1 ∂ ∂θ ∂ 2θ qɺ
r + + = 0 (N.H.) (343)
r ∂r ∂r ∂z 2 k
∂θ (0, z )
= 0 (H.) (344)
∂r
θ ( R, z ) = 0 (H.) (345)
343
∂θ (r ,0)
= 0 (H.) (346)
∂z
θ ( r , L ) = 0 (H.) (347)
0 0 0
r r r
dθ dθ 2
=0 =0
dz dz
Como o problema foi original foi dividido em dois novos problemas, a solução
geral deve ter a seguinte forma:
θ (r , z ) = θ1 (r ) + θ 2 (r , z ) (348)
1 d dθ1 qɺ
r + =0 (349)
r dr dr k
dθ1 (0)
=0 (350)
dr
θ1 ( R) = 0 (351)
1 ∂ ∂θ 2 ∂ 2θ 2
r + = 0 (H.) (352)
r ∂r ∂r ∂z 2
∂θ 2 (0, z )
= 0 (H.) (353)
∂r
θ 2 ( R, z ) = 0 (H.) (354)
∂θ 2 (r ,0)
= 0 (H.) (355)
∂z
Deve ser notado que o segundo problema possui três condições de contorno
homogêneas, tornando possível a aplicação do método da separação de variáveis. Já para
o primeiro problema, a solução pode ser obtida por dupla integração. No caso, a não-
homogeneidade do problema original foi acoplada à equação diferencial ordinária, bem
mais simples de ser resolvida. Além disso, deve ser notado que a soma das equações
diferenciais governantes bem como das condições de contorno correspondentes dos dois
problemas resulta na equação diferencial e condições de contorno do problema original.
Por exemplo, somando as Eqs. (349) e (352) obtém-se:
345
1 ∂ ∂θ ∂ 2θ qɺ
r + + = 0 (357)
r ∂r ∂r ∂z 2 k
θ1 ( R, z ) + θ 2 ( R, z ) = θ ( R, z ) = 0 (359)
θ1 (r , L) + θ 2 (r , L) = θ (r , L) = θ1 (r , L) − θ1 (r , L) = 0 (361)
dθ1 qɺr A
=− + (362)
dr 2k r
qɺr 2
θ1 ( r ) = − + A ln r + B (363)
4k
dθ1 (0) qɺ 0 A
− + =0 A=0 (364)
dr 2k 0
qɺ R 2 qɺ R 2
θ1 ( R ) = − +B=0 B = (365)
4k 4k
346
qɺ R 2 r2
T1 ( r ) = T∞ + 1 − 2 (366)
4k R
θ 2 (r , z ) = R2 (r ) Z 2 ( z ) (367)
∂ 2 R2 k ∂R
r2 + r 2 k + r 2λ2k R2 k = 0 (368)
∂r 2
∂r
∂2Z2k
− λ2k Z 2 k = 0 (369)
∂z 2
As Eq. (368) é uma equação diferencial de Bessel, que pode ser resolvida com o
auxílio do Apêndice, tendo os coeficientes A = B = 0, C = 1, D = λk e n = 0. Já a Eq.
(369) pode ser resolvida utilizando a técnica da equação característica. As soluções gerais
são escritas como:
∞
θ 2 (r , z ) = [Ck J 0 (λk r ) + DkY0 (λk r )][ Ek sinh(λk z ) + Fk cosh(λk z )] (372)
k =1
347
∂[ R2 k (0) Z 2 k ( z )]
= Z 2 k ( z )λk [Ck J1 (λk 0) + Dk Y1 (λk 0)] = 0 Dk = 0 (373)
∂r ≠0
≠0 =0 =∞
∂[ R2 k ( r ) Z 2 k (0)]
= R2 k ( r )λk [ Ek cosh( λk 0) + Fk sinh( λk 0)] = 0 Ek = 0 (374)
∂z ≠0
≠0 =1 =0
∞
θ 2 (r , z ) = ak [ J 0 (λk r )][cosh(λk z )] (376)
k =1
∞
qɺ R 2 r2
a [J
k =1
k 0 (λk r )][cosh( λk L )] = −
1 − 2
4k R
(377)
Multiplicando ambos os lados da Eq. (377) por w(r )[J 0 (λi r )]dr e integrando de
r = 0 a r = R obtém-se:
R ∞ qɺR 2 r2
a w(r )[ J (λk r )][J 0 (λi r ) ][cosh(λk L )]dr = − w( r )[J 0 (λi r )]
R
1 − dr (378)
4k R 2
k 0
0 0
k =1
R r2
qɺR 2 rJ 0 (λk r )1 − 2 dr
0
ak = − R (379)
R
4k [cosh( λk L )] rJ 02 (λk r )dr
0
As integrais da Eq. (379) não são diretas e podem ser resolvidas com o auxílio do
MAPLE, obtendo-se:
R r2 2
rJ 0 (λk r )1 − 2 dr = − 3 [λk RJ 0 (λk R) − 2 J1 (λk R)] (380)
0
R λk R
R R2 2
rJ 02 (λk r )dr = [ J 0 (λk R ) + J12 (λk R )] (381)
0 2
A Eq. (379) é então reescrita com os resultados das Eqs. (380-381) na seguinte
forma:
qɺ [λk RJ 0 (λk R ) − 2 J 1 (λ k R )]
ak = (382)
λ kR cosh( λk L ) [ J 02 (λk R ) + J 12 (λk R )]
3
k
∞
qɺJ 0 (λk r ) cosh(λk z) [λk RJ 0 (λk R) − 2 J1 (λk R)]
T2 (r , z ) = T∞ + (383)
k =1 λ3k kR cosh(λk L) [ J 02 (λk R) + J12 (λk R)]
349
O último passo consiste em adicionar as soluções dadas pelas Eqs. (366) e (383)
para a obtenção da solução completa do problema original, obtendo-se:
8-EXERCÍCIOS PROPOSTOS
que está exposta a radiação, (x,0), está mantida a T 2 enquanto a superfície oposta ( x, H )
está mantida a T1 . A placa está isolada ao longo da superfície (0, y ) e resfriada ao longo
uma constante. Um lado está isolado enquanto o outro lado é resfriado por um fluxo de
calor uniforme qo" . A superfície cilíndrica está mantida a uma temperatura uniforme To .
a T2 no seu lado direito. O eixo gira no interior de uma bucha de comprimento b. Energia
térmica é gerada na interface entre a bucha e o eixo a um fluxo uniforme qo" . A superfície
volumétrica uniforme qɺo . O cabo se move com velocidade U através de uma grande
câmara onde troca calor por convecção. O coeficiente de transferência de calor é h e a
temperatura ambiente é T∞ . O cabo entra na câmara com uma temperatura Ti . Determine
CAPÍTULO 6
CONDUÇÃO TRANSIENTE
T = T (t ) (1)
Essa idealização nem sempre é justificada mas pode ser aceita sob certas
condições discutidas na próxima seção.
do fio e então removido por convecção a partir da superfície do fio. Assim, existe uma
queda de temperaturas ∆T através do raio do fio. É essa queda de temperaturas que é
desprezada no método da capacidade concentrada. Fatores que influenciam essa queda
são: (1) o raio do fio ro , (2) a condutividade térmica do fio k e (3) o coeficiente de
transferência de calor h.
Espera-se que ∆T seja baixo para pequenos raios e para altas condutividades
térmicas. O comportamento do h não é tão óbvio. Um coeficiente de transferência de calor
baixo pode ser comparado com uma camada isolante restringindo o calor que deixa o fio
e assim forçando um gradiente de temperaturas mais uniforme no interior do fio. A forma
como esses fatores se combinam para formar um parâmetro que fornece uma medida da
queda de temperaturas pode ser estabelecida por análise dimensional da equação
governante do problema e suas condições de contorno. Esse parâmetro é chamado de
número de Biot, um adimensional que é definido como:
hδ
Bi = (2)
k
pode-se concluir que quanto menor o número de Biot, menor é o valor de ∆T . A próxima
questão é: quão baixo deve ser o número de Biot para que a queda de temperaturas ∆T
seja desprezível?
A resposta é obtida comparando-se soluções transientes aproximadas na qual a
variação espacial de temperaturas foi desprezada com soluções exatas onde a variação
espacial de temperaturas não foi desprezada. Resultados indicam que para Bi ≤ 0,1 a
queda de temperaturas ∆T é menor do que 5% da diferença de temperaturas entre o centro
e a temperatura do fluido ambiente. Assim, o critério para se desprezar a variação espacial
de temperaturas e a justificativa para se utilizar o método da capacidade concentrada é:
hδ
Bi = ≤ 0,1 (3)
k
355
Deve-se ter cuidado para identificar a escala de comprimento δ na Eq. (3). Para
um cilindro longo, δ = ro . Para uma placa longa com espessura L que é aquecida ou
resfriada em ambos os lados, simetria sugere que δ = L 2 . Entretanto, para uma placa
que está isolada em um dos seus lados, δ = L. Para um corpo com formato irregular, ou
para um corpo na qual calor é transferido a partir de mais de uma superfície, uma
definição razoável para a escala de comprimento do número de Biot é determinada
dividindo o volume do objeto, V, pela sua área superficial, As . Tem-se então que:
V
δ = (4)
As
δ k
Bi = (5)
1h
A Eq. (5) indica que o número de Biot é a relação entre a resistência térmica de
condução (interna) e a resistência térmica de convecção (externa). Assim, um baixo
número de Biot implica uma baixa resistência térmica interna comparada com a
resistência térmica externa.
poderia, por exemplo, ser efetuado através da fixação de um aquecedor elétrico delgado
sobre ela, enquanto a energia térmica poderia ser gerada pela passagem de uma corrente
elétrica através do sólido.
A Fig. (1) mostra uma situação na qual as condições térmicas no interior de um
sólido podem ser influenciadas simultaneamente pela convecção, pela radiação, pela
aplicação de um fluxo em sua superfície e pela geração interna de energia. Considera-se
que, no instante inicial (t = 0), a temperatura do sólido (Ti ) é diferente daquelas do fluido,
Tviz
ρ , c, V , T (0) = Ti
"
qrad
q"s Eɺ g , Eɺ acu T∞ , h
"
qconv
As
Aconv, rad
por convecção e radiação são presumidas saindo da superfície. Além disso, embora as
transferências de calor por convecção e radiação tenham sido especificadas na mesma
superfície, as superfícies podem, na realidade, ser diferentes ( Aconv ≠ Arad ). Aplicando a
dT
qs" As + Eɺ g − ( qconv
"
+ qrad
"
) Aconv ,rad = ρVc (6)
dt
dT
qs" As + Eɺ g − [ h(T − T∞ ) + εσ (T 4 − Tviz4 )] Aconv ,rad = ρVc (7)
dt
A Eq. (7) é uma equação diferencial ordinária não-linear de primeira ordem, não-
homogênea, que não pode ser integrada diretamente para obter-se uma solução exata.
Contudo, soluções exatas podem ser obtidas para versões simplificadas dessa equação.
dT
− h(T − T∞ ) Aconv = ρVc (8)
dt
Definindo as variáveis
T − T∞
θ= (9)
Ti − T∞
hAconv
τ= t (10)
ρVc
dθ
+θ = 0 (11)
dτ
358
até θ em τ obtém-se:
θ (τ ) = e −τ (12)
O resultado da Eq. (12) indica que com o aumento de τ , θ tende a zero, ou seja,
T → T∞ , o que pode ser visto na Fig. (2):
+
Figura 2 – Variação de θ em função de τ .
Pode ser calculada a quantidade de energia transferida do sólido para o meio desde
o instante inicial até um instante t através da integração da taxa de calor por convecção
ao longo do intervalo de tempo considerado, ou seja:
t
Q = hAconv (T − T∞ ) dt (13)
0
Q τ
= θd τ (14)
ρVc (Ti − T∞ ) 0
359
Q
= − eτ + 1 (15)
ρVc (Ti − T∞ )
Q
O resultado da Eq. (15) indica que com o aumento de τ , tende a
ρVc (Ti − T∞ )
um, o que pode ser visualizado na Fig. (3):
Q
Figura 3 – Variação de em função de τ .
ρVc (Ti − T∞ )
h = C (T − T∞ ) n (16)
dT
− CAconv (T − T∞ ) n+1 = ρVc (17)
dt
hi Aconv
τ= t (18)
ρVc
hi = C (Ti − T∞ ) n (19)
dθ
+ θ n+1 = 0 (20)
dτ
até θ em τ obtém-se:
θ (τ ) = (1 + τn ) −1 n (21)
O resultado da Eq. (21) indica que com o aumento de τ , θ tende a zero, ou seja,
T → T∞ , o que pode ser visto na Fig. (4) para diferentes valores de n. Os resultados desse
modelo podem ser vistos na rotina EXEMPLO2.mw do MAPLE.
361
Em diversos casos, pode-se utilizar uma expressão analítica linear para a variação
do calor específico de um sólido com a temperatura, ou seja:
c = c∞ [1 + β (T − T∞ )] (22)
dT
− hAconv (T − T∞ ) = ρVc∞ [1 + β (T − T∞ )] (23)
dt
hAconv
τ = t (24)
ρVc ∞
362
a = β (Ti − T∞ ) (25)
dθ θ
+ =0 (26)
d τ 1 + aθ
O resultado da Eq. (27) indica que quando θ tende a um, τ tende ao infinito,
como era de se esperar, o que pode ser visto na Fig. (5) para diferentes valores de a:
1.2.4-RESFRIAMENTO RADIATIVO
363
dT
− εσ (T 4 − Tviz4 ) Arad = ρVc (28)
dt
Definindo as variáveis
T
θ= (29)
Tviz
εσ Arad Tviz3
τ = t (30)
ρVc
dθ
+ θ 4 −1 = 0 (31)
dτ
τ θ dθ
dτ = (32)
0 θi 1−θ 4
A integral do lado direito da Eq. (32) pode ser resolvida pela técnica das frações
parciais, cujo resultado é escrito como:
1 θ +1 θ +1
τ= ln − ln i + 2(tan −1 θ − tan −1 θ i ) (33)
4 θ −1 θi − 1
Deve ser notado que não é possível explicitar θ em função de τ a partir da Eq.
(33).
364
dT
q s" As + Eɺ g − h(T − T∞ ) Aconv = ρVc (34)
dt
q s" As + Eɺ g
a= (35)
hAconv (Ti − T∞ )
dθ
+θ = a (35)
dτ
Embora a Eq. (35) possa ser resolvida pela soma das suas soluções homogênea e
particular, uma abordagem alternativa é eliminar a não-homogeneidade pela introdução
da transformação
θ' =θ − a (36)
dθ '
+θ ' = 0 (37)
dτ
θ'
= exp(−τ ) (38)
θ i'
365
θ −a
= exp(−τ ) (39)
θi − a
Deve ser notado que a Eq. (39) também se aplica aos casos onde q s" = 0, Eɺ g = 0
θ
= exp( −τ ) (40)
θi
(1) Observações: (1) como o número de Biot é pequeno quando comparado com a
unidade, pode-se utilizar o método da capacidade concentrada para determinar a
temperatura transiente, (2) a lei de Newton do resfriamento descreve a convecção na
superfície. Entretanto, nesse problema o coeficiente de transferência de calor é
dependente da temperatura e (3) energia é adicionada a moeda na interface devido ao
atrito. Essa energia também é dependente do tempo pois a velocidade de deslizamento é
variável.
366
(2) Formulação
(i) Hipóteses. (1) o número de Biot é pequeno quando comparado com a unidade, (2)
propriedades constantes, (3) temperatura ambiente constante, (4) toda a energia térmica
gerada pelo atrito é adicionado a moeda, (5) sem geração interna de energia e (6) sem
radiação térmica.
(ii) Equações governantes. Aplicando um balanço de energia na moeda sujeito às
hipóteses mencionadas anteriormente fornece que:
Eɺ e − Eɺ s = Eɺ acu (41)
A taxa de energia adicionada devido ao efeito do atrito pode ser calculada como:
Eɺ e = Ff V = Ff ct (42)
A taxa de energia que deixa a moeda por convecção pode ser calculada pela lei de
Newton do resfriamento:
dT
Eɺ acu = ρ (πro2δ )c p (44)
dt
dT
F f ct − β (πro2 + 2πroδ )(T − T∞ )t = ρ (πro2δ )c p (45)
dt
T (0) = T∞ (46)
367
(3) Solução. Separando as variáveis na Eq. (45), integrando e usando a Eq. (46) tem-se:
t T dT
tdt = ρ (πr δ )c
2
(47)
Ff c − β (πr + 2πroδ )(T − T∞ )
2
o p
0 T∞
o
t
β (1+ 2δ ro ) 2
T (t ) − T∞ 1 −
2 ρc pδ
= 1 − e (48)
Ff c π
βro2 (1 + 2δ ro )
(4) Comentários. Como tanto a energia devido ao atrito e a perda de calor devido à
convecção são diretamente proporcionais ao tempo t, a moeda deve alcançar o regime
permanente em t = ∞ . Substituindo t = ∞ na Eq. (48) obtém-se:
T (t = ∞) − T∞ 1
= (49)
Ff c π
β ro (1 + 2δ ro )
2
(1) Observações: (1) como o número de Biot é pequeno quando comparado com a
unidade, pode-se utilizar o método da capacidade concentrada para determinar a
temperatura transiente e (2) a lei de Stefan-Boltzmann descreve a troca de calor por
radiação térmica entre o carvão e a vizinhança.
(2) Formulação
(i) Hipóteses. (1) o número de Biot é pequeno quando comparado com a unidade, (2)
propriedades constantes, (3) temperatura da vizinhança constante, (4) a única troca de
calor relevante é por radiação térmica, (5) sem geração interna de energia e (6) sem
convecção térmica.
(ii) Equações governantes. A formulação desse problema é dada pela Eq. (33), ou seja:
1 θ +1 θ +1
τ= ln − ln i + 2(tan −1 θ − tan −1 θ i ) (50)
4 θ −1 θi − 1
T 600 + 273
θ= = = 0,686 (51)
Tviz 1000 + 273
Ti 25 + 273
θi = = = 0,234 (52)
Tviz 1000 + 273
1 0,686 + 1 0,234 + 1
τ = ln − ln + 2(tan −1 0,686 − tan −1 0,234 ) = 0, 487 (53)
4 0,686 − 1 0,234 − 1
V πD3 6 D 1× 10−3
= = = = 1,667 × 10− 4 m (54)
As πD 2
6 6
369
1,0.5,67 × 10 −8.1273 3
0,487 = t t = 1,18 s (55)
1350 .1,667 × 10 − 4.1260
L = V × t = 3 ×1,18 = 3,54 m
quando T = 600 oC, Bi = 0,19; mas quando T = 25 oC, Bi = 0,10. No início, quando o
carvão está mais frio, a hipótese da capacidade concentrada é razoável mas torna-se
menos apropriada conforme o carvão é aquecido.
2-EFEITOS ESPACIAIS
∂ 2T 1 ∂T
= (56)
∂x 2 α ∂t
T ( x ,0 ) = Ti (57)
∂T
=0 (58)
∂x x =0
∂T
−k = h[T ( L, t ) − T∞ ] (59)
∂x x=L
T ( x,0) = Ti
T∞ , h T∞ , h
L L
x
x* =
L
Figura 6 – Parede plana unidimensional com temperatura inicial uniforme submetida
subitamente a condições convectivas.
θ T ( x, t ) − T∞
θ* = = (60)
θi Ti − T∞
x
x* = (61)
L
αt
τ* = = Fo (62)
L2
371
∂ 2θ * ∂θ *
= (63)
∂x*2 ∂Fo
θ * ( x * ,0 ) = 1 (64)
∂θ *
=0 (65)
∂x* *
x =0
∂θ *
= − Biθ * (1, t * ) (66)
∂x * *
x =1
2.1.1-SOLUÇÃO EXATA
Pelo método da separação de variáveis, quer-se que a solução da Eq. (63) seja da
seguinte forma:
1 ∂ 2 X 1 ∂τ
= = ±λ2n (68)
X ∂x *2
τ ∂Fo
Na Eq. (68) deve ser notado que os dois primeiros termos devem ter o mesmo
sinal da constante λ2n . Nesse caso, o sinal negativo satisfaz a condição de que a equação
372
diferencial da direção homogênea deve ter o sinal positivo no termo que acompanha a
constante λ2n . A Eq. (68) é então reescrita como:
d2Xn
*2
+ λ2n X n = 0 (69)
dx
dτ n
+ λ2nτ n = 0 (70)
dFo
A Eq. (69) pode ser resolvida pela técnica da equação característica enquanto a
Eq. (70) pode ser resolvida diretamente por integração, cujos resultados são:
∞ ∞
θ * ( x * , Fo) = X n ( x * )τ n ( Fo) = [ An sin( λ n x * ) + Bn cos( λ n x * )][ Dn exp( −λ2n Fo)] (73)
n =1 n =1
∂θ n* ∂[ X n ( x* )τ n ( Fo )] ∂[ X n ( x * )]
= = τ ( Fo ) =
∂x * ∂x * ∂x *
n
x* =0 x* =0 x* =0
∂θ * ∂[ X n (1)τ n ( Fo )] ∂[ X n (1)]
= = τ n ( Fo ) = −τ n ( Fo )λn Bn sin( λn 1) =
∂x * x * =1
∂x *
x * =1 ∂x * x * =1
373
λn tan(λn ) = Bi (75)
30
(λn)tan(λn)
25 Bi=1,0
Bi=10,0
Bi=20,0
20
15
10
-5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
λn
Na Tab. (1) podem ser vistas as quatro primeiras raízes da Eq. (60) para diferentes
número de Biot, e a rotina de cálculos pode ser vista no arquivo EXEMPLO4.mw do
MAPLE.
Substituindo a Eq. (74) na Eq. (73) obtém-se:
∞
θ * ( x * , Fo) = C n cos( λn x * ) exp( −λ2n Fo) (76)
n =1
374
∞ ∞
θ * ( x* ,0) = Cn cos( λn x* ) exp( − λ2n 0) = Cn cos( λn x* ) = 1 (77)
n =1 n =1
φ n ( x * ) = cos( λn x * ) na Eq. (77) é a solução da Eq. (69). Ortogonalidade pode ser aplicada
na Eq. (77) somente se a Eq. (69) for uma equação de Sturm-Liouville e se as condições
de contorno em x* = 0 e x* = 1 foram homogêneas. Comparando a Eq. (69) com a
equação de Sturm-Liouville obtém-se que w( x* ) = 1. Tem-se que φn ( x* ) e φ m ( x * ) são
1 1 ∞
0
cos( λm x * ) w( x * ) dx * =
0
C
n =1
n cos( λn x * ) cos( λm x* ) w( x* )dx * (78)
1 ∞ 1
cos( λm x* )dx * = Cn cos( λn x* ) cos( λm x* )dx * (79)
0 0
n =1
375
como:
1
cos(λ x )dx
* *
n
Cn = 0
1
(80)
cos (λ x )dx
2 * *
n
0
1 sin( λn )
cos(λ x )dx =
* *
(81)
0
n
λn
1 1 sin( 2λn ) λn
cos
2
(λn x * )dx* = + (82)
0 λn 4 2
4 sin( λn )
Cn = (83)
2λn + sin( 2λn )
2.1.2-SOLUÇÃO APROXIMADA
Pode-se demonstrar que, para valores de Fo < 0,2, a solução em série infinita, Eq.
(76), pode ser aproximada pelo primeiro termo da série. Utilizando essa aproximação e
definindo θ o* = C1 exp( −λ12 Fo ), a forma adimensional da distribuição de temperaturas é
reescrita como:
λ1 tan(λ1 ) = Bi (85)
376
4 sin( λ1 )
C1 = (86)
2λ1 + sin( 2λ1 )
Qo = ρc(Ti − T∞ )V (93)
plana com relação à temperatura do fluido. De maneira alternativa Qo também pode ser
interpretada como a máxima transferência de energia que ocorreria entre a parede plana
e o fluido se o processo se estendesse até t = ∞ . Pode-se utilizar a Eq. (60) para expressar
o termo entre colchetes da Eq. (94), ou seja:
T ( x, t ) − T∞ T ( x , t ) − Ti + Ti − T∞ T ( x , t ) − Ti T ( x, t ) − Ti
θ* = = = + 1 − = 1−θ
*
(95)
Ti − T∞ Ti − T∞ Ti − T∞ i T − T∞
Q 1
(1 − θ * )dx
Qo L
= (96)
378
Substituindo a Eq. (84) na Eq. (96), sabendo que dx = Ldx* e que nesse caso os
limites de integração são de x* = 0 a x* = 1 obtém-se:
Q 1
= [1 − θ o* cos(λ1 x* )]dx* (97)
Qo 0
Q sin λ1 *
=1− θo (98)
Qo λ1
Fo ∂θ (1, Fo)
*
Q
= dFo (99)
Qo 0 ∂x*
1 ∂ ∂T 1 ∂T
r = (100)
r ∂r ∂r α ∂t
T ( r ,0) = Ti (101)
379
∂T
=0 (102)
∂r r =0
∂T
−k = h[T ( ro , t ) − T∞ ] (103)
∂r r = ro
T (r ,0) = Ti
ro T∞ , h
r
r* =
ro
Figura 8 – Cilindro longo unidimensional com temperatura inicial uniforme submetido
subitamente a condições convectivas.
θ T ( r , t ) − T∞
θ* = = (104)
θi Ti − T∞
r
r* = (105)
ro
αt
τ* = = Fo (106)
ro2
1 ∂ * ∂θ * ∂θ *
r = (107)
r * ∂r * ∂r * ∂Fo
θ * ( r * ,0 ) = 1 (108)
380
∂θ *
=0 (109)
∂r * r* =0
∂θ *
= − Bi θ * (1, t * ) (110)
∂r * *
r =1
2.2.1-SOLUÇÃO EXATA
Pelo método da separação de variáveis, quer-se que a solução da Eq. (107) seja da
seguinte forma:
1 ∂ * ∂R * 1 ∂τ
r
* *
= = ± λ2k (112)
Rr ∂r ∂r τ ∂Fo
*
Na Eq. (112) deve ser notado que os dois primeiros termos devem ter o mesmo
sinal da constante λ2k . Nesse caso, o sinal negativo satisfaz a condição de que a equação
diferencial da direção homogênea deve ter o sinal positivo no termo que acompanha a
constante λ2k . A Eq. (112) é então reescrita como:
d 2 Rk dR
r*2
*2
+ r * *k + λ2k Rk r *2 = 0 (113)
dr dr
dτ k
+ λ2kτ k = 0 (114)
dFo
381
Esses resultados indicam o CASO 1 do Apêndice, cuja solução geral é dada pela Eq. (16)
do , ou seja:
A Eq. (114) pode ser resolvida diretamente por integração, cujo resultado é:
∞ ∞
θ * ( r * , Fo ) = Rk ( r * )τ k ( Fo) = [ Ak J 0 (λk r * ) + Bk Y0 (λk r * )][ Dk exp( −λ2k Fo)] (117)
k =1 k =1
∂θ k* ∂[ Rk ( r * )τ k ( Fo )] ∂[ Rk ( r * )]
= = τ k ( Fo ) =
∂r * r * =0
∂r * r * =0
∂r * r* =0
τ k ( Fo )λ k [ − Ak J 1 (λ k 0 ) − Bk Y1 (λ k 0)] = 0 Bk = 0 (118)
≠0 ≠0 =0 = −∞
∂θ * ∂[ Rk (1)τ k ( Fo )] ∂[ Rk (1)]
= = τ k ( Fo ) = −τ k ( Fo )λ k Ak J 1 (λk 1) =
∂r * r * =1
∂r *
r * =1 ∂r * r * =1
− Bi θ * (1, t * ) = − Bi τ k ( Fo ) Ak J 0 (λk 1)
382
J1 (λk )
λk = Bi (119)
J 0 (λk )
30
(λk)J1(λk)/J0(λk)
25 Bi=1,0
Bi=10,0
Bi=20,0
20
15
10
-5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
λk
∞ ∞
θ * ( r * , Fo ) = Rk ( r * )τ k ( Fo) = Ak J 0 (λk r * ) Dk exp( −λ2k Fo ) (120)
k =1 k =1
∞ ∞
θ * ( r * ,0) = Ak J 0 (λk r * ) Dk exp( −λ2k 0) = C k J 0 (λk r * ) = 1 (121)
k =1 k =1
1 1 ∞
0
J 0 (λi r * ) w( r * ) dr * =
0
C
k =1
k J 0 (λk r * )J 0 (λi r * ) w( r * ) dr * (122)
1 ∞ 1
r * J 0 (λi r * ) dr * = C k r * J 0 (λk r * ) J 0 (λi r * )dr * (123)
0 0
k =1
somatório são nulas, exceto quando i = k. A Eq. (123) pode então ser reescrita para Ck
como:
1
rJ
*
0 (λk r * ) dr *
Ck = 0
1
(124)
rJ
* 2
0 (λk r * )dr *
0
A solução das integrais da Eq. (124) pode ser obtida com o auxílio do MAPLE,
cuja rotina de cálculos está descrita no EXEMPLO7.mw, com os resultados sendo escritos
como:
1
1 r * J 1 ( λk r * ) J 1 ( λk )
0 0 k
r J*
( λ r ) dr =
* *
= (125)
λk 0 λk
1
1 r *2 2 * 1 2
0 r *
J ( λ
2
0 k r )dr = [ J 0 (λk r ) + J1 (λk r )] = [ J 0 (λk ) + J1 (λk )]
* * * 2 2
(126)
2 0 2
2 J 1 (λk )
Ck = (127)
λk J (λk ) + J 12 (λk )
2
0
2.2.2-SOLUÇÃO APROXIMADA
Pode-se demonstrar que, para valores de Fo < 0,2, a solução em série infinita, Eq.
(120), pode ser aproximada pelo primeiro termo da série. Utilizando essa aproximação e
definindo θ o* = C1 exp( −λ12 Fo ), a forma adimensional da distribuição de temperaturas é
reescrita como:
J1 (λ1 )
λ1 = Bi (129)
J 0 (λ1 )
2 J 1 (λ1 )
C1 = (130)
λ1 J (λ1 ) + J 12 (λ1 )
2
0
Qo = ρc(Ti − T∞ )V (137)
longo com relação à temperatura do fluido. De maneira alternativa Qo também pode ser
interpretada como a máxima transferência de energia que ocorreria entre o cilindro longo
e o fluido se o processo se estendesse até t = ∞ . Pode-se utilizar a Eq. (104) para expressar
o termo entre colchetes da Eq. (138), ou seja:
T ( r , t ) − T∞ T ( r , t ) − Ti + Ti − T∞ T ( r , t ) − Ti T ( r , t ) − Ti
θ* = = = + 1 − =1−θ
*
(139)
Ti − T∞ Ti − T∞ Ti − T∞ i T − T∞
rearranjando obtém-se:
387
Q r dr
= (1 − θ * )2 (140)
Qo ro ro
Q 1
= [2r * − 2θ o*r * J 0 (λ1r * )]dr * (141)
Qo 0
Q 2θ *
= 1 − o J1 (λ1 ) (142)
Qo λ1
Fo ∂θ (1, Fo)
*
Q
= dFo (143)
Qo 0 ∂r *
1 ∂ 2 ∂T 1 ∂T
r = (144)
r 2 ∂r ∂ r α ∂t
T ( r ,0) = Ti (145)
∂T
=0 (146)
∂r r =0
∂T
−k = h[T ( ro , t ) − T∞ ] (147)
∂r r = ro
T ( r , 0 ) = Ti
ro T∞ , h
r
r* =
ro
Figura 10 – Esfera unidimensional com temperatura inicial uniforme submetida
subitamente a condições convectivas.
θ T ( r , t ) − T∞
θ* = = (148)
θi Ti − T∞
r
r* = (149)
ro
αt
τ* = = Fo (150)
ro2
389
1 ∂ *2 ∂θ * ∂θ *
r = (151)
r *2 ∂r * ∂r * ∂Fo
θ * ( r * ,0 ) = 1 (152)
∂θ *
=0 (153)
∂r * r* =0
∂θ *
= − Bi θ * (1, t * ) (154)
∂r * *
r =1
2.3.1-SOLUÇÃO EXATA
Pelo método da separação de variáveis, quer-se que a solução da Eq. (144) seja da
seguinte forma:
1 ∂ * 2 ∂R * 1 ∂τ
r
* *
= = ± λ2k (156)
Rr ∂r
*2
∂r τ ∂Fo
Na Eq. (156) deve ser notado que os dois primeiros termos devem ter o mesmo
sinal da constante λ2k . Nesse caso, o sinal negativo satisfaz a condição de que a equação
390
diferencial da direção homogênea deve ter o sinal positivo no termo que acompanha a
constante λ2k . A Eq. (156) é então reescrita como:
d 2 Rk dR
r*2
*2
+ 2r * *k + λ2k Rk r *2 = 0 (157)
dr dr
dτ k
+ λ2kτ k = 0 (158)
dFo
n = 1 2 . Esses resultados indicam o CASO 2 do Apêndice, cuja solução geral é dada pela
Eq. (17) do Apêndice, ou seja:
A Eq. (158) pode ser resolvida diretamente por integração, cujo resultado é:
∞ ∞
θ * ( r * , Fo ) = Rk ( r * )τ k ( Fo ) = r *−1[ Ak sin( λk r * ) + Bk cos( λk r * )][ Dk exp( −λ2k Fo )] (162)
k =1 k =1
391
∂θ k* ∂[ Rk ( r * )τ k ( Fo )] ∂[ Rk ( r * )]
= = τ ( Fo ) =
∂r * ∂r * ∂r *
k
r * =0 r * =0 r* =0
λk r * cos( λk r * ) − sin( λk r * ) − λk r * sin( λk r * ) − cos( λk r * )
τ k ( Fo ) Ak + Bk = 0 Bk = 0
r *2 r *2
≠0
=0 =∞
(163)
Aplicando a condição de contorno dada pela Eq. (154) e substituindo o resultado
da Eq. (163) obtém-se:
1 − λk cot(λk ) = Bi (164)
em função do número de Biot. O comportamento gráfico da Eq. (164) pode ser visto na
Fig. (11) para diferentes números de Biot. Já na Tab. (3) podem ser vistas as quatro
primeiras raízes da Eq. (164) para diferentes número de Biot, e a rotina de cálculos pode
ser vista no arquivo EXEMPLO9.mw do MAPLE:
∞ ∞
θ * ( r * , Fo) = Rk (r * )τ k ( Fo) = r *−1 Ak sin( λk r * ) Dk exp( −λ2k Fo) (165)
k =1 k =1
30
1-λkcotg(λk)
25 Bi=1,0
Bi=10,0
Bi=20,0
20
15
10
-5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
λk
∞ ∞
sin(λk r * )
θ ( r ,0 ) = r
* * *−1
Ak sin(λk r ) Dk exp( −λ 0) = Ck
* 2
=1 (166)
r*
k
k =1 k =1
sin(λi r * ) * *
lados da Eq. (166) por w(r ) *
dr e integrando de r * = 0 a r * = 1 obtém-se:
r
393
1 ∞ 1
r * sin( λi r * ) dr * = C k sin( λk r * ) sin( λi r * ) dr * (168)
0 0
k =1
como:
1
r sin(λ r )dr
* * *
k
Ck = 0
1
(169)
sin (λ r )dr
2 * *
k
0
A solução das integrais da Eq. (169) pode ser obtida com o auxílio do MAPLE,
cuja rotina de cálculos está descrita no EXEMPLO10.mw, com os resultados sendo
escritos como:
1 sin( λk ) − λk cos( λk )
r
*
sin( λk r * ) dr * = (170)
0 λ2k
1 λk − sin( λk ) cos( λk )
sin
2
(λk r * ) dr * = (171)
0 2 λk
4[sin( λk ) − λk cos( λk )]
Ck = (172)
λk [ 2λk − sin( 2λk )]
394
2.3.2-SOLUÇÃO APROXIMADA
Pode-se demonstrar que, para valores de Fo < 0,2, a solução em série infinita, Eq.
(165), pode ser aproximada pelo primeiro termo da série. Utilizando essa aproximação e
definindo θ o* = C1 exp( −λ12 Fo ), a forma adimensional da distribuição de temperaturas é
reescrita como:
1 − λ1 cot( λ1 ) = Bi (174)
4[sin( λ1 ) − λ1 cos( λ1 )]
C1 = (175)
λ1[ 2λ1 − sin( 2λ1 )]
Em diversas situações de engenharia, é útil saber a energia total que deixou (ou
entrou) a esfera até um dado tempo t em um processo transiente. A exigência da
conservação da energia na forma diferencial pode ser aplicada no intervalo de tempo
delimitado pela condição inicial (t = 0) e por qualquer tempo t > 0, ou seja:
Qo = ρc(Ti − T∞ )V (182)
A grandeza Qo pode ser interpretada como a energia interna inicial da esfera com
T ( r , t ) − T∞ T ( r , t ) − Ti + Ti − T∞ T ( r , t ) − Ti T ( r , t ) − Ti
θ* = = = + 1 − =1−θ
*
(184)
Ti − T∞ Ti − T∞ Ti − T∞ i T − T∞
rearranjando obtém-se:
Q r 2 dr
= (1 − θ * )3 2 (185)
Qo ro ro
Q 1
= [3r *2 − 3r *θ o* sin(λ1r * )]dr * (186)
Qo 0
Q 3θ *
= 1 − 2o [sin(λ1 ) − λ1 cos(λ1 )] (187)
Qo λ1
Fo ∂θ (1, Fo)
*
Q
= dFo (188)
Qo 0 ∂r *
∂T
y =0
∂y
b
T∞ T∞
y
a x
∂T
=0
x ∂y
T∞ , h T∞ , h
∂ 2T ∂ 2T 1 ∂T
+ = (189)
∂x 2 ∂y 2 α ∂t
T (0, y, t ) = T∞ (190)
T (a, y, t ) = T∞ (191)
∂T ( x,0, t )
=0 (192)
∂y
∂T ( x, b, t )
=0 (193)
∂y
T ( x, y,0) = f ( x, y) (194)
∂ 2θ ∂ 2θ 1 ∂θ
+ = (195)
∂x 2 ∂y 2 α ∂t
399
θ (0, y, t ) = 0 (196)
θ (a, y, t ) = 0 (197)
∂θ ( x,0, t )
=0 (198)
∂y
∂θ ( x , b , t )
=0 (199)
∂y
θ ( x, y,0) = f ( x, y) − T∞ (200)
1 ∂ 2 X 1 ∂ 2Y 1 ∂τ
+ = (202)
X ∂x 2
Y ∂y 2
ατ ∂t
d2Xn
2
+ λ2n X n = 0 (203)
dx
400
d 2Ym
2
+ β m2Ym = 0 (204)
dx
dτ nm
+ α (λ2n + β m2 )τ nm = 0 (205)
dt
∞ ∞
θ ( x, y, t ) = [ An sin(λn x) + Bn cos(λn x)][Cm sin(β m y) + Dm cos(β m y)]
m=1 n=1
∂θ ( x, 0, t ) ∂[Y (0)]
= X ( x)τ (t ) = X ( x)τ (t ) β m [Cm cos( β m 0) − Dm sin( β m 0)] = 0 Cm = 0
∂y ∂y ≠0 ≠0 ≠0 =1 =0
(208)
Aplicando a condição de contorno dada pela Eq. (197) obtém-se:
nπ
θ (a, y, t ) = [ An sin(λn a)]Y ( y )τ (t ) = 0 sin(λn a) = 0 λn = , n = 1,2,3,... (209)
≠0 ≠0 ≠0
a
∂θ ( x, b, t ) ∂[Y (b)]
= X ( x) τ (t ) = X ( x)[ Dm cos( β mb)]τ (t ) = 0 cos( β mb) = 0
∂y ∂y ≠0 ≠0 ≠0
401
mπ
βm = , m = 1,2,3, (210)
b
∞ ∞
nπ mπ n2 m2
θ ( x, y, t ) = anm sin x cos y exp − απ 2 2 + 2 t (211)
m =1 n =1 a b a b
∞ ∞
nπ mπ
θ ( x, y,0) = f ( x, y) − T∞ = anm sin x cos y (212)
m=1 n =1 a b
Eq. (212) é solução da Eq. (203) e a função cos( mπy b) na Eq. (212) é solução da Eq.
(204). Ortogonalidade pode ser aplicada na Eq. (212) somente se as Eqs. (203-204) forem
equações de Sturm-Liouville e se as condições de contorno em x = 0 e x = a e em y = 0
e y = b forem homogêneas.
Comparando as Eqs. (203-204) com a equação geral de Sturm-Liouville obtém-se
que w( x) = 1 e w( y) = 1. Tem-se então que φn ( x) = sin(nπx a) e φk ( x) = sin(kπx a) são
b a kπ iπ
[ f ( x, y) − T
0 0
∞ ]w( x) w( y ) sin
a
x cos
b
y dxdy =
402
a ∞ ∞
nπ kπ mπ iπ
a
b
nm w( x) w( y) sin x sin x cos y cos y dxdy (213)
0 0
m=1 n=1 a a b b
utilizando o princípio da ortogonalidade pode-se resolver a Eq. (213) para anm , ou seja:
b a nπ mπ
[ f ( x, y ) − T
0 0
] sin
∞ x cos
a b
y dxdy
anm = (214)
2 nπ 2 mπ
b a
0 0 sin a x cos b y dxdy
4 ∞ ∞ b a nπ mπ
T ( x, y, t ) = T∞ + 0 0 [ f ( x, y ) − T∞ ] sin
ab m=1 n=1
x cos
a b
y dxdy ×
nπ mπ n2 m2
sin x cos y exp − απ 2 2 + 2 t (215)
a b a b
T0 t = 0, T = Ti
x
h, T∞
δ (t )
1 ∂T ∂ 2T
= (216)
α ∂t ∂x 2
T ( 0, t ) = T0 (217)
T ( ∞ , t ) = Ti (218)
T ( x ,0 ) = Ti (219)
x
η=A (220)
(α t )1 2
∂T dT ∂η dT ∂ x dT A t − 3 2
= = A = − x (221)
∂t dη ∂t dη ∂t (αt )1 2 dη 2 α 1 2
∂T dT ∂η dT ∂ x dT A
= = A = (222)
∂x dη ∂x dη ∂x (αt )1 2 dη (αt )1 2
∂ 2T ∂ ∂T d ∂T ∂η d dT A ∂ x d 2T A2
= = = A = (223)
∂x 2 ∂x ∂x dη ∂x ∂x dη dη (αt )1 2 ∂x (αt )1 2 dη 2 αt
1 dT d 2T
− η = (224)
2 A 2 dη dη 2
d 2T dT
+ 2η =0 (225)
dη 2
dη
T (η = 0) = T0 (226)
406
T (η = ∞ ) = Ti (227)
dP
+ 2η P = 0 (228)
dη
dT 2
= Ce −η (229)
dη
ξ 2
T (η = ξ ) − T (η = 0) = C e −η dη (230)
0
∞ 2 Ti − T0
T (η = ∞ ) − T (η = 0) = Ti − T0 = C e −η dη C = ∞
(231)
−η 2
dη
0
e
0
ξ 2
T (η = ξ ) − T0 e −η dη
= 0
∞
(232)
Ti − T0 2
e −η dη
0
407
As integrais que aparecem no lado direito da Eq. (232) são as definições da função
erro, conforme o Apêndice, ou seja:
2 ξ 2
erf (ξ ) = e −η dη (233)
π 0
2 ∞ 2
erf (∞ ) = e −η dη = 1 (234)
π 0
T ( x, t ) − T0 x
= erf (235)
Ti − T0 2 αt
O fluxo de calor na superfície da parede pode ser calculado pela lei de Fourier em
conjunto com a variável de similaridade e a Eq. (222), ou seja:
∂T dT ∂η dT 1 k dT
q s" (t ) = − k = − k = − k = − (236)
∂x x = 0 dη ∂x η = 0 dη 2 α t η = 0 2 αt dη η = 0
A derivada na Eq. (236) pode ser calculada pelas Eqs. (229), (231) e (234):
dT 2 T −T Ti − T0 2(Ti − T0 )
= Ce − 0 = C = ∞ i 2 0 = = (237)
dη η = 0 −η π π
e dη 0 erf (∞ )
2
k (T0 − Ti )
q s" (t ) = (238)
πα t
408
T0 t = 0, T = Ti
x
h, T∞
δ (t )
1 ∂T ∂ 2T
= (239)
α ∂t ∂x 2
T ( 0, t ) = T0 (240)
T ( ∞ , t ) = Ti (241)
T ( x ,0 ) = Ti (242)
x =δ (t ) 1 ∂T x =δ ( t ) ∂ T
2
1 x =δ (t ) ∂T ∂T ∂T
x=0 α ∂t
dx =
x =0 ∂x 2
dx
α
x =0 ∂t
dx = −
∂x x = δ ( t ) ∂x x = 0
(243)
d
b (t ) d b(t ) d d
a (t ) dt [ f ( x , t )]dx =
dt a ( t )
f ( x, t )dx + f [ x, a(t )] [a(t )] − f [ x, b(t )] [b(t )]
dt dt
x =δ ( t ) ∂T ( x, t ) d δ (t ) dδ (t )
dx = T ( x, t )dx − T [ x, δ (t )] (244)
x =0 ∂t dt 0 dt
1 d δ dδ ∂T ∂T
α dt 0
Tdx − (T ) x =δ = −
dt ∂x x =δ ∂x x = 0
(245)
2 3
T ( x) − Ti x x x
= A + B + C + D (246)
T0 − Ti δ δ δ
T ( 0 ) = T0 (247)
T (δ ) = Ti (248)
∂T
=0 (249)
∂x x = δ
1 ∂T ∂ 2T
= (250)
α ∂t x = 0 ∂x 2 x =0
=0
é constante ao longo do tempo. A partir da Eq. (246) pode-se escrever de forma mais geral
a distribuição de temperaturas e as derivadas primeira e segunda para se utilizar nas
condições de contorno, ou seja:
x x
2
x
3
T ( x) = Ti + (T0 − Ti ) A + B + C + D (251)
δ δ δ
∂T B 2Cx 3Dx2
= (T0 − Ti ) + 2 + 3 (252)
∂x δ δ δ
∂ 2T 2C 6 Dx
= (T0 − Ti ) 2 + 3 (253)
∂x δ δ
2
∂ 2T 2C 6 D 0
2 = (T0 − Ti ) 2 + 3 = 0 C = 0 (254)
∂x x=0 δ δ
0 0
3
T ( 0) = Ti + (T0 − Ti ) A + B + D = T0 A = 1 (255)
δ δ
∂T B 3 Dδ 2
= (T0 − Ti ) + = 0 B = −3 D (256)
∂x x = δ δ δ 3
δ δ
3
1
T (δ ) = Ti + (T0 − Ti ) 1 − 3 D + D = Ti D = (257)
δ δ 2
412
3 x 1 x 3
T ( x) = Ti + (T0 − Ti ) 1 − + (258)
2 δ 2 δ
∂T 3 3x 2
= (T0 − Ti ) − + 3 (259)
∂x 2δ 2δ
1 d δ 3 x 1 x 3 3 δ 1 δ 3 dδ
α dt 0 i
T + (T − T )
i 1 − + dx − i
T + (T − Ti 1 −
) + =
0
2 δ 2 δ
0
2 δ 2 δ dt
3 3δ 2 3 3.02
(T0 − Ti ) − + 3 − (T0 − Ti ) − + 3 (260)
2δ 2δ 2δ 2δ
1 d δ 3 x 1 x 3 dδ 3
α dt 0 i
T + (T − T )
i 1 − + dx − T = (T0 − Ti ) (261)
0
2 δ 2 δ
i
dt 2δ
1 d δ 3 2 δ 1 4 δ dδ 3
T0 [ x]0 − (T0 − Ti ) [ x ]0 + (T0 − Ti ) 3 [ x ]0 − Ti = (T0 − Ti ) (262)
α dt 4δ 8δ dt 2δ
2δd δ = 8α dt (263)
δ (t ) t
δ 2δdδ = 8αdt (264)
=0 t =0
δ (t ) = 8αt (265)
3
T ( x, t ) − Ti 3 x 1 x
=1− + (266)
T0 − Ti 2 8αt 2 8αt
∂T 3 3.0 2 3k (T0 − Ti )
q s" (t ) = − k = − k (T0 − Ti ) − + 3
= (267)
∂x x = 0 2 8α t 2 8α t 4 2α t
Deve ser notado que a Eq. (267) fornece um resultado apenas 6 % abaixo daquele
calculado pela solução exata, Eq. (238) obtida pelo método da similaridade. Além disso,
esse problema também poderia ter sido resolvido utilizando a condição de contorno
1 ∂T ∂ 2T
= 2 (268)
α ∂t x = δ ∂x x =δ
=0
ao invés da condição de contorno dada pela Eq. (250). Nessa condição pode ser mostrado
que os resultados obtidos têm a seguinte forma:
414
δ (t ) = 24α t (269)
3
T ( x, t ) − Ti x
= 1 − (270)
T0 − Ti 24αt
3k (T0 − Ti )
q s" (t ) = (271)
6α t
A Eq. (271) fornece um resultado 8,5 % acima daquele calculado pela solução
exata, Eq. (238) obtida pelo método da similaridade. Isso deixa claro que embora o
método integral seja de fácil aplicação, a precisão dos resultados depende do perfil de
temperaturas assumido e da escolha das condições de contorno a serem satisfeitas.
415
6-EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2) Uma placa com espessura L1 está inicialmente à temperatura T1. Uma segunda placa
de mesmo material com espessura L2 está inicialmente à temperatura T2 . Em t > 0 as
duas placas são unidas com um contato perfeito na interface. Simultaneamente, a
superfície de uma das placas é aquecida com um fluxo de calor uniforme qo" e a superfície
uma taxa de geração volumétrica uniforme qɺ. As duas extremidades do cabo são mantidas
à temperatura inicial Ti . O cabo troca calor por convecção com o ambiente. O coeficiente
5) Considere um cilindro sólido longo com raio ro que está inicialmente à temperatura
em uma taxa de geração volumétrica uniforme qɺ. A superfície cilíndrica está mantida à
417
transiente no cilindro.
6) Um cilindro oco com raio externo ro e raio interno ri está inicialmente à temperatura
uniforme T1. Um segundo cilindro maciço com raio ri é do mesmo material do primeiro
fluxo de radiação é constante e igual a qo" . Qual o tempo necessário para que a temperatura
10) Duas barras longas, 1 e 2, estão inicialmente à temperaturas uniformes T01 e T02 ,
2 3 4
T ( x ) − Ti x x x x
= A + B + C + D + E
T0 − Ti δ δ δ δ
am 2 + bm + c = 0 (2)
CASO II (RAÍZES REAIS IGUAIS) – Com a hipótese de que a Eq. (2) possui
duas raízes reais iguais m1 = m2 = m, a solução geral para a Eq. (1) é:
yH ( x ) = C1e mx + C2 xe mx (4)
420
ay"+by'+cy = q( x ) (6)
y (x ) = yH (x ) + yP ( x ) (7)
que tal solução particular tem sua forma induzida pela função q ( x ) e
resolvida. O presente método não se limita a uma função q ( x ) que seja combinação
linear dos tipos de funções listadas na Tab. (1). Ainda, o método da variação dos
parâmetros se aplica a equações diferenciais com coeficientes variáveis. Segue abaixo
um roteiro de cálculo para a aplicação do método:
y"+ Py'+Qy = f (x ), ou seja, dividir todos os termos da primeira por a de tal maneira
que a última apresente o coeficiente de y" unitário,
y1 y2
W ( y1 , y 2 ) = = y1 y 2' − y 2 y1' (8)
y1' y 2'
0 y2
W1 (0, y 2 ) = = − y 2 f (x ) (9)
f ( x ) y 2'
y1 0
W2 ( y1 ,0 ) = = y1 f ( x ) (10)
y1' f (x )
423
W1 (0, y2 ) − y2 f (x )
u1' = = (11)
W ( y1 , y2 ) y1 y2' − y2 y1'
W2 ( y1 ,0) y1 f ( x )
u 2' = = (12)
W ( y1 , y2 ) y1 y2' − y2 y1'
u1 = u1' dx (13)
u 2 = u 2' dx (14)
d2y dy
x2 2
+ [(1 − 2 A) x − 2 Bx 2 ] + [C 2 D 2 x 2C + B 2 x 2 − B (1 − 2 A) x + A 2 − C 2 n 2 ] y = 0 (15)
dx dx
424
( )
onde C1 e C2 são constantes de integração, J n Dx C é a função de Bessel de primeira
( )
onde p = D i, onde i é imaginário e i = − 1, I n pxC é a função de Bessel modificada
( )
de primeira espécie de ordem n de argumento px C e K n pxC é a função de Bessel
∞
J n (x ) =
(− 1)m (x 2)2 m+n (20)
m =0 m! Γ (m + 1 + n )
J n (x ) cos(nπ ) − J −n ( x )
n ≠ 0,1,2,...
sin (nπ )
Yn ( x ) = (21)
J m ( x ) cos(mπ ) − J −m (x )
lim n = 0,1,2,...
m→n sin (mπ )
∞
I n (x ) =
(x 2 )n+2 m (22)
m = 0 m! Γ (n + m + 1)
π
2 sin (nπ ) [I − n ( x ) − I n ( x )] n ≠ 0,1,2,...
K n (x ) = (23)
π
lim [I (x ) − I m (x )] n = 0,1,2,...
m→n 2 sin (mπ ) −m
426
J2(x)
0.5
-0.5
0 2 4 6 8 10 12
x
0.6
Y 0(x)
0.4 Y 1(x)
Yn(x) (Função de Bessel de 2ª espécie)
Y 2(x)
0.2
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
0 2 4 6 8 10 12
x
30
I0(x)
In(x) (Função de Bessel modificada de 1ª espécie)
I1(x)
25
I2(x)
20
15
10
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
x
2
K0(x)
Kn(x) (Função de Bessel modificada de 2ª espécie)
1.8
K1(x)
1.6 K2(x)
1.4
1.2
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
x
na Tab. (2), que fornece valores práticos de funções de Bessel para alguns pontos de
interesse:
0 1 0 1 0 −∞ ∞
∞ 0 0 ∞ ∞ 0 0
2
J1 2 ( x ) = sin x (25)
πx
2
J −1 2 (x ) = cos x (26)
πx
2k − 1
J k +1 2 ( x ) = J k −1 2 ( x ) − J k − 3 2 ( x ) k = 1,2,3,... (27)
x
2
I1 2 ( x ) = sinh x (28)
πx
2
I −1 2 ( x ) = cosh x (29)
πx
2k − 1
I k +1 2 ( x ) = − I k −1 2 ( x ) + I k −3 2 ( x ) k = 1,2,3,... (30)
x
J − n (x ) = (− 1) J n (x )
n
(31)
Y− n ( x ) = (− 1) Yn ( x )
n
(32)
I − n (x ) = I n (x ) (33)
K − n (x ) = K n (x ) (34)
ordem n.
mx n Z n −1 (mx ) Z = J ,Y , I
d n
[
x Z n (mx ) = ] (35)
− mx Z n −1 (mx ) Z=K
n
dx
− mx − n Z n +1 (mx ) Z = J ,Y , K
[
x Z n (mx ) =
d −n
] (36)
mx Z n +1 (mx ) Z =I
−n
dx
mZ n−1 (mx ) − x Z n (mx )
n
Z = J ,Y , I
d
[Z n (mx )] = (37)
dx − mZ n−1 (mx ) − Z n (mx )
n Z=K
x
− mZ n+1 (mx ) + x Z n (mx )
n
Z = J ,Y , K
d
[Z n (mx )] = (38)
dx mZ n+1 (mx ) + Z n (mx )
n Z=I
x
1
x Z (mx)dx = m x Z (mx) Z = J ,Y , I (39)
n n
n −1 n
1
x
−n
Z n +1 (mx)dx = − x − n Z n (mx) Z = J ,Y , K (40)
m
r0
N m = rJ n2 (λn r )dr (41)
0
431
2λ2n dr
dJ n (λn ro ) 1
=0 [(λn ro ) 2 − n 2 ]J n2 (λn ro )
dr 2λn2
dJ n (λn ro ) 1
−k = hJ n (λn ro ) [( Bi) 2 + (λn ro ) 2 − n 2 ]J n2 (λn ro )
dr 2λ2n
= 0 m≠n
φ (x )φ (x )w(x )dx
b
(42)
≠ 0 m=n
m n
a
função peso w( x ). Vale a pena mencionar que a função seno, a função cosseno, funções
de Bessel de primeira espécie e funções de Bessel de segunda espécie são ortogonais
sob certas condições. Essa condição é que ambas as condições de contorno nos limites
do intervalo de integração [a, b ] na Eq. (42) precisam ser homogêneas da forma
mostrada mais à frente nas Eqs. (44-45). Por outro lado, exponenciais, senos e cossenos
432
d
dx
dφ
[ ]
p(x ) + q(x ) + λ2 w(x ) φ = 0
dx
(43)
dφ
Aφ (a ) + B = 0 (44)
dx x=a
dφ
Cφ (b ) + D = 0 (45)
dx x=b
onde A, B, C e D são constantes tais que A e B não são ambas zero e C e D não são
ortogonais com relação a função peso w(x ) sobre a integral no intervalo [a, b].
Prova. Antes de começar a prova vale a pena salientar que as Eqs. (44-45) são
condições de contorno homogêneas. Fazendo referência à condução de calor elas são
condições de contorno convectivas do tipo ± hφ ± k (dφ dx ) = 0. No caso especial onde
(44-45) tornam-se condições de contorno de temperatura zero (φ = 0). Tendo dito isso,
vamos assumir que φm e φn são duas soluções distintas da Eq. (43) correspondendo a
d dφm
p + q + λm w φm = 0
dx dx
2
( ) (46)
d dφn
p
dx dx
2
(
+ q + λn w φ n = 0 ) (47)
resultantes obtém-se:
d dφn d dφ
(λ2
m )
− λ2n wφmφn = φm p − φn p m
dx dx dx dx
(48)
(48), obtêm-se:
d dφn dφ
(λ2
m )
− λ2n pφmφn = p φ m
dx dx
− φn m
dx
(49)
b
dφ dφ
(λ2
m −λ 2
n ) b
wφmφn dx = p φm n − φn m
a
dx dx a
dφ dφ dφ dφ
= p (b )φm (b ) n − φn (b ) m − p (a )φm (a ) n − φn (a ) m (50)
dx x=b dx x=b dx x =a dx x =a
Para continuar, vamos considerar a condição de contorno dada pela Eq. (45), a
qual é satisfeita por ambos φm e φ n :
dφ
Cφm (b ) + D m = 0 (51)
dx x=b
434
dφ
Cφn (b ) + D n = 0 (52)
dx x=b
dφn dφ
φm (b ) − φn (b ) m = 0 (53)
dx x=b dx x=b
A Eq. (53) prova que o primeiro termo entre colchetes no lado direito da Eq.
(50) é igual à zero. Utilizando a condição de contorno dada pela Eq. (44) e fazendo um
procedimento similar, pode ser mostrado facilmente que o segundo termo entre
colchetes no lado direito da Eq. (50) também é igual à zero. De acordo com esses
resultados, obtém-se que:
(λ2
m − λ2n ) φ φ w(x)dx = 0
b
a
m n (54)
φ φ w(x)dx = 0
b
m ≠ n: m n (55)
a
problemas de condução de calor. Essa equação possui solução geral em termos das
funções seno e cosseno. Claramente, então, como mostrado no teorema acima, essas
funções são ortogonais, desde que as condições de contorno sejam homogêneas da
forma mostrada nas Eqs. (44-45). Essa é a razão pela qual a separação de variáveis deve
ser realizada de tal maneira que os senos e os cossenos (função ortogonais em potencial)
apareçam na solução correspondente à direção (x ou y) com as duas condições de
contorno homogêneas.
435
(λx )2 d 2θ
d (λx )
2
+ (λx )
dθ
d (λx )
[ ]
+ (λx ) − n 2 θ = 0
2
(56)
que tem uma solução geral em termos de funções de Bessel de ordem n e argumento
(λx ). Por isso, como mostrado no teorema acima, a separação de variáveis em
coordenadas cilíndricas deve ser realizada tal que se ambas as condições de contorno na
direção radial são homogêneas da forma mostrada nas Eqs. (44-45), a solução da
equação na direção radial é em termos de funções de Bessel. Essas funções,
acompanhadas por condições de contorno homogêneas, possuem a propriedade da
ortogonalidade.
Por outro lado, se a direção com duas condições de contorno homogêneas é a
direção radial em um problema de condução de calor em coordenadas cilíndricas, a
separação de variáveis deve ser realizada tal que funções ortogonais (senos e cossenos)
são obtidas nessa direção, enquanto funções modificadas de Bessel, que não são
ortogonais, são obtidas na direção radial.
A função erro (também conhecida como função erro de Gauss) é definida como:
2
erf ( x ) =
x 2
e −η dη (57)
π 0
2 x3 x5 x7
erf ( x ) = x − + − + ... (58)
π 3.1! 5.2! 7.3!
erf (∞ ) = 1 (61)
2 − x2
erf ( x ) =
d
e (62)
dx π
2
e− x
erf (x )dx = x erf (x ) + π
(63)
2
erfc( x ) = 1 − erf ( x ) =
∞
(64)
2
e −η dη
π x
Portanto, com base nas Eqs. (58), (60-61) e para baixos valores de x :
2 x3 x5 x7
erfc(x ) = 1 − x − + − + ... (65)
π 3.1! 5.2! 7.3!
erfc(0) = 1 (66)
erfc(∞) = 0 (67)
Na Fig. (5) podem ser vistas as variações das funções erro e erro complementar
erf (x ) e erfc(x ) na forma gráfica.
437
6-FUNÇÃO GAMA
1
erf(x), erfc(x)
0.5
-0.5
-1
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
x
2
Γ (x)
-2
-4
-6
-8
-10
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
x
∞
Γ(x ) = k x −1e−k dk (68)
0
Γ( x + 1)
Γ( x ) = (69)
x
∞ e− x
Ei( x ) = dx (70)
x x
x x2 x3
Ei( x ) = −γ − ln( x ) + − + − ... (71)
1 ⋅1! 2 ⋅ 2! 3 ⋅ 3"
Ei(∞) = 0 (73)
Ei(0) = ∞ (74)
439
gráfica:
d2y dy
(1 − x ) 2 − 2 x
2
+ n ( n + 1) y = 0 (75)
dx dx
y = C1 Pn ( x ) + C 2 Q n ( x ) (76)
1 dn 2
Pn ( x) = ( x − 1) n (77)
2 n! dx
n n
1 0 se m ≠ n
−1 Pm ( x) Pn ( x)dx = 2
se m = n
(80)
2n + 1
Qn (x = ±1) → ∞ (81)
2n + 1 n
Pn +1 ( x) = xPn ( x) − Pn −1 ( x) (82)
n +1 n +1
d d
[ Pn +1 ( x)] − [ Pn −1 ( x)] = 2(n + 1) Pn ( x) (83)
dx dx
441
1 Pn −1 (0) − Pn +1 (0)
P ( x)dx =
0
n
2n + 1
(84)
d2y dy m2
(1 − x 2 ) − 2 x + n ( n + 1) − y = 0 (85)
dx 2 dx 1− x2
y = C1 Pnm ( x ) + C 2 Q nm ( x ) (86)
dm
Pnm ( x) = (1 − x 2 ) m 2 [ Pn ( x)] (87)
dx m
dm
Qnm ( x) = (1 − x 2 ) m 2 [Qn ( x)] (88)
dx m
0 se n ≠ k
1 2 (n + m)!
−1 P ( x) P ( x)dx = (89)
m m
n k se m = n
2n + 1 (n − m)!
Qnm (x ± 1) → ∞ (91)