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LIÇÃO 7 - CONTROLE SOCIAL E O DIREITO

 O direito é uma forma específica de controle social nas sociedades


complexas;
 Trata-se de um controle formal, determinado por normas de conduta, que
apresentam características:
 A- Explicitas, indicando à população de forma direta e clara aquilo que não
deve fazer;
 B- Protegidas pelo uso de sanções;
 C- Interpretadas e aplicadas por agentes oficiais.

CARACTERÍSTICAS DO CONTROLE SOCIAL POR MEIO DO DIREITO

A- AMEACA DE COERÇÃO – As normas jurídicas tem um elemento específico


que é o fato de serem associadas a aplicação da sanção em caso de não
cumprimento. Existência de ameaça de coerção e sanção concreta
Instrumento de comprovação para sua aplicação;
B- DIFERENÇAS DAS SANÇÕES SOCIAIS – não são sanções pré-
estabelecidas, são sanções de caráter social, depende da reação/ decisão da
pessoa ofendida- são as sanções informais;

JURIDICAÇÃO OU JURIDICIZAÇÃO
 São garantias para o possível infrator da norma, que visa protege-lo da
arbitrariedade.

FORMAS E GRAU DE COERÇÃO NO SISTEMA JURÍDICO


 Normas de organização não associados as sanções: São as
normas processuais- aquelas que organizam a aplicação de outras
normas. EXEMPLO: Conjunto de normas que regula a organização de
um Tribunal que aplicará as leis penais;
 Normas que estabelecem uma obrigação sem estabelecer uma
sanção – O aborto na Alemanha, segundo a jurisprudência do Tribunal
Constitucional Federal, não é permitido pelo direito, mas se praticado
em determinadas condições não é punido penalmente.
 Normas de caráter promocional - Prevêem o incentivo no caso de
seu cumprimento, mas não existe uma obrigação de obedecê-las, muito
menos a possibilidade de coerção. EXEMPLO: Lei que prevê as
empresas contratarem pessoas com deficiência, podendo usufruir de
descontos no imposto de renda;
 Normas de direito constitucional – Que não prevêem a possibilidade
de coação em caso de não cumprimento, as sanções são no máximo
de caráter político;
 Normas de direito internacional público – Em geral não são
associadas a coação porque não existe um poder público internacional
que possa aplicar as sanções. O cumprimento depende de medidas de
proteção política, que pode exercer a comunidade internacional sobre
determinado estado. Normas coercitivas internacionais são
excepcionalmente aplicadas. EXEMPLO: condenação de crime de
guerra por Tribunal Internacional Penal – guerra da Bósnia.
TIPOS DE SANÇÃO JURÍDICA
 O elemento principal de exercício de controle social por meio do direito é a
sanção;
 A sanção jurídica define-se como uma conseqüência positiva – decorre do
cumprimento- e negativa – decorre do não cumprimento da norma jurídica;
 Sanção positiva ou promocionais – oferece uma vantagem ou um prêmio a
quem cumprir a norma. EXEMPLO - universitários com bom desempenho
ganha bolsa de estudo – o objetivo é incentivar os estudos e melhorar do
desempenho.

 Sanção Negativa – Divide-se em preventiva e reparatória


 A- Sanção preventiva – Objetiva evitar a violação das normas, aplicando
sobre os indivíduos formas de controle social. EXEMPLO: Medidas de
fiscalização – uma blitz da policia, com identificação e revistas – obedece por
medo ou incomodo;
 B- Sanção reparatória – Aplica-se contra o autor do dano, objetivando
restaurar o dano, decorre do princípio de que a pessoa só poderá ser punida
após a comprovação via processo de um ato contrário ao direito.

 A sanção reparatória divide-se em três categorias:


 A- CONSTRANGIMENTO - Para forçar a cumprir uma obrigação. EXEMPLO
– Pagar dívida por meio de execução de uma sentença transitada e julgado;
 B- RESSARCIMENTO – Condenação ao ressarcimento de um dano por meio
do pagamento em dinheiro. Exemplo: Indenização de parentes de vítima de
um acidente automobilístico;
 C- IMPOSIÇÃO DE OBRIGAÇÃO - que obriga a castigar e ressocializar o
desviante e mostrar a comunidade a eficácia do sistema de controle
social;EXEMPLO: Penas pecuniária s que beneficiam o estado e das
condenações penais à prisão ou à prestação de serviços não remunerados à
comunidade.

 As sanções reparatórias penais são as graves e sua aplicação deve


respeitar três princípios que decorre da constituição e da legislação
penal no Estado Moderno:
 A- Princípio da legalidade;
 B- Princípio da Proporcionalidade;
 C- Princípio da Imparcialidade

 LEGALIDADE - As autoridades do Estado podem aplicar somente as
sanções penais previstas em leis anterior ao fato delitivo.

 PROPORCIONALIDADE - A gravidade da sanção deve corresponder a


gravidade da infração- fixação do quantum da sanção. EXEMPLO: pena
privativa de liberdade = tempo; multa=valor. A intensidade da sanção é
estabelecida em função de critérios com a natureza do ato – circunstâncias,
idade, antecedentes, situação social do infrator. O problema é estabelecer
proporcionalidade entre difamação e dinheiro proporcional;
 OBS: aumento da pena – crime praticado no transito motivado por alcoolismo
 OBS: descriminalização – aborto.
 IMPARCIALIDADE – A garantia da imparcialidade na aplicação do direito está
na garantia de que as vítimas e seus familiares não podem decidir acerca da
aplicação de sanções penais. Os sistemas modernos não admitem a vingança
privada - fazer justiça com as próprias mãos. Imparcialidade do juiz – Art.
noventa e oito do CPP – regulamenta a suspeição, isto é, os casos em que as
partes pode recusar o juiz.

A ÓTICA FUNCIONALISTA DO CONTROLE SOCIAL POR MEIO DO DIREITO

 A formação funcionalista considera que o sistema jurídico realiza o controle


social com base nas seguintes características:
A- CERTEZA- o direito possui alto grau de certeza na fixação dos modelos de
comportamento;
B- EXIGIBILIDADE – o direito é “exigível”, porque existe órgãos do poder,
regimes sancionatários e instituições que velam pelo seu respeito,
empregando se necessário a coação e a violência física contra os infratores;
C- GENERALIDADE – O direito cria modelos gerais de comportamento, já que
as normas jurídicas afetam questões importantes que originam conflitos na
sociedade.Exemplo: Quem rouba será punido independentemente da sua
condição social, profissional, etc...
D- GARANTIA DO BEM COMUM - O direito constitui um sistema de controle
social que exprime os valores de uma sociedade. Aplica-se as sanções
aqueles que lesionam os direitos individuais e os bens coletivos.
E- EXPANSÃO – Trata-se do fenômeno da juridificação ou juridicização-
atividade humana regulada pelo direito – direitos difusos, direito de
propriedade, direito do consumidor, direito ambiental, direito das crianças e
adolescentes, direitos dos idosos;
 O direito deixa também de regular alguns campos que estavam
submetidos ao seu controle. Exemplo: abolição em alguns países da
norma que incriminava a prostituição, o uso de drogas – maconha;
 Existem também âmbitos pouco “normatizados” como a esfera privada
da vida humana.
F- UNIFORMIDADE – O direito moderno funciona como instrumento de controle
social com base em regras uniformes, de forma submeter os membros da
sociedade as mesmas regras, não só a nível de estado mas a nível mundial –
trata-se da aculturação jurídica.

A TENDÊNCIA A UNIFORMIZAÇÃO DO DIREITO SITUA-SE EM QUATRO PLANOS

A- NA ORDEM ESPACIAL – O direito uniformiza-se por meio do processo político


de unificação de um território – regras em vigor em cada nação. Direito estatal
– direito civil, trabalhista, comercial....
B- NA ORDEM OBJETIVA - as constituições dos estados estabelecem princípios
similares e as diferenças situam-se na legislação e na jurisprudência. E
também os institutos jurídicos – contratos de massa e contratos de adesão –
consumidor assina um contrato já elaborado de prestação de serviços –
seguro, empréstimo, telecomunicação;
C- NA ORDEM SUBJETIVA – Não existe uma igualdade material, mas todas
possuem os mesmos direitos e obrigações – abolição do direito pautado nas
diferenças de status e hierarquia.
D- NA ORDEM TEMPORAL – O fenômeno da aculturação jurídica – países em
desenvolvimento adotam rapidamente o direito ocidental europeu –
universalidade dos direitos humanos – universalismo x particularismo, o que
causa grandes conflitos entre cultura tradicional e o novo sistema jurídico.
EXEMPLO: Queda do comunismo, ascensão do capitalismo, criação de novos
sistemas jurídicos pautados na livre concorrência.

ABORDAGEM CRÍTICA DO CONTROLE SOCIAL POR MEIO DO DIREITO

 Abordagem do conflito social critica o funcionalismo, trata-se de opiniões de


caráter ideológico e que servem para legitimar o controle social por meio do
direito, ocultando assim a sua verdadeira função social;

CRITICA AO CONTROLE SOCIAL POR MEIO DO DIREITO

 FUNÇÕES DECLARATÓRIAS E FUNÇÕES LATENTES – A função declarada


de uma instituição consiste nos efeitos que causa o seu funcionamento para o
sistema social, sempre que tais efeitos sejam desejados e admitidos por
aqueles que participam do sistema. EXEMPLO: Cria-se em uma cidade com
graves problemas de poluição um hospital especializado em doenças do trato
respiratório e a função manifesta consiste em curar doenças de modo
eficiente e melhorar a qualidade de vida dos pacientes . Se o hospital
repercutir na melhoria da saúde pública, então, cumpriu sua função
manifesta /declarada.

 FUNÇÕES LATENTES – É quando as instituições sociais cumprem funções


diferentes daquelas declaradas, influem sobre o sistema social, sem
corresponder a vontade das pessoas, muitas vezes as pessoas nem sequer
percebem.
A criação de um hospital pode representar:
 A- Estratégia política de promoção da imagem e garantia de voto;
 B- Permissão que as industrias continuem poluindo a cidade;
 C- Ausência de protestos para conseguir a proibição de atividades poluidoras.

CRÍTICA AO FUNCIONALISMO:
 O sistema de controle não tem função social – negação da tese funcionalista
de generalidade – proteção dos bens jurídicos de todos.

Negação da ideologia funcionalista com relação ao controle social – A teoria do


conflito exprime cinco críticas, que indicam as funções reais do controle social
exercido pelo direito, afirmando que a perspectiva funcionalista tem caráter
ideológico:
A – ILEGITIMIDADE DO PODER PUNITIVO - O controle social é carente de
legitimidade porque esta a serviço dos grupos do poder , por meio da aplicação das
normas de controle, asseguram seus interesses particulares como uma reação
legítima de “toda a sociedade” contra o “mal”, encarnado na figura do criminoso – o
direito penal protege os interesses dos mais fortes- dá origem a criminologia crítica ,
que analisa o controle social a partir de determinadas relações de poder.

C- INEXISTÊNCIA DA DISTINÇÃO ENTREO O BEM E O MAL “NORMALIDADE DO


CRIME” - A teoria do conflito explica que o desvio/crime é um fenômeno social
normal , o crime encontra-se em todas as sociedades humanas; o crime ajuda a
sociedade a afirmar sua própria identidade em torno de determinados valores; Há
crimes que apresentam um caráter progressista, ajudando a sociedade a mudar
regras e crenças superadas – o desvio pode ser uma antecipação social – se a
homossexualidade era considerada crime, hoje constitui um legítimo direito de
liberdade sexual, onde esta o mal?
D- INEXISTÊNCIA DA CULPABILIDADE PESSOAL –
 Os críticos do controle social sustentam que o princípio da
culpabilidade social não corresponde a responsabilidade social, o que é
justo e correto varia de pessoa para pessoa e de grupo social. Existem
culturas e sistemas de valores diversos -pluralismo jurídico. A proibição
de determinadas condutas;
 A proibição de determinadas condutas exprime os valores e os
interesses da classe dominante;
 O comportamento do indivíduo, salvo raras exceções é produto da sua
socialização;
 Encontramos um fenômeno denominado de subculturas que
desenvolve em grupos sociais politicamente ou socialmente
marginalizados – Código do Cárcere; Código do Tráfico; Conflitos.
 As pessoas provenientes de subculturas muitas vezes são punidas ,
porque fazem o exigido pela comunidade;
 O Pluralismo Cultural faz rejeitar a culpabilidade pessoal – o indivíduo
não teria a mesma consciência do mal – o prestigio do chefe da gangue
– pela coragem e honra.

CRÍTICA: O direito encontra-se em uma “defasagem” com os valores da sociedade


ora promove a antecipação dos direitos – crimes ambientais, ora exprime valores
socialmente superados – adultério superado como delito com a retirada da referência
honestidade.

E- IMPOSSIBILIDADE DA RESSOCIALIZAÇÃO
 Ninguém pode ser recuperado na prisão, aonde se convive com a
violência mais exasperada, em uma situação de miséria, corrupção e
desrespeito a dignidade da pessoa humana;
 A reincidência demonstra que a prisão só estimula as denominadas
“carreiras criminais”;
 O criminoso é apresentado como exemplo negativo – encarnação do
mal- imagem apresentada pelos meios de comunicação nos casos de
crimes espetaculares – apresentação ao vivo, reprodução em
minissérie;
 O crime é um importante objeto de consumo e por esse motivo passou
a ser explorado de forma exacerbada;
 Assim a ressocialização não passa de uma ilusão e o criminoso não
possui nenhuma importância.

F- DESIGUALDADE DA APLICAÇÃO DAS NORMAS


 Há uma forte seletividade na aplicação das normas, temos um
impressionante fenômeno da seleção utilizada pelas várias instâncias
de controle penal, denominado de taxa de atrito, - attrition rate.
 A altíssima taxa de atrito se explica por várias razões, muitos delitos
são de autoria desconhecida, as vítimas nem sempre a ocorrência, o
crime não tem vítima concreta - sonegação fiscal- ; notícias criminosas
arquivadas,; a polícia não registra a ocorrência resolvendo
informalmente o problema- algo comum no Brasil;
 Aqui encontra-se o problema da discricionariedade e seletividade do
sistema de controle penal – que é chamada cifra obscura da
criminalidade;
 A seleção da clientela do sistema de justiça penal é feita de acordo
com a classe social, o gênero, a cor das pessoas envolvidas;
 Estudos sobre o comportamento da polícia, Ministério Público e Juizes,
demonstram que atuam frequentemente com preconceitos e
estereótipos sobre a criminalidade e o criminoso, apresentando uma
tendência a controlar e reprimir com maior intensidade os grupos
socialmente desfavorecidos;
 O bom cidadão consegue tratamento preferencial – vestimenta, gestos,
modo de falar, e outros elementos da cultura e hábitos e hábitos que
ele compartilha com os órgãos de controle;
 Ainda, a pessoa com condições financeiras e maior grau de
escolaridade, conhece melhor seus direitos, tem acesso a pessoas
influentes e à possibilidade de defesa;
 O principal alvo da polícia são as pessoas pobres, as minorias sociais,
com escassa escolarização;
 Os crimes mais perseguidos e freqüentes são– furto e roubo- são
crimes contra a propriedade – delitos cometidos por pobres;
 O tráfico de drogas – crime cometido por muitos jovens
desempregados é a seletividade de classe.
 No Brasil 2]3 dos detentos são negros e mulatos; 76% são analfabetos
e semi-analfabetos; 96% encontram-se na faixa da pobreza absoluta;
6,3% são mulheres – seletividade de gênero;
 A crítica ao controle social por parte do direito mostra na prática o
desrespeito ao princípio da igualdade e da dignidade da pessoa
humana.

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