PIAGET E A EPISTEMOLOGIA

GENÉTICA

ADAPTAÇÃO – processo dinâmico e

contínuo no qual a estrutura (organização)
genética (biológica) do organismo interage com
o meio de modo a reconstruir-se, para melhor
sobreviver.
Invariantes Funcionais – Adaptação e
Organização.
 PIAGET E A EPISTEMOLOGIA
GENÉTICA

A ADAPTAÇÃO se dá por
AUTORREGULAÇÃO: elo comum entre todos os
seres vivos e a base da teoria biológica do
conhecimento.

ADAPTAÇÃO – essência do funcionamento

intelectual e biológico – ocorre mediante a
ORGANIZAÇÃO, que é a habilidade de integrar
estruturas físicas e biológicas em sistemas coerentes.
A organização é implícita na herança genética e faz
parte da adaptação.
EQUILIBRAÇÃO (MAJORANTE) – processo
autorregulador dinâmico e contínuo. Tem a
função de produzir uma coordenação constante
entre ASSIMILAÇÃO e ACOMODAÇÃO. As
assimilações e acomodações e os conflitos que
emergem provocam reorganizações em níveis de
maior complexidade.
ASSIMILAÇÃO
 Ao agir sobre o meio, o indivíduo
incorpora/integra a si (aos seus
esquemas ou estruturas) elementos
novos que pertencem ao meio.
 Ex.: Ao ler estas palavras você está
assimilando o que está escrito (objeto
de conhecimento) conforme vai
estabelecendo relações com ideias e os
conhecimentos que já possui. As ideias
e os conceitos do texto são integrados
aos conceitos que você já tem.
 É como se filtrasse algo.
ACOMODAÇÃO
 Quando modificamos nossa ação/
nosso funcionamento a fim de
manejar novos conteúdos ou
situações (objetos).
 É um processo de reorganização
das estruturas existentes, de tal
forma que possa incorporar novos
conceitos.
ACOMODAÇÃO
Ex.: O bebê percebe quais os
movimentos da sua boca usados
para sugar o leite que resultam
em um sugar mais eficiente,
então ele se acomoda ao bico da
mamadeira e desenvolve um novo
esquema de sugar.
 Assimilação e acomodação constituem ingredientes do
funcionamento intelectual. Estão presentes em qualquer
ação intelectual, em qualquer nível.
Todo o ato inteligente, no qual assimilação e
acomodação estão equilibradas, constitui um adaptação
intelectual.
 Função: refere-se a maneira
pela qual se progride
cognitivamente. Características
válidas para todas
as idades. Definem a essência
do comportamento inteligente.
(Assimilação e Acomodação –
Invariantes funcionais).

* Estrutura: Modifica-se com a idade, apresenta

mudanças evolutivas. Refere-se as propriedades
organizacionais que explicam porque surgiu um
determinado conteúdo (respostas /esquemas).
 AÇÃO – toda conduta que transforma o objeto
de conhecimento de alguma forma, levando à
autotransformação.
 OPERAÇÃO – é um conjunto de ações
modificando o objeto e possibilitando aos
conhecedores chegarem às estruturas de
transformação. É uma ação interiorizada
reversível. Uma operação nunca é isolada, é
sempre uma parte de uma estrutura total
(Estruturas Operacionais).
(Conservação: critério psicológico para que
existam as operações reversíveis.)
 DESENVOLVIMENTO
SEGUNDO PIAGET
 O DESENVOLVIMENTO é uma
EQUILIBRAÇÃO PROGRESSIVA a partir
de um estado de menor equilíbrio para um
estado mais elevado de equilíbrio.
 Piaget concebe o desenvolvimento cognitivo
como a sucessão de 3 (4) grandes
períodos/estágios que partem da ação reflexa e
chegam ao pensamento formal, sendo que
cada período por sua vez anuncia o seguinte.
 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO
SEGUNDO PIAGET
* SENSÓRIO MOTOR
Reflexos, esquemas, Noções de OP, CF, E, T

* PRÉ-OPERATÓRIO
Imitação, desenho, jogo simbólico, imagem mental,
linguagem

* OPERATÓRIO CONCRETO
Opera sobre os objetos

* OPERATÓRIO FORMAL
Opera sobre as hipóteses
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

O desenvolvimento do conhecimento é um
processo espontâneo, ligado ao total processo de
embriogênese. Diz respeito à totalidade das
estruturas do conhecimento. É um processo
essencial em que cada elemento de aprendizado
ocorre como uma função do desenvolvimento total.
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

Aprendizagem é um processo limitado a um

problema, ou a uma única estrutura. É
desencadeada pelas situações provocadas por
um experimento psicológico, ou por um
professor, com respeito a algum tema
didático, ou por uma situação externa.
 DESENVOLVIMENTO E
APRENDIZAGEM

É o desenvolvimento que
explica a aprendizagem, e não
o contrário. A aprendizagem
está subordinada ao
desenvolvimento e não vice-
versa.
 FATORES QUE EXPLICAM O
DESENVOLVIMENTO
MATURAÇÃO (crescimento fisiológico das
estruturas orgânicas hereditárias): fornece uma
condição de possibilidades, um potencial para
assimilar e estruturar informações.

EXPERIÊNCIA: 2 tipos de experiências: 1)

EXPERIÊNCIA FÍSICA, por meio da ação sobre os objetos;
2) EXPERIÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA, o
conhecimento não é deduzido dos objetos, mas das ações
realizadas sobre os objetos. À medida que age sobre os
objetos constrói relações lógicas a respeito deles.
 FATORES QUE IMPULSIONAM O
ORGANISMO PARA ALÉM DO EQUILÍBRIO:

TRANSMISSÃO SOCIAL: informações

aprendidas com outras crianças e adultos.
Quando se depara com informações desafiadoras
e contraditórias seu equilíbrio fica prejudicado –
CONFLITO COGNITIVO – , que impele para
níveis superiores de pensamento, aprende a
partir de seus erros.
EQUILIBRAÇÃO: que coordena e regula os
outros três.
 Estágio Sensório-Motor
0 a 02 anos
Inteligência prática, sem pensamento,
sem representação, sem linguagem.
A inteligência sensório-motora só
opera sobre os objetos próximos, a
inteligência conceitual ou simbólica
pode atuar mentalmente sobre objetos,
distante no espaço e no tempo, através
de suas reapresentações.
Ocorre em 6 estádios/fases/sub-fases


Durante o processo de construção dos períodos, a

criança vive um duplo movimento de construção de
si e do mundo que, na realidade, é apenas um único
e mesmo movimento, nasce a consciência de si e do
mundo.
Piaget chamou isso de construção do real. Esta
construção implica 4 grandes categorias: objeto
permanente (OP), espaço, tempo e causalidade
(todas as construções acontecem de forma
interdependente).
 Estágios de Desenvolvimento ESM
 I- Exercício dos reflexos (0 - 1 m)
 II- Reprodução dos resultados interessantes
descobertos em relação ao próprio corpo (1 - 4 m)
 III- Reprodução dos resultados interessantes
descobertos em relação aos objetos (4 - 8 m)
 IV- Coordenação meio-fim e aplicação às situações
novas (8 - 12 m)
 V- Descoberta de meios novos por experimentação
ativa (12 - 18 m)
 VI- Invenção dos meios novos por combinação
mental (18 - 24 m)
 Construção da Noção de OP
 I e II - Nenhuma conduta relativa aos objetos
desaparecidos.
 III - Começo da permanência do objeto.
 IV - Procura ativa do objeto desaparecido, mas
sem considerar os deslocamentos visíveis.
 V - Leva em conta os deslocamentos visíveis.
 VI - Representação dos deslocamentos invisíveis.
 ESTÁGIO PRÉ-OPERATÓRIO
2 a 7 anos

 Principais características: capacidade de

simbolização em diferentes formas
(formações semióticas: o jogo simbólico, a
linguagem, a imitação e a imagem mental).
 A função simbólica ou semiótica consiste
na capacidade da criança representar
objetos e fatos conhecidos, mas ausentes.
A função semiótica pode ser um gesto, uma
palavra, um desenho, um rabisco que
representa um objeto ou nome.
A função simbólica pode ser considerada uma linguagem
particular da criança, usada para representar o mundo.
Os símbolos podem ser socializados, como os brinquedos
coletivos, e se tornarem símbolos coletivos.

Outro destaque desse período é o egocentrismo: a criança vê o

mundo a partir de sua perspectiva, não imagina que haja ponto
de vista diferentes. Atividade inconsciente.

A criança não sente necessidade de justificar seu raciocínio

para os outros, nem de buscar contradições em sua lógica.

Como a criança não é capaz de descentralizar, isto é, levar em

conta aspectos que poderiam equilibrar raciocínios distorcidos;
ela se fixa apenas em um aspecto particular da realidade.
 A intuição é uma característica que aparece
de forma marcante, que se fundamenta na
percepção.

 A criança usa o pensamento intuitivo para

compreender o mundo, mas por ignorar o
pensamento operatório, não é capaz de fazer
reversibilidades, atua ainda sem lógica.
Além da intuição, aparecem:
Pensamento Artificialista – atos humanos
atribuídos a fenômenos naturais: meu pai faz
chover.
Antropomorfismo – características humanas
atribuídas a animais: animais que falam.
Animismo – atribuir vida a seres inanimados: a
escada é má porque ela me derrubou; e
Realismo Intelectual – o modelo interiorizado
em detrimento da perspectiva visual: desenha
a figura humana vestida e coloca umbigo...
 ESTÁGIO OPERATÓRIO CONCRETO
7 a 11 ou 12 anos

 A criança torna-se capaz de executar

operações mentais contudo não
conseguindo ainda trabalhar com
proposições, enunciados verbais.
 Os procedimentos cognitivos não
envolvem a possibilidade de lógica
independente da ação.
 ESTÁGIO OPERATÓRIO
CONCRETO
7 a 11 ou 12 anos
 A criança está presa à realidade concreta,
tentando organizar o que está
imediatamente presente.
 As características mais evidentes do
pensamento pré-operatório vão cedendo
lugar a um pensamento que se torna cada
vez mais lógico, no qual a realidade é vista e
estruturada pela razão. Ainda não distingue
completamente o real do irreal.
 ESTÁGIO OPERATÓRIO
FORMAL
de 11 ou 12 anos em diante

Passagem do pensamento concreto para o

abstrato.

O adolescente é capaz de pensar em termos

abstratos, de formular hipóteses e testá-las
sistematicamente.
Passa a utilizar um modelo hipotético
dedutivo.
 É capaz de lidar com conceitos como liberdade e
justiça, etc.
 Esse estágio não é o término do processo de
construção do conhecimento, a lógica na
inteligência avança tanto quanto lhe permite e
exija o seu meio.
 O adolescente progressivamente domina a
capacidade de abstrair e generalizar, cria teorias
sobre o mundo, principalmente sobre os aspectos
que gostaria de reformular.
 Isso é possível graças a capacidade de reflexão
espontânea, cada vez mais deslocada do real, tira
conclusões de puras hipóteses.