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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA

EM
CONTABILIDADE E AUDITORIA

2º Ano
DISCIPLINA: CONTABILIDADEFINANCEIRA I
Código: ISCED22-CONTCFE005
Total Horas/2o Semestre: 150
Créditos (SNATCA): 6
Número de Temas: 8

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED


ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Direitos de Autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e


contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste
manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia
ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação
a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado, o infractor é passível à aplicação de processos judiciais em


vigor no País.

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


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Beira - Moçambique
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Cel: +258 823055839
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Website: www.isced.ac.mz

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual


agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Albino Jossias Maunja (MSc.), Mestre em Contabilidade e


Auditoria, Técnico de Contas

Coordenação Direcção Académica do ISCED

Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia

Revisão Científica dra. Iveth Mussilipa, licenciatura em Contabilidade e Auditoria


Linguística 2016
Ano de Publicação ISCED – BEIRA
Local de Publicação

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

ÍNDICE

VISÃO GERAL 7

Benvindo à Disciplina/Módulo de Contabilidade Financeira I .......................................... 7


Objectivos do Módulo ....................................................................................................... 7
Quem deveria Estudar este Módulo?................................................................................ 8
Como está Estruturado este Módulo? .............................................................................. 8
Ícones de Actividade........................................................................................................ 10
Habilidades de Estudo ..................................................................................................... 10
Precisa de Apoio? ............................................................................................................ 13
Tarefas (Avaliação e Auto-avaliação) .............................................................................. 14
Avaliação.......................................................................................................................... 15

TEMA I: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE I- MEIOS FINANCEIROS 17

UNIDADE Temática 1.1. Introdução às Contas da Classe I. Conceitos e Generalidades.


Principais Divisionárias. ................................................................................................... 17
UNIDADE 1.2.Conta CAIXA: Conceitos e Generalidades, Movimentação. Gestão de Caixa.
Funcionamento do Fundo Fixo de Caixa. ........................................................................ 19
UNIDADE 1.3. Conta de Bancos: Conceitos e Generalidades. Movimentação. Funcionamento
do Fundo Fixo de Caixa. ................................................................................................... 25
Unidade 1.4. Conta 1.3-Outros Instrumentos Financeiros ............................................. 30
Sumário............................................................................................................................ 31
1.5 Exercícios de AUTOAVALIAÇÃO ................................................................................. 44

TEMA II: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE II- INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS 49

UNIDADE 2.1.Introdução às Contas da Classe II. Conceitos e Generalidades. Principais


Divisionárias..................................................................................................................... 49
Unidade 2.2. Conta 2.1- Compras: Generalidades, Esquema de Movimentação. .......... 53
Unidade 2.3- Estudo da Conta 2.2- Mercadorias ............................................................ 56
Unidade 2.4- Estudo das Contas 2.8- Regularização de Inventários e 2.9- Reajustamento de
Inventários ....................................................................................................................... 64

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Sumário............................................................................................................................ 67
UNIDADE 2.5: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................. 67

TEMA III: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE III - INVESTIMENTOS DE CAPITAL 73

UNIDADE 3.1.Introduçao às Contas da Classe III. Conceitos e Generalidades. Contas


Divisionárias..................................................................................................................... 73
Unidade 3.2.Estudo da Conta 3.1- Investimentos Financeiros ....................................... 75
Unidade 3.3-Estudo Das contas 3.2- Activos Tangíveis, 3.3- Activos Intangíveis 3.8
Amortizações Acumuladas E 3.9- Imparidades ............................................................... 81
Sumário............................................................................................................................ 89
UNIDADE 3.5: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................. 89

TEMA IV: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE IV- CONTAS A RECEBER, CONTAS A PAGAR E
ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS 91

Unidade 4.1. Introdução das Contas da Classe IV- Conceitos e Generalidades. Contas
Divisionárias..................................................................................................................... 91
Unidade 4.2.Estudo da Conta 4.1- Clientes ..................................................................... 92
Unidade 4.3.Estudo da Conta 4.2- Fornecedores ........................................................... 98
Unidade 4.4. Estudo da Conta 4.3- Empréstimos Obtidos ............................................102
Unidade 4.5. Estudo da Conta 4.4- estado ....................................................................106
UNIDADE 4.6. Conta 4.9- Acréscimos e Diferimentos ................................................... 117

TEMA V: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE V: CAPITAL PRÓPRIO 121

UNIDADE 5.1. Introdução das Contas da Classe V- Conceitos e Generalidades. Contas


Divisionárias................................................................................................................... 121
Unidade 5.2.Estudo Da Conta 5.1- Capital ....................................................................124
Unidade 5.3.Estudo da Conta 5.2- Acções/Quotas Próprias .........................................127
Unidade 5.4.Estudo da Conta 5.4- Prémio de Emissão .................................................129
Unidade 5.5.Estudo da Conta 5.5- Reservas .................................................................130
Unidade 5.6.Estudo da Conta 5.9- Resultados Transitados ..........................................133
Sumário.......................................................................................................................... 134

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

UNIDADE 5.7: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................ 135

TEMA VI: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE VI- CONTAS DE GASTOS E PERDAS 139

Unidade 6.1. Introdução das Contas da Classe VI- Conceitos e Generalidades. Contas
Divisionárias................................................................................................................... 139
Unidade 6.2. Estudo da conta 6.1- Custo de Inventários Vendidos ou Consumidos ....141
Unidade 6.3. Estudo da Conta 6.2- Custo com Pessoal.................................................142
Unidade 6.4. Estudo da conta 6.3- Fornecimentos e Serviços de Terceiros .................144
Unidade 6.5. Estudo da Conta 6.9- Gastos e Perdas Financeiros..................................148
Sumário.......................................................................................................................... 150
UNIDADE 6.7: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................ 151

TEMA VII: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE VII- CONTAS DE RENDIMENTOS E GANHOS 152

Unidade 7.1. Introdução das Contas da Classe VII- Conceitos e Generalidades. Contas
Divisionárias................................................................................................................... 152
Unidade 7.2. Estudo da Conta 7.1-Vendas ....................................................................156
Unidade 7.2. Estudo da Conta 7.2-Prestação de Serviços ............................................158
Unidade 7.3. Estudo da Conta 7.6-Outros Rendimentos e Ganhos Operacionais ........159
Unidade 7.4. Estudo da Conta 7.8- Rendimentos e Ganhos Financeiros ...................... 162
Sumário.......................................................................................................................... 164
UNIDADE 7.6: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................ 165

TEMA VIII: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE VIII- CONTAS DE RESULTADOS E OPERAÇÕES DO FIM
DE EXERCICIO 166

Unidade 8.1.Contas Da Classe VIII- Resultados ............................................................. 166


Unidade 8.2.Operações do Fim de Exercício .................................................................168
Unidade 8.3.Demonstrações Financeiras ......................................................................177
Sumário.......................................................................................................................... 183
UNIDADE 8.4: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................ 183

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

VISÃO GERAL

Benvindo à Disciplina/Módulo de Contabilidade


Financeira I

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste Módulo de Contabilidade Financeira I, o


estudante deverá ser capaz de:
i. Aplicar os conceitos, princípios e regras essenciais da
Contabilidade Financeira;
ii. Pesquisar e registar as operações económico-financeiras nos
documentos de suporte recomendados;
iii. Levar a cabo as diferentes fases do ciclo contabilístico
obedecendo os princípios de acréscimo e de especialização
dos exercícios;
iv. Apurar o resultado do exercício, proceder o encerramento
de contas e elaborar as principais demonstrações
financeiras, balancetes, demonstrações de resultados e
balanço; e
v. Interpretar as operações económico-financeiras com base
nas demonstrações contabilístico-financeiras.

 Pesquisar e contabilizar as operações económico-


financeiras que afectam o património da entidade;
 Realizar operações contabilísticas e fiscais;
 Proceder o apuramento de resultados e encerramento
Objectivos
de contas;
Gerais
 Elaborar as principais demonstrações financeiras
básicas da empresa observando os preceitos legais e
fiscais aplicáveis; e
 Realizar a análise financeira básica do desempenho
económico-financeiro empresarial, aplicando as

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

principais técnicas.

Quem deveria Estudar este Módulo?

Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do


Curso de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria do
ISCED e outros do ramo da Administração Empresarial.
Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se
actualizar e consolidar os seus conhecimentos nessa
disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário
para tal se inscrever. Mas poderão adquirir este manual.

Como está Estruturado este Módulo?

Este módulo de Contabilidade Financeira I, para estudantes


do 2º ano do curso de licenciatura em Contabilidade e
Auditoria, à semelhança dos restantes do ISCED, está

Páginas introdutórias

 Um índice completo.

 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo


chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Reco
vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o
como componente de habilidades de estudos.
estruturado como se segue:

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Conteúdo desta Disciplina/Módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez com
número de unidades temáticas ou simplesmente unidades. Cada unidade
caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos.

No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporad


sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os e
avaliação.

Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros


teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas e algum
estudo de caso.

Outros Recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, num


recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitaç
processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos a
seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na bibliot
centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso c
módulos, CD, CD-ROOM e DVD. Para além deste material físico ou
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital modele para
ainda as possibilidades dos seus estudos.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
Auto-avaliação e Tarefas de Avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de ca


temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apres
características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhe
exercícios que mostram apenas respostas.

Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem


passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do p
aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será
trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos d
e subsequentemente a nota. Também constará do exame do fim do módul
caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantag

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspect
natureza científica, quer de natureza didáctico-Pedagógica, etc., sobre com
ser ou estar apresentadas. Pode ser que, graças as suas observações que,
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhora

Ícones de Actividade

Ao longo deste manual você irá encontrar uma série de


ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para
identificar diferentes partes do processo de aprendizagem.
Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova
actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de Estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender, Aprender se aprende.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Durante a formação e desenvolvimento de competências,


para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados,
implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é,
os bons resultados apenas se conseguem com estratégias
eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde
e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as
quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o
tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue:

 1º Praticar a leitura. Aprender à Distância exige alto


domínio de leitura.
 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura
corrida).
 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a
compreensão e assimilação crítica dos conteúdos
(ESTUDAR).
 4º Fazer seminário (debate em grupos), para
comprovar se a sua aprendizagem confere ou não
com a dos colegas e com o padrão.
 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas
actividades práticas ou as de estudo de caso se
existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-


tempo, respectivamente, como, onde e quando...estudar.
Como foi referido no início deste item, antes de organizar os
seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de
estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite, de
manhã, de tarde e fins-de-semana/longo da semana? Estudo
melhor com música/num sítio sossegado/num sítio

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em


cada hora, etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só
ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que
puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a
melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com
profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente


por tempo superior à uma hora. Estudar por tempo de uma
hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de
descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou
seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos
mesmos assuntos das actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o
rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula
um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em
pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos,
perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda
tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e
desespero, por se achar injustamente incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer
alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele
que estuda sistematicamente), não estudar apenas para
responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude
para a vida, sobretudo, estude pensando na sua utilidade
como futuro profissional, na área em que está a se formar.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas


e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao
tempo livre que resta, deve decidir como utilizá-lo
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao
estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto,


pois será uma necessidade para o estudo das diversas
matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas
margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que
seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e
Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições,
datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar
comentários seus relacionados com o que está a ler; a
melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à
compreensão do texto e não depois de uma primeira
leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito
cujo significado não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de Apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra


razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar
algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de
concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza,
fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc.).
Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio
ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone,
SMS, e-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes


(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a
sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância
da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso
às TICs se torna incontornável: entre estudantes, estudante –
Tutor, estudante – CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você, caro


estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com
staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central
do ISCED indigitada para acompanhar as suas sessões
presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar
assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de


30% do tempo de estudos a distância, é de muita
importância, na medida em que permite-lhe situar, em
termos do grau de aprendizagem com relação aos outros
colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou
precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de
debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (Avaliação e Auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios,


actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão
ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As
tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões
presenciais seguintes.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o


não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não
classificação do estudante. Tenha sempre presente que a
nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser
admitido ao exame final da disciplina/módulo.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de


pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente
referenciados, respeitando os direitos do autor.O plágio1é
uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição com mais de 8 (oito) palavras do testo de um
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autorais
devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor
(estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à


distância, estando eles fisicamente separados e muito
distantes do docente/tutor!? Nós dizemos: Sim é muito
possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente.

Você será avaliado durante os estudos à distância que


contam com um mínimo de 90% do total de tempo que
precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o
tempo de contacto presencial conta com um máximo de
10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante
consta detalhada do regulamento de avaliação.

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas,
sem prévia autorização.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e


aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota
de frequência para ir aos exames.

Os exames são realizados no final da cadeira/disciplina ou


módulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os
exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da
média de frequência, determinam a nota final com a qual o
estudante conclui a cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da


cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3


(três) textes, 2 (dois)Foruns e 1 (um) exame.

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão


utilizados como ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter


em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau
de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação constam do


Regulamento de Avaliação.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

TEMA I: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE I- MEIOS FINANCEIROS

UNIDADE 1.1. Introdução às contas da classe I. Conceitos e


Generalidades. Principais Divisionárias
UNIDADE1.2. Conta 1.1-Caixa
UNIDADE1.3. Conta 1.2-Bancos
UNIDADE 1.4. Conta 1.3- Outros Instrumentos Financeiros
UNIDADE 1.5. Exercícios Integrados das Unidades
Temáticas

UNIDADE Temática 1.1. Introdução às Contas da Classe I. Conceitos e


Generalidades. Principais Divisionárias.

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz


de:

 Definir: As contas da classe de Meios Financeiros;


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas dos Meios

Objectivos Financeiros;

Específicos  Saber: O movimento geral e específico das contas da Classe I-


Meios Financeiros;
 Classificar: As principais contas da classe de Meios Financeiros;
 Contabilizar: As principais operações que afectam as contas da
Classe I; e
 Aplicar: Os PCGAs relativos aos Meios Financeiros

1.1 DEFINIÇÃO DAS CONTAS DA CLASSE I- MEIOS


FINANCEIROS

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Comecemos pela definição de MEIOS FINANCEIROS:


O Plano Geral de Contabilidade (PGC)2 Define os Meios Financeiros,
como sendo os recursos líquidos de pagamento disponíveis na
empresa ou nas instituições bancárias e que a empresa pode dispor
através da movimentação das contas bancárias. Este conceito ainda
inclui os títulos negociáveis de grande liquidez (de curtíssimo
prazo), tais como, acções, obrigações, títulos de participação, entre
outros, na condição de que os mesmos constituam aplicações
financeiras realizadas pela empresa com o objectivo de negociá-los
(“revendê-los”) a curto prazo.
Resumidamente, a classe de Meios Financeiros engloba:
 Dinheiro em caixa (cofre)

 Dinheiro da empresa disponível nas instituições bancárias;

 Aplicações da empresa em títulos negociáveis de curtíssimo


prazo.

1.2 Contas Subsidiárias da Classe I- Meios Financeiros


Conforme o PGC, constituem principais contas e subcontas desta
classe as seguintes:
1.1-Caixa
1.2- Bancos
1.2.1- Depósitos à Ordem
1.2.2- Depósitos com Pré-Aviso
123- Depósitos com Prazo
1.3- Outros Instrumentos Financeiros
1.3.1-Derivados
1.3.2- Detidos para Negociação
1.3.3- Outros Instrumentos Financeiros ao Justo Valor através dos
Resultados

2
PGC-NIRF (Dec. 70/2009, de 22 de Dezembro), doravante, PGC.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

UNIDADE 1.2.Conta CAIXA: Conceitos e Generalidades, Movimentação. Gestão de Caixa.


Funcionamento do Fundo Fixo de Caixa.

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:


 Pesquisar e Registar: todas as transacções económico-financeiras
que ocorrem e que afectam a conta CAIXA nos documentos
apropriados;

Objectivos  Organizar: um sistema de gestão de CAIXA;

Específicos  Realizar: Gestão e contabilização do fundo de pequena CAIXA;


 Acompanhar: a execução dos planos económico-financeiros da
empresa, através dos fluxos de CAIXA;
 Contabilizar: Operações de CAIXA com Moeda Estrangeira;
 Entender Aplicar: Os princípios de contabilidade geralmente
aceites relacionados com esta Unidade Temática.

Definição e Enquadramento
A conta inclui os meios de pagamento líquidos e disponíveis na
empresa, tais como, moedas, notas e cheques recebidos de
terceiros (p.e, clientes).

Caracteristicas destas contas do meio Circulante Financeiro


Estas contas aumentam pelos debitos e diminuem pelos creditos.

Graficamente, podemos representar os movimentos da conta 1.1-


caixa como segue:

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

D 1.1- Caixa C
+Extensão
(saldo) inicial - Pagamentos
+Recebimentos

Nota : O saldo desta conta deve ser sempre devedor ou, no


mínimo, nulo e nunca e credor.

Gestão de Caixa: Fundo Fixo de Caixa


O controlo e conferência periódica de caixa são atribuídos à uma
pessoa (tesoureiro) a quem cabe todas as responsabilidades pelos
pagamentos e recebimentos de caixa.

Para o controlo dos movimentos efectuados com os valores em


caixa, o tesoureiro utiliza uma folha de caixa (diário/razão auxiliar
de caixa), que pode adoptar o seguinte formato:

Conta
Data Operações Entradas Saídas
Contrapartida

Total

Resumo dos movimentos de caixa


Saldo Inicial

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
Mais: Entradas
Menos: Saídas
Saldo Final

Nota: Este formato pode variar conforme as necessidades de


informação da empresa.

O recibo e Venda a Dinheiro (VD) constituem os documentos-base


para a movimentação de caixa, sendo o elemento comprativo do
pagamento através de caixa.

Funcionamento do Fundo Fixo de Caixa (Caixa-Pequena)


Como uma das medidas de controlo interno, as empresas evitam
misturar os recebimentos e pagamentos por caixa geral e, para tal,
criam o Fundo Fixo de Caixa ou simplesmente, Fundo de Caixa-
Pequena.

O Fundo Fixo de Caixa ou Caixa-Pequena: representa os meios


monetários atribuídos a secções ou pessoas específicas, com a
finalidade de suprir pequenas despesas. A caixa- pequena é
reforçada periodicamente pela apresentação, junto da caixa
principal, dos documentos comprovativos das despesas efectuadas.

Como funciona o Fundo Fixo de Caixa?


Como já nos referimos atrás, o controlo e conferência de caixa são
atribuídos à uma pessoa a quem serão exigidas todas as
responsabilidades dos valores à sua guarda (p. e, “caixa”,
“tesoureiro”). Para suprir pequenas falhas, poderá ser atribuído a
esse responsável um subsídio mensal, além do ordenado,
designado “subsídio para falhas”/”abono para falhas”, com o qual
deverá cobrir as falhas ou faltas que se verificarem nos valores à
sua guarda.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

A regularização do fundo fixo é feito, contabilizando os gastos


(conta – 6x), sendo estes corrigidos no final do período
contabilístico com base no inventário a efectuar para o efeito.

Movimentos Contabilísticos com Caixa-Pequena


a) Constituição do fundo de Caixa

D 1.1- Caixa-Geral C
D 1.1.1- Pequena-Caixa C
xxx
xxx

Periodicamente, ou sempre que a importância em causa se


encontre integral ou parcialmente utilizada, o fundo é reposto.

Com a apresentação dos documentos ao tesoureiro o empregado


responsável pelo fundo (caixa-pequena) recebe a importância
correspondente, ficando, deste modo, com o fundo reposto.

a) Reposição do Fundo

D 1.1.1- Pequena- Caixa C


D 6X-Gastos (Despesas) C
xxx
xxx

22
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Valorimetria das Disponibilidades em Moeda Estrangeira


As disponibilidades em moeda estrangeira devem ser
contabilizadas ao câmbio do dia. No final do exercício, devem ser
expressas no balanço ao câmbio em vigor nessa data.

A diferença originada pela alteração do câmbio, aumentará ou


diminuirá o saldo de caixa. As perdas ou ganhos são de natureza
financeira, consequentemente, no final do exercício há que
efectuar a regularização.

O tratamento contabilístico referido anteriormente é aplicável


tanto para a conta caixa (1.1) assim como para a conta de bancos
(1.2.1).

Assim, pelas perdas financeiras, teríamos o seguinte lançamento na


razão da empresa:

D 1.1/2Disponibilidades C
D 6.9.4- Dif. Cambiais Desfav. C
Xxx
xxx

Pelos possíveis ganhos financeiros, teríamos o seguinte lançamento


na razão da empresa:

D 1.1/2-Disponibilidades C D 7.8.4- Dif. Cambiais Favoráveis C

xxx xxx

23
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Exemplo ILUSTRATIVO 1:
Suponha que em 31/12/N, a empresa "ALFA, Lda.", dispunha, em
caixa, o valor de 152.000,00, constituídos pelas seguintes moedas
estrangeiras (ME), conforme o câmbio vigente aquando da sua
aquisição:

Moedas Valor (ME) Taxa de Câmbio (MT) Valor em MT


Dólares (USD) 1.000,00 40,00 40.000,00
Euros (EUR) 2.000,00 50,00 100.000,00
Rands (ZAR) 4.000,00 3,00 12.000,00
Total 152.000,00

No entanto, em 31/12/N, as taxas de câmbio são as seguintes:


Moedas Valor (ME) Taxa de Câmbio (MT) Valor em MT
Dólares (USD) 1.000,00 42,00 42.000,00
Euros (EUR) 2.000,00 55,00 110.000,00
Rands (ZAR) 4.000,00 3,50 14.000,00
Total 166.000,00

Pedido:
a) Proceda a contabilização no diário da empresa "ALFA" da
regularização das diferenças cambiais, para que a escrita desta
empresa espelhe a sua real situação financeira, em 31/12/N.

24
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Resolução:
Local---, 02/01/N
1) 1.1- Caixa
a 7.8- Rendimentos e ganhos financeiros
7.8.44-Diferenças de câmbio favoráveis
P/ Regularização das diferenças de
câmbio 14.000,003
Total 14.000,00

UNIDADE 1.3. Conta de Bancos: Conceitos e Generalidades. Movimentação.


Funcionamento do Fundo Fixo de Caixa.

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:


 Conhecer: Os conceitos básicos relativos a conta BANCOS;
 Pesquisar e Registar: todas as transacções económico-financeiras
que afectam a conta BANCOS nos documentos apropriados;

Objectivos  Elaborar: A reconciliação bancária periódica;

Específicos  Contabilizar: Operações envolvendo a Moeda Estrangeira;


 Calcular e Contabilizar: Os juros das aplicações financeiras;
 Entender Aplicar: Os princípios de contabilidade geralmente
aceites relacionados com esta Unidade Temática.

Estudo da Conta 1.2-Bancos


Segundo o PGC, esta conta compreende os meios de pagamento de
que a empresa pode dispor através da movimentação das suas
contas bancárias e, também, aplicações de tesouraria de curto
prazo de disponibilidade imediata, p.e, depósitos a prazo.

3
(166.000-152.000)=14.000,00

25
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Principais Subcontas da Conta 1.2-Bancos

As principais subcontas desta conta são:


1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à ordem
1.2.2 Depósitos com pré-aviso
1.2.3 Depósitos a prazo

Conta 1.2.1- Depósitos à Ordem


Regista os meios de pagamentos disponíveis em contas bancárias à
vista (também chamadas contas com movimento).

Esquema de Movimentação da Conta 1.2.1- Bancos- Depósitos à


Ordem
O esquema a seguir, ilustra os principais movimentos a débito e a
crédito desta conta:

D 1.2.1- Bancos- Depósitos à Ordem C


- Saldo inicial - Pagamentos
- Depósitos de numerário - Transferência a 3°s
R - Depósitos de cheques - Cheques devolvidos
e - Transferência de 3°s - Juros devedores
s - Juros credores - Desconto de letras
u - Descontos de títulos - Despesas bancárias
m
Resumindo, a conta "depósitos à ordem", geralmente, debita-se
pelos depósitos feitos pela empresa e por terceiros, por
contrapartidas diversas (p.e, 1.1-caixa e 4.1-clientes) e credita-se
pelos levantamentos ou pagamentos realizados por contrapartida,
p.e, de 4.2, 6.2, 6.3, etc.

26
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Em todas operações bancárias acima, importa destacar duas datas,


nomeadamente:
 Data de movimento: Data em que o movimento é
efectuado pelo banco.

 Data-valor: Corresponde à data em que o movimento é


reportado, afigurando com a data mais relevante para
efeitos de contagem dos juros e para o controlo do saldo.

Nota: Normalmente, o saldo desta conta deve ser devedor


contabilidade da empresa e credor na do banco.

(Re) Conciliação Bancária


Para os contabilistas e gestores, é importante verificar os registos
contabilísticos no final de cada período (p.e, mês), através da
realização das reconciliações bancárias. O extracto bancário deve
ser comparado com o livro de registo de movimentos bancários da
empresa, para apurar e justificar as possíveis diferenças entre
ambos.

A Conciliação (ou Reconciliação) Bancária é uma técnica


contabilística que tem por objectivo apurar, justificar e rectificar as
possíveis diferenças que possam existir entre os movimentos e
saldos entre os registos da empresa e o controlo do banco sobre a
mesma conta bancária da empresa.

Uma das possíveis rectificações a fazer é quando os saldos das


contas de depósitos à ordem não são iguais aos dos extractos
bancários, neste caso, ter-se-á que realizar a respectiva
reconciliação bancária.

27
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Para o efeito, o saldo do extracto bancário terá que ser reajustado


pelos valores contabilizados pela empresa e ainda não
contabilizados pela instituição bancária e, analogamente, o saldo da
conta de depósitos à ordem da empresa deve ser reconciliado
tendo por base os valores contabilizados pelo Banco e ainda não
contabilizados pela empresa.

Modelo de Reconciliação Bancária

Empresa:
Banco: Conta N°:
Saldo do Extracto Bancário
Menos: Créditos da Empresa não considerados
p/ banco
..... (detalhar)
Mais: Débitos da Empresa não considerados
pelo banco
.... (detalhar)
Menos: Créditos do banco não considerados
pela empresa
.... (detalhar)
Mais: Débitos do banco não considerados pela
Empresa
.... (detalhar)
Saldo bancário reconciliado
Saldo da empresa
Diferença
Saldo da empresa reconciliado

Data: ....../....../......
Assinatur(a):..............................

28
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Para efeitos da realização da conciliação bancária, utilizaremos o


dispositivo seguinte (mas, cuidado, este não é o único formato ou
modelo utilizado para apresentar a reconciliação bancária).

Conta 1.2.3-Depósitos a Prazo (DP)


É uma conta do activo, que possui saldo devedor ou nulo. Reúne os
depósitos aplicados com periodicidade inferior a um ano, com o
objectivo de aplicar o excesso de tesouraria e ganhar juros. Assim,
o depósito a prazo é constituído geralmente para aplicar o excesso
momentâneo de tesouraria.

Esquematicamente:

D 1.2.3- Bancos- Depósitos a Prazo (DP) C


- Constituição do DP - Liquidação do DP

Na movimentação desta conta, há a identificar 2 (dois) momentos


importantes, nomeadamente:
 Constituição do depósito.
 Liquidação do depósito a prazo (vencimento).

Vejamos, a seguir, os dois momentos através do exemplo ilustrativo


6:

29
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 1.4. Conta 1.3-Outros Instrumentos Financeiros

Conforme o PGC, nesta conta estão reunidas as aplicações de


Tesouraria resultantes dos seus excedentes. Os títulos negociáveis,
como também são conhecidos, é uma conta do activo que destina-
se ao registo dos valores mobiliários cujo horizonte temporal seja
inferior a 1 (um) ano (para a negociação no mercado secundário).

Exemplos de Títulos Negociáveis: Acções e obrigações.

 Acção – Corresponde a uma fracção do capital da empresa


(sociedade anónima) identificativo de uma parte do seu
património.

 Obrigação – Corresponde a um título de dívida emitido pela


empresa ou pelo estado mediante o qual os mesmos se
obrigam ao respectivo reembolso e pagamento de juros.

Contabilização dos Títulos Negociáveis


O tratamento contabilístico dos títulos negociáveis assemelha-se ao
dos depósitos a prazo.

De acordo com o PGC, as subcontas de 1.3- Outros Instrumentos


Financeiros, por contrapartida de 1.1/1.2.1 ou 4.6, conforme seja a
pronto pagamento ou crédito e debitam-se pela aquisição dos
títulos mobiliários (acções e obrigações), e creditam-se pela sua
alienação ou resgate.
Ora vejamos através do exemplo N*7:

Notas importantes:
 A aquisição dos títulos negociáveis, geralmente é antecedida da
respectiva subscrição pública (compromisso de compra).

30
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 A emissão dos títulos negociáveis pode ser ao par (pelo seu valor
nominal), acima do par (com prémio) e abaixo do par (com
desconto).
 Na alienação, pode haver ganhos ou perdas financeiras, conforme o
valor de venda seja superior ou inferior ao valor nominal.

Sumário

Nas Unidades Temáticas do TEMA I, estudamos e discutimos


fundamentalmente os seguintes aspectos:

Nas Unidades Temáticas anteriores (1.1 a 1.5), estudamos e


discutimos fundamentalmente 8 (oito) aspectos fundamentais
relativos à Contabilidade Financeira, nomeadamente:
1. Conceitos Básicos sobre as Contas da Classe I- Meios
Financeiros;
2. Contas e Divisionárias das Contas da Classe I-Meios
Financeiros;
3. Contabilização de transacções que afectam as contas da
Classe I-Meios Financeiros;
4. Operações financeiras relacionadas com os Meios
Financeiros;
5. Conferência e preenchimento da folha de caixa;
6. Operações com moedas estrangeiras;
7. Elaboração da conciliação bancária periódica; e
8. Cálculo e contabilização de juros resultantes de
aplicações financeiras de curto prazo.

31
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Exemplo ILUSTRATIVO 2 Sobre Caixa:


O saldo de caixa da Empresa “ABC, Lda.”, em 30/06/N era
constituído pelos seguintes elementos, em MT:
 Cheques..................... 24.000,00
 Moedas e Notas...........8.000,00

Durante o mês de Julho de N, tiveram lugar os seguintes factos


contabilísticos (resumidos):
 Cobranças a clientes....................................128.500,00
 Depósitos de cheques..................................130.000,00
 Pagamento de despesas diversas....................3.500,00
 Levantamento para reforço do fundo fixo......5.000,00

Local---, aos 31 de Julho de N


1) 1.1- Caixa
a 4.1- Clientes
4.1.1- Clientes, c/c
P/ cobrança a clientes 128.000,00
___x____
2) 1.2- Bancos
1.2.1- Depósitos à Ordem
a 1.1- Caixa
P/ Depósito de valores 130.000,00
_____x____
6.3- Fornecimentos e serviços de
3) terceiros
a 1.1- Caixa
P/ Pagamento de despesas variadas 3.500,00
____x_____
4) 1.1- Caixa
a 1.2-Bancos

32
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
1.2.1- Depósitos à Ordem
A
P/ reforço do fundo fixo de caixa 5.000,00
s
Total 266.500,00
s
im, pretende-se:
a) Lançamentos no diário da empresa dos movimentos
registados durante o mês de Julho de N.
b) Determinação do saldo de caixa em 31/07/N.

Resolução:
a) Lançamentos no diário:

b)Determinação do saldo de caixa em 31/07/N (Folha de Caixa):


Movimentos/Operações Entradas Saídas
Saldo inicial 32,000.00
Cobranças a clientes 128,500.00
Depósitos de valores 130,000.00
Pagamento de despesas 3,500.00
Reforço de caixa 5,000,00
Total 160,500.00 133,500.00

Resumo dos movimentos de caixa


Saldo Inicial 32.000,00
Entradas 128,500.00
Saídas (133,500.00)
Saldo Final 27,000.00

Exemplo ILUSTRATIVO 3 Sobre caixa pequeno:

Considere que a direcção da empresa "ABC, Lda.", para fazer face a


pequenas despesas cada vez mais frequentes, decidiu constituir um

33
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

fundo fixo de caixa, no valor de 10.000,00. No dia 02/01/N, passou-


se o cheque n° 746477, pelo referido valor.

No dia 07/01/N, o tesoureiro apresentou os seguintes documentos


comprovativos da utilização do fundo:
 VD n° 4916, pela compra de material de escritório....... 1.400,00
 VD n° 7849, p/compra de agrafador (imobilizado).........4.200,00
 Vale de viagem do director financeiro em serviço.......…3.000,00

No mesmo dia, realizada a conferência de caixa e aprovados os


documentos comprovativos, procedeu-se à reposição e reforço de
caixa, por cheque n° 746489.

Pede-se:
a) Lançamentos no diário empresa, da constituição, reposição e
reforço do fundo fixo de caixa.

Resolução:
Local---, 02/01/N
1) 1.1-Caixa
1.1.1-Caixa-Pequena (Fundo Fixo de
Caixa)
A 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos a ordem
P/ constituição do fundo fixo de caixa 10.000,00
2) Dia 07/01/N
Diversos
A 1.1 –Caixa
1.1.1-Caixa-Pequena (Fundo Fixo de
Caixa)
P/ reposição

34
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

3.2.2- Equipamento básico 4.200,00


6.3.2.2.8 Deslocações e estadias 3.000,00
6.3.2.1.6 Material de escritório 1.400,00 8.600,00
3) __x__
1.1-Caixa
1.1.1-Caixa-Pequena (Fundo Fixo de
Caixa)
A 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
P/ constituição do fundo fixo 8.600,00
Total 27.200,00

Exemplo ILUSTRATIVO 4 sobre Bancos:


Considere que a empresa “BETA, Lda.”, apresentava, em 02/01/N,
na sua conta à ordem do banco "B2B, SA", 210.500,00.

Durante o mês de Janeiro/N, ocorreram os seguintes factos


patrimoniais:
 Dia 5: Cheque n° 8719, no valor de 158.500,00, a favor do
fornecedor Andrade M. Andrade.
 Dia 18: Cheque n° 8720, no valor de 10.000,00, para
constituição do fundo fixo de caixa.
 Dia 24: Clientes pagam 230.000,00 por transferência
bancária.
 Dia 31: Nota de débito (ND) n° 90911 do banco ʺB2B,SAʺ,
referente a despesas bancárias de impressão do livro de
cheques, no valor de 500,00.

Pretende-se:

35
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

a) Lançamento no diário de controlo bancário da empresa das


operações acima descritas.
b) Saldo final de bancos, em 31/01/N.
Resolução:
a) Lançamentos no diário de bancos da empresa:

Local, 05/01/N
1) 4.2- Fornecedores
4.2.1- Fornecedores, c/c
a 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos à ordem
P/ Pagamento a fornecedores 158.500,00
2) Dia 18
1.1-Caixa
1.1.1-Caixa pequena
a 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos à ordem
P/ constituição do fundo fixo 10.000,00
3) Dia 24
1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos à ordem
a 4.1-Clientes
4.1.1-Clientes, c/c
P/ pagamento de clientes 230.000,00
4) Dia 31
6.9-Gastos e perdas financeiros
6.9.8.1 Serviços bancários
a 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos à ordem
P/ serviços bancários 500,00

36
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Total 399.000,00

b) Saldo da conta 1.2.1-bancos-depósitos à ordem (razão auxiliar de


bancos), em 31/12/N:

Data Descrição Movimentos Saldos


Débitos Créditos Devedor Credor
02/01/N Saldo inicial 210.500,00
05/01/N Cheque n°8719 158.500,00 52.000,00
18/01/N Cheque n°8720 10.000,00 42.000,00
24/01/N Pgto. De clientes 230.000,00 272.000,00
31/01/N Serviços bancários 500,00 271.500,00

Exemplo ILUSTRATIVO 5 Renconciliação Bancaria:


O saldo da conta Depósitos à Ordem da empresa “GAMA, Lda.”, em
30/11/N é de 844.138,50. Todavia, o extracto da conta bancária,
relativo à mesma data, indica um saldo de 873.457,00.
Sabe-se, no entanto que:
 Em 30/11/N, remeteu-se para o banco receitas no valor de
184.620,00, verba esta que não constava no extracto;

 Um cheque emitido pelo cliente “ABC, Lda.” em 29/11/N no


valor de 16.000,00 e depositado na mesma data, figura no
extracto com a indicação de não possuir provisão; este crédito
já foi lançado na conta do cliente;

37
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Até 31/10/N não tinham sido apresentados para pagamento os


seguintes cheques:
Nº 821 13.560,00 Nº 882 14.000,00 Nº 886 1.140,00
Nº 828 400,00 Nº 884 32.510,00 Nº 887 5.250,00
Nº 865 6.225,00 Nº 885 10.565,00

 Todos os cheques constam do extracto de conta de Novembro,


excepto os números 828 e 865.

 Dos cheques emitidos em Novembro, não figuram no extracto


deste mês os seguintes:

Nº 924 7.000,00 Nº 941 1.146,00 Nº 944 9.500,00


Nº 940 10.500,00 Nº 943 82.670,00 Nº 945 77.615,00

 Consta um cheque devolvido no valor de 34.000,00, sacado


sobre a empresa "C. Munhava, Lda.".

 Nos depósitos consta o recebimento da factura nº 8975 sobre o


cliente “XYZ, Lda.”, no valor de 69.000,00; nos débitos da
empresa, aparece uma comissão de cobrança de 100,00.
Nenhum destes movimentos está contabilizado.

 Nos débitos do extracto detectou-se o correspondente ao


fornecimento de um livro de cheques por 17,50. Esta operação
ainda não foi contabilizada nos registos da empresa.

Pretende-se:
a) A reconciliação bancária utilizando o esquema apresentado
anteriormente.

38
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

b)Lançamentos necessários para corrigir possíveis falhas de


registo (no diário geral).

Resolução

Banco:
Conta Corrente N°:
1 Saldo conforme extracto bancário 873,457.00
2 Menos: Créditos da empresa4
Cheque n° 828 - 400.00
Cheque n° 865 - 6,225.00
Cheque n° 924 - 7,000.00
Cheque n° 940 - 10,500.00
Cheque n° 941 - 1,146.00
Cheque n° 943 - 82,670.00
Cheque n° 944 - 9,500.00
Cheque n° 945 - 77,615.00 - 195,056.00

3 Mais: Débitos da empresa


Depósitos em trânsito 184,620.00
Comissão de cobrança 100.00 184,720.00

4 Menos: Créditos bancários


Recebimento da factura 8975 - 69,000.00 - 69,000.00

5 Mais: Débitos da empresa


Cheque devolvido (sem provisão) 16,000.00

4Os débitos e créditos referidos na reconciliação, são aqueles divergentes, ou seja, realizados APENAS pelo banco ou
pela empresa, sem correspondência mútua entre o banco e a empresa.

39
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
Cheque sem provisão 34,000.00
R
Custo de livro de cheques 17.50 52,017.50

6 Saldo bancário reconciliado 844,138.50


7 Saldo conforme empresa 844,138.50
8 Diferença 0.00
9 Saldo da Empresa reconciliado 844,138.50

Elaborado por:_________________ Data:____/____/N


Aprovado por: _________________ Data:____/____/N

a) Lançamentos de Rectificação (Reajustamento)5

Local---, 30/11/N
1) 4.1- Clientes
4.1.1- Clientes, c/c
a 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
P/ cheque sem cobertura 16.000,00
2) 4.1- Clientes
4.1.1- Clientes, c/c
a 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
P/ cheque devolvido s/ provisão 34.000,00
3) 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
a 4.1-Clientes
4.1.1-Clientes, c/c
P/recebimento de clientes 69.000,00

5Apenas para casos que assim o requeiram. Normalmente, os cheques em circulação, depósitos em trânsito ou erros
cometidos pelo banco, não requerem qualquer reajustamento.

40
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
4) 6.9-Gastos e perdas financeiros
6.9.8.1 Serviços bancários
a 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos à ordem
P/ serviços bancários (100,00+17,50) 117,50
E
Total 103.117,50
x

Exemplo ILUSTRATIVO 6 sobre depositos a Prazo:


Considere que, em 02/01/N, constituímos um depósito a prazo, no
banco ʺBUC, SAʺ, através do cheque n° 561538 do mesmo banco,
no valor de 100.000,00, o qual é remunerado em 20% a.a, por um
período de 6 meses.
Os lançamentos no diário seriam os seguintes:

Local---, 02/01/N
1) 1.2- Bancos
1.2.3-Depósitos a prazo
E a 1.2-Bancos
x 1.2.1- Depósitos a ordem
e P/ constituição do depósito a prazo 100.000,00
m
2) 1.2-Bancos
p 1.2.1- Depósitos a ordem
l a Diversos
o P/ vencimento do depósito a prazo
1.2-Bancos
I 100.000,0
L 1.2.3-Depósitos a prazo 0
U 7.8-Rendimentos e ganhos financeiros
S 7.8.1-juros bancários6 10.000,00 110.000,00
T Total 210.000,00

6
Juros=(100.000*20%*6/2)=10.000

41
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

RATIVO 7 sobre titulos negociaveis:


A sociedadeʺDELTA, Lda.ʺ, registando um excesso de liquidez,
decidiu realizar no exercício de N as seguintes operações:
 Aquisição, por cheque, de 2.000 acções da Sociedade ABC,
S.A., pelo preço de 100,00/cada, valor nominal.
 Compra, por cheque, de 500 obrigações de SIGMA, Lda., por
1.000,00/cada, valor nominal.
 Aquisição, por cheque, de 10.000 acções da Sociedade PAC,
S.A. por 100,00/cada, valor nominal.
 Venda de 2.500 acções da Sociedade SPAC, S.A. Preço de
cotação das acções à data: 150,00/cada. O valor fir recebido
imediatamente por transferência bancária.
 As obrigações da SIGMA pagam juros de 10%, valor recebido
por transferência bancária.

Com a informação anterior, pretende-se:


a) Registo no diário da empresa das operações efectuadas.
b) Saldo da 1.3-Outros instrumentos financeiros, em 31/12/N.

Resolução:
a) Lançamentos no diário:

Local---, ..../..../N
1) 1.3-Outros instrumentos financeiros
1.3.2-Detidos para negociação
a 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
P/ compra de acções 200.000,00
2) 1.3-Outros instrumentos financeiros
1.3.2-Detidos para negociação

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

a 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
P/ compra de obrigações 500.000,00
3) 1.3-Outros instrumentos financeiros
1.3.2-Detidos para negociação
a 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
1.000.000,0
P/ compra de obrigações 0
4) 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
a Diversos
P/ alienação de acções
1.3-Outros instrumentos financeiros
250.000,0
1.3.2-Detidos para negociação 0
7.8-Rendimentos e ganhos financeiros
125.000,0
7.8.9-Outros rend. e ganhos financeiros 0 375.000,00
4) 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos a ordem
a 7.8-Rendimentos e ganhos financeiros
7.8.1.3 Obrigações e títulos de
participação
P/ juros ganhos 50.000,00
2.125.000,0
Total 0
b) Saldo da conta 1.3- Outros Instrumentos Financeiros

43
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

1.3.Outros Instrumentos
D Financeiros C
4)
1) 200.000,00 250.000,00
2) 500.000,00
3) 1.000.000,0
0
1.700.000,0
0 250.000,00
1.450.000,00
sd)

1.700.000,00 1.700.000,00

**************************

1.5 Exercícios de AUTOAVALIAÇÃO

1.5 Exercécicios de AUTOAVALIAÇÃO

1. Defina os Meios Financeiros.


2. Qual é o principal instrumento legal de regula a prática da
Contabilidade Financeira em Moçambique?
3. Indique as principais contas (no 1º grau) da Classe I.
4. O que é uma conciliação bancária e qual é a sua finalidade?
5. Qual é o tratamento contabilístico das diferenças de câmbio das
moedas estrangeiras?
6. O saldo de caixa da Empresa “ABC, Lda.” em 31/05/N era

44
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
constituído pelos seguintes elementos, em MT:
 Cheques………………………………..38.000,00
 Notas e moedas…………………… 10.500,00
Durante o mês de Janeiro de N, tiveram lugar os seguintes factos
contabilísticos (resumos):
 Cobranças a clientes………………..………..….408.100,00
 Depósitos de valores.…………………….…….420.000,00
 Pagamento de despesas diversas……………. 2.500,00
 Levantamento para reforço do fundo fixo..5.000,00

Pretende-se:
a) Lançamentos no diário da empresa dos movimentos registados
durante o mês de Janeiro de N.
b) Determinação do saldo de caixa em 30/06/N.

2. Considere que a direcção da empresa "XYZ, Lda.", para fazer


face à pequenas despesas cada vez mais frequentes, decidiu
constituir um fundo fixo de caixa, no valor de 12.000,00. No dia
02/01/N, passou-se o cheque n° 955802 pelo referido valor.

No dia 07/01/N, o tesoureiro apresentou os seguintes documentos


comprovativos da utilização do fundo:
 VD n° 4916, pela compra de material de escritório
…….………1.800,00.
 VD n° 7849, pela compra de agrafador
(imobilizado)………….4.200,00.
 Ajudas de custo para o contabilista.....…………………………..….
2.500,00.

No mesmo dia, realizada a conferência de caixa e aprovados os


documentos comprovativos, procede a reposição e reforço de
caixa, por cheque n° 955807.

45
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Pede-se:
a) Lançamentos no diário empresa, da constituição,
reposição e reforço do fundo fixam de caixa.

3. Em 28 de Fevereiro de N, o saldo da conta de Depósitos à


Ordem da sociedade Mafarinha, Lda, no Banco BAW,SA, era de
215.548,00. Contudo, o extracto da conta bancária, relativo à
mesma data, apresentava um saldo de 177.585,00. Após algum
trabalho de reconciliação foi detectado o seguinte:
 Cheques emitidos pela empresa que até à data ainda
não foram descontados:
Nº 858312..................10.402,00
Nº 858313................305.000,00
 No extracto encontrava-se um lançamento de 375,00.
Este valor refere-se à despesa de fornecimento e
envio de um livro de cheques.
 Depósito efectuado em 28 de Fevereiro de N no valor
de 410.420,00, que não consta no extracto enviado
pelo banco.
 Crédito indevidamente efectuado pelo banco na
conta da empresa no valor de 32.500,00. A correcção
só foi efectuada pelo banco em Março.
 Ordem de transferência dada pelo cliente C.C.A, para
pagamento da n/ factura nº 9595 no valor de
22.370,00 e ainda não comunicada à empresa.
 No extracto bancário aparece um crédito no valor de
3.200,00, relativo aos juros de depósitos à ordem, e
um débito correspondente à retenção na fonte de
imposto sobre o rendimento à taxa de 20%. Esta
operação ainda não foi contabilizada pela empresa.
Pede-se:

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
a) Elabore a reconciliação bancária.
b) Calcule o saldo efectivamente disponível.
c) Lançamentos em Diário tendentes a corrigir possíveis falhas
de registo contabilístico.

4. A empresa ʺABC, Lda.ʺ, registando um excesso de liquidez,


decidiu realizar no exercício de N as seguintes operações:
 Aquisição, por cheque, de 10.000 acções da Sociedade ʺXYZ,
S.A.ʺ, pelo preço de 100,00/cada, valor nominal.
 Compra, por cheque, de 1.500 obrigações SIGMA, Lda., por
1.000,00/cada, valor nominal.
 Aquisição, por cheque, de 10.000 acções da Sociedade ʺPAC,
S.A.ʺ por 100,00/cada, valor nominal.
 Venda de 7.500 acções da Sociedade ʺPAC, S.A.ʺ Preço de
cotação das acções à data: 150,00/cada. O valor for
recebido imediatamente por transferência bancária.
 As obrigações da XYZ pagam juros de 10%, valor recebido
por transferência bancária.

Pretende-se:
a) Registo no diário das operações efectuadas.
b) Saldo da 1.3-Outros instrumentos financeiros em 31/12/N.
5. A empresa ʺALFA, Lda.ʺ, apresentava em 31/12/N, os seguintes saldos nas
contas:
 1.1- Caixa.........................................380.000,00
 1.2- Bancos......................................750.000,00
 1.3- Outros Inst. Financeiros........1.420.000,00

Na conta 1.1- Caixa, estão contabilizados 2.000 USD ao preço de


aquisição de 40,00/cada. O câmbio em 31/12/N era de 50,00/cada.

Os títulos negociáveis dizem respeito a 1.000 obrigações da

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

sociedade BETA, Lda., adquiridas por 1,000,00/cada e cotadas


em 31/12/N, a 1.420,00/cada.

No ano N+1, realizaram-se as seguintes operações;


 Compra a pronto pagamento (por cheque) de 1.500
acções da empresa BETA, SA, por 100,00/cada, valor nominal e
500 obrigações do Tesouro Público (TP), por 500,00/cada, valor
nominal.
 Venda, à vista, de 500 acções da BETA, SA, por
125,00/cada. Valor recebido por transferência bancária
 Recebimento de juros das obrigações do TP, à razão de
75,00 por cada titulo. Valor recebido por transferência bancária.

Pedidos:
a) Regularização e contabilização de todas operações que se julgarem
pertinentes.
b) Saldos actualizados das contas 1.1, 1.2 e 1.3.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

TEMA II: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE II- INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS

UNIDADE 2.1. Introdução às Contas da Classe II. Conceitos e


Generalidades. Principais Divisionárias
UNIDADE 2.2. Conta 2.1-Compras
UNIDADE 2.3. Conta 2.2-Mercadorias
UNIDADE 2.4. Conta 2.8- Regularização de Inventários
UNIDADE 2.5. Conta 2.9-Reajustamentos de Inventários
UNIDADE 2.6. Exercícios Integrados das Unidades Temáticas

UNIDADE 2.1.Introdução às Contas da Classe II. Conceitos e Generalidades. Principais


Divisionárias.

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz


de:

 Definir: As contas da classe dos Inventários e Activos Biológicos;


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas dos Inventários e

Objectivos Activos Biológicos;

Específicos  Saber: O movimento geral das contas dos Inventários e Activos


Biológicos;
 Classificar: As principais contas da classe de Inventários e Activos
Biológicos;
 Contabilizar: As principais operações que afectam as existências
em armazém; e
 Distinguir: Os Sistemas de Inventário Periódico (Intermitente) e
Permanente.

49
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Conceito de Inventários e Activos Biológicos

Os Inventários e Activos Biológicos: São todos os bens


armazenáveis adquiridos ou produzidos pela empresa e que se
destinam à venda ou a serem incorporados no processo de
produção.

Pode-se distinguir e classificar esses bens em:

 Matérias-Primas: bens que não se destinam à venda mas a


serem incorporados directamente na produção de novos
produtos.
 Matérias Subsidiárias: bens que sendo incorporados
directamente num determinado produto, concorrem directa
ou indirectamente para a sua produção.
 Produtos em Curso: aqueles que se encontram numa fase
do processo produtivo sem, no entanto, terem atingido a
fase final de fabrico, ou seja, estarem aptos para venda.
 Subprodutos e Resíduos: são produtos secundários
resultantes da produção de um principal, com baixo valor
comercial (normalmente) e não utilizáveis no processo
produtivo da empresa. São vendidos, geralmente, à medida
que se vão acumulando.
 Produtos Acabados: são os bens resultantes do processo
produtivo da empresa que, tendo atingido a sua fase final,
estão aptos para serem vendidos.
 Mercadorias: bens adquiridos para posterior vendam, não
estando sujeitos a qualquer transformação dentro da
empresa.

O conceito de ʺactivos biológicosʺ, trazido pela Normalização


Contabilística actual, acrescenta à anterior definição de existências

50
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

(meios circulantes materiais), os seres vivos, tais como animais e


plantas.

Sistemas de Inventário

a) Sistema de Inventário Permanente (S.I.P): No SIP é possível


determinar permanentemente o valor dos ʺstocksʺ em
armazém e apurar em qualquer momento os custos e os
resultados brutos obtidos nas vendas ou na produção.

Assim, o Resultado Bruto das Vendas = Vendas Líquidas -Custo das


Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas.

b) Sistema de Inventário Intermitente (S.I.I.): No SII o valor dos


ʺstocksʺ em armazém e dos resultados apurados, só é
determinável através de inventariações físicas dos valores em
armazém, efectuadas periodicamente. Para se determinar o
valor das existências e do resultado das vendas tem que se
proceder previamente à inventariação directa dos bens em
ʺstockʺ.

Neste caso, o Resultado Bruto das Vendas= Vendas Liquidas- Custo


das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas.

Sendo que o custo de vendas (CMVC) =Existência Inicial – Compras


- Existência Final

Nem todas as entidades podem optar pela utilização do SII. Existem


algumas em que a única alternativa possível é mesmo o SIP.

Critério de Valorimetria (Mensuração)


As existências são valorizadas, de acordo com o PGC, ao custo de
aquisição ou ao custo de produção, sem prejuízo das possíveis
excepções. Considera-se como custo de aquisição de um bem a

51
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

soma do respectivo preço de compra com os gastos suportados


directa ou indirectamente para o colocar no seu estado actual e no
local de armazenamento.

Principais Contas da Classe II- Inventários de Activos Biológicos

2.1 Compras
2.2 Mercadorias
2.3 Produtos acabados e intermédios
2.4 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
2.5 Produtos ou serviços em curso
2.6 Matérias primas, auxiliares e materiais
2.7 Activos biológicos

2.8 Regularização de inventários


2.9 Ajustamentos para o valor realizável líquido

Tendo em conta que as restantes contas são estudadas com maior


nível de detalhes na Contabilidade Analítica (de Gestão ou de
Custos), neste módulo iremos estudar e discutir com maior
profundidade, as contas sublinhadas.

52
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 2.2. Conta 2.1- Compras: Generalidades, Esquema de Movimentação.

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Registar: todas as transacções económico-financeiras que


ocorrem e que afectam a conta de compras nos documentos

Objectivos apropriados;

Específicos  Realizar: Gestão e contabilização de stocks; e


 Entender e aplicar: Os princípios de contabilidade geralmente
aceites relacionados com esta Unidade Temática.

Generalidades
Esta conta regista o custo das aquisições de inventários e activos
biológicos destinados a consumo ou venda. Inclui os encargos
adicionais suportados nas compras até ao local de armazenamento.

Esquema de Movimentação
De acordo o PGC actualmente em vigor, esta conta debita-se por
contrapartida das contas 1.1 – Caixa ou 1.2 - Bancos na aquisição a
pronto pagamento e da conta 4.2 – Fornecedores quando a
aquisição é a prazo. Esta conta saldará sempre por débito das
contas 2.2 – Mercadorias ou 2.6 – Matérias-primas, auxiliares ou
materiais, consoante se trate de bens adquiridos para venda ou
para transformação.

Exemplo ILUSTRATIVO 8:
A Sociedade “ALFA, Lda.” comercializa uma única mercadoria
"M" e trabalha com ciclos anuais de contabilidade, adoptando o
regime de inventário intermitente (periódico).
No dia 28/02/N, a conta de compras apresentava um saldo de
20.000,00.

53
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, 31/03/N
4.1- Clientes
1) 4.1.1- Clientes, c/c
a Diversos
P/ vendas
a 4.4.3.3.1- IVA liquidado 2.125,00
a 7.1-Vendas 12.500,00 14.625,00
2) Diversos
a 4.2- Fornecedores
4.2.1-Fornecedores, c/c
P/compras
2.1- Compras 11.000,00
4.4.3.2- IVA dedutível 1.870,00 12.870,00
4.1- Clientes
3) 4.1.1- Clientes, c/c
a Diversos
P/ vendas
4.4.3.3.1- IVA liquidado 3.094,00
7.1-Vendas 18.200,00 21.294,00
Diversos
4) a 1.1Caixa

P/compras
2.1- Compras 2.400,00
4.4.3.2- IVA dedutível 408,00 2.808,00
5) Diversos
a Diversos
P/ Fixação da existência final e

54
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
apuramento do Custo das vendas
D
2.2- mercadorias (EF) 24.000,00
u
6.1- CMVC7 9.400,00
r
33.400,00
a
a 2.1- Compras 13.400,00
n
a 2.2- Mercadorias (EI) 20.000,00 33.400,00
t
Total 84.997,00
e
No mês de Março/N ocorreram os seguintes movimentos com os
inventários:
1. Venda a prazo de 50 unidades de M por 250,00/unidade. IVA à
taxa de 17%.
2. Compra a prazo de 100 unidades de M por 110,00/unidade
pagos depois de 20 dias. IVA à taxa de 17%.
3. Venda a pronto de 65 unidades de M por 80,00/unidade. IVA
à taxa de 17%.
4. Compra a pronto de 20 unidades de M por 120,00/unidade.
IVA à taxa de 17%.
5. A inventariação física realizada no dia 31/03/N permitiu
concluir que havia em armazém nessa data mercadorias
avaliadas 24.000,00.

Pedidos:
a) Efectue os registos contabilísticos relativos aos
movimentos de inventários do mês de Março de N, no
diário.
b) Apure o resultado das vendas do primeiro trimestre de N.

Resolução:
a) Lançamentos no diário:

7
CMVC=EI+Compras-EF=20.000+13.400-24.000=9.400,00

55
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

b) RBV= Vendas- CMVC=30.700-9.400=21.300,00

Unidade 2.3- Estudo da Conta 2.2- Mercadorias

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Registar: todas as transacções económico-financeiras que


ocorrem e que afectam a conta de compras nos documentos

Objectivos apropriados;

Específicos  Realizar: Gestão e contabilização de stocks;


 Compreender: Os métodos de custeio de inventários a saída do
armazém;
 Saber: Preencher as fichas de stocks;
 Apurar e Contabilizar: O custo e o resultado bruto das vendas;
 Entender e aplicar na prática os princípios de contabilidade
geralmente aceites relacionados com esta Unidade Temática.

Generalidades

Mercadorias são bens destinados à venda sem qualquer


transformação industrial.

Esquema de Movimentação Geral da Conta 2.2

Pelo sistema de inventário intermitente, esta conta debita-se, no


início do exercício, pelo valor das existências iniciais e no fim do
exercício, pelo valor líquido das compras efectuadas durante o ano
e ainda por contrapartida da conta 2.8.2 – Regularização de
inventários, se for devedor o saldo desta conta. Credita-se, no fim
do ano, por contrapartida da conta 6.1.1– Custo dos inventários
vendidos ou consumidos e da conta 2.8.2 – Regularização de

56
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

inventários, se for credor o saldo desta conta. O saldo existente


revela o valor das existências finais em armazém.

Se for adoptado o inventário permanente, esta conta debita-se, ao


longo do ano, por contrapartida da conta 2.1.1 – Compras e
credita-se, também no decurso do ano de acordo com o critério de
periodicidade aconselhável, por contrapartida da conta 6.1.1 –
Custo dos inventários vendidos e consumidos, em conformidade
com o critério de mensuração utilizado. O saldo existente revela o
valor das existências finais em stock.

Critérios de valorimetria. Ficha de armazém (de stocks)

No Sistema de Inventário Permanente (SIP), é recomendável a


utilização da ficha de armazém para o controlo dos movimentos
dos stocks.

À saída do armazém, os inventários podem ser valorizados


obedecendo alguns critérios, nomeadamente:
 FIFO-First In, First Out - Este critério diz que o primeiros
inventarios a entrar em armazem sãoos primeiros a sair.

 LIFO-Last In, First Out - Este critério diz que o ultimo


inventario a entrar em armazem e primeiro a sair.

 Custo Médio Ponderando - Os inventários são custeados ao


custo médio dos lotes existentes em armazém.

 Custo Especifico - O critério de avaliação do preço


específico consiste em atribuir a cada unidade do estoque o
preço efectivamente pago por ela. É um critério que só pode
ser utilizado para mercadorias de fácil identificação física,
como imóveis para revenda, viaturas novas e usadas, etc.

57
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Para tal, é habilitada uma ficha para cada produto/mercadoria, que


também constitui razão auxiliar.

Modelo da ficha de armazém

Método8: Produto/Mercadoria: Unidade:


Data Descrição Entradas Saídas Existências
Quant. C.U. Valor Quant. C.U. Valor Quant. C.U. Valor

Total

Exemplo ILUSTRATIVO 9:
Vejamos, agora, os dois 1ºs critérios mais utilizados. Para facilitar a
sua compreensão, apresentaremos sete operações ocorridas na
empresa "AJM Trading, Lda.", vendedora de portas metálicas para
construção civil, tamanho ʺ2,00 m x 0,80 mʺ, e as fichas de stocks
dos critérios com as mesmas operações. Para efeitos didácticos,
apresentaremos números inteiros e ignoramos o IVA. Na venda, a
baixa é feita pelo valor de custo.
Em 05/02, adquiriu do fornecedor Pereira, Lda. 100 portas por
10.000/ cada, conforme factura n° 7.002.
Em 08/02, vendeu ao cliente ABC, Lda. 20 portas, conforme factura
n° 101.
Em 10/02, adquiriu do fornecedor Pereira, Lda. 50 portas por
11.300/cada, conforme factura n° 8.592.
Em 19/02, adquiriu do fornecedor Pereira Lda. 50 portas por
15.900/ cada, conforme factura n° 9.721.

8
FIFO, LIFO ou CMP

58
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Em 20/02, devolveu ao fornecedor Pereira, Lda. 10 portas,


conforme ND n° 115, referente a compra de 19/02.
Em 27/02, vendeu ao cliente Toto, SA, 140 portas, conforme
factura n° 102.
Em 28/02, recebeu em devolução, do cliente R. Totó, SA, 5 portas,
conforme NC n° 142.
Nota importante: Veja o preço de venda na ficha de controlo de
stocks, pois não é importante, para o controlo do stock, o preço de
venda da mercadoria, apenas o de compra.

FIFO
Adoptando esse critério para valoração dos stocks, a empresa
atribuirá às mercadorias existentes em armazém(inventário final)
os custos mais recentes.
Para entender melhor, veja as sete operações apresentadas no
início deste tópico, devidamente registadas na respectiva ficha:

MERCADORIA: PORTAS TAMANHO 2,00 x 0,80 m MÉTODO:FIFO Unicidade: Uma


Data DESCRIÇÃO ENTRADAS SAÍDAS EXISTÊNCIAS
QT C.U. Valor QT C.U. Valor QT C.U. Valor
05/02 Fact 7002 100 10.000 1.000.000 - - - 100 10.000 1.000.000
08/02 Fact 101 - - - 20 10.000 200.000 80 10.000 800.000
10/02 Fact 5.592 50 11.300 565.000 - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
130 1.365.000
19/02 Fact 9.721 50 15.900 795.000 - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
50 15.900 795.000
180 2.160.000
20/02 ND 115 (10) 15.900 (159.000) - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000

59
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

40 15.900 636.000
170 2.001.000
27/02 NC 102 - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
10 15.900 159.000 30 15.900 477.000
140 1.524.000
28/02 NC 142 - - - (5) 15.900 (79.500) 35 15.900 556.500
Totais 190 2.201.000 155 1.644.500

Comentários adicionais:
Na coluna de existências ficam evidenciadas as quantidades
existentes devidamente separadas ou identificadas pelos
respectivos custos de aquisição. À cada venda, a baixa é feita
iniciando-se pelos custos mais antigos; no caso, pelos menores
custos. Assim, através desta ficha, ficam controladas as
quantidades armazenadas sempre pelos preços mais recentes.

As devoluções de compras efectuadas aos fornecedores são


escrituradas negativamente entre parênteses na coluna das
entradas. Por outro lado, as devoluções de vendas recebidas de
clientes são escrituradas negativamente entre parênteses na coluna
das saídas. Assim, a soma da coluna das saídas corresponderá
efectivamente ao custo das mercadorias vendidas, ou seja, ao valor
das saídas líquidas.

LIFO
Adoptando este critério para valoração dos seus stocks, a empresa
sempre atribuirá às suas mercadorias em stock os custos mais

60
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

antigos, guardadas as devidas proporções com as mercadorias que


entraram e saíram do estabelecimento.
Para entender melhor, veja as sete operações apresentadas no
início deste tópico, devidamente registadas na respectiva ficha:

MERCADORIA: PORTAS TAMANHO 2,00 x 0,80 mMÉTODO: LIFO Unidade: Uma


DATA DESCRIÇÃO ENTRADAS SAÍDAS EXISTÊNCIAS
QT C.U. Valor QT C.U. Valor QT. C.U. Valor
05/02 NF 7002 100 10.000 1.000.000 - - - 100 10.000 1.000.0000
08/02 N/NF 101 - - - 20 10.000 200.000 80 10.000 800.000
10/02 NF 8.592 50 11.300 565.000 - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
130 1.365.000
19/02 NF 9.721 50 15.900 795.000 - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
50 15.900 795.000
180 2.160.000
20/02 N/NF 115 (10) 15.900 (159.000) - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
40 15.900 636.000
170 2.001.000
27/02 N/NF 102 - - - 40 15.900 636-000
50 11.300 565.000
50 10.000 500.000 30 10.000 300.000
140 1.701.000
28/02 N/NFE 142 - - - (5) 10.000 (50.000) 35 10.000 350.000
Totais 190 2.201.000 155 1.851.000

61
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Comentários adicionais:

 Observe-se que, neste caso, a coluna de existências controla


as quantidades tendo em vista os respectivos custos de
aquisição. A baixa é sempre feita pelos custos das últimas
aquisições, guardadas as respectivas proporcionalidades dos
custos de aquisição.

Qual dos vários critérios anteriores deve ser utilizado?

 NOTA: O Custo médio ponderando, não apresentado aqui,


apresenta maiores vantagens do ponto de vista de custeio real,
sobretudo quando o mercado estiver sujeito à uma grande
inflação dos preços de produtos/mercadorias. No entanto, o
Código do IR9 actualmente em vigor no País aconselha a
utilização do critério FIFO.

Exemplo ILUSTRATIVO 10 (Operações com Mercadorias):


Dados extraídos da Conta Razão da Manica Comercial, Lda., que
utiliza o sistema de inventário permanente, em 31/12/20X5:
1. Compras de Mercadorias para revenda..1.200.000,00
2. Vendas de Mercadorias..........................1.800.000,00
3. Fretes sobre as Compras.............................80.000,00
4. Devolução de compras.................................25.000,00
5. Devolução das vendas..................................90.000,00
6. Custo das vendas realizadas………………....1.025.000,00
7. Stock Inicial de Mercadorias.......................600.000,00
8. Stock Final de Mercadorias.......................750.000,00

9
Código de Imposto sobre Rendimentos

62
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Nota importante: para efeitos didácticos, ignore a incidência do


IVA suportado e liquidado.

Com base nos dados acima apresentados, pede-se:


a) O resultado bruto das vendas (RBV);
b) Contabilização das operações no diário geral-resumo de 20x5.

Local, 31/12/20x5
1) 2.2 –Mercadorias
a 4.2- Fornecedores
4.2.1 -Fornecedores, c/c
1.200.000,0
P/ compras do período 0
2) 4.2- Fornecedores
4.2.1- Fornecedores, c/c
P/ compras do período
a 2.2 –Mercadorias
P/ devolução de mercadorias 25.000,00
3) Diversos
a Diversos
P/ vendas do período
4.1- Clientes
4.1.1- Clientes, c/c 1.800.000,00
6.1- CMVC 1.025.000,00
2.825.000,00
2.2- Mercadorias 1.025.000,00
2.825.000,0
7.1- Vendas 1.800.000,00 0
4) 7.1- Vendas
a 4.1- Clientes

63
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
P/ Devolução das vendas 90.000,00
R
4.140.000,0
e
Total 0
s
Resolução:

a) RBV= Vendas líquidas-Custo das vendas

RBV= 1.800.000-1.105.00010

RBV=605.000,0011

i. Lançamentos no diário geral:

Unidade 2.4- Estudo das Contas 2.8- Regularização de Inventários e 2.9- Reajustamento
de Inventários

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Reconhecer: todas as situações económico-financeiras que


afectam o valor dos inventários em stock;

Objectivos  Realizar: Reajustamentos de stocks;

Específicos  Contabilizar: As operações de regularização e reajustamento de


stocks;
 Apurar e Contabilizar: O custo e o resultado bruto das vendas;
 Entender e Aplicar: os princípios de contabilidade geralmente
aceites relacionados com esta Unidade Temática.

10
CMV=600.000+(1.200.000+80.000-25.000)-750.000=1.105.000
11
RBV=(1.800.000-90.000)-1.105.000=605.000

64
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Generalidades
A escrituração das contas 2.8 e 2.9, tem por objectivo reajustar os
valores constantes nestas contas, para que no final do exercício
elas mostrem o seu ʺjusto valorʺ, no que respeita ao mercado.

Conta 2.8- Regularização de Inventários


Conforme o PGC, esta conta serve para registar as variações nos
inventários que não estejam relacionadas com compras, vendas ou
consumos, nomeadamente as decorrentes do registo de quebras
ou sobras anormais e saídas ou entradas de ofertas (quebras e
sobras normais).

No caso de oferta de inventários próprios será creditada por


contrapartida de 6.8.9.3 - Outros custos e perdas operacionais.
Será ainda creditada, por contrapartida de 6.8.4.2 - Perdas em
inventários. Será debitada por contrapartida de 7.6.4.2 - Ganhos
em inventários no caso de sobras anormais, ou de 7.6.4.9 - Ganhos
em inventários. No fim do exercício, os saldos são transferidos para
as contas 2.2 – Mercadorias e 2.6 – Matérias-primas, auxiliares e
materiais.

Conta 2.9- Ajustamentos para o valor Realizável Líquido


De acordo com o PGC, esta conta destina-se a registar as diferenças
relativas ao custo de aquisição ou de produção decorrentes da
aplicação dos critérios de mensuração dos inventários. Credita-se,
por contrapartida da conta 6.4.1 – Ajustamentos do período e
debita-se, pela sua anulação ou reposição, por contrapartida da
conta 7.4.1.1–Reversões do período, quando tenha decorrido mais
do que um exercício desde a data da sua constituição.

65
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Exemplo ILUSTRATIVO 11:


A empresa “DELTA, Lda.”, que se dedica-se à comercialização da
mercadoria “M1” e utiliza o sistema de inventário periódico, tinha
em armazém, em 31/12/N, 15.000 unidades de mercadorias
avaliadas em 1.500.000,00.

 Na data em referência, a empresa ofereceu 5 unidades de


mercadoria ao cliente G. Gomes, como amostra.

 Durante o inventário anual, por motivo do encerramento das


contas, detectou-se que a mercadoria em stock havia perdido o
seu valor comercial (de mercado) em 1%.

Pretende-se:
a) Lançamentos das operações descritas no diário da empresa.
b) Apresente correctamente o saldo da conta 2.2.

Resolução:

Local, 31/12/N
1) 6.8.9.3 - Outros custos e perdas oper
a 2.8- Regularização dos inventários
P/ Quebras normais 15.000,00
2) 6.4.1 – Ajustamentos do período
a 2.9- Reajustamento de inventários
P/ reajustamento de inventários 15.000,00
(1.500.000*1%=15.000,00)
3) 2.8- Regularização dos inventários
a 2.2- Mercadorias
P/ regularização dos inventários
(31/12/N) 15.000,00

66
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
Total 45.000,00

Sumário
Nas Unidades Temáticas do TEMA II, estudamos e discutimos
fundamentalmente os seguintes aspectos:
1. Conceitos Básicos sobre as Contas da Classe II- Inventários e
Activos Biológicos;
2. Principais Contas e Divisionárias da Classe II- Inventários e
Activos Biológicos;
3. Contabilização de transacções que afectam as contas da Classe
II- Inventários e Activos Biológicos;
4. Operações financeiras relacionadas com II- Inventários e
Activos Biológicos;
5. Sistemas e critérios de custeio e valorização dos stocks à saída
do armazém;
6. Apuramento e contabilização de inventários; e
7. Reajustamentos e regularização de inventários em armazém.

UNIDADE 2.5: Exercícios de


AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina os seguintes elementos:


a) Inventários
b) Activos biológicos
2. Caracterize os sistemas de inventário
3. Compare o critério FIFO e o LIFO, quanto aos valores do custo e
inventário final apurados.
4. O que o é justo valor?

67
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

5. A Empresa Comercial de Lichinga, Lda. (ECOLICHY, Lda.), dedica-


se à comercialização de uma única mercadoria ʺM1ʺ, cujas
transacções estão isentas de IVA.

Do balancete relativo ao mês de Abril de N, recolheram-se as


seguintes informações:

 Valor acumulado dos débitos 2.2 ……8.336.020,00

 Valor acumulado dos créditos 2.2 …..7.373.520,00

As existências em armazém correspondem a 175 unidades de M1


todas pertencentes ao mesmo lote de compras.

O movimento do mês de Maio de N, foi o seguinte:


 Compra a crédito de 120 unidades de M1, ao preço unitário
de 6.500,00.
 Compra de 80 unidades de M1, nas seguintes condições:
- Preço de aquisição: 6.000,00/cada;
- Pagamento a pronto, com desconto extra factura de
3%.
- Transporte e seguros por conta da ECOLICHY, Lda.,
num total de 56.000,00.
 Devolução de 20 unidades relativas á compra efectuada em
1). O fornecedor aceitou a devolução e foi enviada a
respectiva nota de crédito.
 Oferta de 10 unidades de M1 ao cliente C.
 Venda de 120 unidades de M1, ao preço unitário de
8.300,00.
 Venda de 95 unidades nas seguintes condições:
- Preço de venda.....................8.750,00/cada.
- Concessão de uma margem de comercialização,
extra-factura, de 10% sobre o preço de venda.

68
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

- Recebimento a pronto pagamento, com desconto de


2%, sobre o preço de venda.
- Quebra acidental de 15 unidades de M1.

Pedidos:
a) Elabore a ficha de armazém relativa à mercadoria M1,
utilizando como critério de valorimetria das saídas o LIFO.
b) Registe no Razão as operações descritas, supondo que:

 As existências coincidem com as determinadas na ficha de


armazém;

 A empresa procede ao apuramento do C.I.V.C.


mensalmente.
 A empresa utiliza o Sistema de Inventário Intermitente.
c) Elabore a ficha de armazém utilizando o critério FIFO e
Custo Médio Ponderado.
d) Registe as operações no Razão, supondo agora que a
empresa utiliza o Sistema de Inventário Permanente e o
critério FIFO.
6. A empresa ALFA, Lda. escritura as saídas das mercadorias pelo
processo de inventário permanente, estabelecido por meio de
etiquetas que coloca nos produtos em armazém. As existências
em 31/12/N tinham sido inventariadas em 286.300,00.

Durante o mês de Janeiro/N+1, a empresa efectuou as seguintes


compras a prazo:
 ABC........................................... 372.600,00 + 17% IVA
 XYZ............................................ 104.200,00 + 17% IVA

Neste mesmo mês, a empresa efectuou as seguintes vendas:


 BETA................................................ 180.600,00 + 17% IVA
 DELTA................................................ 286.500,00 + 17% IVA

69
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

O custo das mercadorias vendidas, apurado pelas etiquetas


destacadas dos produtos vendidos, foi o seguinte:
 ABC................................................ 150.600,00
 XYZ................................................ 238.700,00
Pedidos:
a) Registe, no Razão "T", os movimentos que achar
necessários.
b) Apuramento do valor das existências em armazém no fim
do mês de Janeiro.
c) Cálculo do Resultado Bruto das Vendas de Janeiro.

7. A empresa LINDASTAR, Lda., é uma empresa cuja actividade


consiste na comercialização do produto “PX”, com sede na
Maxixe.
Com base no quadro seguinte, referente ao ano de N, a empresa
chegou à conclusão que o critério LIFO proporciona à empresa uma
margem bruta de vendas superior em 120,00/unidade,
comparativamente com o critério FIFO.

Data Descrição Quant. C.U.


01/01/N Existência inicial........................................ 10 430,00
01/07/N Compra....................................................... 5 410,00
20/07/N Devolução de compra................................. 3 410,00
01/10/N Compra....................................................... 20 ?
02/11/N Compra....................................................... 12 440,00

Dispondo ainda da seguinte informação:


 Em 01/08/N, a empresa vendeu a pronto pagamento 8
unidades a 550,00 / cada (IVA à taxa de 17%), para cliente
C1.

70
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Em 02/12/N, a empresa vendeu a crédito 12 unidades a


580,00 / cada (IVA à taxa de 17%), para cliente C4.

Pede-se:
a) O custo unitário da compra efectuada em 01/10/N.
b) Contabilize, no razão esquemático “T”, utilizando o Sistema
de Inventário Permanente e o critério de valorimetria de
saída FIFO, os movimentos referentes às vendas atrás
discriminadas (dias 01/08/N e 02/12/N) e ainda a compra
de 01/10/N e a devolução de 20/07/N.

8. A empresa Pemba, Trading, Lda., comercializa os produtos A e


B, procedendo à comercialização em Sistema de Inventário
Permanente. Relativamente ao mês de Maio de N, conhecem-
se as seguintes informações:

PRODUTO A PRODUTO B
Descritivo P.U. Q Descritivo P.U. Q
Existência Inicial 7.000,00 1.000 Compras 10.000,00 800
Venda 13.000,00 1.000 Devol. Compras 50
Compra 8.000,00 900 Venda 12.000,00 1.000
N
Desc. Financ. 5% Devol. Vendas 100
o
Obtido 100 Desc. Comerc. concedido sobre
t
Devol. Compras 12.500,00 200 900 unid. 3%
a
Vendas 50 Quebras normais 10
s
Quebra anormal Existência Final 340

importantes:
 Valor das existências finais A+B = 7.800.000,00

71
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Valor das existências iniciais A+B = 11.000.000,00

Pedidos:
a) Contabilize no razão esquemático "T" as operações relativas
ao Produto A.
b) Qual o sistema de custeio das saídas utilizado relativamente
ao produto B? Justifique devidamente a sua resposta.
c) Apure o Resultado Bruto das Vendas.

72
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

TEMA III: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE III - INVESTIMENTOS DE CAPITAL

UNIDADE 3.1. Introdução às contas da classe III. Conceitos e


Generalidades. Contas Divisionárias
UNIDADE 3.2. Conta 3.1-Investimentos Financeiros
UNIDADE 3.3. Conta 3.2-Activos Tangíveis, Intangíveis e Imparidade
UNIDADE 3.4. Conta 3.8- Amortizações Acumuladas
UNIDADE 3.5. Exercícios Integrados das Unidades Temáticas

UNIDADE 3.1.Introduçao às Contas da Classe III. Conceitos e Generalidades. Contas


Divisionárias.

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: As contas da classe dos Investimentos de Capital;


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas

Objectivos Investimentos de Capital;

Específicos  Saber: O movimento geral das contas de Investimentos


de Capital; e
 Classificar: As principais contas da classe de
Investimentos de Capital.

Noções Gerais e Conceitos sobre Investimentos de Capital


 São bens patrimoniais activos, financeiros, corpóreos ou
incorpóreos, que a empresa utiliza como meios para a
realização dos seus objectivos, e cujo o carácter de
permanência implica uma utilização superior a um ano.

 Valorimetria dos Investimentos de Capital: registam-se


pelo custo de aquisição ou produção, de acordo com os
critérios definidos. No caso de terem vida útil limitada são

73
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

objecto de amortizações. Os activos corpóreos e


incorpóreos podem ser reavaliados, nos termos da lei.

 Os investimentos financeiros em partes de capital de filiais


e associadas podem registar-se pelo método do custo ou da
equivalência patrimonial.

Principais Contas da Classe de Investimentos de Capital

3.1 Investimentos financeiros


3.2 Activos tangíveis
3.3 Activos intangíveis
3.4 Investimentos em curso
3.5 Activos não correntes detidos para venda
3.6 Activos tangíveis de investimento
3.8 Amortizações acumuladas
3.9 Imparidade acumulada de investimentos de capital

Devido à frequência da sua utilização na empresa, iremos


aprofundar o estudo das contas 3.1, 3.2, 3.8 e 3.9.

Atenção: Isto não quer dizer que as restantes contas sejam


menos importantes, por isso, o estudante deverá estudá-las,
lendo, para o efeito, o PGC e manuais de Contabilidade
Financeira.

Esquema de Movimentação Genérica das Contas da Classe III-


Investimentos de Capital
De acordo com o PCG em vigor, as contas 3.1, 3.2.1 e 3.3,
debitam-se por contrapartida das contas 1.1- Caixa ou 1.2 -
Bancos, se a aquisição for apronto pagamento ou 4.6.1-
Fornecedores de investimentos de capital se a aquisição for a
prazo.

74
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Debitam-se, ainda, pela transferência da conta 3.4-


Investimentos em curso. Creditam-se pela sua venda ou pela
indemnização recebida por sinistros, nas contas 7.6.3.1-
Ganhos em investimentos de capital no caso de alienações ou
7.6.3.2– Ganhos em investimentos de capital no caso de
sinistros, se o resultado for positivo, ou na conta 6.8.3.1-
Perdas em investimentos de capital no caso de alienações ou
6.8.3.3- Perdas em investimentos de capital no caso de
sinistros, se o resultado for negativo.
No caso de abate, creditam-se por contrapartida da conta
3.8.2- Amortizações e se as contas não ficarem saldadas, será o
mesmo transferido para 6.8.3.2- Perdas em investimentos de
capital.

Unidade 3.2.Estudo da Conta 3.1- Investimentos Financeiros

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: Os Investimentos Financeiros;


 Classificar: Os Investimentos Financeiros de acordo a % de

Objectivos participação;

Específicos  Contabilizar: Os Investimentos Financeiros;


 Calcular e Contabilizar: Os juros e dividendos associados aos
Investimentos Financeiros; e
 Aplicar: PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conceito de Investimento Financeiro

75
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Conforme o PGC, os Investimentos Financeiros compreendem as


aplicações financeiras de carácter permanente, e os investimentos
em imóveis urbanos ou rústicos que não estejam afectos à
actividade operacional da empresa.

Um investimento financeiro é um activo detido por uma empresa


investidora para aumento da sua riqueza através da distribuição tal
como, de dividendos, juros, royalties, para a valorização do capital
ou para a obtenção de outros benefícios, tais como os obtidos
através das relações comerciais (Costa e Alves, 2008).
Para efeitos da NCRF 25, “…um instrumento financeiro é qualquer
contrato (representado por título) que dá origem a um activo
financeiro de uma entidade e a um passivo financeiro ou
instrumento de capital próprio de uma outra entidade”.

Divisionárias da Conta 3.1- Investimentos Financeiros


- 3.1.1 Investimentos em subsidiárias
- 3.1.2 Investimentos em associadas
- 3.1.3 Investimentos em entidades conjuntamente controladas
- 3.1.4 Outros investimentos financeiros
- 3.1.5 Investimentos detidos até à maturidade
- 3.1.6 Outros investimentos disponíveis para venda

Classificação dos Investimentos Financeiros de Acordo à


Percentagem de Participação e Controlo

O poder que deriva dos direitos de voto pode conduzir a quatro


tipos de situações, nomeadamente:

 Controlo exclusivo– onde a sociedade dominante tem mais


de 50% dos direitos de voto da sociedade filial, detidos

76
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

através da participação financeira, por acordos com outros


accionistas ou por contrato;

 Controlo conjunto– quando o poder de decisão é partilhado


com outras sociedades, resultante de não haver nenhum
grupo maioritário ou por acordo;

 Influência significativa– quando a sociedade pode exercer


algum poder sobre a sociedade participada, sem contudo
ser dominante. Existe a presunção que tal aconteça quando
essa participação é superior a 20% e inferior a 50%;

 Simples participação– quando a percentagem detida é


inferior a 20%, presumindo-se que não existe qualquer
influência sobre a sociedade participada decorrente dessa
participação e de outros factos que originem influência,
designadamente os contratos referidos anteriormente.

A percentagem de interesse resulta dos direitos das participações


detidas de forma directa e de forma indirecta, sendo estas obtidas
pelo processo da multiplicação sucessiva das percentagens de
participação em cada um dos níveis. Havendo participações detidas
de forma directa e indirecta, a percentagem de participação
efectiva resulta da soma das percentagens das participações.

Principais Operações e Métodos12 de Contabilização


Para a contabilização dos investimentos financeiros, temos que
destacar as principais operações relacionadas com este tipo de
investimentos:

12
Vamos abordar o método de custo. No entanto, a partir de participações com influência significativa
(P>20%), podemos utilizar o Método de Equivalência Patrimonial (MEP).

77
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

a) Subscrição das participações - Compromisso de compra

Local, ...../...../N
1) 3.1- Investimentos financeiros
3.1.X- ....(Subconta apropriada)
a 4.6- Outros credores
4.6.4- Credores por subscrição não
realizada
P/ Subscrição XXX

b) Realização da subscrição - Entrega do objecto de subscrição

Local, ...../...../N
1) 4.6- Outros credores
4.6.4- Credores por subscrição não
realizada
a 1.2.- Bancos
1.2.1- Depósitos à ordem
P/ Realização XXX

Nota: Nalguns tipos de sociedades (p.e, por quotas, a realização


pode ser em bens).

c) Alienação da participação financeira- Venda da participação


financeira

Local, ...../...../N
1) 1.2.- Bancos
1.2.1- Depósitos à ordem

78
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I
a 3.1.- Investimentos financeiros
3.1X-....(subconta apropriada)
P/ Alienação das partes de capital XXX

d) Recebimento de dividendos

Local, ...../...../N
1) 1.2.- Bancos
1.2.1- Depósitos à ordem
a 7.8- Rendimentos e ganhos financeiros
7.8.3 Rendimentos de investimentos
financeiros)
P/ Dividendos ganhos XXX

Na alienação dos investimentos financeiros, pode haver ganhos ou


perdas, os quais classificar-se-ão na componente financeira.

Exemplo ILUSTRATIVO 12:


Com o objecto de manter, a sociedade ʺM, Ldªʺ, subscreveu e
realizou (pagamento por cheque), em 2 de Janeiro de N, um lote de
10.000 acções ordinárias da sociedade ʺF,SAʺ ao preço unitário de
100,00/cada, valor nominal. A sociedade ʺF,SAʺ tem um capital
social de 5.000.000,00, representado por 50.000 acções. Em 30 de
Abril de N+1, recebeu em dividendos 5% do investimento. Em 30 de
Junho de N+1, vendeu 1.000 acções a 150,00/cada.

Pretende-se:
a) a contabilização dos factos patrimoniais ocorridos.

79
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Resolução:
Local, 02/01/N
1) 3.1- Investimentos financeiros
3.1.3- Investimentos em associadas13
a 4.6- Outros credores
4.6.4- Credores por subsc. não realizada
P/ Subscrição 1.000.000,00
02/01/N
2) 4.6- Outros credores
4.6.4- Credores por subsc. não realizada
a 1.2.- Bancos
1.2.1- Depósitos à ordem
P/ Realização 1.000.000,00
30/04/N+1
3) 1.2.- Bancos
1.2.1- Depósitos à ordem
a 7.8- Rendimentos e ganhos financeiros
7.8.3 Rendimentos de investimentos
financeiros)
P/ Dividendos auferidos 50.000,00
30/06/N+1
4) 1.2.- Bancos
1.2.1- Depósitos à ordem
a Diversos 15.000,00
P/ alienação das partes de capital
3.1- Investimentos financeiros
3.1.3- Investimentos em associadas 100.000,00
7.8.9 Outros rend. e ganhos financeiros 50.000,00 150.000,00
Total 2.215.000,00

13
% de participação/controlo=1.000.000/5.000.000=20%

80
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 3 .3-Estudo Das contas 3.2- Activos Tangíveis, 3.3- Activos Intangíveis 3.8
Amortizações Acumuladas E 3.9- Imparidades

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: Os Activos tangíveis, Intangíveis, amortizações e


Imparidade;

Objectivos  Contabilizar: As principais operações com activos tangíveis

Específicos Intangíveis e Imparidade;


 Calcular e Contabilizar: As amortizações e reintegrações dos
activos tangíveis e Intangíveis
 Aplicar: PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conceitos Fundamentais
 Activos Tangíveis– são os bens "palpáveis", isto é, com
expressão física, compreendendo entre outros, os terrenos
e recursos naturais, os edifícios e construções afectas à
exploração, as máquinas e equipamentos básicos, os
equipamentos de transporte ou rolantes, ferramentas e
utensílios e equipamentos administrativos.

 Activos Intangíveis– são aqueles que não têm existência


fisica. Com exemplo:os direitos de exploração de serviços
publicos mediante a consseção ou permissão do poder
publico, marcas e patentes, software e o fundo do comercio
adquirido.

 Imparidade- É quando a sua quantia recuperàvel é inferior à


quantia escriturada, o valor que o bem vale é inferior ao

81
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

valor de venda do bem., sendo que esta corresponde ao


maior dos seguintes valores entre o JUSTO VALOR menos
custos de vender e o VALOR DE USO14.

 Amortização dos Activos Fixos – Consiste na alocação


sistematica do valor amortizavel do activo ao longo da sua
vida útil, ou seja, o reconhecimento de perda do valor do
activo ao longo do tempo.

Deste modo, a amortização entende-se que “…é a imputação


sistemática da quantia depreciável de um activo durante a sua
vida útil.” ( NCRF 13 do PGC).

Poder-se-á determinar a quota de amortização tendo em conta


a vida útil do activo, o seu valor de aquisição e o seu valor
residual (caso o tenha). O método mais conhecido e aplicado
pela sua simplicidade é o método das Quotas Constantes,
ou seja, a quota de amortização vai-se manter estável ao
longo da vida útil do activo.
Tratamento Contabilístico dos Activos Tangíveis e Intangíveis

Amort. acti. fixos = Valor de aquisição do bem / vida util do


bem

lançamentos contabilísticos

Ora vejamos, a seguir o esquema de contabilização das principais


operações relacionadas com as contas 3.2, 33, 3.8 e 3.9:

14
Veja os conceitos de Justo Valor e Valor e Uso no glossário desses termos do PGC.

82
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

a) Aquisição do Activo Fixo a Título Oneroso (Compra):

Local, …./…./N
1) 32/2/3X-Activos tang/Intangíveis
A 1.1/2-Disponib. ou 46-Outros credores
P/ aquisição do activo “A” XXX

b) Aquisição do Activo Fixo a Gratuito (Doação):

Local, …./…./N
1) 32/2/3X-Activos tang/Intangíveis
A 589-Outras variações do capital próprio
P/ aquisição do activo “A” XXX

c) Construído pela Própria Entidade

Local, …./…./N
1) 32/3X-Activos tang/Intangíveis
A 7.3-Investimentos realizados p/ própria
empresa
P/ conclusão da obra XXX

d) Grandes Reparações/ Substituições/Adições

Local, …./…./N
1) 32/3X-Activos tang/Intangíveis
A 1.1/2- disponib. ou 46- Outros credores
P/ reparação do activo “A” XXX

83
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

e) Pequenas Reparações/ Manutenções correntes

Local, …./…./N
1) 6.3X-Fornecimentos e serviços de terceiros
A 1.1/2- disponib. ou 46- Outros credores
P/ reparação do activo “A” XXX

f) Reavaliação do Activo Fixo


Em alternativa ao Modelo de Custo Histórico, a empresa pode
optar pela utilização do Modelo de Revalorização, o qual consiste
na revisão dos valores do activo fixo e eventuais imparidades e
amortizações acumuladas.

Quando assim for, teremos os seguintes lançamentos no diário da


empresa:

Local, …./…./N
1) 32/3X-Activos tangíveis/Intangíveis
A 5.6- Excesso de reavaliação de activos
P/ reavaliação do activo “A” XXX

g) Pelas Amortizações Periódicas dos Activos Fixos

Local, …./…./N
1) 6.5- Amortização do exercício
A 3.8- Amortizações acumuladas
P/ amortização do exercício N XXX

h) Pelas Perdas por Imparidade

84
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, …./…./N
1) 6.4- Perda por imparidade
A 3.9- Imparidades acumuladas
P/ imparidade exercício N XXX

i) Pelo Abate/Alienação dos Activos Fixos


O abate ou alienação pressupõe dar baixa o activo fixo e as
eventuais amortizações e imparidades acumuladas dos registos da
empresa, independentemente de ser ou não com a venda do
mesmo.

Agora, se o activo for vendido, esta venda por originar ganhos ou


perdas em alienação, dependendo se o valor a receber for superior
ou não ao valor liquido do activo (diferença entre o custo,
amortizações e imparidades acumuladas).

Local, …./…./N
1) Diversos
A 3.2/3X-Activos tangíveis/Intangíveis
P/ imparidade exercício N XXX

Exercícios ILUSTRATIVOS 13:


Considere os seguintes factos patrimoniais relativos aos activos
fixos tangíveis e intangíveis da empresa BETA, Lda., durante o
exercício N:

1. Compra de uma viatura, à Só-Automóveis, Lda., para a


distribuição de mercadorias, no valor de 1.600.000,00, tendo

85
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

pago imediatamente 50% por cheque e o remanescente a


pagar em 60 dias, factura n° 7658.
2. Grandes reparações ao armazém da empresa, trabalho
realizado pela Construtora do Norte, Lda., no valor de
1.200.000,00+17% IVA a pagar em 30 dias, conforme a
factura n° 92103.
3. Deu-se por concluída a construção de um edifício para
escritório da empresa, no valor de 2.800.000,00, o qual vinha
sendo construído pela empresa com recursos próprios.
4. Um camião, avaliado em 3.000.000,00, foi reavaliado em alta
em 1.200.000,00.
5. Foi realizado um teste de imparidade à uma viatura avaliada
em 1.500.000,00. O relatório do perito avaliador indica que o
valor recuperável da referida viatura é de 950.000,00.
6. A conta 3.2.2- equipamentos básicos, tem um saldo de
3.200.000,00. A vida útil destes activos está estimada em 5
anos. A empresa utiliza o método de quotas constantes para
a amortização deste tipo de activos. Calcular e registar a
amortização anual.
7. Alienação de uma camioneta por 500.000,00. O custo da
viatura é de 750.000,00 e a amortização acumulada de
400.000,00. Valor a receber em 30 dias.

Pedidos:
a) Contabiliza no diário da empresa, os factos patrimoniais
descritos anteriormente.
b) Construa o mapa de amortizações e reintegrações dos
equipamentos básicos (n°6).

86
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Resolução:
a) Lançamentos no diário:

Local, 31/12/N
3.2- Activos tangíveis
3.2.4- equipamento de transporte
1) a Diversos
P/compra de uma viatura
1.2-Bancos
a 1.2.1 Depostos a ordem 800.000,00
a 4.6 Outros credores
4.6.1 Fornecedores de invest. de capital 800.000,00 1.600.000,00
2 Diversos
a 4.6- Outros credores
4.6.1- Fornecedores de invest de capital
P/ grandes reparações realizadas
3.2- Activos tangíveis
3.2.1- Construções 1.200.000,00
4.4- Estado
4.4.3.2- IVA dedutível 204.000,00 1.404.000,00
3) 3.2- Activos tangíveis
3.2.1- Construções
a 7.3- Invest. realizados p/ própria entidade
P/ conclusão da obra do armazém 2,800.000,00
4) 3.2- Activos tangíveis
3.2.4- equipamento de transporte
a 5.6- Excesso de avaliação
P/ reavaliação do camião 1,200,000,00
5) 6.4- Perda por imparidade
a 3.9- Imparidade acumulada

87
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

P/ imparidade 550.000,0015
6) 6.5- Amortização do exercício
a 3.8-Amortização acumulada
P/ amortização do exercício N 640.000,0016
7) Diversos
a Diversos
P/ alienação da viatura
3,8- Amortização acumulada 400.000,00
4.5- Outros devedores
4.5.9- Devedores diversos 500.000,00
900.000,00
a 3.2.4- Meios de transporte 750.000,00
a 7.6.3.1-Ganhos em alienação 150.000,00 900.000,00
Total 9.094.000,00

b) Mapa de amortizações e reintegrações

Anos Depreciação Valor Actual


(Final) Anual Acumulada (Contabilístico)
N 640 000.00 640 000 2.560.000
N+1 640 000.00 1.280.000 1.920.000
N+2 640 000.00 1.920.000 1.280.000
N+3 640 000.00 2.560.000 640.000
N+4 640 000.00 3.200.000 0,00
Total 3.200.000

15 Imparidade= Valor de uso (justo valor ou valor recuperável)- custo= 950.000-1.500.000= (550.000).
16 Amortiz. anual= (Custo-valor residual)/vida útil=3.200.000/5=640.000

88
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Sumário
Nas Unidades Temáticas do TEMA III, estudamos e discutimos
fundamentalmente os seguintes aspectos:
1. Conceitos Básicos sobre as Contas da Classe III- Investimentos
de Capital;
2. Principais Contas e Divisionárias da Classe III- Investimentos de
Capital;
3. Contabilização de transacções que afectam as contas da Classe
III- Investimentos de Capital;
4. Operações financeiras relacionadas com as contas da Classe
III- Investimentos de Capital; e
5. Cálculo e contabilizações das amortizações e reintegrações.

UNIDADE 3.5: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que são investimentos financeiros?


2. Quais são as principais contas que integram a classe III?
3. Explique os principais métodos de amortização de activos
tangíveis.
4. Compare o modelo de custo do da revalorização.
5. O que é uma imparidade?
6. A sociedade ʺALFA, Ldªʺ adquiriu em 25 de Janeiro de 20X5,
60.000 acções (Valor nominal de100/cada) da sociedade
ʺBETA, SAʺ pela quantia de 6.000.000 As acções foram
adquiridas por 100,00/cada e pagas totalmente no acto da
subscrição. Em 31 de Janeiro de 20x6 a ALFA recebeu
120.000, de dividendos. Em 23 de Julho de 20X6, alienaram-
se 20.000 acções por um valor total de 1.000.000.Todos os
recebimentos e pagamentos através de bancos.

89
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Pretende-se:
a) O registo respeitante aos factos patrimoniais ocorridos.

7. A sociedade ʺMEGAʺ adquiriu em 12 de Julho/N, na Bolsa de


Valores de Moçambique, através do Banco ʺBAUʺ, 40.000
acções da BETA por 400.000.0. Os capitais próprios da
associada, à data de aquisição, representavam a diferença dos
justos valores dos activos e passivos. O valor nominal das
acções é 1.0.
 Capital social.......................................400.000.0
 Reservas .............................................. 15.000.0
 Resultados transitados..........................35.000.0
Total Capitais Próprios .................... 450.000.0

Pretende-se:
a) os registos contabilísticos necessários

90
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

TEMA IV: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE IV- CONTAS A RECEBER, CONTAS A PAGAR E
ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS

UNIDADE 4.1. Introdução às contas da classe IV. Conceitos e


Generalidades. Contas Divisionárias
UNIDADE 4.2. Conta 4.1-Contas a Receber
UNIDADE 4.3. Conta 4.2-Contas a Pagar
UNIDADE 4.4. Conta 4.3- Empréstimos Obtidos
UNIDADE 4.5. Conta 4.4- Estado
UNIDADE 4.6. Conta 4.9- Acréscimos e Diferimentos
UNIDADE 4.7. Exercícios Integrados das Unidades Temáticas

Unidade 4.1. Introdução das Contas da Classe IV- Conceitos e Generalidades. Contas
Divisionárias

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: As contas da classe de terceiros (classe IV);


 Saber: Fazer o enquadramento legal e fiscal das

Objectivos contas de terceiros;

Específicos  Conhecer: as principais contas e subcontas da classe


IV;
 Saber: O movimento genérico das contas da classe IV;
 Classificar: As principais contas da classe IV.

Considerações e Conceitos Gerais


Conforme o PGC, as contas da classe IV podem ser repartidas em
dois grandes grupos :
 Contas de terceiros que registam todas as dívidas a receber
(activas) e as pagar pela empresa (dívidas passivas)

91
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Contas de acréscimos e diferimentos onde se movimentam


despesas e receitas verificadas no exercício económico, que
correspondem a custos e rendimentos do exercício
económico seguinte.

Principais Contas da Classe IV (1º grau)


4.1 Clientes
4.2 Fornecedores
4.3 Empréstimos obtidos
4.4 Estado
4.5 Outros devedores
4.6 Outros credores
4.7 Ajustamentos de contas a receber
4.8 Provisões
4.9 Acréscimos e diferimentos

Unidade 4.2.Estudo da Conta 4.1- Clientes

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de clientes;


 Classificar: As dividas com os clientes;

Objectivos  Contabilizar: As operações com clientes;

Específicos  Aplicar: PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 4.1 Clientes-Generalidades


Consideram-se clientes todos os compradores (a pronto
tanto a crédito) de bens produzidos e vendidos ou serviços
prestados pela Empresa.

92
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Assim, esta conta regista os movimentos com os


compradores de mercadorias, de produtos e de serviços.

Contabilisticamente, debita-se pelos aumentos das dívidas a


receber e credita-se pelas suas diminuições.

Desdobramento da Conta 4.1-Clientes


Esta conta desdobra-se em :

Conta 4.1.1- Clientes c/c


Que regista todo o movimento corrente efectuado pela
empresa com os seus clientes.

Debita-se pelos aumentos das dívidas correntes dos clientes,


credita-se pelas diminuições das mesmas.

Conta 4.1.2. Clientes – Títulos a receber


Inclui as dívidas de clientes que estejam representadas por
títulos ainda não vencidos, por exemplo letras.

Conta 4.1.8. Clientes de cobrança duvidosa


Para esta conta devem ser transferidas as dívidas de clientes
cuja cobrança se apresenta duvidosa, quer estejam ou não
em litígio com a empresa.

Conta 4.1.9. Adiantamentos de clientes


Esta conta regista as entregas feitas à empresa que sejam
relativas a fornecimentos a efectuar a terceiros, cujo preço
não esteja previamente fixado. Pela emissão da factura, estas
verbas serão transferidas para as respectivas contas na
rubrica 4.1.1.Clientes c/c.

93
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Movimentos Contabilísticos das Operações com a Conta 4.1-


Clientes

 Pelas vendas/prestação de serviços a prazo: Pela


facturação, debita-se a 4.1.1- Clientes, c/c por
contrapartida de 4.4.3.3-IVA liquidado (se forem
vendas/prestação de serviços sujeitas) e 7.1- vendas
ou 7.2-prestação de serviços.

Esquematicamente temos:

Local, ...../...../N
4.1- Clientes
4.1.1- Clientes, c/c
1) a Diversos
P/factura xxx
4.4.3 IVA
 E
a 4.4.3.3- IVA liquidado XXX
m
a 7.1/2 Vendas/Prestação de serviços XXX XXX
i
Emissão de Títulos a Receber
Pela emissão de títulos a receber, p.e, letras, debita-se a
4.1.2- clientes-títulos a receber e credita-se 4.1.1-clientes,
c/c.
Note-se que, geralmente, os títulos substituem as
facturas vencidas e não pagas e incluem juros.

Esquematicamente teríamos o seguinte movimento no


diário:

94
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, ...../...../N
4.1- Clientes
4.1.2- Clientes-Títulos a receber
1) a 4.1- Clientes
4.1.1-Clientes, c/c
P/ emissão de título X XXX

 Pelas Dívidas de Cobrança Duvidosa


As dívidas de cobrança duvidosa resultam de várias situações,
sendo as mais importantes as seguintes: atraso de
pagamento, morte do cliente, acção no tribunal contra o
cliente que possa conduzi-lo falência, etc.

Normalmente, esta conta debita-se por contrapartida de 4.1.1-


clientes, c/c, pelo montante das dívidas cujo recebimento se
mostre duvidoso.

Esquematicamente:

Local, ...../...../N
4.1- Clientes
4.1.8- Clientes- de cobrança duvidosa
1) a 4.1- Clientes
4.1.1-Clientes, c/c
P/ clientes de cobrança duvidosa XXX

 Adiantamento de Clientes
Como já nos referimos atrás, esta conta regista as
entregas (de valores) feitas à empresa que sejam
relativas a fornecimentos a efectuar a terceiros, cujo

95
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

preço não esteja previamente fixado. Pela emissão da


factura, estas verbas serão transferidas para as
respectivas contas na rubrica 4.1.1.Clientes c/c.

Esquema de movimentação:

Local, ...../...../N
1.1/2- Disponibilidades
a 4.1 Clientes
E
1) 4.1.9- Adiantamento de clientes
x
P/ adiantamento do cliente C1 XXX
e

Exemplo ILUSTRATIVOS 14:

Para elucidar a contabilização das operações com clientes,


consideremos as seguintes transacções realizadas pela empresa
ALFA, Lda., durante o mês de Fevereiro de N:

1. Vendemos ao cliente C1, mercadorias no valor de


200.000,00+17% IVA, conforme n/ factura 112.
2. Pelas facturas 89, 94 e 104, vencidas, o cliente C5 aceita letra
L18, a 30 dias, no valor total de 430.000,00.
3. O saldo do cliente C11, 327.000,00, está em mora há mais de 6
meses e o mostra-se incapaz de pagar a divida.
4. Recebemos do n/cliente C2, 600.000,00, por conta de
fornecimentos feitos sem preço fixado.
5. Enviamos a factura 172, ao cliente C2, pela operação anterior.
Pretende-se:
a) Lançamentos no diário da empresa inerentes as operações
acima descritas.

96
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Resolução

Local, 28/02/N
1) 4.1-Clientes
4.1.1-Clientes, c/c
a Diversos
P/ factura 112
4.4.3.3- IVA liquidado 34.000,00
7.1- Vendas 200.000,00 234.000,00
2) 4.1-Clientes
4.1.2-Clientes-Titulos a receber
a 4.1-Clientes
4.1.1-Clientes, c/c
P/ letra L18 430.000,00
3) 4.1-Clientes
4.1.8-Clientes de cobrança duvidosa
a 4.1-Clientes
4.1.1-Clientes, c/c
P/ clientes de cobrança duvidosa 327.000,00
4) 1.1- Caixa
a 4.1-Clientes
4.1.9-Clientes de cobrança duvidosa
P/ adiantamento do cliente C2 600.000,00
5) 4.1-Clientes
4.1.9-Clientes de cobrança duvidosa
a 7.1- Vendas
P/ factura 172. 600.000,00
Total 2.191.000,00

97
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 4.3.Estudo da Conta 4.2- Fornecedores

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de fornecedores;


 Classificar: As dívidas com os fornecedores;

Objectivos  Contabilizar: As operações com fornecedores;

Específicos  Aplicar: PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Segundo o PGC, esta conta regista os movimentos com os


vendedores de bens e de serviços, com excepção dos destinados ao
imobilizado.

Esta conta engloba todas as dívidas a pagar, resultantes da compra


de bens e serviços utilizados ou consumidos pela empresa no
exercício da sua actividade normal.
Contabilisticamente, é creditada pela sua extensão inicial e pelos
aumentos das dívidas a pagar e debitada pelas diminuições das
mesmas, sendo esta conta aumenta pelos creditos e diminui pelos
creditos.

Tal como a conta de clientes, esta conta deve considerar-se uma


conta mista ou bipolar. Esta conta desdobra-se em:
 Conta 4.2.1. Fornecedores c/c - Engloba os creditos
correntes a fornecedores, isto é, dívidas resultantes de
aquisições já recepcionadas e conferidas e que, entretanto,
não tenham sido tituladas por letras.

98
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Conta 4.2.2. Fornecedores – Títulos a pagar- Inclui as


dívidas a fornecedores que se encontram representadas por
letras ou outros títulos de crédito.
Conta 4.2.9. Adiantamentos a fornecedores
Regista as entregas feitas a empresa com relação a fornecimentos a
efectuar a terceiros, cujo preço não esteja previamente fixado. Pela
recepção da factura, estas verbas serão transferidas para as
respectivas contas na rubrica 4.2.1. Fornecedores – Fornecedores
c/c.

Tratamento Contabilístico das Operações com Fornecedores

 Pelas compras de bens ou serviços de terceiros

Esquematicamente, temos:

Local, ...../...../N
Diversos
a 4.2- Fornecedores
1) a 4.2.1-Fornecedores, c/c
P/Compra de mercadorias, fact.ʺTTTʺ
2.1 compras/2.2- mercadorias17 XXX
4.4.3.2IVA dedutível XXX XXX

 Pela aceitação de Letras a Pagar, teríamos:


Pela emissão de títulos a receber, p.e, letras, debita-se a 4.2.1-
fornecedores, c/c e credita-se a 4.2.2- fornecedores- títulos a
pagar.

17
Preste-se atenção ao Sistema de inventário em uso na empresa. Se for SII utilizaremos a conta 2.1-compras
e se for SIP, utilizaremos a conta 2.2- Mercadorias.

99
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Tal como em clientes, note-se que, geralmente, os títulos


substituem as facturas vencidas e não pagas e incluem juros.

Esquematicamente teríamos o seguinte movimento no diário:

Local, ...../...../N
4.2- fornecedores
4.2.1- Fornecedores, c/c
1) a 4.2- Fornecedores
a 4.2.2-fornecedores-titulos a pagar
P/ emissão de título ʺYYYʺ XXX

 Pelos Adiantamentos a Fornecedores

Local, ...../...../N
4.2- Fornecedores
4.1.9- Adiantamentos a fornecedores
1) a 1.1/2- Caixa ou bancos
P/ adiantamento ao fornecedor ʺFʺ XXX

Exemplo ILUSTRATIVO 15:

Para demonstrar os lançamentos das principais operações com


fornecedores, vejamos os seguintes exemplos da empresa
Comercial ʺABC, Lda.ʺ, relativas ao mês de Junho de N. Esta
empresa utiliza o sistema de inventário permanente:

100
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Compra de mercadorias ao fornecedor ʺF1ʺ, factura n°


7824, no valor de 55.000,00+17% IVA dedutível.

 Aceitação da letra ʺL23ʺ, pela factura n° 7824, por 30 dias.

 N/Cheque n° 300373, no valor 160.000,00, pelo


fornecimento feito pelo fornecedor ʺF9ʺ sem preço fixo.

 Factura n°888 do fornecedor ʺF9ʺ, no valor de 148.500,00,


pelo fornecimento anterior.

Pede-se:
Registos no diário da empresa ABC, Lda., das operações acima
descritas.

Local, 30 de Junho de N
Diversos
a 4.2- Fornecedores, c/c
1) a 4.2.1- Fornecedores, c/c
P/ factura n° 7824
2.1- Compras 55.000,00
4.4- Estado
4.4.3.2- IVA dedutível 9.350,00 64.350,00
______x_____
2) 4.2- Fornecedores
4.2.1- Fornecedores, c/c
a 4.2- Fornecedores
4.2.2- Fornecedores, c/c
P/ aceite 64.350,00
_____x_____

101
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

3) 4.2- Fornecedores
4.2.1- Fornecedores, c/c
a 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos a ordem
P/ adiantamento ao fornecedor ʺF9ʺ
______X_____
4) Diversos
a 4.2- Fornecedores
4.2.9-Adiantamento a fornecedores
P/ factura n°888 148.500,0018

Unidade 4.4. Estudo da Conta 4.3- Empréstimos Obtidos

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de financiamentos obtidos;


 Classificar: As dívidas com os financiamentos à empresa;

Objectivos  Calcular e Contabilizar: Os juros resultantes dos empréstimos obtidos;

Específicos  Aplicar: PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 4.3 Empréstimos Obtidos


Segundo o PGC, registam-se nesta conta os empréstimos obtidos, com
excepção dos incluídos na conta 4.6.7 – credores-sócios, accionistas ou
proprietário.

Assim, nesta conta registam-se todos os empréstimos contraídos pela


empresa, com excepção dos concedidos pelos accionistas ou sócios.

18
Note-se que a empresa tem um saldo favorável nesta operação de 11.500 (160.000-148.500)

102
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Movimento Genérico das Subcontas da conta 4.3- Empréstimos Obtidos


Genericamente, as contas de empréstimos obtidos creditam-se quando da
sua contracção e debitam- se no seu reembolso.

4.3- Principais Subcontas

Engloba as subcontas :
Conta 4.3.1- Empréstimos bancários
Engloba todos os tipos de empréstimos, desde o não caucionado ao
hipotecário

Conta 4.3.2- Empréstimos por obrigações


Engloba os empréstimos titulados por obrigações

Conta 4.3.3- Empréstimos por títulos de participação


Respeita ao valor nominal dos títulos de participação subscritos por
terceiros

Conta 4.3.9- Outros empréstimos obtidos


Movimentam-se nesta conta todos os empréstimos contraídos pela
empresa, não contemplados nas contas anteriores ou contraídos junto dos
sócios.

Tratamento Contabilístico das Operações com Fornecedores

 Pela Contracção do Empréstimo

Esquematicamente, temos:

Local, ...../...../N

103
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

1.1/2- Caixa ou bancos


 Pel a 4.3- Empréstimos obtidos
os 1) 4.3X-(subconta apropriada)
Jur P/contracção do empréstimo XXX
os
Vencidos/Pagamento de Juros

Esquematicamente teríamos o seguinte movimento no diário:

Local, ...../...../N
6.9- Gastos e Perdas Financeiros
6.9X- (subconta apropriada)
1) a 1.2- Bancos
1.2.1-Depósitos a ordem
P/ Juros devedores XXX

o Pelo Reembolso (Devolução) do Empréstimo

Local, ...../...../N
4.3- Empréstimos obtidos
4.3X- (Subconta apropriada)
1) a 1.1/2- Caixa ou bancos
P/ reembolso do empréstimo XXX

Exemplo IUSTRATIVO 16:


Considere que no dia 2 de Janeiro de N, a sociedade ʺBETA, Lda.ʺ, contraiu
junto do banco ʺMoedas, SAʺ, um empréstimo de curto prazo no valor de
2.500.000,00, por um ano à uma taxa de juros de 20% a.a. No dia 31/12/N,
procedeu-se o reembolso do principal com os juros.

104
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Assim, teríamos os seguintes lançamentos no diário desta empresa:

Local, 02./01./N
1.2- Bancos
1) 1.1/2- Caixa ou bancos
a 4.3-EmpréstimosObtidos
4.3.1- Empréstimos bancários
4.3.1.1-De curto prazo
P/ Contracção da dívida bancária 2.500.000,00
Dia 31/12/N
2) Diversos
a 1.2- Bancos
1.1/2- Caixa ou bancos
P/ reembolso
4.3-Empréstimos obtidos
4.3.1- Empréstimos bancários
4.3.1.1-De curto prazo 2.500.000,00
6.9-Gastos e perdas financeiras
6.9.1-Juros suportados
6.9.1.1- Juros bancários 500.000,00 3.000.000,0019

Nota: Este último lançamento pode ser desdobrado em dois,


nomeadamente, de reembolso do principal e de pagamento de
juros.

19
Juros=Principal*Taxa*período=2.500.000*20%*=500.000,00

105
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 4.5. Estudo da Conta 4.4- estado

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de ESTADO;


 Classificar: As contas e operações da empresa com o ESTADO;

Objectivos  Apurar: Os impostos resultantes da relação com o ESTADO (IR e IVA);

Específicos  Contabilizar: As principais operações da empresa com o ESTADO;


 Aplicar: PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 4.4- Estado


Conforme o PGC, nesta conta registam-se exclusivamente as
relações com o Estado, autarquias locais e outras entidades
públicas que tenham características de impostos e taxas.

Esta conta é creditada pelas dívidas da empresa ao Estado,


Autarquias Locais e Segurança Social, sendo debitada pelo
pagamento dessas dívidas, ou por pagamentos por conta.

Conta 4.4-Estado: Subcontas e Esquema da sua Movimentação


Esta conta engloba as subcontas:

Conta 4.4.1- Impostos sobre o rendimento


De acordo com o PGC, esta conta é debitada pelos pagamentos
efectuados e pelas retenções na fonte a que alguns dos
rendimentos da empresa estiverem sujeitos.

No fim do exercício será calculada, com base na matéria colectável


estimada, a quantia do respectivo imposto, a qual se registará a
crédito desta conta por débito de

106
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

8.5 – Imposto sobre o Rendimento do Exercício.


No caso de empresários em nome individual, o valor do imposto a
considerar será apenas o respeitante à actividade desenvolvida.

Conta 4.4.3- Retenção de impostos sobre rendimentos


Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na
fonte relativamente a rendimentos pagos de sujeitos passivos de
IRPC ou de IRPS.
As suas subcontas poderão ainda ser subdivididas atendendo à
natureza dos sujeitos passivos a que respeita a retenção (IRPC ou
IRPS) e às taxas utilizada.

Principais Movimentos:
 Pagamento por conta e especial por conta:

Local, ..../..../N
1) 4.4-Estado
4.4.1-Imposto sobre o rendimento
4.4.1.2/3-Pgto. por conta/ Especial
por conta
a 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos a ordem
P/ pgto. Por conta/Especial por conta XXX

 Estimativa do Imposto no Final do Exercício:

Local, ..../..../N
8.5-Imposto sobre o rendimento
a 4.4.1-Imposto sobre o rendimento
4.4.1.1-Estimativa do imposto
P/ Estimativa do imposto XXX

107
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Retenção do Imposto na Fonte

Local, ..../..../N
4.4.2-Imposto retidos na fonte
a 7.5/6/X- (rendimentos diversos)
E P/ Impostos retidos na fonte XXX
x
Exemplos ILUSTRATIVOS 17:
Considere que durante o exercício N, a empresa ʺABC, Lda.ʺ,
inserido no regime normal do IR, realizou as seguintes operações:

1. Pagou por conta três prestações do IR de


1.200.000,00/cada, para um valor total de 3,600.000,00
(pagamento por cheque).

2. Pelo aluguer duma máquina de terceiros, obteve um


rendimento total de 600.000,00 sujeito a retenção na fonte
de 10%.

3. O lucro tributável obtido foi de 9.411.200,00. A taxa do ir e


de 32%. Calcule e contabilize a estimativa do IR.

Pede-se:
a) Registo das operações acima descritas no diário da empresa
em referência.
b) Saldo da conta 4.4-Estado e comente-o.

108
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Resolução:
a) Lançamentos no Dário:
Local, ..../..../N
1) 4.4-Estado
4.4.1-Imposto sobre o rendimento
4.4.1.2-Pgto. por conta
a 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos a ordem
P/ pgto. Por conta/Especial por conta 3.600.000,00
2) _____x_____
Diversos
a 7.5-Rendimentos suplementares
7.5.2-Aluguer de equipamento
P/ rendas de aluguer
1.2.1-Bancos
1.2.1-Depósitos a ordem 540,000,00
4.4-Estado
4.4.2-Impostos retidos na fonte 60.000,00 600.000,00
______x______
3) 8.5-Imposto sobre rendimento
a 4.4.1-Imposto sobre rendimento
P/ estimativa do IR 3.011.584,0020
Total 7.211.584,00

20
9.411.200*32%=3.011.584,00

109
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

1. Saldo da conta estado:


4.4-ESTADO
1) 3.600.000,00 3) 3.011.584,00
2) 60.000,00
3.660.000,00 3.011.584,00
sd 648.416,00
3.660.000,00 3.660.000,00

Comentários:
O estado fica numa situação devedora em relação a empresa, o que
quer dizer que a empresa tem imposto a recuperar ou a compensar
no período seguinte. O saldo a favor da empresa é de 648.416,00.

Conta4.4.3- Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)


Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da
aplicação do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA).

A relevância deste imposto no dia-a-dia das empresas, recomenda


a análise mais detalhada desta conta:

a) Enquadramento do IVA
O Imposto sobre o Valor Acrescentado, (IVA) é um imposto
indirecto ou seja faz parte dos que recaem sobre o consumo de
bens e serviços e não sobre o rendimento.

A base tributável do IVA, ou seja o valor sobre que incide a taxa do


imposto, é constituída pelo valor das vendas de bens e serviços
constantes da factura ou documento equivalente, com exclusão
dos descontos, bónus ou abatimentos.

110
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

As taxas deste imposto estão fixadas no Código do IVA, sendo


aplicável a que vigora no momento em que o imposto é devido.
Actualmente a taxa normal em vigor é de17%.

b) Apuramento do IVA
Sendo um imposto plurifásico, todos os intervenientes no circuito
económico são responsáveis, perante o Estado, na determinação da
parcela do imposto total que lhes cumpre entregar no Tesouro
Público.

A determinação desta parcela assenta, basicamente na dedução ao


imposto liquidado nas transmissões de bens e prestação de
serviços do montante do imposto suportado (e dedutível) nas
aquisições de bens e serviços.

c) Obrigações Administrativo- Contabilísticas


As obrigações impostas aos contribuintes dividem-se em quatro
grupos:
 Declarativas, (de manifestação única e de manifestação
periódica)
 De facturação (emissão de facturas ou documentos
equivalentes)
 Contabilísticas (com ou sem contabilidade organizada)
 De pagamento (do IVA apurado)
 Contabilização do IVA

Atenção: A contabilidade das empresa deve estar organizada por


forma a possibilitar o conhecimento claro e inequívoco dos
elementos necessários ao cálculo do imposto, bem como a permitir
o seu controlo, o IVA é um valor acrescido do valor real do bem
sendo o preço do bem mais 17% do mesmo.

111
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Comportando todos os elementos necessários ao preenchimento


das declarações periódicas e anual; quer isto significar que tem que
existir uma ligação directa entre a relevação contabilística e o
conteúdo das declarações.

Para o efeito, a conta 4.4.3-IVA encontra-se desdobrada em


subcontas do 3º. grau, denominadas como segue:
4.4.3.1 IVA – Suportado
4.4.3.2 IVA – Dedutível
4.4.3.3 IVA - Liquidado
4.4.3.4 IVA – Regularizações
4.4.3.5 IVA – Apuramento
4.4.3.6 IVA - Liquidações oficiosas
4.4.3.7 IVA – A pagar
4.4.3.8 IVA – A recuperar
4.4.3.9 IVA – Reembolsos pedidos
e com o conteúdo específico:

Conta 4.4.3.1 IVA – Suportado


Esta conta, de uso facultativo, é debitada pela aquisição das
existências, imobilizado ou de outros bens e serviços e credita-se
no encerramento das contas.

Conta 4.4.3.2 IVA- Dedutível


Esta conta é de uso facultativo e credita na venda de mercadorias e
credita no caso de devoluções ou então no encerramento da
mesma.

Conta 4.4.3.3- IVA Liquidado


Esta conta será creditada pelo IVA liquidado das facturas ou
documentos equivalentes emitidos pela empresa, na generalidade

112
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

através de 24331. Entretanto, quando houver lugar à liquidação do


IVA por força da afectação ou da utilização de bens a fins estranhos
à empresa, de transmissões de bens ou de prestações de serviços
gratuitas ou da afectação de bens a sectores isentos quando
relativamente a esses bens tenha havido dedução de imposto,
utilizar-se-á a subconta 4.4.3.3.2.

No caso de contabilização das operações sem discriminação de


imposto, esta conta é creditada por contrapartida das contas onde
tiverem sido lançados os respectivos rendimentos, nomeadamente
das contas 7.1 ou 7.2, quando do cálculo do IVA.

Será debitada, para transferência do saldo respeitante ao período


de imposto, por crédito de 4.4.3.5.

Conta 4.4.3.5- IVA Apuramento


Esta conta destina-se a centralizar as operações registadas em
4.4.3.2, 4.4.3.3 e4.4.3.4, para que o seu saldo corresponda ao
imposto a pagar ou em crédito, em referência a um determinado
período de imposto.

Será assim debitada pelos saldos devedores de 4.4.3.2 e 4.4.3.4 e


creditada pelos saldos credores de 4.4.3.3 e 4.4.3.4.

É ainda debitada pelo saldo devedor de 4.4.5.8, respeitante ao


montante de crédito do imposto reportado do período anterior
sobre o qual não exista nenhum pedido de reembolso.

Após estes lançamentos o respectivo saldo transfere-se para


Crédito de 4.4.3.7, no caso de ser credor ou de 4.4.3.8, no caso de
ser devedor.

113
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Conta 4.4.3.7 IVA – A pagar


Esta conta credita-se pelo montante do imposto a pagar, com
referência a cada período de imposto, por transferência do saldo
credor de 4.4.3.5.

Conta 4.4.3.8 IVA- A recuperar


Destina-se a receber, por transferência de 4.4.3.5, o saldo devedor
desta ultima conta, referente a um determinado período de
imposto, representando tal valor o montante de crédito sobre o
Estado no período em referência. Quando o IVA é a favor da
instituição logo o estado tem que pagar ou então abatese no
proximo IVA a pagar da mesma.
Aquando da remessa da declaração e se for efectuado qualquer
pedido de reembolso, será creditada, Na parte correspondente a
tal pedido, por contrapartida de 4.4.3.7. O excedente (ou a
totalidade do saldo inicial, se não houver reembolsos pedidos) será
de novo transferido, com referência ao período seguinte, para
débito de 4.4.3.5.

Conta 4.4.3.9 IVA – Reembolsos pedidos


Destina-se a contabilizar os créditos de imposto relativamente aos
quais foi exercido um pedido de reembolso. É debitada, aquando
da solicitação de tal pedido por contrapartida de 4.4.3.6. É
creditada, quando da decisão da administração fiscal sobre o
pedido de reembolso.

114
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Exemplo ILUSTRATIVO 18 (Contabilização e Apuramento de IVA):

A empresa ALFA realizou as seguintes operações relevantes em


termos do IVA (em MT), durante o mês de Outubro de N:

1. Vendas a prazo de mercadorias: 9.800.000,00+17% IVA.


2. Compra a prazo: 6.000.000,00+17% IVA.
3. Fornecimentos e serviços de terceiros: 450.000,00+17% IVA.
4. Compra de camioneta para utilização na empresa (por
cheque): 2.100.000,0017% IVA.
5. Importação de mercadoria (a vista): 2.510.000,00+17% IVA.
6. Prestação de serviços de serviços a receber em 30 dias:
1.100.000,00+17%IVA.
7. Devolução em vendas: 250.000,00.
8. Devolução e em compras: 300.000,00.
Pedidos:
a) Calcule o imposto a entregar ou a recuperar do Estado.
b) Lançamentos de apuramento do IVA.

Resolução:
a) Imposto a pagar ou a recuperar:
Operação Valor Taxa Débito Crédito
Vendas de mercadorias 9,800,000.00 0.17 - 1,666,000.00
Compra de mercadorias 6,000,000.00 0.17 1,020,000.00 -
FST 450,000.00 0.17 76,500.00 -
Compra de imobilizado 2,100,000.00 0.17 357,000.00 -
Importação de mercadorias 2,510,000.00 0.17 426,700.00 -
Prestação de serviços 1,100,000.00 0.17 - 187,000.00
Devolução de vendas 250,000.00 0.17 42,500.00 -
Devolução de compras 300,000.00 0.17 - 51,000.00

115
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Total 1,922,700.00 1,904,000.00


Diferença (Saldo Devedor) 18,700.00 21
Total 1,922,700.00 1,922,700.00

b) Lançamentos de apuramento do IVA:


Local, 31/10/N
1) 4.4.3.3- IVA liquidado
a 4.4.3.5-IVA apuramento
P/ Apuramento do IVA 1.904.000,00
____x____
2) 4.4.3.5-IVA apuramento
a 4.4.3.2-IVA dedutível
P/ Apuramento IVA 1.922.700,00
3) _____x____
4.4.38-IVA a recuperar
a 4.4.3.5-IVA apuramento
P/ Apuramento IVA 18.700,00
Total 3.845.400,00

Notas importantes:
a) Na prática, é preciso desdobrar as subcontas do IVA por
itens vendidos ou comprados

21
Este valor representa imposto a recuperar por que o IVA suportado é superior ao IVA liquidado.

116
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

UNIDADE 4.6. Conta 4.9- Acréscimos e Diferimentos

 Definir: A conta de Acréscimos e Diferimentos;


 Classificar: As contas Acréscimos e Diferimentos;

Objectivos  Compreender: A essência dos princípios do acréscimo e da

Específicos especialização dos exercícios;


 Apurar: Os impostos resultantes da relação com o ESTADO (IR e
IVA);
 Contabilizar: As principais operações que envolvem os Acréscimos
e Diferimentos;
 Aplicar: PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 4.9- Acréscimos e Diferimentos


Esta conta destina-se a permitir o registo dos gastos e dos
rendimentos nos exercícios a que respeitam O uso desta conta tem
a ver fundamentalmente com o princípio da especialização ou do
acréscimo.
Esta conta permite-nos assim, atribuir a cada exercício económico
os respectivos consumos e utilizações de bens e serviços (gastos) e
as correspondentes produções de bens e serviços (rendimentos),
independentemente da sua aquisição/venda e ou do
pagamento/recebimento, respectivamente.

Subdivisões da Conta 4.9


Esta conta é subdividida da seguinte forma:

117
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Contas 4.9.1 – Acréscimo de gastos e 4.9.2 - Rendimentos


diferidos
Estas contas destinam-se a registar os gastos e os rendimentos nos
períodos a que respeitam. Integram-se nos acréscimos de gastos,
os gastos relativos ao período em curso que apenas serão pagos e
contabilizados como tal nos períodos seguintes, e em rendimentos
diferidos, os rendimentos contabilizados no período em curso que
digam respeito a períodos seguintes.

Contas 4.9.3 - Acréscimos de rendimentos e 4.9.4 - Gastos


diferidos
Integram-se nos acréscimos de rendimentos os que sejam relativos
ao período em curso, mas que apenas irão ser recebidos e
contabilizados como tal nos períodos seguintes, e nos gastos
diferidos os que tenham sido contabilizados no período em curso,
mas que digam respeito a períodos seguintes.

Esquema de Movimentação Contabilística


Segundo o PGC, tendo em conta que os acréscimos custos e
rendimentos dizem respeito a despesas e receitas que ocorrem em
exercícios seguintes estas contas debitam-se e creditam-se tendo
como contrapartida as contas das contas de gastos e rendimentos,
conforme o caso.

Entretanto, as contas de gastos e rendimentos diferidos,


movimentar-se-ão tendo como contrapartida, as contas das
disponibilidades (caixa/bancos).

118
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Exemplos ILUSTRATIVO 19:


Considere as seguintes transacções referentes à empresa ʺABC,
Lda.ʺ, durante o exercício findo em N:
1. Dia 01/10/N: Juros de depósito a prazo com vencimento
postecipado Depósito a Prazo = 100 000,00, taxa de 15%
a.a22, prazo de 6 meses.
2. Dia 31/12/N: Pagamento da renda de escritórios referente a
Janeiro de N+1, no valor de 35.000,00.
3. Dia 27/12/N: Pagamento por cheque do prémio de seguros
referente a N+1, no valor de 20.000,00.
4. Dia 30/12/N: Recebimento de cheque no valor de
100.000,00, referente a 50% dos serviços a prestar em
Janeiro/N+1.
5. Processamento da folha de salários de Dezembro/N, a pagar
em Janeiro/N+1, no valor de 187.500,00. Ignore os abonos e
deduções.

Pede-se:
a) Identifique cada operação em acréscimo ou diferimento de
custo/rendimento.
b) Lançamentos contabilísticos correspondentes.

Resolução:
a) Classificação de operações:
1. Acréscimo de rendimento.
2. Gasto diferido.
3. Gasto diferido.
4. Rendimento diferido.
5. Acréscimo de gasto.
a) Lançamentos no diário:

22
Composição anual dos juros

119
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, 31/12/N
4.9.3 Acréscimos de rendimentos
1) 4.9.3.1 Juros a receber
a 7.8-Rendimentos e ganhos financeiros
7.8.1-Juros bancários
P/ Juros ganhos 3.750,0023
___x____
2) 4.9.4 Gastos diferidos
a 1.2.1-Dep. à ordem
P/ pagamento de renda de aluguer 35.000,00
3) ____x____
4.9.4 Gastos diferidos
a 1.2.1-Dep. à ordem
P/ pgto.do prémio de seguros 20.000,00
4) ____x____
1.1-Caixa
a 4.9.2.9 Outros rendimentos diferidos
P/ rendimentos diferidos, contrato X 100.000,00
____x_____
5) 6.2-Gastos com pessoal
a 4.9.1.2 Remunerações a pagar
P/ Salários de Dezembro/N 187.500,00
Total 346.250,00

23
Juros=100.000*15%*3/12=3.750,00

120
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

TEMA V: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE V: CAPITAL PRÓPRIO

UNIDADE 5.1. Introdução às Contas da Classe V. Conceitos e


Generalidades. Principais Divisionárias
UNIDADE 5.2. Conta 5.1-Capital
UNIDADE 5.3. Conta 5.2-Acções/Quotas Próprias
UNIDADE 5.4. Conta 5.4- Prémio de Emissão
UNIDADE 5.5. Conta 5.5-Reservas
UNIDADE 5.6. Conta 5.9-Resultados transitados
UNIDADE 5.7. Exercícios Integrados das Unidades Temáticas

UNIDADE 5.1. Introdução das Contas da Classe V- Conceitos e Generalidades. Contas


Divisionárias

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: As contas da classe de Capitais Próprios


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas de Capitais

Objectivos Próprios;

Específicos  Conhecer: as principais contas e subcontas da classe V;


 Saber: O movimento genérico das contas da classe de Capitais
Próprios;
 Classificar: As principais contas da classe de Capitais Próprios.

Conceitos e Generalidades
Conforme o PGC, a classe V engloba as contas que representam os
interesses residuais dos proprietários ou sócios da empresa, ou
seja, o capital próprio representa o que resta após o pagamento de
todas as dívidas da empresa com os recursos que dispõe.

121
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Principais Contas da Classe 5


5.1 Capital
5.2 Acções ou quotas próprias
5.3 Prestações suplementares
5.4 Prémios de emissão de acções ou quotas
5.5 Reservas
5.6 Excedentes de revalorização de activos tangíveis e intangíveis
5.8 Outras variações no capital próprio
5.9 Resultados transitados

Descrição das Principais Contas


 Conta 5.1 – Capital
Conforme o PGC, esta conta utiliza-se nas diferentes formas
jurídicas que as empresas podem adoptar e, no caso das
sociedades, representa o valor nominal das partes sociais ou das
acções/quotas; no domínio estrito dos comerciantes em nome
individual, expressa o valor que o empresário colocou à disposição
da empresa no início e durante a sua actividade.

 Conta 5.2 – Acções (quotas) próprias


É permitido às sociedades anónimas (por quotas) adquirir e vender
acções (quotas) próprias. A aquisição de acções (quotas) próprias
corresponde a um decréscimo do capital próprio, sem todavia
implicar redução do capital pela via de alterações ao contrato de
sociedade. As transacções relativas à venda de acções (quotas)
próprias não afectam, em caso algum, os resultados da sociedade.

 Conta 5.3- Prestações suplementares


As prestações suplementares respeitam a entradas de dinheiro,
como reforço do capital social, que podem ser exigidas por
contrato aos sócios das sociedades por quotas sem

122
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

corresponderem, no entanto, propriamente a um aumento de


capital ou podemos considerar doações que os socios fazem a
sociedade.

As prestações suplementares não se confundem com suprimentos,


que, correspondem a empréstimos (em dinheiro ou outra coisa
fungível) concedidos pelos sócios à sociedade ficando esta obrigada
a restituir outro tanto do mesmo género e qualidade; constituem,
portanto, parcelas do passivo. As prestações suplementares são
parcelas do capital próprio da sociedade, ocupando lugar
intermédio entre o capital nominal e as reservas propriamente
ditas.
A restituição das prestações suplementares depende de
deliberação dos sócios e só pode efectivar-se desde que a situação
líquida não fique inferior à soma do capital e da reserva legal e o
respectivo sócio já tenha liberado a sua quota.

 5.4– Prémios de emissão de acções (quotas)


Deve ser levada à esta conta a diferença entre os valores de
subscrição das acções (quotas) emitidas e o seu valor nominal. O
prémio de emissão consiste na diferença entre o valor de
subscrição e o valor nominal, que os accionistas (sócios) tiverem de
desembolsar e, consequentemente entregar à sociedade, para
adquirir as acções (quotas).

 Conta 5.5- Reservas


As reservas são, em regra, instrumentos de reforço dos capitais
próprios das empresas, constituindo a principal parcela do capital
adquirido.

123
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Conta 5.9- Resultados transitados


Esta conta é utilizada para registar os resultados líquidos e os
dividendos antecipados, provenientes do exercício anterior. Será
movimentada subsequentemente de acordo com a aplicação de
lucros ou a cobertura de prejuízos que for deliberada, bem como
pela diferença entre os lucros imputáveis às participações nas
empresas filiais ou associadas e os respectivos lucros que lhes
forem atribuídos.

Unidade 5.2.Estudo Da Conta 5.1- Capital

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de capital;


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas de

Objectivos Capitais Próprios;

Específicos  Conhecer: O significado prático e legal da conta de


capital;
 Contabilizar: As operações que afectam o capital;
 Classificar: As principais contas da classe de Capitais
Próprios.

Esquema de Movimentação da Conta 5.1-Capital

Segundo o PGC, esta conta credita-se pela constituição (e reforço)


do capital e debita-se pela sua redução.
Nas empresas em nome individual, a constituição pressupõe a
entrega de recursos ao negócio (desembolso de dinheiro e/ou
afectação de bens) pelo proprietário.

124
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Exemplo ILUSTRATIVO 20:

Por exemplo, consideremos que no dia 02/01/N, o Pedro


Contabilista, destacou os seguintes bens para constituir a sua
empresa de prestação de serviços de consultoria em contabilidade
que ostenta o seu nome:

 02 Secretárias: 10.000,00
 03 Cadeiras giratórios: 7.500,00
 01 viatura “turismo”: 500.000,00
 Dinheiro em conta bancária: 100.000,00
 01 Computador: 20.000,00
 01 Impressora: 5.000,00

Assim, teríamos o seguinte lançamento inicial no diário desta


empresa:

Local, 02./01/N
1) Diversos
a 5.1- Capital
P/ constituição de capital inicial
1.1- Caixa 100.000,00
3.2- Activos tangíveis (discriminar…) 542.500,00 642.500,00

V Total 642.500,00

Resolução:

amos supor ainda, que em 30/06/N, o Sr. Pedro Contabilista, decide


retirar 30.000,00 para as suas férias anuais.

125
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Deste modo, teríamos o seguinte lançamento no diário:

Local, 30/06/N
1) 5.1- Capital
a 1.1- Caixa
P/ redução do capital 30.000,00
Total 30.000,00

Os movimentos anteriores são referentes à constituição e redução


do capital individual.

O capital social, constituído por acções/quotas, também é chamado


por capital legal ou autorizado, razão pela qual a sua modificação é
algo difícil porque pressupõe a alteração dos estatutos da
sociedade e da escritura pública. Por esta razão, são utilizadas
outras contas para alterar o capital próprio, ao invés de “mexer” o
capital social.

 Constituição e modificação e redução do 5.1- Capital Social


Exemplo ILUSTRATICO 21:
Suponhamos que em 30/05/N, depois de observadas as
formalidades legais para a constituição da sociedade “GAMA, SA”,
foram subscritas e realizadas, em dinheiro, 100.000 acções a
100,00/cada, valor nominal. Em 30/11/N, com o objectivo de
aumentar o capital, foram subscritas mais 20.000 acções a
120,00/cada. Verificando-se a desproporcionalidade de capital
versus o volume do negócio, os sócios deliberam em 14/05/N+1 em
adquirir 30.000 acções próprias pelo se valor nominal, operação
paga imediatamente por transferência bancária.

Como resultado, teríamos os seguintes lançamentos no diário da


desta empresa:

126
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, 30./05/N
1) 4.5.2- Subscritores de capital
a 5.1- Capital 10.000.000,00
P/ constituição de capital social
___x____
2) 1.2.1-Bancos-Depósitos à ordem
a 4.5.2- Subscritores de capital
P/ liberação 10.000.000,00
3) 30/11/N
4.5.2- Subscritores de capital
a Diversos
P/ subscrição de capital
a 5.1- Capital 2.000.000,00
a 5.4- Prémio de emissão 400.000,0024 2.400.000,00
____x___
1.2.1-Bancos-Depósitos à ordem
a 4.5.2- Subscritores de capital
P/ liberação 2.400.000,00
14/05/N+1
5.2-Acções/quotas próprias
a 1.2.1-Bancos-Dep. à ordem 3.000.000,00
Total 27.800.000,00

Unidade 5.3.Estudo da Conta 5.2- Acções/Quotas Próprias

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

24
O prémio=Valor de subscrição-Valor nominal=2.400.000-2.000.000=400.000,00

127
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Definir: Acções/quotas próprias


 Saber: Fazer o enquadramento legal de Acções/quotas

Objectivos próprias;

Específicos  Conhecer: O significado prático e legal da conta de


Acções/quotas próprias;
 Contabilizar: As operações que afectam as
Acções/quotas próprias.

Conta de acções/quotas próprias


Tal como já nos referimos atrás, é permitido às sociedades
anónimas e por quotas adquirir e vender acções/quotas próprias,
para reduzir o capital em circulação ou reajustá-lo a níveis
desejáveis.

Esta conta debita-se pela compra de acções/quotas próprias e


credita-se pela sua revenda.
Ora vejamos através do exemplo seguinte:

Exemplo ILUSTRATIVO 22:


No dia 04/04/20x5, a sociedade ABC, Lda., por deliberação dos seus
sócios, decidiu adquirir, por cheque, a quota de um dos seus sócios,
pelo valor de 2.500.000,00, valor nominal. Sabe-se, no entanto, que
esta sociedade é constituída por 5 quotas iguais de 2.500.000,00
(capital de 12.500.000,00).

128
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Assim teríamos o seguinte lançamento no diário da sociedade:

Local, 04/04/20x5
1) 5.2- Acções/quotas próprias
a 1.2.1-Bancos-D.O.
P/ Aquisição do capital próprio 2.500.000,00
Total 2.500.000,00

Unidade 5.4.Estudo da Conta 5.4- Prémio de Emissão

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de

Conta 5.4-Prémio de Emissão


Credita-se pela subscrição, por contrapartida de 4.5.2-subcritores

 Definir: Prémio de emissão;

Objectivos  Saber: Fazer o enquadramento legal de prémio de emissão;

Específicos  Calcular: Prémio de emissão;


 Contabilizar: As operações que envolvem o prémio de emissão.

de capital. Debita-se pela venda das acções/quotas que o


originaram, por contrapartida de disponibilidade (1.1/1.2.1) ou 4.5,
conforme a operação seja à vista ou a prazo.

Exemplo ILUSTRATIVO 23:


Em 12/07/20x4, por deliberação da assembleia dos accionistas da
sociedade “ALFA, SA”, foram emitidas, subscritas e realizadas em
dinheiro, 50.000 acções a 150,00/cada. O valor nominal de cada
acção é de 100,00/cada.

Assim, teríamos o seguinte lançamento contabilístico no diário da


ALFA:

129
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, 12/07/20x4
1) 4.5- Outros devedores
4.5.2- Subscritores de capital
a Diversos
P/ subscrição de acções
5.1-Capital social 5.000.000,00
5.4 Prémio de emissão 2.500.000,00 7.500.000,00
___X___
2) 1.2-Bancos
1.2.1- Depósitos à ordem
a 4.5.2- Subscritores de capital
P/ realização do capital social 7.500.000,00
Total 15.000.000,00

Nota: O desconto de emissão também está previsto na literatura


de contabilidade financeira, porém, muitas legislações
desencorajam-no.

Unidade 5.5.Estudo da Conta 5.5- Reservas

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: As contas de reservas;


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas de reservas;

Objectivos  Contabilizar: As operações que envolvem as reservas de

Específicos capital.

130
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Conta de Reservas
Segundo o PGC, geralmente, as contas de reservas são creditadas
por contrapartida de 5.9- resultados acumulados, pela aplicação
dos lucros obtidos.

As mesmas contas podem ser debitadas pela distribuição de capital


pelos sócios, por contrapartida de 5.1 e cobertura de prejuízos, por
contrapartida de 5.9.

Tipos de Reservas
 5.5.1-Reservas Legais – São impostas por lei e correspondem à
uma certa % do valor dos resultados apurados em cada
exercício económico. A obrigatoriedade deixa de existir quando
as reservas legais somarem uma certa % ou mais do Capital
Social da empresa.

 5.5.2-Reservas Estatutárias – São reservas impostas no


contrato social da empresa.
Tem normalmente como objectivo dotar a empresa de fundos
próprios necessários à realização de investimentos.

 5.5.3-Reservas Livres – São reservas facultativas, a sua


criação ou reforço não é imposta. Resulta de decisão em
Assembleia Geral

Note-se que as operações acima podem ser realizadas com as


reservas livres e nunca com as legais.

Tomemos o seguinte exemplo, para demonstrar o tratamento


contabilístico das situações acima descritas:

131
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Exemplo ILUSTRATIVO 24:


Considere a seguinte estrutura de capitais próprios da empresa
DELTA, Lda., em 24/03/N:

5.1 Capital 1.000.000,00


5.5 Reservas 500.000,00
5.9 Resultados transitados 200.000,00
Total 1.700.000,00

Da mesma data, reunidos em assembleia geral, os sócios decidiram


aplicar os resultados de N-1, da seguinte forma:
 50% Para reforço de reservas livres
 30% para distribuição de dividendos
 20% para atribuir acções aos sócios fundadores
Assim teríamos os seguintes lançamentos no diário desta
sociedade:

Local, 24/03/N
1) 5.9-Resultados transitados
a Diversos
P/ Aplicação dos resultados de N-1
a 4.6.7-Credores sócios, accionistas… 60.000,00
5.1-Capital social 40.000,00
a 5.5-Resevas
5.5.3-Livres 100.000,00 200.000,00
Total 200.000,00

132
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 5.6.Estudo da Conta 5.9- Resultados Transitados

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de resultados transitados;


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas de reservas;

Objectivos  Compreender: O esquema de movimentação da conta de

Específicos resultados transitados;


 Contabilizar: As operações que envolvem a conta de
resultados transitados.

Conta 5.9- Resultados Transitados


Serve de contrapartida à deliberação da cobertura de prejuízos ou
da aplicação dos resultados líquidos do período anterior. Debita-se
por contrapartida da conta 8.8 - Resultado líquido do período
anterior, se for negativo, por transferência do saldo da conta 8.9 -
Dividendos antecipados e pela aplicação de resultados acumulados
positivos de acordo com a deliberação tomada. Credita-se por
contrapartida da conta 8.8 - Resultado líquido do período anterior,
se for positivo, e pelas deliberações que forem tomadas para
cobertura de prejuízos acumulados.

Exemplo ILUSTRATIVO 25:


Consideremos a seguinte estrutura de capitais próprios da
sociedade “Imobiliária da Maxixe, SA”, em 31/12/N:

5.1 Capital 3.500.000,00


5.5 Reservas 500.000,00
5.9 Resultados transitados 225.000,00
8.8 Resultado líquido do exercício (25.000,00)
Total 4.200.000,00

133
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Em 31/03/N+1, reunidos em assembleia geral, os sócios desta


empresa decidiram aplicar os resultados transitados da seguinte
forma:
 Cobertura de 100% do prejuízo de N.
 100.000,00 Para distribuição de dividendos
 50.000,00 para reforçar as reservas legais.

Assim teríamos os seguintes lançamentos no diário desta


sociedade:

Local, 31/03/N+1
1) 5.9-Resultados transitados
A Diversos
P/ Aplicação dos resultados de N-1
A 4.6.7-Credores sócios, accionistas… 100.000,00
A 5.5.1-Resevas legais 50.000,00
8.8-Resultado do exercício 25.000,00 175.000,00
Total 175.000,00

Sumário
Nas Unidades Temáticas do TEMA V, estudamos e discutimos
fundamentalmente os seguintes aspectos:
1. Conceitos Básicos sobre as Contas da Classe V- Contas do
Capital Próprio;
2. Principais Contas e Divisionárias da Classe V- Contas do Capital
Próprio;
3. Contabilização de transacções que afectam as contas da Classe
V- Contas do Capital Próprio;

134
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

4. Operações financeiras relacionadas com as contas da Classe V-


Contas do Capital Próprio.

UNIDADE 5.7: Exercícios de


AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que entende por capital próprio?


2. Principais diferenças entre o capital próprio duma empresa
individual e duma sociedade.
3. Quais são os tipos de reservas?
4. 2 vantagens de autofinanciamento.
5. Por que geralmente o capital legal duma sociedade
mantém-se inalterável?
6. O capital Próprio da empresa “ABC, SA” é constituído, em 31
de Março de N, do seguinte modo, em contos:

Descrição Valor (contos)


51 Capital 45.000.0 (a)
52 Acções (quotas) próprias (4.500.0)
521 Valor nominal (450.0)
55 Reservas 9.000.0
59 Resultados transitados (11.250.0)

a)– Capital constituído por 45.000 acções.

Operações efectuadas ao longo do exercício de N e N+1:


Em 30/05/N é deliberado, em Assembleia geral extraordinária de
accionistas, o seguinte:
Prestações suplementares, no valor de 5.000 contos.
Esta deliberação foi cumprida em 30/06/N.

135
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Em 15/12/N efectua-se a aquisição de 1.000 acções, a um dos


accionistas fundadores, por 900 contos.

A sociedade procedeu em 31/12/N à alienação das acções


adquiridas em 15/12/98 por 950 contos.

Os resultados líquidos em 31/12/98 ascenderam a 18.000 contos. E,


em 20/03/N+1 a Assembleia de accionistas deliberou a seguinte
aplicações de resultados:
Reserva legal..............................5%
Reservas livres.........................20%
remanescente em resultados transitados

Em 30/06/N+1 procedeu-se a um aumento de capital social no


valor de 30.000 contos, correspondente a 30.000 novas acções com
um valor nominal de 1.000, nas seguintes condições:
Actuais accionistas – 10.000 acções, através de incorporação da
totalidade das reservas livres, sendo o remanescente liberado em
numerário.
Novos accionistas – 20.000 acções liberadas em numerário.
Pede-se:
Registo no Razão dos factos patrimoniais que achar necessários.
A reconstituição da classe V, em 1/07/N+1.

136
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Descritivo Valor
51 Capital 100.000.000
52 Acções (quotas) próprias (10.000.000)
521 Valor nominal (2.500.000)
522 Descontos e prémios 19.150.000
55 Reservas 15.000.000
59 Resultados Transitado 9.000.000
88 Resultado Líquido do Exercício 25.000.000
89 Dividendos Antecipados (2.250.000)
TOTAL 153.400.000

7.A empresa XYZ, SA, com sede na Rua B, nº23, 3509, Chimoio, cuja
actividade consiste em produzir e embalar produtos alimentares
diversos, apresentava com referência a 31/12/N, os seguintes
valores:

* 100.000 acções, cujo Valor Nominal é de 1.000/cada.

Informações relativas ao exercício N:


A Sociedade ALFA, Lda., é detentora de 25.000 acções da sociedade
XYZ, SA. Em Julho foi concedido um empréstimo de 3.500.000 à
Sociedade ALFA, Lda., para pagamento de salários;
Em Outubro foram distribuídos 2.250.000 por conta de resultados
de exercício corrente.

Informações relativas ao exercício de N+1:


Na Assembleia Geral realizada a 30 de Março, procedeu-se à
apreciação das contas da empresa e à aplicação de resultados,
tendo-se deliberado:
5% Reservas Legais;

137
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

15% Reservas Livres;


Dividendos atribuídos: 5.000.000;
Restante permanece em Resultados Transitados.

Para fazer face aos investimentos que a empresa pretende levar a


cabo no próximo ano, procedeu-se em Outubro a um aumento de
capital em 100.000.000, dos quais: Abertura do capital a novos
accionistas: emissão de 30.000 novas acções, subscritas a 1.350,
cujo valor nominal é de 1.000. A subscrição atingiu 40.500
subscritores. O valor das acções foi totalmente realizado na data da
subscrição, tendo a operação sido feita através do Banco Delta;
restante por incorporação de resultados transitados e reservas,
mantendo-se intacta a Reserva Legal.

Pedidos:
Contabilização no Razão de todas as operações que julgue
necessárias ao exercício de N e N+1.

138
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

TEMA VI: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE VI- CONTAS DE GASTOS E PERDAS

UNIDADE 6.1. Introdução às contas da classe VI. Conceitos e


Generalidades. Contas Divisionárias
UNIDADE 6.2. Conta 6.1-Custos de inventários vendidos ou
consumidos
UNIDADE 6.3. Conta 6.2-Gastos com pessoal
UNIDADE 6.4. Conta 6.3- Fornecimentos e serviços de terceiros
UNIDADE 6.5. Conta 6.9- Gastos e perdas financeiros
UNIDADE 6.6. Exercícios Integrados das Unidades Temáticas

Unidade 6.1. Introdução das Contas da Classe VI- Conceitos e Generalidades. Contas
Divisionárias

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: As contas da classe VI;


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas da

Objectivos classe VI;

Específicos  Conhecer: as principais contas e subcontas da classe


VI;
 Saber: O movimento genérico das contas da classe VI;
 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Generalidades
Nos termos do PGC, os gastos suportados são contabilizados na classe
VI-Gastos e Perdas, que os agrupa segundo a sua natureza, embora
em algumas contas haja uma mistura de custos por funções e custos
por natureza.

139
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Na definição de gastos e perdas para efeitos fiscais “consideram-se


gastos ou perdas os que comprovadamente forem indispensáveis
para a realização dos rendimentos ou ganhos sujeitos a imposto ou
para a manutenção da fonte produtora.”

A classe VI agrupa as contas destinadas a registar, num dado


exercício, os custos por natureza sendo relevantes, por um lado, os
ligados com a actividade normal e corrente da empresa e, por outro,
os relacionados com operações de cariz financeiro.

Os custos e perdas da actividade normal e corrente desdobram-se em


dois subconjuntos informativos :
- Gastos operacionais.
- Gastos financeiros.

Os primeiros são registados nas contas 6.1 a 68 e os respectivos


saldos devedores são transferidos no finado exercício para a conta
8.1-“Resultados operacionais”. Os custos associados à função
financeira são movimentados nas subcontas apropriadas da conta 6.9-
“Gastos e perdas financeiras” e transferidos, no final do exercício,
para a conta 8.2-“Resultados financeiros”.

Principais Contas da Classe VI


6.1 Custo dos inventários
6.2 Gastos com o pessoal
6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros
6.4 Perdas por imparidade do período
6.5 Amortizações do período
6.6 Provisões do período
6.7 Perdas por redução do justo valor
6.8 Outros gastos e perdas operacionais

140
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

6.9 Gastos e perdas financeiros

Movimento Genérico das Contas da Classe VI


Conforme o PGC, as contas da classe VI debitam-se pelos gastos
incorridos por contrapartidas diversas (p.e, 1.1/1.2.1/4.6) e creditam-
se por contrapartida das contas de resultados, nomeadamente, 3.8,
4.4, 4.6 8.1 e 8.2, pela transferência dos seus saldos, aquando do
apuramento do resultado de exercício.

Unidade 6.2. Estudo da conta 6.1- Custo de Inventários Vendidos ou Consumidos

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de Custo de inventários vendidos ou


Consumidos ;

Objectivos  Apurar: O custo de vendas ou de produção;

Específicos  Conhecer: as principais subcontas da conta 6.1;


 Contabilizar: As operações que afectam a conta 6.1;
 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 61- Custos dos Inventários Vendidos ou Consumidos


(CIVC)
Serve de contrapartida à saída dos inventários que sejam
vendidos ou incorporados no processo produtivo. Será
movimentada pelas saídas ocorridas durante o período nos
inventários, se for utilizado o inventário permanente, ou
poderá ser movimentada somente no fim do período se for
utilizado o inventário intermitente. Debita-se por
contrapartida das contas 2.2 - Mercadorias ou 2.6 - Matérias-
primas, auxiliares e materiais, e credita-se por contrapartida
da conta 8.1 – Resultados operacionais

141
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Assim:
 Em SIP, é movimentada com regularidade ao longo do ano e serve de
contrapartida às apropriadas contas de existências quando se
verificam saídas por venda ou integração no processo produtivo da
empresa ou ainda, quando ocorrem devoluções.

 Em SII, é movimentada, em regra, apenas no final do ano e


funciona como contrapartida regularização das apropriadas contas
de existências, por forma que estas contas evidenciem o valor dos
bens no final do exercício.

Exemplo: Veja o tratamento contabilístico desta conta nos


exemplos ILUSTRATIVOS 8 a 10 do Tema II.

Unidade 6.3. Estudo da Conta 6.2- Custo com Pessoal

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de Custo com pessoal;


 Apurar e contabilizar: Os custos com pessoal;

Objectivos  Elaborar e contabilizar: a folha de salário

Específicos  Conhecer: A legislação aplicável.


 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 6.2- Custos com Pessoal


Registam-se nesta conta todas as remunerações de carácter fixo e
periódico atribuídas aos recursos humanos da empresa (dirigentes e
trabalhadores), bem como os encargos sociais de conta da empresa
(parte patronal) e os gastos de carácter social, obrigatórios e
facultativos. Engloba também os seguros relativos ao pessoal como
seja o caso de seguros de vida, acidentes no trabalho e doenças

142
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

profissionais e bem assim seguros que garantam o benefício da


reforma, invalidez ou sobrevivência.

Nos termos do PGC em vigor, esta conta (e suas divisionárias) debita-


se pelos custos incorridos por contrapartida de 4.4-estado e 4.6-
outros credores, aquando do processamento do salário mensal e
credita-se, no final do exercício, por contrapartida de 8.1- resultados
operacionais, pela transferência dos saldos para o apuramento de
resultados e encerramento de contas.

Exemplo ILUSTRATIVO 26:


Da folha de salários do mês de Dezembro/x5 a pagar em Jan/20x6,
dispõe-se da seguinte informação, referente à empresa ABC, Ldª:
 Valor ilíquido das remunerações........720.000,00
 Encargos patronais para a segurança social: 4%;
 Desconto dos trabalhadores para INSS: 3%;
 IPRS médio: 10%.

Pedidos:
a) Determine os encargos salariais e contabilize-os no diário da
empresa em referência.

Resolução

Local, 31/01/20x6
1) 6.2- Gastos com pessoal
6.2.2- Trabalhadores……. 720.000,00
6.2.3- Encargos- …………….28.800,0025
a Diversos

25
INSS patronal=720.000*4%=28.800,00

143
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

P/ Folha Mensal de Dezembro/x5


a 4.4- Estado 122.400,00

: 4.4.2-Retenção na fonte…72.000,0026
4.4.9-INSS ……………………..50.400,0027
4.6- Outros credores
4.6.2- Remunerações a trabalhadores 626.400,0028 748.400,00
Total 748.800,00

Unidade 6.4. Estudo da conta 6.3- Fornecimentos e Serviços de Terceiros

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de Fornecimentos e Serviços de Terceiros;


 Reconhecer e contabilizar: Os gastos com Fornecimentos e

Objectivos Serviços de Terceiros;

Específicos  Classificar: As diferentes subcontas de FST;


 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 63- Fornecimentos e Serviços de Terceiros


Esta conta acolhe, a débito, uma gama bastante diversificada de
operações relativas à aquisição de bens de consumo imediato (isto é,
não armazenáveis) e de serviços prestados por terceiros à empresa.

Subcontas da Conta 6.3-FST


6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros
6.3.1 Subcontratos
6.3.2 Fornecimentos e serviços
6.3.2.1.1 Água

26
Retenção na fonte do IRS=720.000*10%=72.000,00
27
INSS total=720.000*7%= 50.400,00
28
Vencimento liquido a pagar=720.000-72.000-21.500=626.400,00

144
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

6.3.2.1.2 Electricidade
6.3.2.1.3 Combustíveis
6.3.2.1.3.1 Gasóleo
6.3.2.1.3.1.1 Gasóleo – Viaturas ligeiras de passageiros
6.3.2.1.3.1.2 Gasóleo - Outros
6.3.2.1.3.2 Restantes combustíveis
6.3.2.1.3.2.1 Restantes combustíveis – Viaturas ligeiras
6.3.2.1.3.2.2 Restantes combustíveis - Outros
6.3.2.1.3.3 Lubrificantes
6.3.2.1.3.3.1 Lubrificantes - Viaturas ligeiras de passageiros
6.3.2.1.3.3.2 Lubrificantes - Outros
6.3.2.1.4 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido
6.3.2.1.5 Material de manutenção e reparação
6.3.2.1.5.1 Material de manutenção e reparação - Viaturas ligeiras de
passageiros
6.3.2.1.5.2 Material de manutenção e reparação - Outros
6.3.2.1.6 Material de escritório
6.3.2.1.7 Livros e documentação técnica
6.3.2.1.8 Artigos param oferta
6.3.2.2.1 Manutenção e reparação
6.3.2.2.2 Transportes de carga
6.3.2.2.3 Transportes de pessoal
6.3.2.2.4 Comunicações
6.3.2.2.5 Honorários
6.3.2.2.6 Comissões a intermediários
6.3.2.2.7 Publicidade e propaganda
6.3.2.2.7.1 Publicidade e propaganda – Campanhas publicitárias
6.3.2.2.7.2 Publicidade e propaganda - Outros
6.3.2.2.8 Deslocações e estadias
6.3.2.2.8.1 Deslocações e estadias – Em serviço
6.3.2.2.8.2 Deslocações e estadias – Outras deslocações

145
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

6.3.2.2.9 Despesas de representação


6.3.2.3.1 Contencioso e notariado
6.3.2.3.2 Rendas e alugueres
6.3.2.3.2.1 Rendas e alugueres – Locação financeira
6.3.2.3.3 Seguros
6.3.2.3.3.1 Seguro de vida, acidentes pessoais e doença
6.3.2.3.4 Royalties
6.3.2.3.5 Limpeza, higiene e conforto
6.3.2.3.6 Vigilância e segurança

Movimentação da Conta 6.3-FST


Conforme o PCG, a conta 6.3 debita-se pelos fornecimentos e serviços
prestados à empresa por terceiros, por contrapartida de 1.1/1.2.1 ou
4.6.9, conforme os FST sejam a pronto pagamento ou a prazo e
credita-se por no final do exercício pela transferência do seu saldo
para 8.1-Resultados Operacionais, aquando do apuramento de
resultado de exercício.

Exemplo ILUSTRATIVO 27:


Considere que durante o mês de Setembro de N, recebemos as
seguintes facturas de cobrança referentes a diferentes fornecimentos
e serviços de terceiros:

Fornecedor Doc. n° Fornecimento/Serviço Valor (MT)


C
Livraria PAC,Lda. Fact. 3018 Material de escritório 28.212,00
o
Empresa Luzes, SA Fact. 2016 Electricidade 8.160,00
n
Técnico de Contas Fact. 0073 Honorários de consultoria 20.000,00
s
Bombas ALFA, Lda. Fact. 4175 Diesel 89.400,00
i
Consuderando que todos FST estão sujeitos ao IVA à taxa normal de
17%, pede-se:

146
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

a) Regista no diário as operações acima descritas.

Resolução:

Local, 30/09/N
1) Diversos
a 4.6.9- Credores diversos
P/ factura n°3018
4.4.3.2.3 – IVA Outros bens e 4.796,04
serviços
6.3.2.1.6 Material de escritório 28.212,00 33.008,04
__X__
2) Diversos
a 4.6.9- Credores diversos
P/ factura n° 2016
4.4.3.2.3 –IVA Outros bens e serviços 1.387,20
6.3.2.1.2 Electricidade 8.160,00 9.547,20
3) ___x___
4.6.9- Credores diversos
P/ factura n° 0073
4.4.3.2.3 –IVA Outros bens e serviços 3.400,00
6.3.2.2.5 Honorários 20,000,00 23.400,00
4) ___x___
4.6.9- Credores diversos
P/ factura n° 4175
4.4.3.2.3 –IVA Outros bens e serviços 15,198,00

147
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

6.3.2.1.3.1.2 Gasóleo - Outros 89.400,00 104.598,00


Total 170.553,24

Unidade 6.5. Estudo da Conta 6.9- Gastos e Perdas Financeiros

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de custos e perdas de natureza financeira;


 Calcular: Os juros devedores;

Objectivos  Conhecer: as principais subcontas da conta de gastos financeiros;

Específicos  Contabilizar: As operações que envolvem os gastos e perdas


financeiros;
 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 6.9-Gastos e Perdas Financeiros


Conforme o PGC, esta conta engloba a totalidade dos valores
relacionados com a utilização de capital alheio; constitui a parte
negativa dos denominados "resultados financeiros" expressos pela
conta 8.2., para a qual é transferido, no final do exercício, o saldo da
conta em estudo (6.9).

Subcontas da Conta 6.9


6.9.1 Juros suportados
6.9.1.1 Empréstimos bancários
6.9.1.3 Empréstimos de sócios, accionistas ou proprietários
6.9.1.4 Outros empréstimos
6.9.1.5 Desconto de títulos
6.9.1.6 Juros de mora e compensatórios
6.9.1.6.1 Juros de mora

148
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

6.9.1.6.2 Juros compensatórios


6.9.1.9 Outros juros
6.9.4 Diferenças de câmbio desfavoráveis
6.9.4.1 Realizadas
6.9.4.2 Não realizadas
6.9.5 Descontos de pronto pagamento concedidos
6.9.8 Outros gastos e perdas financeiros
6.9.8.1 Serviços bancários
6.9.8.9 Diversos não especificados

Movimento Genérico da Conta 6.9


Esta conta debita-se pelos custos suportados por contrapartida de
1.1/2- disponibilidades e credita-se por contrapartida de8.2-
resultados financeiros, pela transferência de saldo, aquando do
apuramento do resultado do exercício.

Exemplo ILUSTRATIVO 28:


Suponhamos que em 02/01/N, contraímos um empréstimo bancário
no banco "BKK", no valor de 3.000.000,00, por 2 anos à uma taxa de
juros de 12% a.a29 postecipados.

Calculando os juros (custos financeiros) no final do período


contratado, teríamos:
Juros=Capital *% de juros*N° de períodos
Abreviando; J=C*i*n; J=3.000.000*12%*2 anos; J=720.000,00

Contabilizando no diário a operação, teríamos que:

29
Juros formam-se anualmente

149
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, 02/01/N
1) 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos à ordem
a 4.3-Empréstimos obtidos
4.3.1-Empréstimos bancários
4.3.1.2-De médio/longo prazos
P/ empréstimo contraído 3.000.000,00
2) 31/12/N+1
Diversos
a 1.2-Bancos
1.2.1-Depósitos à ordem
P/ reembolso do empréstimo
4.3-Empréstimos obtidos
4.3.1-Empréstimos bancários
4.3.1.2-De médio/longo prazos 3.000.000,00
6.9-Gastos e perdas financeiros
6.9.1- Juros suportados
6.9.1.1- Empréstimos bancários 720.000,00 3.720.000,00
Total 6.720.000,00

Sumário
Nas Unidades Temáticas do TEMA VI, estudamos e
discutimos fundamentalmente os seguintes aspectos:
 Conceitos Básicos sobre as Contas da Classe VI-
Contas de Gastos e Perdas;
 Principais Contas e Divisionárias da Classe VI-
Contas de Gastos e Perdas;
 Contabilização de transacções que afectam as
contas da Classe V- Contas do Capital Próprio; e

150
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Operações financeiras relacionadas com as contas


da Classe VI- Contas de Gastos e Perdas.

UNIDADE 6.7: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que entende por um gasto? E uma perda?


2. Qual e o impacto de um gasto/perda no património
empresarial?
3. Relativamente à empresa ABC, Lda., conhecem-se,
entre outros, os seguintes factos:
 Factura n° 9566, referente ao consumo de
electricidade no valor de 12.000.00+17% IVA.
 Pagamento de juros sobre um empréstimo bancário
contraído em 2/01/N, no valor de 2.000.000,00, taxa
de juros de 15% a.a por 1 ano.
 Factura n° 9566, da papelaria X, no valor de
56.000,00+17% IVA.
 Folha de salários do mês:
o Valor ilíquido: 324.500,00
o IRS médio: 12%
o INSS patronal: 4%
o INSS trabalhadores: 3%
 Desconto financeiro sobre as vendas no valor de
23.723,00+17% IVA.
 Foi paga em Dezembro/N a renda do
estabelecimento correspondente ao mês de
Janeiro/N+1, no valor de 95.000,00.
 Despesas pagas por cheque, referentes a
manutenção da viatura da empresa:
123.015,00+17% IVA.
Pedidos:
a) Registar no Razão de ABC, Lda., os factos relatados.

151
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

TEMA VII: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE VII- CONTAS DE RENDIMENTOS E GANHOS

UNIDADE 7.1. Introdução às contas da classe VII. Conceitos e


Generalidades. Contas Divisionárias
UNIDADE 7.2. Conta 7.1-Vendas
UNIDADE 7.3. Conta 7.2-Prestação de Serviços
UNIDADE 7.4. Conta 7.6- Outros Rendimentos e Ganhos Operacionais
UNIDADE 7.5. Conta 7.8- Rendimentos e Ganhos Financeiros
UNIDADE 7.6. Exercícios Integrados das Unidades Temáticas

Unidade 7.1. Introdução das Contas da Classe VII- Conceitos e Generalidades. Contas
Divisionárias

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: As contas da classe VII;


 Saber: Fazer o enquadramento legal das contas da classe VII;

Objectivos  Conhecer: as principais contas e subcontas da classe VII;

Específicos  Saber: O movimento genérico das contas da classe VII;


 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Generalidades
Nesta classe registam-se todos rendimentos e ganhos auferidos
durante o exercício. Os rendimentos e ganhos de exploração são
registados nas contas, conforme o PGC, seguinte quadro:

Quadro das Principais Contas e Subcontas da classe VII


7.1 Vendas
7.1.1 Mercadorias
7.1.2 Produtos acabados e intermédios
7.1.3 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
7.1.4 Activos biológicos

152
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

7.1.5 IVA das vendas com imposto incluído


7.1.6 Devolução de vendas
7.1.7 Descontos e abatimentos
7.2 Prestação de serviços
7.2.1 IVA da prestação de serviços com imposto incluído
7.2.6 Descontos e abatimentos
7.3 Investimentos realizados pela própria empresa
7.3.1 Investimentos financeiros
7.3.2 Activos tangíveis
7.3.3 Activos intangíveis
7.3.4 Investimentos em curso
7.4 Reversões do período
7.4.1 De perdas por imparidade
7.4.1.1 Ajustamentos de inventários para o valor realizável líquido
7.4.1.2 Investimentos financeiros
7.4.1.3 Activos tangíveis
7.4.1.4 Activos intangíveis
7.4.1.5 Activos não correntes detidos para venda
7.4.1.6 Activos tangíveis de investimento
7.4.1.7 Activos de exploração e avaliação de recursos minerais
7.4.1.8 Contas a receber
7.4.2 De amortizações
7.4.2.1 Activos tangíveis
7.4.2.2 Activos intangíveis
7.4.2.3 Activos tangíveis de investimento
7.4.2.4 Activos de exploração e avaliação de recursos minerais
7.4.3 De provisões
7.4.3.1 Processos judiciais em curso
7.4.3.2 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
7.4.3.3 Impostos
7.4.3.4 Reestruturação de negócios

153
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

7.4.3.5 Contratos onerosos


7.4.3.6 Garantias a clientes
7.4.3.7 Perdas em contratos de construção
7.4.3.9 Outras provisões
7.5 Rendimentos suplementares
7.5.1 Serviços sociais
7.5.2 Aluguer de equipamento
7.5.3 Venda de energia
7.5.4 Estudos, projectos pesquisas e investigações
7.5.5 Assistência técnica
7.5.6 Royalties
7.5.7 Cargos sociais exercidos noutras empresas
7.5.9 Outros rendimentos suplementares inerentes ao valor
acrescentado
7.6 Outros rendimentos e ganhos operacionais
7.6.1 Subsídios para investimentos
7.6.1.1 Do Estado e outros organismos públicos
7.6.1.9 De outras entidades
7.6.2 Subsídios à exploração
7.6.2.1 Do Estado e outros organismos públicos
7.6.2.9 De outras entidades
7.6.3 Ganhos em investimentos de capital
7.6.3.1 Alienação
7.6.3.2 Sinistros
7.6.4 Ganhos em inventários e activos biológicos
7.6.4.1 Sinistros
7.6.4.2 Sobras
7.6.4.9 Outros
7.6.9 Outros rendimentos alheios ao valor acrescentado
7.6.9.1 Restituição de impostos
7.6.9.2 Benefícios de penalidades contratuais

154
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

7.6.9.3 Excesso de estimativa para impostos


7.6.9.9 Outros
7.8 Rendimentos e ganhos financeiros
7.8.1 Juros obtidos
7.8.1.1 Depósitos bancários
7.8.1.2 Empréstimos
7.8.1.3 Obrigações e títulos de participação
7.8.1.4 Outras aplicações de tesouraria
7.8.1.9 Outros juros
7.8.2 Rendimentos de activos tangíveis de investimento
7.8.3 Rendimentos de instrumentos financeiros
7.8.4 Diferenças de câmbio favoráveis
7.8.4.1 Realizadas
7.8.4.2 Não realizadas
7.8.5 Descontos de pronto pagamento obtidos
7.8.9 Outros rendimentos e ganhos financeiros
7.9 Ganhos por aumento do justo valor
7.9.1 Instrumentos financeiros
7.9.2 Activos tangíveis de investimento
7.9.3 Activos biológicos

155
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 7.2. Estudo da Conta 7.1-Vendas

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta das vendas;


 Saber: Fazer o enquadramento legal da conta das vendas;

Objectivos  Conhecer: as principais subcontas da conta das vendas;

Específicos  Contabilizar: As operações com as vendas;


 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 7.1- Vendas


Regista a venda de bens compreendidos na actividade normal da
empresa.
 Esta conta credita-se pela facturação feita pela empresa, por
contrapartida de 1.1/2.1- Caixa ou Bancos ou 4.1- Clientes, conforme
seja uma venda à vista ou a prazo, respectivamente.

 Debita-se, no final do exercício, pela transferência do seu saldo para a


conta 8.1- Resultados Operacionais, aquando de encerramento das
contas.

Exemplo ILUSTRATIVO 29:


No dia 09/02/N, vendemos ao nosso cliente G. Ramos, Lda., 2.500
unidades da mercadoria “M1” a 50,00/ unidade, conforme a n/
factura 4916. O custo de cada unidade é de 30,00. Todas as vendas
são sujeitas ao IVA à taxa normal.

O lançamento a efectuar no diário seria:

156
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, 09 de Fevereiro de N
1) 4.1- Clientes
4.1.1- Clientes, c/c
4.1.1.0.0.01- G. Ramos
a Diversos
P/ vendas, conforme factura nº
4916
4.4- Estado
4.4.3- IVA
4.4.3.3- IVA liquidado
a 4.4.3.3.1- Operações gerais 21.250,00
a 7.1- Vendas
7.1.1- De mercadorias 125.000,00 146.250,00

1) 6.1- CIVC
30

6.1.1- Mercadorias
a 2.2- Mercadorias 75.000,00
P/ venda de mercadorias
Total 221.250,00

30Tratando-se de aplicação do Sistema de Inventário é necessário reconhecer o custo das vendas e dar
baixa aos inventários vendidos.

157
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 7.2. Estudo da Conta 7.2-Prestação de Serviços

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de prestação de serviços;


 Saber: Fazer o enquadramento legal da conta de prestação

Objectivos de serviços;

Específicos  Conhecer: as principais subcontas da conta prestação de


serviços;
 Contabilizar: As operações com a prestação de serviços;
 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 7.2- Prestação de Serviços


Regista os trabalhos e serviços prestados relacionados com os
objectivos ou finalidades da empresa.

Normalmente, esta conta credita-se durante o exercício pelos serviços


prestados, por contrapartida de 4.1- clientes ou 1.1-caixa/1.2.1-
bancos, conforme seja a prazo ou a vista, respectivamente. No final
do exercício, esta conta debita-se pela transferência do seu saldo para
81- resultados operacionais, aquando do encerramento de contas.

Exemplo ILUSTRATIVO 30:


Suponha-se que em 2.11.N, prestamos serviços de consultoria ao
cliente BETA, LDA., no valor de 120.000,00+ 17% IVA, conforme n/
factura 98201.

158
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

O lançamento a efectuar no diário seria:

Local, 02.11.N
1) 4.1- Clientes
4.1.1- Clientes, c/c
4.1.1.0.0.0.0.4- BETA,Lda.
a Diversos
P/ serviços prestados,
conforme factura nº 98201
a 4.4.3.3.1- IVA liquidado – 120.000,00
operações gerais
a 7.2- Prestação de serviços 20.400,00 140.400,00

Unidade 7.3. Estudo da Conta 7.6-Outros Rendimentos e Ganhos Operacionais

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de outros rendimentos e ganhos operacionais;


 Saber: Fazer o enquadramento legal da conta de outros

Objectivos rendimentos e ganhos operacionais;

Específicos  Conhecer: as principais subcontas da conta outros rendimentos


e ganhos operacionais;
 Contabilizar: As operações com outros rendimentos e ganhos
operacionais;
 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Conta 7.6- Outros Rendimentos e Ganhos Operacionais


Regista os rendimentos, não inerentes ao valor acrescentado,
decorrentes de actividades que não sejam próprias dos objectivos
principais da empresa.

159
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

São exemplos os seguintes rendimentos: Subsídios governamentais,


ganhos em investimentos de capital, restituição de impostos,
benefícios de penalidades contratuais, entre outros.

Geralmente, esta conta credita-se pelos rendimentos auferidos, pela


contrapartida de 1.1- caixa/1.2.1- bancos ou 4.5- outros devedores,
conforme seja à vista ou a crédito.

A mesma conta debita-se aquando do encerramento das contas por


contrapartida de 8.1-resultados operacionais, pela transferência do
seu saldo para àquela, no final do exercício.

Exemplo ILUSTRATIVO 31:


 Subsídios Governamentais
Considere que 02/01/N recebemos uma comunicação do governo,
referente à atribuição de 156.612,500, de subsídio a exploração.
Assim, teríamos o seguinte lançamento no diário da empresa:

Local, 02/01/N
1) 4.5- Outros devedores
4.5.5- Subsídios a receber
4.5.5.1- Entidades públicas
a 7.6- Outros rend. e ganhos
operacionais
7.6.2- Subsídios à exploração
7.6.2.1- De entidades públicas
P/ subsídios a receber 156.612,50

160
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Ganhos em investimentos de capital


Regista o ganho obtido na alienação, ou em sinistros, de
investimentos de capital. Debita-se, por contrapartida das contas 3.1 -
Investimentos financeiros, 3.2 - Activos tangíveis ou 3.3 - Activos
intangíveis, pelo custo dos investimentos de capital alienados ou
sinistrados. Credita-se, pelo valor da venda ou indemnização recebida,
por contrapartida das contas 1.1 - Caixa, 1.2 - Bancos ou 4.5.9 -
Devedores diversos, relativamente ao valor da indemnização, e ainda
da conta 3.8 - Amortizações.

Considere que em 31/05/N, alienamos por 150.000,00 uma viatura


cujo valor contabilístico é de 450.000,00, amortização acumulada de
200.000,00 e imparidade acumulada de 150.000,00. O valor será
recebido em 30 dias.

1º cálculo do valor actual da viatura (VA)= 450.000-200.000-150.000=


100.000<150.000 (ganho na alienação). Ganho= 50.000,00

Chimoio, 31/05/N
1) Diversos
a Diversos
P/ alienação de viatura
3.8- Amortiz acumulada 200.000
3.9- Imparidade acumulada 150.000
4.5- Outros devedores 150.000
500.000
a 3.2.4- Meios de transporte 450.000
a 7.6.3- Ganhos na alienação AT 50.000 500.000

161
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 7.4. Estudo da Conta 7.8- Rendimentos e Ganhos Financeiros

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: A conta de rendimentos e ganhos financeiros;


 Saber: Fazer o enquadramento legal da conta de

Objectivos rendimentos e ganhos financeiros;

Específicos  Conhecer: as principais subcontas da conta rendimentos e


ganhos financeiros;
 Contabilizar: As operações com rendimentos e ganhos
financeiros;
 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.
Conta 7.8 Rendimentos e Ganhos Financeiros
Regista os ganhos provenientes da actividade financeira, p.e,
aplicações financeiras, diferenças cambiais, descontos financeiros
obtidos, etc.

 Juros obtidos
Regista a crédito os juros resultantes de ganhos de aplicações
financeiras e operações similares.

Geralmente credita-se pelos juros auferidos por contrapartida de


1.1/1.2.1- caixa/bancos ou 4.5- outros devedores (conforme seja o
caso).

Exemplo ILUSTRATIVO 32:


Em 02/01/N, efectuamos um depósito bancário no valor de
300.000,00 que vence juros postecipados de 10% ao semestre.

Assim, em 01/07/N, faríamos o seguinte lançamento pelos juros


ganhos:

162
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Local, 01/07/N
7) 1.2- Bancos
1.2.1- D.O
a 7.8- Rend. e ganhos financeiros
7.8.1.1- Juros obtidos
7.8.1.1.1- Bancários
P/ Juros bancários 60.000,0031

 Diferenças de Câmbio Favoráveis


Regista as diferenças de câmbio favoráveis relacionadas com a
actividade normal da empresa e com o financiamento dos activos
tangíveis e intangíveis.

Credita-se pelas diferenças cambiais favoráveis por contrapartida de


1.1/1.2.1- Caixa ou bancos e debita-se pela transferência do seu saldo
aos resultados, por contrapartida de 8.2- Resultados financeiros.

Exemplo ILUSTRATIVO 32:


Em 12/10/N, compramos a prazo, ao nosso fornecedor ZTR, da RSA,
uma máquina industrial, por valor total de ZAR 100.000,00, conforme
factura Inv.29105/ZTR/RSA. Nesta data o tipo de câmbio é de 3.25
MT/rand. Em 12/11/N, pagamos a totalidade da dívida por TRF
bancária. Nesta data, o tipo de câmbio é de 2.75 MT/rand.

Os lançamentos a efectuar seriam:

Local, 12/10/N
1) 3.2- Activos tangíveis

31
Juros=300.000*0.1*2=60.000 (j=Co*i*n; n=2)

163
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

3.2.2- Equipamento básico


a 4.6- Outros credores
4.6.1- Fornecedores de invest. de
capital
P/ aquisição de equipamento 325.000,0032

Local, 12/11/N
2) 4.6- Outros credores
4.6.1- Fornecedores de
investimento de capital
a Diversos
P/ pgto.
a 1.2.1- Bancos-D.O. 275.000,00
a 7.8.4- Dif. cambiais favoráveis 50.000,00 325.000,00

Sumário
Nas Unidades Temáticas do TEMA VII, estudamos e
discutimos fundamentalmente os seguintes aspectos:
 Conceitos Básicos sobre as Contas da Classe VII-
Rendimentos e Ganhos;
 Principais Contas e Divisionárias da Classe VII-
Rendimentos e Ganhos; e
 Contabilização de transacções financeiras das
contas da Classe VII- Rendimentos e Ganhos.

32
ZAR 100.000*3.25 MT/ZAR= 325.000

164
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

UNIDADE 7.6: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que entende por um rendimento? E um ganho?


2. Qual e o impacto de um rendimento/ganho no
património empresarial?
3. Considere as seguintes transacções realizadas pela
empresa ALFA, Lda., durante o ano N:
 Factura n°85868, ao cliente C1, no valor de
348.282,00+17% IVA pela venda de mercadoria.
 Juros credores sobre o banco BCK, no valor de
121.200,00.
 Deu-se por concluída a construção de um armazém
que a empresa vinha construindo com recursos
próprios.
 Alienação de uma viatura por 300.000,00, cujo
custo era de 1.000.000,00 e amortização
acumulada de 840.000,00. O valor a receber em 30
dias.
 VD n° 2816 a T. Timba, no valor de 42.105,00, pelas
rendas do armazém que a empresa tem no Dondo.

Pede-se:
a) Registo no diário da empresa das operações acima descrita.

165
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

TEMA VIII: ESTUDO DAS CONTAS DA CLASSE VIII- CONTAS DE RESULTADOS E


OPERAÇÕES DO FIM DE EXERCICIO

UNIDADE 8.1. Estudo das Contas de Resultados


UNIDADE 8.2. Operações do Fim de Exercício
UNIDADE 8.3. Demonstrações Financeiras
UNIDADE 8.4. Exercícios Integrados das Unidades Temáticas

Unidade 8.1.Contas Da Classe VIII- Resultados

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Definir: As contas da classe VIII;


 Saber: Fazer o enquadramento legal e fiscal das contas da

Objectivos classe VIII;

Específicos  Proceder: O apuramento de resultados;


 Saber: Operações do Fim de Exercício;
 Contabilizar: As Operações do Fim de Exercício
 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Generalidades sobre Contas da Classe VIII


Segundo o PGC, esta classe apresenta um conjunto de contas
principais (contas cujo movimento resulta da transferência dos saldos
de outras contas, ditas subsidiárias), com a finalidade de apurar, em
etapas sucessivas, os diversos tipos de resultados da empresa, de
acordo com a sua natureza.

Descrição das Contas da Classe VIII- Resultados


As contas da classe VIII recolhem os saldos das contas da Classe VI e
VII, com vista a determinação dos resultados do exercício.

166
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Assim teremos:
8.1 – Resultados operacionais
Destina-se a servir de contrapartida, no fim do ano, aos gastos e
rendimentos registados nas contas 6.1 a 6.8 e 7.1 a 7.6.
8.2 – Resultados financeiros
Destina-se a servir de contrapartida aos saldos das contas 6.9 e 7.8.

8.3 – Resultados correntes


Recolhe os saldos das contas 8.1 e 8.2.
8.5 – Imposto sobre o Rendimento
Reflecte o montante do imposto que se espera venha a incidir sobre
os resultados obtidos, por contrapartida da conta 4.4.1.1 – Estimativa
de imposto sobre o rendimento.

8.8 – Resultado líquido do período


Recolhe, por transferência, os saldos das contas anteriores

8.9 - Dividendos antecipados


Regista o valor dos lucros atribuídos durante o ano pelas sociedades,
de acordo com os termos legais e estatutários, por conta dos
resultados do período em que são atribuídos. Debita-se, por
contrapartida da conta 4.5.4.2 – Devedores: sócios, accionistas ou
proprietários no momento da sua atribuição. No início do período
seguinte, credita-se por contrapartida da conta 5.9 – Resultados
transitados.

167
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 8.2.Operações do Fim de Exercício

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

 Descrever: Os passos dos Trabalhos de Fim do Exercício;


 Proceder: O apuramento de Resultados;

Objectivos  Classificar: As operações do Fim de Exercício;

Específicos  Contabilizar: As Operações do Fim de Exercício


 Aplicar: Os PCGAs relativos à esta Unidade Temática.

Operações do Fim de Exercício


No final de cada exercício económico, são tomadas um conjunto de
medidas necessárias ao fecho das contas e à prestação de contas aos
utentes da informação contabilística para a tomada de decisões. Estes
trabalhos decorrem da necessidade da observância dos PCGAs e da
fiscalidade.
Os trabalhos de Fim do Exercício têm como o ponto de partida o
Balancete de Verificação consistem em:
 Operações de Regularização
No final de cada exercício, torna-se necessário fazer uma série de
movimentos com vista a regularização das contas.
Esses movimentos, consistem geralmente em:
 Apuramentos das diferenças cambiais expressas nos activos e
passivos;
 Registo das amortizações do exercício;
 Registo da constituição, reforço ou anulação das provisões;
 Apuramento do CIVC, tratando-se do Sistema de Inventário
Intermitente (SII);
 Registo dos acréscimos e diferimentos (receitas e despesas que
reportam a gastos e rendimentos dos exercícios seguintes e vice-
versa);
 Registo da estimativa do imposto;

168
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 Entre outros.

 Apuramento de Resultados
O apuramento de resultados consiste na transferência dos saldos das
contas de gastos e perdas (classe VI) e de rendimentos e ganhos
(classe VII) para as contas de resultados (Classe VIII) e o consequente
encerramento dessas, até o apuramento do resultado final (na conta
8.8-Resultado Líquido do Exercício).

Esquematicamente, o apuramento de resultados processa-se da


seguinte maneira:

Exemplo ILUSTRATIVO 35:


A empresa “ABC, Ldª.”, sita na rua da Juventude, n° 3017, NUIT,
20152015, cidade da Beira, apresentou o seguinte balancete do razão
em 31/12/N, em MT:

Contas Saldos
Devedor Credor
Caixa 5.000,00
Depósitos à Ordem 406.000,00
Clientes 419.000,00
Fornecedores 876.800,00
Compras 2.258.000,00
Mercadorias 826.000,00
Activos tangíveis 200.000,00
Amortizações Acumuladas 44.000,00
Capital 200.000,000
Fornecimentos e Serviços de Terc. 244.600,00
Gastos com o Pessoal 920.000,00
Gastos e Perdas Financeiras 19.000,00

169
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Vendas 4.054.800,00
Rendimentos e Ganhos Financeiros 122.000,00
Total 5.297.600,00 5.297.600,00

Dados necessários para regularização de contas e apuramento de


resultados:
 O cliente “C1, Lda.” havia pago a sua dívida em conta corrente,
por transferência bancária, no valor de 120.000,00. Esta
operação não sido registada.
 Cheque nº 6123450, de 100.000,00, emitido a favor do
fornecedor “XYZ, Lda.”. Este pagamento ainda não havia sido
contabilizado nos registos da empresa;
 Os activos tangíveis são amortizados à taxa máxima de 20%.
 As existências em armazém foram avaliadas em 750.000,00.
 A taxa de IRC aplicável é de 32%.

Pedidos:

a) Lançamentos de regularização, no razão esquemático "T".


b) Lançamentos de apuramento dos resultados no razão.
c) Demonstração de resultados do ano N.
d) Balanço em 31/12/N.
e) Comentários sobre o resultado líquido de exercício.

170
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Resolução:

a) Lançamentos de regularização
11- Caixa 12- Bancos
si
) 5,000.00 si) 406,000.00 2) 100,000.00

1) 120,000.00

526,000.00 100,000.00
sd
) 426,000.00

526,000.00 526,000.00

41- Clientes 42- Fornecedores

419,000.0
si) 0 1) 120,000.00 2) 100,000.00 si) 876,800.00
sd sc
) 299,000.00 ) 776,800.00

419,000.0
0 419,000.00 876,800.00 876,800.00

51- Capital 62-Gastos com Pessoal

si) 200,000.00 si) 920,000.00

171
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

71- Vendas 78- Rendimentos e Ganhos


Financeiros

4,054,800.0
si) 0 si) 122,000.00

21- Compras 22- Mercadorias

si 2,258,000.0 4 2,258,000.0 826,000.0


) 0 ) 0 si) 0 4) 826,000.00

750,000.0
4) 0

1,576,000.
00 826,000.00
se
) 750,000.00

1,576,000. 1,576,000.0
00 0

32- Activos Tangíveis 38-Amortizações Acumuladas


si
) 200,000.00 si) 44,000.00

3) 40,000.00

84,000.00

172
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

63- FST 69- Gastos e Perdas Financeiras


si si
) 244,600.00 ) 19,000.00

65- Amortização do Exercício 61- CIVC

2,334,000.
3) 40,000.00 4) 00

Cálculos Auxiliares:
Lançamento 4)
CIVC=EI+C-EF
Existência Inicial: 826,000.00
Compras: 2,258,000.00
Existência Final: 750,000.00
CIVC: 2,334,000.00

a) Lançamentos de apuramento dos resultados no razão

61- CIVC 62- Gastos com Pessoal

2,334,000. 920,000.0 920,000.0


2,334,000.00 5) 00 0 6) 0

65- Amortização do Período 69- Gastos e Perdas Financeiros


10
40,000.00 8) 40,000.00 19,000.00 ) 19,000.00

81- Resultados Operacionais

173
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

78- Rendimentos e Ganhos


Financeiros

2,334,000. 4,054,800
11) 122,000.00 122,000.00 5) 00 9) .00

920,000.0
6) 0

244,600.0
7) 0

8) 40,000.00

3,538,600. 4,054,800
00 .00

516,200.0
12) 0

4,054,800. 4,054,800
00 .00

83- Resultados Correntes (RAI) 85- IRC

516,200. 198,144.0 16 198,144.0


15) 619,200.00 12) 00 14) 0 ) 0

103,000.
13) 00

174
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

619,200.
619,200.00 00

88- RLE

619,200.
16) 198,144.00 15) 00

sc) 421,056.00

619,200.
619,200.00 00

63-FST
244,600. 7
00 ) 244,600.00

71- Vendas

4,054,80 4,054,800.0
9) 0.00 0

82-Resultados Financeiros

19,000.0 11 122,000.0
10) 0 ) 0
13)

175
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

103,000.
00

122,000. 122,000.0
00 0

44-Estado

14 198,144.0
) 0

Cálculos Auxiliares:
Lançamento 14)
IRC= RAI*32%

RAI 619,200.00
TAXA IRC 32%

IRC= 198,144.00

176
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Unidade 8.3.Demonstrações Financeiras

Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:

As Demonstrações Financeiras e Prestação de Contas


 São mapas e seus anexos, cuja função é reportar a informação
económico-financeira duma entidade (empresa) para um período
determinado, para a tomada de decisões de natureza informação
financeira por parte dos utentes.

No final de cada exercício económico a informação financeira deve ser


reportada pelo menos a dois utilizadores da informação (sócios e
estado). O reporte desta informação faz-se de acordo com os
documentos da prestação de contas. Os documentos da prestação de
contas são:

 Relatório de Gestão elaborado pela Gerência ou Conselho de


Administração;
 Balanços;
 Demonstração de Resultados;
 Anexos ao Balanço e à Demonstração de Resultados;
 Demonstração dos Fluxos de Caixa;
 Parecer de Auditor independente;
 Parecer do Conselho Fiscal;
 Declaração de Rendimentos (Modelo 22) e seus anexos;

 Balanço Patrimonial
É uma demonstração financeira que se destina a representar o
património da empresa. Na elaboração do balanço e necessário a
observância das seguintes regras:

177
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 No Activo figuram as contas da Classe 1 a Classe 4 cujo saldo seja


devedor (bens e direitos);
 Deverão surgir no activo a deduzir as contas redutoras do activo,
nomeadamente, Amortizações Acumuladas, as Provisões para
Cobranças Duvidosas, as Provisões para Depreciarão de
Existências, as Provisões para Aplicação de Tesouraria e as
Provisões para Investimentos Financeiros;
 Regra geral as contas de Capital Próprio possuem um saldo credor,
no entanto podem constituir elementos redutores dos Capitais
Próprios as seguintes rubricas:
 As acções ou Quotas Próprias
 A conta 59 quando existam prejuízos acumulados
 A conta 8.8 quando o RLE tem saldo devedor (quando os
resultados são negativos)
 No Passivo estão representadas as obrigações da empresa, isto é,
as contas da classe 4 cujo saldo seja credor;
 Os passivos devem ser balanceados de acordo com o seu grau de
exigibilidade, isto e, devera ser distinguido o passivo de curto
prazo e o passivo de longo prazo;
 Não poderá ser efectuada qualquer compensação de saldos entre
contas de terceiros.

Exemplo de Balanço da Empresa “XYZ, Lda.”, em 31/12/N


ACTIVOS Notas N-1 N
Activos Tangíveis (Liquido) 28.000.000,00
Inventários 13.642.500,00
Clientes 7.991.000,00
Outros Activos Correntes 4.000.000,00
Caixa e Bancos 11.333.000,00
TOTAL 64.966.500,00
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

178
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Capital Social 40.000.000,00


Resultados Transitados 682.500,00
Resultados Líquidos do exercício 1.002.660,00
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO 41.685.160,00
Provisões 480.000,00
Fornecedores 19.229.500,00
Impostos a pagar 471.840,00
Outros Passivos Correntes 3.100.000,00
TOTAL DOS PASSIVOS 23.281.340,00
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO + PASSIVOS 64.966.500,00

 Demonstração dos Resultados por Naturezas


 Corresponde a uma demonstração económica que caracteriza os
custos e proveitos em função da sua natureza, que poderá ser:
operacional e financeira.
 A DRE e uma demonstração económica porque reúne os fluxos
económicos de um período, contrariamente ao balanço que e uma
demonstração estática (isto é, corresponde a "fotografia" do
momento).

Exemplo da Demonstração de Resultados da Empresa “XYZ, Lda.”, em 31/12/N:

Contas de Rendimentos e Ganhos Notas N-1 N


Venda e prestação de serviços 39.277.000,00
Contas de Gastos e Perdas
Custo dos Invent.Vendidos ou Consumidos 22.269.500,00
Custos Com Pessoal 5.005.000,00
Fornecimento e Serviços de Terceiros 1.718.000,00
Amortizações 3.700.000,00
Provisões 150.000,00

179
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Outros Gastos e Perdas Operacionais 11.200.000,00


Rendimentos Financeiros 6.590.000,00
Gastos Financeiros 350.000,00
Resultados antes dos Impostos 1.474.500,00
Imposto Sobre o Rendimento 471.840,00
Resultados Líquidos do Período 1.002.660,00

Para as grandes sociedades, ainda é obrigatória a elaboração e


apresentação das seguintes demonstrações financeiras:
 Demonstração do Fluxo de Caixa;
 Demonstração de Resultados por Funções; e
 Demonstração das Variações do capital Próprio.

Exercício ILUSTRATIVO 36:


Tomando o exercício anterior (8.2.1), pede-se:

a) Demonstração de Resultados.
b) Balanço Patrimonial.
c) Interpretação dos Resultados Obtidos.

Resolução:
a) Demonstração de Resultados

Empresa “ABC, Ldª.”,


c) Demonstração de Resultados, 31/12/N
Contas Notas Ano "N" Ano "N-1"
Cód. Descrição
6 Gastos e Perdas -
61 Custo das vendas 2,334,000.00 -
62 Gastos com o Pessoal 920,000.00 -
63 Fornecimentos e Serv de Terceiros 244,600.00 -

180
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

65 Amortizações do Período 40,000.00 -


69 Gastos e Perdas Financeiros 19,000.00 -
Total 3,557,600.00 -
-
7 Rendimentos e Ganhos -
71 Vendas 4,054,800.00 -
78 Rendimentos e ganhos Financeiros 122,000.00 -
Total 4,176,800.00 -
-
8 Resultados -
81 Resultados Operacionais 516,200.00 -
82 Resultados Financeiros 103,000.00 -
83 Resultados Correntes 619,200.00 -
85 IRC 198,144.00 -
88 Resultados Liquido do Exercício 421,056.00
b) Balanço Patrimonial

Empresa “ABC, Ldª.”,


d) Balanço Referente a 31/12/N
Contas Notas Ano "N" Ano "N-1"
Cód. Descrição
ACTIVO: -
Activo Não Corrente: -
32 Activo Tangível 200,000.00 -
38 Amortização acumulada (84,000.00) -
116,000.00 -
Activo Corrente: -
22 Mercadorias 750,000.00 -
41 Clientes 299,000.00 -
12 Bancos 426,000.00 -

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

11 Caixa 5,000.00 -
1,480,000.00 -
Total 1,596,000.00 -
-
CAPITAL PROPRIO E PASSIVO: -
CAPITAL PROPRIO : -
51 Capital 200,000.00 -
88 Resultado Liquido do Exercício 421,056.00 -
621,056.00 -
PASSIVO:
42 Fornecedores 776,800.00
44 Estado 198,144.00
974,944.00
CP+PASSIVO 1,596,000.00

c) Para o exercício findo em 31/12/N, os resultados obtidos


foram positivos, ou seja, a empresa obteve lucros no valor de
421.056,00 MT, correspondentes a cerca a cerca de 10% das vendas
facturadas.

Encerramento de Contas
O encerramento das contas é uma formalidade contabilística que
consiste no seguinte:
 Débito às contas do balanço com saldo credor (p.e, passivo,
capital próprio e rectificadoras do activo);
 Crédito às contas do balanço com saldo devedor (p.e, activo e
capital próprio, no caso concreto de prejuízos);
 Para o caso das sociedades comerciais, procede-se a
transferência do saldo da 8.8 para a 5.9.

182
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Sumário
Nas Unidades Temáticas do TEMA VIII, estudamos e
discutimos fundamentalmente os seguintes aspectos:
 Contas da classe III: Contas de resultados;
 Operações de fim do exercício: Regularização de
contas, apuramento de resultado do exercício e
encerramento de contas; e
 Demonstrações financeiras.

UNIDADE 8.4: Exercícios de


AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que entende por um rendimento? E um ganho?


2. Qual e o impacto de um rendimento na situação
patrimonial duma empresa?
3. Caracterize o trabalho do fim de exercício.
4. Mencione operações características do processo de
regularização.
5. Descreva as principais demonstrações financeiras
duma empresa unipessoal e duma sociedade.
6. Balancete do Razão Geral da Empresa “Beta, Lda.”, em
31/12/N, em unidades monetárias (UM):
CONTAS Saldo Devedor Saldo Credor
Caixa 50
Bancos 4.060
Clientes 3.900
Fornecedores 8.508
Outros devedores 640
Estado 310
Outros Credores 300

183
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Provisões 120
Compras 22.700
Mercadorias 8.260
Investimentos Financeiros 100
Activos tangíveis 1.940
Amortizações Acumuladas 440
Capital 2.000
Fornecimentos e Serviços de Terceiros 2.206
Impostos 240
Gastos com o Pessoal 9.200
Gastos e Perdas Financeiras 30
Vendas 39.600
Rendimentos e Ganhos Financeiros 1.100
Outros e Rend.e Ganhos Operacionais 948
Total 53.326 53.326

Informações adicionais necessárias para regularização de contas e


apuramento de resultados:
Em caixa havia apenas 48.0, sendo o tesoureiro responsável pela
diferença.
O extracto da conta do Banco A, apresentava um saldo de 1.260.0 A
diferença resulta dos seguintes factos: cheque nº123456, de 100.0,
emitido a favor do fornecedor F1, ainda não havia sido descontado e
valor restante refere-se a juros de depósitos a prazo líquidos de IRS, à
taxa de 20% e ainda não contabilizado.
As activos intangíveis são amortizadas à taxa de 10%.
Estava por pagar e registar a factura nº 499 da papelaria “PAP”
referente a material de escritório no valor de 15.0.
Estava por contabilizar o pagamento da renda do escritório referente
ao mês de Janeiro do ano seguinte no valor de 80.0, importância esta
que havia sido paga com o cheque nº 456123 sobre o Banco A, depois

184
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

de se ter deduzido, a título de retenção na fonte, o imposto sobre o


rendimento (15%):
Estava por contabilizar o pagamento do seguro de incêndio, referente
ao período de 01/10/N a 30/09/N+1, no valor de 24.0, importância
paga com o cheque nº 123555 sobre o Banco A.
Os encargos com férias a processar no ano N+1, relativos ao direito a
férias adquirido no ano N, atingem um valor ilíquido de 1.400.0,
sendo:
Os descontos dos trabalhadores:
IRS.................................................10.5%
Segurança Social………………..……......3%
Os encargos da entidade patronal: 4%.
As existências em armazém foram avaliadas em 7.500.0. O preço de
mercado era inferior em 250.0 ao valor de aquisição das 2.0. unidades
armazenadas.

Pedidos:
1. Lançamentos de regularização e apuramento de
resultados no Razão da empresa “Beta, Lda.”
2. Balancete de encerramento (Final).
3. Balanço em 31/12/N.
4. Demonstração de resultados do ano N.
5. Interpretação dos resultados obtidos em N.
6. A seguir, dispõe-se do balancete de verificação da
empresa “Só-Foods, Lda.”, em 31/12/N, em unidades
monetárias (UM):

Movimentos Saldos
Contas Débitos Créditos Devedor Credor
Caixa 140.220 446.250 27.270 0
Bancos 433.600 320.500 13.300 0

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Outros Instrumentos Financeiros 16.770 1.270 15.500 0


Clientes 660.000 335.250 324.750 0
Fornecedores 190.100 279.660 0 89.560
Estado 90.100 60.250 40.100 10.250
Outros Credores 60.150 65.100 7.600 12.600
Acréscimos e Diferimentos 2.000 8.910 1.600 8.460
Provisões 0 3.150 0 3.150
Compras 305.250 25.000 280.250 0
Mercadorias 38.000 0 38.000 0
Investimentos Financeiros 30.000 0 30.000 0
Activos tangíveis 645.350 0 645.350 0
Activos Intangíveis 3.000 0 3.000 0
Amortizações Acumuladas 0 673.350 0 673.350
Capital 0 255.000 0 255.000
Reservas 0 2.000 0 2.000
Fornecimentos e Serviços de Terc. 116.160 0 116.160 0
Impostos 2.535 0 2.535 0
Gastos com o Pessoal 35.850 0 35.850 0
Gastos e Perdas Financeiras 5.425 0 5.425 0
6astos Gastos e Perdas Operac. 3.535 0 3.535 0
Vendas 0 497.000 0 497.000
Prestação de Serviços 0 33.250 0 33.250
Rendimentos e Ganhos Financeiros 0 8.545 0 8.545
Outros Rend. e Ganhos Operacionais 0 2.560 0 2.560
TOTAL ??? ??? ??? ???

186
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Ao analisar o conteúdo das contas, verificou-se que:


Verificou-se uma falha de caixa, no valor de 6.800. O Tesoureiro foi
considerado responsável.
O depósito a prazo foi constituído por períodos semestrais,
renováveis. O próximo vencimento ocorrerá em 30/04/N+1, sendo
nessa altura creditados juros á taxa anual de 16% (haverá retenção de
IRC, à taxa liberatória de 20%).
Os títulos negociáveis dizem respeito a 1.000 obrigações da sociedade
“GAMA, Lda.”, com um valor nominal de 1.000/cada e a 700 acções
da sociedade “DELTA, SA.”, com preço de aquisição de 2.500/cada. A
cotação em 31/12/N das acções era de 3.000/cada e das obrigações
de 1.380/cada.
Em Dezembro/N foram devolvidas mercadorias ao fornecedor AJM,
no valor de 5.000 sujeitas a IVA à taxa de 17%. A NC só foi emitida
pelo fornecedor em Janeiro de N+1. As existências em armazém
estavam avaliadas em 27.000 e o seu valor de mercado era em
31/12/N de 26.350.
O saldo da conta 31 Investimentos Financeiros diz respeito a um
edifício, para arrendamento, adquirido em N-10, com uma vida útil de
10 anos.
Os activos intangíveis estão totalmente amortizadas. A empresa
utiliza como método de amortização, o método das quotas
constantes.
As remunerações devidas por motivo de férias relativas ao exercício
de N, ascendem a 3.845. Os encargos sociais da conta da empresa são
de 33.8 para a segurança social.
A taxa de tributação do IRC é de 32%, sobre o qual foi lançada
derrama de 10%.

187
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Pedidos:
a) Preencha os espaços marcados com “???”.
b) Efectue os lançamentos de regularização no Razão da empresa
“Só-Foods, Lda.”
c) Proceda ao apuramento do resultado líquido do exercício.
Interprete o resultado obtido.
d) Elabore o Balanço da empresa “Só-Foods, Lda.” , em 31/12/N.

7. A empresa “ALFA, Lda.”, dedica-se à comercialização das


mercadorias A e B, em regime de isenção de IVA e utiliza como
método de custeio das saídas o critério FIFO.

Balancete do Razão Geral da empresa “ALFA, Lda.”, em 31/12/N,


em UM:

Movimentos Saldos
Contas
Débitos Créditos Devedor Credor
Caixa 4.290 1.450 2.840 0
Bancos 22.705 21.000 1.705 0
Outros Instrumentos Financeiros 2.400 0 2.400 0
Clientes 36.750 25.850 10.900 0
Fornecedores 14.450 21.505 600 7.655
Empréstimos Obtidos 2.000 3.800 0 1.800
Estado 2.100 2.340 500 740
Outros Credores 13.800 14.130 40 370
Acréscimos e Diferimentos 700 660 200 160
Provisões 0 1.300 0 1.300
Compras 18.080 18.080 0 0
Mercadorias 20.250 17.800 2.450 0
Regularizações de Inventários 230 230 0 0
Reajustamentos de Inventários 0 250 0 250

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Investimentos Financeiros 7.000 500 6.500 0


Activos Tangíveis 19.360 0 19.360 0
Activos Intangíveis 1.500 0 1.500 0
Amortizações Acumuladas 0 21.000 0 21.000
Capital 0 6.500 0 6.500
Reservas 0 4.810 0 4.810
Resultados Transitados 270 0 270 0
CIVC 15.800 0 15.800 0
Fornecimentos e Serv.de Terceiros 8.810 0 8.810 0
Gastos com o Pessoal 8.910 0 8.910 0
Gastos e Perdas Financeiras 1.750 0 1.750 0
Vendas 0 32.000 0 32.000
Prestação de Serviços 0 6.000 0 6.000
Rendimentos e Ganhos Financeiros 0 1.250 0 1.250
Outros Rendimentos e Ganhos 0 700 0 700
Operac.
TOTAL 201.155 201.155 84.535 84.535

Informações adicionais:

 Em 31-Outros Instrumentos Financeiros a empresa apenas


detém 960 acções da Sociedade ABC, SA. A sua cotação é nesta data
de 1.900/acção.

 Saldo da conta 22- Mercadorias é composto por um lote de 500


unidades de mercadoria A, adquirida por 1.100/unidade e um lote de
1.250 unidades de mercadoria B.

 A recente inundação ocorrida no armazém da empresa, por lapso


ainda não foi registada. Ficaram inutilizadas 150 unidades de
mercadoria B. A indemnização atribuída nesta data, pela companhia
de seguros, cobre apenas 80% do prejuízo total.

 O valor de mercado das mercadorias que se encontram


efectivamente em armazém em 31/12/N é de 2.300.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

 A empresa pagou a renda do escritório relativa ao mês de Janeiro


de N+1, sujeita a retenção na fonte à taxa de 20%. O valor da renda é
de 200. Esta operação está reflectida na conta 63-FST.

 Estão por contabilizar os custos referentes às remunerações


devidas para o mês de Dezembro de N. O Valor ilíquido das
remunerações devidas ao pessoal é de 550.000.

 Encargos patronais para a Segurança Social: 4%

 Descontos dos trabalhadores para a Segurança Social: 3%

 IRS (Taxa média): 12%

 O IRC estimado é de 32% sobre os resultados antes de


impostos.

Pretende-se:
a) Lançamentos no Razão das operações de regularização que
considere necessárias.
b) Apuramento do Resultado Líquido do Exercício no Razão.
Interprete-o.
c) Elabore a Demonstração de Resultados da Empresa “ALFA,
Lda.”em 31/12/N.
d) Elabore o Balanço da Empresa “ALFA, Lda.”, em 31/12/N.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 ANO MÓDULO: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

BIBIOGRAFIA RECOMENDADA
1. Amaro, J. G., Contabilidade Aplicada e Gestão Administrativa; Editorial Inova, Porto
2. Baptista, Mário. A Contabilidade e a Gestão, Livraria Clássica Editora, Lisboa
3. Borges, A. et al, (2007). As novas Demonstrações Financeiras de acordo com as Normas
Internacionais de Contabilidade, 1ª Edição, Atlas Editora, São Paulo.
4. Borges et al (2004). Contabilidade e Finanças para a Gestão, 2ª Edição.
5. Borges et al (2007). Elementos da Contabilidade Geral , 24ª Edição: Áreas Editora,
Lisboa.
6. BORGES et al; Elementos de Contabilidade Geral, Rei dos Livros, Lisboa; 13 ª Edição;
7. Costa, Maria Fernando Assis (). Introdução à Contabilidade, 3ª Edição, Plátano Editora,
Lisboa.
8. Lisboa.
9. Marion, J.C. (2005).Contabilidade Empresarial, 11ª Edição, Atlas Editora, São Paulo.
10. Mendes, J. "Contabilidade Geral e Financeira" - Plátano Editora, Lx.
11. Moçambique, Conselho de Ministros (2009), Decreto nº 70/09 de 22 de Dezembro (PGC)
12. Oliveira, A. Contabilidade Geral e Financeira, Rei dos Livros, Lisboa
13. Pereira, J.M. Esteves; Contabilidade Básica e Geral (2 Vols), Plátano Editora, Lisboa;
14. Pereira, J.M. Esteves; Elementos de contabilidade Geral, Plátano Editora, Lisboa;
15. Pereira, M. Esteves e DA SILVA , Gonçalves (1998). Contabilidade das Sociedades, 1ª
Edição, Plátano Editora, Lisboa.
16. Silva , F. e Pereira, J. (1996). Contabilidade das Sociedades , 10ª edição, Plátano Editora,
Lisboa.
17. Silva, F.V. Gonçalves, Contabilidade Geral, (2 Vols) Liv. Sá da Costa, Lisboa;
18. Silva, F.V. Gonçalves, O Balanço e as Demonstrações de Resultados, Liv. Sá da Costa,
Lisboa
19. Wood, Frank (1984) Bussines Accounting, 4ª Edição, Longman Group Editora, New York.

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