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zAssistir aos vídeos: Mas é no plano psiquiátrico que surgem provas da existência do
1. Les géants du siècle – Freud inconsciente. No final do século XIX, o médico francês Hippolyte Bernheim,
in na presença de colegas, sugere a um homem em estado hipnótico que, quan-
http://www.youtube.com do acordar, pegue num guarda-chuva (pertencente a um dos médicos).
/watch?v=sRjsEtyjaWg
Ordena ao homem em estado de hipnose que vá à galeria dando duas voltas
2. Cem anos do livro – A In- de guarda-chuva aberto.
terpretação dos Sonhos
in Ao acordar do estado hipnótico, o homem em questão executa as or-
http://www.youtube.com dens com a maior naturalidade. Quando o Dr. Bernheim lhe pergunta o que
/watch?v=w9ZOawlopPU
está a fazer, ele responde que está a apanhar ar (julga também que o guarda-
http://www.youtube.com -chuva é seu). Ignora a verdadeira razão ou motivo do seu comportamento.
/watch?v=lQLmAqHKGp4
http://www.youtube.com Bernheim provou que pensamentos situados no subconsciente (assim
/watch?v=6lAD5Z6KzbQ se chamava antes de Freud ao Inconsciente) não desaparecem quando o hip-
notizado acorda. Não tendo o sujeito hipnotizado a consciência vigilante
quando recebeu as ordens, executa-as ao acordar sem saber porquê. Há algo
que, no interior de si próprio, governa os seus atos sem que ele o saiba. Ou
seja, fora do campo da consciência, há “outra coisa”, que regista informações
e influencia secretamente o nosso comportamento. O ser humano tem de
admitir que não manda em tudo o que acontece em si sem acusar diabos ou
demónios. São os nossos desejos e impulsos que mandam em nós.
O Inconsciente é, para Freud, um “lugar psíquico” ou um sistema do
nosso aparelho psíquico que contém pensamentos, desejos, sentimentos,
impulsos que estão “situados” nas profundezas da nossa mente, aquém
da consciência. Constitui-se durante a nossa vida psíquica, sobretudo no
decorrer da infância.
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Ao afirmar que o nosso comportamento em geral era governado por z As conceções de Freud
forças e desejos inconscientes, Freud negava, perante a estupefação dos sobre o psiquismo – por agora
seus contemporâneos, que o homem fosse dono e senhor de si mesmo: o pouco aprofundadas – desper-
taram grande polémica na sua
controlo da nossa mente e das nossas ações escapa-nos. O nosso incons- época e foram mal recebidas.
ciente é tão dificilmente sondável como a mente de outra pessoa. Há quem Em primeiro lugar, a ideia de
considere que foi uma grave ferida no orgulho dos seres humanos, durante que somos governados e mo-
séculos considerados animais racionais, conscientes dos motivos das suas vidos por desejos e impulsos
inconscientes feria um pre-
ações. conceito moral – o de que so-
mos agentes conscientes dos
Que “provas” apresenta Freud da existência do Inconsciente? Como se motivos dos nossos atos.
persuadiu da sua existência? Em segundo lugar, a ideia de
que esses desejos inconscien-
Apresentou três manifestações que, no seu entender, provam a existência tes são, maioritariamente, de
e a influência do Inconsciente: as neuroses, os atos falhados e os sonhos. natureza sexual violentava a
“consciência moral” de uma
sociedade que, aparente-
mente, reprimia profunda-
2.1. As manifestações do Inconsciente mente as manifestações da
sexualidade (Freud afirmava
que os impulsos sexuais repri-
2.1.1. As neuroses midos desempenhavam um
importante papel nas doen-
Quando em 1885 começou a tratar uma doente chamada Anna O. ças nervosas).
(cujo nome real era Bertha Pappenheim), Josef Breuer descobriu sintomas Em terceiro lugar, num mo-
surpreendentes. Mesmo em dias de calor muito intenso e com imensa sede, a mento em que muitos psi-
cólogos – especialmente os
paciente não conseguia beber; só comia fruta para saciar a sede. Apresentava americanos sob a influência
outros sintomas tais como cegueira histérica e paralisia do braço. Um dia, sub- do behaviorismo – rejeita-
metida a hipnose, começou a falar de recordações da sua infância. Contou vam a ideia de psicologia
como estudo da consciência
então que, entrando um dia no quarto da governanta inglesa que seu pai e dos estados conscientes
doente contratara, viu com repugnância que o cão daquela estava a beber de (por estes não serem objeti-
vamente observáveis), Freud
um copo colocado em cima da mesa de cabeceira. Por uma questão de edu- não podia deixar de causar
cação, não fez qualquer comentário sobre um facto que considerava horroroso, enorme estranheza. Com
recalcando-o. Mal acabou de relatar este acontecimento infantil, pediu água efeito, identificava a psicolo-
gia com o estudo dos proces-
e bebeu uma grande quantidade. Despertou da hipnose com o copo nos lá- sos mentais inconscientes,
bios e com um ar bastante aliviado. A perturbação emocional desaparecera. algo “muito menos observá-
vel” do que os fenómenos
Freud interpretou os factos do seguinte modo: Quando Anna falava de psíquicos conscientes.
si mesma, muitas vezes lembrava-se de factos há muito tempo reprimidos. O Mas a psicanálise faria o seu
confronto com os factos dolorosos ou embaraçosos produziu um alívio dos caminho, não se confinando ao
plano da psicologia. O método
seus sintomas. Noutros termos, podia pensar-se que Anna se tinha curado psicanalítico iria aplicar-se a
pela palavra. Contudo, a hipnose não era o meio terapêutico adequado por- diversos domínios da cultura
que, se é verdade que a hidrofobia desaparecera, persistiam outros sintomas (psicanálise da religião, da
mitologia, da obra literária e
já descritos. Apercebendo-se dos limites da hipnose, Freud desenvolveria um artística, etc.) e as teorias de
método terapêutico a que chamaria psicanálise. Freud e dos seus “seguidores”
assumiram o estatuto de
Freud estava plenamente convicto de que, à medida que o Inconsci- “conceção sobre o homem, a
civilização, o mundo e a vida”,
ente se torna consciente, o doente pode aperceber-se do modo como certos sendo, assim, objeto de gran-
acontecimentos da sua infância determinaram o seu comportamento atual. des debates filosóficos.
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2.1.2. Os sonhos
Uma paciente relatou a Freud um sonho em que comprava num grande
estabelecimento comercial um magnífico chapéu muito caro e preto. É este
o conteúdo manifesto do sonho.
Como descobrir o seu significado? As informações recolhidas ao longo
da análise são importantes para a descodificação do sonho, para a revelação
do seu conteúdo latente. Assim, o analista sabe que a paciente está casada
com um homem doente de idade muito avançada e apaixonada por um
homem rico, belo e relativamente jovem.
A interpretação irá considerar cada um dos elementos do sonho como
símbolos de desejos inconscientes, recalcados:
• Oduzirbeloo homem
chapéu simboliza uma necessidade de ostentação para se-
amado.
• O preço elevado simboliza o desejo de riqueza.
• Odechapéu negro, chapéu de luto, representa simbolicamente a vonta-
de se ver livre do marido, obstáculo à satisfação dos seus desejos.
AT I V I D A D E 2
Assinale as afirmações verdadeiras (V) ou falsas (F).
Justifique a sua opção.
z A vida psíquica é, para ou não. Não tendo qualquer conhecimento do que é a realidade, o Id pro-
Freud, dinamizada por um cura satisfazer as suas pulsões (descarregar a tensão, reduzi-la de modo que
conflito de forças que se de- o organismo se sinta confortável). O Id é, em grande parte, animado pelo
senrola em grande parte fora
da perceção consciente do
impulso sexual.
indivíduo. O psiquismo é uma
totalidade dinâmica, apesar
de as suas estruturas compo-
• Éinstintos,
formado por tudo o que herdamos e está presente à nascença:
pulsões, desejos. De entre os instintos destacam-se o
nentes terem diferentes fun-
instinto de vida e o instinto de morte (agressivo e destrutivo). É o
ções e serem regidas por dife-
rentes princípios. Há uma es- reservatório dos impulsos biológicos mais básicos que dinamizam a
treita interação entre o Id, o nossa ação ou dão energia ao comportamento. Freud considera que
Ego e o Superego, raramente
é o reservatório da energia psíquica a que chama libido.
resultando o comportamento
da influência isolada de uma
das estruturas psíquicas. • Équicos
totalmente inconsciente. Contém uma parte dos elementos psí-
recalcados, mas não é todo o inconsciente.
z Assistir aos seguintes • Está totalmente desligado do mundo real, da realidade externa. É
vídeos no Youtube: completamente irrealista, não distinguindo o que é desejável do
1. Freud in que é permitido e possível.
http://www.youtube.com
/watch?v=sl8tQtjO7Jk&f
eature=related • Não atua segundo princípios lógicos e morais. Desconhece o prin-
cípio lógico de não contradição porque nele coabitam, sem se neu-
2. Sigmund Freud – Docu-
mentary in
tralizarem mutuamente, instintos de vida e instintos de morte; é
http://www.youtube.com amoral porque pretende realizar tudo o que lhe agrada sem se preo-
/watch?v=C_AXSd4wxgM cupar com o facto de isso ser bom ou mau.
3. The century of the self in
http://documentary-
log.com/?id=95
■ O Ego: sejamos realistas!
zO Id, o Ego e o Superego O princípio segundo o qual o Ego atua é o princípio de realidade.
são as estruturas essenciais Regulando-se por este princípio, o Ego, que começa a desenvolver-se por volta
da personalidade, estabele- dos 6 meses, adia a satisfação dos impulsos do Id até que o objeto apropria-
cendo entre si uma relação
conflituosa à qual se deve o
do a essa satisfação surja na realidade.
dinamismo da vida psíquica.
O Ego desempenha o papel de executivo e de mediador em relação
Id
Dimensão totalmente incons-
ao Id: decide que instintos e pulsões podem, na realidade, ser satisfeitos e
ciente do psiquismo que, cons- de que modo. O Ego, na verdade, desenvolve-se a partir do Id e existe para
tituída por pulsões inatas satisfazer as necessidades deste e não para as frustrar. Mas é realista: sabe
(agressivas e sexuais) e por
tudo o que vai sendo repri-
ou aprende que nem tudo é possível, que para termos certas coisas temos de
mido, é o grande reservatório renunciar a outras. Não podemos fazer tudo o que queremos. O Id não tem
da energia psíquica, a matriz qualquer relação direta com a realidade, com o mundo exterior. Para entrar
dinâmica do desenvolvimen-
em contacto com a realidade e agir sobre ela, precisa do Ego. Ao mundo fan-
to pessoal.
tasioso e irrealista do Id, o Ego opõe a realidade do mundo externo. O Ego
Ego
Estrutura psíquica que se for- não é inimigo do Id: está, de certa forma (realista), ao seu serviço.
ma por diferenciação a partir
do Id. Mas a diferença não Cumprindo o papel de mediador entre as exigências instintivas do Id e
significa oposição absoluta. as possibilidades que a realidade oferece, o Ego tenta defender-nos contra o
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assalto desenfreado das paixões e impulsos irrealistas do Id. Procura conciliar Regendo-se pelo princípio de
realidade, o Ego está intima-
as divergências que existem entre as pulsões sexuais, agressivas e destru- mente ligado ao Id, procu-
tivas, e os limites que a realidade impõe. Adaptação à realidade, eis o seu rando de forma realista satis-
lema. O princípio de realidade não exclui o princípio de prazer. fazer os impulsos deste. O seu
realismo está ao serviço do
prazer e de necessidades bá-
sicas.
■ O Superego: cumpre o teu dever! Superego
A dimensão moral do nosso
Se o Id é o representante das pulsões e o Ego o da realidade, o Super- funcionamento psíquico que
ego é o representante da moralidade: diz-nos, não o que podemos ou não procura impor ao Id e ao Ego
os princípios e normas mo-
fazer, mas o que devemos ou não devemos fazer. Eis o que há de funda- rais interiorizados através do
mental a dizer sobre o Superego: processo de socialização.
Pressiona o Ego para refrear
• O3-5Superego
anos.
forma-se ou começa a desenvolver-se por volta dos e também reprimir os impul-
sos do Id. Pune as transgres-
sões, desencadeando senti-
• Éeoderesultado da educação que recebemos, do conjunto de punições
recompensas de que fomos alvo. É o representante interno
mentos de culpa e de ansie-
dade que podem ser excessi-
vos e mentalmente esgotan-
dos valores, normas e ideais morais de uma sociedade, transmitidos tes.
essencialmente pela educação dos pais. Estes valores, normas e
ideais – interpretados pelos pais e educadores – são transmitidos à
criança, que os interioriza (processo de introjeção) de tal modo que
se tornam inconscientes (pelo menos o modo como foram interiori-
zados).
• Ooutros
Superego vigia-nos dentro de nós. Reprime certos atos, favorece
e, em certa medida, é indispensável para uma vida equilibrada
no seio da sociedade.
ta e apropriada de modo a realidade: “Façamos o que é “Podes comer sem pagar des-
evitar problemas à nossa possível fazer, tendo em con- de que ninguém repare; caso
integridade psíquica e física. ta as circunstâncias”, ou seja, contrário, faz o que é real-
É racional e tem a noção do “é permitido o que não nos mente aconselhável”.
que é possível fazer de acordo causar problemas”.
com as circunstâncias.
Enquanto o Ego é “pragmá- rizadas as normas social- gar”, ou seja, “Deves agir cor-
tico” o Superego é tendencial- mente estabelecidas relativa- retamente, não por medo de
mente moralista. mente ao bem e ao mal. castigos e punições, mas por-
Aspira à perfeição moral, Age segundo o princípio do que assim é que deve ser”.
reprimindo, muitas vezes de dever. “Faz o bem ou evita o Roubar é sempre um crime,
forma excessiva, as infrações mal porque assim deve ser.” seja visto ou não.
à moralidade.
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AT I V I D A D E 3
I
Copie as atividades seguintes e preencha
cada um dos espaços em falta:
II
Assinale as afirmações verdadeiras (V) ou falsas (F).
Justifique a sua opção.
Prazer sexual
Toda a sensação agradável
2.3. O desenvolvimento psicossexual
provocada pela estimulação
de uma determinada zona do Baseando-se no estudo de casos de vários pacientes (adultos na esma-
corpo. gadora maioria), psicanalizando-os, Freud convenceu-se de que os problemas
(sintomas) de que sofriam seriam o resultado de experiências traumáticas
z Assistir ao vídeo do vividas nos primeiros anos de existência. Examinando as recordações que eles
Youtube sobre Freud e a tinham de eventos da infância, descobriu as suas motivações inconscientes e
teoria da sexualidade:
http://www.youtube.com
construiu a sua teoria psicossexual do desenvolvimento da personalidade.
/watch?v=dQer8W_rl8A
Segundo Freud, o ser humano desenvolve-se através de cinco estádios.
Cada estádio representa uma complexa interação entre o impulso natural
para a obtenção do prazer (centrado conforme o estádio numa determinada
zona do corpo a que Freud deu o nome de zona erógena) e fatores ambien-
tais que influenciam o modo como lidamos com os desejos sexuais ou eróticos.
Em cada estádio do desenvolvimento, o prazer deriva de uma determinada
zona do corpo, centrando-se nela (zona erógena). O modo como os pais li-
dam com os impulsos sexuais e agressivos dos seus filhos nos primeiros anos
da infância é crucial para um desenvolvimento saudável ou não da personali-
zPara Freud, a sexualidade é dade. A criança deve encontrar um equilíbrio entre a sua necessidade de
prazer e as restrições (ou a permissividade) dos pais. Daqui resulta um
a componente fundamental
da realização do ser humano. conflito, uma luta interna. Em cada estádio do desenvolvimento, o indivíduo
O impulso sexual e a procura vive o conflito entre os seus impulsos biológicos e as expetativas sociais
do prazer erótico determinam
de forma poderosa o desen- (de que os pais são os agentes transmissores e representantes). Freud usa o
volvimento afetivo do ser termo psicossexual para se referir ao modo como a vivência dos nossos
humano. Mas a sexualidade impulsos sexuais no confronto com o meio envolvente tem impacto psico-
não é exclusivamente sinó-
nimo de ato sexual: sexua-
lógico no tipo de pessoas que viremos a ser. Como todos vivemos em cir-
lidade é toda a atividade cunstâncias ambientais diversos, temos ambientes familiares diferentes e
corporal que, centrando-se respondemos de modo diferente às experiências socializadoras, daí resul-
em diferentes zonas eróge-
tarão diferenças entre os indivíduos quanto ao seu modo de ser.
nas, em diferentes momen-
tos, tende para o prazer, a
autossatisfação. Segundo O que é um desenvolvimento afetivo ou psicossexual relati-
Freud, o prazer sexual não se vamente saudável?
reduz ao prazer genital. Se-
xualidade não é sinónimo de Em cada estádio do desenvolvimento, há sempre um certo grau de
genitalidade. Assim, pode fa-
frustração e de ansiedade quando se trata de passar ao estádio seguinte. Se
lar-se de sexualidade infantil.
O que entende Freud por houver ansiedade excessiva, o desenvolvimento é perturbado, verificando-se
satisfação sexual ou erótica? uma fixação do indivíduo nesse estádio. A fixação é uma cessação parcial do
Toda a sensação agradável desenvolvimento que se traduz na persistência de comportamentos que são
cuja fonte é um determinado
órgão ou região corporal. A caraterísticos do estádio do desenvolvimento no qual ocorreu.
sexualidade não se reduz
nem à manipulação nem ao A fixação é uma ligação extremamente forte a uma pessoa, a um
contacto genital. As pulsões objeto ou a uma atividade, que era apropriada somente nos primeiros
sexuais centram-se, desde o estádios do desenvolvimento. Diz-se de uma pessoa que contraiu uma fixa-
nascimento, em diversos ór-
gãos do corpo e satisfazem- ção quando parou num dado estádio do desenvolvimento. A fixação num
-se de modos muito distintos. dado estádio do desenvolvimento não impede todo o posterior desenvolvi-
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mento, mas, a menos que um ser humano ultrapasse cada estádio de forma
bem sucedida, não poderá cumprir plenamente o que é exigido pelos estádios
posteriores. Por exemplo, uma criança que não passe de forma bem sucedida
pelo estádio fálico provavelmente não resolveu o complexo de Édipo e pode
sentir hostilidade a respeito de um dos progenitores (o do mesmo sexo). A
criança poderá ao longo da vida sofrer as consequências deste conflito não
resolvido (ou mal resolvido).
É importante salientar que fixação e regressão são condições relativas. zPode definir-se desenvol-
Num indivíduo, a fixação e a regressão raramente são completas, absolutas. vimento como o conjunto de
transformações quantitativas
Habitualmente, a maior parte dos aspetos da personalidade de um indivíduo e qualitativas que desde o
desenvolver-se-á normalmente, mas o seu comportamento pode, em certos momento da conceção e ao
longo de toda a vida marcam
pontos, ser caraterizado por atos infantis, acriançados, efeitos de certas fixa-
a existência de um indivíduo.
ções anteriores. As modificações quantitati-
vas manifestam-se sobretudo
no plano físico (altura, peso,
etc.) e fisiológico, mas tam-
bém podem referir-se ao au-
2.3.1. Os estádios do desenvolvimento mento do número de com-
petências e de habilidades.
psicossexual As mudanças qualitativas são
São cinco os estádios do desenvolvimento psicossexual: estádios oral, alterações psicológicas como,
por exemplo, a evolução das
anal, fálico, de latência e genital. aptidões intelectuais e as alte-
rações no modo como nos
relacionamos com os outros
■ O estádio oral (do nascimento aos 12/18 meses) e com o que nos acontece.
No princípio, era a boca. Durante os primeiros meses de vida, grande
parte da interação da criança com o mundo externo processa-se mediante a Estádio oral
boca e os lábios. O prazer centra-se nessa área. A relação com a mãe assume Fase inicial do desenvolvi-
mento psicossexual carate-
especial significado, estabelecendo-se essencialmente através do seio mater- rizada por atividades que se
no, que não simplesmente alimenta, mas também dá prazer. centram no prazer oral.
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E S TÁ D I O O R A L
ZONA EXPERIÊNCIA CARATERÍSTICAS ADULTAS
IDADE ERÓGENA OU CONFLITO ASSOCIADAS A PROBLEMAS
DECISIVO E A FIXAÇÕES NESTE ESTÁDIO
E S TÁ D I O A N A L
ZONA EXPERIÊNCIA CARATERÍSTICAS ADULTAS
IDADE ERÓGENA OU CONFLITO ASSOCIADAS A PROBLEMAS
DECISIVO E A FIXAÇÕES NESTE ESTÁDIO
tem subjacente uma limitação fundamental (só o pai pode ter relações
sexuais com a mãe), embora, de forma simplesmente simbólica, permita ao
rapaz, através do pai, ter acesso à mãe (quanto mais se parecer com ele mais
facilmente se pode imaginar, inconscientemente, no lugar do pai).
A TRAGÉDIA DE ÉDIPO
Édipo era filho de Laio e de Jocasta, soberanos de Tebas. Nascera sob o signo da
maldição de Pélope, a quem Laio, arrastado por amores libidinosos, raptara o filho
Crisipo, fugindo com ele quando o adestrava nas corridas de carros. Ultrajado na sua
dignidade e ferido nos seus sentimentos de pai, Pélope proferiu contra o ingrato hós-
pede terrível imprecação: «Laio, Laio, oxalá que nunca tenhas um filho; ou, se chegares
a tê-lo, que venhas a perecer às suas mãos!».
Esta súplica foi atendida. Quando Laio consultou o oráculo de Delfos, Apolo res-
pondeu-lhe: «Dar-te-ei um filho, mas está decretado que hás de perecer às mãos
dele… Assim o determinou Zeus, filho de Crono, atendendo às terríveis maldições de
Pélope, cujo filho raptaste; foi ele quem pediu para ti todos estes castigos».
Para fugir a tão funesta predição, Laio e Jocasta decidiram desfazer-se da criança ao
nascer. Ligaram-lhe os pés e entregaram-na a um dos seus pastores, para que a expu-
sesse no monte Citéron, onde as feras a devorariam. O pastor, condoído do menino,
que recebeu o nome de Édipo (= dos pés inchados), deu-o a outro pastor de Corinto,
para que o criasse como filho. Os reis de Corinto, Pólibo e Mérope, que não tinham fi-
lhos, adotaram a criança.
Certo dia, num banquete, um conviva negou que Édipo fosse filho verdadeiro dos reis
de Corinto. Correu Édipo a Delfos, para consultar o oráculo de Apolo sobre a sua ori-
gem. Soube ali estar-lhe reservado o mais horrível destino: matar o pai e casar com a mãe.
Aterrado, Édipo já não regressou a Corinto. No caminho de Dáulis, cruzou-se com
outro cavaleiro, com o qual, por motivo de precedência, se travou de razões, acabando
por derribá-lo da sege e matá-lo em legítima defesa. Sem saber que matava seu pai Laio!
Prosseguiu viagem, rumo a Tebas, que ao tempo era devastada por um monstro
horrível, cabeça e rosto de donzela, corpo, patas e cauda de leão: era a temível Esfinge.
Enviado por Zeus à terra, para castigo dos tebanos, o monstro divertia-se a propor
enigmas aos transeuntes. Quem não soubesse decifrá-los, pagava com a vida a igno-
rância inculpável.
Já havia sido oferecida a mão da rainha viúva de Laio, Jocasta, a quem resolvesse os
problemas da Esfinge. Édipo apresentou-se ao monstro, que lhe propôs esta adivinha:
«Qual é o ser que anda com quatro pés, com três e com dois, e quanto mais são os pés
em que se apoia, mais devagar caminha?». Édipo, afoito, respondeu-lhe sem hesitação:
«Ouve, ainda que não te agrade a minha voz e a tua perdição, cantora malfadada! Esse
ser é o homem: quando criança, apoia-se sobre as quatro extremidades; quando velho,
procura um terceiro pé – o bastão – a que se arrima, vergado ao peso dos anos!».
A esfinge, vencida, precipitou-se no abismo e Tebas respirou, livre do horrendo tri-
buto de vidas humanas que lhe vinha pagando.
PSI_12_aluno (U2_T1_cap_1.2):projFILOS_10 12/09/24 12:20 Page 39
A TRAGÉDIA DE ELETRA
Eletra, princesa de Micenas, é filha de Agaménon e Clitemnestra, sendo irmã de
Orestes e Ifigénia. A rainha, sua mãe, atormentada pelo sacrifício de Ifigénia, une-se ao
sobrinho do esposo. Esse príncipe, Egisto, fora perseguido por Agaménon e privado dos
seus direitos. Retornando a Micenas durante a guerra de Troia, une-se à rainha, com quem
tem um filho, Aletes. Os dois amantes aguardam o retorno do rei para consumar a vin-
gança. Após o assassinato do pai por Egisto e Clitemnestra, Eletra é poupada pela mãe.
Mas consome-se pela perda do pai, Agaménon, a quem adorava. Pedia aos deuses que
lhe enviassem um meio de vingar a sua morte. As suas preces serão atendidas por seu
irmão Orestes, a quem salvara da morte em criança. Prevendo o que viria com a volta de
Egisto, confiou-o em segredo a um velho precetor, que o levou para longe de Micenas.
Por tudo isto, era tratada no palácio como escrava. Temendo que a enteada tivesse um
filho que um dia pudesse vingar a morte de Agaménon, Egisto fê-la casar-se com um
pobre camponês. O marido, todavia, respeitou-lhe a virgindade. Mas é chegado o dia do
retorno de Orestes. A jovem princesa o guiará até aos assassinos do seu pai. Quando,
após a morte de Egisto e Clitemnestra, Orestes foi envolvido e "enlouquecido" pelas Erí-
nias, ela colocou-se a seu lado e cuidou do irmão até ao julgamento final no Areópago
de Atenas. Depois de ser absolvido pelo voto de Atena, Orestes e Pílades, seu amigo,
partem para Táurida em busca de uma estátua de Ártemis. Lá encontrarão Ifigénia como
sacerdotisa de Ártemis. Retornam todos a Micenas e, após as núpcias de Orestes com
Hermíone, Eletra casa-se com Pílades.
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E S TÁ D I O FÁ L I C O
ZONA EXPERIÊNCIA CARATERÍSTICAS ADULTAS
IDADE ERÓGENA OU CONFLITO ASSOCIADAS A PROBLEMAS
DECISIVO E A FIXAÇÕES NESTE ESTÁDIO
• Falta de maturidade no
plano afetivo.
Dos • Dificuldades no plano do
Complexo
3 anos Órgãos relacionamento sexual.
de Édipo/
aos genitais
/Eletra • Personalidade bipolar: pro-
5/6 anos miscuidade-castidade;
sedução-recusa.
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E S TÁ D I O G E N I TA L
ZONA EXPERIÊNCIA CARATERÍSTICAS ADULTAS
IDADE ERÓGENA OU CONFLITO ASSOCIADAS A PROBLEMAS
DECISIVO E A FIXAÇÕES NESTE ESTÁDIO
• Ultrapassagem da sexuali-
dade autoerótica.
• Capacidade de sublimação
Gratificação dos impulsos do Id.
Depois
Órgãos sexual
da • Satisfação do desejo sexual
genitais na interação
puberdade de forma socialmente acei-
com outrem
tável.
• Capacidade de amar e de
cuidar.
Embora algumas relações interpessoais nasçam da motivação egoísta zPara uma perspetiva crí-
de simplesmente obter prazer genital, o indivíduo neste estádio final é capaz tica da teoria freudiana do
de se preocupar com o bem-estar da pessoa amada tanto ou mais do que desenvolvimento elaborada
por um teórico de formação
com o seu. Esta capacidade constitui a base de relações duráveis que se pro- também psicanalítica, será
longam pela vida adulta. A sublimação é especialmente importante neste útil consultar o Dossiê ERIK
período porque os impulsos do Id (egoístas, agressivos) continuam e conti- ERIKSON: uma visão epige-
nética da construção da iden-
nuarão ativos. A sublimação significará transformar os impulsos libidinais tidade pessoal.
convertendo-os em energia útil para o casamento, a educação dos filhos e o
desempenho profissional.
Freud acreditava que não havia uma transição automática para o está-
dio genital e que a passagem raramente se cumpria de forma plena. Muitas
pessoas têm menos controlo sobre os seus impulsos do que o desejável e
muitas outras têm dificuldade em satisfazer os impulsos sexuais de modo
adequado e socialmente aceitável. Por isso, a personalidade genital tal como
ele a descreve corresponde mais a um ideal a atingir do que a uma realidade
generalizada.
PSI_12_aluno (U2_T1_cap_1.2):projFILOS_10 12/09/24 12:21 Page 44
O S C I N CO E S TÁ D I O S
D O D E S E N VO LV I M E N TO P S I CO S S E X UA L
TRAÇOS ADULTOS ASSOCIADOS
ZONA ERÓGENA CONFLITOS / EXPERIÊNCIA A PROBLEMAS
(FIXAÇÕES, SOBRETUDO) NUM ESTÁDIO
Oral A criança obtém prazer Otimismo-pessimismo; agressivi-
(do nascimento mediante a atividade oral. dade verbal, impaciência, abuso de
aos 12/18 meses)
O desmame é a experiên- determinadas substâncias – fumar,
Boca cia/conflito central. beber, comer em excesso.
Baseado na sua prática clínica, Freud construiu uma teoria do desenvolvimento pessoal que destacou a compo-
nente erótica e afetiva. As diversas fases ou estádios do desenvolvimento determinam-se conforme as zonas
ou órgãos de satisfação das pulsões. Em termos psicológicos, o desenvolvimento pode deter-se num estádio
intermédio, produzindo-se uma fixação. A fixação em determinado estádio significa que um indivíduo ten-
tará, em maior ou menor grau, obter prazer de uma forma simbolicamente equivalente ao modo de gratifi-
cação próprio do estádio em que se fixou. A fixação ocorre ou porque houve fraca satisfação dos impulsos
num dado estádio (trata-se inconscientemente de compensar esse défice) ou porque houve gratificação
excessiva (inconscientemente não há motivação para ultrapassar tal estádio).
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A dicotomia inato/adquirido
Quanto à relação entre o inato e o adquirido, a teoria freudiana é
conhecida por ser uma teoria que se inspira num modelo homeostático, de
redução dos desequilíbrios orgânicos (destacando ao mesmo tempo o papel
crucial de impulsos biológicos que atuam fora do campo da consciência e
que criam tensões de que o organismo se deve libertar). Freud considera
que o principal motivo do comportamento humano, desde o princípio da
vida, é a procura do prazer sexual – um impulso biológico básico. Sirva
como exemplo o facto de Freud atribuir o nome de estádio genital ao
período da adolescência. Nesta fase, o eventual equilíbrio alcançado por
volta dos 7 aos 11 anos é bruscamente rompido pelo ressurgimento de
impulsos sexuais que correspondem a um aumento do poder do Id. Este
desequilíbrio traduz-se em conflitos psicológicos e comportamentos erráti-
cos.
Apesar da importância crucial dos fatores biológicos, a teoria freudiana
não ignora a educação, o que é adquirido. Com efeito, o Superego é a
representação interna das exigências do mundo social, sendo o resultado
da interiorização de normas e de proibições adquiridas na relação com os
progenitores. O desenvolvimento pessoal envolve em qualquer fase do
desenvolvimento fatores biológicos e ambientais.
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A dicotomia continuidade/descontinuidade
Quanto ao par dicotómico continuidade-descontinuidade, considera-se
que a teoria do desenvolvimento pessoal é uma teoria descontinuista.
Quer isto dizer que concebe o desenvolvimento como um conjunto de trans-
formações que diferem qualitativamente entre si. A perspetiva que acen-
tua a descontinuidade do desenvolvimento entende que esta se dá ao longo
de distintos estádios do ciclo vital. Para os partidários desta perspetiva, o
desenvolvimento é marcado por ritmos diferentes, verificando-se a alternân-
cia entre períodos com mudanças pouco frequentes e relevantes (caso do
período de latência em Freud) e períodos marcados por mudanças abrup-
tas e descontínuas que implicam a passagem a um novo estádio do desen-
volvimento (caso do estádio genital ou do fálico). Sirva como exemplo de
que os estádios são fases qualitativamente diferentes do desenvolvimento
o facto de haver uma diferença qualitativa entre o estádio fálico – em que
o objeto de afeto e de desejo é o progenitor do sexo oposto – e o estádio
genital – em que o objeto de desejo é constituído por pares do sexo oposto
ou por pessoas exteriores ao universo familiar. A passagem da sexualidade
autoerótica – centrada em si ou no seu corpo – à sexualidade que tem
como objeto outro corpo é também uma mudança qualitativa.
A dicotomia estabilidade/mudança
Quanto ao par estabilidade-mudança, há a dizer que significa que as
aquisições de cada estádio são integradas mediante elaboração no estádio
seguinte, produzindo-se uma alteração qualitativa. O que segundo Freud
permanece é a procura do prazer. O que muda são as zonas erógenas asso-
ciadas ao prazer. Da sexualidade centrada na exploração do nosso corpo
evoluímos para uma sexualidade que atinge a forma madura ligada à capa-
cidade reprodutiva e às relações sexuais genitais. Permanecem os impulsos
agressivos e destrutivos do Id, mas muda o modo como nos relacionamos
com a realidade e encaramos a satisfação dos desejos. Contudo, a mudança
pode ser afetada pela fixação. A fixação significa que o desenvolvimento,
em certa medida, cessou num determinado estádio, implicando uma de-
pendência ou falta de autonomia do sujeito. É uma ligação extremamente
forte a uma pessoa ou a um objeto que era apropriada somente nos pri-
meiros estádios do desenvolvimento, mas que é desadequada em estádios
posteriores. Os sentimentos e afetos ligados ao complexo de Édipo são
admissíveis em certa idade, mas não noutras. As fixações ocorrem habitu-
almente devido a frustração ou excessiva indulgência na expressão da ener-
gia sexual ou agressiva num dado estádio do desenvolvimento psicos-
sexual. A fixação num dado estádio do desenvolvimento não impede todo
o posterior desenvolvimento, mas, a não ser que um ser humano ultra-
passe cada estádio de forma bem sucedida, não poderá cumprir plena-
mente o que é exigido pelos estádios posteriores e ficará psicologicamente
preso a sentimentos e formas de satisfação próprios de estádios anteriores.
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A dicotomia externo/interno
Quanto à dicotomia externo-interno, há a considerar o seguinte:
Em cada estádio do desenvolvimento, o indivíduo vive o conflito en-
tre os seus impulsos biológicos – fatores internos – e expetativas sociais
ou externas (de que os pais são os agentes transmissores e represen-
tantes). O modo como os pais lidam com os impulsos sexuais e agressivos
dos seus filhos nos primeiros anos da infância é crucial para um desenvol-
vimento saudável ou não da personalidade. A personalidade adulta é
determinada pelo modo como resolvemos os conflitos entre as seduções
das zonas de prazer (as fontes erógenas – boca, ânus e órgãos genitais) e
as exigências da realidade, dos outros. Dessa resolução vai depender o
modo como nos relacionamos com os outros, como lidamos com a ansie-
dade e o próprio modo como se efetuará a nossa aprendizagem. Quando os
conflitos não são resolvidos, o indivíduo pode fixar-se em dado estádio do
seu desenvolvimento (este pode, em termos psicossexuais, cessar num dos
primeiros estádios, tornando difícil e desadaptada a evolução da sexuali-
dade autoerótica para a partilha do prazer erótico com outrem). A regres-
são é normalmente determinada por fixações anteriores do indivíduo, ou
seja, este tende, para fugir aos conflitos, a regressar a um estádio onde pre-
viamente se fixara, o que é sinal de falta de autonomia e incapacidade de
enfrentar a realidade e experiências frustrantes. Durante a infância, os
impulsos sexuais mudam de objeto, centrando-se primeiro na zona oral,
depois na anal e finalmente na genital. Em cada um dos três primeiros
estádios (oral, anal e fálico), os pais são decisivos: se permitem uma autos-
satisfação excessiva ou inibem demasiado o prazer erótico da criança,
estarão a impedir um desenvolvimento psicossexual saudável.
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A dicotomia individual/social
A importância atribuída ao papel dos pais mostra que o fator social
tem relativa importância na teoria freudiana do desenvolvimento afeti-
vo. Contudo, o desenvolvimento é entendido em termos psicossexuais e
não de uma forma mais abrangente, ou seja, em termos psicossociais (o
meio não é só a família, mas fatores externos como o meio sociocultural,
os grupos e as comunidades). Esta é uma das críticas de outro grande teó-
rico do desenvolvimento, o dinamarquês Erik Erikson. Para Erikson o
desenvolvimento tem de ser entendido no quadro da relatividade cultural.
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AT I V I D A D E 4
I
Copie as atividades seguintes e preencha
cada um dos espaços em falta:
II
Assinale as afirmações verdadeiras (V) ou falsas (F).
Justifique a sua opção.