Como Declarar Ações No Imposto de Renda

ÍNDICE
Introdução ....................................................................................................................... 3
Quem deve declarar o Imposto de Renda ............................................................. 6

Regras ............................................................................................................................... 7
Riscos e multas .............................................................................................................. 8
Documentos necessários para fazer sua declaração ......................................... 9
Como calcular o imposto de renda em ações? .................................................... 10
1. Calcular os custos operacionais.................................................................. 10
2. Calcular o preço pago por cada ação........................................................ 12
3. Calcular o preço médio das ações da sua carteira .............................. 15
4. Descontar seus prejuízos ............................................................................ 22
5. Calcular o imposto devido .......................................................................... 24
6. Descontar o IRRF que foi retido no ordem de venda da ação .......... 25
Como preencher a DARF para recolher o imposto devido .............................. 26
1. Internet Banking ............................................................................................ 27
2. Sicalc .................................................................................................................. 29
3. Sicalc Web ........................................................................................................ 32
4. Preenchimento manual ............................................................................... 34
9 Passos para declarar suas ações no imposto de renda ................................. 36
Passo 1) Declarando seu Patrimônio em Ações ....................................... 37
Passo 2) Declarando os Dividendos ............................................................. 40
Passo 3) Declarando os Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) ............... 43
Passo 4) Declarando a Bonificação de Ações ............................................. 46
Passo 5) Declarando a Desdobramento de Ações (split) ........................ 51
Passo 6) Declarando o Agrupamento de Ações (inplit) ........................... 55
Passo 7) Declarando o Direito de Subscrição ............................................ 58
Passo 8) Declarando o Lucro em Ações Isentos de IR ............................. 62
Passo 9) Declarando o Lucro em Ações Tributado de IR ........................ 64
Considerações finais ................................................................................................... 68
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COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 2

INTRODUÇÃO
Você já deve ter ouvido essa frase:
“A melhor pessoa para cuidar do seu dinheiro é você mesmo.”
Acredito que essa frase faz total sentido para quem busca alcançar a
liberdade financeira. Você não pode delegar a terceiros coisas importantes
da sua vida, como: brincar com seu filho, amar sua família e cuidar da sua
saúde, logo, cuidar do seu dinheiro também não poderia ser diferente, não
concorda?
A tarefa de gerenciar por conta própria seus investimentos lhe trará vários
benefícios no caminho da liberdade financeira, já que nesse momento você
visualiza o crescimento do seu patrimônio, consegue mensurar seus
esforços e traçar metas na acumulação de capital para os anos
seguintes.

INTRODUÇÃO
Fazer a declaração do Imposto de Renda das suas ações pode parecer

complicado e trabalhoso, e muitos acreditam que só um contador pode
realizar esse trabalho. Depois de ler esse ebook você poderá fazer a sua
declaração, basta um mínimo de organização e ter registrado suas
operações na bolsa de valores ao longo do ano.
VOCÊ APRENDERÁ NESSE EBOOK:
• Quem deve declarar o imposto de renda em ações?

• Documentos necessários para fazer sua declaração.
• Como controlar seus investimentos com ações?
• Como calcular o imposto de renda em ações?
• Como preencher a DARF para recolher o imposto devido.
• Como declarar suas ações no imposto de renda?
Preste bastante atenção ao fazer sua declaração do imposto de renda,

dessa forma não haverá erros e problemas com a receita federal.
Um abraço e boa leitura,
André Fogaça

INTRODUÇÃO
Olá, meu nome é André Fogaça, sou empreendedor, investidor e

cofundador do site GuiaInvest, maior rede social de investidores de ações
do Brasil, que atualmente conta com mais de 200 mil investidores
cadastrados.
Sou formado em Administração de Empresas e pós-graduado em

Economia pela UFRGS. Possuo credencial de administrador de carteiras e
consultor de valores mobiliários pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM).
Minha Missão é ajudar as pessoas a investirem bem seu

dinheiro para que possam gerar riqueza e conquistar seus
maiores sonhos.
Seja muito bem-vindo ao GuiaInvest.

QUEM DEVE DECLARAR O IMPOSTO DE RENDA?
Pelas regras da Receita Federal, qualquer investidor que realizou

operações na Bolsa de Valores, mercadorias, futuros e assemelhados,
está obrigado a entregar sua declaração anual de imposto de renda.
Então, independente do valor, ou de ter tido lucro ou prejuízo na bolsa de

valores você deve declarar seus investimentos em ações.
O pagamento do imposto de renda deve ser feito mensalmente, pelo

próprio investidor que acumular o valor total de vendas acima de R$20 mil
no mês, ou em operações daytrade. Abaixo desse valor você ficará isento
do pagamento de IR.
O valor do imposto é calculado apenas sobre o lucro na venda das ações e

não sobre o valor total da venda.
Você pagará automaticamente uma pequena porcentagem do valor das

ações que vender. Essa porcentagem aparecerá na nota de corretagem no
campo IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), que serve para “dedurar”
que o seu CPF realizou uma operação de determinado valor na bolsa de
valores. Então não tente enganar a Receita Federal, ela sabe
exatamente quando e quanto você vendeu suas ações.

REGRAS
REGRAS
• Operações Comum: operações iniciadas, não encerradas no

mesmo dia e na mesma corretora, são tributados com alíquota de
15%, desde que o valor acumulado de venda (e não o lucro) seja
maior que R$20 mil no mês, abaixo desse valor você está isento do
recolhimento do IR.
• Juros Sobre Capital Próprio (JCP): são tributados na fonte à
alíquota de 15%, mas você não precisará recolher o imposto, a
empresa já recolheu e você receberá o valor líquido, apenas
registre os valores recebidos na declaração anual.
• Dividendos: são isentos de Imposto de Renda, apenas registre os
valores recebidos na declaração anual.
ATENÇÃO: Investir diretamente em ações tem várias vantagens, mas exige

organização. Se você não declara corretamente as operações com ações,
lembrem-se que o “dedo-duro” informa a Receita Federal de todas as
vendas.

RISCOS E MULTAS
Como já foi dito anteriormente, a Receita Federal sabe exatamente quem

deve declarar o imposto de renda, caso você não fizer, terá seu CPF com
pendência, cadastros bancários suspensos, operações de câmbio
inviabilizadas, entre outras consequências.
Quando for regularizar sua situação, deverá pagar multa por declaração
entregue em atraso, de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso,
calculada sobre o total do imposto devido.
Se não procurar a Receita Federal de forma espontânea e chegar a ser

notificado, pagará a mesma multa de atraso de entrega, mas caso a
declaração tenha imposto a pagar, este imposto será acrescido de uma
multa de 75% sobre os tributos devidos, ou de 150% quando houver
sonegação clara.
A receita federal tem o prazo de até 5 anos para multar quem errou a
declaração do imposto de renda.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA FAZER SUA DECLARAÇÃO
Ao longo do ano você deve guardar todos os documentos relacionados

com seus investimentos em ações, dessa forma você não terá dificuldades
na hora de fazer sua declaração. Alguns documentos receberá pelos
correios, email e alguns nem receberá, portanto fique atento.
Veja a lista de documentos necessários:
• Notas de corretagem das operações (compras e vendas);

• Informe de rendimentos da corretora;
• Proventos recebidos (dividendos e JSCP);
• Bonificações, desdobramentos, agrupamento e subscrição de suas
ações.
Se não receber algum documento, você pode buscar a informação em três

lugares: site da corretora, site da área de Relações com Investidores (RI) da
empresa ou no site da BM&F Bovespa.

COMO CALCULAR O IMPOSTO DE RENDA DE AÇÕES?
Após comprar suas ações você deve registrar seus custos operacionais
(corretagens e taxas) e o preço médio de compra das ações em sua
carteira, para facilitar a declaração do imposto de renda e também para
que no momento da venda de suas ações, você saiba quanto teve de lucro
ou prejuízo. Faremos isso em 6 passos:
1. Calcular os custos operacionais por ordem executada

2. Calcular o preço pago por cada ação
3. Calcular o preço médio das ações da sua carteira
4. Descontar seus prejuízos
5. Calcular o valor do imposto devido
6. Descontar o IRRF que foi retido no ordem de venda da ação
1. Calcular os Custos Operacionais
Muitos investidores por não anotarem suas operações acabam se

perdendo na declaração, além de não percebem que seus custos podem
ter sido muito maiores que seu lucro, nessa hora surge o lucro líquido, que
é o lucro descontando todos os custos operacionais que teve.
Veja todos os custos envolvidos:
• Emolumentos, taxas de registro e liquidação: cobrados pela

Bovespa ou CBLC, para cobrir os custos de operação e liquidação
de seus investimentos;
• Taxa de corretagem: taxa para realizar sua ordem junto à Bolsa de

Valores. Quando você compra ou vende suas ações através do
homebroker, a corretora debita a corretagem, de acordo com suas
regras de cobrança, que vão desde valores fixos até porcentagens
sobre o valor da operação. Cada corretora tem sua própria política
de cobrança, dependendo da qualidade e variedade de serviços
prestados.

COMO CALCULAR O IMPOSTO DE RENDA EM AÇÕES?
• Taxa de Custódia: taxa mensal cobrada pelas corretoras para

manter seu cadastro e suas operações registradas em seus
sistemas de homebroker ou mesa de operações, cobrindo custos
operacionais junto à CBLC, mas não é de cobrança obrigatória.
Algumas corretoras associam sua cobrança à quantidade de
operações realizadas no mês ou valor mínimo de investimentos.
• ISS (Imposto Sobre Serviços): costuma ser repassado por algumas

corretoras ao cliente.
Para conhecer seus custos operacionais, veja na sua nota de corretagem,

ou pergunte a sua corretora quanto terá que pagar de corretagem e taxas.
Veja no exemplo abaixo os custos operacionais de uma nota de

corretagem:

2. Calcular o preço médio de compra
Todo lucro de operações na bolsa de valores deve recolher o imposto de

renda, e para saber exatamente qual será o seu lucro na hora de vender
suas ações, você precisará conhecer o seu preço médio de compra.
Segundo o art. 47 da IN RFB nº 1.022 que diz:
“Art. 47. Nos mercados à vista, o ganho líquido será constituído pela diferença
positiva entre o valor de alienação do ativo e o seu custo de aquisição,
calculado pela média ponderada dos custos unitários.”
Traduzindo:
ganho líquido = valor da venda - custo das compras (média ponderada).
A primeira coisa é descobrir o custo de cada compra, então some todas as

taxas e corretagens geradas na operação. O seu preço médio aumentará,
fazendo com que na venda seu lucro seja menor, e terá um imposto de
renda menor.
Imagine que você comprou 100 ações da Petrobras, pagando R$ 9,00 por
cada ação, totalizando R$900,00
Somando todos os custos operacionais da nota de corretagem, você

chegou no total de R$ 30, então o seu preço médio será:
Preço médio da operação = custo total / quantidade de ações
Preço médio = (R$ 900 + R$ 30) / 100 = R$ 9,30 por ação
Portanto, esta operação só dará lucros se vender as ações da Petrobras por

um valor superior a R$ 9,30. Porém, se você já tivesse a ação na carteira
por um preço diferente do que pagou hoje, deve calcular o preço médio da
ação na sua carteira.

Se na nota de corretagem aparecer duas ações diferentes, como na foto

abaixo, onde o investidor comprou 200 ações ITUB4 e 400 ações WEGE3:
Como aparece duas ações diferentes e a nota de corretagem não especifica

qual custo de cada uma, você deve calcular o custo unitário de cada ação.
1º passo) Some todos os custos. No exemplo acima o investidor gastou:
Taxa de liquidação: R$3,21

Emolumentos: R$0,58
Corretagem: R$ 33,83
ISS: R$ 2,87
Custo total: R$37,62

2º passo) Custo de cada ação. Para ponderar o custo de cada ação, divida
os custos de cada ação pelo valor total da compra (sem taxas) e multiplique
pelo valor de cada ação, exemplo:
Valor total das ações (ambas) = R$11.688,00

Valor total das ações ITUB4 = R$5.460,00 representando 46,71%
Valor total das ações WEGE3 = R$6.228,00 representando 53,29%
Total dos custos = R$ 37,62
Custo da ação = custo total x proporção da ação
Custos da ITUB4:
Valor = R$37,62 x 0,4671 (46,71%) = R$17,57
Custos da WEGE3:
Valor = R$37,62 x 0,5329 (53,29%) = R$20,05

3. Calcular o preço médio das ações da sua carteira
Pense em cada uma das suas ações como um estoque único. Ao realizar
uma venda, não é possível “escolher” quais ações você vende: as mais
antigas ou as compradas recentemente. Por isso o conceito de considerar
um preço único para cada ativo que você tiver, independentemente da
data da compra.
Veja o exemplo da compra da ação PETR4 (Petrobras):
a. Compra de 100 ações por R$ 9,00 em 13/02, custos R$21,50

b. Compra de 100 ações por R$ 12,00 em 15/02, custos R$21,70
c. Compra de 200 ações por R$15,00 em 20/02, custos R$23,60
Com esses dados, você calcula o valor pago pela ação em cada operação:
Preço Médio (PM) = [(quantidade x preço) + custos] / quantidade
a. [ 100 x 9,00 + 21,50 ] / 100 = 9,215 e gasto de R$9.215,00

b. [ 100 x 12,00 + 21,70 ] / 100 = 12,217 e gasto de R$12.217,00
c. [ 200 x 15,00 + 23,60 ] / 200 = 15,118 e gasto de R$15.118,00
Para saber o preço médio da carteira (PMC), faça a média ponderada de

cada operação:
PMC = (preço médio carteira x quantidade carteira) + (preço médio

operação x quantidade operação) / quantidade total
a. Em 13/02: 100 ações e gasto de R$9.215,00, PMC de 9,215

b. Em 15/02: [ (9,215 x 100) + (12,217 x 100)] / 200 = PMC de 10,716
c. Em 20/02: [ (10,716 x 200 ) + (15,118 x 200 ) ] / 400 = PMC de 12,917
Em 20/02 você tinha 400 ações PETR4, com PMC de R$ 12,917

Como a venda não altera o preço médio de compra, o preço de uma nova
compra terá mais peso, já que seu estoque de ações diminuirá. Vamos dar
um exemplo:
Suponha que a venda a seguir foi executada antes da terceira compra:
b2. Venda de 50 ações por R$ 11,50 em 17/02 , custos R$20,86
Como o Preço Médio de sua posição continuará sendo R$ 10,716 e o

estoque de ações, passaram de 200 para 150, no momento da terceira
compra, o novo cálculo do preço médio seria:
c2. Em 15/02: [ (10,716 x 150 ) + (15,118 x 200 ) ] / 350 = 13,231
Veja que o preço médio das ações no dia 15/02 passou de 12,917 para
13,231 embora não tenha sido feita nenhuma nova compra.
No momento da venda, o seu lucro será calculado sobre o preço médio de

compra, por isso é tão importante você ter esse preço registrado dentro da
sua declaração do imposto de renda.
Exemplo de cálculo de lucro. Se vender 100 ações a 15,00 com preço médio
de compra a 13,23:
Preço médio: 13,23

Valor venda: 15,00
Quantidade vendida: 100
Taxas: 14,00
Lucro = [quantidade vendida x (preço venda - preço médio)] - taxas
Lucro = [100 x (15,00 - 13,23)] - 14,00 = R$163,00

ATENÇÃO 1: seu preço médio de compra será zerado se você zerar seu
estoque de determinada ação.
ATENÇÃO 2: O preço médio é de compra, por isso as vendas não alteram o

seu preço médio da carteira.

Preço médio após Desdobramentos, Agrupamentos e Bonificações
Seu preço médio ficará alterado após os eventos de desdobramento,

agrupamento ou bonificações, porém o cálculo é simples e parecido em
todos os casos. Para explicar, vamos supor que você tenha 500 PETR4 a
um preço médio de R$13,23.
• Bonificações
As bonificações funcionam como uma nova compra de ações, e por isso

alteram o seu preço médio, apenas não possui custos de operação.
Suponhamos que a empresa anuncie uma bonificação a seus acionistas,

com a quantidade referente a 20% sobre a quantidade atual de ações, a
um valor unitário de R$5,00. Se você tiver 500 ações ficará após a
bonificação com 600 ações:
Quantidade atual = 500

Bonificação de 20% = 500 x 20% = 100 ações bonificadas
Nova quantidade = 500 + 100 = 600 ações
No novo cálculo, as 100 ações bonificadas terão um custo unitário de

R$5,00:
Preço médio atual = 13,23

Preço médio novo = ((500 * 13,23) + (100 * 5,00)) / 600 = R$11,8583
Após lançar a quantidade bonificada seu preço médio irá baixar, por isso
você deve calcular o novo preço médio após uma bonificação, para que seu
preço médio aumente e numa eventual venda, seu ganho líquido será
menor e consequentemente o imposto devido também. Por isso é tão
importante calcular o novo preço médio após uma bonificação.

ATENÇÃO: Para saber qual o custo unitário das ações recebidas em

bonificação, você precisa consultar o aviso da empresa no site da bovespa
ou perguntar para o RI, no site da empresa.
E o que acontece com a cotação da ação após bonificação?

A cotação será ajustada na proporção da bonificação, ou seja, se a
bonificação for de 10% a cotação diminuirá 10% na abertura do mercado
no dia seguinte à bonificação. A fórmula é a seguinte:
Preço = (cotação) / (1 + bonificação)
Por exemplo, se a cotação estiver a R$10 e a bonificação for de 10%:
Preço = R$10 / (1 + 0,10) = R$9,09
Na tabela abaixo vemos o impacto na quantidade e preço das ações

quando houver bonificações, se o investidor tiver 100 ações e o valor da
cotação estava a R$10,00:
Bonificação Nova Quantidade Novo Valor

10% 110 R$ 9,09
20% 120 R$ 8,33
30% 130 R$ 7,69
40% 140 R$ 7,14
50% 150 R$ 6,67

• Desdobramentos
Agora a empresa anunciou um desdobramento 1:3, ou seja, cada ação que

possuir se transformará em 3. Como você possui 500 ações, terá um
acréscimo de 1000 ações após o desdobramento, ficando com 1500.

Desdobramento 1:3 = 500 x 3 = 1500 ações
Nova quantidade = 1500 ações
As ações desdobradas terão custo zero para você, então calcule a compra
de 1000 novas ações sem custo, basta atualizar o preço médio com base
na quantidade de ações pós-desdobramento:
Preço médio novo = ( (500 x 13,23) + (1000 x 0,00) )/ 1500
ou simplesmente:
Preço médio novo = (500 x 13,23) / 1500
Preço médio novo = R$4,41
• Agrupamentos
Se a empresa anunciar um agrupamento 5/1, ou seja, cada 5 ações que

possuir se transformará em 1.
Como você possui 500 ações, ficará com apenas 100 após o agrupamento.

Agrupamento 5:1 = 500 / 5 = 100 ações
Nova quantidade = 100 ações

Para calcular o novo preço médio, basta atualizar o valor com base na nova
quantidade de 100 ações

Preço médio = (500 x 13,23) / 100
Preço médio = R$66,15
Agora que você já sabe como fazer o cálculo do preço médio de suas ações
corretamente, vamos falar da estratégia de baixar o preço médio.

4. Descontar seus prejuízos
Se tiver prejuízo na hora de vender alguma das suas ações, você pode
compensar seus lucros de outras ações, e com isso pagando menos
imposto de renda, mas existem algumas regras:
• Operações comuns só podem ser compensados por lucros em

operações comuns e day-trade com day-trade.
• Prejuízos no mês podem ser compensados com ganhos em meses
subsequentes para efeito de Imposto de Renda.
• Cada venda é retido um imposto no valor de 0,005% ( famoso
“dedo-duro”), já nas operações day-trade o imposto retido sobe
para 1% do lucro, mas ambos podem ser compensados
• Após deduzir um prejuízo de um lucro, a compensação não pode
ser usada novamente.
Se você tiver lucro de R$1.000 em janeiro, terá que recolher imposto de

renda de 15% sobre esse lucro, mas se tiver um prejuízo no mês de
fevereiro, além de não pagar imposto nesse mês, poderá abater do lucro
dos meses ou anos seguintes.
Se o lucro de um mês não for maior que o prejuízo acumulado, você

poderá compensar lucros futuros, até zerar o saldo de prejuízos anteriores
e voltar a ter ganhos acumulados.
Saldo de Base de Imposto a

Ganho ou
MÊS compensação cálculo para pagar
Prejuízo (A)
(B) IR (C=A-B) (C*15%)
JAN. R$1.000 R$0 R$1.000 R$150
FEV. R$-1.000 R$0 R$0 R$0
MAR. R$2.000 R$1.000 R$1.000 R$150

Uma dúvida que muitos me perguntam é até quando o prejuízo em ações

pode ser compensado?
Segundo a Instrução Normativa RFB nº 1.022 não há um limite de prazo

para compensação de prejuízos. Você pode manter o registro desse
prejuízo indefinitivamente até que haja algum mês com lucro nos anos
seguintes.
ATENÇÃO: Você não precisará pagar nenhuma taxa no mês em que teve
prejuízo, mas ele deve constar todo ano na Declaração de IR, para
compensar lucros futuros nos próximos anos fiscais. Caso deixe de
declarar seu prejuízo, perderá o benefício e não poderá utilizá-lo no futuro
para descontar operações com lucro.

5. Calcular o imposto devido
A primeira coisa que você deve fazer é encontrar qual foi o seu ganho
líquido, ou seja, seu lucro subtraindo os custos de venda.
Ganho = (valor venda) – (custo aquisição carteira)
Por exemplo, se você tinha 500 ações com um preço médio de R$32,00),
teve um custo de aquisição de R$16.000,00 e vendeu 400 ações a um preço
unitário de R$50,00, vendeu um total de R$20.000,00, teve um lucro de
R$4.000,00:
Ganho = (500 x 32,00) - (400 x 50,00) = R$4.000,00
Agora desconte seus custos na venda, supondo que o total gasto foi de
R$25,00 para realizar a venda das 400 ações:
Ganho líquido = R$4.000,00 - R$25,00 = R$3.975,00
Agora você deverá declarar um ganho de R$3.975,00
Sobre o saldo positivo que encontrou em cada operação de venda, aplique

a alíquota de 15% para Operações Comuns (venda não realizada no
mesmo dia da compra), já daytrade o imposto sobe para 20%
Seguindo o exemplo:
Como o seu ganho líquido foi de R$3.975,00 das ações PETR4 e o imposto
será de:
Operação comum = R$3.975,00 x 15% = R$596,25
Operação daytrade = R$3.975,00 x 20% = R$795,00
ATENÇÃO: recolha o imposto somente em operações daytrade ou se o

valor total da vendas no mês for superior a R$20 mil. Caso contrário
apenas declare o lucro na seção “Lucros isentos e não tributados”.

6. Descontar o IRRF que foi retido no ordem de venda da ação
Se você tiver um valor de imposto a ser pago, você agora deverá deduzir o
imposto de renda retido na fonte (IRRF) feito pela sua Corretora de Valores,
incluindo os de meses anteriores que ainda não foram abatidos.
O resultado será o imposto de renda que você deverá recolher, por meio
do pagamento da DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).

COMO PREENCHER DARF PARA RECOLHER O IMPOSTO DEVIDO
Agora que você já sabe o valor do imposto devido, chegou a hora de pagar
à receita federal. Você tem até o último dia útil do mês seguinte à venda
das suas ações para recolher o imposto. Porém, se o valor total for inferior
a R$ 10,00 some esse valor ao tributo de mesmo código nos meses
seguintes, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00.
Você pode obter e pagar o DARF de diversas formas: banco, site da receita
federal, manualmente, etc. Em todas elas os campos são os mesmos, o que
muda é que a receita preenche alguns para você.
Vou mostrar algumas dessas formas a seguir.

COMO PREENCHER O DARF PARA RECOLHER O IMPOSTO DEVIDO
1. Internet Banking
Acesse o seu banco via internet e na seção de pagamentos e selecionar a

opção DARF. Em alguns bancos pode estar localizada dentro de “Impostos
e tributos sem código de Barras” e selecionar a opção “Federais (DARF e
GPS)”. Se você não tiver multa ou juros para calcular essa é uma das
formas mais rápidas de gerar e pagar o DARF.

Informe os seguintes campos:
1. Nome e telefone: seus dados pessoais.

2. Período: mês que foi gerado o lucro líquido passível de
recolhimento do imposto.
3. CPF: número do seu CPF.
4. Código da receita: 6015, referente aos ganhos líquidos em
operações em bolsa de valores.
5. Número de referência: não há necessidade de preenchimento
para o código de receita 6015.
6. Data de vencimento: último dia útil do mês seguinte ao período
de apuração.
7. Valor principal: valor do imposto a recolher.
8. Valor da multa: valor da multa por atraso no pagamento do
imposto.
9. Valor dos juros - valor dos juros por dia de atraso.
10. Valor total: campo 07 + campo 08 + campo 09

2. Sicalc
Programa para cálculo e impressão do DARF. Disponível para download no

site da Receita Federal (http://idg.receita.fazenda.gov.br/) através do
menu: Serviços para o Cidadão > Pagamentos de Quota do IR.
Na página que é aberta clique em Programa Sicalc para ter acesso ao link
de download.
Este programa é muito útil quando é necessário calcular a multa e os juros

em caso de atraso no recolhimento do imposto. Além disso, é uma ótima
opção para quem prefere imprimir o DARF para efetuar o pagamento na
agência bancária, ao invés do internet banking.
Após baixar e instalar, a primeira vez que você executar esse programa ele
solicita que você informe o seu município. Clique no botão procurar, para
achar o código da sua cidade:

Para preenchimento automático, agora selecione no menu Funções >

Cálculo Automático. O software irá calcular o valor da DARF e possíveis
multas, você deve apenas informar três campos: código 6015 (bolsa de
valores), MMAA (mês do lucro das ações), Valor em Reais (valor do lucro),
após isso clique no botão Calcular.
O software calcula automaticamente para você a Multa, Juros e Valor Total

da DARF.

Informe o seu nome, telefone, CPF e clique em Imprimir para gerar a DARF.
Clique em Imprimir, o software irá imprimir automaticamente a sua DARF.

Use-a para pagamento na rede bancária.

3. Sicalc Web
Versão web do aplicativo Sicalc da Receita Federal, não necessita instalação

do software, porém ele funciona apenas com o navegador Internet
Explorer. Está acessível no site da Receita Federal
(http://idg.receita.fazenda.gov.br/) através do menu: Serviços para o
Cidadão > Pagamentos de Quota do IR > Programa para cálculo e emissão
do DARF para as quotas do IRPF.
Depois escolha a opção “Sicalcweb - Programa para Cálculo e Impressão de

Darf On Line”.

UF: estado onde você mora;

Município: cidade onde você mora;
Código da Receita: 6015, referente aos ganhos líquidos em operações
em bolsa de valores.
Período: mês que foi gerado o lucro líquido passível de recolhimento
do imposto. (formato MM/AAAA).
Valor Principal: valor do imposto a recolher.
Referência: não há necessidade de preenchimento para o código de
receita 6015.
CPF: número do seu CPF.

4. Preenchimento manual
Se optar pelo preenchimento manual, acesse o site da Receita Federal

(http://idg.receita.fazenda.gov.br/) através do menu: Serviços para o
Cidadão > Pagamentos de Quota do IR > Preenchimento manual do DARF.
Depois escolha o modelo de Darf Comum, você fará o download de um

arquivo com extensão doc, que pode ser aberto pelo editor de texto
Microsoft Word ou similar.
1. Nome / Telefone – nome completo e telefone do contribuinte.
2. Período de Apuração – último dia útil do mês em que foi gerado o

lucro líquido passível de recolhimento do imposto. Preenchimento
deve ser feito no formato DD/MM/AAAA.
3. CPF – seu número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas

(CPF).

4. Código da Receita – o código a ser utilizado é o 6015, referente aos

ganhos líquidos em operações em bolsa de valores.
5. Número de referência – não há necessidade de preenchimento

para o código de receita 6015.
6. Data de Vencimento – é o último dia útil do mês seguinte ao mês da

venda, seguindo o mesmo formato de data especificado no campo 2.
7. Valor Principal – é o valor do imposto a recolher.
8 e 9. Multa e Juros – preenchimento somente necessário em caso de

atraso no recolhimento do imposto, ou seja, se você deixar passar o
último dia útil do mês subsequente que tive lucro com a venda das
suas ações.
10. Valor Total – igual ao Valor Principal, exceto quando houver Multa
e Juros. Neste caso será necessário realizar a soma dos campos 7 a 9.

9 PASSOS PARA DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA
O primeiro passo para declarar suas ações no imposto de renda é fazer o

download do programa da Receita Federal, depois importe a declaração
antiga (se for o caso). Mas, primeiro tenha em mãos os informes de
rendimentos enviados pelas empresas que você investiu ou da corretora
de valores que possui conta.
Se algum informe de rendimentos não chegar pelo correio ou email, você

tem três lugares para obter as informações: site da corretora, site da
empresa na área de Relações com Investidores (RI) ou no site da
BM&FBovespa.
Você pode levar até 9 passos para completar todo o processo:
1. Patrimônio em ações
2. Dividendos
3. Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP)
4. Bonificação de Ações
5. Desdobramento de Ações (split)
6. Agrupamento de Ações (inplit)
7. Direito de Subscrição
8. Lucros Isentos de IR (até R$ 20 mil)
9. Lucros Tributados de IR (acima de R$ 20 mil)
Alguns passos são opcionais, por exemplo, se você não tiver nenhuma ação
desdobrada, agrupada ou subscrita no ano, pule os passos 5, 6 e 7.
Agora, vou mostrar como você pode fazer a sua declaração de forma
simples e prática:
ATENÇÃO: Lembrando que o método do GuiaInvest não aborda daytrade

ou aluguel de ações, por isso esses tipos de operação não serão explicadas
aqui.

Passo 1) Declarando seu Patrimônio em Ações
O registro das suas ações em “Bens e Direitos” demonstra o patrimônio em

ações e o valor pago, para que em uma venda futura consiga calcular o
lucro ou prejuízo.
Para cada ação que possuir você deve lançar no imposto de renda na
seção “Bens e Direitos“:

Clique no botão Novo e preencha os campos abaixo:
1. Código: Selecione a opção “31 - Ações (inclusive as provenientes de

linha telefônica).”
2. Discriminação: nome e CNPJ da empresa (encontrado no site da

bovespa), sigla da ação, nome e CNPJ da sua corretora, quantidade de
ações e preço médio (opcional, mas facilita na hora de verificar lucro ou
prejuízo nas vendas).
3. Situação anterior: posição da sua carteira na declaração do ano

anterior.
4. Situação atual: posição da sua carteira em 31/12. Registre o valor total

que pagou pelas ações no ano atual (some as taxas e corretagem).
Nunca ajuste a situação atual com base no valor da cotação da ação,
ou seja, se não houve nenhuma nova compra, venda, bonificação,
desdobramento ou subscrição, esse valor deve permanecer o mesmo.

Repita essa operação para toda corretora que possuir ações, cada empresa
e para cada tipo de ação (ON/PN). Por exemplo, se possuir a ação CMIG4
em duas corretoras distintas, você deve declarar os dois bens separados e
indicar a corretora.
Agora, se você vender parte das ações, atualize a quantidade e recalcule o

valor no campo situação (campo 4), multiplicando a quantidade atual pelo
preço médio de aquisição.
Exemplo, se ao durante o ano você vender 1.000 ações, ficando com 600 e
o preço médio da carteira era R$15,37, preencha os campos abaixo:
1. Campo 2: Atualizar o estoque para 600 ações e informar a quantidade

de 1000 ações vendidas ao longo do ano;
2. Campo 4: 600 ações x R$15,378825 = R$9.222,29.

Passo 2) Declarando os Dividendos
Dividendos são isentos de imposto de renda, uma vez que o valor

representa o lucro líquido da empresa e a mesma já fez o pagamento do
imposto.
Você receberá a descrição da quantidade e valores através dos correios ou

e-mail, mas pode também acessar via site da sua corretora, porém
algumas não informam o CNPJ da empresa e você precisará buscar essa
informação nessa etapa.
Se não receber essas informações antes do início do prazo para entrega da

declaração anual do IRPF, entre em contato com a área de RI (Relações com
Investidores) e solicite um segunda via do demonstrativo.

Os Dividendos devem ser declarados na seção “Rendimentos Isentos e Não

Tributáveis“:

Clique no botão Novo escolha a opção 9 - Lucros e dividendos recebidos

abrindo assim a janela para informar os Rendimentos Isentos:
Selecione quem recebeu os dividendos (titular ou dependente), o CNPJ e

nome da fonte pagadora (nome da empresa das ações) e o valor dos
dividendos, de acordo com o demonstrativo que recebeu. Após isso clique
no botão OK .
Caso tenha recebido durante o ano dividendos de outras empresas, repita

este processo até incluir todas elas.

Passo 3) Declarando os Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP)
O Juros sobre Capital Próprio (JSCP), o imposto de renda é retido na fonte,

no momento do pagamento. Desta maneira você não precisará pagar o
imposto de renda novamente. Apenas informar o recebimento dos valores
na declaração de ajuste anual como “Rendimentos Sujeitos à Tributação
Exclusiva/Definitiva”.
Primeiro, busque o valor dos JSCP no informe de rendimentos ou no site da

BM&FBovespa, dentro da seção “Empresas Listadas” > “Eventos
Corporativos” > “Proventos em Dinheiro” :

Acesse a seção Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva:

Clique no botão novo escolha a opção 10 - Juros sobre capital próprio,

abrindo assim a janela para informar o valor líquido recebido:
Selecione quem recebeu os JSCP (titular ou dependente), o CNPJ e nome da

fonte pagadora (empresa das ações) e o valor dos JSCP, de acordo com o
demonstrativo que recebeu. Após isso clique no botão OK .
Caso tenha recebido durante o ano JSCP de outras empresas, repita este
processo até incluir todas elas.

Passo 4) Declarando a Bonificação de Ações
As bonificações em ações representam um aumento no capital social da

empresa, por meio da incorporação de lucros.
As empresas geralmente não enviam uma correspondência avisando das

bonificações, portanto se perceber uma alteração da quantidade de ações
que possui é porque você foi bonificado. Para obter detalhes da operação
busque no site da empresa, na seção RI (relação com investidores), com o
título de “fato relevante”.
Encontre o custo das ações bonificadas no comunicado (fato relevante) da

empresa, como no exemplo abaixo:
Depois busque no informe de rendimentos da sua corretora a quantidade

de ações bonificadas:

Outra opção é acessar o site da BM&FBovespa, dentro da seção “Empresas

Listadas” > “Eventos Corporativos” > “Todos”
As bonificações é como se você tivesse realizado uma operação de compra

de ações, neste caso, inclua as ações em bens e direitos com o custo de
aquisição informado pela empresa, atualizando o seu patrimônio.

Nesse exemplo, o investidor tinha 970 ações da empresa Itau, comprou

mais 200 ações no ano atual, totalizando 1170 ações, após a última compra
ele foi bonificado em 10%, ou seja, 1170 x 10% = 117 ações bonificadas.
Com isso, seu valor gasto nas compras foi alterado também, já que a
bonificações de ações tiveram um custo unitário de R$20,05375764.
1ª Compra de 970 ações = 29.897,00

2ª Compra de 200 ações = 4.746,00
Bonificação de 117 ações = 2.346,29
=============================
Situação em 31/12 no IR 36.989,29
1. quantidade de ações do ano anterior + quantidade de ações compradas

no ano atual + quantidade de ações bonificadas
2. valor de ações compradas do ano anterior + valor de ações compradas

no ano atual + valor de ações bonificadas

E por fim, declare na seção Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis o valor

total da bonificação.
Nesse exemplo, bastaria multiplicar 117 ações x R$20,05375764 e o

resultado a ser lançado seria de R$2.346,29.

Fração de Ação Bonificada
Se você for bonificado com uma fração de ação (ex: 4,3 ações), a empresa
lhe dará 4 ações e venderá 0,3 (parte fracionária), depositando esse valor
na sua conta da corretora.
Registre o valor recebido da parte fracionária na aba Rendimentos Isentos

e não tributáveis, usando o código 26-outros, informe os dados da
empresa e escreva na descrição Venda residual de ações bonificadas
[NOME DA EMPRESA].

Passo 5) Declarando a Desdobramento de Ações (split)
Desdobramento significa dividir uma ação em mais na sua carteira. A

empresa que desdobra sua ações multiplica a quantidade de ações no
mercado, mas sem aumentar o capital social, dessa forma o preço da ação
reduz na mesma proporção, por isso não há lucro nessa operação.
Os objetivos da empresa em desdobrar suas ações é ampliar a liquidez e o

acesso de investidores às suas ações, tudo isso é possível pelo fato do valor
unitário da ação diminuir. Uma ação que custava R$31,80 se desdobrar em
100% passará a valer R$15,90 e o preço do seu lote baixará de R$3.180,00
para R$1.590,00
Primeiro, você deve buscar a quantidade de ações desdobradas no informe

de rendimentos da sua corretora, site da empresa ou no site da
BM&FBovespa (seção empresas listadas):
Exemplo de aviso no site da empresa WEG:

Exemplo no site da BM&FBovespa, seção “Empresas Listadas” > “Eventos

Corporativos” > “Todos”:
Algumas corretoras apenas divulgam quais ações da sua carteira que

foram desdobradas, no exemplo abaixo o investidor tinha 740 ações da
WEG e o resultado do desdobramento o próprio investidor teve que
calcular:
Nesse exemplo, se o investidor tinha 740 ações e o desdobramento foi de 1

para 2, ou seja, para cada ação ele ganhou outra o cálculo seria: 740 x 2
= 1480 ações.
No exemplo acima o número de ações da WEG em circulação na

BM&FBovespa dobrou. Como não houve um aumento no capital social da
empresa, a cotação vai reduzir proporcionalmente pela metade. Uma ação
da WEG que valia R$31,80 no fechamento do dia 31/03/2015 passou a valer
R$15,90.
No final o investidor terá mais ações, mas permanecerá com o mesmo

valor investido.

Valor Investido
Antes: 740 x R$31,80 = R$23.532,00
Depois: 1480 x R$15,90 = R$23.532,00
O investidor deve atualizar a quantidade de ações e preço médio das suas

ações na seção Bens e Direitos:
Bastaria multiplicar a quantidade por 2 e dividir o preço médio por 2:

Lembre-se de manter o mesmo valor gasto na compra das ações:
Pronto! Como desdobramentos de ações não alteram o valor total das

ações na sua carteira, não resultam em lucros e por isso não há incidência
de IR.

Passo 6) Declarando o Agrupamento de Ações (inplit)
Grupamento é o contrário do desdobramento, nesse caso é um evento que

juntará várias ações em uma. A empresa que agrupa suas ações reduz o
total de ações em circulação no mercado, sem aumentar o seu capital
social.
Geralmente o motivo de um agrupamento é quando uma ação está com o

seu preço muito baixo, situação que aumenta sua volatilidade e
consequentemente seu risco.
Por exemplo, se a ação custar R$3,00 e sofrer uma oscilação de R$0,30,

terá uma variação de 10%. Esta mesma oscilação de R$0,30 representaria
uma variação de apenas 1% se a ação custasse R$30,00.
Com o agrupamento a empresa reduz a volatilidade e melhora o preço do

ativo. Fatores que tendem a aumentar o interesse dos investidores por
suas ações.
Para atualizar a sua carteira, primeiro você deve buscar a quantidade de

ações desdobradas, no informe de rendimentos da sua corretora, no site
da BM&FBovespa (seção empresas listadas) ou site da empresa:
No site da BM&FBovespa, dentro da seção “Empresas Listadas” > “Eventos

Corporativos” > “Todos”:

Nesse exemplo, o investidor tinha 300 ações e o agrupamento foi de 3 para

1, ou seja, para cada 3 ações ele ficou com apenas 1, o cálculo seria: 100 x
0,33333333334 = 300 ações.
No exemplo acima, o número de ações da Cielo em circulação na

BM&FBovespa diminuiu, mas como não houve um aumento no capital
social da empresa, a cotação aumentou proporcionalmente por 3. Uma
ação da Cielo que valia R$10,87 no fechamento do dia 30/05/2011 passou a
valer R$32,62.
No final o investidor terá mais ações, mas permanecerá com o mesmo

valor investido.
Valor Investido
Antes: 300 x R$10,87 = R$3.261,00
Depois: 100 x R$32,61 = R$3.261,00
Se o investidor tiver declarado suas ações da Cielo na seção Bens e Direitos

assim:

Bastaria multiplicar a quantidade por 0,33333333334 e dividir o preço

médio por 0,33333333334:

Passo 7) Declarando o Direito de Subscrição
Subscrição de ações é a forma na qual as empresas utilizam para emitir

novas ações no mercado, com o objetivo de captar dinheiro para ampliar o
seu negócio, redução de endividamento, etc.
Ela oferece a seus acionistas o direito de comprar essas ações, mas caso
optem por não exercer este direito de compra, podem vender sua
subscrição para outros investidores que não receberam esse direito,
tornando-se novos acionistas da empresa.
Como Encontrar a Subscrição
Você pode encontrar no site da BM&FBovespa, dentro da seção “Empresas

Listadas” > “Eventos Corporativos” > “Todos” ou também no próprio site do
RI da empresa na seção Dividendos.
Veja dois exemplos de informação de subscrição, o primeiro é do site da

BM&FBovespa e o segundo do site da empresa, a forma da divulgação são
um pouco diferentes, mas o resultado é o mesmo:

A. Tipo de Evento: descrito por Subscrição ou Aumento de Capital
B. Negócio com Até: data limite para comprar as ações e receber o direito
de subscrição.
C. Valor Percentual (%): percentual em ações que cada acionista terá direito
de subscrever. Ex: se você possui 1.000 ações da ITSA3 e o percentual é de
1,6386% você terá direito de comprar 16,38 ações (1000 ações x 1,6386%).
D. Preço de Emissão: preço de cada nova ação. Geralmente a empresa

lança as ações de subscrição com um valor abaixo do mercado, para tornar
atraente a aquisição de novas ações, se não fizer isso, os acionistas acabam
não exercendo o direito de subscrição. No exemplo, o investidor pode
comprar cada ação por R$6,10.
E. Negociação de Direitos: Período que você poderá negociar a sua

subscrição (comprar ações ou vender o direito).
Exercendo o Direito de Subscrição
As ações estarão disponíveis no homebroker da sua corretora para

negociação. Se você possuir ações ON, aparecerá o final 1, se possuir ações
PN aparecerá final 2.
Exemplo: se possuir ações ITSA3 ON, as ações de subscrição serão ITSA1.

Para exercer o direito de subscrição, ou seja, comprar as ações, basta

manifestar o interesse junto a sua corretora e ter o saldo correspondente
no dia do exercício.
Lembre-se, que só vale a pena exercer o direito, se o valor total da compra

for superior aos custos operacionais da transação, como corretagem e
emolumentos, caso contrário não exercer, você apenas perderá o direito.
Venda do Direito de Subscrição
A venda do direito de subscrição, não é isenta de imposto de renda e cabe

a você gerar e pagar o DARF referente ao lucro da operação. No caso da
subscrição, a alíquota de 15% é sobre o valor total da venda, visto que você
recebeu os ativos sem custo algum.
Exemplo de venda do direito de subscrição:

Quantidade de ações: 16
Valor unitário: R$6,10
Lucro: 16 x 6,10 = R$97,60
Imposto devido: R$97,60 x 0,15 = R$14,64
Nesse caso do imposto a ser pago via DARF é de R$14,64.
Você pode abater o valor do imposto de prejuízos anteriores. Porém, se o

resultado for inferior a R$ 10,00 você não poderá pagar o DARF (conforme
a Lei 9430/96) e também não precisa informar esse lucro à receita, mas sim
deve acumular até que esse valor mínimo seja atingido.
Anote em alguma planilha e some nas próximas apurações. Quando atingir

o mínimo previsto, você gera o DARF com o somatório e informando o
período do último lucro sem isenção. O pagamento deve ser feito até o
último dia útil do mês seguinte a apuração.

A venda de subscrição só vale a pena se o valor total da venda for superior

aos custos operacionais da transação, como corretagem, emolumentos e
imposto devido, caso contrário não execute a venda, você apenas perderá
o direito.
Como declarar a subscrição no Imposto de Renda?
A declaração no imposto de renda funciona como uma operação comum

de compra ou venda de ações. Se for comprar as ações deve usar os
procedimentos de operação comum de compra de ação (veja o passo 8), se
vender o direito deverá declarar o lucro com ações sem isenção de IR (veja
o passo 9).

Passo 8) Declarando o Lucro em Ações Isentos de IR
Nesse passo você só pode preencher o lucro isento de IR quando o valor

total da venda (e não o lucro) for de até R$20 mil no mês, acima desse valor
você deverá recolher o imposto de renda.
Selecione a seção “Rendimentos Isentos e Não Tributados”:

Clique no botão novo e selecione o tipo de rendimento “20 - Ganhos

líquidos em operações no mercado à vista de ações negociadas em bolsas
de valores nas alienações realizadas até R$ 20.000,00 em cada mês, para o
conjunto de ações.”
Selecione quem recebeu os lucros isentos (titular ou dependente), informe

o lucro obtido na venda das ações (e não o valor da venda) e clique no
botão “OK” .
Lembre-se de incluir um novo valor para cada mês em que houveram

lucros isentos em ações.
Atenção: Toda a venda de ações é retido o IRRF (veja na nota de

corretagem), independente do valor ou se a venda gerou um prejuízo ou
ganho. O valor retido é de 0,005% do total da operação para operações
comum ou de 1% para day-trade. Como as vendas abaixo de R$20 mil são
isentas de IR, você pode descontar o IRRF retido de futuros lucros ou caso
prefira, pode solicitar restituição na declaração anual. Para fazer o
lançamento do IRRF retido há um campo em “Renda Variável -> Operações
Comuns / Day-trade -> Consolidação do mês”

Passo 9) Declarando o Lucro em Ações Tributado de IR
Caso tenha acumulado o valor de vendas (e não o lucro) de ações acima de

R$ 20 mil no mês, independente se obteve lucro ou o prejuízo na operação
você é obrigado a declarar o resultado da operação.
Se obteve lucro terá que recolher o imposto de renda e se teve prejuízo

poderá informar para compensação de lucros futuros.
Acesse a seção “Renda Variável” > “Operações Comuns / Day-Trade”.

O valor do lucro ou prejuízo deve ser declarado mês a mês em “Mercado à

vista - ações” > “Operações Comuns”:
Exemplo: Se tiver um lucro de 1 mil, preencha 1000,00 e caso tenha um

prejuízo de 1 mil no mês preencha -1000,00.

Logo abaixo dessa tela, o software mostrará o valor do imposto devido

(caso tenha tido lucro no mês), nesse momento você pode compensar um
prejuízo passado:
A. Valor do lucro ou do prejuízo do total de vendas do mês.

B. Compensação de prejuízos de vendas de meses anteriores (usar
quando tiver um mês com lucro)
C. Valor do imposto a pagar.
Neste exemplo, você estaria compensando o prejuízo de R$500, no mês

que obteve um lucro de R$1000:
Lucro: R$1000 x 15% = R$150

Prejuízo: R$500 x 15% = R$75
=========================
Imposto (lucro - prejuízo): R$75

Mais abaixo, na categoria Consolidação do Mês informe quanto já pagou

de IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) durante aquele mês.
A. Valor de imposto de renda já pago exibido nas notas de corretagem.

B. Valor do imposto no mês já pago por meio do pagamento da DARF .
Repita estes passos para cada um dos meses e o programa IRRF irá calcular
automaticamente se você está em dia no IR em ações. Caso tenha deixado
de recolher algum imposto, você deverá gerar uma DARF em atraso
diretamente no site da Receita Federal.
LEMBRE-SE: O IRRF é cobrado somente nas operações de venda.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi mostrado nesse ebook, declarar o imposto de renda dos seus
investimentos em ações não é algo complicado, basta ter organização e
controle das suas operações. Além disso, agora é possível que você faça a
sua própria declaração. Use esse ebook como referência sempre que tiver
alguma dúvida.
Resumindo: junte toda a papelada, baixe o programa da receita e inicie a

declaração, para isso vamos recapitular o passo-a-passo para declarar suas
ações no imposto de renda:
1º Passo) Patrimônio em Ações na ficha de “Bens e Direitos”

2º Passo) Dividendos recebidos na ficha de “Rendimentos Isentos”.
3º Passo) Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) na ficha de
“Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva”.
Siga os próximos passos se os seguintes eventos ocorreram ao longo do

ano:
4º Passo) Bonificação de Ações em “Rendimentos Isentos”

5º Passo) Desdobramento de Ações em “Bens e Direitos”
6º Passo) Agrupamento de Ações em “Bens e Direitos”
7º Passo) Direito de Subscrição em “Renda Variável” > “Operações
Comuns / Day-Trade”
8º Passo) Lucros em Ações Isentos de IR em “Rendimentos Isentos”
9º Passo) Lucros em Ações Tributados de IR em “Renda Variável”
> “Operações Comuns / Day-Trade”
Lembre-se que mesmo os investimentos isentos de IR devem ser

declarados, e isso deve ser feito na ficha de “Bens e Direitos” e em
“Rendimentos Isentos e não tributados”.

“A melhor pessoa para cuidar do seu dinheiro é você

mesmo.”
ATENÇÃO: As informações deste ebook são apenas um guia. É importante

você conhecer a legislação oficial ou consultar um profissional para fazer
sua declaração de Imposto de Renda, uma vez que a Receita Federal pode
alterar as regras e ajustar valores de tributação.

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Como Declarar Ações No Imposto de Renda

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Como Declarar Ações No Imposto de Renda

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ÍNDICE

Quem deve declarar o Imposto de Renda ............................................................. 6

Considerações finais ................................................................................................... 68

Clique no ícone do leão para voltar ao índice a qualquer momento!

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 2

Você já deve ter ouvido essa frase:

“A melhor pessoa para cuidar do seu dinheiro é você mesmo.”

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 3

Fazer a declaração do Imposto de Renda das suas ações pode parecer

VOCÊ APRENDERÁ NESSE EBOOK:

• Quem deve declarar o imposto de renda em ações?

Preste bastante atenção ao fazer sua declaração do imposto de renda,

Um abraço e boa leitura,

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 4

Olá, meu nome é André Fogaça, sou empreendedor, investidor e

Sou formado em Administração de Empresas e pós-graduado em

Minha Missão é ajudar as pessoas a investirem bem seu

Seja muito bem-vindo ao GuiaInvest.

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 5

Pelas regras da Receita Federal, qualquer investidor que realizou

Então, independente do valor, ou de ter tido lucro ou prejuízo na bolsa de

O pagamento do imposto de renda deve ser feito mensalmente, pelo

O valor do imposto é calculado apenas sobre o lucro na venda das ações e

Você pagará automaticamente uma pequena porcentagem do valor das

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 6

• Operações Comum: operações iniciadas, não encerradas no

ATENÇÃO: Investir diretamente em ações tem várias vantagens, mas exige

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 7

Como já foi dito anteriormente, a Receita Federal sabe exatamente quem

Se não procurar a Receita Federal de forma espontânea e chegar a ser

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 8

Ao longo do ano você deve guardar todos os documentos relacionados

Veja a lista de documentos necessários:

• Notas de corretagem das operações (compras e vendas);

Se não receber algum documento, você pode buscar a informação em três

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 9

1. Calcular os custos operacionais por ordem executada

1. Calcular os Custos Operacionais

Muitos investidores por não anotarem suas operações acabam se

Veja todos os custos envolvidos:

• Emolumentos, taxas de registro e liquidação: cobrados pela

• Taxa de corretagem: taxa para realizar sua ordem junto à Bolsa de

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 10

• Taxa de Custódia: taxa mensal cobrada pelas corretoras para

• ISS (Imposto Sobre Serviços): costuma ser repassado por algumas

Para conhecer seus custos operacionais, veja na sua nota de corretagem,

Veja no exemplo abaixo os custos operacionais de uma nota de

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 11

2. Calcular o preço médio de compra

Todo lucro de operações na bolsa de valores deve recolher o imposto de

Segundo o art. 47 da IN RFB nº 1.022 que diz:

A primeira coisa é descobrir o custo de cada compra, então some todas as

Somando todos os custos operacionais da nota de corretagem, você

Preço médio da operação = custo total / quantidade de ações

Preço médio = (R$ 900 + R$ 30) / 100 = R$ 9,30 por ação

Portanto, esta operação só dará lucros se vender as ações da Petrobras por

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 12

Se na nota de corretagem aparecer duas ações diferentes, como na foto

Como aparece duas ações diferentes e a nota de corretagem não especifica

1º passo) Some todos os custos. No exemplo acima o investidor gastou:

Taxa de liquidação: R$3,21

COMO DECLARAR AÇÕES NO IMPOSTO DE RENDA? 13

Valor total das ações (ambas) = R$11.688,00

Total dos custos = R$ 37,62