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BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

LETÍCIA BRAGAGNOLO BRESSIANI

DIMENSIONAMENTO DE UMA FUNDAÇÃO DO TIPO SAPATA PARA UMA


TORRE DE ANCORAGEM DA LINHA DE TRANSMISSÃO ENTRE AS CIDADES
DE NOVA SANTA RITA E PORTO ALEGRE

Porto Alegre
2017
LETÍCIA BRAGAGNOLO BRESSIANI

DIMENSIONAMENTO DE UMA FUNDAÇÃO DO TIPO SAPATA PARA UMA


TORRE DE ANCORAGEM DA LINHA DE TRANSMISSÃO ENTRE AS CIDADES
DE NOVA SANTA RITA E PORTO ALEGRE

Projeto de Pesquisa do Trabalho de


Diplomação a ser apresentado ao
Departamento de Engenharia Civil do
Centro Universitário Ritter dos Reis,
como parte dos requisitos para obtenção
do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Me. Daniel Winter

Porto Alegre
2017
Letícia Bragagnolo Bressiani

Dimensionamento de uma Fundação do Tipo Sapata para uma Torre de


Ancoragem da Linha de Transmissão entre as Cidades de Nova Santa Rita e
Porto Alegre

Monografia apresentada ao Centro


Universitário Ritter dos Reis como
exigência parcial para obtenção do Título
de Bacharel em Engenharia Civil.

O trabalho foi aprovado pelos membros da banca examinadora obtendo


conceito______.

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________________________
Professor Mestre Daniel Winter
Orientador

_________________________________________________________
Professor Doutor Larry Rivoire Júnior
Arguidor
AGRADECIMENTOS

Sou grata ao universo por estar aqui e agora, pela dádiva da vida, pela
vontade de evoluir sempre e superar as dificuldades em busca de algo maior.
Mal tenho palavras para descrever a importância e o papel fundamental da
minha mãe Nilza Inês, por ser essa fortaleza e ser diretamente responsável pela
pessoa em que me tornei. Meu pai Roberto pelo afeto nas horas difíceis e por
sempre acreditar em meus sonhos. E minha irmã Priscila, que me ajudou em todas
as etapas da minha vida, e me fez chegar até aqui.
Agradeço ao meu Professor orientador Daniel, pela amizade, parceria,
paciência e por ter sempre acreditado que sou capaz, és um grande Mestre,
principalmente por ter essa preocupação em compartilhar seus conhecimentos.
Assim como a todos os professores que de alguma forma dividiram conhecimentos e
experiências, em especial ao meu co-orientador Marcelo que me guiou com
paciência e muita sabedoria.
Aos meus amigos de curso, pelos momentos de aulas, estudos, provas,
trabalhos, dificuldades superadas, festas e bares, eles foram essenciais na minha
formação, fizeram dos meus dias mais alegres e deram sentido a essa Universidade.
Aos meus amigos e família, por entenderem minhas ausências quando me
dedicava ao estudo, por continuarem sempre fazendo parte da minha vida.
Agradeço a Empresa Engetran Engenharia por ceder os dados utilizados
como base para este estudo. Não posso deixar de agradecer também aos meus
colegas de trabalho, que de uma forma ou de outra contribuíram com minha
experiência adquirida, me ensinando e me proporcionando oportunidades de
crescer.
Por último, agradeço ao meu namorado Emanuel, que esteve ao meu lado,
sendo essencial nos meus dias, que me dá forças e me faz ser uma pessoa melhor.
RESUMO

Os empreendimentos do setor energético para geração, transmissão e distribuição


crescem devido ao aumento da demanda energética no país, dentro deste contexto
o objetivo deste trabalho é reunir as informações necessárias para o
dimensionamento de uma fundação superficial do tipo sapata, especificamente para
torre autoportante de uma linha de transmissão (LT). Inicialmente são apresentados
os tipos de suportes utilizados, silhueta e detalhamentos do mesmo, e como se
originam as cargas que solicitarão às estruturas. Após são expostas informações
básicas para a escolha dos parâmetros geotécnicos, usualmente utilizados por
engenheiros projetistas. O trabalho possui a metodologia para particularidades que
existem nessa área, como a solicitação da fundação causada pela tração, que pode
gerar o chamado arrancamento, sendo analisado através do método do cilindro de
atrito. Também são apresentados os métodos para verificação quanto ao
deslizamento, tombamento, tensão máxima e mínima, através do método de
Winkler. Por fim, é apresentado o dimensionamento das armaduras, tanto de flexão
quanto cisalhamento, e a análise de puncionamento.

Palavras-chave: Fundação Superficial. Linha de Transmissão. Sapata.


Dimensionamento.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Silhueta de torre autoportante ................................................................... 20


Figura 2 - Detalhamento de um stub ......................................................................... 21
Figura 3 - Árvore de carregamento ........................................................................... 27
Figura 4 - Esquema do método do cilindro de atrito .................................................. 33
Figura 5 - Gráfico das zonas do método de winkler .................................................. 36
Figura 6 - Dimensões da sapata de acordo com a norma ......................................... 38
Figura 7 - Contornos críticos C e C' .......................................................................... 39
Figura 8 - Esquema para determinação da armadura longitudinal ............................ 41
Figura 9 - Seção de referência para o cálculo do momento fletor ............................. 42
Figura 10 - Esquema para o cálculo da armadura superior ...................................... 44
Figura 11 - Esquema para cálculo da flexão normal ................................................. 46
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Peso específico de solos argilosos .......................................................... 23


Tabela 2 - Peso específico de solos arenosos .......................................................... 24
Tabela 3 - Tabela dos estados de compacidade e consistência ............................... 24
Tabela 4 - Obtenção do ângulo de atrito ................................................................... 25
Tabela 5 - Cargas máximas atuantes na torre DGN ................................................. 28
Tabela 6 - Cargas máximas majoradas utilizadas na torre DGN............................... 28
Tabela 7 - Resultados dos fatores de carga e forma................................................. 31
Tabela 8 - Pressões básicas (σo) .............................................................................. 32
Tabela 9 - Resultados do método cilindro de atrito ................................................... 35
Tabela 10 - Resultados dos estados limites últimos.................................................. 37
Tabela 11 - Resultados da verificação à punção....................................................... 40
Tabela 12 - Resultados para as armaduras superiores............................................. 43
Tabela 13 - Resultados para as armaduras inferiores............................................... 45
Tabela 14 - Resultados obtidos para a armadura longitudinal .................................. 50
Tabela 15 - Resultados para ancoragem .................................................................. 52
LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas e Técnicas

LT - Linha de Transmissão

SPT - Standard Penetration Test

DGN - Torre autoportante de circuito duplo e ancoragem intermediária.


LISTA DE SÍMBOLOS

a - dimensão, largura do fuste


AB - área da base maior do tronco cone
Ab - área da base menor do tronco cone
As - área de aço
As,máx - área de aço máxima
As,mín - área de aço mínima
B - dimensão, lado menor da sapata
b - dimensão, largura fuste
bc - fator de inclinação da base da fundação
bq - fator de inclinação da base da fundação
bγ - fator de inclinação da base da fundação
c - coesão
C - força, carga de compressão
d - altura útil de uma seção de concreto
d’ - distância entre o eixo da armadura de compressão à face
dc - fator de profundidade
dq - fator de profundidade
dγ - fator de profundidade
e1 - excentricidade inicial
e1,mín - excentricidade mínima
ex - excentricidade no eixo x
ey - excentricidade no eixo y
fbd - resistência de aderência de cálculo da armadura passiva
Fc - força resultante tensão compressão do concreto
fcd - resistência à compressão de projeto do concreto
fck - resistência característica à compressão do concreto
fct,m - resistência media à tração do concreto
fctk,inf - resistência à tração direta do concreto inferior
Flmd - força, carga longitudinal direção ao montante
Flvd - força, carga longitudinal direção vertical
Fs - força resultante tensão tração da armadura
FSA - fator de segurança ao arrancamento
Fsd - força normal calculada atuante
ftd - resistência à tração de projeto do concreto
ftk - resistência característica à tração do concreto
Ftmd - força, carga transversal direção ao montante
Ftvd - força, carga transversal direção vertical
fyd - resistência ao escoamento de projeto do concreto
fyk - resistência característica à tração do aço
gc - fator de inclinação do terreno
gq - fator de inclinação do terreno
gγ - fator de inclinação do terreno
H - altura total da sapata
h - dimensão, altura da seção transversal do pilar
h - dimensão, altura sapata
H - força, componente horizontal
hf - dimensão, altura fuste
hs - dimensão, altura sapata
I - momento de inércia
i - raio de giração
ic - fator de inclinação de carga
iq - fator de inclinação de carga
iγ - fator de inclinação de carga
k - dimensão, distância de borda
kp - coeficiente de empuxo passivo do solo
kV - quilovolt
L - dimensão, lado maior sapata
lb - comprimento de ancoragem
lb,mín - comprimento de ancoragem mínimo
lb,nec - comprimento de ancoragem necessário
M1d,mín-momento total de 1ª ordem mínimo
Md - momento solicitante de cálculo
MFc - momento resistente de compressão
Ml - momento longitudinal
MPa - megapascal
Ms - momento fletor solicitante
Mt - momento transversal
N - número de golpes no ensaio SPT
Nc - fator de capacidade de carga
Nd - esforço normal de cálculo
Nk - força normal característica
Nq - fator de capacidade de carga
Nγ - fator de capacidade de carga
p - cota de assentamento, profundidade da fundação
PC - peso do concreto
PP - peso próprio total de uma fundação
PS - peso do solo
qu - tensão de ruptura do solo (última)
Sc - fator de forma
Sq - fator de forma
Sγ - fator de forma
T - força de tração
V - força, componente vertical
Vc - volume do concreto
Vs - volume do solo
x - abscissa de um ponto
x - posição da linha neutra
x23 - posição da linha neutra
x34 - posição da linha neutra
y - dimensão, altura
y - ordenada de um ponto
z - braço de alavanca
z - dimensão, distância
α - ângulo
α - coeficiente para cálculo de comprimento de ancoragem
αb - parâmetro de instabilidade
γc - coeficiente de minoração da resistência do concreto
γc - peso específico do concreto
γs - peso específico dos grãos sólidos do solo
γy - coeficiente de minoração da resistência do aço
η1 - coeficiente tensão de aderência armadura passiva
η2 - coeficiente tensão de aderência armadura passiva
η3 - coeficiente tensão de aderência armadura passiva
µ - esforço adimensional mi
µ - perímetro contorno crítico
ν - esforço adimensional ni
σ - tensão utilizada
σ’ - tensão normal efetiva
σadm - tensão admissível do solo
σs - tensão ruptura do solo
ϕ - ângulo de atrito interno do solo
ϕ - diâmetro
ω - taxa mecânica
- índice de esbeltez
- valor-limite índice de esbeltez
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15

2 DIRETRIZES DA PESQUISA ...................................................................... 16

2.1 QUESTÃO DE PESQUISA .......................................................................... 16

2.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 16

2.2.1 Objetivo Principal ....................................................................................... 16

2.2.2 Objetivo Específico .................................................................................... 16

2.3 ANÁLISE OPERACIONAL DAS VARIÁVEIS ............................................... 17

2.4 PRESSUPOSTO .......................................................................................... 17

2.5 DELIMITAÇÕES .......................................................................................... 17

2.6 LIMITAÇÕES ............................................................................................... 17

3 LINHAS DE TRANSMISSÃO ...................................................................... 19

3.1 SUPORTES METÁLICOS ............................................................................ 19

4 INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICA E GEOTÉCNICA ....................................... 22

4.1 PARÂMETROS ESCOLHIDOS PARA O TIPO DE SOLO ........................... 22

4.1.1 Coesão ........................................................................................................ 23

4.1.2 Peso Específico .......................................................................................... 23

4.1.3 Ângulo de Atrito ......................................................................................... 24

5 HIPÓTESES DE CARREGAMENTO ........................................................... 26

5.1 RESUMO DAS CARGAS MÁXIMAS............................................................ 27

6 SAPATA ...................................................................................................... 29

6.1 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA ............................................................... 29

6.1.1 Capacidade de Carga do Solo à Compressão ......................................... 29

6.1.2 Arrancamento ............................................................................................. 32

6.1.3 Método de Winkler ..................................................................................... 35

6.2 VERIFICAÇÃO DA ARMADURA.................................................................. 38


6.2.1 Dimensionamento de Lajes à Punção ...................................................... 39

6.2.2 Determinação da Armadura Inferior ......................................................... 41

6.2.3 Determinação da Armadura Superior ....................................................... 44

6.2.4 Armadura do Fuste .................................................................................... 45

6.2.5 Estribos ....................................................................................................... 52

7 DISPOSIÇÃO GERAL DAS ARMADURAS DA SAPATA .......................... 53

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 54

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55

ANEXO 1 - SONDAGEM DO SUPORTE 02 ............................................................. 59

ANEXO 2 - TRAÇADO E LOCAÇÃO DOS SUPORTES .......................................... 60

ANEXO 3 - ÁBACO PARA OBTENÇÃO DA TAXA MECÂNICA............................. 61

ANEXO 4 - FÔRMAS E ARMADURAS .................................................................... 62


15

1 INTRODUÇÃO

Nosso mundo moderno é movido pela eletricidade, o desenvolvimento social


e econômico está correlacionado com a quantidade consumida de energia, quanto
mais produzimos, melhor economicamente nos encontramos. A energia é obtida em
usinas geradoras de várias origens (eólicas, termelétricas, hidrelétricas) e
geralmente estas se encontram distantes dos grandes centros urbanos que
demandam o seu consumo.
A linha de transmissão (LT) é o empreendimento que visa a distribuição dessa
energia desde a fonte geradora numa ponta, através de uma subestação elevadora,
até um centro consumidor na outra ponta, por uma subestação rebaixadora
(GONTIJO, 1994). A produção de energia elétrica é um processo que está
permanentemente em expansão, em 2016 o sistema de transmissão brasileiro
possuía 134.947 km de linhas e a previsão para 2024 é de 195.155 km (PDE, 2015;
FURNAS, 2016).
O projeto de fundações dessas torres possui particularidades em relação às
demais obras de engenharia, tendo como a principal diferença a solicitação
característica de tração que atua diretamente sobre a fundação e os elevados
esforços horizontais. O presente trabalho tem como objetivo o dimensionamento das
fundações do tipo sapata da linha de transmissão LT 230 kV Nova Santa Rita –
Porto Alegre, apresentando a caracterização e escolhas de parâmetros geotécnicos,
os métodos de verificação da capacidade de carga da fundação quando submetida
aos esforços de compressão, arrancamento, deslizamento e tombamento, além das
verificações para armaduras como puncionamento, cisalhamento, compressão
diagonal e flexão.
16

2 DIRETRIZES DA PESQUISA

Neste capitulo são apresentadas as diretrizes da pesquisa.

2.1 QUESTÃO DE PESQUISA

Como fazer o dimensionamento de uma fundação superficial do tipo sapata


para torres de linhas de transmissão (LT) e quais são os métodos utilizados e
parâmetros requeridos?

2.2 OBJETIVOS

Os objetivos do trabalho são descritos nos próximos itens.

2.2.1 Objetivo Principal

O trabalho tem como objetivo principal executar o dimensionamento de uma


fundação superficial para linhas de transmissão, acompanhando os critérios das
normas que regularizam, assim como suas particularidades, elaborando assim um
projeto para esta situação explicitando os métodos e variáveis envolvidas.

2.2.2 Objetivo Específico

Os objetivos específicos do trabalho são:

a) definição dos parâmetros geotécnicos;


b) verificação da capacidade de suporte do solo;
c) verificação quanto ao arrancamento;
d) verificação quanto ao tombamento;
e) tensão admissível de borda;
17

f) verificação e dimensionamento dos esforços de flexão e cisalhamento do


concreto armado.

2.3 ANÁLISE OPERACIONAL DAS VARIÁVEIS

As variáveis que impactam na escolha do sistema de fundação de torres


são:

a) caracterização do solo;
b) carregamento vertical;
c) carregamento longitudinal;
d) carregamento transversal.

2.4 PRESSUPOSTO

O trabalho tem por pressuposto os procedimentos de segurança das cargas


admissíveis em relação à resistência última, e verificação do estado limite último
descritos respectivamente nas seguintes normas técnicas brasileiras, que são
válidas para definição da capacidade de carga do elemento de fundação: NBR
6122:2010 e NBR 6118:2014.

2.5 DELIMITAÇÕES

A delimitação do trabalho é a análise e dimensionamento das fundações da


torre do suporte nº 02 da linha de transmissão entre as cidades de Nova Santa Rita
e Porto Alegre.

2.6 LIMITAÇÕES
18

As limitações do presente trabalho são:

a) os métodos utilizados são aproximações, possuindo simplificações que


podem não representar a realidade;
b) a sondagem spt não representa o solo como um todo, podendo estar sujeito a
variabilidade.
19

3 LINHAS DE TRANSMISSÃO

As linhas de transmissão são as estruturas que conduzem a energia elétrica


produzida de uma usina até as subestações e após essa energia é distribuída para o
consumo em geral. Como as usinas dependem de localizações estratégicas, como
por exemplo, perto de rios para produção de energia hidrelétrica, as linhas acabam
se tornando extensos traçados, atravessando diversos obstáculos e perfis de solos.
Seus projetos acabam sendo padronizados pela economia, motivo pelo qual se
procura desenvolver projetos-tipo, de acordo com as ações transmitidas pelos
suportes das LT’s (linhas de transmissão) e com as características do terreno onde
as fundações são implantadas (VELOZO, 2010).

3.1 SUPORTES METÁLICOS

Segundo Velozo (2010, p. 62) as estruturas de suporte das linhas de


transmissão (LT) sustentam os cabos condutores e os para-raios. As estruturas mais
usuais são as torres metálicas treliçadas, pois permitem uma estrutura mais alta,
esbelta, leve e versátil.
Podemos dividir as torres de linhas de transmissão em dois tipos estruturais:
estaiada e autoportante. As torres estaiadas são aquelas que utilizam estais (cabos
tracionados) fixados ao solo numa das extremidades, e na outra, ao corpo da torre,
garantindo sua estabilidade (CHAVES, 2004).
As torres autoportantes são mais pesadas, pois se mantém em equilíbrio
estático somente por causa de seu peso. Este tipo de suporte é o que será abordado
no presente trabalho.
Essas torres possuem um corpo básico padrão e diferentes alturas de pernas
e extensões como indicado na figura 1. As extensões ficam entre os pés e a torre
básica, tendo o papel de dar altura à estrutura, e os pés se ajustam à diferença de
altura da torre com as cotas do terreno. (AMARAL, 2015; QUENTAL, 2008, p.10).
20

Figura 1 - Silhueta de torre autoportante

Fonte: Elaborado pelo Autor

Também podemos subdividir os tipos de torres entre ancoradas e suspensas.


As torres ancoradas são as que suportam melhor os arrancamentos (CHAVES 2004,
p. 24), por isso ficam no começo e no final das linhas de transmissão, elas também
são utilizadas quando o ângulo de tração no cabo fica superior a 5°. As torres
suspensas não possuem uma estrutura tão robusta, e por só “suspenderem” os
cabos condutores acabam sendo locadas em trechos retos, ou em trechos em que
se admitem pequenos ângulos (CHAVES, 2004, p. 19).
21

Neste caso de estudo, iremos dimensionar o suporte nº 02 da linha de


transmissão entre as cidades de Nova Santa Rita e Porto Alegre, uma torre
autoportante com 17 metros de altura, do tipo DGN, sigla que significa que possui
circuito duplo e ancoragem intermediária.
Cada tipo de torre possui sua memória de cálculo que é fornecida pela
empresa fabricante da mesma, neste memorial são apresentadas as hipóteses de
carregamento, que serão detalhadas a seguir, as cargas atuantes nas fundações, o
detalhamento de chapas e parafusos, as pressões do vento exigidas pela NBR
5422:1985, entre outros. O elemento de ligação entre as torres e a fundação é
chamado de “stub” (vide figura 2), que também está especificado no memorial de
cálculo da torre e que garante que a carga será transmitida corretamente sem
sobrecargas adicionais na fundação. Ele possui detalhamento das aletas, aderência,
parafusos, tipo de aço, distância até o centro da fundação e uma inclinação igual aos
montantes da estrutura (Amaral 2015, p. 36), e cabe ao projetista especificar o tipo
de fundação de acordo com esses dados e as características dos solos.

Figura 2 - Detalhamento de um Stub

Fonte: GARCIA (2005, p. 5)


22

4 INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICA E GEOTÉCNICA

A elaboração de projetos de fundações exige um conhecimento adequado do


perfil do solo no local. Após a definição da localização do traçado em que a linha de
transmissão irá atravessar, é necessária a identificação e classificação do substrato,
assim como a avaliação das suas propriedades geológicas. Podem ser feitos os
ensaios por sondagens a trado, ou do tipo spt (standard penetration test), ou rotativa
e mista. De acordo com Velozo (2010), o estudo de mapas e fotos de satélites
(Anexo 2) servem como um estudo auxiliar aos dados obtidos das sondagens.
Recomenda-se executar sondagens tipo SPT, seguindo o método da NBR
6484:2001, próximas ao piquete central, em todas as estruturas de ancoragem e fim
de linha, e em locais tais como: travessias de rios, aterros, fundos de vale, alagados,
erosões e encostas (ASHCAR, 1999). Em posse da sondagem se reconhece o tipo
de solo, assim como sua a variação da resistência de acordo com a profundidade, e
quando existente, a posição do nível d’água. Neste caso o perfil geotécnico é
constituído predominantemente por areia de medianamente compacta a muito
compacta, e fora encontrado nível d’água a partir de a 0,55 m.
Após esse levantamento, o solo é avaliado por métodos encontrados na
literatura, e assim adotam-se critérios e parâmetros característicos, que serão
utilizados para o dimensionamento, como o peso específico natural do solo, ângulo
de atrito interno, e coesão.

4.1 PARÂMETROS ESCOLHIDOS PARA O TIPO DE SOLO

Os parâmetros geotécnicos utilizados no projeto das fundações da LT foram


estimados com base na sondagem encontrada no Anexo 1, e de acordo com as
metodologias apresentadas a seguir:
23

4.1.1 Coesão

Para a estimativa da coesão, Teixeira e Godoy (1996 apud CINTRA et al.


2011), sugerem a correlação da equação 1 com o índice de resistência à penetração
(N) do SPT:

𝑐 = 10𝑁 (𝑘𝑃𝑎) (1)

Porém, como é alegado por Sousa Pinto (2006, p.276): “A areia é então
definida como um material não coesivo, como, aliás, constata-se pela
impossibilidade de se moldar um corpo de prova de areia seca ou saturada” é
admitido então para o dimensionamento o valor da coesão sendo zero.

4.1.2 Peso Específico

Na ausência de ensaios de laboratório, o peso específico do solo pode ser


estimado a partir dos valores apresentados nas Tabelas 1 e 2 de Godoy (1972 apud
CINTRA et al. 2011), em função da consistência da argila e da compacidade da
areia, respectivamente.

Tabela 1 - Peso Específico de Solos Argilosos

N (golpes) Consistência Peso Específico (kN/m³)


≤2 muito mole 13
3a5 mole 15
6 a 10 média (o) 17
11 a 19 rija (o) 19
> 20 dura (o) 21
Fonte: Godoy (1972 apud CINTRA et. al. 2011, p.45)
24

Tabela 2 - Peso Específico de Solos Arenosos

Peso Específico (kN/m³)


N (golpes) Consistência
Areia Seca Úmida Saturada
<5 fofa (o)
16 18 19
5a8 pouco compacta (o)
9 a 18 medianamente compacta (o) 17 19 20
19 a 40 compacta (o)
18 20 21
> 40 muito compacta (o)
Fonte: Godoy (1972 apud CINTRA et al. 2011, p.46)

Os estados de consistência das argilas e de compacidade das areias, por sua


vez, são dados em função do índice de resistência à penetração (N) do SPT, de
acordo com a Tabela da NBR 6484:2001, reportada a seguir:

Tabela 3 - Tabela dos Estados de Compacidade e Consistência

Índice de Resistência
Solo Designação
à Penetração
≤4 fofa
Areia e 5a8 pouco compacta (o)
Silte 9 a 18 medianamente compacta (o)
Arenoso 19 a 40 compacta (o)
> 40 muito compacta (o)
≤2 muito mole
Argila e 3a5 mole
Silte 6 a 10 média (o)
Argiloso 11 a 19 rija (o)
> 19 dura (o)
Fonte: NBR 6484:2001, p.17

Analisando os dados apresentados, foi adotado o valor de 18 kN/m³ para o


peso específico do solo abaixo da torre em estudo.

4.1.3 Ângulo de Atrito

Para a estimativa do ângulo de atrito interno ϕ, Godoy (1983 apud CINTRA et


al. 2011) sugere a seguinte correlação empírica (equação 2) com o índice de
resistência à penetração (N) do SPT.
25

𝜙 = 28° + 0,4𝑁 (2)

A média obtida para o ângulo de atrito segundo a tabela 4 foi 33°, obtendo
assim um valor mais adequado para um solo com predomínio de areia.

Tabela 4 - Obtenção do Ângulo de Atrito

Metros N 28 + 0,4N
0 – 1m 0 28
1 – 2m 19 35
2 – 3m 14 33
3 – 4m 11 32
4 – 5m 16 34
5 – 6m 17 34
6 – 7m 18 35
7 – 8m 18 35
8 – 9m 19 35
Fonte: Criado pelo autor.
26

5 HIPÓTESES DE CARREGAMENTO

As cargas são os esforços mecânicos que atuam nos pontos de fixação dos
suportes, e que podem ser divididas pelos seguintes eixos:

a) cargas verticais

São geradas pelo peso próprio da torre, da cadeia de isoladores e de suas


ferragens, além do peso dos cabos condutores e dos para-raios (CHAVES, 2004, p.
23).

b) cargas longitudinais

São as forças devidas ao rompimento de cabos ou à tração dos cabos


condutores e para-raios em torres de fim de linha (AZEVEDO, 2007).

c) cargas transversais

São compostas pela ação do vento sobre os cabos, cadeias de isoladores e


ferragens e, também, às componentes transversais das forças de tração dos cabos
nas torres de ângulo (GONTIJO 1994, p. 23).

Conforme a NBR 5422:1985 que estabelece os princípios básicos para o


projeto de linhas aéreas de transmissão, as hipóteses de carga são (item 7.2):

As cargas de projeto combinadas convenientemente entre si, de modo a se


obter um conjunto de hipóteses de cálculo para fins de verificação da
estabilidade desejada para o suporte.

As hipóteses são as solicitações que atuam na torre e que serão transferidas


para a fundação escolhida. Para a facilitação dos cálculos os carregamentos são
agrupados em desenhos esquemáticos chamados “árvores de carregamento” (figura
3) com todas as hipóteses que o projetista desejar. Entre essas hipóteses podem ser
levantadas as possibilidades de vento transversal extremo, cabo(s) rompido(s), fase
27

de construção ou manutenção, condição com temperatura média e sem vento


(conhecida como EDS), temperatura mínima sem vento, vento reduzido, etc.
Os esforços são divididos em dois eixos usuais: segundo os eixos verticais da
torre, e segundo o eixo da montante (inclinados), porém com cortante agindo
horizontalmente no topo da fundação (VELOZO 2010).

Figura 3 - Árvore de carregamento

Fonte: Memorial de Cálculo da Empresa Engetran Engenharia Ltda

5.1 RESUMO DAS CARGAS MÁXIMAS

Na memória do projeto da torre são apresentados os resultados apenas para


as hipóteses mais críticas, o que nem sempre representa a situação a qual a torre se
28

encontra, pois essas cargas influenciarão diretamente no dimensionamento da


fundação.
Neste memorial de cálculo da torre do tipo “DGN” são apresentadas as
máximas cargas de tração e compressão atuantes, neste caso que provém da
hipótese de vento extremo transversal. Na tabela 5 estão resumidas estas cargas,
tanto verticais quanto inclinadas na direção ao montante.

Tabela 5 - Cargas Máximas atuantes na torre DGN

(kN) Direção Fx Fy Fz
Montante -22,39 96,44 -1975,86
Compressão
Vertical 265,60 -339,65 1945,70
Montante -21,13 95,19 1713,48
Tração
Vertical 232,05 -306,10 -1687,32
Fonte: Memorial de Cálculo da Empresa Engetran Engenharia Ltda

As memórias de cálculo das torres já vêm dimensionadas com as


composições de carga já ponderadas. O coeficiente 1,1 é proveniente da NBR
5422:1985, que recomenda fazer essa multiplicação para as cargas permanentes,
resultando nos valores da tabela 6. A majoração das cargas para o
dimensionamento das fundações são para fins práticos-construtivos, pois se a torre
entrar em colapso, a fundação deve permanecer intacta para a restauração da linha
ser mais rápida. (AMARAL, 2015, p.63).

Tabela 6 - Cargas Máximas Majoradas utilizadas na torre DGN

(kN) Direção Fx Fy Fz
Compressão Montante -24,63 106,09 -2173,45
Vertical 292,16 -373,62 2140,27
Tração Montante -23,25 104,71 1884,83
Vertical 255,26 -336,71 -1856,06
Fonte: Memorial de Cálculo da Empresa Engetran Engenharia Ltda

Chaves (2004, p. 22) enfatiza que é de fundamental importância a análise das


ações atuantes nas torres e consequentemente das fundações, pois as hipóteses de
carregamentos poderão determinar o grau de exigência, ou tolerância, com relação
ao desempenho das fundações.
29

6 SAPATA

De acordo com a NBR 6122:2010 uma fundação superficial (rasa ou direta), é


a que possui uma profundidade de assentamento inferior a duas vezes a menor
dimensão da fundação em si. E a sapata é um elemento de fundação superficial, de
concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração sejam resistidas,
juntamente com uma armadura especialmente disposta a este fim.

6.1 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA

Conforme a NBR 6122:2010 é necessária a verificação dos mecanismos que


acarretam ao colapso parcial ou total da fundação. Alguns estados limites últimos
(ELU) citados na norma, como ruptura por esgotamento da capacidade de carga do
terreno, deslizamento, arrancamento ou insuficiência de resistência da fundação,
serão abordados a seguir.

6.1.1 Capacidade de Carga do Solo à Compressão

A tensão do solo será obtida com o método teórico de Terzaghi (1943),


juntamente com as contribuições de Vesic (1975 apud VELLOSO E LOPES, 2010) e
Hansen (1961) que acrescentou fatores de forma (s), fatores de profundidade (d),
fatores de inclinação da carga (i), fatores inclinação da base da fundação (b), fatores
de inclinação do terreno (g), resultando na equação 3 mais completa:

𝐵 (3)
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 𝑐 𝑁𝑐 𝑠𝑐 𝑑𝑐 𝑖𝑐 𝑏𝑐 𝑔𝑐 + 𝑞 𝑁𝑞 𝑠𝑞 𝑑𝑞 𝑖𝑞 𝑏𝑞 𝑔𝑞 + 𝛾 𝑁𝛾 𝑠𝛾 𝑑𝛾 𝑖𝛾 𝑏𝛾 𝑔𝛾
2

Utilizamos as equações 4, 5 e 6 de Hansen (1961, v.11, p. 39) para os fatores


de carga, que são em função do ângulo de atrito interno do solo:
30

𝜙 (4)
𝑁𝑞 = 𝑒 𝜋𝑡𝑔𝜙 𝑡𝑎𝑛² (45° + )
2

𝑁𝑐 = (𝑁𝑞 − 1)𝑐𝑜𝑡𝜙 (5)

𝑁𝛾 = 1,5 (𝑁𝑞 − 1)𝑡𝑎𝑛𝜙 (6)

Para os fatores de forma circular e quadrada são necessárias as equações 7,


8 e 9 (HANSEN, 1961, v.11, p.40).

𝑠𝑞 = 1 + 𝑡𝑔𝜙 (7)

𝑁𝑞 (8)
𝑠𝑐 = 1 + ( )
𝑁𝑐

𝑠𝛾 = 0,60 (9)

Foram analisados os fatores de inclinação de carga (ic, iq, iγ) das equações 11,
12, e 13. Para calcular, é necessário antes fazer a fórmula de m (equação 10), que
possui a fração do maior pelo menor lado da sapata.

2 + 𝐵⁄𝐿 (10)
𝑚=
1 + 𝐵⁄𝐿

𝑚
𝐻 (11)
𝑖𝑞 = [1 − ]
𝑉 + 𝐵. 𝐿. 𝑐. 𝑐𝑜𝑡𝜙

𝑚𝐻 (12)
𝑖𝑐 = 1 −
𝐵. 𝐿. 𝑐. 𝑁𝑐

𝑚+1
𝐻 (13)
𝑖𝛾 = [1 − ]
𝑉 + 𝐵. 𝐿. 𝑐. 𝑐𝑜𝑡𝜙
31

Sendo:

H – Componente horizontal

V – Componente Vertical

B – menor lado da sapata

L – maior lado da sapata

c – coesão

Os fatores de profundidade dependem da relação profundidade sobre menor


lado da base da sapata (B), e segundo Vesic (1975 apud VELLOSO E LOPES,
2010, p.76) por causa do procedimento executivo das sapatas, na qual se escava e
após reaterra o solo, é desaconselhada a utilização desses fatores dc, dq e dγ.
Não possuindo inclinação na base da sapata nem no terreno, os fatores de b c,
bq, bγ, gc, gq e gγ, são considerados unitários. Foram calculados os valores expostos
na tabela 7:

Tabela 7 - Resultados dos Fatores de Carga e Forma

Nq Nc Nγ
Fatores de Carga
26,09 38,64 24,44
sq sc sγ
Fatores de Forma
1,65 1,68 0,60
iq ic iγ
Fator Inclinação de Carga
0,69 1,00 0,53

Obtendo assim uma tensão de ruptura 2144 kN/m², para a obtenção da


tensão admissível é necessária a divisão deste valor pelo fator de segurança global
para fundações superficiais da NBR 6122:1996, tomado como 3. Encontrando então
o valor da tensão admissível (σadm) de 714,74 kN/m². Contudo, para fins práticos a
capacidade de carga do solo calculada deve estar nos limites exibidos na tabela 8.
32

Tabela 8 - Pressões básicas (σo)

Classe Tipo de Solo Pressão Básica (kPa)


1 Rocha Sã sem Laminação 3000
2 Rochas Laminadas Estratificadas 1500
4 Solos Granulares Concrecionados 1000
5 Solos Pedregulhosos Compactos 600
6 Solos Pedregulhosos Fofos 300
7 Areias Muito Compactas 500
8 Areias Compactas 400
9 Areias Medianamente Compactas 200
10 Argilas Duras 300
11 Argilas Rijas 200
12 Argilas Médias 100
13 Siltes Duros (muito compactos) 300
14 Siltes Rijos (compactos) 200
15 Siltes Médios (medianamente compactos) 100
Fonte: NBR 6122:1996

Portanto, a tensão admissível calculada encontra-se maior que a pressão


admissível do solo, retirada da tabela 8como a média entre areias compactas e
medianamente compactas. Foi adotada 300 kN/m² como a tensão admissível do
solo de projeto.

6.1.2 Arrancamento

Como as torres possuem tração dos cabos atuando, é necessário fazer as


verificações para a capacidade do arrancamento da fundação. O método do tronco
de cone é o mais antigo e usual na área de LT’s, porém existem vários outros
métodos para tal, como método do cilindro de atrito, de Balla, Grenoble, Meyerhof e
Adams, entre outros (DANZIGER, 1983; SANTOS, 1985). O utilizado para este
trabalho é o cilindro de atrito, pois como relata Jung (2009, p.26): “O método do
cilindro de atrito representa um avanço em relação ao método do cone, pois é mais
próximo aos princípios da mecânica dos solos“.
Para a verificação do fator de segurança ao arrancamento (FSA), a força
vertical de projeto (Sd) sobre a força total de arrancamento (Rd), deve satisfazer à
equação 14.
33

𝑆𝑑
𝐹𝑆𝐴 = <1 (14)
𝑅𝑑

Segundo Dangizer (1983, p. 11), para este método, a força de arrancamento


(equação 15) é o somatório do peso da fundação (Pc) juntamente com o peso do
solo (Ps) dentro do cilindro de atrito (figura 4) e a resistência de aderência (S) que
fica no limite da ruptura. Esta resistência de atrito (S) pode ser obtida através dos
diagramas de empuxo horizontal passivo multiplicado pela tangente do ângulo de
atrito e somados à força de coesão, como mostra a equação 16.

𝑅𝑑 = 𝑃𝑐 + 𝑃𝑠 + 𝑆 (15)

𝑆 = (𝜎𝐻𝑝 ∗ tan 𝜙 + 𝐶) ∗ 𝐴 (16)

Figura 4 - Esquema do Método do Cilindro de Atrito

Fonte: Figura criada pelo Autor.

As equações 17 e 19 concebem o volume de concreto total (considerado com


o afloramento acima do nível do solo) e volume de solo reaterrado respectivamente.
Além de utilizar o peso específico do solo (γs) 18 kN/m3, utilizaremos como peso
específico do concreto (γc) 24kN/m3, e resistência à compressão do concreto (fck) 20
MPa, obtemos as equações 18 e 20:
34

𝑉𝑐 = 𝐵² ∗ ℎ𝑠 + 𝑏² ∗ (𝐻 − ℎ𝑠 ) (17)

Pc = 𝑉𝑐 ∗ 𝛾𝑐 (18)

𝑉𝑠 = 𝐵² ∗ (𝑝 − ℎ𝑠 ) − 𝑏² ∗ (𝑝 − ℎ𝑠 ) (19)

P𝑠 = 𝑉𝑠 ∗ 𝛾𝑠 (20)

Sendo:

A – área de aderência

B – dimensão da base da sapata

b – dimensão da largura do fuste

H – altura total da sapata

hs – altura da sapata

p – cota de assentamento.

Para o cálculo do empuxo horizontal passivo, primeiramente é necessário


encontrar o coeficiente de empuxo passivo pela equação 21 de Rankine (1989 apud
VELLOSO E LOPES, 2010, p.358).

𝜙
𝑘𝑝 = tan² (45 + ) (21)
2

A tensão efetiva vertical é a altura da camada multiplicada pelo peso


específico do solo, e por fim a tensão horizontal é dada pela equação 22.

𝜎𝐻𝑝 = 𝜎′𝑣 ∗ 𝑘𝑝 + 2𝑐 √𝑘𝑝 (22)

Como será exposta na tabela 9, a condição de segurança foi atendida,


satisfazendo a segurança ao arrancamento.
35

Tabela 9 - Resultados do Método Cilindro de Atrito

Nº equação Nome Resultado


(17) Volume do Concreto 15,42 m³
(18) Peso do Concreto 370,18 kN
(19) Volume de Solo 41,47 m³
(20) Peso do Solo 746,50 kN
(21) Coeficiente Empuxo Passivo 3,39
Tensão Horizontal prof. 0 0
(22)
Tensão Horizontal prof. 3,50m 113,57 kN/m²
(16) Resistência lateral 1032,50 kN
(15) Força ao Arrancamento Rd 2149,17 kN
(14) FSA 0,86

6.1.3 Método de Winkler

Conforme a NBR 6122:2010:

Uma fundação é solicitada por carga excêntrica quando estiver submetida a


qualquer composição de forças que incluam ou gerem momentos na
fundação. O dimensionamento geotécnico de uma fundação superficial
solicitada por carregamento excêntrico deve ser feito considerando-se que o
solo é um elemento não resistente à tração.

Portanto o momento que atua transversalmente na sapata pode ser


encontrado pela equação 23:

𝑀𝑡 = 𝐹𝑡𝑚𝑑 ∗ ℎ𝑓 + 𝐹𝑣𝑑 ∗ ℎ𝑠 (23)

E o momento que atua longitudinalmente na equação 24:

𝑀𝑙 = 𝐹𝑙𝑚𝑑 ∗ ℎ𝑓 + 𝐹𝑙𝑣𝑑 ∗ ℎ𝑠 (24)

As solicitações verticais totais que ajudam a estabilidade da fundação são


dadas na equação 25:
𝑉 = 𝐶 + 𝑃𝑐 + 𝑃𝑠 (25)
36

Sendo:

Ftmd - Carga Transversal na direção Montante de Projeto

Ftvd - Carga Transversal na direção Vertical de Projeto

Flmd - Carga Longitudinal na direção Montante de Projeto

Flvd - Carga Longitudinal na direção Vertical de Projeto

hf - Altura do Fuste

hs - Altura da Sapata

C - Carga Vertical de Compressão de Projeto

Pc - Peso do concreto da Fundação

Ps - Peso do solo de Reaterro.

Segundo Velloso e Lopes (2010, p.134), para a determinação das


excentricidades deve se dividir momento sobre o esforço vertical, dado nas fórmulas
26 e 27.

𝑒𝑥 = 𝑀𝑥 /𝑉 (26)

𝑒𝑦 = 𝑀𝑦 /𝑉 (27)

As excentricidades devem ficar na zona 1do gráfico mostrado na figura 5, ou


seja, abaixo de L/6, lembrando que a sapata calculada possui B = L. Utilizamos a
respectiva tensão de borda da equação 28 (VELLOSO E LOPES 2010).

Figura 5 – Gráfico das zonas do método de Winkler

Fonte: Velloso e Lopes 2010, p.134.


37

𝑉 6𝑒𝑥 6𝑒𝑦 (28)


𝜎𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 = (1 ± ± )
𝐴 𝐿 𝐵

Podemos verificar o tombamento pela equação 29, pois de acordo com


Velloso e Lopes (2012, p.137) e Amaral (2015, p.89), a excentricidade da resultante
das cargas é limitada para que a base da fundação fique na zona comprimida:

2
(𝑒𝑥 + 𝑒𝑦 ) 1 (29)
𝑒𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = ≤
𝐴² 9

Já a verificação ao deslizamento será efetuada fracionando as forças


estabilizantes sobre as desestabilizastes, devendo ser maiores ou iguais a 1,5, como
determina a equação 30 (AMARAL 2015, p.89).

𝑉 ∗ 𝑡𝑎𝑛 𝜙
[ ] ≥ 1,5 (30)
𝐻

Pela NBR 6122:2010 p.22 para o dimensionamento da fundação superficial, a


área comprimida deve ser de no mínimo 2/3 da área total, e a equação 31 da
verificação da tensão de borda deve ser satisfeita. Os resultados obtidos encontram-
se na tabela 10.

𝜎𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 ≤ 1,3 𝜎𝑎𝑑𝑚 (31)

Tabela 10 - Resultados dos Estados Limites Últimos

Nº eq. Nome Resultado


(23) Momento Transversal 733,87 kN.m
(24) Momento Longitudinal 334,71 kN.m
(25) Solicitação Vertical Total 3256,94 kN
(26) Excentricidade em x 22,53 cm
(27) Excentricidade em y 10,28 cm
(28) Tensão Borda Máxima 0,0304 kN/cm²
(28) Tensão Borda Mínima 0,0103 kN/cm²
(29) eresultante 0,007 cm
(30) Deslizamento 4,46
(31) 1,3 x Tensão Admissível 0,0390 kN/cm²
38

Analisando os resultados, a excentricidade resultante (equação 29) é menor


ou igual a 0,111 verificando a fundação contra o tombamento, o valor adimensional
contra o deslizamento da equação 30 também é maior ou igual à 1,5, e por último, a
tensão de borda é menor que a tensão admissível multiplicada por 1,3. Sendo
assim, a fundação é adequada para o respectivo solo.

6.2 VERIFICAÇÃO DA ARMADURA

De acordo com a NBR 6118:2014, as sapatas podem ser divididas em rígidas


ou flexíveis, quando a equação 32 é verificada a sapata é considerada como rígida.
As dimensões da fórmula estão apontadas na figura 6.

ℎ ≥ (𝐵 − 𝑏)/3 (32)

Sendo assim, a sapata deste estudo de caso é flexível e devemos empregar


conforme aborda Araújo (2010, v. 4, p. 293):

Para as sapatas e blocos flexíveis, pode-se aplicar a teoria geral da flexão.


As armaduras principais são obtidas através de um dimensionamento à
flexão simples. A resistência às tensões tangenciais deve ser comprovada
em relação ao esforço cortante e em relação ao puncionamento.

Figura 6 - Dimensões da sapata de acordo com a norma

Fonte: Criada pelo Autor.


39

6.2.1 Dimensionamento de Lajes à Punção

Em sapatas flexíveis é necessário verificar a capacidade da ligação pela


punção, como abordado na NBR 6118:2014, item 19.5, e que define as equações 34
a 37.
A força concentrada vertical (Fsd), composta pela carga de compressão mais
peso próprio da sapata vezes coeficiente de ponderação (γc) de 1,4 (NBR
6118:2014, item 12.4.1), é distribuída até o plano horizontal da base da sapata por
meio de um plano inclinado. Utilizou-se 20 MPa para resistência característica do
concreto à compressão (fck).
O contorno C está ligado à tensão de compressão diagonal do concreto
(através da tensão de cisalhamento), já o contorno crítico C’ verifica a capacidade da
ligação à punção associado à tração diagonal. O perímetro crítico de C e C’
(afastado 2d do pilar) estão demostrados na figura 7.
Tomando o diâmetro da barra com 16 mm, altura útil (d) como a equação 33,
e cobrimento de 5 cm, seguindo a NBR 6118:2014.

Figura 7 - Contornos críticos C e C'

Fonte: NBR 6118:2014.

𝜙
𝑑 = ℎ𝑠 − 𝑐 − ⁄2 (33)

𝐹𝑠𝑑
𝜏𝑠𝑑 = (34)
𝜇𝑑
40

A taxa de armadura da equação 38 é calculada em função da armadura


existente em uma largura igual à área carregada, essas áreas serão abordadas nos
itens 6.2.2 e 6.2.3. Se as equações 35 e 37 não forem atendidas, é necessário
adicionar armadura transversal de punção no entorno na região de aplicação da
carga, como será abordado no item 6.2.5 (ARAÚJO, 2010, v.4, p.233).
Os resultados estão expressos na tabela 11.

𝜏𝑠𝑑 ≤ 𝜏𝑟𝑑2 = 0,27𝛼𝑣 (𝑓𝑐𝑘 /𝛾𝑐 ) (35)

𝛼𝑣 = (1 − 𝑓𝑐𝑘 /250), com fck em MPa


(36)

𝜏𝑠𝑑 ≤ 𝜏𝑟𝑑1 = 0,13 (1 + √20⁄𝑑 ) (100𝜌𝑓𝑐𝑘 )1⁄3 , com fck em MPa (37)

𝐴𝑠
𝜌= ⁄𝐴 (38)
𝑐

Onde:

μ – perímetro da superfície crítica analisada (C ou C’)

ϕ – diâmetro da armadura adotado

Tabela 11 - Resultados da Verificação à Punção

nº equação Nome Resultado


- Força de Punção Fsd 3284,45 kN
(33) Altura útil da laje 74,20 cm
(34) Tensão Cisalhamento Solicitante τsd2do contorno C 0,1383 kN/cm²
(34) Tensão Cisalhamento Solicitante τsd1 do contorno C’ 0,0294 kN/cm²
(35) Tensão Cisalhamento Resistente τrd2 0,3548 kN/cm²
(37) Tensão Cisalhamento Resistente τrd1 0,0396 kN/cm²
(37) Τsd1 ≤ τrd1 Ok
(35) Τsd2 ≤ τrd2 Ok
41

6.2.2 Determinação da Armadura Inferior

Para o dimensionamento à flexão, admite-se a seção comprimida hachurada


retangular da figura 8, apresentada na NBR 6118:2014 como a tensão limite 0,85 fcd.
Esse valor é multiplicado pela área em que atua, Carvalho (2009) afirma que a altura
y dessa seção é 0,8x, gerando a fórmula 39 para a resultante de compressão do
concreto.

𝐹𝑐 = 𝐵 ∗ 0,8𝑥 0,85𝑓𝑐𝑑 (39)

Figura 8 - Esquema para determinação da armadura longitudinal

Fonte: Carvalho (2009, p.465), adaptado pelo Autor.

Ainda segundo Carvalho (2009), o momento resistente devido à parcela da


compressão é o produto dessa força pelo braço de alavanca, que é a distância entre
as forças de compressão e tração, resultando na equação 40.

𝑀𝐹𝑐 = 𝐹𝑐 ∗ (𝑑 − 0,4𝑥) (40)

A tensão utilizada é a do solo apresentada anteriormente no item 6.1.1. Para


o momento solicitante, dado na equação 41, é necessário encontrar a distância k
entre a borda externa até a distância 0,15b. Esta simplificação foi retirada de Araújo
42

(2010, v.4, p.294), não sendo considerados os efeitos de placa da sapata. A


adaptação está representada na figura 9.

𝑘 (41)
𝑀𝑠 = 𝐵 ∗ 𝜎 ∗ 𝑘 ∗
2

Figura 9 - Seção de referência para o cálculo do momento fletor

Fonte: Araújo (2010, v.4, p.294), adaptado pelo Autor

Para encontrar a posição da linha neutra x, usa-se a correlação (da equação


42 à 44) da fórmula do momento resistente total, que é igual ao momento solicitante
de cálculo vezes o coeficiente de minoração de 1,4 (NBR 6118:2014, item 12.4.1).

𝑀𝑑 = 𝑀𝐹𝑐 (42)

1,4 ∗ 𝑀𝑠 = 𝐹𝑐 ∗ (𝑑 − 𝑜, 4𝑥) (43)

𝑘2 (44)
1,4 ∗ 𝐵 ∗ 𝜎 ∗ = (𝐵 ∗ 0,8𝑥 0,85𝑓𝑐𝑑 ) ∗ (𝑑 − 𝑜, 4𝑥)
2
43

De acordo com Carvalho (2009) a posição deve estar entre os domínios 2 e 3,


de acordo com as equações 45 e 46, a ruptura frágil, que deve ser evitada, está
associada a posições da linha neutra no domínio 4.

𝑥23 = 0,259𝑥 (45)

𝑥34 = 0,45𝑥 (46)

Após todos os valores encontrados, emprega-se a fórmula 47 para encontrar


a área calculada. Todos os valores serão apresentados na Tabela 12.

𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑠 = ∗ 𝐿 ∗ 0,68 ∗ 𝑥 (47)
𝑓𝑦𝑑

A área deve ficar entre os valores limites estipulados pela NBR 6118:2014
(equações 48 e 49) para armaduras longitudinais de vigas, e retira-se ρmín de 0,15%
da Tabela 17.3.

A𝑠,𝑚á𝑥 = 4% Ac (48)

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑚í𝑛 𝐴𝑐 (49)

Tabela 12 - Resultados para as Armaduras Superiores

Nº equação Nome Resultado


(41) Momento Solicitante 1775 kN.m
(42) Momento Resistente Total de Projeto 2485 kN.m
(44) Posição da Linha Neutra x 9,06 cm
(45) Posição entre Domínios 2 e 3 19,22 cm
(46) Posição entre Domínios 3 e 4 33,40 cm
(47) Área de Aço calculada 81,00 cm²
(48) Área de Aço Máxima 1280 cm²
(49) Área de Aço Mínima 48,00 cm²

Adotando um diâmetro do aço de 16 mm, encontra-se 40 barras distribuídas


nos 400 cm de largura da sapata com espaçamento de 9,70 cm entre elas. Cada
44

peça de aço possui 420 cm de comprimento total, incluindo um gancho de


comprimento não inferior a 8ϕ adotado com 15cm (vide NBR 6118:2014, item
9.4.2.3.

6.2.3 Determinação da Armadura Superior

Segundo Araújo (2010, v. 4, p.294) utiliza-se as reações do terreno à direita


da seção k, encontrando assim o momento fletor, igualmente como é calculado para
uma viga em balanço. Se a distribuição das reações não é uniforme, considera-se a
seção k do lado que resulta o maior momento fletor.
Para tal cálculo encontra-se o peso por metro que equivale ao peso específico
do material vezes a área do mesmo, admitindo o solo com um formato quadrilátero,
e o concreto na aba da base, como demostrado na figura 10. O momento é este
peso multiplicado pelo braço de alavanca, frisando que este momento também é
linear, ou seja, a unidade é em kN.m/m.
Utilizando a equação 40, juntamente com a força resultante de compressão
do concreto dado na equação 39, fora encontrado o x, via fórmula de bháskara, que
aparece na equação 53 da área necessária, que também deve estar entre os limites
das equações 48 e 49.

𝑀𝑑
𝐴𝑠 = (53)
𝑓𝑦𝑑 (𝑑 − 0,4𝑥)

Figura 10 - Esquema para o cálculo da armadura superior

Fonte: Elaborado pelo Autor


45

Contudo essa área necessita ser ainda multiplicada por metro, passando de
cm²/m para cm². Todos os resultados estão expostos na tabela 13 abaixo.

Tabela 13 - Resultados para as armaduras inferiores

nº equação Nome Resultado


- Momento Solicitante 148,57 kN.m/m
- Momento Resistente Total de Projeto 208,00 kN.m/m
(43) Posição da Linha Neutra x 0,724cm
(53) Área de Aço calculada 25,90 cm²
(49) Área de Aço Mínima 48,00 cm²
(48) Área de Aço Máxima 1280 cm²

Como a área calculada não superou a área de aço mínima imposta pela NBR
6118:2014 da fórmula 49, a área adotada foi 48,00 cm².

Adotando um diâmetro do aço de 16 mm, encontra-se 24 barras distribuídas


nos 400 cm de largura da sapata com espaçamento de 16,10 cm entre elas.
Gerando um aço com 547 cm de comprimento total, que inclui um gancho de 15 cm
e 65 cm de armadura lateral que desce até a parte inferior da sapata para obter uma
ancoragem.

6.2.4 Armadura do Fuste

Para o dimensionamento da armadura do fuste da sapata, são considerados


os mesmos cálculos para pilares, portanto analisaremos a flexão composta e a
flambagem. Utilizando a tração vertical máxima (retirada da tabela 6) multiplicada
pelo coeficiente de ponderação 1,4 (NBR 6118:2014, item 12.4.1) para obtenção do
esforço vertical de projeto (Nd). A distância do centroide do aço até a borda
comprimida está expressa na equação 54 e na figura 11, sendo que fora adotado um
diâmetro (ϕ) para as barras de 20 mm e para os estribos (ϕt) de 6,3 mm.

𝜙
𝑑′ = 𝑐 + + 𝜙𝑡 (54)
2
46

Figura 11 - Esquema para cálculo da flexão normal

Fonte: Venturini (1987, p.37)

O índice de esbeltez (λ) é uma grandeza que é em função do comprimento


de flambagem, neste caso altura do fuste, depende também da forma e dimensão
em cada direção (x e y). Ele verifica a segurança dos pilares esbeltos, pois os
pilares não esbeltos (λ ≤ 90) não possuem a necessidade de considerar os efeitos
de segunda ordem (ARAÚJO, 2010, v.3, p.83). Também devem ter índice de
esbeltez menor ou igual a 200 (λ ≤ 200).
Portanto para tal utilizam-se as equações 55 e 56, do momento de inércia e
raio de giração respectivamente, que farão parte para o cálculo para o índice de
esbeltez (equação 57).

𝑏. ℎ³
𝐼= (55)
12

𝐼
𝑖= √ (56)
Á𝑟𝑒𝑎

𝜆 = 𝑖⁄ℎ (57)
𝑓
47

Segundo a NBR 6118:2014 (item 15.8.2) a classificação da esbeltez dos


pilares depende também do valor-limite de esbeltez (λ1), expresso pela equação 58,
e que deve ser menor que 90 e maior ou igual à 35. O valor de αb depende da
vinculação dos extremos da coluna e do carregamento atuante, que neste caso é
considerado com cargas transversais significativas ao longo da altura, sendo igual a
um. Já a excentricidade inicial está descrita na equação 62.
Portanto a classificação quanto à esbeltez é expressa:

a) pilares curtos 𝜆 < 𝜆1


b) pilares medianamente esbeltos λ1 < 𝜆 ≤ 90
c) pilares esbeltos 90 < 𝜆 ≤ 140

𝑒1
(12,5 ∗ ⁄ℎ)
𝜆1 = (25 + ) (58)
𝛼𝑏

O momento total de primeira ordem mínimo (equação 59) está descrito na


NBR 6118:2014 (item 11.3.3.4.3) como “O efeito das imperfeições locais nos pilares
e pilares-parede pode ser substituído, em estruturas reticuladas, pela consideração
do momento mínimo de 1ª ordem [...]”

𝑀1𝑑,𝑚í𝑛 = 𝑁𝑑 ∗ (0,015 + 0,03ℎ) (59)

Logo o momento de projeto, exposto na equação 60, deve ser maior que o
momento mínimo da equação 59. Ele é calculado na direção longitudinal (eixo x) e
transversal (eixo y), sendo composto pela tração (T) do referente eixo multiplicado
pela altura do fuste (hf).

𝑀𝑑 = 𝑇 ∗ ℎ𝑓 (60)

As excentricidades citadas a seguir foram analisadas e seus resultados


somados para a geração de uma excentricidade resultante total do eixo (ex e ey):
48

a) excentricidade de forma

Ela somente é considerada quando as vigas passam pelo centro geométrico


da seção, o qual não faz parte do caso, sendo então desconsiderada.

b) excentricidade inicial

A excentricidade relativa de 1ª ordem é obtida dividindo os momentos (Mdx e


Mdy) pela força de projeto, como mostrado na equação 61. Ela ocorre em qualquer
esbeltez e deverá ser associada às demais excentricidades (CARVALHO, 2009,
p.330).

𝑀𝑑
𝑒1 = (61)
𝑁𝑑

c) excentricidade acidental;

Esta excentricidade é acrescentada pelo fato de ocorrerem acidentes em


obras, como peças sem simetria, erro de posição, erro de distribuição da armadura,
entre outros (NBR 6118:2014, item 11.3.3.4). Ela é considerada sempre como a
excentricidade mínima apresentada na equação 62 (CARVALHO, 2009, p.336).

𝑒1,𝑚í𝑛 = 0,15 + 0,03ℎ (62)

d) excentricidade de segunda ordem;


49

Como descrito na NBR 6118:2014, item 15.8.2 é dispensado os efeitos locais


de segunda ordem quando λ≤λ1.

e) excentricidade suplementar.

A recomendação da NBR 6118:2014, item 15.8.4 é que a fluência deve


somente ser realizada em pilares com índice de esbeltez λ> 90.

Para o dimensionamento mais rápido, Venturini (1987) apresentou ábacos


que determinam a taxa de armadura em diferentes arranjos, sendo assim, não há a
necessidade de aplicar equações complexas para tal. A determinação da armadura
longitudinal é iniciada pelo cálculo dos esforços adimensionais ν (ni) e μ (mi). O valor
adimensional ν foi definido na equação 63, e o valor de μ pode ser em função do
momento fletor (equação 64) ou da excentricidade (equação 65).

𝑁𝑑
𝜈= (63)
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑

𝑀𝑑
𝜇= (64)
𝐴𝑐 ∗ ℎ ∗ 𝑓𝑐𝑑

𝜈∗𝑒
𝜇= (65)

Escolhida a disposição construtiva para a armadura, determina-se o ábaco a


ser utilizado, apresentado no Anexo 3, em função do tipo de aço e do valor da
relação d’/h. No ábaco, com o par ν e μ, obtém-se a taxa mecânica ω. Por fim a
armadura é calculada pela equação 66.

𝜔 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑠 = (66)
𝑓𝑦𝑑
50

Devemos ainda salientar a recomendação da NBR 6118:2014 (item 17.3.5.3.1


e 17.3.5.2) para os valores-limites para as áreas das armaduras longitudinais de
pilares, expressos nas equações 67 e 68.

𝑁𝑑
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 ⁄𝑓 ) ≥ 0,004𝐴𝑐 (67)
𝑦𝑑

𝐴𝑠,𝑚á𝑥 = 0,08𝐴𝑐 (68)

Utilizando todos os métodos apresentados neste item, chegamos aos


resultados exibidos na tabela 14 a seguir.

Tabela 14– Resultados obtidos para a Armadura Longitudinal

nº equação Nome Resultado


(54) Distância do eixo da armadura até borda comprimida 6,63 cm
(60) Momento Projeto Longitudinal 121,30 kN.m
(60) Momento Projeto Transversal 546,40 kN.m
(55) Momento de Inércia 3413333,33 cm4
(56) Raio de Giração 23,09 cm
(57) Índice de Esbeltez 17,75
(62) Excentricidade Mínima 0,039 m
(61) Excentricidade 1ª Ordem em x 5,06 cm
(61) Excentricidade 1ª Ordem em y 22,78 cm
(61) + (62) Excentricidade Resultante x 8,96 cm
(61) + (62) Excentricidade Resultante y 26,70 cm
- d’/h 0,083
(63) ν 0,262
(64) ou (65) μx 0,029
(64) ou (65) μy 0,087
Anexo 3 Taxa Mecânica ω 0,42
(66) Área do Aço 88,32 cm²
(67) Área do Aço Mínima 25,60 cm²
(68) Área do Aço Máxima 512 cm²

É recomendada para a armadura longitudinal uma ancoragem de aderência


do aço, para tal ela deve atender às condições de ancoragens mínimas prescritas
pela norma. O comprimento de ancoragem necessário (NBR 6118:2014, item
51

9.4.2.5) deve ser o maior entre os valores dados na equação 69. Na equação 70,
emprega-se o coeficiente (α) como 0,7 porque admitimos barras tracionadas com
gancho.

A ancoragem básica (NBR 6118:2014, item 9.4.2.4) deve obedecer à relação


mencionada na equação 71.

0,3𝑙𝑏
𝑙𝑏,𝑚í𝑛 ≥ { 10𝜙 } (69)
100𝑚𝑚

𝐴𝑠,𝑐𝑎𝑙𝑐
𝑙𝑏, 𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 𝑙𝑏 ≥ 𝑙𝑏,𝑚í𝑛 (70)
𝐴𝑠,𝑒𝑓

𝜙 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = ≥ 25𝜙 (71)
4 𝑓𝑏𝑑

O valor último da tensão de aderência de cálculo (f bd), indicado na equação


72, é definido pela NBR 6118:2014 (item 9.3.2.1) e estabelece a qualidade da
aderência ao concreto de acordo com a conformação superficial, diâmetro da barra,
resistência do concreto e localização das barras na estrutura (Araújo, 2010, v.1,
p.223).

Projetando com barras nervuradas, o primeiro coeficiente de aderência (η1)


possui valor de 2,25. Considerando o item 9.3.1 da NBR 6118:2014, que menciona
que as barras nas posições horizontais ou com inclinação menores que 45° (acima
de 30 cm da face inferior) possuem uma situação de boa aderência, adota-se o
segundo coeficiente de aderência (η2) como um. Finalmente como iremos utilizar
barras de 16 mm (menores que 32 mm), o terceiro coeficiente (η3) será unitário.

A resistência à tração direta (fctk,inf) pode ser encontrada na fórmula 73, e


necessita da resistência média à tração do concreto (fct,m) apresentada na equação
74, que depende da resistência característica à compressão do concreto já exposta
neste trabalho. Os resultados encontrados e a ancoragem adotada encontram-se na
tabela 15.
52

f𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2. 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 (72)

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,7. 𝑓𝑐𝑡,𝑚 (73)

2 3⁄
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3. 𝑓𝑐𝑘 (74)

Tabela 15 - Resultados para ancoragem

nº equação Nome Resultado


(72) Tensão Última de Aderência de Cálculo 0,2487 kN/cm²
(73) Resistência característica inferior do concreto à tração 0,1547 kN/cm²
(74) Resistência média à tração do concreto 0,2210 kN/cm²
(71) Ancoragem básica 87,42 cm
(69) Ancoragem mínima 26,23 cm
(70) Ancoragem necessária 61,43 cm
- Ancoragem adotada 70 cm

Finalmente o aço longitudinal, adotado com diâmetro de 20 mm, encontra-se


28 barras, com 9,00 cm de espaço entre elas, cada barra possuindo um
comprimento total de 491 cm, que inclui um gancho de comprimento não inferior a
8ϕ adotado com 16 cm (NBR 6118:2014 item 9.4.2.3).

6.2.5 Estribos

O diâmetro das barras dos estribos (ϕt) é adotado com 6,3 mm, pois segundo
Araújo (2010, v.2, p.220) eles não devem ter diâmetro menor que 5 mm.
Segundo a NBR 6118:2014 (item 9.4.6.1), os ganchos dos estribos com
ângulos retos, podem ter o comprimento maior ou igual a 10ϕt, porém não inferior a
7 cm.
Obtendo então 32 estribos, distribuídos pela altura total da sapata descontada
dos cobrimentos e armaduras inferiores, sobre espaçamentos de 15 cm, cada um
possuindo um comprimento total de 290 cm, e um gancho de 7 cm.
53

7 DISPOSIÇÃO GERAL DAS ARMADURAS DA SAPATA

Unindo as armaduras dos itens 6.2.2, 6.2.3, 6.2.4 e 6.2.5, obteremos uma
sapata com uma disposição de fôrmas e armaduras que estão apresentadas
detalhadamente no Anexo 4.
54

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os objetivos deste trabalho, os quais eram demonstrar os métodos para o


dimensionamento de uma fundação de uma torre metálica autoportante da LT 230kV
entre a cidade de Nova Santa Rita e Porto Alegre, de modo geral, foram atingidos.
Destaca-se a importância da escolha dos aspectos geotécnicos, que são
fundamentais para o dimensionamento de uma fundação. Neste estudo de caso que
apresentava um solo predominantemente arenoso, foi escolhida a fundação rasa do
tipo sapata, pois o perfil de solo apresentou alta resistência a baixas profundidades,
sendo assentada em uma cota de 3,50 m abaixo do nível do terreno. Sua escolha
para utilização em LT’s é devida à sua facilidade de implantação em locais de difícil
acesso.
Devido às características dos esforços solicitantes de tração nestas
estruturas, é de extrema importância o conhecimento dos métodos específicos para
tal. Como o método do cilindro de atrito, abordado nesse trabalho por ser mais
próximo aos princípios da mecânica dos solos, e que fora detalhado, especificado, e
confirmado para a estrutura do tipo DGN (circuito duplo ancorado) especificada para
o trecho selecionado.
Também foi apresentado o método de Winkler, analisando os resultados
encontrados, foi obtida uma excentricidade resultante menor ou igual à 0,111
verificando a fundação contra o tombamento, o valor adimensional contra o
deslizamento sendo maior ou igual à 1,5, e por último, a tensão de borda menor que
a tensão admissível multiplicada por 1,3.
Além disso apresentou-se todos os procedimentos de cálculo das armaduras
necessárias para resistirem aos esforços atuante. As seguranças foram verificadas
quanto ao estado limite último de esgotamento, considerando também os efeitos de
segunda ordem. Sendo assim, a fundação é adequada para o respectivo solo e com
as respectivas armaduras dimensionadas.
55

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59

ANEXO 1 – SONDAGEM DO SUPORTE 02


60

ANEXO 2 - TRAÇADO E LOCAÇÃO DOS SUPORTES


61

ANEXO 3 - ÁBACO PARA OBTENÇÃO DA TAXA MECÂNICA

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