Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
O Massacre das Bananeiras (em espanhol: Masacre de las bananeras) foi um massacre
de trabalhadores da United Fruit Company ocorrido em 6 de dezembro de 1928 na cidade
de Aracataca (Magdalena), nas proximidades de Santa Marta, Colômbia.[1] Após oficiais
americanos, juntamente com representantes da United Fruits apontarem a greve dos
trabalhadores como "comunista" e com "tendências subversivas"
em telegramas a secretaria de estado americana,[2] o governo americano ameaçou invadir
a Colômbia com a marinha americana se o governo do país não não agisse para proteger
os interesses da empresa. Um número desconhecido de trabalhadores morreu[3] quando
o governo conservador de Miguel Mendéz enviou o exército colombiano para acabar com
uma greve por melhores condições de trabalho.
Gabriel García Márquez escreveu uma versão fictícia do acontecido em sua obra Cem
Anos de Solidão.
Índice
1Greve
2Massacre
3Ver também
4Consequências
5Referências
Referências
1. ↑ Cem Anos de Solidão
2. ↑ «COLOMBIAWAR.ORG -- The Santa Marta Massacre». 17 de julho de 2012. Consultado
em 1 de janeiro de 2017
3. ↑ «Talk:Banana massacre». Wikipedia (em inglês). 20 de julho de 2016
COLÔMBIA 1928: O MASSACRE DAS BANANEIRAS
A industrialização iniciada naqueles primeiros vinte anos deu à luz a uma burguesia
urbana, e também a um setor operário que começou a reivindicar benefícios sociais.
Seguindo o seu exemplo, camponeses, indígenas e artesãos, também procuraram se
organizar. Estes incipientes movimentos reivindicativos deram lugar às primeiras
organizações sindicais e políticas.
Esse processo organizativo embrionário recebeu um incentivo externo determinante. Em
outubro de 1917, veio a Revolução de Outubro na Rússia, liderada por Vladimir Lênin,
e a criação da União Soviética, que se constitui na primeira experiência de construção
do socialismo. Este evento passaria a exercer uma influência decisiva sobre o
pensamento político e social mundial, como tinha sido a Revolução Francesa em 1789.
A Colômbia não poderia ser a exceção, menos ainda quando a palavra "socialismo" não
era desconhecida em círculos da intelectualidade liberal.
Agora, a igualdade social era visto como uma possibilidade. Com base em
manifestações e greves, a conquista dos direitos e concessões inimaginável alguns anos
antes foram sendo alcançados, sendo que os trabalhadores petroleiros da Tropical Oil
Company eram a vanguarda da luta.
Rengifo foi o principal inspirador da Lei de Defesa Social, mais conhecida como "Lei
Heróica". Promulgada em outubro de 1928, estabeleceu o tom na concretização de um
contexto teórico altamente repressivo. Com ela, a Colômbia adiantou-se aos teóricos das
guerras colonialistas européias e norteamericana, formulando uma doutrina destinada a
combater o que é conhecido no início da década de sessenta como "inimigo interno". A
Lei definia como “subversiva” as ações reivindicativas, política e social dos sindicatos e
organizações populares embrionárias.
Por volta de 1927, mais de 25 000 pessoas trabalhavam nas plantações da United, com
jornada de trabalho de no mínimo 12 horas. Os trabalhadores não recebiam salários em
dinheiro: recebiam bônus, que somente podiam ser utilizados nas lojas da empresa, em
troca de mercadorias importadas dos EUA nos navios que transportavam as bananas.
Além de não ter assistência médica, os trabalhadores dormiam amontoados em barracos
insalubres. Havia um sistema de empreiteiros intermediários como único vinculo
trabalhista, e assim, a empresa se desonerava das obrigações básicas para com os
trabalhadores. Buscando resolver esta situação, o sindicato apresentou uma pauta de
reivindicações.
As negociações, que não avançavam, foram congeladas quando a Lei Heróica foi
aprovada. A United rejeitou a pauta por considerá-la subversiva. Para os trabalhadores
não sobrou alternativa do que a paralisação, em 12 de novembro de 1928. O slogan era:
"Pelo operário e pela Colômbia". Logicamente, o movimento foi rotulado de
"subversivo" pelo governo, pela igreja e imprensa. Afirmava-se que "agentes de
Moscou" tinha desembarcado clandestinamente para preparar a insurreição.
Duas horas depois, o general completamente bêbado, leu o decreto sobre perturbação da
ordem pública diante da multidão que estava dormindo na praça. Ao finalizar a leitura,
enquanto alguns grevistas gritavam "Viva a Colômbia!", "Viva o exército!", e se
recusaram a deixar a praça, ordenou que as tropas atirassem com as metralhadoras
colocadas nos telhados (4). Posteriormente, o militar disse que "era imperativo fazer
cumprir a lei, e foi cumprida".
Estima-se que havia cerca de cinco mil camponeses, muitos acompanhados de suas
esposas e filhos, rodeados por 300 soldados.
Aqueles que não foram mortos instantaneamente foram arrematados com baionetas ou
enterrados vivos em valas comuns. Nos trens da United, centenas de corpos foram
enviados e levados até o mar, onde foram jogados como bananas de má qualidade. Tal
como diz García Márquez em "Cem Anos de Solidão".
Foi decretada a perseguição para todos aqueles que sobreviveram, sem diferenciar se
trabalhavam ou não para a United. Outras centenas de camponeses foram brutalmente
espancados e encarcerados, enquanto os líderes foram rapidamente julgados em
tribunais militares.
A matança durou vários dias, até que a notícia se espalhou por todo o país, apesar da
censura instaurada à imprensa, e começaram as manifestações de protesto. Para a United
e o governo as coisas continuavam como se nada tivesse acontecido, a ponto de o
general Cortés assinar, em nome dos operários, um "acordo de trabalho".
O general Carlos Cortés Vargas reconheceu nove mortos. O governo treze e 19 feridos.
Em 16 de janeiro de 1929, o diplomata dos EUA, Jefferson Caffery, informou ao
Departamento de Estado: "Tenho a honra de informar que o representante da United
Fruit Company em Bogotá, ontem me disse que o número de grevistas mortos pelas
forças militares colombianas passa de mil". Mas a comissão de inquérito do Congresso,
liderada por Jorge Eliécer Gaitán, descobriu cemitérios clandestinos, portanto, o número
de vitimas, certamente, ultrapassa as 1.500.
O militar explicou sua decisão argumentando que existia uma situação insurrecional,
que poderia provocar um desembarque de tropas dos EUA para proteger os interesses da
United. E ele queria evitar uma invasão da Colômbia.
O Presidente da República parabenizou o general Cortés Vargas por ter salvo o país da
anarquia. Enquanto o editorial do jornal liberal El Tiempo, de 17 de dezembro, dizia:
"falta investigar se não existem medidas preferíveis e mais eficazes do que as de
destinar a metade do exército da República para a matança de trabalhadores”.
Gaitán constataria que se havia aplicado contra os grevistas, em prol dos interesses dos
EUA, a política do "inimigo interno": "Não que eu negue que uma grande agitação de
justiça social percorre, de uma ponta à outra do país, para todos os espíritos. Ela existe,
mas não como fruto do comunismo, mas como uma razão vital de um povo que deseja
defender-se contra a casta de políticos sem escrúpulos (...). Assim procedem as
autoridades colombianas quando se trata da luta entre a ambição desmedida dos
estrangeiros e da equidade das necessidades dos colombianos (...). Naturalmente, não
devemos pensar que o governo exerceu qualquer pressão para reconhecer a justiça dos
operários. Estes eram colombianos e a empresa era americana e, dolorosamente,
sabemos que neste país o governo tem a metralha homicida e um joelho tremulo no
chão diante do ouro norteamericano”. (5)
O massacre das bananeiras não resultou em qualquer responsabilidade penal ou política.
O general Carlos Cortés Vargas foi promovido a diretor da Polícia Nacional. Ostentava
esse cargo até quando foi destituído. Não pelo massacre das bananeiras, mas pelo
assassinato de um jovem, em 8 de junho de 1929, durante um protesto de rua em
Bogotá. Era um estudante da elite bogotana e filho de um amigo do presidente Abadía
Méndez. A oligarquia e do alto clero ficaram indignados. Pelo mesmo motivo, também
foi destituído o ministro Rengifo, o mesmo que anteriormente havia sido elogiado como
o homem providencial do regime.
Notas:
1) Calvo Ospina, Hernando. Colômbia, a história do terrorismo de Estado . Editorial
Akal. Madrid, 2008.
2) Rengifo, Ignacio. Memórias do Ministério da Guerra. Bogotá, 1927.
3) O desenvolvimento da greve e posterior repressão sofridas pelos trabalhadores, está
na pesquisa realizada pelo representante liberal Jorge Eliécer Gaitán, e apresentada ao
Congresso da Colômbia, em setembro de 1929.
4) Sanchez, Ricardo, História Política da Classe Operária na Colômbia , Ed. La Rosa
Roja, Bogotá, 1982.
5) Gaitán, sendo um candidato presidencial, e convertido no grande inimigo da
oligarquia, foi assassinado em 9 de abril de 1948, em Bogotá. Isto provocou o que é
conhecido na Colômbia como "A Época da violência", que em seis anos deixou cerca de
300 mortos, quase todos os camponeses.
ÀS 22:26
Criar um link
FacebookTwitterGoogle+WhatsAppCompa
rtilhar
Tomislav R. Femenick
Há quarenta anos foi lançado o livro “Cem anos de solidão”, um marco na literatura latino-americana e do estilo
conhecido como realismo fantástico, realismo da maravilha ou realismo mágico, que deu ao seu autor, Gabriel Garcia
Marques, o Prêmio Nobel de literatura de 1982. Os precursores de tal estilo foram o venezuelano Arturo Uslar Pietri,
que em 1931 lançou “As lanças coloradas”; o cubano Alejo Carpentier, que em 1948 publicou “O reino deste
mundo”, que tem como cenário a corte de Jaen-Jacques Dessalines, o primeiro imperador negro do Haiti; Julio
Cortázar, escritor argentino nascido na Bélgica, que publicou o “Bestiário”, em 1951, e “O jogo da amarelinha”
(Rayuela, no original), em 1963; o mexicano Juan Rulfo, autor de “A planície em chamas”, de 1953, e “Pedro
Páramo”, de 1955, além do argentino Jorge Luiz Borges, nesse campo um “hour concur”.
Entre os brasileiros temos Mário de Andrade, com Macunaíma, editado em 1928; Murilo Rubião, que publicou “O
ex-mágico”, em 1947, e, em 1953, “A estrela vermelha”; Jorge Amado, principalmente por “Dona Flor e seus dois
maridos”; Ariano Suassuna, com “A pedra do reino”, publicado em 1971; Dalton Trevisan, com toda sua obra, e, em
certo sentido, Guimarães Rosa. Não podemos nos esquecer do nosso Nei Leandro de Castro, com o seu “As pelejas
de Ojuara”, e outros. Entretanto, Dias Gomes – tanto em sua obra literária como nos textos produzidos para a
televisão, como “O bem amado”, “Roque Santeiro”, “O pagador de promessas” e “Saramandaia” – talvez seja o
brasileiro mais representativo do realismo fantástico.
Esse é um estilo que funde a realidade com a fantasia. O termo foi citado pela primeira vez em 1920, pelo critico
alemão Franz Roh, para identificar uma corrente do pós-modernismo, um movimento artístico que, em sua origem, se
caracterizava pelo afastamento do concreto, pela narrativa singela, aproximação da cultura elitista com a cultura
popular e, ainda, por adotar a complexidade, a contradição, a ironia, a mistura de estilos e de gêneros. Além de tudo
isso, o realismo fantástico adota uma grande riqueza sensorial, toma o absurdo como linha de ação, despreza a lógica,
destorce o tempo, faz a inversão de causa e efeito, incorpora lendas aos eventos presentes e, finalmente, deixa o leitor
livre para interpretar a narrativa.
Se analisarmos o dia-a-dia dos brasileiros, chegamos à conclusão que a realidade nacional é tão simulada como
qualquer obra ficcional do realismo fantástico. Dias Gomes dizia que este é um país que desmoraliza qualquer
absurdo. Eu acho que é verdade. Aqui há mais morte por assassinatos que no Iraque, onde há uma guerra civil
declarada; há mais acidentes e mortes de trânsito que nos Estados Unidos, país que possui a maior frota do mundo; o
presidente do Senado é acusado de fraudes, peculato e outras falcatruas e insiste em permanecer no cargo (se no
Japão fossem, as acusações que existem contra Renan seriam suficiente para que ele cometesse haraquiri); o STF
acusa 40 membros da alta cúpula do governo federal – seus colaboradores diretos e pessoas ligadas à alta direção do
seu partido – por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e outros crimes de somenos importância e o
chefe de tudo continua com altas taxas de popularidade.
No mundo da política, cuecas e malas são tidas como meios normais de transporte de dólares e reais; fazer acordo
com inimigos de ontem e romper com aliados antigos não é mais desfaçatez e impudor… é apenas “habilidade” e
“estratégia” para se manter ou chegar ao poder. Alias, no realismo brasileiro nada é mais importante que o poder.
Para lá chegar ou ficar se faz de tudo: acho até que alguns são capazes de vender a mãe e usar capacete de
viquingues. E o povo continua votando neles. Em um governo de trabalhadores, os bancos têm os maiores lucros da
história.
Mas não só os políticos fazem o nosso realismo ser fantástico. Nenhum povo faz questão de, despudoradamente,
expor a nudez de suas mulheres. Aqui o fazemos aberta e escandalosamente. E não é só no carnaval. Não. É o ano
todo. Por mas que se diga que estamos combatendo o turismo sexual, os prospectos que são distribuídos no exterior
ainda são ilustrados com bunda e peitos de mulatas. Todos nós ficamos orgulhosos quando fraudamos o fisco, quando
burlamos uma lei de trânsito, quando colamos na escola, quando levamos a melhor em uma discussão, banal que seja,
mesmo que para isso tenhamos que usar de argumentos duvidosos. O realismo da maravilha atinge até o reino dos
esportes. Depois do Pan, houve gente que ficou acreditando que o Brasil era uma grande potência esportiva, assim
como acreditaram que Rubens Barriquelo seria o herdeiro de Senna.
No reino do fantástico, todo torcedor acha que os jogadores do seu time são gentleman e não cometem falta alguma,
que seu time só perde quando o juiz rouba. Alguns acreditam até nos cartolas – do seu time, é claro. Tudo isso é falso,
menos no Flamengo. Lá, ruim só os cartolas.
REALISMO MÁGICO
O realismo mágico é uma escola literária surgida no início do século XX. Também é conhecido
por realismo fantástico, ou realismo maravilhoso, principalmente em espanhol.
Outro grande mestre do realismo mágico foi o argentino Jorge Luis Borges. O cubano Alejo
Carpentier, no prólogo de seu livro Reino deste mundo, define seu trabalho sob o realismo
maravilhoso, que apesar de semelhante ao realismo mágico de Garcia Marques, não se
confunde com ele.
O realismo mágico se desenvolveu fortemente nas décadas de 60 e 70, como produto de duas
visões que conviviam na América hispânica e também no Brasil: a cultura da tecnologia e a
cultura da superstição. Surgiu também como forma de reagir, através das palavras, contra as
ditaduras da região.
Ele pode ser definido como a preocupação estilística e o interesse de mostrar o irreal ou
estranho como algo cotidiano e comum. Não é uma expressão literária mágica: sua finalidade
não é a de suscitar emoções, mas sim de melhor expressá-las e é, sobretudo, uma atitude
frente a realidade. Uma das obras mais representativas deste estilo é Cem anos de solidão', de
Gabriel Garcia Márquez.
Os seguintes aspectos estão presentes em muitos romances e contos do realismo mágico, mas
não necessariamente estão todos presentes em todas as obras desta escola. Do mesmo modo,
obras pertencentes a outras escolas podem apresentar algumas características dentre aquelas
aqui listadas:
• O tempo é percebido como cíclico, como não linear, seguindo tradições dissociadas da
racionalidade moderna;
• Preocupação estilística, partícipe de uma visão estética da vida que não exclui a experiência
do real.
Espaço
• Mínimo e vital;
Personagens
Os personagens presentes nas obras desta corrente podem ter viagens, mas não de tipo físico -
- eles alternam de espaço e tempo entre seus estados de vigília e de sonho.
Fonte: Wikipedia