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ENSINO FUNDAMENTAL I
PROJETO SNIPE
Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
Colaboraram:
Carlos Amador
José Amat
Joan Curcó
Manuel González
Juan Gutiérrez
Pedro de la Herrán
Carmen Lomas
Ignacio Mirón
Pilar Mosteiro
Jesús M. Pastor
Benigno Sáez
Mahue Sánchez
Mireia Tintoré
Ángel Trascasa
Francisco Vendrell
de Educação Fundamental l
o PROJETO SNIPE
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
ÍNDICE
Capítulo I - INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8
Capítulo II - FINALIDADES EDUCATIVAS ................................................................................... 11
A. Desenvolvimento físico corporal ..................................................................................... 12
B. Formação do intelecto .................................................................................................... 12
C. Fortalecimento da vontade ............................................................................................. 13
D. Formação da afetividade ................................................................................................. 14
E. Formação cristã: doutrina e vida ..................................................................................... 14
Capítulo III - OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I................................................. 16
Capítulo IV - ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE A INCORPORAÇÃO NO CURRÍCULO DOS EIXOS
TRANSVERSAIS ........................................................................................................................ 19
A. EDUCAÇÃO FAMILIAR...................................................................................................... 20
B. EDUCAÇÃO MORAL ......................................................................................................... 23
C. EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO, ATRAVÉS DO TRABALHO ................................................ 35
D. EDUCAÇÃO PARA A CONVIVÊNCIA E PARA OS VALORES SOCIAIS ..................................... 37
E. EDUCAÇÃO PARA A SOLIDARIEDADE, O DIÁLOGO, A PAZ E A NÃO DISCRIMINAÇÃO ........ 38
F. EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................................... 40
G. EDUCAÇÃO PARA O AMOR (AFETIVA E SEXUAL) .............................................................. 41
H. EDUCAÇÃO COMO CONSUMIDOR ................................................................................... 51
I. EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE FÍSICA E MENTAL ................................................................... 52
Capítulo V - ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ......................................................................... 53
A. ASPECTOS GERAIS ........................................................................................................... 53
1. O PROFESSOR EDUCADOR ........................................................................................... 53
2. A TAREFA DO PROFESSOR ............................................................................................ 57
3. MOTIVAÇÃO ................................................................................................................ 58
4. A ATENÇÃO PESSOAL AOS ALUNOS.............................................................................. 59
5. DESENVOLVIMENTO SISTEMÁTICO DE CAPACIDADES E HABILIDADES .......................... 61
6. A LINGUAGEM COMO VEÍCULO DO PENSAMENTO ...................................................... 67
7. O TRABALHO AUTÔNOMO E COOPERATIVO DO ALUNO .............................................. 68
8. A TRANSFERÊNCIA DO APRENDIZADO E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ..................... 68
9. O CLIMA FAVORÁVEL PARA A APRENDIZAGEM ............................................................ 69
10. A AVALIAÇÃO ............................................................................................................ 70
11. USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS ................................................................................. 71
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Janeiro, 2016
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Capítulo I - INTRODUÇÃO
É patente nos nossos dias que a tarefa educativa não consiste apenas em
ensinar ou aprender a ler, escrever, saber algo de matemática e armazenar
conhecimentos, cada vez mais volumosos e mutáveis. É fundamental preocupar-se
com o desenvolvimento da capacidade de comunicação; do acesso e processamento
crítico da informação; da capacidade de identificação, questionamento e resolução de
problemas; do uso do raciocínio abstrato e científico e, por fim, da utilização
consciente e crítica dos recursos tecnológicos, em especial do mundo virtual e das
redes sociais. Além disso, a complexidade dos problemas atuais e a globalização dos
mesmos evidenciam a necessidade de cultivar a dimensão ética em todos os
estudantes.
É evidente que uma grande porcentagem dos alunos com “fracasso escolar”
tem capacidade intelectual para não se encontrar nessa situação. Sabemos que o
rendimento escolar envolve fatores como motivação, esforço pessoal, tempo dedicado
ao estudo, incentivo familiar e reforço do ambiente social. Contudo, ainda que esses
fatores sejam favoráveis, é inegável que é muito difícil manter a motivação e o esforço
pessoal, quando as estratégias pedagógicas não se demonstram eficazes para superar
os níveis de competência estabelecidos.
Por outra parte, o perfil ético deve ser desenvolvido com a formação da
consciência, a transmissão de valores e a formação das virtudes.
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diária. Aqueles que têm a arte de ensinar procuram colocar todos os meios ao seu
alcance para que seus alunos aprendam e mantenham sempre, em qualquer
circunstância, o entusiasmo por aprender.
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A primeira atenção deve ser dada aos pais dos alunos, assegurando dessa
forma uma eficaz colaboração entre a ação educativa familiar e a do colégio. Assim, os
pais proporcionam a seus filhos uma educação coerente, pois família e colégio
compartem os mesmos ideais educativos.
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Além disso, o homem é um ser social, aberto a Deus e aos outros, e deve
aprender a dar e a dar-se, não somente a receber. Deve aprender a amar.
B. Formação do intelecto
Orienta-se para proporcionar conhecimentos, hábitos e técnicas de trabalho
intelectual, bem como para favorecer o desenvolvimento das habilidades. Em
educação, não cabe um doutrinamento manipulador, nem uma atitude
aparentemente neutra, já que, com a palavra e com a conduta, sempre se parte de
alguns princípios e se apresentam alguns conteúdos morais determinados, corretos ou
não.
A diferença entre doutrinar e educar, em muitos casos, não está tanto no que
se ensina, mas em como se ensina. O importante é respeitar os alunos, ajudando-os a
assimilar e personalizar os valores que lhes são diretamente apresentados, os critérios
de vida e as virtudes, promovidos através de um processo educativo que fomente um
saudável espírito crítico.
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C. Fortalecimento da vontade
A educação da vontade tem como objetivo procurar que cada aluno se forme
no esforço e na responsabilidade pessoal, desenvolvendo hábitos que fortaleçam sua
capacidade de decisão e permitam colocar em prática o que foi livremente decidido. A
vontade se educa mediante o desenvolvimento das virtudes humanas, que facilitam
viver de acordo com critérios éticos de conduta livremente aceitos, conformes com a
dignidade pessoal.
Por meio da educação da vontade, os alunos são capazes de viver com fortaleza
os compromissos que adquiriram livremente, superando os obstáculos que possam
apresentar-se. Adquire-se, dessa forma, maturidade pessoal, pois aceitam as
consequências das próprias decisões. Uma vontade forte permite ao aluno ter
confiança em si mesmo e ser capaz de se governar, fazendo o que deve ser feito,
dominando os sentimentos do momento. Permite-lhe, portanto, ser livre, equilibrado,
sereno, senhor de seus próprios atos.
Pensar é requisito indispensável, mas não suficiente, para uma atuação correta.
É necessário ajudar os alunos a fortalecerem a vontade e a adquirirem virtudes
humanas.
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D. Formação da afetividade
Junto à formação da inteligência e ao fortalecimento da vontade, é necessário
também atender ao desenvolvimento da afetividade. Os sentimentos contam na vida
pessoal porque influem significativamente na formação das atitudes e das motivações.
Ter bons sentimentos facilita uma firme vontade para o bem.
É preciso educar ensinando a esforçar-se dia a dia para fazer o que deve ser
feito: aproveitar o tempo, tirar partido dos próprios talentos, procurar vencer os
defeitos do próprio caráter, buscar sempre fazer algo a mais pelas pessoas que estão
ao nosso redor, manter uma relação cordial com todos, etc.
O coração é uma força para o homem: quando vai pelo caminho da verdade e
do bem, os sentimentos nobres contribuem para lhe dar força e brio; mas os
sentimentos não nobres podem acabar extraviando o entendimento mais reto.
A pessoa motivada vê a meta como algo grande e positivo que pode conseguir.
Pelo contrário, com a indiferença, não se pode cultivar a vontade. O homem
entusiasmado sabe o que quer e aonde vai, está sempre vigilante e não se desmorona.
Até nos piores momentos há um vestígio de esperança debaixo das cinzas. Aí se apoia
a capacidade de recomeçar outra vez, o que faz a grandeza das pessoas.
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Não é também deixar de estimular e convidar a pessoa para receber com interesse e
proveito a formação espiritual.
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14. Adquirir noções e hábitos de caráter ético e religioso que levem a prezar a
importância dos valores básicos da cultura e do espírito e a adquirir gradualmente um
sentido mais profundo da liberdade e da responsabilidade mediante o
desenvolvimento de virtudes humanas e de suficiente critério moral.
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A. A educação familiar.
B. A educação moral.
C. A educação para o trabalho, através do trabalho.
D. A educação para a convivência e os valores sociais.
E. A educação para a solidariedade, a cooperação, o diálogo, a paz e a não
discriminação (por razão de sexo, raça, religião, ideias políticas, classe social,
etc.).
F. A educação ambiental.
G. A educação para o amor (afetiva e sexual).
H. A educação como consumidor.
I. A educação para a saúde física e mental.
A. EDUCAÇÃO FAMILIAR
Por natureza, o direito irrenunciável e a responsabilidade da educação dos
alunos correspondem a seus pais, a quem o colégio ajuda em sua tarefa insubstituível
de primeiros e fundamentais educadores.
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De fato são os pais quem devem propor as metas educativas para seus filhos,
quem traçam as linhas mestras de um autêntico projeto educativo pessoal: o que
quero para meu filho? Como quero educá-lo?
As profundas mudanças operadas nos últimos anos com relação aos valores,
mais ou menos aceitos socialmente, têm afetado à família em um grau muito maior
que aos centros escolares. É da própria família de onde deve surgir a principal e mais
eficaz reação.
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psicologia clínica dos últimos anos manifestam cada vez mais claramente a
importância do tempo compartilhado entre pais e filhos, para um desenvolvimento
equilibrado das crianças e para a construção de uma vida familiar saudável.
Este eixo transversal tem como objetivo primordial, dentre toda atividade
docente, oferecer aos pais ocasiões e meios de agir educativamente com seus filhos,
conscientes de que a principal participação dos pais no currículo é a que podem
realizar em seu próprio ambiente familiar, pelo bom exemplo e compartilhando o
tempo com os filhos em atividades realmente educativas e enriquecedoras para toda a
família.
O colégio deve animar os pais, com uma disposição positiva, para que
dediquem o melhor de seu tempo aos seus filhos. Os pais necessitam de entusiasmo,
da segurança de se sentirem capazes de educar muito bem seus filhos, e de uma ampla
gama de sugestões práticas de modos de fazer educativos na família. As entrevistas
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B. EDUCAÇÃO MORAL
Os organismos educativos internacionais apresentam o caráter prioritário que
se deve dar à educação moral nos diferentes sistemas educativos. A UNESCO
recomenda a seus países membros orientar a atividade educativa de acordo com as
seguintes prioridades:
desenvolvimento moral
atitudes e hábitos de comportamento
aptidões
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modo semelhante a pessoa que mande seguir uma estrada desconhecida da qual
previamente foi retirada a sinalização mais elementar.
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impressa em sua natureza, que o homem é capaz de conhecer e aceitar como princípio
que rege sua conduta e como garantia de realização pessoal.
O homem conhece a lei moral através de sua consciência. O que lhe dita a
consciência é resultado da reflexão pela qual a pessoa por si só pondera uma situação
concreta à luz dos princípios morais. Por isso, a educação moral ajuda os alunos a
responderem à seguinte pergunta: “Esta ação está de acordo com minha dignidade de
pessoa?”.
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Formação do entendimento
Já se advertiu que a educação moral na liberdade não pode ser entendida como
relativismo moral, mas que é necessário apresentar ao aluno os princípios morais
como reflexo da verdade objetiva, que se pode conhecer e que se fundamenta na
dignidade natural da pessoa humana e não no consenso ou na determinação relativa
de um momento histórico.
Não cabe também uma atitude aparentemente neutra, já que, pela palavra e
pela conduta, sempre se parte de alguns princípios e se apresentam alguns conteúdos
morais determinados, corretos ou não.
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Fortalecimento da vontade
Pensar é requisito indispensável, mas não suficiente, para uma atuação moral
correta. É necessário ajudar os alunos a fortalecer a vontade e a adquirir virtudes
humanas. A educação moral objetiva também a ordenação dos processos instintivos,
favorecendo uma disposição generosa para o bem que, em certas ocasiões, exige
sacrifício e renúncia para superar o próprio egoísmo.
A aquisição de hábitos morais fortalece a autoestima do estudante e sua
segurança pessoal, facilitando o alcance das metas a que aspira. Pelo princípio de
harmonia das virtudes, quando melhora alguma dessas qualidades, aperfeiçoam-se ao
mesmo tempo todas as demais, porque todas residem na unidade da pessoa.
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Formação da afetividade
Junto ao cultivo da inteligência e da vontade, é necessário também atender ao
desenvolvimento da afetividade. Os sentimentos contam na formação moral porque
influem significativamente na formação das atitudes e motivações. Ter “bons
sentimentos” facilita uma firme vontade para o bem. As vivências e valores que se
apóiam no sentimento e na afetividade enraízam fortemente na consciência.
Significa ainda examinar depois se a ação decidida está de acordo com o fim
que foi buscado. Por outra parte, para fortalecer a vontade é preciso proporcionar ao
educando, de acordo com seu grau de maturidade, ocasiões para agir livremente de
acordo com os fins de que se apropriou, ou seja, facilitar ao aluno oportunidades de
exercício.
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Tudo o que surge por primeira vez na consciência fica marcado e depois vai sendo
configurado. Ridicularizar, sem mais nem menos, os exageros da criança na aplicação
das normas morais pode prejudicar a formação de sua consciência.
Por volta dos oito ou nove anos, dá-se um grande desenvolvimento do sentido
moral. É a idade da diferenciação. A criança começa a considerar e analisar os motivos
e as consequências das ações, e a consciência moral torna-se mais coerente.
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quando ainda não se dão os problemas típicos da adolescência, pode-se avançar muito
no desenvolvimento sistemático de aptidões e virtudes.
Por volta dos 10 ou 11 anos, as crianças começam a dar-se conta de que ser
justo não tem razão de ser em se dar ou tratar a todos do mesmo modo. É importante
apoiar esse descobrimento, ajudando-as a considerar as distintas idades e
necessidades de seus irmãos ou companheiros.
Nesse campo, uma vez mais, o exemplo dos pais e professores tem um papel
fundamental e tanto podem aprender a amar a verdade como a ser excelentes
mentirosos.
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Objetivos:
2) Apoiar o crescimento da criança como agente moral: que aprende, pensa, sente,
decide e age.
Meios:
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Da mesma forma se pode proceder com os filmes, selecionando os que têm mais
conteúdo formativo e interesse para essas idades. Podem ser assistidos e
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Para que o trabalho sirva como meio de educação deve priorizar a pessoa, não
o resultado objetivo desse trabalho. Do ponto de vista educativo, é um requisito rico
em consequências: deve-se dar atenção ao aluno que trabalha e ao esforço que
realiza, assim como ao nível objetivo alcançado (que será fruto desse esforço por
trabalhar bem), sem que isto signifique não lhe dar a importância que tem; por outra
parte, para que um trabalho seja educativo, devem-se colocar em jogo as faculdades
pessoais, isto é, deve ser livre e consciente, realizado intencionalmente, assumindo a
responsabilidade da própria tarefa.
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sem esquecer que é necessário o esforço, de modo que enraízem hábitos e virtudes
que possam facilitá-lo.
O bom exemplo dos professores deve estar sempre presente na vida colegial,
assim como o empenho em utilizar, sempre que for possível, estímulos positivos para
conseguir o esforço diário dos alunos e conseguir o enraizamento dos hábitos do
trabalho e da fortaleza que ajudam a superar os desânimos e a natural preguiça,
causas importantes do abandono e do fracasso escolar.
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Por último, para que um aluno possa realizar com qualidade seu trabalho, além
de suficiente capacidade e dedicação, necessita também conhecer o modo de realizá-
lo. Os alunos fazem render melhor o tempo e o esforço pessoal quando conhecem e
empregam adequadamente as técnicas de trabalho intelectual que cada professor
deve ensinar-lhes como um aspecto fundamental do desenvolvimento de sua matéria.
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F. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
De forma gradual e por meio de um conhecimento ativo do ambiente, os
alunos e alunas se envolvem na conservação e respeito do meio, formando-se uma
mentalidade de responsabilidade na preservação dos recursos naturais disponíveis, de
acordo com suas possibilidades. Pretendemos conseguir a aquisição de hábitos e
atitudes de ação individual e coletiva em seu ambiente mais próximo.
Este eixo transversal é tratado como resposta urgente aos graves problemas
ambientais que nosso mundo tem enfrentado. A solução consiste em criar e
desenvolver uma consciência de conservação do meio ambiental. Serão trabalhados
com especial intensidade os conteúdos de procedimentos e atitudes, sem esquecer os
conceitos que estão reunidos nas diferentes áreas e, mais concretamente, nas de
“Conhecimento do Meio”, “Educação Física” e “Educação Artística”.
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O centro educativo pode e deve colaborar com os pais nesta tarefa através dos
meios pedagógicos que tem à sua disposição: desenvolver de modo positivo, delicado
e oportuno, através do ensino regular, os temas relativos à sexualidade; proporcionar
ocasiões na vida do colégio que promovam o desenvolvimento de hábitos e atitudes
que complementem o amadurecimento afetivo de cada aluno ou aluna; e assessorar
os pais dos alunos com os meios de que necessitem – argumentos, modos de dizer,
orientações, etc. – para que realizem uma informação sexual personalizada com cada
um de seus filhos ou filhas.
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Deve estar mais orientada para os valores e para o amor do que para denunciar
riscos e perigos. No entanto, é interessante considerar que com frequência os
pais consideram os filhos mais inocentes do que eles mesmos foram, e, além
disso, livres dos perigos e tropeços que padeceram em sua infância e juventude.
Temos que aceitar a realidade de que, atualmente, serão poucos os rapazes e
moças que não tenham contemplado na TV ou no cinema cenas eróticas mais ou
menos desafortunadas.
- Informação e formação
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adequado para iniciar uma verdadeira educação da afetividade que permita ao menino
ou à menina enfrentar do modo menos perturbador os problemas da adolescência.
Surge a curiosidade pelo papel do pai e da mãe na geração (como o bebê entra
no ventre da mãe?). Convém responder com disponibilidade e veracidade às
perguntas, de forma natural, sem adotar uma atitude de desconforto, utilizando uma
linguagem correta, simples, sem metáforas, de modo que se possa compreender a
explicação. Os pais “silenciosos” acabam gerando um clima de mistério e vergonha
neste aspecto.
1. Toda criança é uma pessoa única que deve receber, por isso, uma formação
individualizada. Dado que os pais compreendem, conhecem e amam a cada um
de seus filhos em sua singularidade, têm melhor condição para decidir o
momento oportuno de dar as diferentes informações, de acordo com o
crescimento físico e espiritual de cada filho.
4. Os pais devem dar a informação sexual com extrema delicadeza, mas de forma
clara e no tempo oportuno. Para valorizar o que se deve dizer a cada um, é muito
importante que os pais peçam, antes de tudo, luzes ao Senhor na oração e
conversem entre si, para que suas palavras não sejam demasiado explícitas nem
demasiado vagas.
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Nesta idade as crianças têm uma consciência clara do que é bom, do que é mau
e do que é pecado. Em muitos lugares, nesta idade, são preparadas para a Primeira
Confissão e para a Primeira Comunhão. É interessante colocar os meios para que a
criança compreenda que Deus deu ao homem e à mulher o sexo para um uso nobre e
maravilhoso: o amor entre marido e mulher, orientado à geração de novas vidas. É o
momento mais adequado para ensinar os filhos a serem agradecidos a Deus por todas
as coisas maravilhosas que nos deu.
É bastante frequente que nessa idade os filhos perguntem qual é o papel do pai
na procriação, a que podemos argumentar o seguinte:
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As meninas costumam perguntar “Por que não é bom que uma mamãe solteira
tenha um filho?”. Diante desta pergunta, com toda naturalidade, a mãe pode
argumentar que não é o que foi estabelecido por Deus: o normal é que o marido ajude
a mãe a cuidar, educar e manter o filho.
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Cada pai de família pode com seu talento e experiência, utilizar outros
argumentos adequados ou usar aqueles que aqui foram expostos com suas próprias
palavras.
É preciso que sempre se dê uma explicação certa e realista na qual nunca falte
alusão à ação de Deus, pois suprimir a intervenção divina seria faltar à verdade.
a) Atenção à puberdade
Se quando pequenos é indiferente que a informação seja dada pelo pai ou pela
mãe, agora é conveniente que o pai fale com os filhos e a mãe com as filhas.
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a conversa, aconteça o que acontecer. Essa data não é aleatória pois, de uma forma
geral, o despertar da sexualidade é diferente no homem e na mulher. Costuma ocorrer
nas meninas aos doze anos e um pouco depois nos meninos.
O rapaz deve saber que isso vai acontecer e que é normal que assim ocorra.
Que isso se repetirá de vez em quando. A roupa e os lençóis se mancham, mas os
adultos sabem e não há nada de especial; troca-se a roupa e está tudo bem.
Convém que toda menina esteja avisada e preparada para este fato, porque, se
não estiver, em alguns casos pode acontecer um choque psíquico que dificulta a
posterior maturidade afetiva. Coincidindo com a menstruação, a menina costuma
experimentar um cansaço físico, às vezes dores e também uma inquietação,
melancolia e irritabilidade.
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Mas os pais que antes não falaram com seus filhos possivelmente agora não
consigam ultrapassar a barreira da intimidade, porque entre os sentimentos novos que
experimentam os adolescentes está o de não querer deixar ninguém entrar em sua
intimidade. Somente, e não com facilidade, falarão de suas coisas aqueles cujos pais
ganharam desde sempre sua confiança, porque se mostraram em toda ocasião abertos
ao diálogo e à compreensão.
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1. À higiene geral dos alunos (a lavagem das mãos, dos dentes, a ducha depois
de praticar exercício físico, etc.).
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A. ASPECTOS GERAIS
1. O PROFESSOR EDUCADOR
Cada professor é um educador que ensina sua matéria sabendo que se trata de
um meio para que os estudantes adquiram conhecimentos e maturidade,
desenvolvam ao máximo suas aptidões e construam sua personalidade exercitando-se
nas virtudes.
Seu principal trabalho é colaborar com os pais dos alunos a que estimulem o
trabalho de cada um dos filhos em idade escolar para que amadureçam como pessoa,
sendo capazes de se valorizar por si mesmos.
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A equipe educadora
A ação educativa do professor não é fruto de uma atuação solitária, mas sim
solidária e coordenada com uma equipe de educadores.
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Qualidades do educador
A tarefa de educar requer naquele que a exercita um mínimo de qualidades
pessoais, tais como competência, atitude, entusiasmo profissional e interesse por
melhorar continuamente a própria formação, junto à maturidade pessoal e ao
equilíbrio emocional indispensáveis em quem deve orientar os demais.
Por outra parte, como em qualquer relação pessoal, o empenho por cuidar
habitualmente dos pequenos detalhes de delicadeza no trato – o sorriso habitual, o
modo de vestir e de se expressar, os pormenores que refletem tom humano – facilitam
o clima de profissionalismo e confiança mútua necessários para que se possa produzir
um verdadeiro diálogo pessoal.
Para desempenhar bem esta tarefa não é preciso ser uma pessoa excepcional,
mas são imprescindíveis o empenho eficaz para se formar e o espírito de serviço para
atender a cada família e a cada aluno como se fossem os únicos. Essas qualidades
estão acompanhadas pelos defeitos e erros normais de qualquer ser humano, desde
que não contradigam a figura do professor.
2. saber com quais meios conta: conhecer muito bem suas matérias, o plano de
formação e os diferentes meios e técnicas de ensino e orientação;
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4. saber quando e como se deve ou se pode agir: prudência e tato, tanto para
aproveitar e provocar ocasiões propícias, como para atender às situações imprevistas.
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2. A TAREFA DO PROFESSOR
A tarefa do professor não se limita à que se realiza na presença dos alunos, já
que também é fundamental a adequada preparação de seu trabalho, bem como a
avaliação dos resultados da atividade docente. Por essas razões, os professores se
ocupam resumidamente das seguintes tarefas:
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3. MOTIVAÇÃO
A motivação é um recurso pedagógico importante. O professor que sabe
motivar os estudantes costuma alcançar os objetivos a que se propõe. Em certa
medida, o rendimento escolar é consequência da qualidade da motivação.
Um fator que não pode ser esquecido na prática diária é que os alunos
precisam saber quais trabalhos estão sendo pedidos, quais objetivos devem alcançar,
quais meios têm para consegui-lo e como serão avaliados. A desmotivação para um
aprendizado decorre muitas vezes de uma situação de ignorância mais do que a
atitude negativa do estudante. Saber para que se faz algo, isto é, conhecer a relação
existente entre as atividades que realiza e os objetivos que pretende conseguir,
constitui a base da motivação.
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bem feito no trabalho escolar é percebido pelo aluno como um sucesso, e a esperança
de obter mais sucesso estimula a reiterar o comportamento aprovado pelo professor.
O reconhecimento dos acertos de um aluno – ou de um grupo de alunos – numa tarefa
determinada, motiva mais que a informação sobre as deficiências.
As atividades devem ser dosadas de tal forma que, a partir das mais acessíveis,
o aluno vá obtendo êxitos sucessivos. Se a exigência é pouca, os alunos mais
brilhantes, que reagem positivamente diante do desafio, perdem o interesse. Se a
dificuldade é excessiva, os menos capazes perdem a motivação. Como não é possível
encontrar tarefas que sejam adequadas para todos os alunos simultaneamente, torna-
se imprescindível uma diferenciação dos objetivos.
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d) procedimentos de recuperação.
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A. Fase Receptiva/Perceptiva
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B. Fase Reflexiva/Elaborativa
Análise
Comparação
Ordenação. Classificação
Experimentação
Cálculo
Inferência. Juízo
Formação de conceitos
Interpretação. Valorização. Avaliação. Crítica
Tomada de decisões
Solução de problemas
Síntese. Resumo. Definição
C. Fase Extensiva/Criativa
D. Fase Aquisitiva/Retentiva
Memorização mecânica
Memorização compreensiva
Evocação de conhecimentos
E. Fase expressiva/Prática
Expressão oral
Expressão escrita
Expressão técnica
Expressão artística: plástica, corporal, musical
Expressão comportamental (ética)
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Contar
Observação dirigida e livre
Observar diferenças e semelhanças
Observação e atenção visual e auditiva (discriminação de sons e ritmos)
Manejo de registros de observação
Percepção sensorial
Identificação
Ler
Uso de fontes de informação
Escutar
Perguntar
Questionários
Entrevistas
Pesquisas
B. Organizar a informação
Comparar
Ordenar
Classificar
Seriar
Relacionar
Colecionar
C. Elaborar a informação
Descrição de situações
Analisar
Interpretar
Resumir. Sintetizar
Identificação da ideia principal. Sublinhados
Representações gráficas
Mapas conceituais
Esquemas simples de chave
D. Compreensão e Expressão
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
E. Cálculo
Sequências
Localização em mapas e planos
Interpretação de gráficos simples
Horário de estudo
Uso de agenda
Distribuição do tempo de estudo
Ordenar as tarefas
Planificar e organizar o trabalho
Tomar notas
Técnicas simples de memorização mecânica e compreensiva
Reconhecer as ideias principais. Sublinhar
Avaliar as próprias realizações
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Devem ser colocados os meios para que os alunos se expressem cada vez com
maior fluidez e perfeição, tanto oralmente como por escrito, oferecendo numerosas
ocasiões de exercício.
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Trabalho individual
Trabalho em equipe
Trabalho com o grupo da classe
Trabalho em grande grupo
aprendizagem para outras áreas e para sua vida pessoal, de maneira que o aluno possa
interpretar e resolver novas situações que se apresentem com o que foi aprendido.
A decoração da sala deve ser sugestiva e variar com certa frequência: fotos,
pôsteres, trabalhos, mapas, etc., que se empregam nas classes para diferentes
atividades.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
10. A AVALIAÇÃO
É patente que os alunos estudam dependendo de como avaliam seus
professores, isto é, colocam-se os meios para que os alunos aprendam aquilo do que
mais tarde lhes será avaliado. Convém, portanto, apresentar na programação como
vamos avaliar os objetivos didáticos a que nos propusemos e, depois, traçar as
atividades de aprendizagem com as quais conseguiremos que os alunos superem as
atividades de avaliação programadas.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
a aprendizagem autônoma;
a realização de atividades de reforço e aprofundamento;
a integração entre iguais;
o trabalho em equipe, com autonomia sobre o professor;
a autocorreção e a correção compartilhada (ambas facilitam a
descoberta do valor positivo do erro como meio de avançar na
aprendizagem);
o respeito ao ritmo pessoal de aprendizagem;
a preparação do aluno para ser usuário crítico.
b) estimular informando o que está bem feito e o que se pode fazer melhor;
Não se trata de elogiar por elogiar, sem moderação nem motivo. Reconhecer o
positivo de uma pessoa ou de seu trabalho ajuda-a a sentir-se bem com ela mesma e a
motiva a aceitar o esforço que uma aprendizagem requer, já que está segura de suas
capacidades.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
em forma de elogio, com o que a satisfação de ser capaz de fazer algo bem feito e de
tê-lo feito passaria para um segundo momento.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
B. SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Os armários que se utilizam para separar uma zona da outra devem medir no
máximo 1 m de altura. Devem ser planejados para que todos os materiais estejam à
vista e ao alcance dos alunos. Convém posicionar de forma contígua as zonas de
trabalho que inter-relacionam atividades.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Convém organizar uma planilha onde se registrem as atividades feitas por cada
aluno e o modo como foram feitas. Outra ação interessante é manter um fichário com
as atividades realizadas de forma a construir um banco de ideias para ser usado e
aperfeiçoado nos anos posteriores.
Além disso, cada zona contará com materiais básicos para a realização das
atividades: papel, cartolina, cola, massa de modelar, tesoura, lápis de cor, tinta, etc. O
material deve estar ao alcance dos alunos. Um aluno pode ser encarregado de zelar
pela ordem do material e ajudar na distribuição do mesmo durante a atividade.
Livros de leitura
Fichas de exercícios de escrita ou caligrafia
Confecção de murais
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Réguas
Ábacos
Potes de materiais como: botões, bolas de gude, etc.
Dominó de números
Jogo de damas
Tangram
Jogo de três em raia
Jogos matemáticos
Jogos de números
Jogos de compra e venda (manejar dinheiro)
Fichas ou cadernos de cálculo
Pequeno quadro branco ou imantado
Terrários
Vasos para plantas
Pacotinhos de sementes
Aquários
Quebra cabeças de paisagens
Filmes sobre a vida animal ou sobre a natureza
Fichas de animais e vegetais
Instrumentos de medição (termômetro de ambiente, barômetro, bússola, etc.)
Mapas cartográficos
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Pinceis
Vários tipos de papeis
Vários tipos de tintas
Massa de modelar, plastilina
Cavalete para pintura
CD de músicas
Lã, ráfia, barbante
Jogos de construção
B. Visitas culturais
A visita cultural é uma situação de aprendizagem para todas as áreas, não
somente para a área de Conhecimento do Meio, como se poderia supor ao princípio. A
propósito de uma visita cultural, os alunos podem efetuar medições, quantificar dados,
classificar, fazer gráficos, descrever, relatar, narrar, assimilar um vocabulário
específico, desenhar, dramatizar, etc. Sempre que seja possível, as visitas culturais
estarão relacionadas com os conteúdos das unidades didáticas trabalhadas. Assim, os
alunos poderão atualizar seus conhecimentos e estarão mais motivados.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
C. Uso da tecnologia
Em um local na sala instalam-se um ou dois computadores com programas
educativos, além de uma impressora. Os alunos trabalharão em grupos de dois ou três
alunos. Os alunos devem ver e utilizar o computador como uma ferramenta a mais no
processo de aprendizagem. É importante que o trabalho seja autônomo, que não
requeira grande atenção por parte do professor, ainda que este deva estar atento e
disponível para os alunos.
Os objetivos do uso do computador na sala de aula são de ajuda ou apoio a:
Leitura e escrita
Cálculo
Conhecimento de cultura, tradições culturais, ambientes naturais, etc.
Criatividade
Autoconfiança
Autoavaliação
Aprendizagem de outro idioma
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Descrição da execução dos distintos padrões que são reforçados nos anos iniciais do
Projeto Snipe, com indicação do grau de dificuldade básico
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Pendurar-se: manter-se com o corpo suspenso (sem contato com o chão). Essa
suspensão se realiza por meio das mãos, das pernas, ou de ambas, que se agarram a
algum tipo de suporte.
Sugere-se: elevar ambas as pernas, estendidas, para frente; resistir, sem soltar-
se, quando um colega puxa pelos pés.
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Lançar: consiste em lançar um objeto no espaço, para que siga uma trajetória
determinada. As formas mais comuns de lançamento são as que se realizam com a
mão, ou com o pé.
1. Lançamento com uma mão por cima do ombro. É a forma mais natural de
lançar. Na fase preparatória, o corpo está voltado para o lado do braço que
lança, a perna contrária está à frente e o braço que lança está deslocado para
trás e dobrado pelo cotovelo, quase em ângulo reto. O lançamento se produz
mediante uma distorção do tronco, seguida do deslocamento horizontal do
cotovelo para frente e da extensão do mesmo, dando um passo com o pé
correspondente para frente, para equilibrar-se.
2. Lançamento com o pé. O padrão se inicia com um movimento para trás com a
perna que executa o chute, com o joelho flexionado. Na ação do lançamento, a
perna que chuta se desloca para frente e a perna de apoio se flexiona
ligeiramente. O braço oposto à perna que chuta se opõe a esta, para equilibrar
a posição do corpo.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
B. Audições musicais
O desenvolvimento da capacidade intelectual está associado ao
desenvolvimento sensorial. Quanto mais exercitamos os diferentes sentidos, mais
favorecemos o desenvolvimento global da inteligência e a capacidade para o
aprendizado. Além das atividades de expressão musical incluídas na área de Educação
Artística, programam-se para cada ano, as audições musicais.
As audições musicais:
Desenvolvem o sentido auditivo;
Facilitam a aprendizagem de outros idiomas;
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
formações musicais que se dão em cada época, de modo que os alunos possam captar
o mais característico de cada uma delas e percebam suas diferenças. Com exemplos
auditivos, pode-se conhecer a evolução da orquestra, nas variadas fases musicais e
pode-se, ainda, ensinar o aluno a distinguir os instrumentos musicais pelo som.
Listagem dos principais compositores e peças mais indicadas para o trabalho nas
séries iniciais
A época barroca
A maioria da música barroca é ideal para as audições musicais. Suas formas são
simples e bonitas. Os compositores barrocos compuseram um amplo repertório para
distintas formações musicais: concertos, sonatas, música de câmara, cantatas,
oratórios, concerto grosso (concerti grossi). Os compositores selecionados da época
barroca e suas obras são:
Compositor Obra
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
A época clássica
Também nessa época encontramos muitos fragmentos que servem para as
audições musicais. Os compositores clássicos descobrem a sinfonia. Continua a
produção de sonatas, música de câmara, concertos e música sacra. Os compositores
sugeridos são:
Compositor Obra
A época romântica
Existe uma clara diferença entre a primeira e a segunda fase do romantismo. A
maioria das obras da primeira fase é adequada para a audição musical infantil. Já as da
segunda fase são mais difíceis de entender e não convém que sejam trabalhadas nessa
faixa etária. Destacam-se as obras para orquestras, para a música de câmara,
concertos e aberturas. Os compositores sugeridos são:
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Compositor Obra
A época moderna
Os compositores sugeridos são:
Compositor Obra
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Sugestão de fichas de apoio para as audições musicais. Essas fichas podem ser
guardadas num fichário na sala de aula. Podem também ser fichas organizadas no
computador, de forma que vários professores tenham acesso. Tudo dependerá de
como a equipe pedagógica queira se organizar.
Época: Romântica
Versão:________
Informação Adicional
A - Biografia
Tchaikovsky nasceu em Votkinsk, na Rússia no ano de 1840.
Tchaikovsky começou a estudar piano aos cinco anos de idade. Logo se mostrou
como um precoce talento para a música. Seus pais, no entanto, queriam que o filho
fosse advogado. Tchaikovsky cursou a carreira de Direito, mas não chegou a terminá-
la. Dedicou-se inteiramente à música. Foi professor de Teoria musical no Conservatório
de Moscou e escreveu sinfonias, concertos, óperas e balés.
Suas obras mais conhecidas são: O lago dos cisnes, A bela adormecida, O
Quebra nozes, Abertura Romeu e Julieta, Abertura 1812.
B – Musical
Balé: composição musical em que os bailarinos expressam pensamentos e
sentimentos através da dança.
Na audição ouvimos uma autêntica marcha militar. Os soldados estão alinhados
e começa o desfile.
É fácil ouvir os soldados desfilando ao ritmo do tema principal, que vai se
repetindo muitas vezes, ao som dos instrumentos de sopro, acompanhados por
violinos que parecem vir atrás empurrando o desfile.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
C. Passeios de aprendizagem
Passear aprendendo e aprender passeando, poderia ser uma descrição
resumida desta situação de aprendizagem, que consiste em realizar um breve passeio
diário pelo colégio, exteriores, jardins etc. Tal atividade oferece várias oportunidades
de aprendizagem para os alunos e a possibilidade de melhorar o grau de empatia entre
o professor e os alunos. Com os passeios rompe-se a barreira das paredes da sala de
aula para sair à natureza e aprender diretamente dela, em um clima de alegria e
tranquilidade. A aprendizagem por meio do passeio pode ser dividida em três
momentos:
a) Em primeiro lugar, indicar o motivo do passeio (vamos dar um passeio para...).
Ao preparar a turma para o passeio, é importante recordar as normas básicas
de comportamento a serem respeitadas, ressaltando alguns aspectos como:
ficar perto do professor, percorrer o caminho sem gritar, não incomodar as
outras salas de aula durante o percurso. Nos primeiros meses é importante que
os alunos adquiram esses hábitos de ordem e atenção, que permitirão obter
maior rendimento dessa estratégia de aprendizagem.
b) Em segundo lugar, a realização do passeio, que permite observar a
espontaneidade dos alunos e incentivar atitudes positivas perante novas
aprendizagens.
c) Em terceiro lugar, ao retornar à sala de aula, os alunos podem realizar durante
alguns dias diversas atividades relacionadas com o passeio.
Em cada passeio, além dos nomes dos objetos, transmite-se também algum
conceito básico (por exemplo, é diferente de..., está acima..., junto a...). Para cada
passeio, trabalham-se no máximo três conceitos básicos diferentes.
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Lista de possíveis conceitos básicos que podem ser trabalhados num passeio
Acima Metade
Abaixo Centro
Através Tantas
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Longe Lado
Perto Começando
Junto a Outro
Dentro Semelhante
No meio de Nunca
Dentre Debaixo
Ao redor de Direita
Em cima Esquerda
Embaixo Frente
Sobre Atrás
Mais Adiante
Menos Aberto
Entre Fechado
Inteiro Cada
Vários Igual
Esquina Em ordem
Detrás Terceiro
Fila Isolado
Diferente Em conjunto
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Depois Alto
Quase Baixo
Programação A Programação B
10 objetos 10 objetos
Parada 1 Parada 1
Parada 2 Parada 2
lugar: sala da diretora lugar: recepção
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Parada 3 Parada 3
Parada 4
Parada 4
lugar: sala da diretora
lugar: portão de entrada
vocabulário: piso de cerâmica da
cor cinza vocabulário: é de ferro da cor branca
D. Os bits de inteligência
Os bits de inteligência são unidades de informação apresentadas aos alunos na
forma adequada ao seu momento evolutivo. O objetivo dessa técnica é aumentar a
capacidade de reter informação e estruturar a base para a aquisição de conhecimentos
sólidos. Os bits estimulam a inteligência, aumentam o vocabulário, melhoram a
capacidade de atenção e desenvolvem a memória. Os bits de inteligência devem
reunir as seguintes características:
1. Apresentar um único conteúdo: cada bit deve conter apenas um elemento.
Nada serviria, por exemplo, um bit no qual aparecem vários animais, quando a
intenção é mostrar apenas um.
2. Ter uma boa definição de imagem: o objeto deve ser identificado com clareza e
sem equívoco, quer seja um desenho ou uma fotografia.
3. Conter uma informação correta: a informação que acompanha cada bit deve
ser a mais exata possível, de interpretação unívoca. Por exemplo, um
chimpanzé será apresentado como CHIMPANZÉ e não como um macaco.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
4. Ser novo, claro e grande: deve conter uma informação nova para o aluno, sem
outros elementos que distraiam a atenção e no tamanho adequado para que se
veja sem dificuldade.
Sempre que possível, convém que em cada sala de aula estejam arquivadas
todas as coleções de bits que serão trabalhadas durante o ano. É uma boa experiência
utilizar as coleções já trabalhadas em atividades nas zonas de trabalho.
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
O professor de cada matéria planeja e "passa" os bits em sua própria aula. Cada
coleção é independente e pode constar de mais ou menos elementos, ainda que não
convém que contenham mais de 8 ou 10. No caso das classes em que entrem vários
professores, é necessário que exista uma certa coordenação, para que todos não
passem sua coleção de bits ao mesmo tempo.
Como por exemplo, para Linguagem pode-se confeccionar bits com letras,
palavras ou frases que vão sendo assimiladas através do processo leitor. Podem ser
muito úteis para palavras com dificuldades ortográficas. Também podem ser utilizados
na Matemática para a aprendizagem das tabuadas de soma, subtração e multiplicação,
como reforço do cálculo mental, com as formas geométricas etc. Para o Conhecimento
de Mundo pode-se elaborar bits de notas musicais, pinturas famosas, músicos e
artistas, para serem utilizados na área de Educação Artística.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Materiais:
C. As saídas de observação
São deslocamentos curtos pelo entorno próximo ao colégio. Não necessitam da
utilização de meios de transporte, nem outros preparativos fora do planejamento. Os
conhecimentos e experiências são enriquecidos em grande medida com estas saídas.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Devem ser realizadas duas saídas quinzenais (uma cada semana), centrando-se
em aspectos diferentes em cada uma delas. Convém dedicar uma das saídas para
observar uma série de coisas fora da quinzena, por exemplo, as mudanças produzidas
nas plantas em cada estação, ou fenômenos ocasionais e imprevisíveis como, um
temporal, um dia de vento..., que não podem ser planejados em tempo determinado,
porém deve-se saber aproveitá-los.Nestas saídas, é importante que os alunos levem o
caderno de campo e quando for preciso fazer coletas de amostras devem levar sacolas,
potes, caixas, máquina fotográfica e todo material que for necessário.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
D. O Teatro
O Programa de Teatro, integrado nas áreas de Língua portuguesa e Educação
Artística, melhora, entre outros fatores, a dicção, a expressão oral e corporal, a soltura
para falar em público, ao mesmo tempo em que aumenta a segurança pessoal e ajuda
a superar inibições.
Está previsto que se dedique a esta atividade uma hora semanal da área de
Educação Artística (Dramatização) e uma hora quinzenal da área de Língua Portuguesa.
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Solar Colégios
Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Portanto, um primeiro passo seria fazer uma avaliação inicial que proporcione
dados sobre a situação em que se encontra o aluno nas questões que são o objeto de
aprendizagem e assim definir o ponto de partida de cada aluno ou grupo de alunos.
Essa avaliação pode ser realizada mediante uma observação sistemática (conversas,
jogos e brincadeiras, etc.).
Estudo do meio
São deslocamentos curtos pelo entorno do colégio. Não é necessária a
utilização de meios de transporte, nem outros preparativos além da própria
programação. Os conhecimentos e experiências se enriquecem em grande medida
com estas saídas.
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
4. Aumentar o vocabulário.
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
Convém que a ambientação da zona seja muito cuidada. A decoração deve ser
mudada a cada quinze dias, acompanhando o tema ou motivo da saída. Seu objetivo é
criar um ambiente sugestivo e rico em estímulos. A zona, no entanto, pode contar com
elementos fixos, como: terrários, aquários, gaiolas com Hamster, coleções de minerais,
coleção de sementes, coleção de insetos, herbários, coleção de conchas, material para
trabalho em campo (binóculos, lupas, termômetro de ambiente, bússola, máquina
fotográfica, recipientes para coleta de material, redes de coleta, etc.), Atlas
cartográfico, documentários sobre vida selvagem ou meio ambiente, jogos educativos,
revistas ou artigos de divulgação científica, maquetes, pastas para arquivar os
trabalhos dos alunos, etc.
2. Linguagem e Literatura
A leitura
Será a principal atividade dessa etapa escolar. Nossa pretensão é que os alunos
leiam muito, leiam bem e que desfrutem lendo. O bom leitor não nasce, mas se faz. É
importante que ao concluírem o Ensino Fundamental I os alunos tenham adquirido o
hábito da leitura. Como acontece com a aquisição de qualquer hábito, trata-se de um
processo lento que deve ser conduzido pelo professor de forma gradual e persuasiva.
Os livros, textos ou artigos escolhidos devem instigar o interesse e o prazer do aluno.
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
4. Modalidade leitora:
Subsilábica (soletrar)
Silábica (leitura de sílabas)
Vacilante (leitura insegura, com pausas indevidas e regressões)
Corrente (leitura correta e com ritmo adequado)
Expressiva (leitura corrente com entonação e traços expressivos
adequados)
O Vocabulário
O vocabulário está na base de todas as atividades escolares. É preciso cuidar
muito bem da seleção dos textos e contextos que vamos oferecer aos alunos. Se estes
não respondem aos seus interesses, capacidades e necessidades suscitarão no aluno
um desprezo ou indiferença a uma atividade que será básica para o seu
desenvolvimento intelectual. Portanto, os textos escolares e literários devem
responder à realidade psicológica, de aprendizagem e educativa dos alunos.
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Espera-se que o professor tenha lido e trabalhado todos os textos que o aluno
utilizará durante uma avaliação (ou mesmo, exercícios de sala). Deverá sublinhar todos
os vocábulos que estime sejam mais difíceis para todos ou mesmo para alguns alunos.
Pode-se fixar um conteúdo de vocabulário para cada semana, por exemplo, 10
palavras. Elas serão objeto de um estudo sistemático e depois serão referência na
avaliação.
Expressão oral
A expressão oral é a primeira e mais natural forma de expressão, não só da
criança, mas de todo ser humano. É a mais utilizada e conhecida. A comunicação oral
está presente em todas as relações interpessoais: na relação com os pais, professores
e demais colegas de sala, nos meios de comunicação social, etc.
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A deliberação em comum para tomar decisões que afetem o dia a dia da turma.
Para tanto, o funcionamento e a rotina da sala de aula devem estar concebidos
como algo no qual todos devem participar e pelo qual todos são responsáveis.
O trabalho em grupo, em todas as áreas. Isso exige uma detalhada e prévia
planificação do professor. Se os alunos sabem a todo o momento o que se
espera deles, temos maior garantia de uma boa participação, motivação e
disciplina.
Os alunos devem sentir a necessidade e o interesse por comunicar aos demais
suas ideias, sentimentos e vivências. Portanto, é preciso criar um clima de
confiança, abertura, respeito mútuo que estimule a expressão espontânea dos
alunos.
As brincadeiras (como os jogos) e as atividades extraescolares são um meio
eficacíssimo para o desenvolvimento das habilidades linguísticas orais.
O que avaliar
1. Compreensão oral: se ouve bem, se escuta com atenção e respeito, se compreende
o que escuta.
2. Expressão oral: vocabulário (propriedade, uso devido, riqueza), correção gramatical,
pronúncia correta (com entonação e ritmo), uso de elementos paralinguísticos (gestos,
música, etc.), ordem lógica na exposição das ideias, ordem cronológica e espacial,
domínio das técnicas de expressão oral que foram trabalhadas em sala, uso excessivo
de expressões de reforço (né, pois é, então, etc.).
Expressão escrita
Os alunos do Snipe devem ser capazes de fazer exercícios de composição
escrita com essas características:
1. Boa apresentação, limpeza e respeito às margens.
2. Letra legível e cuidada.
3. Sem faltas ortográficas em palavras estudadas em seu nível ou em níveis
anteriores.
4. Uso correto do ponto final, do ponto parágrafo, da vírgula, do ponto de
interrogação e de exclamação.
5. Emprego de vocabulário com precisão e riqueza próprias para a faixa etária.
6. Capacidade de escrever vários parágrafos.
7. Apresentação de uma ordem lógica, temporal e espacial básicas.
8. Apresentação de frases gramaticalmente bem construídas.
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Estes nove valores que queremos ver plasmados nos exercícios de redação dos
alunos devem ser ensinados de maneira sistemática, intencional, um a um,
repetidamente e na prática.
Como se pode notar, antes de propor que os alunos escrevam sobre um tema,
é preciso dedicar momentos de preparação (para gerar a motivação adequada). Depois
que as redações são corrigidas pelo professor, é preciso dedicar outra aula para
trabalhar os erros individuais e coletivos, por exemplo, por meio da reescrita. Na
correção, os erros devem ser assinalados com claridade, facilitando que o aluno os
identifique e retifique.
Ortografia
A escrita é uma ação mecânica. Para conseguirmos essa resposta mecânica, é
necessário termos a imagem da palavra fixada na mente. Escrevemos tanto melhor
uma palavra quanto melhor temos fixada a imagem visual e motriz da mesma.
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3. Matemática
Dividimos a área de Matemática em seis grandes blocos: numeração,
operações, medidas e magnitudes, representação e orientação espacial, geometria e
tratamento da informação. Optamos por separar numeração e operação por
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entendermos que cada bloco tem suficiente entidade para ser estudado de forma
própria.
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é um aspecto relevante na área de matemática. Na
medida do possível, procuraremos relacionar os conteúdos específicos com outras
áreas do conhecimento, em especial com Conhecimento do Meio e Português (no que
diz respeito ao bom entendimento dos enunciados e problemas de lógica).
Como premissa, é necessário procurar que o aprendizado de Matemática tenha
seu fundamento na realidade. Somente pelo contato permanente com a realidade, os
alunos chegarão a entendê-la, e evitaremos o surgimento de fobias e traumas.
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inicial de cada novo conteúdo quando descobrimos quais são as ideias, conceitos ou
habilidades que os alunos trazem é a única maneira de seguir um caminho seguro para
o bom desenvolvimento intelectual.
Matemática e pensamento
O grande objetivo no estudo da área de matemática é que os alunos adquiram
estratégias intelectuais e desenvolvam um pensamento lógico.
Não se trata de que os alunos memorizem uma série de caminhos para chegar
a uns tantos resultados, ainda que isso também seja necessário. O mais importante é
que os alunos consigam descobrir, sozinhos, suas próprias estratégias. Muitas vezes
nos surpreenderemos com a complexidade lógica das mesmas. O descobrimento e uso
dessas estratégias facilitam a memorização.
Orientação espacial
Assim como a aquisição de estratégias cognitivas é algo básico, também o é o
desenvolvimento da capacidade espacial. Esta habilidade é objeto de outras áreas do
currículo, mas a área de matemática oferece uma grande contribuição.
Estratégias de cálculo
Pretende-se com as estratégias de cálculo que os alunos sejam capazes de
descobrir maneiras de realizar mentalmente as operações. Não se trata que
memorizem simplesmente as estratégias ensinadas pelo professor, mas que eles
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
mesmos descubram formas de fazê-lo de maneira mais fácil. Toda estratégia que se
memoriza sem a devida interiorização está fadada ao esquecimento. Esta é a primeira
razão para não se obrigar a aprender – pura e simplesmente – estratégias de cálculo
mental. Uma segunda razão, talvez mais profunda, é que através da matemática
buscamos desenvolver aptidões nos alunos. Não devemos pretender que os alunos
dominem e tenham automatizado o algoritmo da divisão, que sem dúvida é
fundamental, mas que dominem o conceito de divisão e, só mais tarde, dominem e
automatizem o algoritmo.
Matemática e jogo
As brincadeiras e os jogos despertam fortemente o interesse das crianças na
faixa etária a que se dirige o nosso projeto. Por isso, é extremamente oportuno utilizar
metodologias lúdicas no processo de ensino-aprendizagem. Mas o professor deve ter
claro que não se trata de brincar ou jogar, simplesmente. A criança nessa faixa etária
está aberta ao mundo – sua curiosidade é acentuada – e o que mais quer é aprender.
Em outras palavras, o nosso objetivo é que os alunos aprendam e que também
entendam que a tarefa intelectual exige esforço. Esforço este que vale a pena. Mas
tudo isso pode acontecer num ambiente distendido e positivo.
Os jogos também são úteis para aqueles dias difíceis que, pelo motivo que for,
os alunos encontram-se mais cansados ou agitados. É preciso conseguir que continuem
trabalhando mesmo em condições adversas. Na maioria das vezes, isso será possível se
mudamos a atividade normal, e o próprio aluno se interesse pela matéria.
Um meio muito propício para conseguir integrar o jogo dentro da atividade
normal da área de Matemática são as zonas de Matemática.
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Resolução de situações-problemas
A resolução de situações-problemas será uma parte fundamental nas quais se
deve incidir continuamente. Em primeiro lugar, será a metodologia utilizada para que
os alunos cheguem a novos conhecimentos. Em segundo lugar, o resolver situações
problemáticas ajudará a que integrem os conteúdos de matemática com outras áreas.
Em terceiro lugar, servirá para que aqueles alunos que tendem a um pensamento mais
analítico desenvolvam essa capacidade e aprendam a concretizar e, ao mesmo tempo,
para que aqueles alunos com pensamento mais sincrético desenvolvam sua
capacidade de análise.
Em todo caso, será necessário seguir alguns passos para chegar a tudo isso. Um
dos objetivos do projeto Snipe para a área de Matemática é, portanto, utilizar
estratégias de resolução de problemas que impliquem: ler e entender a pergunta,
representar graficamente o problema, analisar e escrever as possibilidades, escolher
os dados e operações necessárias e comprovar o resultado.
Será bom que num primeiro momento essa resolução de problemas se realize
de maneira manipulativa, para chegar mais tarde a entender qual a pergunta que está
sendo feita, a escolher os dados necessários para trabalhar, a estimar um possível
resultado, a determinar as operações que serão realizadas e a comprovar o resultado
final.
Deve-se dar muita importância para a estimação do resultado antes de se
efetuar qualquer operação. Isso é uma preparação para o uso futuro da calculadora.
Os equívocos que ocorrem no uso da calculadora normalmente relacionam-se com a
dificuldade de identificar a pergunta do problema e quais são os dados fornecidos e
como devem ser relacionados entre si. Uma estratégia interessante é introduzir no
problema dados irrelevantes ou desnecessários como forma de obrigar a que o aluno
busque circunscrever a pergunta. É fundamental insistir no entendimento da pergunta,
pois só assim é possível chegar a uma solução válida.
A zona de Matemática
Como já foi dito, na área de matemática queremos desenvolver o pensamento
lógico dos alunos. Portanto, partiremos de situações concretas nas quais o aluno
descobrirá o problema que é proposto e os possíveis caminhos para encontrar a
117
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solução. As zonas de trabalho na área de Matemática são de grande valia para alcançar
esse objetivo.
A zona de Matemática é a situação de aprendizagem na qual o aluno trabalha
de forma mais autônoma e pode dedicar mais tempo a suas atividades preferidas.
Respeitar o ritmo de aprendizagem de cada aluno é a única maneira para que todos
aprendam. Por outro lado, também é possível incentivar a aprendizagem cooperativa
dentro do grupo, com o trabalho tutorial, em que uns ensinam os outros.
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4. Outros idiomas
No processo de ensino-aprendizagem de Inglês (ou de uma terceira ou quarta
língua) os seguintes aspectos devem ser considerados:
1. Facilitar o máximo input linguístico para os alunos:
Aulas em inglês.
Predominância do método direto, aplicado de forma flexível. Aprendizagem de
temas acadêmicos e culturais que permitam a aplicação do vocabulário dentro
da escola.
Promover a dedicação do tempo livre dos alunos para a leitura ou para a
utilização de recursos audiovisuais e afins que permitam a ampliação do
conhecimento.
2. Dar destaque à linguagem formal acadêmica. Importância da linguagem escrita,
sobretudo da leitura, como base para o trabalho autônomo e individualizado. Para isso
se intensificará a utilização de textos expositivos e argumentativos, sem deixar, no
entanto, de utilizar também textos literário-criativos.
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6. Procurar que o aluno responda sempre de modo ativo ao que lhe é proposto. Ajudar
a que fixem metas em cada atividade. Planejar tarefas que facilitem a concentração e
que suponham um pequeno esforço.
O jogo ganha destaque entre as atividades. Muitas vezes, o jogo será a própria
atividade proposta: adivinhações, solução de problemas, competição entre equipe,
etc.
Devem-se empregar todos os meios ao nosso alcance para garantir e manter a
motivação dos alunos: escolha de textos interessantes, recompensas imediatas ao
esforço dos alunos, elogios (reforço da autoestima), atenção e valorização de aspectos
das personalidades dos alunos, etc.
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5. Educação Artística
Artes Plásticas
Com a educação plástica pretende-se ensinar a criança a olhar, analisar e
compreender as imagens transmitidas pelos diferentes meios de comunicação:
expressões tradicionais (pinturas, esculturas, etc.) ou modernas (fotos, cinema,
imagens virtuais, etc.). Pretende-se também que o aluno consiga sistematizar sua
atividade espontânea, desenvolver sua criatividade e sua capacidade de comunicação.
Para alcançarmos esses objetivos temos que oferecer ao aluno, de acordo com
sua maturidade pessoal e social, uma gama de possibilidades, de sensações, emoções
e vivências. A utilização de todos os sentidos, a variedade e riqueza de estímulos, a
familiaridade com diferentes tipos de técnicas e materiais unidos às experiências
pessoais dos alunos e seus conhecimentos prévios favorecerão esse processo.
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Música
Educar musicalmente significa transmitir a linguagem musical de forma viva.
Aprender a escutar e produzir música. Será uma educação formativa e estética, na
medida em que tenhamos pensado em canções e peças musicais que estejam de
acordo com os interesses e aptidões interpretativas dos alunos.
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A destreza manual deve ser desenvolvida nos alunos muito antes que entrem
em contato com algum instrumento. É preciso desenvolver todas as possibilidades e
capacidades motoras esperadas para a faixa etária com a qual estamos trabalhando.
Arte Cênica
Com a dramatização o aluno amplia largamente suas possibilidades de
comunicação e expressão. Utiliza sua voz e seu corpo, o espaço e o tempo como
recursos cênicos que enriqueçam sua expressão.
Máscaras e maquiagem podem ser usadas para gerar segurança nas crianças no
momento em que se apresentarem diante dos colegas. Os objetos usados nas
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6. Educação Religiosa
de estratégias sem perder nunca de vista os objetivos que pretende alcançar em cada
caso. É preciso selecionar muito bem as atividades para que sejam motivadoras,
estimulem a curiosidade e promovam uma atitude positiva em relação ao aprendizado.
6. Ter consciência de que os alunos são diferentes entre si. No processo educativo
procuramos que cada aluno alcance seu máximo desenvolvimento pessoal e exercite
realmente suas capacidades. Para isso cabe ao professor o desafio de adaptar os
ensinamentos e as atividades às possibilidades, necessidades e interesses de cada
aluno. O trabalho individual, bem programado, facilita sem dúvida que cada criança
desenvolva melhor o ritmo de aprendizado que lhe é próprio.
7. Estimular a expressão pessoal do aluno. Além de oferecer um claro conhecimento
da mensagem cristã, a formação religiosa deve contribuir para que os alunos adquiram
um bom sentido crítico e que sejam capazes de expressar seus próprios sentimentos,
opiniões e convicções de forma serena e respeitosa.
8. Desenvolver a linguagem e o vocabulário religioso básico. Já vimos anteriormente
que a leitura e a escrita se convertem em atividade mecânica quando o aluno
desconhece - de forma significativa - os termos que lê ou escreve. Por isso convém que
o professor de ensino religioso esteja bem coordenado com a área de Linguagem para
que possa utilizar as técnicas mais adequadas, segundo a faixa etária com a qual
trabalhará, de maneira a garantir um aprendizado significativo. É muito importante
que tanto na Biblioteca de sala de aula quanto na do colégio haja uma boa seleção de
livros relacionados com a fé ou com os valores cristãos.
9. Valorizar a memória. A memorização não é a única nem a principal estratégia no
processo de ensino-aprendizagem. No entanto, é uma estratégia válida que não deve
ser desconsiderada, tal como preconiza o Papa João Paulo I: “certa memorização das
palavras de Jesus, das passagens bíblicas mais importantes, dos dez Mandamentos, das
fórmulas da Profissão de Fé, de algumas orações essenciais, de pontos chaves da
doutrina cristã, é uma verdadeira necessidade 1”. Evidentemente o papel da memória
irá adquirindo uma importância gradual à medida que os alunos forem crescendo.
Quando são pequenos – no 1º e 2º ano do Fundamental – podem aprender orações e
fórmulas doutrinais bem simples.
10. Estabelecer as bases para um diálogo com a realidade cultural. Mostrar a
influência mútua entre a fé cristã e a estruturação da cultura ocidental na qual
estamos inseridos. Ajudar que os alunos sejam capazes de avaliar os fatos culturais
(ideias, comportamentos, etc.) à luz da fé.
11. Criar nas aulas de religião um clima que facilite a liberdade do aluno. Deve-se agir
assim, não somente pelo respeito a um possível pluralismo religioso entre os alunos,
mas também pelo imperativo evangélico: o conhecimento da fé é oferecido e não
1
Cfr. Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, n. 55
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7. Educação Física
A área de Educação Física envolve um aprendizado vivenciado de seus
conteúdos, uma vez que estes dizem respeito a todas as experiências relacionadas ao
corpo e ao movimento do aluno. Os alunos são protagonistas desse aprendizado.
Pouco a pouco vão conhecendo e dominando os movimentos e enriquecendo seu
comportamento motor.
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A vitalidade motriz dessa faixa etária deve ser contemplada na elaboração das
atividades e deve ser atendida na concepção metodológica das aulas. Nesse sentido, é
bom evitar as organizações rígidas dos alunos, exposições ou demonstrações
demoradas, etc. Todo o ambiente escolar deve favorecer a espontaneidade e a
autonomia do comportamento motor infantil.
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docente, que deve ser devidamente analisado. A aula representa, então, o elemento
chave do projeto curricular, por ser o cenário da construção de novas aprendizagens.
Apresentação da atividade
a) explicar para os alunos os objetivos da aula facilita a aprendizagem e
incrementa a motivação. Isso pode levar a uma colaboração mais ativa por parte dos
alunos e facilita, depois, a autoavaliação.
b) adotar a posição mais conveniente em cada momento, para que a
mensagem seja bem entendida. Para dar informações gerais ao grupo, o professor
deve posicionar-se de forma que todos o vejam e ouçam bem. Para dar orientações
individuais, o professor deve aproximar-se do aluno a quem se dirige. Para observar a
atividade, o professor se posicionará onde consiga ver claramente a todos os alunos.
c) os deslocamentos do professor atenderão sempre a um motivo concreto, de
acordo com o que necessita cada fase da tarefa: seguimento do grupo para observar e
corrigir movimentos, percorrer o grupo de maneira ordenada, para que cada aluno
receba uma atenção individual, etc.
d) proporcionar a informação necessária e adequada para a formação teórica
dos alunos.
e) despertar o interesse, captar e manter a atenção dos alunos, durante a
apresentação da tarefa motora, são requisitos metodológicos de uma boa informação.
f) destacar com claridade os indicadores de êxito e as condições que permitem
obter o maior êxito na tarefa. Isso facilita que os alunos formulem uma ideia geral da
tarefa e elaborem seu programa motor concreto. Ao iniciar o aprendizado de uma
habilidade, são necessárias poucas informações, como muito, um ou dois critérios para
o êxito da habilidade. Os demais dados devem ser acrescentados gradativamente ao
longo do processo.
g) justificar a tarefa que os alunos irão realizar. Ao apresentar uma tarefa, o
professor procurará justificar sua importância dentro do processo de ensino-
aprendizagem e os requisitos para sua realização. Essa explicação pode ser mais
técnica (científico) ou mais informal, dependendo do tipo de tarefa e da idade dos
alunos.
h) escolher com atenção o local e a situação dos alunos para a passagem das
informações de maneira a evitar distrações e garantir a compreensão de todos.
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i) dar a maior quantidade possível de feedback aos alunos sobre a execução das
tarefas e resultados atingidos, tanto em nível coletivo quanto individual.
j) organizar as tarefas segundo uma correta progressão de aprendizagem. As
atividades devem ser apresentadas aos alunos numa sequência pensada para conduzir
à boa execução dos movimentos e habilidades. A análise do grau de intensidade e/ou
complexidade de cada tarefa permitirá modificá-las ou adaptá-las às necessidades
pontuais da sala, de grupos ou de alunos específicos.
k) controlar as contingências. As possíveis ocorrências numa aula de Educação
Física são de ordem metodológica, quanto à forma de realização dos exercícios, e as
relativas à segurança dos alunos na realização dos exercícios. No primeiro caso, o
professor deve estar atento para efetuar a devida correção; no segundo caso, convém
desenvolver um trabalho preventivo revisando as instalações que serão usadas pelos
alunos, relembrando aos alunos as normas de segurança antes do início das atividades;
coibir ações não controladas e atitudes perigosas; prever a ajuda necessária em tarefas
que impliquem risco; advertir os alunos sobre os elementos da tarefa que exigem mais
atenção.
l) selecionar a técnica de aprendizagem mais eficaz segundo o objetivo a ser
atingido.
m) selecionar a estratégia prática mais condizente com o objetivo proposto.
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de cada aluno não é somente necessária no 1º ano, mas pode ser feita no início de
cada novo ciclo acadêmico ou, inclusive, no início de cada novo conteúdo. Além disso,
é preciso conhecer seus ritmos de aprendizagem, de maneira a garantir uma
intervenção educativa eficaz.
Como podemos perceber, nessa atenção pessoal aos alunos, o professor deve
conjugar: o conhecimento do nível inicial geral do grupo, o conhecimento do nível
inicial de cada aluno e o marco referencial dos graus de destrezas (habilidades e
competências) esperadas para cada faixa etária. Assim, é possível construir um projeto
curricular real, flexível e estimulante. Como é lógico, não se deve esperar uma resposta
motora única e válida para todos, mas, melhorar a competência motora de cada aluno
com relação a seu ponto de partida e de acordo com seu potencial de aprendizagem.
Por fim, o professor deve assegurar-se de que cada aluno cresça no esforço e
na motivação por melhorar sempre mais o seu desempenho em todos os âmbitos:
motor (habilidades esportivas), conceitual (teoria esportiva) e comportamental
(valores humanos relacionados com a prática esportiva).
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Os ensinamentos do jogo
Dado que uma boa parte das aulas de Educação Física inclui algum tipo de jogo,
parece aconselhável recordar certos aspectos metodológicos sobre a apresentação dos
jogos e sobre a ação pedagógica.
Ao apresentar a atividade aos alunos, quando se tratar de algo novo para eles,
o professor deve garantir que todos ouçam e entendam bem as regras e as
características do jogo. Todos sem exceção devem entender o jogo.
O jogo representa uma situação privilegiada para a intervenção educativa. O
professor observará o jogo e o desempenho dos alunos não somente do ponto de vista
técnico, mas também comportamental. Nesse sentido, o educador pode aproveitar o
jogo para:
a) ensinar, com o motivo da arbitragem, a obediência, o respeito ao juiz e as
regras.
b) estimular o autocontrole: evitando a desordem e a grosseria.
c) ensinar a usar a inteligência. A criança deve perceber que se administra sua
força sua corrida é mais eficaz. Se estiver mais atenta ao jogo, sua reação é mais
rápida.
d) ensinar valores como o trabalho cooperativo, solidariedade, o respeito ao
oponente, etc.
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Esta distinção:
Os Objetivos Fundamentais
Os conteúdos básicos da matéria são: importantes, necessários (base,
fundamento) para aprendizagens posteriores. Todos os alunos (que não
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Os Objetivos Individuais
Não se trata de adiantar o tema seguinte, mas de aprofundar o tema que está
sendo trabalhado, por meio de atividades que suponham colocar em prática
mais capacidades e de um modo mais perfeito. Tampouco necessitam ser
difíceis ou "de grande nível": alguns serão e outros não.
Devem ser realmente individuais: não serão os mesmos para todos.
Ajudar um colega em sua aprendizagem, por exemplo, pode ser um objetivo
individual importante para um determinado aluno.
B. Aprendizagem dos objetivos individuais atribuídos (o mais comum deveria ser que
estes objetivos atribuídos não superassem 30-40% dos objetivos individuais que um
bom aluno trabalha. Dentro dos atribuídos estariam:
Aprendizagem (se for o caso) de 10% dos objetivos fundamentais não
totalmente assimilados. Isto impõe o sentido comum de que: por serem
objetivos fundamentais, interessa colocar os meios para que sejam dominados
por todos os alunos.
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Monitorias. Levando em conta que o aluno não será monitor todos os dias. Este
objetivo individual será especialmente valorizado, porém, não podemos abusar
das monitorias de modo que impeça o aluno de aprender mais objetivos.
Trabalho dos objetivos individuais atribuídos propriamente: aqueles objetivos
que, sem ser fundamentais, supõem uma primeira ampliação e
aprofundamento dos objetivos fundamentais: são os que todos os alunos
deveriam saber mais dos fundamentais (é frequente que os professores que
pontuam excessivos objetivos fundamentais, incluam estes objetivos
individuais atribuídos nos objetivos fundamentais.)
Nesta segunda semana também cabe a explicação para toda a classe de alguns ou de
todos os objetivos. Bastaria, por exemplo, dedicar 10 minutos para explicar algum ou
alguns objetivos a todos os alunos. Na sequência, cada um trabalharia no seu nível,
com suas atividades.
A Recuperação
A Recuperação está incorporada no mesmo processo: nas semanas de objetivos
individuais, os alunos seguirão o seu ritmo de recuperação dos objetivos fundamentais
não alcançados, com o tipo de atividades que necessitam.
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3. AS ATIVIDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Requisitos da atividade
1. Intencional. O amadurecimento natural das diferentes aptidões não pode ser
chamado educativo; é educativo o que é adquirido por meio de esforço voluntário,
intencional, de um modo mais ou menos direto.
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Tipos de atividades
A seguir serão apresentados diferentes tipos de atividades necessárias para o
desenvolvimento de uma unidade didática completa, indicando as fases que
caracterizam o modelo de aprendizagem.
a) Atividades de iniciação
b) Atividades de Exploração
c) Atividades de integração
d) Atividades de criação
e) Atividades de fixação
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f) Atividades de aplicação
f) As tarefas mais motivadoras são as que possuem maior significado real para a
criança.
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propostas pode com frequência aumentar a motivação interna, assim como conhecer
as causas do êxito ou do fracasso em uma determinada tarefa.
As atividades devem ser graduadas de tal forma que, a partir das mais fáceis, o
aluno vá obtendo êxitos sucessivos. O grau de dificuldade da tarefa deve ser
adequado. Se a exigência é pouca, os alunos mais brilhantes, que reagem ante o
desafio, perdem o interesse. Se a dificuldade é excessiva, os menos capazes perdem a
motivação. Como não é possível encontrar tarefas que sejam adequadas a todos os
alunos, simultaneamente, é imprescindível uma diferenciação dos objetivos. A
motivação consiste em estimular o esforço e em estabelecer uma dificuldade razoável
para que uma tarefa seja possível. As mudanças moderadas, no nível de dificuldade e
complexidade de uma tarefa, favorecem a motivação em quem a realiza, ao serem
atraentes e agradáveis. As mudanças bruscas provocam atitude de recusa e podem
conduzir ao desânimo.
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Sobre essas duas ideias, tanto o desenvolvimento como a realização de uma atividade
educativa completa, que pode ser uma lição, uma unidade didática ou uma sessão
escolar, deve ter os seguintes passos:
1. estudo da situação;
2. estímulos;
3. corpo do trabalho;
4. avaliação;
5. tomada de decisões.
Estudo da situação
É a etapa prévia que geralmente se ignora, com a qual se corre o risco de faltar
eficácia a toda a atividade escolar por falta de fundamento. Este primeiro passo tem
como fim chegar a uma apreciação correta da realidade, que o professor utilizará para
iniciar um ensinamento. O estudo da situação consiste simplesmente na apreciação do
estado dos elementos que a constituem:
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Estímulos
O conhecimento da situação de aprendizagem permite, ao professor, iniciar
com segurança a sua tarefa, gerando nos alunos uma motivação positiva. O estímulo
dos estudantes inclui duas tarefas: informação clara do que se vai fazer e motivação no
sentido estrito.
Quanto a motivação, deve-se dar a importância que ela tem, mas não convém
dramatizar a situação. Muitos professores chegam a acreditar que se não se realiza
uma cuidadosa motivação, os estudantes não aprendem, esquecendo-se do atrativo
que tem a tendência natural a aprender. Existe uma boa probabilidade da motivação
surgir pela satisfação inicial de ter aprendido algo. Também não podemos esquecer
que a maior motivação para o aluno é a personalidade do professor, seu interesse e o
modo ágil, ameno, científico e variado de como prepara as suas aulas.
Corpo do trabalho
Ao preparar a aula, deve-se levar em conta que a etapa de trabalho é a mais
importante, pela qual se deve dedicar a maior parte do tempo. É também a etapa em
que o professor necessita utilizar todos os recursos pessoais e materiais. Através das
atividades de aprendizagem os alunos colocam em prática e desenvolvem as suas
capacidades e destrezas.
Para estimular e orientar as atividades dos alunos, o professor tem ao seu
alcance todos os recursos que, sistematicamente, se estudam na metodologia
educativa e que convém não correr o risco de esquecer: a palavra, o material
pedagógico, a lousa e as mídias.
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6. OS DEVERES DE CASA
Não importa o tipo de tarefa: memorizar um texto, estudar uma lição, resolver
um problema, fazer uma tradução, um desenho, uma composição escrita, preencher
uma ficha, ou fazer uso de múltiplos trabalhos práticos como recortes, coleções,
construções, etc.
2. Todas as entidades educativas que atuam sobre um aluno devem estar relacionadas
entre si, sendo assim, a família e o colégio devem manter uma relação constante de
mútua cooperação.
Os trabalhos exigidos devem ser supervisionados pelo professor, para que não se
perca boa parte da motivação e eficácia desse trabalho.
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Além disso, convém que reúnam algumas das seguintes condições de eficácia:
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A. CONHECIMENTO DO ALUNO
Nenhuma tarefa educativa deve surgir, sem primeiro ser considerada a quem
está destinada; os professores precisam conhecer as características da pessoa a quem
será dirigido seus ensinamentos. Este conhecimento torna-se, relativamente, simples
de ser adquirido quando se conta com uma elementar base psicológica.
Ainda que o objetivo deste Manual não seja o de abarcar todas as técnicas
possíveis de conhecimento do aluno, oferecem-se aqui os aspectos elementares para
um professor de Ensino Fundamental.
1. Aspectos gerais
As crianças, como todas as pessoas, em qualquer lugar, são infinitamente
diversas, independentemente de que procedam de uma determinada classe social,
cultural ou econômica; daí a dificuldade que a psicologia evolutiva tem na hora de
estabelecer delimitações precisas das características que se manifestam em
determinadas idades. Por conseguinte, as características evolutivas agrupam-se
segundo os processos mais significativos que têm lugar nestas idades.
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lentidão, surgem novos impulsos, sentimentos e ações. Nesta idade, tende aos
extremos: sua conduta começa a desintegrar-se, algumas vezes é briguento e outras
retraído. Também é a idade das mudanças físicas (queda de dentes, infecções etc.).
Desenvolvimento motor
Participa de atividades direcionadas para aumentar a resistência física e a força
muscular, com brincadeiras de ritmo, música e bola;
Tem uma perna e uma mão mais hábeis; possui um hemisfério dominante. Vai
amadurecendo e interiorizando sua estrutura espacial e temporal;
É uma idade tipicamente ativa. A criança encontra-se em atividade
frequentemente;
Equilibra conscientemente seu próprio corpo no espaço. Possui equilíbrio e
controle de seus movimentos. Começa a interessar-se por sua própria
anatomia.
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Desenvolvimento cognitivo
Começa a articular todos os sons e experimenta-os. Usa corretamente os
tempos verbais, os plurais e os pronomes. Troca informação objetiva, porém
lhe custa expressar ideias e sentimentos. Gosta de adivinhações e de jogos de
palavras. Adquire um vocabulário crescente e usa de forma correta a maioria
das palavras que conhece. Compreende frases elaboradas. Lê
compreensivamente.
Passa da aprendizagem intuitiva ao pensamento concreto. Segue acumulando
experiência suficiente para distinguir entre realidade e fantasia. Este mundo de
realidades se forma graças a sua maior memória para recordar as experiências
e a sua maior capacidade para simbolizá-las;
Quer aprender coisas. Mais que "para que serve?", pergunta "como funciona?".
Encanta-se com contos de aventuras reais: já não lhes interessam os contos de
fada. É capaz de projetar a maneira de resolver um problema e de
compreender suas consequências. Identifica um objeto pelo tato.
Quer agradar o seu professor. Necessita seu elogio, atenção e ajuda. Deseja
seriamente trabalhar, apesar de seus altos e baixos.
Instintivamente a criança identifica-se com tudo o que lhe acontece e está ao
seu redor. Por isso, está capacitado a interiorizar novos conhecimentos e novas
experiências pessoais e culturais. Seus desenhos espontâneos são mais
realistas. Capta o primitivo e simples da natureza: casa, árvore, etc.
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Agrada-o ter grande número de coisas suas, porém não as cuida. Seu sentido
ante a propriedade alheia é débil, assim, pega o que vê e deseja,
independentemente de quem seja o proprietário. Extremamente dominante
quanto às coisas que lhe pertence.
Tem medo de barulhos, sobretudo aos elementos da natureza (chuva, trovão),
de seres humanos e de fantasmas.
A mãe já não é o centro do seu mundo, agora, ele mesmo é quem ocupa este
lugar. Esta autonomia da criança frente às mães, ainda não é completa, sendo
muito sensível aos estados de ânimo e às tensões. Respeita e admira mais o
pai, lhe agrada brincar com ele.
Brinca com as demais crianças, especialmente m grupos pequenos e da mesma
idade, ou pouco maiores que ela. Tem grande interesse em fazer novos amigos,
em ter amigos e estar com eles. Nas brincadeiras há discussões e brigas, pelo
fato de cada um querer fazer as coisas à sua maneira. Em suas relações abunda
o sentido de reciprocidade: "você me faz isso, eu te faço aquilo..." Porém essa
inclinação à briga contribui para o amadurecimento e faz parte do processo de
integração. Em suas relações utiliza, com frequência, o sentido de
reciprocidade: "você me faz isso, eu lhe faço aquilo..."
Desenvolvimento religioso
Terminou o período sensitivo da existência de Deus e das primeiras práticas de
piedade e ainda não começaram outros períodos sensitivos de
aprofundamento, que levam a viver as práticas adquiridas.
É importante não esquecer a importância que tem, o exemplo de seus pais e
educadores, para o desenvolvimento da sua vida cristã.
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Desenvolvimento cognitivo
Suas capacidades vão ficando mais complexas e melhor diferenciadas. A
atividade cognoscitiva manifesta-se, fundamentalmente, através da percepção
e compreensão da informação, a memória, a geração de ideias e hipóteses, a
avaliação, o raciocínio e a associação livre de ideias. Estes processos se aplicam
aos conceitos, às regras, às imagens e aos símbolos.
Cada vez é mais capaz de falar dos conceitos (em detrimento das imagens) que
vai formando e pode comunicá-los.
Concretiza e interioriza mais suas estruturas de espaço e tempo.
Vai melhorando a sua capacidade de trabalho individual. Deseja completar sua
tarefa, uma vez começada. Propenso a esperar muito de si.
Produz-se um notável aumento na qualidade de execução de problemas que
requeiram atenção. Continua aumentando a capacidade de memória imediata.
Exige com impaciência a atenção e ajuda do professor e tende a afeiçoar-se a
ele.
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Desenvolvimento religioso
Nesta idade, deve-se despertar na alma da criança o "sentido de Deus". Deus é,
antes de tudo, um bom Pai que o conhece, o ama, que o cuida e o acompanha
sempre. Deus Pai nos enviou seu Filho Jesus, para salvar-nos e guiar-nos até o
céu.
É um bom momento para desenvolver a capacidade de diálogo simples e
espontâneo da criança com Deus como Pai, com Jesus como Irmão e Amigo,
com Maria, Mãe de Deus e nossa, com seu Anjo da Guarda; também para
fomentar o amor a Jesus Sacramentado com pequenas Visitas a Jesus e a
devoção confiada à Santa Maria, por exemplo, celebrando suas festas de algum
modo.
Convém que as crianças tenham ocasião de expressar corporalmente, através
de gestos simples, sentimentos religiosos, como ajoelhar-se, beijar o crucifixo
ou uma imagem da Virgem, fazer o sinal da Cruz etc.
É importante, também, ajudar a criança a criar algumas atitudes básicas
humanas e religiosas, partindo da experiência de valores humanos
fundamentais. Junto com as normas de conduta que se vão oferecendo à
criança, vai-se dando as motivações religiosas das mesmas, principalmente
através do exemplo de Jesus e Maria.
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Desenvolvimento físico
As crianças de 8 a 10 anos crescem fisicamente a um ritmo mais lento que em
idades anteriores, porém são sensivelmente mais altas e "espigadas" que as da
etapa anterior (6 e 7 anos).
Os meninos são mais delgados, as meninas, em contrapartida, são ligeiramente
mais altas e seu aspecto é mais arredondado, com maior abundância de tecido
adiposo no tórax e nos quadris; estas características prevalecerão até a
adolescência, na qual os meninos ultrapassarão as meninas em altura e
musculatura. Até os 10 anos, em algumas meninas, já se manifestam traços de
pré-puberdade.
As proporções corporais variam pouco. O tamanho está muito relacionado com
a procedência sociocultural e racial. Os que possuem uma nutrição adequada,
controle médico e higiene, podem ter altura e força maiores dos que carecem
de tais cuidados.
Entre os 8 e 10 anos a altura e a força é muito valorizada entre os meninos, e,
proporciona, aos mais desenvolvidos, prestígio social e maior êxito nas
atividades desportivas. Influencia a conduta, a personalidade, o autoconceito e
a segurança.
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Desenvolvimento Motor
Caracteriza esta etapa de passagem dos 6-7 anos aos 8-10, uma grande
abertura e maturidade, acompanhadas de vitalidade, expansividade e curiosidade por
tudo o que lhe rodeia e pelo movimento. Seu corpo e interesses fazem com que este
momento seja ideal para iniciar e aprimorar habilidades motrizes porque:
seus corpos são muito flexíveis e estão maduros para dominar exercícios e
esportes com simplicidade;
são muito audazes. Sentem-se muito dispostos e com grande motivação para
ensaiar tudo o que é novo e treinar, esforçando-se todas as vezes que seja
necessário, em exercícios repetitivos, até conquistar o hábito motor;
não se importa em cometer erros e repetir as mesma ação uma e outra vez,
para conseguir padrões musculares, até conquistar a perfeição;
possuem uma grande disposição para aprender e maior tempo para exercitar-
se na prática se lhes são oferecidas oportunidades;
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Podem exceder-se no exercício físico, porque lhes custa relaxar após um jogo
ou um pouco de esporte. Convém estar pendente para evitar o esgotamento ou a
super excitação.
Dentro dos problemas mais comuns que podem apresentar-se a nestas idades,
está a inabilidade motriz, quer dizer, a falta de controle do movimento do corpo e de
agilidade para ser preciso e eficaz na realização de atividades físicas. As causas podem
ser:
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Desenvolvimento Intelectual
É a idade propícia para o desenvolvimento do pensamento operativo concreto,
através da paulatina apreensão intelectual. O processo natural que seguem é a
passagem do intuitivo e imaginativo ao racional, para chegar a sintetizar e estruturar
seus próprios conhecimentos. A inteligência sensório-motora passa a ser lógica, ainda
que necessite dos sentidos para captar as coisas, já que o raciocínio abstrato virá
depois, por volta dos 13 anos. Começam a raciocinar por si mesmos a partir dos
porquês, e são frequentes as perguntas sobre o porquê e o para quê das coisas.
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Tem grande interesse pelo o que afeta o seu entorno, natureza, vida, normas,
leis, mecanismos (indagar como funcionam carros, máquinas...), porém ainda não são
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Uma prova de seu senso crítico é que já não acata ingenuamente os mandatos
ou proibições dos pais e professores. Adotam uma postura crítica, pedindo explicações
e querendo que lhes deem razões para o que os mandam ou proíbem fazer, além de
observar a conduta dos mais velhos tentando adequar a sua, a daqueles que
observam. Tem aqui a grande importância do exemplo.
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Os que se devem à limitação intelectual leve, que não permite ao aluno seguir
o ritmo normal da classe, devido a uma baixa compreensão das aprendizagens.
Estes alunos representam uma porcentagem muito baixa nas classes normais, e
exigem uma dedicação e planejamento especiais do professor, bem como um
trato cuidadoso dos colegas para evitar situações frustrantes.
Em maior número existem os problemas de atenção/dispersão nos alunos
destas idades, dada a sua vulnerabilidade de interesses e sua grande
mobilidade.
Também se apresentam com certa frequência os problemas de hiperatividade,
às vezes, unidos com os anteriores.
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Desenvolvimento linguístico
A maioria das crianças nesta idade, já adquiriu um bom nível de domínio da
linguagem oral e é frequente que tenham assimilado a leitura/escrita. No entanto, é
um período de suma importância para a consolidação das habilidades instrumentais
básicas e o aperfeiçoamento progressivo das habilidades de comunicação.
No que diz respeito à linguagem oral, deve dominar todas as consoantes, inclusive as
de aquisição tardia: "CH"; "J", "S", "Z", "L" e "R", mesmo que estejam incluídas em
palavras relativamente difíceis de pronunciar. Existe, portanto, ao final deste período,
uma estabilização da pronúncia, entonação clara e boa expressão.
A reflexão da linguagem não se deu até este período. Agora mostra capacidade
de julgar se uma frase é correta ou não, se um enunciado foi feito com as regras
estabelecidas ou não. Já existe uma tomada de consciência do que se fala e se lê. É o
momento idôneo para fundamentar as bases de uma boa compreensão e expressão
linguística.
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capaz de realizar por si mesmo, e por isso vai aprendendo. Embora realidade e fantasia
ainda se encontrem justapostas, consegue distinguir o mundo real do fantástico.
A maioria das crianças fica muito bem lendo, e é preciso aproveitar este
interesse para fortalecer ou promover hábitos leitores e gosto por todo o tipo de
leitura. Nesta idade, lhes interessa especialmente os livros de aventura, leem e
devoram livros em casa, no colégio e podem ser bons usuários da biblioteca. Preferem
as leituras amenas do que as científicas ou de divulgação.
Entre os temas que mais lhes agrada nas leituras, pode-se destacar:
Embora este tipo de leitura lhe agrade, não se interessa pelas científicas,
geográficas ou históricas em si, mas sim aquelas escritas sobre a natureza e a história,
não pela ciência em si, mas pela aventura, pelo "mágico" e misterioso que apresentam.
Estas leituras podem ser uma fonte de motivação, que lhes conduza a interessar-se
pelas ciências, a história ou a geografia..
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Mesmo que tenham sido tratadas, ainda se pode encontrar autênticas dislexias
ou sequelas, como é o caso da disgrafia ou disortografia, embora isto aconteça com
menor frequência. Os sintomas principais são a separação indevida de letras, sílabas e
palavras, as confusões, omissões ou adições indevidas em leitura e escrita. Como
consequência, apresenta-se um nível, muito baixo, de leitura, compreensão e
expressão.
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Desenvolvimento afetivo
A afetividade passa por um período de latência, que se interrompe em alguns
momentos de excitação ou incerteza. Nesta etapa se forma a consciência diferenciada
de si mesmo, e se configura a personalidade tipicamente masculina ou feminina. A
criança adota papéis de identificação com um dos seus pais, o do seu próprio sexo. Os
interesses ficam mais centrados no mundo dos seus companheiros, do que no mundo
dos adultos.
Esta diferenciação fica mais visível em brincadeiras, nas quais os meninos
centram-se na força e rendimento físico, e, no âmbito escolar, interessam-se mais
pelas relações com as coisas, enquanto as meninas interessam-se mais, pelas relações
com as pessoas.
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Os problemas mais frequentes no campo afetivo, nas crianças desta idade, são
a dependência — fruto da superproteção — e os ciúmes.
Uma criança de oito ou nove anos depende, todavia, de seus pais em muitos
aspectos de sua vida. Contudo, quando os pais, por impaciência ou desejo desmedido
de perfeccionismo, querem evitar incômodos aos seus filhos, fazendo pela criança o
que ela é perfeitamente capaz de fazer por sua própria conta, leva-os a acostumar-se a
não fazer, prejudicando seu desenvolvimento nos hábitos de ordem ou
responsabilidade.
Esta atitude gera nas crianças uma dependência doentia de seus pais. A criança
dependente solicita continuamente a atenção do adulto, quer seja seu professor ou
seus pais, em detrimento da relação com outras crianças de sua idade. Isto ocorre
preferencialmente no caso de filhos únicos ou de pais excessivamente "preocupados".
Em algumas ocasiões, estes desejos de atenção da criança, não provém das
situações descritas, mas de uma especial sensibilidade do seu temperamento, e devem
ser atendidas.
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A atitude crítica reflete na sua postura ante as ordens ou proibições dos pais e
professores. A criança observa a conduta daqueles que estão à sua volta e regula a sua
vida segundo o exemplo que vê. Os alunos destas idades são particularmente
receptivos, tanto para a ação educativa dos pais e professores, como para as
influências da televisão, da publicidade e de outros meios de comunicação.
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Porém, de modo especial neste período, é preciso cuidar muito que as normas de
convivência atendam certos requisitos:
Desenvolvimento social
Estão em um período de assimilação tranquila e de adaptação à realidade. A
ampliação do raio de movimento e experiência, e a conquista do ambiente, facilitadas
pelo domínio do sistema motor e por seu desenvolvimento psicológico, produzem um
aumento da vitalidade que se manifesta em uma maior atividade. É por excelência, a
idade social da infância: desagrada-lhe estar só. Desenvolvem um comportamento
social e aprendem a respeitar regras do jogo através das turmas de companheiros.
Este desenvolvimento da sociabilidade é fruto de seu amadurecimento intelectual, que
o convida a abrir-se ao mundo que o rodeia, repercutindo assim, no comportamento
social.
Agradam-lhe as atividades de clube e as excursões lhe dão ocasião de satisfazer
seu gosto pela aventura.
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adaptação, sendo muito inclinada à atividade permanente com outros. Não teme o
ridículo, e mais que isso, adora destacar-se. Este desejo de participar em qualquer
atividade é um bom instrumento, nas mãos do professor, para suscitar seus interesses
e mantê-lo motivado no exercício da tarefa educativa.
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Os jogos em equipe são grande atrativo para ambos os sexos, onde participam
várias crianças e se combinam muitos elementos ou variáveis inter-relacionadas, onde
é preciso vencer.
Nestas idades, sobretudo até os nove anos, a criança adquire amizades mais
sólidas, adapta-se melhor ao grupo que é mais estável e estabelece pequenas normas
para a sua organização, cresce no seu desejo de superação, necessita comparar-se com
os demais e demonstrar sua importância pessoal. Aparecem as primeiras lideranças
entre as crianças que atraem mais simpatia.
A criança busca seu lugar no grupo e lhe preocupa não ficar bem perante os
demais. A turma é o núcleo social nesse período. Forma-se sem intervenção do adulto,
tem caráter unissexual e ativo. As explorações, os combates, as proezas, as
construções, tudo isso lhes representa.
Desenvolvimento religioso
Costuma ser o momento oportuno para a Primeira Confissão e Comunhão,
precedidas e continuadas de catequese oportuna. São anos que devem ser
aproveitados para solidificar a religiosidade, para dar as bases doutrinais que devem
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deixar marca profunda em sua alma. Alguns de seus "porquês" serão ocasião próxima
para falar-lhes de Deus e com sentido sobrenatural de múltiplas incidências. Não se
deve deixar de dar conselhos religiosos ainda que, por enquanto, não sejam capazes
de compreendê-los em todo o seu sentido.
5. A Puberdade
A puberdade é, antes de tudo, um fenômeno de natureza corporal.
Biologicamente está marcada pelo surgimento da capacidade procriativa, como se esta
capacidade fosse o rito de passagem à vida adulta. É uma etapa de adaptação e
consolidação à esta nova circunstância. Nela, o mais característico, é o progressivo
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O sentido da amizade não está maduro. Nesta fase existe poderosa influência
da turma que, às vezes, se submete incondicionalmente ao líder ou tenta tiranizar os
menos dotados. É muito importante conhecer o ambiente do grupo de amigos. Dessa
forma, é possível incutir nos filhos o respeito ao outro e procurar que os alunos se
empenhem em ajudar um ao outro. Deve-se promover a delicadeza no trato mútuo e o
espírito de serviço. Os encargos na família e no colégio ajudam as crianças a combater
o egoísmo e crescerem em solidariedade.
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Uma característica dessa avaliação é que deve ser global, contínua, formativa,
reguladora e orientadora do processo educativo. Cabe ao corpo docente aprovar os
critérios de avaliação mais adequados. A apreciação sobre o progresso dos alunos será
expressa de acordo com o Regimento escolar do centro educativo.
1. Avaliação inicial
Refere-se ao conhecimento prévio do aluno e sua situação de aprendizagem
como ponto de partida da atividade educativa. Por isso deve-se ter presente as
seguintes dimensões do aluno:
escolarização anterior (Ed. Infantil e Anos iniciais do Ensino Fundamental)
ambiente e dados familiares
constituição física e saúde
aptidões intelectuais
nível de desenvolvimento
conhecimentos que possui
traços de personalidade
adaptação
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hábitos de comportamento
Além disso, a informação que se recebe dos pais por meio da primeira
entrevista de preceptoria, a observação direta das crianças durante os primeiros dias
de aula, poderão aportar dados significativos para a avaliação inicial:
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Os professores usarão esse tipo de avaliação durante todo o período letivo, que
se baseia fundamentalmente na observação sistemática dos trabalhos, nas atividades
realizadas pelos alunos, como nos hábitos e atitudes individuais.
3. Informes trimestrais
Os informativos trimestrais de avaliação para os pais têm como finalidade
fundamental fazê-los partícipes das conquistas e avanços conseguidos pelos seus filhos
nos diferentes aspectos do processo educativo. Em algumas ocasiões, é muito
interessante que o informativo venha acompanhado com alguns trabalhos realizados
pelas crianças e traga alguma indicação que ajude a valorizá-los. Os pais geralmente
agradecem quando o professor escreve algum comentário pessoal sobre o aluno, em
tom positivo e estimulante.
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Por outro lado, também se levarão em conta aqueles alunos muito dotados,
que progridem com maior rapidez que seus companheiros na execução dos objetivos
estabelecidos.
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A. EDUCAR NA LIBERDADE
Cada homem é um sujeito único, protagonista principal de sua própria história.
Ninguém pode ser educado como outro, nem se pode conseguir a educação seriada de
um conjunto de homens, ainda que vivam em um ambiente comum (a família, o
colégio), onde uns se educam junto aos outros.
Educar não é colocar o aluno em um molde, mas é um processo que tem seu
ponto de referência na verdade, que o aluno deve ir descobrindo por si mesmo,
através da reflexão, até tomar a decisão de viver conforme com a verdade encontrada.
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Com essa atitude, ajudam o aluno a refletir com fatos sobre as exigências do
dom da liberdade, e a entender que somente tem uma vida coerente quem age com
referência à verdade, ainda que às vezes as alternativas que a verdade ofereça
contrariem os próprios desejos.
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Aproveitar as ocasiões que a vida familiar oferece para falar com os filhos,
potenciando seu senso crítico.
Expor as razões, os motivos pelos quais aconselham agir de um modo ou outro.
Fundamentar racionalmente o que se diz. Distinguir verdade e opinião.
Ensiná-los a buscar sincera e valentemente a verdade e a ser coerentes.
Ensiná-los a ponderar as coisas e a raciocinar, sem se deixar arrastar por
estados emocionais passageiros, e a não julgar com precipitação.
Ensiná-los a considerar as diferentes opiniões e a respeitá-las.
Ajudá-los a prever as consequências de suas decisões livres.
Ensiná-los a não aceitar acriticamente o que apresentam os meios de
comunicação.
Ensiná-los a refletir sobre sua própria experiência.
Ajudá-los a se aceitar como são, com suas capacidades e limitações, e animá-
los a planejar melhorar, com entusiasmo.
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Estimular a responsabilidade
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do ou dos alunos membros dessa família, de acordo com seus pais, primeiros
educadores.
Efetivamente, a preceptoria exige uma aceitação mútua que não pode ser
obrigada, mas livre, e uma base de confiança indispensável. Também não se deve
confundir a figura do preceptor com a do professor encarregado de classe de que
trataremos mais à frente.
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c) Promove a formação dos pais, base indispensável para conseguir a de seus filhos.
O preceptor educa pessoas para que aprendam a fazer um bom uso de sua
liberdade e a servir aos demais na família e na sociedade. Por isso, deve apoiar sua
atuação educativa não somente nos sentimentos, mas também na razão, para que
façam próprios os critérios e atitudes que lhes permitirão superar o egoísmo, alcançar
sua maturidade pessoal e viver de forma coerente com a fé que professam.
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Geralmente, o aluno se conhece pouco e lhe custa manifestar o que lhe ocorre.
Por isso, é preciso ajudá-lo a refletir com sinceridade sobre sua situação pessoal. O
preceptor não força a vontade do aluno, indicando o que ele deve fazer, mas ajuda-o a
tomar suas próprias decisões, com liberdade e responsabilidade. Portanto, é preciso
evitar o risco de uma conversa superficial, contraproducente e sem eficácia, com a
qual somente conseguiria uma aceitação meramente externa dos conselhos: por ficar
bem, por evitar a insistência, etc.
2. Qualidades do preceptor
O trabalho do preceptor requer qualidades pessoais de caráter, competência e
entusiasmo profissional. Além disso, é preciso contar com o tempo e o interesse por
melhorar continuamente sua formação, tanto do ponto de vista técnico, como
humano e espiritual. Enfim, deve cuidar os detalhes de tom humano, como o modo de
vestir e de se expressar.
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seja necessário. Assim, seu exemplo se manifestará com naturalidade nas incidências
normais da jornada diária e será para seus alunos um modelo acessível de conduta: um
mestre que trata de viver em todo momento o que ensina e que sabe retificar quando
erra.
melhorar. Sem dúvida, a eficácia do trabalho do preceptor fica anulada quando faz
acepção de pessoas, mas este ponto deve ser bem entendido, porque não se deve
tratar a todos os alunos por igual: o realmente eficaz é tratar a cada um segundo suas
necessidades, mas sem favoritismos.
Para facilitar a preparação das entrevistas, convém levar uma ficha para cada
aluno sempre em uma pasta ou agenda, não em papeis soltos que são fáceis de
extraviar, onde se anotam de modo discreto os dados de interesse: aniversário, nome
e profissão dos pais, irmãos, telefones e endereços, qualificações e alguma
circunstância de interesse. Não se devem anotar assuntos da intimidade do aluno.
Esses contatos esporádicos, que não substituem à entrevista formal, mas que a
pressupõem, têm muito valor para animar, mostrar interesse por um problema, ou
felicitar se conseguiu o objetivo que pretendia. Os alunos devem notar que são
queridos e que nos interessam seus assuntos: suas expectativas, seus problemas, suas
preferências, seu mundo.
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Manual Técnico Projeto Snipe (Fundamental I)
defeitos, e por sua situação em cada momento, para melhorar o lado humano, escolar
e espiritual.
a) Falar muito, impedindo que seja o aluno quem conte suas coisas.
b) A indiscrição. Uma pessoa que não guarda o silêncio de ofício não pode ser
preceptor.
c) O paternalismo que conduz a superproteger o aluno; ou uma excessiva rigidez
desprovida de carinho, que exige sem oportunidade e não conta com o tempo.
d) A prepotência que leva a presumir uma confiança que ainda não se conseguiu,
e a suscitar antes do tempo alguns temas para os quais se deve esperar o
momento oportuno.
e) Não ser completamente sincero com o aluno e agir com falta de clareza ou com
segundas intenções.
f) Dar sensação de pressa ou de realizar um interrogatório.
g) Não aprofundar, limitando-se a tratar alguns temas de forma superficial numa
conversa trivial.
h) Dar indicações taxativas, como ordens. É muito melhor aconselhar, convencer,
e procurar que o aluno descubra por si mesmo quais metas deve se propor,
porque assim exerce sua liberdade e aprende a se valorizar.
i) Deixar sem concretizar os pontos em que cada um deve melhorar.
j) Por último, ainda que o preceptor procure ganhar a confiança e inclusive a
admiração dos alunos que atende, deve evitar a dependência à sua pessoa, de
forma que em qualquer momento, se for necessário, outro preceptor possa
atender o aluno.
4. Conteúdo da preceptoria
As entrevistas com os alunos podem ter um conteúdo muito amplo, mas não se
pode perder de vista a necessidade de explicar sempre de forma adequada à idade dos
alunos o porquê das coisas, seu fundamento ético, para não ser demasiado permissivo
às suas vontades.
O preceptor não deve diminuir os objetivos da educação: não se trata de
conseguir que os alunos sejam bons meninos ou pessoas de sucesso, mas de formar
homens íntegros. Nas entrevistas, se tratarão os assuntos que convenham em cada
momento, com a maior simplicidade possível, e procurando que seja o aluno quem
fale e manifeste suas disposições interiores. Nas conversas posteriores, pode-se falar,
entre outros, dos seguintes temas:
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b) Família e caráter. Disposições e defeitos. Carinho e compreensão para com seus pais
e irmãos. Alegria e espírito de serviço em casa. Os encargos familiares. Obediência.
Coisas pequenas: cuidado e ordem da roupa e do uniforme, asseio pessoal. Correção
no vestir, evitando os caprichos: marcas, etiquetas, acessórios, etc. Vocabulário
adequado, sem expressões grosseiras ou irreverentes. Elegância e sobriedade à mesa.
g) Formação cultural. Incentivar, desde pequenos, o gosto pelas boas leituras para que
adquiram senso crítico e hábitos intelectuais de reflexão que lhes permitam ser livres.
Ensiná-los a ler, a escrever bem, a falar em público e a expressar com propriedade suas
opiniões argumentando sem violência.
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h) Vida de piedade. Ser perseverantes para ajudar a cada um a ser alma de oração e a
adquirir consciência de sua filiação divina. Ensiná-los a ter uma terna e intensa
devoção a Jesus Cristo presente na Sagrada Eucaristia; procurar que amem a Santa
Missa e adquiram o costume de se confessar com frequência, com sinceridade plena;
ensiná-los a recorrer diariamente à Santíssima Virgem, a São José e aos Anjos da
Guarda, para que se mantenham na presença de Deus; a rezar com pausa e atenção as
orações vocais. Sugerir-lhes que vivam algumas normas de piedade, de acordo com
sua idade.
Por essas razões, convém que o preceptor dê alguma aula aos alunos a quem
orienta, embora não seja imprescindível. Em determinados casos é interessante que
continue atendendo a alguns alunos dos quais foi preceptor em turmas anteriores,
ainda que não lhes dê aula.
É muito positivo dar a conhecer também aos pais, por exemplo, através de uma
anotação, a melhora e os bons resultados de seus filhos, especialmente quando isso
não é o normal.
Convém evitar que, motivado por um sincero interesse por ajudar a um aluno,
o preceptor se comprometa diante dos pais a uma dedicação extraordinária de tempo
ou uma atenção que não seja realmente factível. Embora saiba que com uma maior
dedicação de sua parte, ou com mais ordem, poderia acompanhar melhor um aluno, o
preceptor não deve ir à entrevista com os pais com “complexo de culpa” pelos
resultados.
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Tudo quanto se falou com relação aos pais dos alunos tem uma especial
relevância no caso do preceptor dos alunos de 6 a 12 anos. Durante estes primeiros
anos, ele deve ajudar os pais a se formarem, a entenderem com profundidade os
ideais que fundamentam a atividade educativa e a colocá-los em prática em sua vida
pessoal e familiar. Ajudá-los a compreender que são os primeiros educadores e não
podem delegar ao colégio, que tem uma função subsidiária, a responsabilidade da
formação de seus filhos. O colégio existe para ajudá-los a procurar conjuntamente o
desenvolvimento harmônico da personalidade de seus filhos em todos seus aspectos,
para que sejam pessoas íntegras que saibam se valorizar, exercitando sua liberdade.
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Os alunos desta faixa etária são particularmente receptivos, tanto para a ação
educativa dos pais e dos professores, como para as influências da televisão, da
publicidade e de outros meios de comunicação. Adotam como modelos de conduta as
pessoas que admiram, que exercem sobre eles uma grande autoridade. Por isso, os
preceptores dos alunos de 6 a 12 anos devem cuidar muito os detalhes pessoais, para
poder ajudá-los eficazmente.
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3. Reunião de turma
A reunião de turma é uma sessão de trabalho periódica do PEC com seus
alunos, para comentar os objetivos docentes, de formação e de convivência, propostos
para os alunos da turma, bem como para valorizar as incidências mais significativas
que tenham acontecido. Os alunos participam, assim, de seu próprio processo
educativo.
A finalidade principal da reunião de turma é fortalecer os laços de
companheirismo, de compreensão e respeito, de amizade e solidariedade entre os
alunos. Pode servir também para conseguir os seguintes objetivos:
b) Assegurar que nenhum aluno fique isolado, que todos sejam bem atendidos,
de forma que se sintam bem na sala de aula e no colégio.
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A reunião será eficaz na medida em que tenham sido bem fixados os objetivos
pretendidos, preparados os conteúdos: comentar um aspecto da vida colegial,
organizar os grupos de trabalho, corrigir uma conduta coletiva inadequada, transmitir
uma indicação, ou outros que pareçam convenientes.
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4. O Conselho de turma
O Conselho de turma é o órgão de participação dos alunos no governo da sala e
um meio de formação que estimula o senso de responsabilidade, o companheirismo e
o espírito de serviço. O Conselho é também uma ajuda inestimável para conseguir os
objetivos educativos da aula e um meio excepcional para a formação dos alunos
líderes, preparando-os para o futuro.
Funções gerais
As formas práticas de atuação e os assuntos dos quais se ocupa o Conselho de
turma dependem da idade dos alunos. Correspondem-lhes as seguintes funções:
a) Velar pelo bom funcionamento da sala e da convivência, de modo que a
classe tenha um ambiente de trabalho e alegria.
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Critérios de funcionamento
É conveniente que o professor encarregado de classe presida todas as reuniões,
embora deva manter uma atitude prudente para não intimidar nem impedir que os
membros do Conselho expressem com liberdade suas opiniões e suas propostas de
solução.
O PEC pode preparar uma pauta básica com o delegado de turma, para
assegurar que se tratem todos os temas, evitando improvisações e desordem. É
interessante redigir uma breve ata de cada reunião.
É importante evitar que o Conselho de turma limite suas funções a uma crítica
negativa dos professores e do colégio, pois seria uma forma de se esquivar de suas
próprias responsabilidades. Quando percebe que determinado assunto não vai bem, o
Conselho deve informar esse problema ao PEC e, se estiver em suas mãos, sugerir uma
possível solução para corrigi-lo, mas sem cair em uma crítica estéril.
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acostumem a participar ativamente nos assuntos que afetam sua turma, sendo
importante prestar atenção às suas sugestões.
Para que um encargo tenha eficácia educativa, antes de tudo deve ser útil, ou
seja, um serviço efetivo. Os alunos se motivam quando veem que, com o esforço de
cada um em seu encargo, se consegue que a classe funcione bem. Por outra parte,
fomentará a responsabilidade na medida em que o aluno seja consciente de que deve
dar conta (diante de seus companheiros ou do professor) do trabalho realizado ou da
ajuda prestada.
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grupo. Um encargo que foi útil durante um tempo pode tornar-se desnecessário ao
mudarem as circunstâncias; talvez um aluno determinado possa ter vários encargos,
enquanto que no caso de outro será melhor que compartilhe seu encargo com um de
seus companheiros; um encargo que convém a um aluno de Fundamental I pode ser
pouco adequado para um aluno de Fundamental II; etc.
Em qualquer caso, é preciso não perder de vista que os encargos são um meio,
um instrumento ao serviço do processo educativo de um aluno, não um fim em si
mesmo. Todos os professores devem estar atentos para que sejam cumpridos,
especialmente ao começar e terminar suas aulas.
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7. As assembleias
São reuniões de algum membro da Direção do colégio com os alunos de uma
turma ou ano, nas quais se informam acontecimentos relevantes da vida colegial e se
apresentam de modo atrativo os objetivos docentes e formativos para a turma ou ano.
Seu objetivo é dar uma visão geral do centro educativo, favorecendo a unidade
da vida colegial, como também proporcionar aos alunos uma forma de participação na
vida do centro.
8. As convivências
A partir do 1º ano do Fundamental I, os alunos de cada turma realizam uma
convivência de dois ou três dias de duração em um lugar apropriado para tal atividade.
São alguns dias de maior trato entre professores e alunos e dos alunos entre si.
Proporcionam ocasiões para consolidar a confiança, a amizade e a unidade entre os
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alunos, para exercitar a ajuda mútua e as virtudes sociais, e permitem uma formação
humana e cristã mais intensa.
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Conforto
O primeiro elemento para se sentir bem é o conforto. Há necessidade de um
conforto material, resultado da adequação dos elementos físicos do ambiente (espaço,
luz, cores, móveis...) a nossas condições biológicas.
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A sala deve estar limpa e ser ampla, com capacidade para estar organizada em
diferentes áreas (com armários separadores, por exemplo), com uma iluminação
adequada, boa ventilação, arejada, de forma que a temperatura seja sempre
agradável.
Também faz parte desse conforto material o conforto físico das crianças e a
higiene, ou seja, que possam secar-se se estão molhados, que possam lavar-se se se
sujaram, que levem roupa confortável – adequada à atividade que estão realizando –,
que possam descansar em um canto tranquilo, etc.
Comunicação cordial
A ordem no ambiente é sem dúvida um componente para o conforto. Mas há
também um conforto psíquico que depende da cordialidade nas relações pessoais dos
que compartilham um mesmo ambiente, e da confiança mútua que possuam. O
professor deve tratar os alunos com grande cordialidade, simpatia e espontaneidade,
de modo que todos se sintam muito bem acolhidos. Deve-se manter uma atitude
positiva, evitando o máximo possível os “nãos”.
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O professor não é o único que mantém contato com as crianças. Para que a
ação educativa seja efetiva e o clima escolar seja cordial, de agradável convivência, a
equipe educativa e todo o pessoal do colégio, docente ou não, deve ser coerente com
essas indicações, sendo conscientes de que as crianças necessitam sentir ao seu redor
pessoas que as amam para poder adaptar-se à vida escolar.
conforto
estímulo para as atividades e o esforço
comunicação cordial, carinhosa
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Não é difícil perceber que esses três tipos de ações condicionam e modificam
de fato o ambiente escolar. Basta pensar que o homem se relaciona com o que o
rodeia mediante sua presença e sua atividade e através delas influi em seu entorno. O
influxo da presença nasce do que se pode chamar porte pessoal. A atividade se
manifesta no trato com as pessoas e no uso das coisas.
Faz parte também do conforto a ordem do tempo e o modo de usá-lo para seu
melhor aproveitamento. Outros tipos de objetos, o mobiliário e os elementos
decorativos, podem ser manipulados ou modificados, ordenando-os e reordenando-os
para tornar satisfatória a estadia e a atividade dos estudantes. Em um ambiente de
desordem física dificilmente alguém se encontrará confortável.
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Estímulo e correção que exigem uma atuação continuada por parte dos
professores: os alunos não mudam de um dia para o outro. Em educação é
absolutamente necessário contar com o tempo e não esquecer que mais do que
corrigir a desordem que uma conduta provocou, importa a formação de quem
protagonizou o incidente e a de seus companheiros.
Mais que a sanção, interessa que o autor do incidente não volte a realizar uma
ação semelhante. Devem-se colocar os meios para que o aluno decida retificar sua
conduta. Em primeiro lugar, interessa fazê-lo valorizar com objetividade o que
aconteceu, provocar sua reflexão. Para que uma correção seja realmente educativa é
imprescindível que o aluno considere sua atuação e as consequências, e se concluir
que sua atuação não foi acertada, lamente sinceramente ter atuado desse modo.
Por essa razão, sempre que seja possível, devem-se impor correções que
neutralizem os efeitos da atuação negativa com uma atuação positiva. Ajudar assim o
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aluno não somente a pedir perdão por sua atuação inoportuna, mas a reparar no
possível o dano causado: limpar o que se manchou; arrumar ou colaborar na reparação
do que se quebrou, e pagar seu custo; pedir perdão publicamente ao ofendido, se foi
pública a ofensa; recuperar o tempo de trabalho perdido, etc.
Além disso, é preciso ser prudentes, para não estimular atitudes de repúdio,
nem predispor negativamente os alunos frente aos meios de formação do colégio, ou
frente ao trabalho escolar. Por exemplo, não teria nenhum sentido utilizar as
qualificações escolares para sancionar.
O processo sancionador
É interessante seguir habitualmente uma linha de atuação prevista de
antemão, com passos determinados, que ajude a evitar a arbitrariedade. A sanção
como todo o processo educativo deve ser intencional. Normalmente, podem servir os
seguintes critérios:
a) O professor corrige as faltas leves de um aluno não reincidente com uma simples
advertência.
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pode ser muito positivo que um coordenador fale com o aluno, para manter uma
conversa sossegada, que o ajude a reagir.
1. O Refeitório
A alimentação adequada é condição para o desenvolvimento somático. Nesta
etapa de crescimento das crianças é imprescindível controlar a quantidade e qualidade
dos alimentos que são oferecidos aos alunos no refeitório escolar.
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Hábitos a manter
Lavar as mãos antes e depois de comer.
Abençoar os alimentos.
Sobriedade, evitar caprichos. Não se deve mudar nenhum alimento porque não
goste, a não ser que os pais o tenham indicado por algum problema médico.
Sentar-se bem.
Colocar as duas mãos em cima da mesa.
Utilizar bem os talheres: colher e garfo como a primeira meta, a faca depois.
Usar o guardanapo.
Falar sem gritos.
Dialogar com os companheiros.
Deixar o lugar ordenado, limpo e colocar a cadeira no seu lugar.
2. Os novos alunos
Os novos alunos se enfrentam com um ambiente desconhecido, com situação
diversa e outras pessoas a seu lado. Uma visita prévia ajudará a diminuir esse
“choque”. Procurar-se-á, além disso, que os novos alunos comecem no 2º dia de aula,
de modo que possam ser recebidos com particular afeto.
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3. Os descansos
Durante os descansos, os alunos deverão permanecer na área que tenha sido
designada para o seu nível. Nos dias de chuva ou de frio, permanecerão em algum
lugar adequado.
Não convém deixar alunos na sala sem recreio. Quando alguma atividade exija
continuar na sala durante o tempo de descanso, o professor encarregado desta
atividade permanecerá com eles.
Os alunos beberão água e irão ao banheiro durante este tempo para aproveitar
melhor a aula.
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5. Os aniversários
O ambiente de carinho, amizade e confiança que envolve as relações entre o
professor e os alunos leva, com frequência, a celebrar de algum modo os aniversários
na classe. Esse costume não pode ficar limitado à entrega de guloseimas, mas é
necessário ensinar os alunos a viver a sobriedade também nessas circunstâncias.
É frequente que o aluno que faz aniversário convide alguns amigos para irem a
sua casa para a festa de aniversário. Nessas ocasiões, os pais solicitam ao motorista do
ônibus escolar mudança de itinerário ou de parada para que seus filhos compareçam à
festa.
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6. Os alunos doentes
É função do professor encarregado de classe controlar as ausências dos alunos
e suas causas. Quando se tratarem de circunstâncias graves, deve informar o quanto
antes ao diretor.
7. As festas do colégio
Os colégios organizam uma série de festas ao longo do ano. Aqui se indicam
algumas, como sugestão:
Festa de Natal
Festa de Reis
Dia dos Avós
Jornada de portas abertas
Festa da primavera
Acampamentos
Festa esportiva
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Todos estes acontecimentos devem ser muito bem preparados. São atividades
eminentemente educativas, quaisquer que sejam seus protagonistas e expectadores.
8. O Oratório
O oratório é um lugar de oração e recolhimento. Os alunos de Ensino
Fundamental devem ir adquirindo detalhes de urbanidade na piedade. Aqui se
enumeram algumas normas gerais de comportamento no oratório.
Convém fomentar a visita pessoal ao Santíssimo. Nas séries iniciais pode ser
feita por toda a turma, uma vez por semana. O esquema desta visita poderia ser o
seguinte:
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Valores e Virtudes
Em seu sentido mais pleno, as virtudes configuram a personalidade humana.
Não são um mero verniz, nem um mero acréscimo à atividade educativa. Os valores
são bens conhecidos pelo sujeito como perfeições da natureza humana, que
reivindicam, por tanto, estima e compromisso vitais. Ao atuar de maneira coerente
com os valores, o homem adquire as virtudes.
Poderíamos pensar que são muitas as virtudes que interessam educar. Está
correto, porém, o princípio de harmonia das virtudes, que nos ensina que quando
algumas dessas qualidades melhora, a pessoa do estudante melhora como um todo,
portanto, aperfeiçoa-se indiretamente as demais virtudes.
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Os pais têm, nas diversas ocasiões cotidianas que nascem da convivência no lar,
inúmeras ocasiões de atuar educativamente com seus filhos, em atividades realmente
educativas e enriquecedoras para toda a família. Essas atuações configuram um clima
familiar que, apoiado na unidade do matrimônio e seu acordo baseado em um projeto
familiar, resultarão em um estilo de educação familiar irrepetível, coerente com o
modo de ser e de atuar de cada casal. Deste ponto de vista, a exemplaridade dos pais é
sempre fecunda.
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A. ORDEM
A ordem é a virtude que está na base das demais virtudes, serve de apoio a elas
e manifesta-se em múltiplas facetas observadas na vida diária das crianças: como
organizam brinquedos e pertences, como distribuem atividades, como se expressam,
como se preparam para uma viagem ou excursão, etc. A ordem não se refere nem
exclusiva, nem fundamentalmente à ordem material das coisas, mas à ordem na
pessoa: a harmonia, o equilíbrio interior, a moderação, o autodomínio. Por isso, junto
à ordem, há de se considerar um bloco de virtudes relacionadas.
É certo que os hábitos são a base das virtudes (a virtude é um tipo de hábito).
Porém, a esse hábito, deve-se acrescentar a autoconsciência e a liberdade: atuo com
ordem porque me dou conta do que significa ser ordenado e o quero isso para mim. Se
isto ocorre desta forma, além de dar o imprescindível bom exemplo, esforçaremos
para que os nossos alunos encontrem sentido no que fazem e se proponham a fazê-lo
bem e livremente. Estaremos educando na virtude e a ordem será algo natural na
pessoa, nunca uma mania, que não há razão de ser.
A virtude da ordem
Convém que os alunos saibam onde devem deixar as suas coisas: materiais,
livros, roupas de educação física ou casacos, etc. Com o uso da razão, não se trata de
que os alunos imitem o conceito de ordem que os seus pais ou professorem possuem,
mas de que queiram e aprendam a viver a ordem. Há de exigir deles que suas coisas
estejam ordenadas, porém, de acordo com próprios critérios. Para isso, convém,
durante algum tempo, supervisionar as atividades das quais eles não possuem
experiência e que exijam a ordem. Também se deve perguntar quais as razões do
sistema escolhido para organizar as coisas, a fim de conseguir captar a importância de
encontrar um lugar apropriado para cada coisa, de forma que ela não se estrague, e
que seja possível encontrá-la com facilidade quando dela necessitar.
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mesmo horário, como a hora das refeições, de começar a estudar ou a fazer tarefas
escolares, de tomar banho, de dormir. O horário ajuda a fazer as mesmas atividades na
mesma hora (com flexibilidade) e favorece a criação de hábitos (base das virtudes).
Por volta dos 9 ou 10 anos, é um bom momento para ensiná-los a utilizar uma
agenda para anotar tarefas escolares, horários das aulas, encargos, aniversários,
anotações gerais, etc. A experiência aconselha lembrá-los frequentemente, no início,
de anotar e consultar a agenda várias vezes ao dia, principalmente pela manhã e pela
noite, ao preparar o material para o dia seguinte.
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A virtude da sobriedade
Na atual sociedade de consumo, a sobriedade é uma virtude especialmente
importante. Convém exercitá-la antes da adolescência, etapa do desenvolvimento na
qual se não se possuem hábitos de sobriedade, pode-se deixar influenciar e manipular
mais facilmente.
Nessa idade pode-se centrar a atenção nos caprichos, nos desejos passageiros e
superficiais, sem justificativa. Não cedendo a eles desenvolve-se o autodomínio dos
alunos, para serem capazes de estarem acima dos desejos não satisfeitos ou das
próprias apetências. As pessoas sóbrias estão mais preparadas para suportar carências
e superar as inevitáveis pequenas frustrações.
A pessoa sóbria, que não está presa aos caprichos ou "necessidades" fictícias, é
mais livre e dona de si mesma. A sobriedade supõe colocar ordem e harmonia nos
desejos. Atualmente fala-se muito da correta necessidade de educar para o consumo
adequado. De certa forma, "educar para o consumo" é ajudar o aluno a melhorar na
virtude da sobriedade.
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Sobre o uso do dinheiro, não é possível propor um critério geral, pois depende
muito do estilo de cada família, mas pode-se sugerir algumas ideias:
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A virtude da sinceridade
O período sensitivo da sinceridade é vivido de forma especialmente intensa
entre os três e os dez anos. A princípio, vivem a sinceridade como uma inclinação e,
desde os primeiros momentos, distinguem entre verdade e mentira; sabem que a
mentira é algo que não devem dizer. Durante a etapa infantil, o motivo fundamental
para serem sinceros é que seus pais e professores lhes querem bem, ajudam-nos e
não os julgam.
Convém que pais e professores evitem que a criança adquira essa atitude, ao
retirar-lhes a oportunidade de mentir e não dramatizar suas mentiras. Será mais fácil
se a criança se sentir coberta pela segurança do carinho de seus pais. Convém ajudá-
las a retificar e dizer a verdade, sem humilhá-las.
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Ainda nesta idade, podem começar a mentir por orgulho, por não admitirem
limitação ou tropeço. Nesse caso, a educação da sinceridade, será paralela à educação
da simplicidade e da humildade, virtudes com as quais está muito relacionada. Trata-se
agora de ajudar as crianças a reconhecer e valorizar as coisas, sobretudo a elas
mesmas, tal como são. Em qualquer caso, é muito importante saber que a virtude da
sinceridade é básica na adolescência e, por isso, devem vivê-la desde pequenos e
conhecer o seu valor.
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importante o diálogo frequente dos pais com o preceptor para busca uma atuação
comum.
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A virtude da fortaleza
Uma das grandes carências da juventude atual é a força de vontade, a energia
interior para enfrentar as dificuldades e desafios que a vida apresenta continuamente.
Desenvolver a capacidade de autodomínio dos alunos converteu-se em um objetivo
educativo primordial, de modo que sejam capazes de esforçar-se para conseguir o
bem; de continuar nesse esforço, ainda que custe, mesmo que não se alcance a
recompensa logo em seguida; ainda que não goste e que tenha que deixar de fazer do
que gosta. Somente as pessoas com essa energia interior serão capazes de desenvolver
a própria personalidade ao resistir às influências negativas do ambiente e à tendência
natural à preguiça, para construir uma vida que valha a pena.
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Algumas vezes, os pais pretendem evitar que os filhos, com um carinho mal
entendido, esforços e dificuldades que eles mesmos tiveram que superar na
juventude: protegem-nos e substituem-nos, levando-os a uma vida cômoda, sem
exigência, em que não há proporção entre esforço realizado e bens desfrutados. Não
se dão conta de que mais do que proteger os seus filhos para que não sofram, devem
acompanhá-los e ajudá-los para que aprendam a superar o sofrimento.
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Com audácia, sem medo do fracasso - que para uma pessoa forte é uma
experiência da qual se pode aprender - nem dos riscos. Não se trata de influenciar os
alunos à coragem desenfreada, mas a de ajudá-los a não serem covardes, nem ter
medo do ridículo. Somente assim serão capazes de comprometer-se em negócios
valiosos, com serenidade e equilíbrio interior, de forma que não se desmoronem
diante da contrariedade ou dos pequenos contratempos e imprevistos, com elegância,
diante do êxito ou do fracasso, sem perder a calma se as coisas saem mal. A paciência
tem muito a ver com a paz interior, com a serenidade, com a segurança. Para educar
na paciência, é necessário um ambiente de segurança afetiva e uma exigência serena.
se a exigência é caprichosa, produz insegurança. Necessitam aprender a esperar, a dar
a cada coisa o seu tempo. Definitivamente, a fortaleza dota a pessoa de senhorio sobre
si próprio, de autodomínio (vencer-se a si mesmo é a batalha mais importante da
vida).
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ter paciência quando as coisas não saem como se queria, ou se sofre qualquer
contratempo (por exemplo, não se queixar ou espernear se perder no jogo);
adotar posturas corretas em classe e em casa, não se deitar sobre a mesa;
procurar comer de tudo e comer toda a comida que colocou no prato;
fazer os deveres antes de começar a brincar;
levantar-se a uma hora fixa e cumprir um horário;
fazer bem os trabalhos e tarefas;
ensinar-lhe a não se queixar;
fazer pequenos sacrifícios pelo bom andamento da casa ou da classe;
exigir que acabe o que começa;
aguentar a sede em uma excursão ou calor de verão, o cansaço sem apregoá-lo
a cada 2 minutos;
cumprir o encargo no momento previsto mesmo que não tenha vontade;
participar de uma equipe esportiva;
colocar para si pequenas metas e cumpri-las.
A virtude da laboriosidade
A infância (6 a 12 anos) é um bom momento para educar a laboriosidade, de
forma a arraigar hábito de trabalho sério e ordenado, que preparará as crianças para
vencer a tendência à desordem e à falta de vontade, sintomas que aparecerão com a
puberdade.
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Cada vez mais é importante capacitar os alunos para estudar bem: ajudá-los a
desenvolver as capacidades e habilidades implicadas no estudo, de modo que sejam
capazes de aprender autonomamente. A mera acumulação de conhecimentos tem
cada vez menos sentido em um mundo tecnológico. O que importa de verdade são as
virtudes (capacidade de esforço, energia interior, de ordem, de constância, de
laboriosidade, etc.) e as capacidades (de selecionar e analisar a informação, de
identificar, resolver problemas, de tomar decisões etc.)
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Uma educação completa não se esgota nas aulas ou no domicílio familiar, mas
se prolonga durante toda a vida pessoal.
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esforço intelectual e progresso nas virtudes. Pelo contrário, é preciso que o tempo
disponível converta-se em um marco para atividades enriquecedoras.
Se os pais procuram desfrutar com seus filhos esse tempo livre, desde quando
são pequenos, terão uma magnífica ocasião de criar um ambiente no qual se transmite
desejo de superação, fortaleza, boas ocupações e hobbies. Não obstante, convém
procurar que a organização familiar das atividades de tempo livre não suprima a
iniciativa dos filhos, mas sim que a fomente. O ponto de equilíbrio pode ser alcançado
procurando que, desde pequenos, participem ativamente na preparação dos planos
familiares, sem preconceitos de sugerir, em cada momento, uma ampla gama de
possíveis entretenimentos que lhes enriqueçam: jogos funcionais (movimento),
construtivos (realizar algo), imaginativos (desenvolvimento da fantasia) e jogos com
regras.
O esporte
O esporte desde a tenra idade, as excursões e a vida ao ar livre, em contato
com a natureza, são muito aconselháveis. São ocasiões de diálogo e ajuda mútua.
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Por essas razões não parece conveniente que as ações punitivas suprimam a
prática esportiva. Não compensa privá-los de algo que lhes beneficia.
Os hobbies
Os hobbies são sempre ocupações diferentes daquelas profissionais, escolhidas
livremente. São formas de atividades inteligentes e capazes de oferecer novas
habilidades e enriquecimento intelectual e artístico. Por isso interessa fomentá-los. Os
hobbies ou passatempos são a melhor vacina contra o tédio.
É muito interessante estimular a prática de hobbies - coleções, bricolagem, maquetes,
eletrônica, etc., o que ajuda os filhos a serem constantes. O mais útil será compartilhar
os próprios hobbies com os filhos, sem impô-los.
Nos períodos de férias, pais e mães podem organizar para os filhos e amigos de
seus filhos, aulas de pintura, culinária, costura, esportes ou qualquer outro
passatempo. Além de ocupar o tempo com proveito, os hobbies desenvolvem a
criatividade e facilitam a descoberta de inclinações profissionais dos filhos.
As leituras
O hábito da leitura permite empregar o tempo livre de modo particularmente
enriquecedor, pois a leitura:
desenvolve a capacidade crítica;
aperfeiçoa a linguagem;
enriquece a forma de expressão;
melhora a compreensão da realidade;
proporciona conhecimentos;
apresenta ideais e modelos de virtudes;
potencializa a criatividade etc.
pais leem, os filhos também leem. Junto ao exemplo dos pais é mister que se dê outra
condição: a de que crianças e jovens tenham ao alcance material de leitura adequado.
Até uma determinada idade, os gibis são bons para reforçar o hábito da leitura,
desde que não se abuse desse meio em detrimento de leituras mais formativas. Deve-
se selecioná-los, no sentido de que não contenham inconvenientes no conteúdo e cujo
enfoque seja positivo para a formação dos filhos.
A televisão
A televisão pode ser o entretenimento ao qual mais tempo os filhos dedicam e,
talvez, os pais também. É um meio magnífico para se adquirir conhecimentos e para se
divertir, porém o abuso tem efeitos muito negativos: o primeiro deles é empregar um
tempo desproporcional. Isso prejudicará o rendimento escolar e resultará em estorvo
para a formação da capacidade reflexiva, crítica e criativa dos filhos.
O uso da televisão como recurso fácil para que os filhos não incomodem em casa, tem
consequências muito negativas, porque fomenta a passividade, impede o
desenvolvimento da criatividade, facilita a aquisição de contravalores que destoa da
formação que procuramos dar a nossos filhos. O largo espectro de efeitos
contraproducentes da ampla exposição à tevê tem sido insistentemente denunciado
por especialistas nos últimos anos.
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É muito produtivo aplicar um critério restritivo ao uso da TV. Desde cedo, pode-
se suprimir uma programação televisiva de baixa qualidade técnica ou moral e
substituí-la por bons filmes, documentários ou cursos de idiomas, desde que se evite o
perigo de roubar muito tempo, em detrimento do estudo, da leitura ou de outros
planos de descanso.
A música
Também é muito bom ouvir música - atual e clássica - com os filhos. Não se
trata de escutar todas as canções dos grupos musicais da moda, mas de estar em
condições de ajudar os jovens a não se deixarem levar pelo afã de adquirir
rapidamente o último disco lançado no mercado. Deve-se desenvolver nos filhos
sentido crítico em relação a músicas que supõem amostra de mau gosto, quando não
ofensa a Deus e menosprezo à dignidade humana.
a) Durante a semana
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animá-los a pensar o que se vai fazer no fim de semana, para que não chegue o
sábado "sem saber o que fazer".
animar a levantarem em uma hora adequada, para que não percam o dia na
cama. É necessário recuperar as forças, mas sem exagero;
evitar os dois extremos: encher os feriados com coisas para fazer ou não fazer
coisa alguma;
praticar esporte com mais intensidade. Aprender algum esporte novo
(montanhismo, natação, tênis, vôlei,,,)
ajudá-los nas tarefas escolares (não fazê-las por eles). Trata-se de estar
presentes, de exigir amavelmente, de estar disponíveis - ainda que estejamos
aproveitando o tempo em outra coisa ;
jantar com os filhos e não ligar a tv durante a refeição. Pode-se aproveitar para
conversar e ensinar os bons modos à mesa, sobretudo com o exemplo;
Organizar um tempo de tertúlia durante a sobremesa, no qual toda a família
possa intervir;
jogos em família. Existem muitos e muito interessantes para todas as idades;
praticar algum esporte;
colaborar nas tarefas domésticas para desafogar um pouco as mães. Os
encargos familiares podem gerar resultados muito bons;
ir à missa juntos. Em seguida, tomar o café da manhã ou algum lanche na
padaria pode ser atrativo, algumas vezes;
organizar excursões, passeios ao campo, passeios de bicicleta;
fazer esporte com os filhos;
assistir aos seus encontros esportivos;
visitar museus ou exposições que possam ser atrativas (não "enfiar a cultura à
força")
falar mais detidamente com algum dos filhos, sem dar lições, interessando-se
sinceramente por eles.
dedicar um tempo a cultivar algum hobbie.
c) Nas férias
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C. VIRTUDE DA GENEROSIDADE
O homem é um ser naturalmente social. A tendência natural é a de que as
relações sejam positivas e contribuam para o pleno desenvolvimento pessoal.
A base destas relações humanas é a virtude da Justiça, pela qual damos a cada
um aquilo a que tem direito.
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A virtude da justiça
As crianças aprendem, nos primeiros anos, com a orientação dos pais,
professores e irmãos mais velhos, que o justo é o que "está bem", e o injusto, o que
"está mal". A princípio, essa aprendizagem se adquire na relação diária com os irmãos
que tem uma idade parecida e com os companheiros de jogos e brincadeiras.
Até oito ou nove anos, convém introduzir uma educação de justiça que
destaque certas normas nos jogos, brincadeiras, na convivência familiar e escolar, que
mostrem com clareza o que é justo e o que não é. Não se trata de conquistar uma
compreensão profunda dos motivos - da qual ainda não são capazes - mas de ajudá-los
a adquirir hábitos com carinho, compreensão e exigência e a distinguir o justo do
injusto. Por isso, é importante reconhecer o bem feito e aquele que tenha atuado mal,
seja consciente de que sua conduta não foi justa. Essas ações constituem uma
preparação para que, mais adiante, as crianças sejam conscientes de que as pessoas
têm direitos e deveres.
As crianças vão compreendendo o que é justo, em parte, por meio das regras
dos jogos e da obediência aos seus pais e professores. Por isso a importância que tem
o exercício da autoridade para a educação da justiça. Também percebem o que é
injusto pela sensação de rebeldia interior que as situações de injustiça provocam.
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As sanções
Para que os filhos adquiram um conceito adequado da justiça e se exercitem
nessa virtude humana, os educadores - pais e professores - devem ser eles próprios
justos na relação com seus filhos e alunos.
Para que as sanções sejam eficazes, requerem-se algumas condições: que sejam
poucas, de curta duração, proporcionais à falta cometida, educativas, aplicadas
imediatamente e - se possível - avisadas com antecedência.
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próxima vez haverá uma sanção. Quando as faltas são graves ou envolvem
questões óbvias, não é preciso uma advertência antecipada.
A virtude da generosidade
As crianças pequenas tendem ao egoísmo. Por volta dos três anos vivem a
primeira crise do "eu". É sua consolidação com o "eu-corpo", quando descobrem que
são diferentes dos demais. Esta é a idade do "não", em que a obstinação (como
autoafirmação) e a fácil irritabilidade tem certa semelhança com a crise da puberdade,
quando viverão a segunda obstinação do eu, desta vez de si mesmo, do "eu-espírito" .
Essa primeira crise não favorece a tendência ao desprendimento, mas a um grande
sentido de posse.
entre o dar com a alegria e o querer aos demais. É conveniente fazê-los ver que DAR
algo constitui uma mostra de carinho; que duas pessoas que se querem bem e são
amigas se dão coisas. Nessa fase, interessa que a criança aprenda a esforçar-se por ser
generosa com as pessoas que quer bem ou que lhe são simpáticas, buscando agradar-
lhes. O sorriso, o agradecimento cheio de afetos que reconhece e aprecia o esforço
alheio lhe motivarão a seguir com esses atos com outras pessoas.
A generosidade é uma das virtudes que mais aperfeiçoa a pessoa, já que está
muito relacionada ao amor, e necessita da responsabilidade e da fortaleza para
colocar-se em exercício.
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Ao educar este hábito não se deve cair no perigo de se contentar em "dar o que
sobra", nem em "ficar bem", ou "aparecer", mas se trata de incentivar a decisão livre
de entregar algo do que se tem para fazer a vida mais agradável aos demais.
O perdão
Perdoar, perdoar de verdade, de coração, é um dos atos mais perfeitos da
generosidade, embora mais difíceis de realizar. Para perdoar, é necessária a segurança
interior e o desejo de servir. Perdoar não é tirar importância do que gerou a mágoa,
nem ser ingênuo. Mas é reconhecer a necessidade da outra pessoa de receber carinho,
aceitação e confiança apesar do que tenha feito.
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A virtude da obediência
A virtude humana da obediência consiste em aceitar e realizar com prontidão e
interesse as decisões de quem tem autoridade. A criança pequena obedece porque
reconhece intuitivamente a autoridade dos pais. Eles lhes dão segurança e carinho, e
tudo isso a leva a cumprir a vontade dos pais, ainda que, às vezes, sinta-se inclinada a
desobedecer para provar sua própria força e suas próprias possibilidades de atuar com
independência.
Por volta dos três anos surge o que se pode chamar a idade do "não". Esse
momento do processo evolutivo normal da criança supõe a nascente vontade infantil.
A partir de então, surgem as primeiras argumentações dos motivos que, pouco a
pouco, irão fundamentar a sua liberdade.
Convém unir exigência com razões pelas quais se exige algo, de tal modo que a
criança obedeça (na medida do possível) porque vê que o que lhe pedem é razoável.
Também pode obedecer por carinho aos pais e professores, reconhecendo que sua
obediência é um modo de manifestar isso.
Não é construtivo que os pais repitam muitas vezes a mesma ordem, pois cada
vez os filhos tardarão mais em obedecer. Por exemplo, não é educativo avisar quatro
ou cinco vezes de que vai perder o ônibus escolar caso não se apressem. Em algumas
ocasiões a crise da obediência é na realidade crise de autoridade dos pais.
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A virtude do companheirismo
No princípio da escolarização, a criança se depara com um âmbito mais formal
que o da família, no qual existem mais regras de comportamento, horários, notas...
Esse fato oferece várias oportunidades para que a criança amplie o seu campo de
relações sociais: em sua classe encontram-se crianças muito diferentes, com as quais
terá que aprender a conviver.
Os pais devem procurar saber se, no colégio, seu filho brinca e fala com os
outros, se é generoso, se passa mais tempo com algumas crianças do que com outras,
se ele se dá bem com os companheiros, se está fazendo amigos. Esse é um tema muito
importante para falar com o preceptor.
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Não é bom insistir continuamente em quais tipos de amigos convém aos filhos.
Podem-se explicar os motivos e eles devem entender, porém é preciso respeitar suas
preferências, sem imposições diretas, salvo casos especiais.
O habitual será que nossas alunas e alunos selecionem bem as amizades, mas
podemos facilitar isso, procurando que circulem por ambientes em que possam travar
amizade com outros meninos ou meninas de sua idade que tenham costumes e
divertimentos sadios. Em muitas cidades, existem clubes juvenis, promovidos por pais
de família, para que seus filhos aprendam a conviver bem, fazer amigos em ambiente
positivo e receber ajuda na formação pessoal. Essa é uma possibilidade entre muitas.
Cada um dos atos isolados de solidariedade não devem nunca ser considerados
como fins, mas como meios para fazer nossos alunos conscientes de que na vida, ou se
serve aos demais ou o egoísmo incapacita o homem para a felicidade.
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ajudar os companheiros que não entendem uma lição ou não sabem resolver
um problema;
levar algum dia (ou ir à casa de outros) para casa amigos para estudar ou
brincar;
explicar a importância de que os bons companheiros têm na vida;
participar das atividades de um clube juvenil;
compartilhar hobbies.
visitar e anotar as tarefas de um colega doente.
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D. VIRTUDE DA RESPONSABILIDADE
A responsabilidade é um reflexo da maturidade da pessoa que é capaz de viver
a liberdade, que compromete a sua vida com a verdade e o bem em um projeto
pessoal de vida, com todas as consequências.
A melhor idade para que essa virtude se consolide é entre os seis e doze anos,
já que as crianças estão em períodos sensitivos que facilitam a conduta responsável:
amor à justiça, disposição para ajudar e colaborar prontamente, desejo de ficar bem,
afã de superação. Essas tendências cooperam diretamente com a necessidade de
cumprir o dever, escolhido ou assumido. Trata-se de predisposições que facilitam a
realização dos compromissos com perfeição.
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saber o que se deve fazer e como fazê-lo. Por isso é importante indicar ao
aluno o propósito da tarefa e a forma de realizá-la, animando-o a fazer as
perguntas necessárias para fazê-la bem.
que aceite fazer a tarefa, o que supõe poder não aceitá-la (se não se pode
negar, estamos falando de obediência e não de responsabilidade). Quando
escolhe livremente, estará exercitando sua responsabilidade. Está claro que
algumas tarefas devem cair no âmbito da obediência e as crianças devem
realizá-las por obrigação. É interessante considerar que os alunos devem
aprender a pensar e a decidir por si próprios. A possibilidade de dizerem "não"
algumas vezes faz parte desse processo.
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Liberdade e responsabilidade
Os alunos não ficam responsáveis de repente, ao completarem 16 ou 18 anos.
A aquisição da virtude da responsabilidade é um processo que ocorre pouco a pouco,
durante muitos anos, se aproveitarem as ocasiões que são oferecidas para atuar com
liberdade e exercitar a responsabilidade.
A liberdade nos faz capazes de escolher o bem, a responsabilidade de colocar
em prática essas decisões e de cumprir os próprios deveres da melhor forma possível,
com autonomia e iniciativa.
E. VIRTUDE DA ALEGRIA
Podemos considerá-la como a virtude humana síntese e resumo de todas as
demais virtudes. A alegria constitui o fim da educação e o fruto de uma vida virtuosa.
Encontra-se envolvida com todas as demais virtudes: aproxima o homem de seu fim,
da sua perfeição, da felicidade possível no tempo.
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das tarefas primordiais da educação. Para "ensinar alegria" é muito importante vivê-la.
Nós, educadores, somos mediadores entre a criança e os valores.
c) Aceitar as próprias possibilidades e limitações. Viver com alegria o que temos, sem
renunciar a melhorar, mas sem ter atenção centrada quase que exclusivamente no que
nos falta. Não perder tempo com lamentações ou queixa inúteis sobre o que já
aconteceu ou é irremediável: aceitar cada filho pelo o que é e como é.
d) Fazer de nossas ocupações habituais fonte de alegria. Nosso trabalho, seja qual for,
é a expressão da capacidade e aporte à sociedade em que vivemos. É um dos âmbitos -
junto com o brincar e o amor - principais da vida humana, e, portanto, uma das fontes
de satisfação e alegria mais importantes.
e) Bom humor na convivência. Estar bem na família e na escola. Rir em família com
frequência e contagiar a alegria. Criar oportunidades de "passar bem" todos juntos:
almoços especiais, festas, passeios. Não se trata de fazer coisas muito especiais, mas
de fazer especial o estar juntos, por exemplo, assistir a um vídeo em casa, com
petiscos e refrescos, comemorar aniversários em sala de aula ou as conquistas das
equipes esportivas do colégio.
A virtude do otimismo
Não é fechar os olhos à realidade, falsificando-a; nem fazer de conta que nada
acontece, de forma ingênua. O otimismo supõe ser realista e buscar o positivo, ao
invés de centrar-se nas dificuldades. Quando o otimista se centra nas dificuldades, é
para ver que oportunidades se escondem nelas. Levar em conta as dificuldades, mas
saber que, muitas vezes, são superáveis.
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O amor é incondicional
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Os filhos devem saber-se queridos por eles próprios, pelo fato de existirem,
independentemente de qualidades e aptidões e, por conseguinte, de suas notas e
resultados escolares.
Primeiro, o positivo.
Em qualquer filho, o positivo sempre é maior que o negativo. Para darmos conta disso,
pode ser interessante fazer uma lista das qualidades positivas do filho.
Frequentemente podemos ficar demasiadamente atentos para o que o filho faz mal e
perdemos de vista as coisas interessantes, deliciosas, inteligentes e amáveis que faz.
Um sorriso é uma mensagem positiva. Dizer que gosta da forma como fez algum
trabalho também o é. Definitivamente, é necessário dar-se conta do positivo e dizê-lo.
Não se trata de elogiar por elogiar, sem moderação nem motivo. Os elogios mais
eficazes são os que se referem a atuações concretas que ajudam as crianças a
desenvolver uma maior consciência do bem e do mal.
No tom de voz, na expressão facial, pode-se transmitir uma mensagem mais clara do
que com as palavras. Cumprimentam-se os filhos com apreço, alegria e carinho na voz,
o filho reconhecerá a sua alegria, que será para ele, fonte de segurança e de satisfação.
Também com palavras é possível fazê-los ver o quanto somos contentes de tê-los e de
estar com eles. Se continuamente qualificamos como maus e errados por cometerem
erros, acabarão convencidos de que não são capazes de fazerem bem as coisas.
É um tempo para ficarem juntos, não para dar lições ou repassar o comportamento
dos últimos dias. Trata-se de ir a algum lugar do qual se goste e passar um tempo
juntos, falar de coisas que o filho ou filha queiram. O trato pessoal e frequente é um
gerador de confiança.
Mais que o resultado essa atitude é especialmente eficaz com crianças perfeccionistas
ou com muito baixa autoestima, que pensam que fazem mal as tarefas que lhes são
atribuídas.
Essas crianças podem ter uma imagem negativa de si mesmas e são muito autocríticas.
Quando aprendem a pedir e a sugerir, a tensão ficará reduzida.
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Uma das grandes alegrias da infância é descobrir algo e saber-se capaz de agir por si
mesma. Se a criança pode buscar uma resposta, não convém dá-la. Pelo contrário, se a
damos é por que pensamos que eles não podem fazer algo bem e não lhe permitimos
tentar; favoreceremos, desse modo, as dúvidas sobre sua própria capacidade, o que
gera passividade e retraimento.
Descobrir suas qualidades especiais e informá-los sobre elas: "Você faz desenhos
encantadores". Apoiar-se em pontos fortes: desejo de agradar aos seus pais, boa
disposição para colaborar. etc. para conseguir que queiram melhorar em algum
aspecto concreto.
Exigência desproporcional.
Deve haver equilíbrio entre o que a criança sabe e pode fazer, de modo que, com
esforço, e, ás vezes, com ajuda, possa realizar. Não convém pedir-lhes tarefas ou
responsabilidades complicadas, sem explicar-lhes bem o que se deve fazer e o que se
espera deles.
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Aos seis anos, a consciência moral da criança começa a ser despertada, ou seja,
começa a compreender que certas ações próprias agradam ou ofendem a Deus. Os
pais e educadores devem ter uma grande preocupação por formar a consciência das
crianças que, normalmente se estabelece por volta dos sete anos. Isso permitirá julgar
a bondade ou malícia de seus atos. Por isso, convém inicia-los na necessidade de sentir
um certo pesar por suas más ações, sem oprimi-los ou produzir um sentimento
esmagador de culpa por suas pequenas faltas. Deve-se empregar um tom muito
positivo, falar do carinho e da bondade de nosso Pai Deus e de como devemos
procurar dar a Ele alegrias ao invés de desagrados, ou seja, orientá-los mais no sentido
do amor do que no do temor. Assim aprenderão, pouco a pouco, o significado do
pecado, do arrependimento e do perdão, sem cair nos escrúpulos, evitando produzir
um sentimento esmagador de culpa. Que saibam distinguir o que é pecado e o que não
é e a diferença entre pecado mortal e venial.
Sete e oito anos são idades apropriadas para introduzir a criança, de maneira
orgânica, na Igreja, por meio da preparação imediata à confissão e à comunhão,
procurando facilitar-lhe a recepção consciente e frequente desses sacramentos. É
importante fazê-los compreender a importância da Santa Missa dominical, de forma
que entendam que em qualquer plano ou atividade familiar de fim de semana, leva-se
em conta, em primeiro lugar, o cumprimento do preceito.
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Alguns dos "por quês" infantis serão ocasião próxima para falar-lhes de Deus
com sentido sobrenatural de múltiplas incidências. Embora ainda não sejam capazes
de compreender o sentido profundo de alguns conceitos religiosos, não podemos
deixar de dizê-los. A catequese habitual, tanto no âmbito escolar - por meio das aulas
de religião - quanto no familiar, apresenta-se como modo mais adequado para
apresentar-lhes a doutrina cristã básica.
Outros pequenos hábitos de piedade que os alunos podem adquirir nessa etapa
são: oferecer seu trabalho a Deus, rezar três Ave Marias antes de dormir e rezar o
Santo Rosário (o terço) em família.
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Pedir as coisas “por favor", "levantar a mão ou fazer outro sinal convencionado, para
indicar que se quer falar em sala", "evitar empurrar os companheiros", "dividir o
material escolar", também são ações da vida infantil que contribuem na formação de
hábitos de generosidade e colaboração, base de toda a vida social. Outras ações como
"manter os cadarços do tênis amarrados", "evitar roer as unhas", contribuem para a
formação da autoimagem e do sentimento inicial de dignidade que começa a
manifestar-se no porte pessoal.
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Ordem
Laboriosidade
Esforço
Resiliência
Comodidade material
Limpeza e organização no Segurança
(atividades eficazes) material de uso diário
Justiça
Obediência
Respeito às normas de
convivência
Comunicação cordial Generosidade Colaboração
Responsabilidade
Companheirismo
Solidariedade
Amabilidade
Limpeza pessoal
Educação no
Sensação de bem-estar Autoestima
relacionamento
Alegria
Iniciativa
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O preceptor precisa ganhar a confiança dos pais que participarão de bom grado
das entrevistas e aceitarão conselhos, se perceberem que seu filho é querido,
conhecido, compreendido e ajudado pelo preceptor. Isso transparecerá pelo respeito e
carinho com que seu filho falará do preceptor.
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recentes sobre o aluno e de uma pauta guia dos assuntos que devem ser tratados. O
preceptor conhece, por meio dos pais, alguns dados imprescindíveis: como é o aluno,
comportamento em casa, situações familiares que possam influenciar na sua
formação, etc. Por sua vez, dá a conhecer aos pais a atitude de seu filho no colégio,
informa sobre os objetivos educativos do momento. Essa colaboração permite esboçar
o projeto educativo, de acordo com a capacidade e situação do filho.
Desta forma, quando o preceptor conquista a confiança dos pais, pode realizar
um autêntico trabalho de assessoramento familiar, ajudando-os a conseguir em seu
lar, um clima que lhes facilite educar os filhos, a resistir às tendências gerais de
sentimentalidade e falta de sentido cristão que ocorrem na sociedade e a decidir a ir
contra essa corrente, conscientes de que é o único sistema para assegurar a felicidade
do filho.
O diálogo com os pais deve ter sempre um enfoque positivo, falar sobre o que
está bem e o que pode melhorar, sempre com esperança. A conversa deve ser
presidida pela sinceridade e pela fineza, para nunca dar a impressão de que se quer
dar lições ou de que se está acima dos pais.
A entrevista deve estar preparada pelas duas partes, para que não perca
eficácia. É conveniente ver os pais por ocasião das avaliações finais, no princípio dos
períodos escolares, ou ao menos, uma vez a cada trimestre. Deve-se fazer o possível
para que participem pai e a mãe. Insistir com delicadeza para que os dois estejam
presentes.
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assegurar-se de que conhece bem os critérios sobre os temas éticos mais debatidos:
fidelidade no matrimônio, paternidade responsável, sentido materialista da vida,
despreocupação prática pela formação dos filhos, drogas, etc. Será bom recomendar
aos pais livros, folhetos, vídeos que interessem a sua situação e comentar o conteúdo
desses materiais em sucessivas entrevistas.
Nessas situações, não se pode atuar com pressa. Na maior parte dos casos os
pais vivem assim simplesmente porque não sabem viver de outra forma, pois ninguém
lhes ensinou. É preciso dar-lhes uma base mínima de formação para que possam
entender alguns valores que, talvez, não adquiriram na juventude. O preceptor precisa
ter tato, contar com tempo e com o assessoramento do coordenador ou diretor do
colégio para decidir, em cada caso, como ajudar essa família. No caso de crise
matrimonial, deve-se ser especialmente prudente, sem, de forma alguma posicionar-se
a favor de uma das partes.
É importante que o preceptor esteja presente nas sessões gerais e nos demais
meios de formação que o colégio organiza para os pais. Essas ocasiões oferecem a
oportunidade de aumentar a amizade e comentar brevemente algum ponto de
interesse. Os temas que podem ser tratados nas entrevistas com os pais são muito
variados. O preceptor não pode limitar-se a comentar as notas do aluno ainda que
aparentemente, seja esse o único assunto que preocupe os pais. Para conseguir um
conhecimento amplo da família que permita uma boa assessoria educativa, será
preciso adquirir prestígio diante dos pais: mostrar-lhes que conhece o seu filho e lhe
quer bem. Preparar-se bem para a entrevista, comentar os resultados do plano
traçado na conversa anterior, etc. Entre outros assuntos, tratar dos:
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f) Hobbies e interesses. Uso da televisão e vídeos. Tratar com detalhe esse aspecto,
para sugerir aos pais modos que incentivem boas ocupações, em particular a leitura.
Sugerir para eles um plano de uso da televisão que seja verdadeiramente educativo.
Nesse ponto é frequente que os pais cedam com facilidade para conseguir com que os
filhos fiquem quietos. Selecionar os programas e ver televisão com os filhos. Selecionar
vídeos, revistas e publicações que entram em casa.
h) Valores morais e vida cristã. Exemplo dos pais. Ambiente de sobriedade, virtudes
humanas e obras de misericórdia em família. A prática religiosa em casa: Missa
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i) Formação dos pais. Assistência aos meios de formação que o colégio oferece.
Recomendar leituras que melhoram a função dos pais como primeiros educadores.
Da mesma forma que o preceptor deve guardar o segredo de ofício ante os pais
sobre as questões pessoais que o aluno lhe tenha confiado, deve viver igualmente esse
silêncio em relação aos assuntos da intimidade familiar que os pais relataram na
entrevista.
Nunca aceitar presente pessoal dos pais ou dos alunos que atende: deve
recusá-lo com cortesia e firmeza, fazendo-os ver que é uma norma que sempre se
viveu no colégio e que convém manter, sem exceção. Se, por acaso, receber algum
presente que não seja oportuno devolver, deixá-lo com o diretor do colégio, que
decidirá sobre o destino do presente. Se os pais desejam doar algo ao colégio, podem
colaborar com o fundo de bolsas, presentear com algum objeto de culto para o
oratório, etc.
Ainda que haja muita confiança, não se pode admitir críticas estéreis sobre o
colégio ou sobre algum professor. Se isso acontecer, o preceptor defenderá a retidão
de quem tenha sido criticado, fará os pais perceberem que talvez não tenham visto a
situação por todos os ângulos e agradecerá a informação, que levará ao conhecimento
do interessado ou da direção, para melhorar o que se deva.
Sessões gerais;
Aulas permanentes;
Cursos intensivos;
Atividades de formação pessoal;
Entrevista com o Capelão;
Sessões culturais e oficinas.
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As Sessões gerais
As sessões gerais são reuniões trimestrais com todos os pais de uma classe, na
qual se trabalha sobre um aspecto concreto da educação dos filhos nessa idade e
informa-os das atividades escolares e assuntos que afetem o conjunto de crianças.
É muito conveniente tomar nota das observações e sugestões dos pais sobre qualquer
tema da vida escolar.
As Aulas permanentes
São sessões periódicas (geralmente uma por mês) para pais cujos filhos
estudam uma determinada etapa educativa. A assistência contínua a esse tipo de
sessão facilita a necessária coesão família-escola e é ocasião de refletir sobre como se
está educando os filhos e o que se pode fazer para melhorar essa tarefa.
As sessões de aula permanente podem incorporar uma discussão, em que um
professor ou pai encarregado modera as intervenções dos pais assistentes, que
consultam suas dúvidas com o palestrante, manifestam suas opiniões e oferecem
sugestões sobre os temas tratados na reunião. Podem ter formatos muito distintos,
como:
Cursos intensivos
São programas intensivos de educação familiar, normalmente abordam um
momento evolutivo concreto. São dirigidos por professores especialistas em
Orientação Familiar e apoiados na análise de situações familiares. São muito úteis para
que os pais assistentes aprofundem a sua missão de educadores. Podem desenvolver-
se de um modo intensivo em um fim de semana ou distribuídos em 7 ou 8 semanas
seguidas.
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Nos colégios deve haver pelo menos um CEC por classe, ainda que possa haver
mais de um. Os CEC são nomeados pela Direção do colégio junto com a Associação de
Pais, para um ano letivo e podem ser reeleitos durante todos os períodos que se
considerem oportunos.
Perfil do CEC
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Um mural ou uma cortiça onde se exponham os trabalhos dos alunos não deve
faltar na sala de aula.
Para evitar que as classes fiquem saturadas de material - só deve estar o que as
crianças vão usar pela temporada - interessa dispor um local pequeno ou um armário
grande que cumpra a função de armazém de recursos materiais. A ordem e a
catalogação desse material facilita o uso frequente e eficaz.
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