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UFRJ – INSTITUTO DE HISTÓRIA

VITOR SADER GUIMARÃES DIAS

AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA NA ESCOLA PUBLICA E SEUS


DESAFIOS:
É preciso mais que tolerar

Rio de Janeiro,
2017
1

VITOR SADER GUIMARÃES DIAS

AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA NA ESCOLA PUBLICA E SEUS


DESAFIOS:
É preciso mais que tolerar

Relatório final, apresentado a Universidade


Federal do Rio de Janeiro, como parte das
exigências para a obtenção do título de
Graduando.

Orientador: Prof. Dr. ________________

Rio de Janeiro,
2017
2

VITOR SADER GUIMARÃES DIAS

AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA NA ESCOLA PUBLICA E SEUS


DESAFIOS:
É preciso mais que tolerar

Relatório final, apresentado a Universidade


Federal do Rio de Janeiro, como parte das
exigências para a obtenção do título de
Graduando.

Local, ____ de _____________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. (Nome do orientador)
Afiliações

________________________________________
Prof. (Nome do professor avaliador)
Afiliações

________________________________________
Prof. (Nome do professor avaliador)
Afiliações
3

RESUMO

O presente trabalho faz uma abordagem sobre o currículo no âmbito escolar como um espaço
para reflexão sobre a prática no tocante ao tratamento dado as relações étnico-raciais sob a
ótica do multiculturalismo e da globalização. Em seguida traz uma reflexão sobre o currículo
e a educação e como se dá a ausência do ensino de história do continente africano e das
religiões africanas candomblé e umbanda dentro desse processo. Traz ainda todo o aparato
legal que trata do tema, com enfoque nas leis 10.639/03 e 11.645/08 como marcos no
processo do ensino de África, mostrando que essas leis e outras resoluções como a Lei de
Diretrizes e Bases para a educação, as Diretrizes Curriculares para Educação ou o Plano
Nacional para Livros Didáticos falam com relação a valorização da cultura africana. O estudo
tem como metodologia a pesquisa bibliográfica a partir de um levantamento de dados em
livros, sites e revistas sobre o assunto, expondo o pensamento de alguns estudiosos sobre o
assunto tais como: Diante da pesquisa evidenciou-se que se torna necessário uma
reorganização curricular que aborde realmente a questão étnica dentro do âmbito escolar de
forma capaz de contribuir para romper com as ideologias. Dessa forma se torna necessária a
inclusão de novas orientações escolares que privilegie a História dos Afro-brasileiros e
africanos além de ser a concretização de uma política pública há muito almejada é também a
oportunidade de refletir sobre a naturalização das desigualdades e oportunidades para
trabalhar aspectos ainda pouco conhecidos da história de uma população que tem sua história
pouco valorizada.

Palavras-chaves: Afro-Brasileiros; Preconceito; Currículo; Educação.


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ABSTRACT

The present work makes an approach on the curriculum in the school scope as a space for
reflection on the practice regarding the treatment given to ethnic-racial relations from the
perspective of multiculturalism and globalization. Then it brings a reflection on curriculum
and education and how the absence of the teaching of history of the African continent and the
African religions candombe and Umbanda within this process takes place. It also brings
together all the legal apparatus dealing with the subject, focusing on laws 10.639 / 03 and
11.645 / 08 as milestones in the African teaching process, showing that these laws and other
resolutions such as the Law of Guidelines and Bases for Education, Curricular Guidelines for
Education or the National Plan for Textbooks speak in relation to the appreciation of African
culture. The study has as a methodology the bibliographical research based on a survey of
data in books, websites and magazines on the subject, exposing the thought of some scholars
on the subject such as: In the face of the research it was evidenced that it becomes necessary a
curricular reorganization That really addresses the ethnic issue within the school environment
in a way that can contribute to breaking ideologies. In this way, it is necessary to include new
school orientations that privilege the History of Afro-Brazilians and Africans, besides the fact
that the implementation of a long-sought public policy is also an opportunity to reflect on the
naturalization of inequalities and opportunities to work on aspects still Little known in the
history of a population that has its history little valued.

Keywords: Afro-Brazilian; Preconception; Curriculum; Education.


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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO.......................................................................................................................6
2.AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA NA SOCIEDADE.............................................7
2.1.Multiculturalismo versus Globalização..............................................................................11
3.CURRICULO E EDUCAÇÃO..............................................................................................14
3.1.Cultura e Currículo.............................................................................................................19
3.2.As religiões de matriz africana dentro do currículo............................................................21
3.3.Os desafios da escola frente ao ensino História do Negro no Brasil e a lei 10.639/2003...23
3.4.A escola e os instrumentos que reforçam o racismo...........................................................28
3.5.O aparato legal e a valorização da cultura africana............................................................32
4.CONCLUSÃO.......................................................................................................................34
5.REFERÊNCIAS.....................................................................................................................35
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1 INTRODUÇÃO

A prática pedagógica é construída, a partir do tipo de cidadão que se quer construir e


do momento histórico vivido. Enquanto instituição a escola não pode ser espaço, onde se
permita ou reforce as inúmeras manifestações de preconceito, discriminação ou mesmo
racismo.

Pensando o quanto os livros didáticos têm representado de maneira distorcida ou


mesmo omitido questões que envolvem a população negra, mesmo com a sanção da lei
10.639/03. A sociedade da qual a escola faz parte continua através de ações diversas
reforçando os estereótipos, deixando relegados ao ostracismo a população negra e seu legado
civilizatório.

O contato com as diferenças agora se torna inevitável e cada vez mais presente,
gerando conflitos e diversas reações negativas embasadas num padrão que se tornou
referência mundial, pois a globalização impõe uma ideologia neoliberal que afeta as pessoas
do mundo todo, tanto no seu modo de viver (padrões de alimentação, vestuário, consumo,
entre outros) como no seu modo de pensar e agir.

As consequências econômicas, políticas e culturais da globalização também afetam a


educação. Assim, a escola hoje enfrenta vários desafios no seu interior. Primeiramente, o
desafio de reconhecer que os alunos são todos diferentes, não há uma homogeneidade entre as
pessoas, cada uma possui uma origem social e cultural e características pessoais que até
podem ser parecidas, mas é preciso reconhecer que ninguém é igual a ninguém.

No Brasil diante da diversidade cultural existente se torna essencial que se faça sempre
uma reflexão sobre a mesma a partir da ótica do currículo e da educação escolar enquanto
espaço de fronteira do conhecimento. Dessa forma, o trabalho fará de maneira sucinta uma
reflexão sobre cultura dentro do currículo escolar e como a mesma tem sido abordada a partir
do viés das religiões de matriz africana, tomando como base o ensino de história desses
povos.
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2 AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA NA SOCIEDADE

Para se abordar as religiões de matriz africana na sociedade atual é preciso fazer uma
retrospectiva dos aspectos históricos que marcaram a vindo dos negros para o Brasil, pois
quando aqui chegaram praticavam seus cultos mas os mesmos eram feitos nas senzalas
secretamente, haja vista que a prática do candomblé era considerado uma bruxaria e
repreendido pelas autoridades, no entanto usavam como disfarce a identificação dos seus
deuses com os santos da Igreja Católica, uma vez que o catolicismo era a religião oficial do
país trazida pelos portugueses.
O tempo se passou e o país evoluiu, os negros foram libertados, no entanto a liberdade
concedida aos escravos em 1888 não provocou fortes mudanças na sociedade brasileira. A Lei
Áurea não possibilitou inclusão, tão somente colocou os negros frente a uma outra batalha, a
busca por cidadania, dignidade, igualdade e possibilidades participativas e inclusivas. Após a
concessão da liberdade eles não poderiam estar em lugar algum, porque cada vez que
acampavam, “os fazendeiros vizinhos se organizavam e convocavam forças policiais para
expulsá-los, uma vez que toda a terra estava possuída e, saindo de uma fazenda, se caia
fatalmente em outra” (RIBEIRO, 1995, p. 221).
A miséria passou a fazer parte da vida dos negros, esses foram abandonados na
penúria, foram dos alojamentos onde ficavam os escravos para os arredores das cidades e
passaram a viver na mais completa pobreza. No Nordeste do pais, eles foram viver como
servos dos senhores nas fazendas e tiveram que se sujeitar a serem alvo de violência dos
fazendeiros, seus capatazes e familiares.
Com o fim da escravidão, eles deixaram de ser escravos para se tornarem homens
livres, e aparentemente adquiriram uma certa igualdade, mas sem qualquer lampejo de
cidadania, já que não tiveram nenhum direito garantido. Numa sociedade claramente injusta e
desigual aos negros assim como aos indígenas foram negados qualquer direito.
Assim, o fim do regime escravista possibilitou o florescimento e a intensificação de
relações sociais marcadas pela dependência nos moldes dos regimes servis, o que trouxe
graves consequências ao longo de toda a história brasileira, como a formação do coronelismo,
a opressão social e as enormes disparidades sociais o que se estendia as práticas religiosas dos
mesmos, que apesar de livres ainda não tinham liberdade total para a prática das mesmas.
O racismo se fez presente como nunca e encontrou apoio em teorias racistas que
proclamavam a inferioridade racial do negro frente ao branco e que viam nos mulatos a
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caracterização de uma nação doente racial e socialmente. Estas teorias pseudocientíficas


também consideravam “que climas tropicais como o do Brasil enfraqueciam a integridade
biológica e mental dos seres humanos” (TELLES, 2003, p. 43).
A miscigenação era vista como um mal profundo da sociedade brasileira e que
impediria qualquer possibilidade de um desenvolvimento econômico, político e social pleno.
Mas, antes mesmo da Lei Áurea, o negro alforriado sofria perseguições e discriminações, na
verdade ele nunca era bem visto, mesmo vivendo em liberdade junto aos brancos.
A expulsão iria se completar com a alteração da mão de obra dos negros pelos
imigrantes europeus que passaram a vir em grande escala para o país entre os anos de 1880 e
1930. Esse fluxo grande de imigrantes para o país, tinha entre outros objetivos o fato de se
precisar embranquecer a população do pais, fazendo com que a emigração europeia se
tornasse uma ferramenta para o ato civilizatório e o desenvolvimento do Brasil.
O embranquecimento da população estava amparado em teorias racistas que exaltavam
o branco europeu e subjugavam os negros como uma raça inferior e cheia de influências
negativas. O europeu era visto como mais qualificado e o negro como um inútil, não servindo
nem mais para o trabalho.
Nos fins do século XIX e início do século XX, as teorias pseudocientíficas
desenvolvidas no campo da Antropologia Física vieram corroborar, atribuindo um estatuto
“científico” determinista à superioridade e à inferioridade consideradas intrínsecas, isto é,
congênitas dos brancos e negros. Se o discurso intelectual antirracista foi capaz de invalidar a
consistência científica do paradigma naturalista do fim do século XIX, ele ainda não é capaz
de destruir os mecanismos inconscientes e complexos dos quais sobrevivem os mitos.
(MUNANGA, 2001, p. 82).
O embranquecimento foi elevado à categoria de política de Estado com o claro
objetivo de provocar fortes mudanças na realidade social brasileira, ou seja, de um país de
negros e mulatos para um país de brancos civilizados.
De maneira sutil e com base em políticas universalistas, o Estado brasileiro criou
formas excludentes para os negros. Um racismo quase imperceptível que privilegiou
sobremaneira os imigrantes europeus através de um sistema social hierarquizante e condizente
com a supremacia branca.
Mas a postura estatal de privilégio aos brancos motivou transformações na maneira de
se conceber a miscigenação e a relação entre as classes. A miscigenação que antes era vista
como prejudicial à formação do povo brasileiro, segundo as teorias do racismo
científico que proclamavam a superioridade dos brancos e a inferioridade dos negros e
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dos índios, transformou-se numa característica positiva e princípio constitutivo da


nacionalidade brasileira e do mito da democracia racial.
A mestiçagem provocaria, com o passar dos anos e com uma maior integração
entre brancos, negros, mulatos e índios, o fim da raça negra e o predomínio absoluto dos
brancos no país através do embranquecimento da população. O mulato adquiriu
importância por ser o elemento de integração entre os dois polos tidos como antagônicos,
possibilitando uma transformação gradual da sociedade rumo ao clareamento e melhoria
biológica na constituição dos brasileiros.
A indústria no Brasil teve um desenvolvimento a partir dos anos 30, mas que não foi
determinante para as modificações que ocorreram na sociedade como se esperava. Numa
sociedade dividida em classes sociais, os negros ainda se mantiveram em posição inferior
bastante igual ao que ocorria com os mesmo no periodo escravista. Com a revolução
industrial e o crescimento da mesma as práticas de discriminação racial ficaram escondidas
pelas diferenças de classes que agora se apresentava com maior clareza. Essa desigualdade era
explicada em decorrência da necessidade em se oportunizar trabalho para todos de forma
igualitária pelo menos no discurso da classe dominante. Esse discurso ainda persiste nos dias
atuais e que causa um impedimento para que haja uma aceitação plena da sociedade com
relação a inclusão dos negros nas politicas públicas enquanto ações de afirmação.
As desigualdades existem porque a sociedade ainda mantém um sistema que
impossibilita que uma parcela da população participe e possa usufruir de forma igualitária dos
direitos garantidos constitucionalmente a todos, inclusive no contexto religioso.
Mas estas desigualdades e a conformação de uma sociedade com baixa mutabilidade
social não impediram que a luta por igualdade e por dignidade fosse uma das marcas
constitutivas do movimento negro no período pós-abolição. Mesmo durante os duros anos
da Ditadura Militar, marcados pelas perseguições, torturas e assassinatos dos opositores ao
regime, não impediu protestos e conscientização da população brasileira para com os
problemas raciais existentes.
A leve reabertura democrática em meados dos anos de 1970 permitiu que a
sociedade civil tivesse a esperança de que, em breve, o regime democrático fosse restaurado e
os Direitos Humanos prevalecessem frente à violência de uma Ditadura que não tinha
qualquer respeito pelo ser humano. Esta abertura motivou ainda os ativistas negros brasileiros,
influenciados pelo movimento negro nos Estados Unidos, a questionarem o status quo e
a situação de inferioridade dos negros na sociedade brasileira.
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Apesar dos avanços obtidos a partir da Constituição Federal de 1988, vê-se que,
historicamente, as leis que combatem o racismo no país têm um viés exclusivamente
criminal, não havendo uma preocupação efetiva com a igualdade, a inclusão e com a
participação democrática dos negros na sociedade brasileira, mesmo com a legislação
oportunizando a liberdade religiosa, os negros tem sido perseguidos por questões religiosas.
Os negros praticantes de religiões de matriz africana, principalmente o candonblé e a
umbanda, também viram ao longo dos anos seus cultos serem considerados uma ofensa a
sociedade. Essas religiões de acordo com os dados do censo 2010, somam aproximadamente
600 mil adeptos. Essas religiões tem sido constantemente atacada por uma intolerância
religiosa que cerca o mundo e a sociedade nos últimos tempos.
O preconceito e a discriminação aos praticantes dessas religiões, tem feito com que
muitos adeptos optem por permanecer no anonimato, assim não se deixam identificar e nem
fotografar. Uma das possiveis causas dessa intolerência com essas religiões, esta no fato e que
num mundo profundamente desgual, econômica e socialmente, a intolerância religiosa se
destaca e grupos religiosos passam a se achar superiores aos outros.
Todo esse contexto de intolerância religiosa, fere o principio Constitucional que
garante a laicidade do Estado, onde a liberdade religiosa deve ser respeitada. A Constituição
Federal de 1988, enfatiza a liberdade religiosa como direito fundamental nos artigos 5º, VI,
VII, VIII. A Referida Carta Magna consagra o principio da laicidade , garantindo o direito a
liberdade de crença e de consciência. ( BRASIL, 1988).
O Candomblé e a Umbanda são duas das religiões brasileiras que se ergueram e foram
construidas como suporte nas tradicões seculares dos cultos dos orixãs, que se fizeram
responsáveis tanto pela manutenção da cultura africana quanto sua difusão por todo o Brasil.
Ambas as religiões foram utilizadas como mecanismo de resistência para o povo negro
e assim colaboraram de maneira significativa para a construção da cultura e identidade
brasileira. A perseguição a essas religiões traz danos que vai além dos aspectos culturais e
religiosos que os povos vindos da África deixaram para o país.Esses danos, ferem as
comunidades e as pessoas que acabam vendo seus direitos constitucionais de liberdade
religiosa sendo transgredidos.
Historicamente o que se percebe é que a ignorãncia da população com relação a
cultura africana e sua gênese eram sempre citados como motivação para que tanto os
praticantes do Candonblé quanto da Umbanda fossem ao longo dos tempos severamente
oprimidos, até com requintes de crueldade.
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Toda a repressão feita as religiões de matriz africana do Brasil, vai na contramão de


uma legislação que busca garantir que o culto as mesmas sejam respeitadas e preservados.
A Constituição de 1988, encontra respaldo na Lei nº 9394/96, além dos tratados
internacionais do qual o Brasil faz parte. Embora com todo esse respaldo legal, a intolerância
religiosa se faz presente gerando violência mais especificamente contra as religiões afro-
brasileiras. Essa intolerãncia contra essas religiões advém das diferenças de cunho etnico
cultural, racial e econômica alicerçados nas raizes históricas de colonização do país,
existentes entre “negros” e “brancos”, mais especificamente entre colonizados e
colonizadores.
Ao longo da historia da Colônia, da Independência do Brasil ao período da República
até os dias atuais, os rituais de origem africana tem sido perseguidos pela sociedade e pelo
Estado. Isso é bem falado por Montes (1998, p. 94) ao afirmar que: “em nome de um novo
projeto civilizatório, os terreiros de Candonblé passariam a ser objeto de rigorosa perseguição
por parte da policia e do Poder Juciciário”.
A instauração do Estado Democrático de Direito e a criação de macanismos que
protegem a liberdade religiosa, não garantiram que os negros fossem respeitados, os
praticantes das religiões de matriz africana tem sofrido discriminação e preconceito numa
tentativa crescente da sociedade de promover uma diminuição das crenças e dos fatores que
identificassem culturalmente os povos africanos.
Essa tentativa da sociedade em diminuir as crenças e a cultura dos povos africanos,
tem feito com que as religiões de matriz africana sofra uma processo de apagamento das
mesmas. Diante de um cenário de perseguição os praticantes das referidas religiões procurem
o anonimato como forma de proteção e preservação da cultura afro.

2.1 Multiculturalismo versus Globalização

Uma das caracteristicas mais marcantes da sociedade atual, é o processo de


globalização. Nesse processo o homem se encontra conectado o tempo todo com tudo e com
todos.Dessa forma alterou-se consideravelmente a noção de espaço e tempo.
Nesse contexto tem se tornado mais intensa a ideia de encontro entre as culturas.
Como afirma Andrade (2012, p. 17): “a coexistência dessas diversas culturas dentro de um
mesmo contexto, é o que melhor define o conceito de multiculturalismo”.
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O multiculturalismo traz para a compreensão do leitor a noção de convivência de


inúmeras culturas no mesmo espaço. De maneira bem clara Andrade (2012,p.18) faz uma
abordagem de multiculturalismo como: “constatação de um fenômeno que envolve a
convivência e a coexistência de diversas culturas num mesmo território e num mesmo tempo
histórico”.
Como evidencia Moreira ( 2001,p. 66)

Há também que se reconhecer a pluralidade cultural que cada vez mais se


expressa no mundo de riscos globais em que vivemos, tanto nos setores
beneficiados pela globalização como nos que ela tem ajudado a marginalizar.
Nossas sociedades contemporâneas são inegavelmente multiculturais.

Tanto o multiculturalismo quanto a globalização se apresentam como processos que


envolvem relações de poder onde grupos culturais diversos são subjulgados ou subjulgam de
acordo com seu status quo na sociedade. Isso é bem especificado por Andrade quando coloca:

São processos desiguais, pois a cultura dos grupos socialmente


marginalizados, não tem o emsmo espaço e nem a mesma valorização que a
dos grupso dominantes. Trata-se de uma relação desigual entre diferentes
grupos culturais. ( ANDRADE, 2012, p.21)

Dessa forma fica evidente que não pode existir uma homogeneização das culturais e
que as diferenças são necessárias e impórtantes na formação do ser humano. As diferenças são
essenciais para que se resista a qualquer tentativa de uniformizar as culturas. No entanto é
notório que existe uma desigualdade nas relações de poder dentro do contexto social, e que
tem intensificado ao longo dos tempos pelos processos de marginalização de grupos
minoritários no tocante aos aspectos social, culturais e étnico.
Assim o que se vê são os grupos se fechando para não terem sua identidade cultural
aniquilada. Na contramão desse ideário se encontra aqueles que tem se organizado a partir das
diferenças, buscando construir sua identidade cultural a partir das diferenças.
Por isso, as lutas multiculturais se tornam reais a medida que se busca reafirmar as
ideias e combater todas as práticas de preconceito e discriminação. O respeito as diferenças é
uma das tônicas que precisam ser analisadas e pensadas na sociedade multicultural. Nesse
tocante as diferenças religiosas precisam ser pensadas dentro desse contexto, e o respeito as
práticas religiosas deve ser algo que se analise no âmbito da sociedade começando pela
escola.
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A escola deve se envolver nessas discussões, haja vista que a mesma se constitui num
instrumento primordial nas lutas que envolvem a redistribuição de poder e reconhecimento
dentro da sociedade. Ao mesmo tempo a escola é uma reprodutora da sociedade e tem se
mostrado em muitos momentos excludente ofertando alguns mecanismos de poder e negando
outros. Ao mesmo tempo que executa práticas que levam a socialização respeitando as
diferenças, tenta uniformizar esses mesmos alunos.
Assim, numa educação voltada para a multiculturalidade, na concepção do
multiculturalismo crítico, o importante é colocar a ênfase no planejamento dos conteúdos que
formam o tronco comum da escolaridade obrigatória de todos os cidadãos. “É o currículo
comum para todos que a visão multicultural deve incorporar, para que a integração de culturas
se realize dentro de um sistema de escolarização único que favoreça a igualdade de
oportunidades. Do contrário, só é possível a assimilação de uns por outros” (SACRISTÁN,
2000, p. 106).
Esse alerta sobre a importância de um currículo comum para promover a igualdade
deixa evidente que se o currículo não tiver essa base comum estará preparando aqueles alunos
para outras realidades que não aquela da qual fazem parte e, assim, serão ainda mais excluídos
porque a escolaridade não deixa de ser um meio de dotar o aluno de competências para a
participação na vida social, econômica e cultural dominante. É neste mesmo sentido que Leite
(2003), sugere a existência de um currículo básico que contenha matérias como núcleo do
programa de estudos de qualquer aluno/a, isto é, que torne presente e dê voz às diversas
culturas.
Um dos pontos para se refletir essas questões parte pelo entendimento do curriculo e
como o mesmo tem sido construido no contexto educacional. Sobre isso o próximo capítulo
fará uma abordagem.
14

3 CURRICULO E EDUCAÇÃO

O contexto educativo traz em seu bojo uma prática pedagógica onde as relações
sociais se estabelecem a partir das interações entre os professores e os alunos, interações essas
que são permeadas pelas ideias que ambos tem de educação. A forma como a escola se
organiza retrata um pouco como a sociedade também esta se organizando e de certa maneira
os fins da educação assim como os processos que regulam a mesma são baseadas em
interesses que em muitos momentos se mostram conflitantes, e divergentes por refletirem os
desejos das classes sociais presentes na sociedade capitalista: dominantes e dominados.
No entanto a prática pedagógica tem sido construida sob uma base curricular, o
curriculo em muitas escola é também construido a partir dos livros didáticos, livros esses
utilizados pelos educadores como o chão da escola, para muitos os conteúdos ali escritos se
constituem em verdades irrefutáveis, muitos professores não conseguem perceber que esses
conhecimentos ou melhor informações veiculados através do referido instrumento nada mais
são do que o pensar dos autores dos livros, e que podem divergir de autor para autor, assim
como de editora para editora.
Por isso quando se fala em prática pedagógica pode-se citar Sacritán.

A prática abordada através do curriculo, é real, e que se estabelece por meio


de comportamentos didáticos, políticos, administrativos, econômicos entre
outros e que teaz na sua essência teorias que expressam o pensamento de
autores diversos e que teorizam sobre o mesmo (SACRISTÂN,2000, p.13).

Olhando para o curriculo, evidencia-se que não existe neutralidade no mesmo, ele por
sua vez é tendencioso, e expressa o momento histórico vivido. Portanto ao se propor ações
curriculares é preciso que os professores e a escola repensem a sua prática, buscando entender
a realidade onde se insere a escola, quem são seus alunos, de onde vem, e que expectativas
tem para o futuro. Mas é preciso também entender como se dá o processo de formação dos
professor pois ele reflete a sua maneira de ensinar e de fazer educação. Essas questões devem
nortear toda a organização do curriculo.
O principal é que deve sempre analisar qual o fim da educação executada no âmbito
escolar, para que e para quem ela vem servindo, ao se refletir sobre essas indagações se pode
construir uma base curricular que venha atender os anseios de alunos e professores, e que faça
a diferença para os alunos oportunizando que os mesmos adquiram conhecimentos que
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possam contribuir para que eles transformem suas vida e consequentemente a realidade onde
se inserem.
Assim o curriculo precisa ser pensado sob a ótica espaço-tempo onde as fronteiras se
interagem com as diversas tradições culturais e onde se pode viver as múltiplas culturas
(MACEDO, 2006,p.288).
Macedo assume categoricamente a posição de que a produçao dos curriculos formais e
a vivência do curriculo são processos cotidianos de produção cultural que envolvem relações
de poder tanto em nivel macro quanto micro.
Esse pensar não descarta as diferenças existentes entre o curriculo formal e o vivido,
ao contrário ambos dialogam o tempo todo. Mas pensar o curriculo é pensar a educaçãom o
que significa o projeto de educar. Que educação que se faz e para qual sociedade ela é
produzida. Numa sociedade hibrida onde as culturas negociam sua existência ou não, a
pluralidade existente, se eviddencia no âmbito escolar e não pode ser ignorada por todos que
transtiam nesse ambiente. Assim, o curriculo precisa ser pensado a partir da lógica da inclusão
e do respeito as diferenças.
A partir dessas considerações, Sacristán ( 2000,p.16) afirma que: “currículo é o
contexto da prática e ao mesmo tempo em que é contextualizado por ela”.
Visto dessa forma, a prática e o curriculo se constituem num ser único, e por
conseguinte se complementam. A escola trabalha no seu interior em cima de uma base
curricular, e ela vai refletir os interesses das classes sociais que rodeiam o sistema educacional
brasileiro, e que no chão da escola ele se constroi a partir de uma prática dos professores
durante o processo de escolarização e que faz com que fins educacionais sejam traduzidos em
metodologias e estratégias com a intencionalidade de se promover a eficiência e a eficàcia do
processo educativo.
Por isso, Kramer (1991, p. 14) enfatiza que: “o curriculo está a meio termo da teoria e
da prática, traduzindo-se num instrumento de apoio para que a escola venha a se organizar nas
suas ações principalmente na forma dos professores atuarem”.
Se o curriculo reflete os interesses sociais e expressa em sua essência o desejo das
classes dominantes, todo o processo educativo que toma como base o curriculo precisa ser
revisto e analisado de maneira a ofertar uma educação que vá de encontro aos interesses dos
alunos e suas necessidades, priorizando uma prática que forme alunos reflexivos e criticos,
dessa maneira é possivel afirma que essa prática trará êxito para o processo educacional que
se faz na atualidade.
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Durante o processo educativo, muitos temas são abordados e trabalhados pelos


professores e que não se evidenciam dentro do curriculo de maneira classe, pois existe no
mesmo multiplas finalidade que serve aos fins da escolarização, pois dentro do curriculo
existe um curriculo oculto.
Na visão dde Silva ( 2004,p.18): “ currículo oculto é constituído por todos aqueles
aspectos que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma explícita,
para aprendizagens sociais relevantes”.
Dessa maneira, fica claro que no curriculo oculto estão presentes, comportamentos,
valores e atitudes que norteiam a realidade dos estudantes como uma maneira de dispor os
mesmos dentro do âmbito social. Essas idéias transmitidas dentro da escola meio que
informalmente, contribuem sobremaneira para a construção dentro da mesma desse
pensamento curricular.
Esses conhecimentos transmitidos aos alunos acabam por se tornar relevantes para a
classe dominante, que na sociedade capitalista detém o poder tanto educacional quanto
político sob a minoria menos favorecida, perpetuando a cultura dominante fazendo com que o
poder opressor venha a se perpetuar. Por isso, fica claro que o currículo oculto acaba por
contribuir de maneira significativa para que as classes dominantes sejam sempre privilegiadas
no contexto social. Assim, o currículo oculto, reproduzido na escola, tende a favorecer a
classe dominante, disseminando sua ideologia, repassando valores, interferindo na forma de
pensar dos alunos, e também na forma de agir na sociedade.
De acordo com Silva (2004,p. 23):

O aorendizado advindo do curriculo, traz em seus fundamentos atitudes,


comportamentos, valores e orientações que possibilitam aos alunos se
ajustarem as estruturas e funcionamento da sociedade capitalista.

Uma vez que o curriculo oculto está presente na escola, ele precisa e deve ser
trabalhado de maneira dinâmica e com vivacidade, usando métodos e técnicas que
oportunizem aos estudantes ampliarem seus saberes a partir da sua realidade e das suas
experiências.
Quando a escola está planejamento o seu curriculo e revendo sua prática, não se deve
esquecer das questões do mundo atual, a escola não é uma ilha, ela não pode ignorar a
realidade social e histórica em que vive o aluno. Desse maneira cada vez mais se exige e
pensa uma educação que leve os alunos a serem questionadores, em que os conhecimentos
não são dados de maneira pronta, mas que precisam ser construidos e reconstruidos na sala de
aula com a ajuda dos professores e das tecnologias que hoje permeiam o universo dos alunos.
17

Os conceitos são teorias que precisam ser aprendidas, mas se constituem de


informações em que os alunos na era moderna, podem adquirir em qualquer meio de
comunicação. Por isso o papel da escola e dos professores deixa de ser o que na escola
tradicional, era uma vantagem a transmissão de conhecimentos, para se torna uma reflexão a
partir desses saberes, o saber fazer a partir de um olhar reflexivo é muito mais importante,
pois formara cidadãos capazes de atuar no mundo de maneira dinâmica.
Por isso o erro se constitui num processo importante para repensar o que está sendo
feito e melhorar esse caminho, os desafios devem o tempo todo ser propostos para estimular
os educandos a pensarem e a vencerem os obstáculos que vão encontrando no decorrer do
processo educacional, dessa forma eles conseguiram adquirir conhecimentos que poderão ser
utilizados futuramente no seu dia a dia.
Portanto no processo de construção do curriculo, a escola pode fazer a mesma a partir
do pensamento de Vygostky , pois elas trazem a ideia de que todos os individuos possuem
uma maturação espontânea,e que a aprendizagem para acontecer precisa respeitar as fases de
desenvolvimento intelectual dos educandos.
Em cada fase do desenvolvimento pelo qual passa os educando o aprendizado ocorrido
acontece de maneira gradual, ascendente precisando apenas que seja acordada as
competencias adormecidas em cada um desses momentos.
Mas para acordar essas fases se torna necessário que os professores tenham amplo
conhecimento sobre as mesmas, portanto é preciso ler e estudar sobre as fases, conseguindo
entender como elas se organizam e funcionam dentro do universo de vida de cada aluno,
dessa maneira será possivel entender o comportamento e a forma como se aprende e pode-se
assim traçar os parâmetros para o processo de aprendizagem, construindo um curriculo que
venha de encontro as mesmas.
A medida que os alunos vão passando pelas diversas fases de desenvolvimento, podem
surgir barreiras que precisam ser superadas, assim como podem ocorrer rupturas e também
alguns desequilibrios surgidos por novas situações vivenciadas por eles no decorrer da vida.
Tudo isso ocorre por conta das inúmeras interações que os individuos passam no meio onde se
inserem ao longo da vida (REGO, 2005, p. 60-61).
Para criar oportunidades aos alunos de se desenvolverem plenamente, dentro da ótica e
da perspectiva do desenvolvimento pelo qual estão passado, o trabalho educativo precisa aliar
os aspectos teóricos e práticos, construindo nos mesmos o espirito reflexivo a partir da
observação da realidade e da manipulação direta dos fatos.
18

Trabalhando essas atividades previstas no curriculo e executadas na prática cotidiana


da escola, os alunos vão com o tempo requerer aptidões intelectuais que permitiram aos
mesmos analisar, comparar, investigar e a partir dos erros cometidos ampliarem seu campo de
percepção, despertando dessa maneira a imaginação, a curiosidade fazendo com que
aprendam a resolver problemas de maneira prática a partir dos saberes adquiridos e que se
encontram disponibiliados aos mesmos através de informações veiculadas nos diversos
instrumentos pedagógicos como o livro didático.
Assim o professor tem a função de oportunizar que os alunos desenvolvam todo o seu
potencial, mediando os saberes e trabalhando os conteúdos a partir da realidade dos alunose e
das suas necessidades ao realizar as atividades propostas.
Assim, o curriculo terá a pretensão de levantar nos alunos os aspectos imaginativos e
curiosos dos mesmos, estimulado através da leitura e das vivências práticas proporcionando
que eles possam olhar o mundo de maneira diferente e dessa forma construir uma outra
realidade para si mesmo e para a sociedade.
Num mundo onde a educação tem sido cobrada o tempo todo, numa espera constante
de toda a sociedade que ela faça a diferença para o futuro dos alunos, é preciso que os
governos também façam a sua parte investindo e priorizando mais a educação. Colocar o
curriculo em prática requer entre outras coisas que os profissionais que atuam no universo
escolar saibam os conteúdos e que saibam transmiti-los de maneira a fazer com que os
educação sejam formados de maneira integral. Portanto investir na formação dos educadores
em serviço também é uma ótima opção para se alcançar as metas desejadas. Assim como
também se torna primordial que se repense dos cursos de formação de professores que
precisam atender a ótica do mundo moderno.
Assim o curriculo para se atingir os objetivos propostos precisa ser construido dentro
do coletivo da escoa, onde se alie o tradicional e o moderno, onde as práticas pedagógicas se
fundam em consonância dos os ideários da sociedade moderna.
Dessa maneira repensar a prática é fundamental, principalmente na ótica do currículo.
Sendo assim o currículo faz uma abordagem dos aspectos culturais dentro das disciplinas
especificamente nas séries finais do ensino fundamental e médio nos conteúdos específicos
das disciplinas de historia, geografia, sociologia e filosofia. A área de humanas que envolvem
essas disciplinas, o tema cultura é abordado e refletido sob vários aspectos, mostrando a
cultura dos diversos povos mas são reproduzidos a luz do que já foi escrito e encontra-se
reproduzido nos livros didáticos. Mas é preciso investigar como a cultura de maneira geral
tem sido abordada nos currículos.
19

3.1 Cultura e Currículo

No contexto, da sala de aula, a cultura dos alunos não tem sido valorizada. Na mesma
encontram-se uma grande diversidade cultural, o que em muitos momentos se constitui um
empecilho no processo de construção do saber dos alunos. Na verdade tanto o currículo
quanto o livro didático trazem em seu bojo, a valorização da cultura do homem branco, vista
como superior. Sendo assim, o tempo todo, a escola tem perpetuado a cultura dos mais
favorecidos em detrimentos dos menos favorecidos.
Apesar de se buscar uma educação comum e igual para todos, fica evidente que existe
uma confusão entre igualdade e homogeneização e isso fica expresso no currículo trabalhado
na escola.
Assim a escola elabora um currículo que valoriza determinados comportamentos e
culturas que tem uma estreita ligação com as tradições histórico culturais e sociais
cristalizadas ao longo dos tempos, que na verdade induzem a se padronizar determinados
comportamentos, conhecimentos e habilidades que tem como foco uma homogeneização
cultural.
As formas de conhecimento veiculadas na escola e propagadas dentro dos currículos
são todas as provenientes dos valores do homem branco europeu de classe alta dominante.
Assim todas as demais culturas acabam por ser marginalizadas, e a escola acaba por ter muitas
dificuldades para romper essa perspectiva que de certa forma é monocultural, que tem
impedido que os professores e a escola adotem práticas pedagógicas que levem em
consideração a enorme diversidade cultural que esta presente na sociedade e inserida na
escola.
Por isso as propostas curriculares, têm buscado diante de uma diversidade cultural
enorme, repensar os seus currículos. Assim nesse, revisar se encontram os conteúdos, os
programas de ensino, as organizações de tempo e de espaço da sala de aula e da escola, onde
os alunos precisam ser considerados e respeitados na sua diversidade.
Por isso o currículo que faz uma ênfase numa formação humanística não deve ficar
restrito apenas as grades curriculares, deve estimular a permuta entre os agrupamentos de
culturas diversas visando dessa forma um crescimento coletivo. Nesse caso, Candau (2002)
20

afirma que existe uma relação entre educação e cultura que é permeada por diferentes
abordagens no contexto escolar.
A prática pedagógica executada no âmbito escolar, é norteada pelo curriculo, que traz
em seu bojo as metodologias e e os contéudos ministrados aos alunos, que muitas vezes não
incluem as demandas escolares e a heterogeneidade da sala de aula. Esse curriculo ainda é
eurocentrico, onde a cultura branca, masculina e cristã ainda é supervalorizado, frutos da
colonização e da educação jesuitica.
Tentanto mudas essa prática, a legislação buscou introduzir as culturas e etnias no
âmbito curricular. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei N.º
9394/96 afirma em seu artigo 26 inciso 4º que: “o ensino de Historia do Brasil, levará em
conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro”.
As práticas escolares dessa forma buscam integrar as aulas e promover eventos
especiais que buscam estudar sobre valores étnicos, com festas típicas mostrando como cada
grupo cultural contribuiu de maneira significativa na formação do povo brasileiro. Dessa
maneira, a diversidade cultural é trabalhada dentro do currículo de maneira estanque, sem que
se promova uma verdadeira reflexão com relação à diversidade e os aspectos de cidadania
envolvendo direitos e deveres de todas as culturas.
A busca pela cidadania, tem sido uma constante na sociedade e a escola tem através da
sua legislação educacional buscado reiterar esse contexto, criando dispositivos legais que
forçam a escola a trabalham dentro de seus currículos a diversidade. Para isso é preciso
entender que na busca pela cidadania, os povos entram em contato e deste contato ocorrem
assimilações de traços culturais de outros povos, modificando a cultura de um país. A cultura
brasileira resultou do contato e da mudança social conhecido como aculturação.
O Brasil se constitui num país de grande miscigenação onde os negros, índios e
emigrantes tiveram grande influência na formação do povo e também dos aspectos de sua
cultura, se torna importante engendrar por esta teia que envolvem as brincadeiras e a
formação das crianças, visando elucidar as questões culturais que envolvem a diversidade
étnico racial.
Desde que a diversidade étnico-racial, passa a ser abordada no contexto escolar, a
partir da homologação do Parecer CNE/CP Nº 003/2004, de 10/03/2004 que estabelece as
diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e traz orientações
de como a lei 10.639/2003 deve ser implementada. O referido parecer diz respeito às
Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o ensino de
Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
21

A Lei 10639/2003 estabelece a obrigatoriedade do ensino de historia e Cultura Afro-


Brasileira e Africana na Educação Básica, cumprindo o que a Constituição Federal
determinava. De acordo com a lei o conteúdo a ser trabalhado em todas as disciplina do
currículo, onde todos devem falar um pouco sobre a luta dos africanos e sua historia no Brasil.
A abordagem a ser realizada sobre esse assunto inclui a contribuição do povo negro a
formação da sociedade nas diversas áreas tanto de cunho econômico, como social e político.
Portanto a própria legislação busca através de um currículo mais unificado, e aberto a
diversidade, promover oportunidades educativas iguais para todos os alunos nos mais diversos
povos, e também compreender a contribuição dos mesmos na organização da sociedade. Por
isso as diferentes trajetórias das culturas, suas produções artísticas, as linguagens produzidas
pelos mesmos, as tradições e expressões, sua visão de mundo e identidade devem ser
respeitadas e debatidas dentro do ambiente escolar objetivando assim construir
conhecimentos.
Por isso existe uma intrínseca relação entre currículo e cultura, como afirma Moreira e
Candau (2007): “ a cultura é um terreno no qual se processam disputas pela preservação ou
pela superação das divisões sociais, o currículo é um espaço em que esse mesmo conflito se
manifesta”.
Em resumo, o currículo é vivo e reflete uma sociedade em constante mudança, assim o
cenário cultural com grandes variações e complexidades, cheio de conflitos onde se insere a
sociedade ficam refletido na sala de aula, afetando de maneira sensível todo a prática
pedagógica processada no ambiente escolar e deve ser alvo de reflexão e discussão no
ambiente escolar, onde currículo e cultura devem dialogar sempre através de uma prática
pedagógica coerente e reflexiva.

3.2 As religiões de matriz africana dentro do currículo

As religiões de matriz africana fazem parte da cultura do povo brasileiro, independente


do fato do povo ser ou não adeptos da mesma. As práticas sociais, culturais e religiosas da
cultura afro fazem parte das tradições do povo brasileiro.
O caminho percorrido pelas religioes de matriz africana no Brasil teve inicio com a
proibição e imposição das práticas do catolicismo, fazendo com que os negros para fugir
22

dessas práticas passassem a cultuar os mesmos associados a santos do catolicismo, gerando


um sincretismo religioso.
Nesse contexto, Cunha ( 2009) afirma que: “ não se pode conhecer a cultura brasileira
na sua amplitude sem reconhecer a existência das religiões trazidas do continente africano
para o Brasil”.
No entanto apesar das liberdade religiosa estar previsto na Constituição Federal as
politicas públicas ligadas a educação ainda continuam a desconconsiderar as religiões de
matrizes africanas em âmbito nacional.
Portanto o grande desafio da educação é incluir no contexto educacional as religiões
de matrizes africanas como maneira de resgatar a memória do povo negro e dessa forma
promover um resgate da cultura afro buscando solucionar os problemas de desigualdades
existentes.
A fim de organizar essa inclusão a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Naciona Lei
Nº 9394/96 traz em seu artigo 33 a inclusão do ensino religioso de matricula facultativa no
âmbito escolar.

“O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica


do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino
fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil,
vedadas quaisquer formas de proselitismo.”

O Ensino Religioso deve cumprir e atender a responsabilidade social, evitando o


proselitismo e a doutrinação, garantindo a democracia e o reconhecimento da diversidade
cultural. Não deve estar vinculado a uma ou outra religião, ou uma Teologia, pois enquanto
aporte teórico deve oferecer a possibilidade de investigação das diversas manifestações do
fenômeno religioso na sociedade e na história, regido por princípios e fundamentos ( CURY,
2013)
Apesar de teoricamente as religiões de matrizes africanas estarem inseridas no
curriculo, na prática o que se observa é que existe uma dificuldade de diálogo constante com
relação as mesmas na sala de aula, justamente pela grande heterogeneidade da sala de aula,
onde habita alunos e professoress.
Por sua vez os educadores tem conceitos enraigados que muitas vezes dificulta
trabalhar essas religioes sem que ideias preconceituosas e discriminatórias apareçam. Uma
das causas está na falta de um maior conhecimento sobre os aspectos culturais e históricos
dessas religiões que são vistas como bruxarias ainda hoje por grande parte dos segmentos da
sociedade, e a escola se encontra inclusa nesse contexto.
23

Só a leitura e o estudo mais aprofundado das mesmas poderá ter a inclusão no


curriculo de maneira mais homogênea e onde todas as diferenças culturais e religiosas são
valorizadas.

3.3 Os desafios da escola frente ao ensino História do Negro no Brasil e a lei


10.639/2003

A história brasileira por muitos anos manteve em seus livros didáticos a ideia cujo
sentido era fazer professores e estudantes acreditarem que somos originários de um mistura
harmônica de raças. Até uns cinquenta anos atrás nosso manuais informavam que brancos
(europeus), negros (africanos) e indígenas (nativos) deram origem à raça brasileira de maneira
pacífica e tranquila, sem grandes conflitos, ou seja, um encontro amistoso.
Atualmente esta forma de entender, e principalmente de ensinar história, é obsoleta e
deve ser guardada no museu de grandes idéias, para emprestar uma expressão de Cazuza. O
tempo não parou e nós, professores, historiadores ou não, já sabemos que o encontro de
amigos existiu apenas na imaginação de poderosos que, talvez para esconder suas culpas e
responsabilidades, preferiam dar um caráter sutil à escravidão de índios e africanos ao longo
da História do Brasil.
De acordo com Costa (1998, p. 74)

Se lembrarmos que os portugueses por aqui aportaram em 1500, encontrando


sociedades indígenas de longa data habitando o que é hoje o nosso país e,
logo em seguida trataram de adotar a escravidão como o principal
mecanismo de produção de riquezas a ideia da fraternidade na formação
étnica brasileira derrete sob o sol escaldante da História.

De 1500 até 1888 a escravidão foi o mais evidente procedimento de trabalho que
forjou a riqueza de pequena parte de nossa elite econômica. Mas se ainda existem resquícios
da escravidão nas relações de trabalho, a face mais hipócrita dessa situação é discriminação
étnica velada que pulsa na mentalidade senhorial contemporânea de muitos senhores que nada
têm de seu. Aqueles cidadãos que acreditam que de fato existem distinções biológicas que
definem caráter podem ser lembrados como componentes desses segmentos. Pessoas comuns,
do povo, “como se diz”, entre eles muitos educadores que reproduzem noções equivocadas a
24

respeito da nossa história, naquilo que ela representa de formação da nacionalidade, da


identidade brasileira.
É preciso, portanto, que o educador avance na direção de saber mais sobre as
possibilidades de reconhecer que a formação histórica que nos produziu é completa, e que
nossos (pré) conceitos também têm raízes deitadas em nosso pretérito. Em passo significativo
na superação da ignorância que alimenta os olhares distorcidos sobre os dilemas
contemporâneos.
Desde o fim da ditadura militar no Brasil, na década de 1980, os movimentos sociais
vêm reivindicando que suas “questões” sejam colocadas na pauta do Estado brasileiro. Isso
quer dizer que os debates, nem sempre tranqüilos a respeito dos problemas indígenas e dos
afro-descendentes fazem parte dos dilemas históricos do Brasil.
Por sua vez, a educação ministrada em nossas escolas vem dificultar a construção da
autoestima das crianças afro brasileiras, propondo-lhes modelos brancos: estéticos, culturais e
históricos. Acrescentam-se a esta situação os preconceitos dos coleguinhas, das professoras, e
aqueles inscritos no material didático. A criança negra busca então moldar-se ao padrão de
beleza branco, aos valores e costumes do branco. Ela é levada a rejeitar seus atributos, suas
qualidades, seu corpo, a negar sua cor. A sua baixa autoestima provoca desânimo, passividade,
prejudica seu aproveitamento escolar, sua inclusão social e suas possibilidades de ascensão.
Um dos maiores problemas da população negra brasileira é, assim, sua baixa
autoestima, que prejudica o aproveitamento escolar de suas crianças, induz a apatia e o
conformismo. A luta contra a desigualdade racial no Brasil tem que incluir a questão da
construção da identidade negra e da autoestima da população negra.
No mundo globalizado, a construção de uma identidade auxilia na organização das
demandas. Para um grupo, uma etnia, uma minoria, ter identidade é defender seu lugar, seu
espaço, sua visibilidade, é buscar poder. A população negra brasileira necessita, pois construir
uma identidade própria que se contraponha à identidade branca dominante.
É com o objetivo de modificar esta situação que a Lei 10.639 estabeleceu que
conteúdos referentes à história e cultura do negro afro-brasileiro, e à história da África
deveriam ser introduzidos nas escolas públicas, no ensino fundamental e de nível médio.
A Lei 10.639 não é uma concessão do estado brasileiro, mas uma conquista dos
movimentos sociais, em particular daqueles que se batem pelo reconhecimento das
desigualdades e diferenças sociais que caracterizam a sociedade brasileira desde sua formação
primeira, ainda no século XVI. Um exame mais cuidadoso desse documento indicará que
nossa tarefa, no campo da educação, é tratar o fenômeno da discriminação, da desigualdade
25

como um evento histórico. Isso implica explicitar o seguinte: a escravidão, a servidão e todas
as formas de exploração não são características que ocorrem fora do campo histórico. Assim,
as ações e expressões do tipo “a escravidão, de negros africanos ou negros da terra”, são
atitudes horríveis e desumanas! Pouco contribui para o enfrentamento do problema. É
indispensável entender que a escravidão e todo o seu legado são produtos da cultura, da
história, ou seja, são feitos humanos. Não foram trazidos de fora das relações sociais
construídas pelas sociedades humanas.
Rocha (2004) aponta que a Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003, que inclui no currículo
oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade do ensino da História e cultura afro-brasileira, é
um dos resultados das reivindicações dos grupos de afrodescendentes organizados. De acordo
com essa lei, o conteúdo programático abrangerá o estudo da História africana e seus povos, a
luta dos negros em nosso país, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade
nacional. O pressuposto é o da necessidade de conhecer mais e melhor a contribuição do povo
negro no campo social, econômico e político na História de Brasil. Para tanto e, sempre em
conformidade com a lei e, tela é necessário qualificar os professores, especialmente aqueles
da rede pública de ensino para o enfrentamento da problemática. Inexoravelmente esse
desafio é colocado para a universidade que deverá contribuir para o desenvolvimento técnico
e científico da sociedade, além de atender as necessidades de preparação e atualização de
docentes.
A partir dessa reflexão Sales (2005, p. 127) ressalta:

Um dos tópicos mais desafiadores aos professores de História ou mesmo


para aqueles que tratem por força de determinações curriculares, do
conhecimento histórico é trabalhar o conteúdo proposto pela Lei 10.639 sem
se transformar em refém do senso comum ou, até mesmo de reproduções de
afirmações carregadas pelo preconceito.

Há nessa conjuntura duas situações perigosas: a ignorância e o preconceito. Essas duas


situações podem ser entendidas como condições de pré-conhecimento e, sem dúvida, revelam
parte da cosmovisão da sociedade brasileira.
Sendo assim, tratar do ensino de história e culturas africanas exige um compromisso
do professor com o conhecimento, principalmente na constatação de que aquele conhecimento
específico sobre a África, consideradas as devidas exceções, de que é detentor é insuficiente e
precário. Esta questão pode ser vencida a partir do momento que o professor identifica as
fragilidades de sua formação. É certo que cabe as instituições do Estado tratarem de criar
26

suporte que permitam aos professores ter acesso aos conteúdos relacionados à história da
África.
É a partir dessas provocações que entende-se a necessidade de maior conhecimento da
História da África, especialmente daquela que foi trazida nos porões de navios negreiros, dos
tumbeiros para contribuir de forma escravizada para forjar uma nova sociedade que é a nossa.
E um dos primeiros itens dessa tarefa é abandonar preconceitos e ignorâncias, muitos deles
originados com o mito do bom selvagem, entendimento produzido por importantes
intelectuais do iluminismo. Antes dessa concepção a África fora vista como uma terra em cujo
interior a existência humana não era exagerada enquanto tal, o que se modifica na Idade
moderna para uma cosmovisão que compreendia os habitantes africanos como exóticos ao
modelo de homem sociedade.
A História da África e das culturas negras, substituindo um passado escravo
estigmatizado por um passado glorioso; possui um elevado potencial no que diz respeito à
construção de uma identidade positiva da população negra. Aliás, enfatiza-se quer a
escravidão não passou de um episódio na longa história dos povos negros, e que só atingiu
uma parcela destas populações. Brancos também forma escravos, como prova a própria
palavra de onde deriva o termo: eslavo.
Mostrando as inúmeras realizações e contribuições à civilização dos povos africanos,
esta História torna evidentes as qualidades e as capacidades dos povos negros. Na África
desenvolveram-se civilizações brilhantes, sofisticados sistemas políticos de governo,
construções filosóficas e religiosas, criaram-se obras de arte, conhecimentos científicos,
médicos, astronômicos e outros. Edificaram-se belas cidades e palácios que deixaram
deslumbrados os primeiros viajantes europeus no século XV. Mas a ideologia que procurou
legitimar a escravidão apresentou o africano como um ser bárbaro desprovido de qualquer
conhecimento.
O mais difícil e polêmico enfrentamento nessa tarefa é reconhecer que a África e o
território conhecido hoje como Brasil forma ambientes habitados por sociedades históricas,
portanto forjadas de culturas, de relações sociais, políticas e econômicas.
A Constituição de 88, evidenciava algumas ideias de divesos grupos sociais,
especificano no parágrafo 1º do artigo 242 da Constituição. O ensino da história do Brasil
levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo
brasileiro.
Na visão de Antônio Flávio Moreira e Tomaz Tadeu da Silva:
27

O currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão


desinteressada do conhecimento social. O currículo está implicado em
relações de poder, o currículo transmite visões sociais particulares e
interessadas, o currículo produz identidades individuais e sociais
particulares. O currículo não é um elemento transcendente e atemporal – ele
tem uma história, vinculada a formas específicas e contingentes de
organização da sociedade e da educação ( MOREIRA, 2001 e SILVA, 2004).

O que se percebe é que os curriculos até a introdução das legislações que buscam
legalmente garantir a inclusão da historia das populações afro-descentes no ambito escolar
não eram abordadas, ou quando havia uma abordagem essa ocorria com um vies racista ou na
ótica do homem branco.
De acordo com Amilcar Araújo Pereira :

A população negra, em geral, não foi historicamente apresentada nas escolas


como sujeito de sua história, como homens e mulheres ativos nas lutas por
liberdade ou por melhores condições de vida para si e para seus familiares
( PEREIRA, 2012).

Por isso os curriculo dentro da disciplina de história não tem ao longo dos tempos
trazido uma visão histórica da populaão negra como parte importante da formação do povo
brasileiro.
Na visão de Araújo (2013) ao se promover uma analise das politicas com relação ao
curriculo para o ensino de história nas ultimas décadas revela a permanência de uma
organização curricular caracterizada por uma perspectiva temporal linear e progressiva.
É notorio que com base em teorias de vários estudiosos do assunto, a autora busca
compreender a perspectiva temporal linear e progressiva como uma forma de caracterizar as
mesmas, como parte de uma tradição disciplinar que ficou se mantendo estável desde o século
XIX. Esse século foi marcante pelo fato da disciplina de hstoria ter se constituito enquanto
disciplina no contexto escolar (ARAÚJO, 2013).
É preciso compreender que a disciplina de historia é de grande importancia para a
formação cidadã dos alunos, visando um entendimento do passado para que se construa um
futuro na sociedade de mais justiça e respeito. Por isso Araujo ( 2013, p.64) afirma que :
“historia tem um único sentido e é orientada pelo progresso., estabelecendo dessa maneira
uma tradição que se percebe até os dias atuais”.
28

3.4 A escola e os instrumentos que reforçam o racismo

A escola ocupa atualmente um espaço de destaque na formação do indivíduo, cuja


função primordial se encontra na construção de valores, de comportamentos, e atitudes, onde
a crianças tem possibilidades de desenvolver-se em diferentes aspectos: cognitivos, sociais,
culturais. Sendo assim, espera-se que ela realmente esteja preparada para intervir de maneira
positiva na formação do indivíduo, levando a se desenvolver de forma crítica e consciente.
No que se refere às questões étnico-raciais verifica-se que existe um enorme abismo
entre o que se teoriza, do que se pratica. Ou seja, a escola se revela despreparada para lidar
com a diversidade cultural dos educandos. Segundo Fonseca (2004, p. 53):

A diversidade está em pauta nos dias de hoje, nos meios de comunicação de


massa, na escola e no trabalho. Em todos os lugares é possível se deparar
com algum discurso sobre a diversidade. Então pensar a cultura como forma
de viver a vida, de olhar o mundo e os demais seres humanos é um convite à
diversidade.

O respeito à diversidade deve ser a condição de igualdade, ou seja, uma igualdade que
se orienta pelo direito de ser diferente. Porém, é fundamental que não se confunda diversidade
com desigualdade, já que a primeira diz respeito à qualidade de organizar-se de forma
particular, e a segunda, às mazelas produzidas por uma sociedade desigual. Desigualdades no
acesso à renda, aos direitos sociais, à qualidade de vida, etc; as quais devem ser combatidas,
pois são elas as responsáveis por grande parte dos problemas sociais que vivemos.
Educadores e educadoras devem estar atentos às situações vivenciadas nos espaços
educacionais, sejam eles formais ou informais, na sua prática diária como profissionais e,
principalmente, tomar cuidado com a omissão. Às vezes, por medo, desconhecimento ou
comodismo acabamos convivendo com a intolerância mesmo sem concordar com essa atitude.
A falta de respeito e aceitação à diversidade gera o preconceito, muitas das vezes de
maneira velada. Ou seja, aquele que as pessoas não admitem, também tem feito inúmeras
vítimas ao longo da história. Na perspectiva monocultural, afrodescendentes e minorias não
tem espaço e nem voz. As justificativas encontradas para justificar essa questão é de que a
escola é a mesma para todos, ensina-se da mesma forma, o saber é universal. O problema
então, não é da escola. Nesse contexto, o problema da evasão escolar por dificuldades de
socialização, ou pelos alunos não se sentirem parte do processo educativo, ou ainda por
questões relacionadas à realidade desses grupos, raramente era discutido.
29

Essas considerações são também provocações, afinal não estamos no século XIX e as
relações sociais, necessariamente, transformaram-se, são outras. Espera-se, todavia, que a
escola tenha se transformado. No contexto das primeiras décadas do século XX não se falava
em multiculturalismo, mas hoje esta é uma das exigências das políticas educacionais. Há uma
demanda de ordem política e social para que a educação incorpore o dado da diversidade no
cotidiano escolar.
É necessário, então, um olhar plural para problemas diversos, ou melhor, uma
educação que se proponha pensar de maneira plural, e não de forma única. Daí a importância
de uma educação multicultural.
Porém, observa-se que na escola as cenas de preconceito e de racismo são frequentes
na escola, incluindo na Educação Infantil, que prejulga-se que os alunos ainda não estejam
“contaminados’ por reações racistas. Diversas pesquisas comprovam a existência de racismo
na escola, dentre elas a pesquisa de Cavalleiro (1995) que analisa ações de preconceitos e
racismo encontradas na relação entre alunos e professores de uma Escola de Educação Infantil
na cidade de São Paulo, onde os alunos negros demonstraram não serem tratados da mesma
forma que os alunos brancos pelas professoras, incluindo o aspecto afetivo. Isto nos remete à
ideia de que o preconceito encontra-se enraizado nas práticas dos educadores e ainda está
muito presente nas escolas brasileiras.
A escola deveria ser encarada como um lócus de construção de conhecimento, de
socialização, onde a criança negra deveria resgatar sua estima e identidade, mais ela vem
atuando de forma contrária, reforçando a exclusão e fazendo com que a criança negra se sinta
cada vez mais discriminada. É evidente que não podemos considerar que isto seja uma regra,
pois encontramos diversas escolas e profissionais que lutam contra este tipo de preconceito e
que desenvolvem práticas inclusivas e que buscam respeitas as etnias e a diversidade cultural
dos educandos.
É importante que haja um comprometimento dos educadores no sentido de criar meios
para que a criança, não somente a negra, mais as demais conheçam com maior profundidade a
história da cultura negra no Brasil. Pois percebe-se a falta de informação dos professores
sobre essa temática. Assim, é necessário que haja uma reorganização curricular e que
realmente a questão étnica possa ser tratada dentro da escola de forma capaz de contribuir
para romper com as ideologias que massacram os negros.
Oliveira (1999) diz que: “é dentro da relação: escola e currículo escolar, que
percebemos a importância do currículo escolar como componente indissociável da história de
vida dos indivíduos”. Analisando os currículos escolares, a autora nos aponta que em estudos
30

realizados sobre relações raciais e educação, o negro é o segmento social mais atingido pela
deficiência das políticas educacionais e dos serviços públicos. O mais alto índice de
analfabetismo está entre os habitantes das regiões norte e nordeste, onde a população negra é
mais representativa. A insistência do ocultamento destas questões no currículo escolar traz
sérios transtornos à formação da identidade da criança negra que não vê a si e nem a seus
ascendentes de forma produtiva.
Outra questão que merece destaque é em relação os materiais pedagógicos, que têm
papel fundamental na reprodução das ideologias, uma vez que expedem visões estereotipadas
dos segmentos oprimidos da sociedade. Entre eles sobressai-se, pela importância que lhe é
conferida pelo país, alunos, professores, o livro didático, considerado depositário da verdade e
a memória conservada das civilizações. Contudo, muitos processos civilizatórios e muitas
visões de mundo são omitidas ou distorcidas pelo livro, que veicula na maioria das vezes a
visão de mundo e o processo civilizatório das classes dominantes.
O livro didático, de modo geral, omite o processo histórico e cultural, o cotidiano e as
experiências do segmento subalterno da sociedade, como o índio, o negro, a mulher, entre
outros. Em relação ao segmento negro, sua quase total ausência nos livros e a rara presença de
forma estereotipada concorrem em grande parte para a fragmentação de sua identidade e
autoestima.
De acordo com Pereira ( 2012, p. 124):

Infelizmente, ainda podemos encontrar em livros didáticos de história, e até


mesmo no ‘senso comum’, visões estereotipadas sobre a população negra.
População esta que, até poucos anos atrás, quando foi apresentada nos livros
utilizados em nossas escolas, o foi de maneira discriminatória: como
escravos passivos, seres inferiorizados, vítimas sofredoras ou pessoas
estigmatizadas em funções subalternas.

Não é apenas o livro transmissor dos estereótipos. Contudo, é ele que, pelo seu caráter
verdadeiro, pela importância que lhe é atribuída, pela exigência social de seu uso, de forma
constante e sistemática, logra introjetar na mente das crianças, jovens e adultos, visões
distorcidas e cristalizadas da realidade humana e social. As identificação da criança com as
mensagens dos textos concorre para a dissociação da sua identidade individual e social.
Nesses livros, a experiência da criança negra está excluída do processo de
comunicação, uma vez que o autor se dirige apenas ao público nele representado, constituído
para crianças brancas de classe média. Essas obras são produzidas para educar crianças
brancas, e educá-las mal, constituindo-se em veículo de preconceito contra a criança negra.
31

Omitindo e distorcendo a história, os valores culturais, o cotidiano e as experiências da


criança negra, o livro concorre significativamente para a fragmentação da sua identidade
étnica e seu branqueamento espiritual e físico.
Por outro lado, a crítica e reflexão sobre o que é lido podem ensejar a diferenciação
entre os aspectos úteis e ideológicos no livro didático. Esse livro pode constituir-se em um
importante instrumento de reflexão, um meio de desenvolver o senso crítico, através da
análise, comparação e crítica dos seus textos e ilustrações.
O livro didático coloca de forma explícita a intenção de inferiorizar e desumanizar o
negro, que é descrito e ilustrado de forma caricaturada, deformada, associados a seres
destrutivos e sujos.
O negro aprece caricaturado com expressão fisionômica desumanizada e associada a
animais. A criança negra é associada ao macaco, na expressão facial, no vestuário e nas
atividades que desempenha. Como exemplo dessas associações, temos nos livros As
brincadeiras de Camila (p. 31-37) e Ciranda do Saber (2ª série, p. 58), entre outros.
(ARAÙJO, 2000).
Os professores são os principais mediadores dos estereótipos veiculados nos livros
didáticos. Este professor é preparado para ensinar a um aluno ideal, o qual nem sempre existe
nas escolas públicas.
É necessário que no conjunto das escolas, professores, equipe técnica pedagógica
saibam selecionar os livros, tendo cuidado com os conteúdos racistas dos mesmos. Denunciar
e rejeitar os que assim precederem. Quebrar o círculo vicioso de apenas escolher, o que já é
indicado pelo Ministério da Educação e Cultura e pelas Secretarias de Educação, os quais, na
maioria, são preconceituosos e aquém da realidade do universo escolar.
De acordo com Munanga (2001) raramente os profissionais fazem uma relação prévia
dos livros didáticos baseados na realidade das Unidades de ensino. O costumeiro, o prático é
uma “olhadela” nos pacotes enviados e impostos pelas Secretarias de Educação. É necessário
e urgente mudar esta prática, sobretudo aquelas que sonham por uma escola diferente.
Para frisar esse pensar a pesquisadora Cinthia Monteiro de Araújo (2013) a partir de
um olhar sobre os livros didáticos do PNLD de 2011 busca compreender qual o local em que
a historia do Brasil esta posicionada dentro dessas coleções, e quais concepções de tempo
estão presentes nos mesmos nas abordagens dos conteúdos.
Evidenciando na pesquisa da autora que os resultados apontam para as potencialidade
de proliferação de totalidades e de desenvolvimento de uma multiplicidade das
temporalidades.
32

3.5 O aparato legal e a valorização da cultura africana

O Brasil tem todo um aparato legal que faz com que a cultura africana possa ser
entendida dentro do âmbito escolar, como de vital importância para a formação do
individuo.Amparado pela Lei todas as escolas públicas do país e também as particulares tem a
obrigatoriedade de ministrar aos alunos conteudos que estejam relacionado a historia e a
cuktyra afro-brasileira.
Desde 2003 quando foi sancionada e promungada a lei nº 10.639 os temas ligados a
cultura afro-brasileiras devem ser ensinados no âmbito escolar de maneira obrigatória. Assim
os curriculos do ensino fundamental e médio passam a constar nas os conteudos de historia e
cultura afro-brasileiras, geralmente ministrados dentro da disciplina de historia, geografia,
sociologia.
O objetivo é que os alunos tenhma um conhecimento com relação as contribuições que
os descentes de africanos deixaram para o país no contexto historico-social. Mas de acordo
com os Movimentos dos Negros espalhados pelo país, as ações executadas nas escolas com
relação a esse assunto, são pontuais, em forma de projetos, e que fazem uma alusão breve e
superficial sobre o assunto. Questões sobre a religiosidade dos negros e sua contribuição para
a formação do povo brasileiro sequer são mencionados.
A Lei nº 11.645/08 faz alterações na lei nº 9394/96 no artigo 26-A trazendo que nos
estabelecmentos do ensino fundamental e de ensino médico, públicos e privados, torna-se
obrigátorio o estudo da história e cultura afro-brasileira e indigena.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos


da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir
desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos,
a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena
brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas
contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
No ano de 2003, foi sancionada a Lei nº 10.639/03 que fez um acréscimo a lei Nº
9394/96 em mais dois artigos ( 26-A e 79-B). No artigo 26(a) ficou estabelecido que o ensino
da cultura e historia afro-brasileiras com o privilégio do estudo da historia da África e dos
africanos, a luta dos negros no Brasil , a cultura negra brasileira e o negro na formação a
sociedade nacional. Sendo que esses contéudos devem ser ministrados dentro das áreas de
33

educação artística, literatura e historia brasileira. Já artigo 79 (b) faz a inclusão no Calendário
escolardo Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.
No ano de 2004, O Conselho Nacional de Educação aprovou o parecer que propõe as
Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Africanas e Afro-Brasileiras.
Nesse sentido, destaca-se a escola não como redentora da sociedade, mas como um
elemento importante capaz da mudança da mentalidade social, que olhe o outro como igual,
mas também diferente por infinitas características e, por isso, tão importante, pois traz a
diversidade. A mudança principal está em conscientizar sobre o respeito, ou seja, é preciso
respeitar o outro não somente porque a legislação estabelece que todos tenham os mesmos
direitos, mas porque sabemos que o nosso país foi e é constituído por diferentes culturas, que
contribuem cada qual com aquilo que têm de melhor e juntos formam uma cultura nacional e,
ao mesmo tempo, híbrida. Essa percepção positiva da multiculturalidade não será resolvida
apenas com discursos ou deliberações legais, pois envolve uma mudança de mentalidade, ou
seja, implica na formação de pessoas com sensibilidade e para tal realidade.
34

4 CONCLUSÃO

A historia do Brasil e mais especificamente dos negros no país, retratam um país com
um índice elevado de discriminação e preconceito principalmente no âmbito escolar. O
curriculo praticado dentro do contexto escolar tem demonstrado o quanto esse espaço de
ampliação e renovação de conhecimentos tem sido tendencioso e não colabora para que se
faça uma educação voltada para a formação cidadã.
A escola por sua vez requer rever os conteúdos dos currículos escolares e as
abordagens que se refletem nos manuais didáticos, principalmente aqueles que tratam das
séries iniciais da escolarização, visando abolir as abordagens preconceituosas que revelam a
manutenção de tratamento diferenciado aos grupos marginalizados.
Independente da legislação, cabe ao professor o comprometimento dos educadores no
sentido de criar meios para que a criança, não somente a negra, mais as demais conheçam
com maior profundidade a história da cultura negra no Brasil. É necessário que haja uma
reorganização curricular e que realmente a questão étnica possa ser tratada dentro da escola
de forma capaz de contribuir para romper com as ideologias que massacram os negros.
É necessária a inclusão de novas orientações escolares que privilegie a História dos
afro-brasileiros e africanos além de ser a concretização de uma política pública há muito
almejada é também a oportunidade de refletir sobre a naturalização das desigualdades e
oportunidades para trabalhar aspectos ainda pouco conhecidos da história de uma população
que tem sua historia pouco valorizada.
A escola deve ser o espaço de valorização cultural de todos os grupos, onde o ensino
deve estar comprometido com a diversidade e contribuir para a conquista de direitos e de
igualdade, também no tocante as religiões afro-brasileiras.
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que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da
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