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© 2019 Além da Tela: Psicanálise e Cultura Digital.
É permitida a reprodução desta publicação desde que sem alterações e citada a fonte.
Equipe Executora
O
II Simpósio Internacional Subjetividade e Cultura Digital: Saber, Criação e
Virtualidade dará continuidade ao intercâmbio de trabalhos e pesquisas nacionais
e internacionais iniciado no I Simpósio. A proposta é reunir pesquisadores de
diferentes campos do saber, de diversos espaços institucionais do Brasil e do mundo, e
promover o fortalecimento e a ampliação do diálogo entre eles.
O Simpósio é um evento interdisciplinar que envolve pesquisadores e profissionais na
discussão sobre o tema da cultura digital das seguintes áreas: psicologia social, psicanálise,
filosofia, ciência política, arquitetura, educação, antropologia, artes plásticas, comunicação
social, história e direito, entre outras, além de contar com convidados internacionais, com
reconhecido trajeto e produção nesse tema, que trarão importantes contribuições para o
evento. A metodologia de trabalho será o debate interdisciplinar.
Serão formadas mesas temáticas com pesquisadores convidados de diferentes campos
do saber. O evento contará, ainda, com fóruns de discussão para a apresentação dos trabalhos
inscritos em quatro eixos, visando a fomentar a produção acadêmico-científica e promover
um espaço de interlocução e divulgação dos trabalhos.
CARTA DE BOAS-VINDAS
Caro participante,
As coordenadoras,
Nádia Laguárdia de Lima
Márcia Stengel
Vanina Costa Dias
PROGRAMAÇÃO
02/05/2019 | QUINTA-FEIRA
08:00 - Credenciamento
09:00 - Abertura
Márcia Stengel (PUC Minas)
Nádia Laguárdia de Lima (UFMG)
12:15 - Almoço
15:45 - Intervalo
10:15 - Intervalo
12:15 - Almoço
04/05/2019 | SÁBADO
10:15 - Intervalo
10:30 - Conferência de encerramento: Uma década de pesquisa Eu Kids Online: reflexões para
uma agenda de estudo interdisciplinar e internacional
Convidada: Cristina Ponte (Comunicação/Universidade Nova de Lisboa, Portugal)
Mediadoras: Nádia Laguárdia de Lima e Vanina Costa Dias
ENTRE-IMAGENS: CIRCUITO AUDIOVISUAL
FÓRUM B ........................................................................................ 33
ELE NÃO DEIXA A GENTE FALAR: o adolescente, o professor e os gadgets
Luiz Henrique de Carvalho Teixeira, Juliana Tassara Berni & Nádia Laguárdia de Lima ................................ 33
CADERNOS EM TEMPOS DIGITAIS: como as tecnologias digitais afetam os usos deste material nas escolas
Lívia Alonso Tagliari ..................................................................................................................................... 33
INCORPORAÇÃO DO SABER JUVENIL DAS MEDIAS COMO SABER LEGÍTIMO
Diogo Ballestero Fernandes de Oliveira ........................................................................................................ 34
A VIRTUALIZAÇÃO DO TEXTO E A MEDIAÇÃO DOCENTE EM TEMPOS DE HIPERLEITURAS
Abinalio Ubiratan da Cruz Subrinho & Denise Dias de Carvalho Sousa ......................................................... 34
OS DESAFIOS NO USO DAS TICS NAS ESCOLAS FAMÍLIA AGRÍCOLA DO INTERIOR DO ES
Alexandre Fraga de Araújo, Luiz Paulo Ribeiro & Maria Isabel Antunes-Rocha ............................................ 35
INVERSÃO NO ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL: formação continuada de professores do Pará com a Google
Aldiany Fabrícia Ribeiro da Silva & Leonardo Zenha Cordeiro ....................................................................... 35
A APRENDIZAGEM A PARTIR DO OLHAR DOS PROFESSORES: desafios relacionais e pedagógicos
Fernanda Moura Bizarria, Julio José Rodrigues Alves, Liana Caldeira & Lia Carolina Ortiz de Barroz Glaz .... 35
A POSIÇÃO SUJEITO PROFESSOR ALFABETIZADOR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS FRENTE ÀS
TECNOLOGIAS DIGITAIS
Rhafaela Rico Bertolino Beriula, Ezio Saieves Beriula, Andressa Fabrina Klauck & Sérgio Pereira Maiolini .. 36
DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO DOCENTE EM LÍNGUA PORTUGUESA FRENTE À BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR
Mary Stela Surdi ........................................................................................................................................... 36
EDUCAÇÃO, CULTURA E TECNOLOGIA: reflexões sobre formação docente em escolas municipais de Belo
Horizonte
Cláudio Eduardo Resende Alves, Magner Miranda de Souza, Nilma Coelho & Márcia Stengel ..................... 37
FÓRUM C ........................................................................................ 38
RELATOS E PROPOSIÇÕES DE EXPERIMENTAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER ENGENDRADOS NA
CULTURA DIGITAL
Rogério Felipe Santos Teixeira & Flávia Virgínia Santos Teixeira Lana ......................................................... 38
O USO DE TECNOLOGIA MÓVEL PARA UMA APRENDIZAGEM AUTÔNOMA DE ESPANHOL
Sarah Elizabeth de Menezes Teixeira ............................................................................................................ 38
JOGOS VIRTUAIS: artefatos facilitadores para a aprendizagem do ensino de História
Josimar de Mendonça ................................................................................................................................... 39
O JOGO DIGITAL COMO ESTRATÉGIA PARA O APERFEIÇOAMENTO DE HABILIDADES POR PARTE DE ALUNOS
LEITORES/JOGADORES
Isabela Vieira Lima ....................................................................................................................................... 39
IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS DECORRENTES DA ANÁLISE DE EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS POR CRIANÇAS AO
FAZEREM USO DE SCRIBBLENAUTS
Sabrina Ramos Gomes .................................................................................................................................. 40
FERRAMENTAS COLABORATIVAS E A PRODUÇÃO DE CONTEÚDO NA WEB: uma experiência aplicada à
formação técnica
Sylvana Karla da Silva de Lemos Santos ....................................................................................................... 40
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA EDUCAÇÃO NUM CONTEXTO DE PLATAFORMIZAÇÃO
Heloisa Lopes Silva de Andrade .................................................................................................................... 41
ESCRITA COLABORATIVA: um estudo sobre o uso de TDICs na produção de textos
Carla Geralda Leite Moreira ......................................................................................................................... 41
JOGOS DIGITAIS NO BRASIL: educação e empreendimento com desafios acima da criatividade e do saber
Weslei Antonio Vilela & Loyane Cristine Cafieiro Monteiro .......................................................................... 42
A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL PARA OS ALUNOS ACULTURADOS NA TECNOLOGIA DIGITAL E O SABER
ESCOLAR
Paula Caldas Brognoli & Maria Sara de Lima Dias ........................................................................................ 43
FÓRUM D ....................................................................................... 44
HIBRIDISMO E PÓS-DIGITAL: desafios educacionais na Bienal de Arte Digital
Alexandre de Souza Milagres ....................................................................................................................... 44
O QUE UM CHATBOT PODE OU NÃO FAZER? Reflexões sobre os chatbots no ensino
Dario Reyes Reina & Matheus Icaro Martins ................................................................................................ 44
AVALIAÇÃO DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM PARA APLICAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS NO
ENSINO SUPERIOR
Iasmin Rabelo de Queiroz, Luciana de Oliveira Andrade & Janice Henriques da Silva Amaral ....................... 45
FILOSOFIA E INTERNET
Ryan Martins Silva de Oliveira ...................................................................................................................... 45
COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: um estudo de caso
Fernanda Cristina Abrão da Rocha, Ana Carolina Pinto da Silva, Jéssica Aparecida Correa do Espírito Santo &
Jefinny de Paula Dias Souza .......................................................................................................................... 46
ACESSO A PODCASTS COMO REFLEXO DA DISPOSIÇÃO DE INFORMAÇÕES EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM
Maria Eduarda Gama Almeida & Daniel Martins de Brito ............................................................................ 46
A MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA NO ENSINO UNIVERSITÁRIO: desafios e oportunidades
Maria Sara de Lima Dias & Pedro Moreira da Silva ...................................................................................... 47
INTERAÇÕES DOCENTES EM AMBIENTES EDUCACIONAIS DIGITAIS E SUA RELAÇÃO COM A CULTURA DIGITAL
Ione Aparecida Neto Rodrigues & Cláudia Maria de Paula Alves da Cunha .................................................. 47
TECNOLOGIAS DIGITAIS, LÓGICAS INSTRUMENTAIS E PESQUISA EM EDUCAÇÃO
Rodrigo Silva Caxias de Sousa, Elisângela da Silva Rodrigues , Gabriel Rodrigues Caxias de Sousa & Tales
Rodrigues Caxias de Sousa ........................................................................................................................... 48
SENTIDOS SUBJETIVOS DA APRENDIZAGEM EM CONTEXTOS DE ENSINO HÍBRIDOS
Cintia Inez Boll, Wilsa Maria Ramos & Maristela Rossato ............................................................................ 48
FÓRUM B ........................................................................................ 57
YOUTUBE E O COMPARTILHAMENTO DE TESTEMUNHOS: análise de vídeos de pais de crianças com autismo
Bárbara Morais Santiago Freitas & Paula Gaudenzi ..................................................................................... 57
MÁQUINAS DE PARANOIA: controle, subjetividade e tecnologia
Paulo Faltay ................................................................................................................................................. 57
COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NO FACEBOOK: os grupos de discussão de Ouro Preto/MG
Isabela Melo de Souza .................................................................................................................................. 58
INTERNET E PARTICIPAÇÃO: características, dinâmicas e atores
Vinícius de Souza Sturari .............................................................................................................................. 58
CENAS DE DISSENSO E DISPOSITIVOS INTERACIONAIS ONLINE NA RESISTÊNCIA INSURGENTE CRIADA PELOS
SECUNDARISTAS
Ângela Cristina Salgueiro Marques & Francine Altheman ............................................................................ 59
REDES SOCIAIS E JORNADAS DE JUNHO DE 2013
Diego Ricardo de Assunção Velho ................................................................................................................. 59
CONVITE AO ESPETÁCULO: “justiçamento” e promessa como elementos da narrativa dos programas policiais
Rômulo Magalhães Fernandes & Anna Carolina de Oliveira Azevedo ........................................................... 60
FORMAÇÕES DISCURSIVAS E EFEITOS DE MEMÓRIA NA REDE DIGITAL SOBRE O CARNAVAL BRASILEIRO 2018
Anísio Batista Pereira & Antoniel Guimarães Tavares Silva ........................................................................... 60
MÍDIAS DIGITAIS E FORMAÇÃO: a produção do esquecimento
Mariana Bergo Damaso Silva ....................................................................................................................... 61
FÓRUM C ........................................................................................ 62
BIG DATA, ALGORITMO E SUBJETIVIDADE: individuação tecnológica em tempos de neoliberalismo digital
Bruno Vasconcelos de Almeida ..................................................................................................................... 62
NOTAS SOBRE O CONTROLE PROTOCOLAR E O GERENCIAMENTO ALGORÍTMICO DO TRABALHO DOS
MOTORISTAS UBER
Ana Gonçalves Guerra .................................................................................................................................. 62
PLATAFORMAS E ALGORITMOS: notas sobre o controle e a subjetividade digital
Jackson da Silva Medeiros ............................................................................................................................ 63
O (IM)POSSÍVEL DIÁLOGO ENTRE PESSOAS E COISAS: interligando pessoas, chatbots e Internet das Coisas
Leila Jane Brum Lages Sena Guimarães & Eliane Cristina de Freitas Rocha .................................................. 64
O BIG DATA E A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES NA VIGILÂNCIA ALGORÍTMICA
Maria Rita Pereira Xavier & Alexsandro Galeno Araújo Dantas ................................................................... 64
RESPONSABILIDADE CIVIL E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Bruno Rodrigues Tavares .............................................................................................................................. 65
LIBERDADE CRIPTOGRÁFICA E HETERARQUIAS COLONIAIS NA RETÓRICA CYPHERPUNK
Gustavo Ramos Rodrigues ............................................................................................................................ 65
REFLEXÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO PRESIDENTE MICHEL TEMER NA REDE DIGITAL BRASILEIRA DE
2018
Antoniel Guimarães Tavares Silva & Anísio Batista Pereira .......................................................................... 66
IDEOLOGIAS DA MODERNIDADE E CRIAÇÃO DE UMA NOVA REALIDADE: legados para um mundo em crise
Adelaide de Faria Pimenta ........................................................................................................................... 67
SUBJETIVIDADES E INFRAÇÃO: sob elos e nuances das redes
Cristiane Dameda & Lucas Guerra da Silva ................................................................................................... 67
FÓRUM D ....................................................................................... 69
FEMINISTA OU ANTIFEMINISTA? Sara Winter, as imagens de si e o mito da heroína ativista
Nara Bretas Lage & Erika Cristina Dias Nogueira .......................................................................................... 69
CORPOS (IN)DÓCEIS: vivências de mulheres após a cirurgia bariátrica no período tardio
Larissa Baldoino da Paixão ........................................................................................................................... 69
JOGOS ONLINE E MACHISMO: várias concordam, muitos discordam, poucos justificam
Caio Hélio Nascimento de Andrade, Polliana Teixeira da Silva, Beatriz Fernandes Gomes da Cruz, Elisa Caldana
Chiarello, Lucas Magno dos Santos Teixeira & Natália Tatsch Wiesiolek ...................................................... 70
REVIDE DO NUDES: meu corpo minha sentença
Evandro Pereira Gonçalo Silva, Jéssica Girlaine Guimarães Leal & Cid Ivan da Costa Carvalho ..................... 71
A OBRA “QUEBRA DA MALDIÇÃO DESDE SEU NASCIMENTO” A PARTIR DA TEORIA CIBORGUE, DE HARAWAY
Uéverson Luiz Melato de Morares ................................................................................................................ 71
O ECOFEMINISMO NAS REDES SOCIAIS
Vera Guimarães Campos .............................................................................................................................. 72
CONTRACONDUTA: corpos desobedientes ocupam a cidade
Laura Fonseca de Castro ............................................................................................................................... 72
REELABORAÇÃO IDENTITÁRIA EM COMUNIDADES VIRTUAIS PELA VALORIZAÇÃO DO CABELO “NATURAL” NA
INTERNET
Marina Marques Tavares ............................................................................................................................. 73
CARACTERIZAÇÃO DO DISCURSO DE OPRESSÃO DE GÊNERO EM JOGOS ONLINE
Polliana Teixeira da Silva, Caio Hélio Nascimento de Andrade, Beatriz Fernandes Gomes da Cruz, Elisa Caldana
Chiarello, Lucas Magno dos Santos Teixeira & Natália Tatsch Wiesiolek ...................................................... 73
SPOTTED E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: possibilidades de (re)existir no ciberespaço
Maria Fernanda Gusmão Rego & Isabela Saraiva de Queiroz ....................................................................... 74
BORDAS MIDIÁTICAS: recepção e consumo do feminismo negro
Joselaine Caroline da Silva Santos ................................................................................................................ 74
FÓRUM B ........................................................................................ 83
A FUNÇÃO DOS ANIMES E DOS JOGOS DIGITAIS NA CONSTRUÇÃO DE SABER NA ADOLESCÊNCIA HOJE
Aline Aguiar Mendes .................................................................................................................................... 83
SABER-FAZER, JUVENTUDE E CULTURA: um estudo de orientação lacaniana sobre metodologias de trabalho
com jovens
Débora Matoso Costa & Ângela Vorcaro ...................................................................................................... 83
ADOLESCÊNCIA PRECOCE E SEUS EFEITOS PARA A PUBERDADE
Fabiana Cerqueira ........................................................................................................................................ 84
ADOLESCÊNCIA E LAÇO SOCIAL NO CONTEXTO DOS JOGOS VIRTUAIS
Renata Sartori Locatelli & Luís Flávio Silva Couto ......................................................................................... 84
“E QUANDO O NÃO-SABER SOBRE O SEXO SE FAZ PRESENTE NA REDE DE INFINITOS SABERES?”
Flávia Hasky ................................................................................................................................................. 85
ADOLESCÊNCIA, AUTOMUTILAÇÃO E LAÇO SOCIAL: identificação pelas redes sociais
Paula Cristina Barbosa de Carvalho Tavares ................................................................................................. 85
MAL-ESTAR E O SOFRIMENTO DOS ADOLESCENTES NA CONTEMPORANEIDADE
Thaís Penna Palhares ................................................................................................................................... 86
UMA COMUNIDADE DE OUVINTES PARA AS NARRATIVAS ADOLESCENTES NA CULTURA DIGITAL
Daniela Viola, Márcio Rimet Nobre & Nádia Laguárdia de Lima ................................................................... 86
FÓRUM C ........................................................................................ 88
PSICÓLOGO ONLINE: gerenciamento de impressões em perfis profissionais e pessoais no contexto digital
Bruna Lantyer Oliveira Garcia ...................................................................................................................... 88
LAÇOS AFETIVOS NA CONTEMPORANEIDADE: experiência de jovens usuários do aplicativo de relacionamento
Tinder
Vanessa Alves dos Santos & Vanina Costa Dias ............................................................................................ 88
MAIS ALÉM DO VIRTUAL: escolha profissional de adolescentes que vivem à margem da cultura digital
Vanina Costa Dias ........................................................................................................................................ 89
SOB O OLHAR DO OUTRO: o imperativo da exposição e a face superegoica no amor
Hélio Cardoso de Miranda Júnior .................................................................................................................. 89
AMOR "DIGITAL": a felicidade na ponta dos dedos?
Erilda Jovanina da Silva & Cristina Moreira Marcos ..................................................................................... 90
O USO DA INTERNET E A VIVÊNCIA DA CONJUGALIDADE: dois lados da mesma moeda?
Jéssica Buthers Lima Ferraz Fraga & Márcia Stengel .................................................................................... 90
AS RELAÇÕES AMOROSAS NA ERA DIGITAL
Nathielle Roberta Araújo Mota, Luma Mendes Campolina, Cristina Moreira Marcos & Márcia Stengel ....... 91
ORALIDADE E ESCRITA EM AMBIENTES DIGITAIS
Silas Gutierrez .............................................................................................................................................. 91
FÓRUM D ....................................................................................... 93
ANÁLISE DO DISCURSO DE INFLUENCIADORES DIGITAIS E O IMPACTO DE SEUS CONTEÚDOS
Ana Caroline Schuenck dos Santos, Laryssa Haiter dos Santos, Layla Carias Gonçalves, Adriana Woichinevski
Viscardi & Leonardo Fernandes Martins ....................................................................................................... 93
A RELAÇÃO DOS ADOLESCENTES COM OS YOUTUBERS
Gisele Colares Vilela & Igor Teuri .................................................................................................................. 93
APRESENTAÇÃO DE SI DE ADOLESCENTES NO INSTAGRAM
Mariana Matos Nascimento Oliveira ............................................................................................................ 94
A LÓGICA DAS REDES SOCIAIS NAS RELAÇÕES AMICAIS
Samara Sousa Diniz Soares & Márcia Stengel ............................................................................................... 94
FLUXO DE IMAGENS, EGOS DESCARTÁVEIS: do binarismo à criatividade
Luciene de Mélo Paz, Véronique Donard & Maria de Fátima Vilar de Melo .................................................. 95
A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PESSOAL
Cecília Sepúlveda del Rio Hamacek, Alícia Fagundes Monteiro & Lúcia Carvalho Costa ................................ 95
O USO DE FONES DE OUVIDO E O NOVO INDIVIDUALISMO NAS CIDADES
Clara Silberschneider .................................................................................................................................... 96
OS DESAFIOS DO SELFIE DA FORMAÇÃO DO INDIVIDUO A PARTIR DO CONCEITO DE INDUSTRIA CULTURAL
Gabrielle Raposo Chaves & Nivaldo Alexandre de Freitas ............................................................................. 96
EVENTO
Intercâmbio de trabalhos e pesquisas nacionais e internacionais
sobre subjetividade e cultura digital promovido pelos programas
de pós-graduação em psicologia da PUC Minas e da UFMG.
LOCALIZAÇÃO
CRONOGRAMA
TEATRO J.P. II
FAPSI
INSCRIÇÕES
CREDENCIAMENTO
CERTIFICADOS
ALIMENTAÇÃO
Além de cantinas localizadas dentro da própria universidade, é
possível encontrar bares e restaurantes próximos à PUC Minas.
Para mais informações, clique aqui.
HOSPEDAGEM Fizemos parceria com diversos hotéis de Belo Horizonte, que vão
oferecer descontos especiais para os participantes do evento. Para
mais informações, clique aqui ou entre em contato com a Airá
Eventos.
ALÉM DA TELA:
PSICANÁLISE E CULTURA DIGITAL Grupo de pesquisa orientado pela psicanálise com o objetivo de
investigar as relações dos sujeitos contemporâneos com as
tecnologias digitais. É responsável pela realização do evento.
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ORIENTAÇÕES
3. O tempo médio para cada apresentação será de 10 minutos. Isto pode variar
de acordo com o ritmo de cada pessoa ou grupo, mas o ideal é que ninguém
extrapole para que todo mundo tenha a chance de apresentar com tranquilidade.
FÓRUM A
através dos aparelhos celulares dos próprios a partir de uma experiência de conversação com
meninos e meninas. Ao analisar o conjunto adolescentes realizada em uma escola pública
dessas fotografias, ressalta-se: a onipresença do de Belo Horizonte. O tema da sexualidade era
aparelho celular no cotidiano dos/as recorrente nos encontros, os adolescentes
adolescentes; a dicotomia lazer/trabalho e falavam sobre o sexo sem nenhuma vergonha e
estudo/ludicidade apresentados como frequentemente com cinismo ou exibição,
elementos necessariamente dissociados; uma falando sobre os acessos que tinham a assuntos
autoimagem negativa. O estudo que se faz a sexuais através da internet. O grupo, tomado
partir deste trabalho tem como principais por uma grande agitação durante todos os
referências bibliográficas os textos de Cristina primeiros encontros, finalmente se acalma
Ponte e de Bialer & Voltolini, publicados em quando as moderadoras propõem que, afinal,
Juventude e Cultura Digital (LIMA et al. Orgs., falemos sobre aquele assunto que retornava
2017), que discutem a estreita relação da todo encontro: o sexo. A partir de então,
juventude e da adolescência com a cultura entendemos que a conversação finalmente tem
digital e o trabalho de Walter E. Ude Marques, efeito nos adolescentes que participam pela
publicado em Direitos das Crianças e dos primeira vez com interesse na atividade. Com a
Adolescentes (VIEIRA, FERREIRA, ANDRÉ Orgs., possibilidade da conversação, assuntos sobre
2017), discutindo a negação do lazer nos virgindade, mulheres, fantasias sobre
processos educacionais no mundo ocidental. relacionamento e o encontro com o amor
Questiona-se, a partir desta análise, a relação aparecem como possibilidades de fazer borda
que professores e professoras têm com a ao real do sexo, real esse que é ainda mais
cultura digital e em que medida a negação e ou avassalador graças às informações em
desconhecimento deste universo contribui para abundância na internet, mas que não fornecem
que adolescentes construam uma imagem nenhum tipo de saber sobre o sexo. Nossa
negativa acerca de si mesmos, além das hipótese é que a conversação, neste caso,
consequências que a primazia do trabalho e a funcionou como uma possibilidade de
negação do lúdico nos processos educacionais bordejamento do real do sexo que até então
trazem para meninos e meninas em processo de tomava conta dos corpos daqueles
formação identitária. adolescentes.
aos pais e lhes ensinando como circular por ele. cibercultura e como a educação formal tem
Tais apontamentos demonstram que a importante papel nestas ações. Ressalta-se, a
virtualidade tem produzido novos discursos na personalização associa-se à subjetividade do
família, interferindo nas relações parento-filiais sujeito, ao mesmo tempo que se integra ao seu
e alterando as barreiras geracionais. papel nas vivências sociais, como agente
partícipe e transformador do próprio meio. A
USO DE QR CODES NO PROJETO literatura aponta para eixos como
DENEGRIR individualidade, ritmo pessoal, liberdade,
responsabilidade, socialização e autonomia.
Fellipe Eloy Teixeira Albuquerque
Verificou-se também a necessidade de
Segundo o PPP- Proposta Política Pedagógica da compreender o sujeito em suas etapas de
EMEF Dezoito do Forte, o mês de novembro é humanização e como os meios digitais
destinado ao aprofundamento das discussões impactam na formação integral deste sujeito,
sobre racismo e à valorização da cultura afro- principalmente em sua adolescência e
brasileira, assim como à problematização das juventude.
origens e consequências do Feriado da
Consciência Negra. A proposta do Projeto O CINEMA NA ESCOLA COMO ESPAÇO
Denegrir desenvolvida pelo professor de Arte DE FANTASIA E CRIAÇÃO:
com a turma do 5º Ano B criou um mural de contribuições de Alexander Kluge
graffiti com representações de retratos de
personalidades negras e conteúdos digitais para Helga Caroline Peres
serem em atalhos acessados pelo público por Objetivamos neste trabalho apresentar e
meio de QR Codes fixados ao lado das imagens. discutir as considerações do escritor e cineasta
A recepção não foi favorável, mas o alemão Alexander Kluge. Envolvido com a
desenvolvimento do Projeto propiciou novas intenção de causar fissuras no tipo de
reflexões sobre o uso de aplicativos de celular experiência promovida pelos filmes no âmbito
por estudantes na escola. da indústria cultural – mediada pelo domínio da
consciência que tolhe reações autônomas do
PERSONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO: espectador –, Kluge lança mão da hipótese de
entre a subjetividade e os laços que a recepção fílmica possa se tornar um
sociais na cibercultura espaço de criação coletiva, onde a cooperação
do público é fundamental para que a construção
Cíntia Acioli da Silva Ramos
do filme se concretize. Segundo o cineasta, cada
O tema personalização tem somado discussões espectador é também um autor que, quando
nas práticas pedagógicas recentes, em especial assiste ao filme, cria através da imaginação e da
quando relacionado ao uso das tecnologias e as fantasia uma multiplicidade de novas imagens e
denominadas metodologias ativas, a qual tem filmes que completam aquilo que foi expresso
por preocupação o protagonismo discente na na tela. Deste modo, experenciar o cinema
escola contemporânea. Nesse sentido, o denota um espaço de criação coletiva onde os
propósito deste trabalho foi analisar, ante à espectadores completam a mídia no momento
revisão bibliográfica de literatura, como as da recepção, através de linhas de comunicação
práticas de personalização, em conjunto com que ocorrem na esfera pública. Lançamos mão
métodos ativos de ensino e aprendizagem, da hipótese de que tal concepção de cinema,
podem influenciar no papel do sujeito no uso presente nos escritos de Kluge, pode trazer
dos meios digitais, seus laços sociais na contribuições ao âmbito da educação escolar.
32
FÓRUM B
ELE NÃO DEIXA A GENTE FALAR: atenção dos alunos que só têm olhos para seus
o adolescente, o professor e os gadgets. Ainda assim, é ao professor que
gadgets muitos adolescentes dirigem uma demanda, a
de serem escutados. A fala, em tom de
Luiz Henrique de Carvalho Teixeira
denúncia, de um adolescente “Ele não deixa a
Juliana Tassara Berni
gente falar”, nos põe a refletir sobre qual o
Nádia Laguárdia de Lima lugar do professor nos dias de hoje.
A adolescência é o momento no qual a criança
abandona a infância e parte em direção à vida CADERNOS EM TEMPOS DIGITAIS:
adulta. Mas, se na infância o sujeito se como as tecnologias digitais afetam
encontra orientado pelos referenciais os usos deste material nas escolas
simbólicos, representados sobretudo pelo
Lívia Alonso Tagliari
ideal parental, na adolescência há a queda
desses ideais. Nesse momento, o professor se Este trabalho, vinculado à pesquisa de
apresenta como “um substituto paterno”. Mas, mestrado em desenvolvimento, tem como
no mundo de hoje, como nos aponta Miller, os objetivo investigar os sentidos e os motivos dos
gadgets contemporâneos de comunicação usos dos cadernos escolares nos dias atuais
fazem com que a transmissão do saber escape frente às tecnologias digitais que, em tese,
à voz do pai. A transmissão, agora impactaram nos modos de ensinar e aprender
horizontalizada, não permite que o professor e, por conseguinte, nas práticas pedagógicas. A
permaneça no lugar de detentor do saber. Num pesquisa visa também verificar se, quando
trabalho realizado numa escola de Belo estão inseridas na escola, as novas tecnologias
Horizonte, escutamos, em grupos de apenas substituem o uso do caderno ou se
conversação, adolescentes do ensino acrescentam inovações. Por fim, intenta-se
fundamental. Ao falarem sobre o cotidiano compreender como o uso das tecnologias pelos
escolar, sobre os impasses e conflitos que alunos de Ensino Fundamental I de escolas
vivenciam na escola, a relação com os públicas de São Paulo fora da escola pode
professores se apresenta repleta de queixas e contribuir, fortalecer e potencializar esse uso
insatisfações. Sobre o uso de celulares em sala na instituição escolar. Os cadernos, que
de aula, os alunos se sentem injustiçados, já consistiam em materiais aliados ao uso do
que os professores usam seus aparelhos método simultâneo, durante muito tempo,
frequentemente enquanto, para eles, esse uso passavam despercebidos aos olhos dos
é proibido. Por outro lado, os professores pesquisadores por ser um material escolar tão
também se queixam de não receberem naturalizado. Todavia, são uma fonte rica de
34
pesquisa, pois, por meio deles, é possível expressão literária, vários modos de acessá-la,
perceber conceitos que se têm de educação, e, sobretudo, que ambos os modos são capazes
tais como infância e escola, saber sobre os de formar comunidades em torno daquilo lido
alunos, os professores, o currículo, valores e para discussões.
costumes. Assim, até o momento, fez-se um
estudo sobre o histórico do surgimento e a A VIRTUALIZAÇÃO DO TEXTO E A
constituição dos cadernos como instrumento MEDIAÇÃO DOCENTE EM TEMPOS DE
escolar, uma análise que o marca como HIPERLEITURAS
produto e produtor da cultura escolar.
Abinalio Ubiratan da Cruz Subrinho
Também se fez um estudo sobre inovação
Denise Dias de Carvalho Sousa
educacional e a entrada das tecnologias digitais
no meio escolar. Diante dos dados coletados, O artigo discute aspectos teóricos e
nota-se, por um lado, o desejo dos alunos de metodológicos provenientes do fenômeno
integrar as tecnologias no cotidiano escolar, e, contemporâneo que se desvela com a
por outro, a resistência dos professores em virtualização dos textos, por conseguinte, nas
suas práticas pedagógicas que as utilizem. práticas e comportamentos de leitura, os
desafios e possibilidades que são lançados aos
INCORPORAÇÃO DO SABER JUVENIL docentes, formadores de ledores em tempos
DAS MEDIAS COMO SABER LEGÍTIMO cibertextuais. O armazenamento desses
objetos em espaços virtuais não se configura
Diogo Ballestero Fernandes de Oliveira
enquanto uma prática recente, antes, desde o
O docente de Literatura do Ensino Médio deve surgimento da internet, a função de repositório
ter em mente, quando prepara sua posta de de textos a acompanha. Contudo, o que vem
curso, os seguintes questionamentos: o que despertar o interesse das mais diversas áreas
meu aluno adolescente lê nos blogs, nos sites do conhecimento, observado o campo da
de literatura e entretenimento? Em termos de educação nesse estudo, é a construção dessas
narrativa, o que faz sucesso nas mídias textualidades nas redes sociais da internet, o
eletrônicas entre o público de sua idade? Como surgimento de gêneros emergentes, conforme
se estruturam essas narrativas? Qual as observa Marcushi (2003), e a recepção leitora
temáticas que provocam maior apelo junto à em rede. Desse modo, objetiva-se com esse
sua idade? É necessário que o docente se trabalho analisar entraves e perspectivas para
familiarize com esses saberes literários não a implicação desses ambientes na sala de aula,
canônicos, porém absolutamente capazes de sobretudo no que diz respeito à formação
estabelecer comunidades sociais de leitura leitora. Para isso, será adotado enquanto
entre jovens de cidades e, por vezes, de países método a pesquisa bibliográfica, realizando
diferentes, formando laços sociais por meio de uma revisão de literatura, assim como
uma cultura digital. Familiarizado com essa utilizados aspectos da investigação
Literatura consumida e, também, produzida documental, uma vez que se explora a Base
por seus alunos em blogs e sites especializados, Nacional Comum Curricular enquanto objeto
o Docente deve promover uma ponte de de estudo, também de observações nas redes.
diálogo entre essa Literatura dos meios digitais Toma-se por basilares os estudos de Miller
não inseridas no espaço acadêmico e aquela (2012), Rojo (2012), Coscarelli (2016; 2017),
mais tradicional, dos livros e cânone literário Leffa (2016), dentre outros. O
do país. A estratégia aproxima o aluno, porque desenvolvimento das práticas de leitura e da
este percebe que há vários modos de formação do leitor proficiente é um processo
35
EDUCAÇÃO, CULTURA E
TECNOLOGIA: reflexões sobre
formação docente em escolas
municipais de Belo Horizonte
Cláudio Eduardo Resende Alves
Magner Miranda de Souza
Nilma Coelho
Márcia Stengel
Esta apresentação oral propõe uma análise
crítica e reflexiva sobre o processo de formação
continuada de docentes da Educação de Jovens
e Adultos na Rede Municipal de Belo Horizonte
em parceria com o Programa de Pós-
Graduação em Psicologia da PUC Minas,
realizada no ano de 2018. Os encontros
mensais, realizados no Museu de Artes e
Ofícios, utilizaram estratégias metodológicas
dialogadas e participativas como rodas de
conversa, filmes comentados, dinâmicas de
grupo, visita ao acervo do museu e estudos de
textos. No contexto educacional
contemporâneo, compreender o fenômeno
relacionado à cultura digital não significa
simplesmente conhecer fatos, técnicas e
tecnologias. Torna-se necessário
compreender, descrever, analisar, interpretar
e refletir criticamente sobre esse fenômeno
cotidiano, investigando as relações históricas
entre os meios de comunicação social, suas
características e linguagens, a educação
escolar, a vida privada e os lapsos geracionais.
Nesse sentido, a formação docente visou
problematizar os impactos da cultura digital na
prática pedagógica, evidenciando as
implicações da tecnologia digital nos modos de
subjetivação contemporâneos. A partir de uma
avaliação positiva realizada junto aos
partícipes, a parceria entre as instituições foi
renovada para continuidade das ações
formativas no ano de 2019.
38
FÓRUM C
p.14). Sendo assim, o objetivo desse estudo objetivo desta pesquisa é mostrar o quão
é propor aos alunos do Ensino Médio a próximos e até conectados estão os
redação de um texto colaborativo on-line. campos da Educação e do
Para a execução da tarefa, eles utilizarão o Empreendedorismo quando nos referimos
software Google Docs. Um dos propósitos ao tema Jogos Digitais. Além disso, vamos
a observar seria identificar quais recursos mostrar também o quão próximos e
do programa são mais empregados pelos parecidos são os desafios e problemas que
alunos, de forma a possibilitar a interação estes dois campos enfrentam em relação
entre as equipes. Almejo, também, ao mesmo tema. Por meio de pesquisa
compreender o processo de escrita bibliográfica, o trabalho contextualiza de
colaborativa utilizando esse ambiente na forma objetiva quais são as principais
interação entre esses alunos. Para alcançar normatizações, recomendações,
os objetivos, contemplaremos o viés incentivos, desafios (financeiros, legais e
teórico da teoria dos multiletramentos culturais), perspectivas de mercado,
(COPE e KALANTZIS, 2012), em diálogo com problemas, etc., que permeiam a área dos
as reflexões do construtivismo social como Jogos Digitais no contexto dos campos do
meio de aprendizado (VYGOTSKY, 1978). Empreendedorismo e da Educação.
De natureza explicativa e interpretativa, os Discutiremos alguns dos desafios e
resultados preliminares apontam que os problemas e de que forma poderiam ser
estudantes interagiram com o software e minimizados ou superados. O foco da
entre eles. Considero que os estudantes Educação é diferente do
poderiam ter aproveitado de forma mais Empreendedorismo, mas a “boa interação”
significativa os recursos que o programa no primeiro leva naturalmente à
oferece. No entanto, percebo que os popularização e à imersão cultural do tema
discentes empenharam-se em redigir o e consequentemente ao desenvolvimento
texto juntos de forma síncrona, os dados do segundo. O mercado global dos Jogos
do software comprovam essa hipótese. Digitais oferece espaço para pequenos e
grandes produtores, gerando grande
JOGOS DIGITAIS NO BRASIL: retorno financeiro. Contudo, no Brasil, a
educação e empreendimento com possibilidade de crescimento ainda pode
desafios acima da criatividade e do ser maior. Como resultado da pesquisa,
saber mostraremos que a área dos Jogos Digitais
Weslei Antonio Vilela pode crescer e se popularizar ainda mais no
Loyane Cristine Cafieiro Monteiro Brasil, desde que sejam minimizados ou
eliminados os desafios e dificuldades que
Observamos que apesar do aumento
ela ainda enfrenta nos campos da
recente nos esforços dos últimos anos para
Educação e do Empreendedorismo.
incentivo ao crescimento da área de Jogos
Digitais no Brasil, esta área ainda vem
enfrentando diversos problemas quando
analisada sob a ótica do campo do
Empreendedorismo e/ou da Educação. O
43
FÓRUM D
Coordenadores: Marilza de Lima Friche (Psicologia - PUC Minas) e Ione Aparecida Neto
Rodrigues (Educação - Faculdade Ciências da Vida).
Sala: 108.
se movimentam os processos e as
formações subjetivas do aprender, em
contextos de ensino híbrido, para os
estudantes de licenciaturas no primeiro
ano da Universidade. Foram identificados
quatro indicadores da configuração
subjetiva do sentido de aprender do sujeito
do estudo. Os indicadores nos
possibilitaram produzir a hipótese de que
os processos e as formações subjetivas do
aprender, que constituem a configuração
subjetiva da identidade de aprendiz, vão
sendo desenvolvidos ao longo das
experiências de aprendizagem. O que no
início era uma dificuldade para se
caracterizar enquanto estudante da
aprendizagem nos dois ambientes
(presencial e online), em um segundo
momento oscila entre a
fortaleza/fragilidade com que se
reconhece como aprendiz. Ao longo do
processo, vivencia-se rupturas geradas
pelo tensionamento entre a aprendizagem
como uma prática relacional presencial e a
aprendizagem no modelo híbrido,
emergindo como um sujeito autônomo,
como resultado de um deslocamento
simbólico-emocional da identidade de
aprendiz em ambiente híbrido.
(1) Saber, biopoder e vigilância: o monitoramento dos corpos
na sociedade de controle; (2) Informação e governança
algorítmica: a personalização do mercado; (3) Segregação e
discursos de ódio: a política dos afetos nas redes sociais; (4)
Movimentos sociais e os novos modos de mobilização e
organização; e (5) Fundamentalismos, teorias conspiratórias e
manipulação das massas.
51
FÓRUM A
pós vacina não esperados: paralisias nas repensar a clínica. Por essa via,
pernas, dificuldades de locomoção, questionamos se há novas formas de laço,
desmaios e desmaios coletivos. Mães já que isso demandaria,
criaram comunidades virtuais para se consequentemente, uma análise da
manifestar contra a vacina do HPV, economia psíquica do sujeito
provocando uma reação negativa à mesma contemporâneo, visto que o gozo,
e levando a uma grande queda na adesão à anteriormente alvo de renúncias, torna-se
campanha. O andamento da pesquisa nos imperioso. Na clínica, já se percebe as
levou a questionar, através da análise do implicações dessa conjuntura sob a forma
discurso das mães, dos materiais oficiais e de sujeitos desbussolados cujo valor ético,
de produções das mães nos grupos virtuais, transmissível pelas tradições, pelas crenças
a eficácia das campanhas, fazendo uma religiosas e pela moral familiar, foi abalado
leitura a partir de Foucault e da psicanálise. não só pelo surgimento da razão científica,
mas pelo seu desmantelamento a
A PSICANÁLISE PELO AVESSO: posteriori, corolário da impossibilidade de
repensando a subjetividade e o laço assegurar uma verdade. Na busca por
social na era digital autonomia e reafirmação identitária, o
Polyana Santos Corrêa sujeito encontra nas mídias sociais uma
Allisson Vasconselos Oliveira exacerbação do narcisismo frente a
relacionamentos efêmeros.
A mudança de coordenadas simbólicas
ocorrida na passagem do mundo antigo
A ERA DO ALGORITMO:
para o moderno suscitou o aparecimento
os impactos na atual sociedade
do cartesianismo, pautado na razão como
informacional
uma operação de pensamento garantidora
da verdade, e na criação da psicanálise - Évelyn Vieira Gomes
fazendo-lhe oposição -, que fazia retornar, Izabella Alves Bittencourt
como um sintoma, o que se havia Os algoritmos não devem ser vistos apenas
renunciado: o sujeito. Ao questionar como códigos com consequências, mas
paradigmas teóricos que Freud buscava também como uma nova lógica de
responder, percebemos que, à época de conhecimento. Tendo em vista alguns
Lacan, a psicanálise já ganhava novos impasses causados por eles, bem como
contornos, dessa vez alicerçada no discurso uma manipulação que pode ocasionar
do mestre moderno, o que nos indica, de discriminação, violações de privacidade,
antemão, a capacidade de deformação de censura e abusos do mercado, se faz
seus conceitos diante de transformações necessário um processo de governança
sociais e políticas, as quais incidem em destes algoritmos. Essa governança
novos modos de produção da subjetividade costuma priorizar a responsabilização e a
e em uma reatualização do mal-estar. Na transparência, reduzindo os problemas
era digital, o mestre moderno se desloca; ocasionados pelos algoritmos. Assim,
seu expoente é o objeto a em ascensão, o algumas legislações sobre proteção de
qual faz surgir uma necessidade de dados já trazem que as decisões
53
FÓRUM B
atores que entraram em cena, buscamos Foucault e suas derivações para questões
entender o que são esses movimentos, comunicacionais (BRAGA, 2018). A
suas formas de organização e o papel da proposta é observar como as cenas
internet enquanto principal instrumento enunciativas insurgentes representadas e
utilizado por eles, com pesquisas e coleta narradas pelos estudantes no ato da
de dados através de seus sites e páginas em ocupação das escolas e no confronto com a
redes sociais, principalmente o Facebook. polícia configuram um sujeito político e
uma experimentação que aponta para um
CENAS DE DISSENSO E DISPOSITIVOS modo de estar no acontecimento
INTERACIONAIS ONLINE NA (DELEUZE, 2013). Esse processo, inspirado
RESISTÊNCIA INSURGENTE CRIADA no método da igualdade de Rancière (1996,
PELOS SECUNDARISTAS 2012), mostra como “relatos de si”
Ângela Cristina Salgueiro Marques (BUTLER, 2015), narrativas e imagens
Francine Altheman configuram cenas dissensuais de
resistência de “povos” expostos (DIDI-
Conhecida como “Primavera
HUBERMAN, 2010, 2017), fruto da
Secundarista”, o movimento secundarista
articulação coletiva dos secundaristas
teve início em São Paulo, em setembro de
(BUTLER, 2018), cujos arranjos se
2015, sob a forma inicial de um levante nas
transformam em um potente dispositivo
redes sociais digitais, promovido pelos
interacional.
alunos, que questionam medidas
arbitrárias do governo e reivindicam mais
REDES SOCIAIS E JORNADAS DE
informações (CAMPOS, MEDEIROS e
JUNHO DE 2013
RIBEIRO, 2016). Rapidamente, o levante vai
para as ruas, configura-se na ocupação das Diego Ricardo de Assunção Velho
escolas e instaura processos de Recentemente, o Brasil viveu um momento
comunicação próprios para a manutenção que sem sobra de duvidas já entrou para a
e organização das formas de sua gestão história como um dos momentos mais
cotidiana, fazendo com que um outro importantes das ações dos movimentos
desenho de ordem política se tornasse sociais em nossa sociedade, como
possível. A apropriação de espaços podemos observar na gama de publicações
conversacionais online, o ativismo em rede de artigos a respeito das jornadas de junho
e os registros audiovisuais dos atos e da de 2013. Segundo Warren (2014), o Brasil
truculência policial são exemplos de possuiu uma história onde a juventude ou
processos insurgentes que aparecem no os estudantes foram protagonistas
movimento dos secundaristas relevantes ou principais nas manifestações.
(ALTHEMAN; MARQUES, 2018). Este As manifestações de junho de 2013 foram
trabalho analisa o encadeamento das grandes atos públicos com número
ações, discussões, reações e resistências considerado de participantes e que
que envolveram a insurgência dos recolocaram os movimentos sociais nas
secundaristas em São Paulo, a partir da ruas, promovendo manifestações vista
construção conceitual de “dispositivo” de antes com essa mesma proporção apenas
60
A partir da problemática da
impossibilidade de formação do indivíduo
em uma organização social pautada pela
barbárie, que nega ao ser humano as
condições necessárias à sua constituição, o
presente trabalho pretende retomar
elementos da obra de Theodor W. Adorno
que permitam identificar os determinantes
62
63
FÓRUM C
FÓRUM D
Coordenadores: Luciana Kind do Nascimento (Psicologia Social - PUC Minas) e Carlos Magno
Camargos Mendonça (Comunicação Social - UFMG).
Sala: 206.
corpo se exige a ideais saúde, juventude e debates sobre variados assuntos nas
magreza. É nesse contexto que a obesidade plataformas. O machismo é um desses
aparece como uma epidemia mundial no temas que ganha novos patamares com o
século XXI. O obeso carrega sobre si o avanço da tecnologia. O objetivo deste
estigma de um corpo dissonante dos ideais trabalho foi identificar e caracterizar o
de saúde e beleza, desqualificado do ponto discurso em comentários de uma
de vista moral, estético, clínico e publicação sobre a participação feminina
psicológico. Nas últimas décadas a Cirurgia em jogos online. Foram analisados
Bariátrica e Metabólica se popularizou comentários e suas respectivas respostas
como uma opção eficaz de tratamento a no recorte de dois dias, onde 425 sujeitos
redução do peso e melhoria das expuseram sua opinião sobre o assunto. A
comorbidades associadas a obesidade. partir da análise, foi possível visualizar
Consideramos a cirurgia bariátrica como como a discussão se desenvolvia através
um dos procedimentos mais radicais no das respostas aos comentários principais,
que diz respeito à transformação corporal. onde foi encontrado que 69,5% das 512
Esta intervenção representa para muitos a respostas foram afirmativas e 41,6%
possibilidade de transformar um corpo elaboravam alguma explicação, ao mesmo
com o qual se tornou impossível conviver. tempo em que 25% foram caracterizados
Mas este corpo nunca cessará de ser como hostis, sendo em sua maioria feita
corrigido. Diversas são as práticas de por homens. Em relação ao
modelagem que operam neste corpo- posicionamento das respostas ao
rascunho visando a sua modificação (LE comentário principal, o qual concordava
BRETON, 2003). O objetivo destas práticas com a existência de misoginia nos jogos,
não parece ser a busca pela saúde, mas sim 35,7% foram a favor do mesmo, 22,3%
uma melhor adequação aos padrões contra e 31,1% ambíguas, as demais foram
estéticos estabelecidos pela cultura. neutras ou incompreensíveis. Diante
desses dados, pode-se perceber que uma
JOGOS ONLINE E MACHISMO: grande parcela das pessoas se preocupa
várias concordam, muitos em demonstrar sua opinião, porém poucas
discordam, poucos justificam são as que se dispõem a desenvolver uma
Caio Hélio Nascimento de Andrade explicação. Além disso, uma parcela
Polliana Teixeira da Silva considerável dos comentários demostrou
Beatriz Fernandes Gomes da Cruz algum tipo de hostilidade, sendo sua
Elisa Caldana Chiarello grande maioria feita por homens,
Lucas Magno dos Santos Teixeira reforçando assim a ideia de que práticas do
Natália Tatsch Wiesiolek discurso machista, tais como o
mansplaining e a violência verbal,
As tecnologias de informação e
migraram para os ambientes virtuais.
comunicação (TICs) estão muito presentes
na atualidade. Devido à grande quantidade
de usuários e à facilidade de comunicação
gerado pelas TICs, é comum encontrarmos
72
FÓRUM A
nesse cenário, são como peças menores. desenvolvida a vinculação das notícias
Propomos que esse discurso informacional falsas ao mecanismo da Verleugnung, onde
tem caráter análogo ao que Karl Marx nota o conteúdo dessas postagens e publicações
na noção de mercadoria assim como apresenta-se como negação da realidade
construída pelo capitalismo. A partir de concernente ao jogo político. A negação da
uma leitura do primeiro capítulo de O castração feminina apresenta-se como
Capital, expomos o conceito de fetichismo protótipo de todas as crenças e
da mercadoria – a aparência, gerada pelo inauguração de uma divisão presente em
sistema capitalista, de que o processo todas as crenças posteriores. Se, por um
produtivo é movido por si mesmo – e lado, acolhe-se a realidade da castração do
exploramos a ideia de um fetichismo da outro, por outro, a crença na mãe fálica
informação, sob o qual a produção e insiste. Da mesma forma, a crença na
circulação informacional se impõem, crença veiculada pelo outro resiste à
alheias a indivíduos que parecem não ter análise e deliberação, gestando os
agência sobre esses desenvolvimentos, os fenômenos que têm protagonismo na
quais, de fato, são criados somente pelo alteração alarmante do cenário político nos
seu labor. Investigamos então o que últimos anos. Pretende-se apresentar um
significa entender a informação a partir da desenvolvimento preliminar dessa
capacidade de trabalho humana. vertente ainda pouco discutida das fake
Aludiremos, baseados no pesquisador news.
Marcos Dantas, tanto à ideia de trabalho
como uma ação que acrescenta A ESPIRAL DE MEDIAÇÃO ENTRE O
informação aos materiais quanto aos dois CHECADOR E O LEITOR DO FACT-
tipos de trabalho informacional — CHECKING
aleatório e redundante. Operando com tais Giselle Aparecida de Oliveira Pinto
noções, estudamos enfim o caso da
Neste trabalho, buscamos compreender o
sobrecarga de informação — momento em
que caracteriza o processo de mediação do
que a capacidade de processamento
fact-checking e de que modo os leitores da
informacional de indivíduos e/ou grupos é
agência Lupa avaliaram o trabalho da
ultrapassada — para ressaltar aí a
ombudsman durante a cobertura das
possibilidade de inventividade.
eleições de 2018. Um questionamento
comum dos leitores em relação ao trabalho
A DIMENSÃO ESTRUTURAL DAS
de checagem é: quem checa o checador?
CRENÇAS E AS FAKE NEWS
Entendemos que ao escolher uma
Felipe Cordeiro Alves profissional para fazer essa ponte entre os
O presente trabalho objetiva abordar o leitores e os checadores, a agência Lupa
tema das fake news a partir da perspectiva aciona uma espiral de mediação que diz
estrutural, acrescentando às análises muito sobre como o trabalho de checagem
políticas os mecanismos em causa nesse opera, além de tencionar essa relação com
fenômeno que são opacos à racionalidade os leitores em um período particularmente
convencional. Sob esta perspectiva, é conturbado. Neste estudo de caso,
81
FÓRUM B
A FUNÇÃO DOS ANIMES E DOS JOGOS não saber que demonstra a fragilidade e
DIGITAIS NA CONSTRUÇÃO DE SABER instabilidade de balizas identificatórias
NA ADOLESCÊNCIA HOJE simbólicas em laço social contemporâneo.
Aline Aguiar Mendes Com base na experiência clínica com
adolescentes, iremos tratar a função dos
A adolescência designa um momento de
animes e dos jogos digitais na busca de
transição singular que depende do tempo
uma construção de saídas singulares diante
de cada um (LACADÉE, 2016). Uma das
da não relação sexual no contexto no qual
grandes contribuições de Freud sobre essa
há uma ruptura com um Outro como figura
temática é sua elaboração sobre a
do saber, como tesouro do saber.
metamorfose da puberdade nos
remetendo à escolha de objeto que implica
SABER-FAZER, JUVENTUDE E
uma referência ao Outro sexo em sua
CULTURA: um estudo de orientação
alteridade. A partir de Lacan e sua noção de
lacaniana sobre metodologias de
que “não existe relação sexual”, podemos
trabalho com jovens
dizer que o encontro com o sexo, com o
Débora Matoso Costa
objeto, se choca sempre com um impasse,
Ângela Vorcaro
um impossível da não relação sexual. A
adolescência, assim, é o tempo de Nosso objetivo é apresentar à comunidade
encontro com a não-relação sexual, no qual acadêmica resultados parciais da pesquisa
não há uma resposta pré-estabelecida de campo realizada com jovens imigrantes
sobre o que fazer face ao Outro sexo inscritos à Cruz Vermelha Francesa,
(LACADÉE, 2016). A psicanalista Damasia proposta como estágio doutoral.
de Amadeo de Freda (2016) enfatiza que o Apresentaremos essa experiência a partir
trabalho a ser realizado pelos jovens da noção lacaniana de “savoir faire” como
atualmente não seria mais uma busca de um dispositivo de orientação teórico e
desidentificar-se, de um desligamento das prático em metodologias de trabalho com
figurais parentais, mas a busca de um nome jovens e do uso das ferramentas digitais
que os identifique. Encontramos, então, como peça conectora ao trabalho com os
uma desorientação nos jovens de nossa jovens durante oficinas e ateliês, nos quais
época, um “não saber”, que não se refere a um produto final será construído por
uma verdade oculta no sintoma, mas um aquele coletivo ali presente. Traremos
85
FÓRUM C
Coordenadores: Vanina Costa Dias (Psicologia Social - Faculdade Ciências da Vida) e Jacqueline
de Oliveira Moreira (Psicologia/Psicanálise - PUC Minas).
Sala: 215.
construção de laços interpessoais. Nesse impactos que a cultura digital impõe sobre
âmbito, os aplicativos de relacionamento a sociedade atual e sobre a subjetividade
se colocam como novos espaços onde os dos adolescentes repercutindo no
indivíduos de diferentes idades têm processo de sua escolha profissional. A
buscado relacionar-se afetivamente. A partir de análise de micro dados
partir desse pressuposto, essa pesquisa apresentados pelas pesquisas
teve como objetivo compreender a do CETIC.br sobre o uso das tecnologias
construção dos laços afetivos de usuários pelas crianças e adolescentes brasileiros e
do Tinder e a influência dessa forma de de conversações com jovens de classes DE
contato na continuidade dos e de zona rural, e dialogando com os
relacionamentos. Tratou-se de um estudo conceitos de saber e saber-fazer na
de campo de abordagem qualitativa, psicanálise lacaniana, e de experiência e
primário e descritivo. O cenário do estudo vivência na filosofia benjaminiana,
foi uma cidade da Região Metropolitana de buscamos responder à questão que
Belo Horizonte/MG e a amostra foi impulsionou essa investigação, qual seja:
composta por jovens de 18 a 24 anos, como esses adolescentes marcados pela
selecionados por critério de conveniência. desigualdade social e econômica, e, além
A coleta de dados se deu por meio de disso, privados dos acessos às TICs, estão
entrevista audiogravada, previamente fazendo suas escolhas profissionais e sua
agendada, com roteiro semiestruturado, inserção nessa sociedade marcada por
construído a partir da literatura saberes e experiências construídos de
pesquisada. Para a análise de dados, forma cada vez mais virtualizada.
utilizou-se a técnica de análise de conteúdo
de Laurence Bardin, dialogando com SOB O OLHAR DO OUTRO:
autores contemporâneos da Psicologia o imperativo da exposição e a face
Social e da Psicanálise que pesquisam essa superegoica no amor
temática. Hélio Cardoso de Miranda Júnior
Os relacionamentos amorosos atuais estão
MAIS ALÉM DO VIRTUAL:
imersos em um contexto que os deixa
escolha profissional de adolescentes
muitas vezes à deriva. É em um mundo de
que vivem à margem da cultura
relacionamentos fluidos, para usar a
digital
expressão de Bauman, e de gozo
Vanina Costa Dias
prometido via gadgets, para caminhar com
Este relato de pesquisa apresenta uma Lacan, que hoje se busca o encontro com o
investigação sobre os usos das tecnologias sexo. Nesse encontro não há saber
digitais por adolescentes que vivem em constituído para orientar o que fazer com a
meios menos favorecidos e a implicação pulsão, mas o discurso que articula os
desses usos – ou a sua ausência - nas desencontros amorosos juvenis diz que o
relações com o saber /saber-fazer e a sexo pode (deve) ser vivido alegremente e
experiência no contexto da cultura digital. também que amar é sempre bom. Some-se
O principal foco de análise incidiu sobre os a isso a facilidade e a necessidade de se
91
FÓRUM D
Coordenadores: Samara Sousa Diniz Soares (Psicologia Social - PUC Minas) e Homero Nunes
Pereira (Comunicação Social/Ciências Sociais - Centro Universitário Newton Paiva).
Sala: 217.
Contexto que tanto pode apagar esse importância dos “resíduos mnêmicos
sujeito e suas relações com sua lógica de ópticos” e no “caráter especial do pensar
industrialização, monetização e visual”, que, para muitas pessoas, “parece
algoritmização de interações, como pode ser o método favorito” de pensar. Nossa
ser utilizado para a criação de saídas hipótese é de que a imagem de si, que
singulares e férteis em possibilidades possui uma instabilidade constitutiva, se
construtivas de si e de uma rede de manifesta no social, promovida pela
amizades. profusão de imagens ideais e seu fluxo
acelerado. Essa instabilidade favorece os
FLUXO DE IMAGENS, EGOS gozos do binarismo, fabricados pelos
DESCARTÁVEIS: objetos do mercado com suas falsas
do binarismo à criatividade promessas de felicidade e pelo controle
Luciene de Mélo Paz político social, do qual o sujeito escapa
Véronique Donard através de seus vínculos, desejos, e de seus
Maria de Fátima Vilar de Melo modos singulares de operar a realidade,
tecendo, no social, a vanguarda de cada
Há consenso sobre um novo ordenamento
época.
social, determinado, sobretudo, pelo uso
das novas tecnologias da comunicação e
A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA
dos dispositivos virtuais que modificam os
CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
modos de subjetivação e,
PESSOAL
consequentemente, as formas de
sofrimento. O presente trabalho é Cecília Sepúlveda del Rio Hamacek
resultado parcial de uma pesquisa que tem Alícia Fagundes Monteiro
como objetivo investigar sobre a ascensão Lúcia Carvalho Costa
vertiginosa das imagens e o declínio da O presente trabalho é originado de um
função das palavras na subjetividade projeto de pesquisa intitulado "Tecnologia
contemporânea. Imagens, como unidade e Subjetividade: A Construção de
da dimensão imaginária especular, que nos Identidades no Real e no Virtual". A
olham, nos formam e nos transformam, e pesquisa se encontra em andamento, os
palavras, como unidade da dimensão resultados e a discussão embasada no
simbólica, que se reproduzem por referencial teórico serão apresentados em
repetição, sem intenção, por vezes um Seminário à disciplina Estágio III do
ausentes ou como discurso de ódio. curso de graduação em Psicologia, no atual
Discutiremos sobre as transformações semestre. Busca-se descrever os aspectos
ocorridas com os novos regimes de relacionados à vivência do meio virtual
visibilidade e a operação constitutiva do eu através das redes sociais, frente à
que embasa a própria estrutura especular influência destas na construção da
de toda subjetividade. A abordagem identidade dos indivíduos que as utilizam.
psicanalítica ampara-se na teoria de Freud Assim, parte-se da premissa de que a
e Lacan. A leitura do texto freudiano nos identidade se estrutura através da
orienta na medida em que insiste na interação do sujeito com o meio social no
97
FÓRUM A
sobre o encontro adolescente com o real, assédio e violência ainda são constantes e
seus endereçamentos na cibercultura e geram, por vezes, a necessidade de
argumentos da Comunicação a respeito do utilizarem recursos para se manterem
corpo e a mídia. invisíveis nesse ambiente, além do próprio
mercado de trabalho na indústria
MULHERES GAMERS E AS RELAÇÕES tecnológica ainda ser muito restrito aos
DE GÊNERO NO AMBIENTE VIRTUAL homens. Portanto, é fundamental o
DE JOGOS aprimoramento dos estudos relacionados a
Luiza de Abreu França essa temática, a fim de fortalecer ainda
Maria Madalena Silva da Assunção mais a luta pelos direitos das mulheres
Márcia Stengel dentro do ambiente virtual de jogos.
sentido pelo leitor e buscar elementos que entender como é o processo cultural de
justifiquem sua crescente popularização formação de identidade através dos
entre usuários da Internet. Apesar de não memes, foram analisadas páginas
possuir uma característica expressivas de produção desse tipo de
predominantemente argumentativa, conteúdo, a South America Memes e a
objetiva-se apresentar e discutir o meme Shitboster2.0, bem como as relações entre
“O Que Nós Queremos” considerando as seus consumidores, através dos
críticas sociais e ideológicas por eles comentários. Para compreender os
veiculadas que, implicitamente, mobilizam processos identitários, autores como Hall
uma atitude persuasiva. A escolha pelo (2001, 2011), Canclini (2008), Martino
gênero justifica-se dada a crescente (2016), Giddens (1991) servirão como base.
popularidade do mesmo enquanto meio A cultura da mídia e a globalização digital,
cultural de manifestação do pensamento parte fundamental do cenário, serão
crítico, inserido na comunicação midiática também analisadas através de autores
da vida contemporânea. como Kellner (2001), Yúdice (2013),
Moraes (2006), Gómez (2006) e Hannerz
CULTURA DIGITAL E IDENTIDADE (1994). O ambiente digital, propício para o
PÓS-MODERNA: memes como surgimento de novas sociabilidades, será
criadores de comunidade e analisado através de autores como Lemos
identificação (2007) e Lévy (1999a, 1999b).
Duane Henrique Alves de Carvalho e Silva
Luiz Eduardo de Carvalho Alves VISITA VIRTUAL HOSPITALAR:
ajudando na recuperação dos
As ferramentas de compartilhamento de
pacientes internados
conteúdo digital, em especial as redes
sociais, possibilitaram o surgimento de Saulo Mengarda
uma nova forma de entretenimento, os O hospital é um local de acesso restrito e
memes. Apesar do termo originalmente que deve ter o menor fluxo possível de
denotar outro elemento, ele ganha um pessoas, causando ao paciente uma
novo significado no âmbito digital com sensação de isolamento, distância e
imagens e vídeos de humor, abandono. Dois principais motivos que
frequentemente referenciando outros podem dificultar os familiares de
elementos da cultura da mídia. Assim como realizarem a visita pessoal são os horários
produções musicais ou cinematográficas, pré-definidos e a patologia do usuário.
os memes passaram a ser um fator de Objetiva-se, com este trabalho, descrever
identificação, de forma que, pela vasta os processos de implantação e os
variedade de conteúdos criados resultados do projeto Visita Virtual, que
diariamente, certos indivíduos preferem permite aos familiares efetuarem uma
consumir determinado tipo em detrimento visita ao paciente que se encontra
do outro, criando certas comunidades, internado em um hospital público do
como uma nova tribo urbana, mas na estado do Pará. Para tornar possível a
cidade digital desterritorializada. A fim de funcionalidade da Visita Virtual, o hospital
103
FÓRUM B
FÓRUM C
seções (artigos, entrevistas e criações) as escrita de fan fiction, em especial, deve ser
concepções de Literatura digital trazida por analisada como uma nova maneira de
essa revista. Não deixaremos de considerar interagir com uma obra literária. Ao invés
as discussões referentes à construção de de se submeterem a aulas e análises
uma metalinguagem poética sobre a “autorizadas” pelo mundo acadêmico, os
literatura digital, propostas por: Murray fãs Janeites encontraram um espaço
(2003), Hayles (2009), Flores (2018) e próprio de troca na internet,
Aarseth (1997). Ressaltamos que essas principalmente, que é independente da
reflexões se inserem no contexto das concepção tradicional de como ler um
discussões fomentadas pelo projeto clássico, invertendo ou descontruindo a
“Observatório da Literatura Digital em hierarquia entre autor e leitor. Ao mesmo
Língua Portuguesa" (CNPq – 405609/2018- tempo, o fenômeno da JAFF também
3). apresenta limitações e contradições,
principalmente no que tange à reprodução
LITERATURA COMO CULTURA de alguns estereótipos do gênero do
PARTICIPATÓRIA OU MERCADORIA? “romance regencial romântico”. Essa
Reflexões sobre o fenômeno da Jane proposta, portanto, pretende analisar o
Austen Fan Fiction fenômeno da JAFF para pensar os ganhos e
Maria Clara Pivato Biajoli perdas dessa prática que vem desafiando
teóricos da literatura.
O grande número de histórias escritas por
fãs da autora inglesa Jane Austen a partir
CONTRIBUIÇÕES DO FANDOM DIGITAL
de seus romances, divulgadas tanto em
DE JANE AUSTEN PARA A
comunidades virtuais quanto em livros em
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
papel e ebooks, vem compelindo críticos
ACERCA DA ESCRITORA
literários a reconhecer a importância do
fenômeno da “Jane Austen Fan Fiction” Adriana Sales Zardini
(JAFF). O sucesso dessas variações, A participação dos fãs de Jane Austen nas
continuações e derivações, baseadas redes sociais favorece a interação e
principalmente no romance Orgulho e promove a construção colaborativa do
Preconceito, é condenado pela academia conhecimento sobre a escritora. O objetivo
tradicional, que tende a classificar essa desta pesquisa é analisar as contribuições
produção literária popular do fandom digital de Austen a partir das
necessariamente como inferior e banal interações dos participantes do grupo Jane
porque é produzida por fãs “leigos”. Austen Society of Brazil (JASBRA) no
Contudo, não é possível ignorar que, cada Facebook. De modo geral, as interações
vez mais, o acesso à obra de Austen hoje observadas na comunidade da JASBRA
entre esses fãs está conectado a esse contribuem para a emergência da
fenômeno e ao consumo de outros aprendizagem colaborativa. E, apesar de
produtos com o “rótulo” da autora, desde não ser um ambiente formal de
almofadas e camisetas a filmes e seriados aprendizagem e seus membros não se
de televisão. Dessa forma, a prática da considerarem especialistas em literatura
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