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A PRÁXIS COMO OBJETO DE ANÁLISE: DO CARRO-DE-SOM AO

JOGRAL

1. RESUMO

Neste artigo pretendemos debater comparativamente o uso de técnicas de


comunicação e suas formas empregadas por movimentos sociais 1) Institucionais e 2)
Autônomos nos anos de 2013 e 2014 no Estado do Rio de Janeiro.

Palavras-chave: Manifestações, Comunicação, Anarquismo, Ciência Política,


Antropologia, Mídia.

2. INTRODUÇÃO

A escolha de uma forma de comunicar discursos políticos em manifestações de


rua é diretamente influenciada por perspectivas ideológicas básicas de um determinado
movimento social. Podemos analisar que o uso de carros de som por parte de grandes
sindicatos e partidos políticos é fortemente atrelado à orientação política componente do
sistema de representação do Estado Democrático de Direto. Os potentes equipamentos de
som na esmagadora maioria dos casos são oriundos de movimentos cuja organicidade dá
como natural o ato de representar politicamente um grande grupo de indivíduos. São
movimentos internamente hierarquizados, que compõem a disputa pela gestão do
Capitalismo de Estado ou a representação direta de algum setor/classe de trabalho via
sindicatos. O levante de Junho de 2013 evidenciou um claro desgaste no sistema
representativo, o grito das ruas no levante de ''não me representa!'' e posteriormente a
eleição do governador Luiz Antônio Pezão em 2014, candidato este que obteve menos
votos do que a soma dos votos nulos1, e principalmente a greve dos Garis2, a dos
profissionais da Educação3 e dos rodoviários4, cada um com seu aspecto particular,

1
. Dados eleitorais: http://www.eleicoes2014.com.br/luiz-fernando-pezao/
2
Fontes de registro da grande mídia a respeito da greve: http://www.revistaforum.com.br/2014/03/05/sem-
apoio-sindicato-garis-rio-continuam-em-greve/
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/03/1422758-garis-do-rio-conseguem-aumento-de-37-e-
voltam-ao-trabalho-apos-oito-dias-em-greve.shtml
3
Notícia vinculada pela Agência Brasileira de Notícias e a nota do próprio sindicato dos professores do
Rio de Janeiro: http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-09-22/em-greve-professores-das-
redes-municipal-e-estadual-do-rio-fazem-passeata-no-rio-de-janeiro
http://seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=4569
4
Notícias veiculadas a respeito da greve dos rodoviários http://g1.globo.com/rio-de-
janeiro/noticia/2014/06/trt-decide-em-audiencia-que-greve-de-rodoviarios-do-rio-e-ilegal.html
confirmou que chamada “crise da representatividade” estava presente no Rio de Janeiro.
Estas greves tiveram um ponto em comum: a rejeição da base para com a direção sindical
institucionalizada. Os Garis, profissionais da educação e rodoviários permaneceram em
suas greves apesar de suas direções sindicais terem aceito acordos desvantajosos. A
comunicação interna do levante de 2013/2014 e estas greves acima mencionadas, tiveram
como marco a descentralização, com a presença de cartazes muitas vezes individuais com
grande diversidade de pautas, panfletos, o chamado microfone humano e uma rejeição
latente aos carros-de som e/ou ao próprio sistema representativo.

3 – AS MANIFESTAÇÕES DE 2013 E SUAS NOVAS FORMAS

Se existe alguma frase que traduza consenso sobre o levante de 2013 no Brasil é:
''Ninguém esperava...'' milhões de pessoas nas ruas, barricadas pelo Brasil inteiro, a
onipotente Rede Globo desmoralizada. Não há um ouvido que não tenha escutado em
uma manifestação a palavra de ordem ‘’a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a
ditadura’’, carros da Record, Bandeirantes entre outras emissoras da nobreza midiática
expulsos e atacados5, o governador do Estado sede da Copa do Mundo, Sergio Cabral –
PMDB, pedindo ''como um pai'' pelo fim das manifestações em frente a sua residência no
Leblon6, livros anarquistas novamente compondo provas de crimes em mesas das
delegacias de todo o país7, o Estado novamente divulgando fotos de militantes políticos
no disque-denúncia8 , fotos de agressões policiais em manifestações de rua em São Paulo

http://direito-do-estado.jusbrasil.com.br/noticias/3072864/rodoviarios-entram-em-greve-no-rio-de-janeiro
5
A constante expulsão de reportes da grande mídia foi noticiada pela mesma grande mídia: (acessado em
24/02/2018)
1.http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2013-06-18/caco-barcellos-e-hostilizado-por-manifestantes-em-sao-
paulo.html
2.http://noticias.r7.com/sao-paulo/reporter-da-globo-e-expulso-de-concentracao-no-largo-da-batata-
18062013
3.http://portalnoar.com/vandalos-viram-e-saqueiam-carro-de-emissora-de-tv-durante-protestonatal/
6
Governador Sergio Cabral pede fim dos protestos de maneira cômica: (acessado em 24/02/2018)
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/07/cabral-diz-que-nao-e-ditador-e-pede-fim-de-protestos-
na-frente-da-sua-casa.html
7
Livros anarquistas apreendidos, as ideias voltando a serem perigosas para o Estado (acessado em
24/02/2018)
1.http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1301767-policia-apreende-armas-brancas-e-livro-na-
casa-de-suspeito-de-vandalismo.shtml
2.http://www.sul21.com.br/jornal/federacao-anarquista-gaucha-denuncia-invasao-da-sua-sede-na-cidade-
baixa/
8
Novamente fotos de militantes perseguidos pelo Estado com o título ''procura-se'': (acessado em
24/02/2018)
1 - http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/03/disque-denuncia-divulga-cartaz-com-fotos-das-
ativistas-sininho-e-moa.html
e Rio de Janeiro figurando nos principais jornais do mundo9. Simultaneamente com a
dura luta contra a repressão do Estado, uma batalha mostrou-se evidente dentro da própria
manifestação, no meio acadêmico e na imprensa, a luta pela representação/e ou
apropriação do levante.

Um discurso largamente veiculado pela nobreza midiática e reforçado desde o


pequeno militante da esquerda institucional, passando pelo chefe de segurança pública e
o jornalista foi o “o movimento não tem pautas’’. Comunicar é sem dúvida comungar de
uma linguagem, ou seja, um ponto em comum. Portanto, qual linguagem é comungada
pelo povo para com essas partes? Como um policial identifica uma pauta? Como um
membro da esquerda institucional identifica uma pauta? Como um chefe de Estado recebe
uma pauta? Certamente não é indo as ruas, sua linguagem é a dos papéis. Este processo
de comunicação de pautas (para a institucionalidade) se dá através de documentos, de
burocracia. Quando o policial não consegue negociar um trajeto, quando um jornalista de
um veículo de informação manipulador é expulso, quando uma liderança sindical ou
partidária é rechaçada como representante, quando um chefe de Estado não consegue
barganhar com uma cúpula, todos afirmam no mesmo coro “não há pautas”.

‘'Todos esses seus lamentos e reclamações – você ao menos sabe o que realmente
quer?’’, esta frase é um arquétipo da pergunta do psicanalista homem para a mulher
histérica (ZIZEK, 2013). O autor utilizou esta frase comparando o comportamento
repressor do psicanalista com o comportamento daqueles que rejeitam pautas
“inalcançáveis”, isto é, dentro do esquema democrático de direito. O recado é claro, “Fale
nos meus termos ou se cale!’’ ou fale em burocracia ou não te escuto! O movimento
Occupy tem muitas semelhanças com o movimento de Junho de 2013 no Brasil, suas
pautas foram muito além do que a institucionalidade poderia oferecer.

2 - http://extra.globo.com/casos-de-policia/disque-denuncia-lanca-cartaz-de-sininho-moa-acusadas-pelo-
crime-de-formacao-de-quadrilha-15593046.html
3 - http://oglobo.globo.com/rio/acusadas-de-chefiarem-os-black-blocs-entram-na-lista-de-procurados-do-
disque-denuncia-15589495
9
Fotos do levante circularam na impressa no mundo inteiro: (acessado em 24/02/2018)
1.http://www.lemonde.fr/ameriques/article/2013/06/14/bresil-manifestations-contre-la-hausse-du-prix-
des-transports_3430069_3222.html
2. http://internacional.elpais.com/internacional/2013/06/14/actualidad/1371171229_461963.html
3. http://oglobo.globo.com/brasil/protestos-ganham-capa-do-new-york-times-8741651
Como mostra Graeber (2015), o movimento Occupy sofreu a mesma crítica e
questionamento: “por que o movimento não tem pautas concretas?” ou “por que não tem
liderança?”, segundo o autor, estes questionamentos poderiam ser sintetizados numa
mesma pergunta: Por que o movimento não se envolveu com a política institucional?

O Levante de 2013/2014 representou para a história do país uma ruptura de um


determinado modus operandi de reivindicações sociais e manifestações de massa. Se
projetarmos as últimas três décadas da história do Brasil e analisarmos as condições
estruturais das manifestações de rua, notaremos que esta tem características bem
especificas como: Trajeto da manifestação pré-estabelecido por um conjunto de
lideranças e negociado diretamente com os órgãos de repressão do Estado, carros de som
de alta potência com microfones fechados a lideranças sindicais, partidos políticos e por
vezes artistas do meio da música e da televisão. Este modelo foi o cenário das "Diretas
Já!" (1983-1984), movimento que uniu a esquerda institucional e parte da direita após a
redemocratização do Brasil para luta pela implementação de eleições diretas, levando
milhares às ruas. O movimento fracassou na conquista desta pauta direta, mas seu modo
de organização de manifestação de rua permaneceu. Esta maneira de se articular
manifestações foi quebrada pelo levante de 2013/2014, que teve como característica
marcante a descentralização, rejeitando a lógica da política institucional e o seu
direcionamento por lideranças hierarquicamente superiores.

Diversas interpretações e narrativas foram construídas sobre o levante de


2013/2014, cada qual com seu interesse político. Nessas circunstâncias, Wallace Moraes
et ali (2015) em sua análise da Revolta dos Governados de 2013 identificou 5 correntes
interpretativas do levante, vejamos:

Quadro 1: descritivo das interpretações sobre o Levante e das forças políticas que as compõem.

Interpretações Forças políticas que a compõem

Governista Jornalistas dos oligopólios de comunicação de massa no Brasil;


governantes, intelectuais e políticos dos partidos da situação: PT, PMDB,
PCdoB, PDT. Sindicalistas ligados às centrais sindicais dirigidas por esses
partidos. Empreiteiros, banqueiros, empresários e capitalistas em geral
alinhados e apoiadores das ideias liberais implementadas pelo governo
federal.
Ultraliberal Jornalistas dos oligopólios de comunicação de massa no Brasil;
(oposição de direita ao governantes, intelectuais políticos dos partidos da oposição “oficial”: PSDB,
governo) DEM, PTB, PPS, PSB. Empreiteiros, banqueiros, empresários e capitalistas
em geral alinhados às ideias ultraliberais.

Esquerda estatista Intelectuais e políticos do PSOL, PSTU, PCB, movimentos sociais e


(oposição de esquerda ao principalmente sindicatos ligados a esses partidos.
governo)

Fascista Integralistas – grupos minúsculos que reivindicam uma espécie de


fascismo com matizes brasileiras e tropicais.

Revolucionária Intelectuais e coletivos autônomos, anarquistas, libertários e


marxistas não eleitorais/movimentos sociais ligados a luta pela moradia e
outros.”

Fonte: http://www.otal.ifcs.ufrj.br/a-insurreicao-invisivel-uma-interpretacao-anti-governista-da-
rebeliao-de-2013/14-no-brasil/

Um aspecto central em uma manifestação é sua comunicação interna, isto é, como


a informação circula entre os manifestantes. Panfletos, jornais, cartazes, megafones,
carros de som e o chamado microfone humano são formas de comunicação interna.
Podemos notar que cada corrente mencionada acima na tabela tem como característica a
utilização de determinados meios de comunicação nas manifestações. A corrente de
leitura governista e da esquerda estatista tem como prática a utilização de carros de som
para propagação de suas ideias políticas e mais recentemente, após 2015, a corrente
ultraliberal e fascistas tem feito uso destes equipamentos de som. Pois bem, o que esta
estrutura (carro de som) implica na comunicação interna? Primeiramente uma
centralização do direito a voz a um determinado grupo de pessoas ou uma vanguarda
política. O carro de som domina a fala em sua redondeza e não dá o direito ao manifestante
de responder ou dialogar. Uma estrutura de palanque, lugar do discurso publicitário
eleitoral fabricado, sem surpresas ou debates.

Os altos custos dos carros de som também entram neste pacote, se quiser falar na
altura ou superar os carros de som de uma determinada organização é simples, compre ou
alugue um mais caro. Segundos os pressupostos liberais de Adam Smith ou Jonh Locke
isto seria não apenas justo como natural, afinal é o livre mercado. Não é surpreendente
que estes movimentos considerem natural esta lógica, já que participam do jogo eleitoral,
um mercado de custos astronômicos e lar da ‘’ livre’’ competição. Estas organizações
naturalizaram as técnicas e os vícios do marketing político, a lógica é a do mercado: na
competição se faz a justiça.

O estabelecimento deste meio de comunicação afeta diretamente o modo como as


relações se dão dentro das manifestações de rua. Para Manuel Castells (2013) “a mudança
do ambiente comunicacional afeta diretamente as normas de construção de significado e,
portanto, a produção de relações de poder”. O que o Carro de som produz é uma relação
de poder desigual em que um pequeno grupo é privilegiado, impondo suas leituras e
significações. O carro de som pode ser configurado no que Chomsky (2013) denominou
de Fabricação de consenso. O autor concebe o atual sistema de democracia liberal como
“democracia do expectador”, onde a maioria das decisões são tomadas por especialistas
e o restante da população apenas assiste. A opinião dos expectadores é moldada por meio
de propaganda sistemática, afim de que aceitem enquanto consenso as decisões tomadas
pela cúpula dos governantes.

O carro de som é uma estrutura que reflete a Democracia do expectador, onde a


maioria dos manifestantes é conduzido por uma casta de especialistas em posições de
poder superiores, fabricando consensos quanto aspectos políticos da manifestação.
Independentemente da corrente política institucional, do partido, sindicato ou movimento
social, o carro de som é utilizado como uma máquina de propaganda do pacifismo e do
reconhecimento do Estado democrático de direito enquanto autoridade.

O conflito da interpretação do levante de 2013/2014 evidencia não só a briga


informacional na mídia, como dentro da própria manifestação de rua. Uma das maiores
pautas da esquerda institucional diz respeito ao arranjo midiático do Brasil, entretanto, a
democratização dos meios de comunicação nas manifestações de rua não é colocado em
debate. A ideia de vanguarda política, a naturalidade que determinadas organizações
exercem uma hierarquia, se colocam na posição de representantes de multidões (que nem
mesmo são escutadas) é exercida, faz com que as manifestações de rua permaneçam em
uma disputa e competição constante pela sua apropriação como capital político a ser
revertido em voto/legitimidade de comando para organização X ou Y, ignorando as vozes
da base.

4. ESTADOLATRIA E A “CRISE” DA REPRESENTATIVIDADE


O conceito de estadolatria cunhado por Wallace dos Santos Moraes10,
engloba teorias que abordam o Estado enquanto uma instituição necessária para o
funcionamento da sociedade, o que Bakunin definiu como estadismo. Uma adoração ao
Estado como uma instituição ahistórica, necessária para pacificação da sociedade, o que
Kropotkin definiu como “culto à autoridade”. Podemos notar que este conceito pode ser
lido como uma construção teórica que utiliza como base a soma dos conceitos de
estadismo (Bakunin) mais o culto à autoridade (Kropotkin), sendo a estadolatria um culto
ao Estado.

O princípio do Estado como um ente representativo da população está fortemente


arraigado dentro de organizações institucionais que fazem uso dos carros de som, já que
este equipamento visa proporcionar uma posição de destaque a indivíduos da cúpula
hierárquica partidária e sindical. Ainda dentro do referencial teórico dos estadolátricos,
podemos citar brevemente a posição de dois autores clássicos como Hobbes e Stuart Mill.
Hobbes no Leviatã consagra o Estado como pacificador das relações, utilizando a
abstração do "estado de natureza". O ato de representar para Hobbes está no âmbito do
Estado, tratando-se de uma autorização formal que o representante obtém, podendo agir
por um indivíduo ou grupo, sendo uma transferência de autoridade direta.

“Diz-se que uma República (Commonwealth) se instituiu quando uma multidão


de homens concorda e pactua, cada um com o outro, que determinado homem,
ou assembleia de homens, deve receber da maior parte o direito de apresentar a
pessoa de todos eles, isto é, de ser seu representante; todos [...] devem autorizar
todas as ações e julgamentos daquele homem, ou assembléia de homens, como
se fossem seus próprios.” (Hobbes, 1839-1845, vol. III: 159-160 inpud PITIKIN,
Hanna. Representação:Palavras, Instituições e ideias. Tradução: Wagner Pralon
Mancuso e Pablo Ortellado. Lua Nova, 2006.)
Hobbes apresenta o Estado como um agente pacificador da guerra de todos contra
todos. O monopólio de violência do Estado deve assegurar a existência da sociedade.
Uma das formalidades da existência do Estado será o sistema de representação. Para
Colombo (2001) a sociedade é representada por Hobbes como consequência do abandono
do “estado de natureza” constituindo um “princípio hierárquico de ornamento
institucional”, tendo como princípio básico a relação de comando/obediência.

10
Dos Santos Moraes, Wallace. 2014 - OTAL (Observatório do Trabalho na América Latina) -
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Teses da Teoria Política Anarco Comunista - Reflexões a partir
do pensamento de Kropotkin. Ver em: http://www.otal.ifcs.ufrj.br/wp-content/uploads/2014/05/TEORIA-
POL%C3%8DTICA-DE-KROPOTKIN-texto-p%C3%B3s-alacip-2013-v.pdf (Acesso: 14/05/2017)
A teoria de Stuart Mill mantêm a relação de comanda/obediência, entretanto
considera que a forma mais evoluída do Estado é o sistema representativo.

''Por todas estas considerações, é evidente que o único governo capas de


satisfazer inteiramente todas as exigências do Estado é aquele em que o povo
todo participe[...] Todavia, desde que é impossível a todos, em uma comunidade
que exceda a um única cidade pequena, participarem pessoalmente tão-só de
algumas porções muito pequenas dos negócio públicos, segue-se que o topo ideal
de governo perfeito tem que ser o representativo.Considerações Sobre o Governo
Representativo – Brasília, Editora Universidade de Brasília - 1990, p. 49)
Pela impossibilidade de todas as pessoas comporem o Estado, seria necessário a
constituição de representantes. Quais seriam estes representantes? Stuart justifica a
posição de independência de um indivíduo em quanto representante por sua sabedoria e
instrução superior aos seus eleitores. Uma posição claramente elitista, partindo da ideia
de que o conhecimento provém apenas das instituições de ensino do próprio Estado. O
autor fazendo considerações sobre a proporcionalidade dos votos de indivíduos expõe
claramente preconceitos a respeito da classe trabalhadora:

A única coisa que justifica o fato de a opinião de uma pessoa valer mais
do que as outras é a superioridade mental individual[...] Se existisse algo como
uma educação realmente nacional, ou um sistema de aferição geral digno de
confiança, a educação poderia ser tomada como critério direto. Na falta desses
meios, a natureza das ocupações das pessoas é uma espécie de aferição. Um
empregador geralmente é mais inteligente que um trabalhador, uma vez
que deve trabalhar com a cabeça[...] MILL, Jonh Stuart, Considerações Sobre
o Governo Representativo – Brasília, Editora Universidade de Brasília - 1990,
p.93, Grifo nosso)
Stuart Mill levanta a questão que trabalhadores também podem apresentar um
grau de inteligência satisfatório, mesmo que não tenham a propensão de estarem aptos a
atividade política. O ponto que nos interessa aqui é que a representação política pressupõe
uma superioridade intelectual, para que assim seja legitimo o representante ''pastoriar'' a
“manada” dos representados (na maioria dos casos, segundo Mill, inaptos ao poder de
governar).

David Graeber (2015) aponta que eleições nem sempre aludiram à um sistema
democrático. No sistema monárquico da Inglaterra, por exemplo, as eleições eram
estruturadas em conjunto com o poder da família real. O poder de escolha representativa
era meramente um mecanismo aristocrático de poder, onde alguns eram recrutados para
serviços de governança monárquica como a cobrança de impostos. O que nos faz refletir
se o poder que nos é conferido para escolher entre representante X ou Y de fato é a prova
cabal de que vivemos numa democracia.
O anarquismo é frequentemente associado à rejeição do voto. Para compreender
a rejeição dos anarquistas ao sistema eleitoral estatal é preciso compreender que o voto é
apenas um procedimento técnico, apesar do consenso ser o mecanismo mais utilizado
pelos anarquistas, o voto pode vir a ser um instrumento, em determinados contextos, para
tomada de decisão. Para a teoria anarquista, o grande problema do voto é que o sistema
eleitoral estatal é um instrumento de transferência e legitimação da soberania dos
governantes (Vidal, 2016). A soberania é o domínio que os governantes exercem sobre
seus governados, indo contra ao princípio básico do anarquismo, isto é, “a negação à
autoridade”. Os anarquistas não rejeitam o procedimento técnico do voto em si, rejeitam
a soberania e seus métodos e mecânicos de legitimação.

A “soberania popular” segundo Vidal (2016) constitui-se não como um


mecanismo social lógico, mas como uma ficção jurídica a fim de legitimar o poder
exercido pelos governantes. O povo detém a soberania, mas curiosamente nunca exerce,
seu único poder é delegar sua soberania a uma pequena classe de dirigentes, seja na
ditadura do proletariado ou na democracia liberal burguesa, o povo, nem de longe, toca a
materialidade do poder, apenas “emana” essa curiosa abstração chamada “soberania”.

Dentro do referencial marxista está fortemente presente a necessidade do Estado


para o processo revolucionário, onde a máquina estatal seria composta por trabalhadores
que representariam os demais, ou seja, uma cúpula dirigente formada por ex operários
que seria responsável pela gestão desse Estado. Bakunin em ''Estatismo e Anarquia'', um
dos seus textos em resposta aos marxianos, comenta sobre a impossibilidade do povo
ocupar o Estado.

(...)Os termos socialista cientifico e socialismo cientifico, correntes nos


escritos de lassalianos e dos marxianos, provam por si mesmos que o pseudo-
estado popular nada mais será do que o governo despótico das massas proletárias
por uma nova e restrita aristocracia de verdadeiros ou pretensos sábios. O povo
não sendo sábio ficará inteiramente liberado de preocupações
governamentais e completamente integrado no rebanho dos governados.
Bela libertação! ( Bakunin, Mikhail – Textos Anarquistas, Editora L&PM 1984.
Pág. 128, 129, Grifo nosso)
A crítica de Bakunin aos marxianos vai ao ponto central da questão da
representação, mesmo que um Estado seja composto por trabalhadores, estes, uma vez
assumindo o posto de governantes, se converteriam em uma classe dirigente, tão
despótica quanto qualquer governo instituído de cima para baixo. O critério da sabedoria,
tanto no meio liberal, quanto marxiano, é usado como artifício para excluírem o povo da
possibilidade de se auto governarem. A etimologia da palavra representar vem do Latim
“REPRAESENTARE, colocar à frente”, de RE-, prefixo intensivo, mais
PRAESENTARE, apresentar”, literalmente ‘colocar à frente de’, formado por PRAE-, “à
frente”, mais ESSE, “ser, estar”11. O ato de representar significa, portanto, se colocar a
frente, ser e estar por outros indivíduos ou conjunto de, (o que presume a ausência desses
indivíduos ou fato deles estarem atrás). O princípio da representação é aplicado
diretamente na lógica dos carros de som nas manifestações de rua. O indivíduo que detêm
o poder do microfone é o representante dos demais, o que se coloca à frente de todos os
outros e faz presente quem está ausente(?). Esta lógica da representação se aplica
diretamente ao funcionamento de mecanismos de Estado. Como colocou Stuart Mill,
deriva na impossibilidade de todos comporem o Estado. Entretanto, nas manifestações de
rua o povo está de corpo presente, não há sentido mesmo dentro do referencial teórico
liberal um representante em uma manifestação.

Um ponto em comum dos movimentos que utilizam potentes carros de som em


manifestações de rua é o reconhecimento do Estado como um poder legitimo,
apresentando as pautas das manifestações e os problemas sociais como uma má gestão do
Estado. Esta posição política não os permite ameaçar a legitimidade do monopólio de
violência do Estado. Assim como Hobbes, estes acreditam no poder pacificador do
Estado, sendo ilegítimo o uso de violência por parte de pessoas ''comuns''. O pacifismo
de fato é marcado por uma centralização hierárquica advinda da necessidade do controle
da manifestação para que atos de vandalismo não sejam deflagrados, assim como afirma
Peter Gelderloos em seu livro ''Como a não violência protege o Estado''12.

O Gelderloos (2009) lança luz sobre como a história do sindicalismo demonstra


que o Estado tem a necessidade de líderes para que haja negociações e um melhor
controle. Os movimentos anarcosindicalistas do começo século XX foram exterminados
pelo Estado por serem movimentos ''sem controle'', enquanto o Estado criava sindicados
hierarquicamente estratificados e concedia benefícios sociais às categorias que se
organizavam desta maneira. Sindicatos controlados por uma cúpula de dirigentes
facilitam o Estado em seu papel repressivo.

11
Origem da palavra retirada do site http://origemdapalavra.com.br/site/
12
GELDERLOOS, Peter – Como a Não Violência Protege o Estado – Editora Deriva. 2009.
A tragédia se repetiu no sindicalismo carioca no caso da greve dos Garis em 2014
no Rio de Janeiro. Enquanto a base estava nas ruas e disposta a lutar por novos direitos,
a direção do sindicado optava por acordos escusos com representantes do Estado. Os garis
organizaram sua greve pela base tomando a rua em assembleias públicas e horizontais. A
cidade em pleno carnaval ficou coberta de lixo, evidenciando a importância do trabalho
da categoria, como também propagandeando a greve e as demandas num contexto em que
a cidade se colocava enquanto vitrine para o mundo. A direção do sindicato dos Garis
decretou o fim da greve, fechando acordos com o governo sem qualquer tipo de diálogo
com a base. Entretanto, os garis permaneceram nas ruas e em greve.

O prefeito Eduardo Paes - PMDB passou a classificar como ''motim'' a greve, a


empresa COMLURB (empresa responsável pela limpeza urbana e coleta de lixo no Rio
de Janeiro) demitiu mais de 300 trabalhadores durante o processo. O governador Sergio
Cabral-PMDB designou policiais fortemente armados para ''acompanhar'' a jornada dos
garis que ainda optavam por trabalhar (uma clara intimidação)13, vale ressaltar que esta
categoria é majoritariamente composta por trabalhadores negros. Estava mais do que
evidenciado o autoritarismo e racismo do governador e sua tentativa de repressão ao
movimento.

Os garis permaneceram em luta de maneira horizontal. O resultado foi que o


Estado não tendo líderes para contornar e negociar se viu obrigado a ceder. Os garis
conseguiram rever boa parte das demissões e conquistaram 37% de aumento salarial14,
permaneceram em luta a despeito da organização institucional controlada por partidos
políticos eleitorais.

A fabricação de líderes é um meio de controle social do Estado, se não houver um,


este rapidamente criará algum representante. O horizontalismo das ações de 2013 foi um

13
Garis em luta, o movimento ficou conhecido como a onda laranja, uma alusão ao uniforme laranja dos
garis e sua força contra o sindicato.
1.http://oglobo.globo.com/rio/garis-tem-escolta-para-recolher-lixo-espalhado-nas-ruas-da-cidade-
11797196
2.http://www.valor.com.br/politica/3452166/garis-sao-escoltados-por-policiais-e-guardas-municipais-nas-
ruas (acessado em 24/02/2018)
14
Os Garis conquistam sua vitória: (acessado em 24/02/2018)
1. http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/21/politica/1426969477_916839.html
2.http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/03/1422758-garis-do-rio-conseguem-aumento-de-37-e-
voltam-ao-trabalho-apos-oito-dias-em-greve.shtml
componente que motivou a rejeição e até mesmo ataques aos carros de som de alta
potência. A demanda eleitoral por novos representantes e a chance de se projetar
politicamente como um negociador direto com o Estado motiva estas organizações a
projetar seus discursos em maior potência do que os outros manifestantes, que na maioria
das vezes detém apenas o poder de sua voz.

A construção social de uma autoridade é essencial para a disputa pelo poder e a


base do levante demonstrou rejeição a esse oportunismo político. Piotr Kroptkin, autor
anarquista do século XIX, percebia, em seu contexto, a debilidade de movimentos
legalistas para construir mudanças sociais, debilidade esta que constatamos no contexto
das democracias do século XXI.

Uma adoração comum, um culto comum une todos os burgueses, todos


os explorados. O líder do poder e o líder da oposição legal, o papa e o ateu
burguês adoram igualmente o mesmo deus, e esse deus de autoridade reside até
nos recantos mais ocultos de seus cérebros. Eis porque eles permanecem unidos
apesar de suas divisões(...) A autoridade é a bandeira deles, e enquanto o povo
não tiver uma outra, que será expressão de suas tendências de comunismo,
antilegaritárias e antiestatistas – anti-romanas, em resumo – ele será forçado a
deixar conduzir e dominar pelos outros’’. (Kropotkin, 2007, p.104-05)
O pacifismo, a autoridade, a ideia política de vanguarda dirigente, a democracia
liberal representativa são pilares essenciais que justificam a estrutura centralizadora
comunicativa dos carros de som. O representante legal de um sindicato sabe que cumpre
uma função social reconhecida pelo Estado e pela instituição sindical de sua categoria,
por isso considera razoável ter um direito de fala maior do que os demais. Assim como
um deputado, vereador ou qualquer tipo de representante institucional sabe que tem a
autoridade garantida pela força do Estado e por isso, também acha razoável ter mais
direito de fala do que os demais. O policial sabe que o Estado conferiu autoridade a ele
para manter a ''ordem'', por isso acha razoável que ele mesmo possa decidir o trajeto da
manifestação. Os representantes de direita ou esquerda institucional ou força policial se
reconhecem numa mesma autoridade: a do Estado.

5. CARRO DE SOM X MICROFONE HUMANO

A centralização da fala é consequência de uma demanda política dessas


organizações de guiar o povo, colocar-se como líder, representante, aquele que decidirá
pelo povo dentro das instituições ou na própria manifestação, o que explica a larga
rejeição dessas organizações políticas no levante de 2013, tendo casos de expulsão dos
partidos políticos por populares. Um dos fatores que elucidam as diferenças políticas
entre a leitura revolucionária e as demais é a comparação entre o chamado microfone
humano/ bicicletas equipadas com aparelhos de som e os potentes carros de som.

A tática do microfone humano foi muito difundida no fenômeno das


manifestações-bloqueio em encontros dos gestores do capitalismo internacional, o que
ficou conhecido como Dias de Ação Global. A Organização Mundial do Comércio
(OMC), o Banco Mundial (BM), o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tiveram de enfrentar manifestações bloqueios,
dispostas ao confronto para cancelar suas negociatas.

Muitas das organizações que fizeram parte dessas manifestações-bloqueio tinham


como guia a ação direta e formas autogestionárias. Organizações que teceram críticas
próximas das quais vimos dentro das manifestações de rua nos anos de 2013 e 2014 no
Rio de Janeiro, especialmente críticas sobre as tentativas da esquerda institucional se
apropriar da luta de anarquistas e libertários para sentar em mesas de negociação. Os
movimentos Ocuppy Wall Street nos EUA e o movimento dos indignados na Espanha
tinham forte influência de uma política descentralizada, anti-hierárquica e por isto não
institucionais, tinham como característica uma comunicação descentralizada. O Ocuppy
Wall Sreet, por exemplo, teve como prática o microfone humano para o funcionamento
das assembleias. Sua aplicação foi muito eficiente, sendo adotada por diversos grupos
políticos em ocupações e manifestações. A tática consiste em maximizar a voz de uma
pessoa através da reprodução desta fala por um grande número de manifestantes.

O microfone humano é baseado na repetição da voz de um manifestante por


diversas pessoas, compondo assim uma corrente. Exemplo: um manifestante percebe que
a polícia está vindo pela direita, então pede a fala -''a polícia está vindo pela direita'', todos
então repetem a frase sucessivamente ao redor e em voz alta, funcionando assim para
avisos práticos da manifestação como também para discursos políticos. Sua
potencialidade reside na soma dos decibéis da garganta de cada ator político ali presente
que esteja disposto a propagar algum discurso, no sentido radical (raiz) da palavra
comunicação – do Latim communicatio, ‘’Ato de repartir, de distribuir’’.

O direito de voz é dado para qualquer um, entretanto, é preciso ressaltar que há
um controle sobre o discurso de uma forma altamente democrática, já que se um
manifestante tentar usar o microfone humano para um discurso impopular, ele terá menos
chances de ser reproduzido pelas pessoas ao redor, além de desmotivar discursos
excessivamente longos. Esta prática demanda apenas a ajuda mútua e a organização
horizontal, tática utilizada por organizações autônomas na Revolta dos Governados de
2013.

O carro de som implica altos gastos monetários e cria uma estrutura que exclui
todos os demais manifestantes que não participam da direção partidária ou sindical
garantindo o monopólio da fala aos proprietários do carro som e/ou seus clientes que do
alto tentam determinar as pautas e direções do movimento. O direito a voz em uma
manifestação não pode se basear na quantidade de dinheiro que sua organização dispõe
para caixas de som potentes, isso é uma lógica de competição liberal capitalista. A lógica
de mercado trabalha para que a terceirização da saúde, transporte, educação seja algo
aceitável assim como a terceirização dos nossos direitos políticos, sendo o direito à voz
um direito fundamental e intransferível. Representar alguém pressupõe a ausência do
mesmo, fazer presente quem está ausente. Pois bem, os políticos profissionais acreditam
que fazem isso no Estado, onde o povo nunca esteve, porém o que os proprietários dos
carros de som parecem não perceber ou ignoram é que o povo está presente na rua, não é
preciso representá-lo. ''Dizer ao povo o que ele precisa saber'', constitui como uma
arrogância intelectual das vanguardas políticas, assim como Stuart Mill acreditava na
incapacidade da maioria dos trabalhadores braçais se auto governarem, esta classe de
dirigentes acredita que pode e deve guiar o povo.

O carro de som é uma estrutura centralizadora e hierárquica, totalmente desconexa


com os fatores ideológicos do levante, uma tentativa desesperada de impor suas ideias
políticas. Os mesmos movimentos da esquerda partidária que conseguem construir
críticas à nobreza midiática são os mesmos que centralizam a fala nas manifestações tal
qual fazem aos meios de mídia autoritários. Os reflexos sociais do uso do carro de som
implicam em uma manifestação de rua menos democrática, privilegiando discursos
institucionais.

Em suma, é preciso pensar técnicas alternativas de comunicação de discursos,


formas estas que não privilegiem um determinado segmento da manifestação nem que
demande grandes orçamentos. Uma pauta política em comum entre os revolucionários,
reformistas e até mesmo governistas (pelo menos segmentos da base) foi a
democratização da mídia, tendo obviamente estas linhas de pensamento projetos distintos
de comunicação, entretanto, permanece uma pauta negativa: o fim da nobreza midiática.

Se a grande pauta concomitante é a democratização da mídia, torna-se mais que


necessário que ela abranja as manifestações de rua, o caminho para construção de uma
sociedade igualitária não pode perpassar ou ser construído por estruturas desiguais e a
democratização da comunicação interna das manifestações é um passo importante.

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