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COMBUSTÃO DE LÍQUIDOS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2. COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS .............................................................................. 9
2.1 Fontes ........................................................................................................ 9
2.1.1 Xisto ..................................................................................................... 9
2.1.2 Emulsões combustíveis...................................................................... 10
2.1.3 Petróleo .............................................................................................. 11
2.2 Propriedades dos Combustíveis Líquidos ................................................ 14
2.2.1 Propriedades Físicas............................................................................. 16
2.2.2 Propriedades Químicas ......................................................................... 19
2.3 Óleos Combustíveis Brasileiros................................................................... 21
3. NEBULIZAÇÃO DO COMBUSTÍVEL ............................................................... 25
3.1 Mecanismos de Formação de Sprays ......................................................... 25
3.2 Caracterização de Sprays ........................................................................... 27
3.3 Princípios de Nebulização ........................................................................... 30
3.3.1 Nebulização por pressão de líquido ...................................................... 30
3.3.2 Nebulização com fluido auxiliar ou pneumática..................................... 40
3.3.3 Bocais nebulizadores híbridos............................................................... 56
3.3.4 Nebulização com copo rotativo ............................................................. 58
4. COMBUSTÃO DE GOTAS............................................................................... 61
4.1. Modelo físico de combustão de uma gota .................................................. 61
4.2 Modelo teórico............................................................................................. 65
5. EFEITOS DAS VARIÁVEIS DE PROCESSO NO COMPORTAMENTO DE
CHAMAS DE LÍQUIDOS.................................................................................. 71
5.1 Influência das Características do Combustível............................................ 72
5.2 Influência da Qualidade do Processo de Nebulização ................................ 74
5.3 Influência da Rotação do Fluxo de Ar ......................................................... 80
5.4 Influência da Temperatura da Câmara de Combustão................................ 84
5.5 Influência da Temperatura do Ar de Combustão......................................... 84
6. TIPOS DE QUEIMADORES E SUAS APLICAÇÕES ....................................... 85
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 95
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LISTA DE FIGURAS
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4
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LISTA DE TABELAS
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COMBUSTÃO DE LÍQUIDOS
1. INTRODUÇÃO
7
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Combustível Comburente
QUEIMADOR
Bocal Nebulizador
Nebulização
(formação
de gotas)
Vaporização Colisão de
gotas
Mistura por
turbulência e
difusão
Reações em Combustão de
fase gasosa Recirculação gotas
Fuligem
Produtos na Coque
fase gasosa
Câmara de combustão
Produtos de
combustão
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2. COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS
2.1 Fontes
2.1.1 Xisto
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2.1.3 Petróleo
11
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NAFTA LEVE
PETRÓLEO Torre de NAFTA PESADA
destilação
atmosférica QUEROSENE
DIESEL GÁS DE
GASÓLEO
REFINARIA
LEVE
RESÍDUO GLP
ATMOSFÉRICO Torre de Unidade de
destilação à craqueamento NAFTA
vácuo catalítico
GASÓLEO
fluído LCO
PESADO
RESÍDUO DE VÁCUO
(RESVAC)
NAFTA
Unidade de
desasfaltação
RESÍDUO ASFÁLTICO
RASF (A9)
Unidade de
coqueificação
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Observa-se que a fração resíduo pode ser parcela considerável do óleo crú
processado, e que em função do seu caráter residual apresenta características
bastante dependentes do cru do qual é originário.
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Tabela 1 – Características típicas de um óleo cru e dos produtos derivados da destilação atmosférica [7].
DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA
DESTILADOS
Petróleo Gás RESÍDUOS
Gasolinas Nafta Querosene Diesel
(C1-C2)
Temperatura de ebulição; oC Até 15 15-95 15-149 95-175 149-232 232-343 343-371 >343 >371
Fração do petróleo; % massa 100 1.77 6.05 13,55 11,6 12,25 17,0 4,15 55,45 51,3
Densidade; 15,5 oC 0,869 0,663 0,703 0,749 0,785 0,843 0,885 0,967 0,975
Enxofre total; % massa 2,5 0,02 0,025 0,049 0,15 1,27 2,41 4,02 4,16
Visc. cinemática; mm2/s
21 oC 17,0
o
38 C 9,6 1,15 3,53 9,85 1150 2185
50 oC 1,00 2,79 6,8 480 850
o
60 C 260 436
o
99 C 44,6 64,4
Nitrogênio; ppm 1200 40 290
Cinzas; % massa 0,006 0,011 0,012
Vanádio; ppm 27 49 53
Niquel; ppm 7 13 14
Carbono (CON); % massa 5,2 9,3 10,1
Asfaltenos; %massa 1,4 2,5 2,7
Peso Molecular médio 54 82 96 118 150 222 289 550 595
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Embora o termo densidade relativa seja o mais correto, é ainda comum utilizar
para petróleo e seus derivados a densidade expressa em °API (American Petroleum
Institute) definido como:
141,5
o
API = − 131,5 (1)
densidaderelativa(15 o C)
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2.2.1.2 Viscosidade
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18
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Ponto de fluidez é a mais baixa temperatura na qual o líquido ainda flui nas
condições normais estabelecidas pelo método de determinação.
2.2.1.7 Compatibilidade
Alguns óleos formam depósitos quando misturados com outros óleos, ou depois
de aquecidos. Quando isto acontece, diz-se que os óleos são imcompatíveis, podendo
haver obstrução de filtros e bocais nebulizadores dos queimadores. Pensando nisto
deve-se ter atenção na utilização de frações mais leves nas operações de limpeza de
bombas, filtros ou quando se pretende utilizá-los como diluentes de frações mais
pesadas.
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2.2.2.3 Cinzas
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3. NEBULIZAÇÃO DO COMBUSTÍVEL
πD 3
D3
N = 6 3 = 3 = 106 gotas
πd d
6
Portanto, com a divisão serão geradas 106 gotas a partir de uma única gota. A
razão de áreas superficiais do spray em relação à área da gota será:
spray d2
= N 2 = 10 2
gota D
Ou seja, para o mesmo volume de líquido, com a divsão obtém-se uma área de
cerca de cem vezes maior. Num caso real, onde se produz um spray de diferentes
diâmetros de gotas, é possível dividir um volume de 1 cm3 de líquido em 107 gotas, ou
ainda: 1 kg óleo combustível se expandido em gotas com área superficial total de até
120 m2.
25
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.
Figura 6 – Fotografia de um spray plano de água em regime laminar [11].
.
Figura 7 – Modelo físico idealizado do mecanismo de desintegração de um jato plano
[12].
26
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O diâmetro médio de gota pode ser determinado utilizando-se qualquer uma das
expressões abaixo, onde ni é o número de gotas com diâmetro di.
dm =
∑nd i i
; (média aritmética) (3)
∑n i
1
∑ nidi3 3
dmv = ; (v, volume das gotas) (4)
∑ ni
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1
∑ nid 2
2
dms = ; (s, área superficial das gotas)
i
(5)
∑ ni
d mg =
∑n d
i i
4
dmvs =
∑nd
i
3
i
; (v/s, relação volume/área superficial da gota) (7)
∑nd
i
2
i
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Podem ser obtidos sprays de diversos formatos, desde o mais simples, que é o
caso do bocal constituído de um simples orifício, através do qual o líquido é
descarregado na forma de um jato cilíndrico, que expande na forma de cone cheio,
figura 11 (a), de um cone oco, figura 11 (b), ou ainda na forma de uma película que se
expande radialmente, figura 11 (c). A desintegração da película em gotas ocorre a certa
distância do orifício de descarga, dependendo do tipo de orifício e das condições de
descarga.
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1
mL = CD Ao2 (2 ρ L ∆PL )2 (8)
mL
1
= CV (9)
(∆P )2
onde, CV : coeficiente de vazão do bocal.
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1
C 3 7
SMD ∝ V (10)
∆P
32
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0,5 0,25
Ap DS
C D = 0,35 (12)
D S dO dO
0, 25
SMD = 2,25x10 −6 σ 0, 25 µ L0, 25 mL0,25 ( ∆PL )
−0,5
ρA (13)
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Figura 17 – Aspecto visual de “spray” obtido com bocal de nebulização por pressão de
líquido [9].
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A Figura 18 mostra alguns bicos com dispositivos que permitem atuar sobre as
áreas de passagem em função de variações no consumo, com objetivo de ampliar a
faixa de capacidades destes bocais.
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Nestes tipos de bocais é possível obter relações entre vazão mínima e máxima
da ordem de 1:3, podendo ser ampliada até 1:8 utilizando-se dispositivos como agulhas
que permitem regular os ângulos de cone dos jatos com a variação de vazão de líquido
nebulizado. A Figura 19 mostra bocais típicos de nebulização por pressão de óleo com
retorno pelo tubo central ou pela periferia e do tipo com agulha.
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(a)
(b)
Figura 20 – Bocais de nebulização com fluido auxiliar de baixa pressão e média
pressão. 1 – líquido; 2 – ar; 3 – filme de líquido; 4 – borda de descolamento do filme
[18].
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0,5
m
MMD = 20ν m 1+ L
0,5
L
0,1
L h0,1σ 0, 2ρ −A0,3UR−1,0 (14)
mA
onde: MMD - diâmetro médio de gota abaixo do qual está 50% do volume do
líquido (m);
UR - velocidade do ar em relação ao líquido (m/s);
σ- tensão superficial do líquido(Kg/s2);
ρA - densidade do ar (kg/m3) ;
ν - viscosidade cinemática (m2/s);
mL - vazão em massa de líquido (kg/s);
mA - vazão em massa de ar (kg/s); e
h - diâmetro da câmara de mistura (mm).
Esta equação demonstra que o diâmetro médio de gota sofre grandes alterações
com a variação da velocidade relativa entre o fluido auxiliar e o líquido, UR. Em geral
para um determinado bico nebulizador, a velocidade relativa varia com a alteração na
relação de vazão de ar ou de líquido.
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ÓLEO
VAPOR / AR
ÓLEO
A B
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Se VoB > VoA , então Aanular B < Aanular A , ou seja a espessura da película se
reduz. No processo de transmissão de quantidade de movimento do gás para o líquido,
a viscosidade do óleo é o coeficiente de proporcionalidade entre a tensão de
cisalhamento e o gradiente de velocidade no perfil de velocidade na película de óleo.
Portanto, quanto menor a viscosidade do óleo, menor será a resistência oferecida à
aceleração da película, como decorrência menor a espessura desta à saída do orifício
de descarga, e menor será o diâmetro das gotas geradas a partir de sua ruptura.
46
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Mais recentemente, (1978) Lefebvre [9] concluiu que nos casos onde relações
ar/líquido são pequenas, a transferência de quantidade de movimento é insuficiente
para superar as forças viscosas e as de tensão superficial do líquido, que juntas se
opõe à formação das gotas.
47
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Trabalhos mais recentes desenvolvidos por Graziadio [19], com bocais do tipo
“Y-Jet” para óleos ultraviscosos, consideram o modelo desenvolvido por Lefebvre [9],
admitindo que o diâmetro médio de gota pode ser expresso segundo a equação geral
(15).
Dg
Dc
[
= A.We −α + B.Z β 1 +
1
]
ALR (15)
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Vr2,a D c ρ a ,v
We = (16)
τ
onde, ρa,v : densidade do gás no ponto de mistura dos dois fluidos (kg/m3);
τ : tensão superficial do líquido (kg/s2); e
Vr,a : velocidade relativa gás-líquido no ponto de mistura (m/s).
µ 2o
Z= (17)
τD cρo
50
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Bocal: "Y-Jet"
120
110
vazão de óleo=560 k g/h; 30 cS t
Diâm e tr o m é d io d e g o ta SM D [m icr a]
60
50
40
30
20
10
0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
We
Bocal: "Y-Jet"
120
Diâmetro médio de gota - SMD
110
vazão de óleo=560 kg/h; 30 cSt
100
vazão de óleo=1680 kg/h; 30 cSt
90 vazão de óleo=560 kg/h; 50 cSt
80 vazão de óleo=1680 kg/h; 50 cSt
70
[micra]
60
50
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300
51
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Figura 33 – Bocal alternativo tipo “STFA” (Multi-ported symetric two-fluid atomizer) [17].
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Utiliza-se este tipo de bocal para queima de destilados leves, para pequenas
capacidades, desde 1 kg/h, quando se deseja chamas curtas e luminosas no caso de
aquecimento localizado.
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Figura 38 – Bocal de nebulização por pressão de líquido com assistência de vapor [8].
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Existem no mercado queimadores deste tipo com capacidades de até 1000 kg/h,
e em geral utilizados em caldeiras do tipo flamotubulares e geradores de ar ou gases
quentes.
Possuem larga faixa de operação, cerca de 1:4, não sendo recomendáveis para
câmaras de combustão com variações acentuadas de pressão interna e temperaturas
elevadas, o que pode expor os componentes metálicos móveis a altas temperaturas.
4. COMBUSTÃO DE GOTAS
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O espaço existente entre o bocal e este ponto corresponde a uma região na qual
macroscopicamente não há chama visível, podendo observar-se apenas o cone
formado pelo jato de ar arrastando a nuvem de partículas.
62
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Cada um destes modelos tem vantagens uns sobre os outros: em (a) o diâmetro
da gota permanece estável durante o processo; em (b) pode-se obter resultados
precisos da variação do diâmetro da gota em função do tempo; e (c) é aplicável às
gotas de diâmetro inicial muito pequenos.
m = k l rl (19)
64
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Para isso Williams [5] considera como modelo teórico para queima de uma gota
de líquido, uma esfera de raio rl conforme esquema da Figura 49, imersa em atmosfera
oxidante.
65
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• Não há combustão na fase líquida, mas tão somente na fase vapor que deixa
a superfície da gota, formando com o oxidante que a envolve uma mistura
capaz de ser queimada;
• A superfície da zona de reação é esférica, desprezando-se as deformações
geométricas devido ao escoamento;
• As reações químicas são diretas, isto é, do combustível aos produtos finais de
combustão sem gerar produtos intermediários. Ocorrem em velocidades
extremamente altas, de forma que os fatores governantes do processo são os
ritmos de transferência de calor do meio para a gota e a difusão dos vapores
gerados na superfície através do meio existente entre a superfície da gota e a
frente da chama, que será considerada apenas uma superfície esférica de
espessura desprezível;
• As propriedades do líquido no interior da gota permanecem constantes, em
particular a temperatura;
• O regime é quase permanente, pois o tempo de ignição é em geral menor do
que 30% do tempo total de queima;
• São desprezadas as trocas de calor entre a chama e meio com a gota por
radiação;
• Os produtos de combustão e o oxidante não se difundem na gota;
• O oxidante é todo consumido na superfície da chama;
• A temperatura num ponto suficientemente longe da gota é conhecida, bem
como a composição dos gases;
• O combustível é todo consumido na zona de reação sendo nula sua fração
mássica num ponto ao longe;
∂ 4 3 ∂r
m=− πrl ρ d = −4πre ρ d l
2
(21)
∂t 3 ∂t
∂(de2 ) 2m
=− (22)
∂t πρdre
que, comparada com as expressões (19) e (20) obtidas nos modelos experimentais,
resulta as seguintes expressões para os valores de K e Kl :
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2m
K=
πρdre (23)
m
Kl =
re (24)
4πλre 1 q0
m= ln1 + Cp ( T∞ − Tb ) + Yo,∞
Cp L W0 ν0 (25)
Por outro lado, a expressão obtida por este modelo teórico está de acordo com a
expressão empírica do modelo da Figura 47 (a), podendo ser utilizada para o cálculo
das constantes K e Kl, e daí determinar os tempos de vida de uma gota de determinada
dimensão numa atmosfera estagnada com composição e temperatura conhecidas.
67
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68
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Num processo real que ocorre no interior de uma fornalha, o líquido na maioria
dos casos é composto de uma mistura de diferentes substâncias, que durante o
processo de evaporação e queima está submetida a diversos processos que ocorrem
simultaneamente tais como: polimerização, craqueamento, destilação fracionada em
multicomponentes, entre outros.
69
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como verificar mais adiante os efeitos que cada uma das variáveis de processo têm no
comportamento das chamas.
70
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• Características do combustível;
• Qualidade do processo de nebulização;
• Rotação do fluxo de ar;
• Temperatura do ar de combustão;
• Temperatura interna da câmara de combustão;
71
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O teor mais alto de frações pesadas, isto é, composto com relação C/H elevadas
nos combustíveis residuais em relação aos destilados leves, propicia também maior
conteúdo de material remanescente da gota com altas relações carbono/hidrogênio ao
final do processo de evaporação. Estas partículas estarão então, a partir daí sujeitas às
reações de oxidação na superfície, exigindo maior teor de oxigênio na região final da
chama.
Esta é uma das características dos combustíveis mais pesados que explica a
necessidade de, geralmente se operar com excessos de ar mais altos quando
comparados aos combustíveis mais leves nas mesmas condições.
O maior teor de frações mais pesadas nos óleos residuais, implica também num
maior teor de fuligem quando comparado aos óleos destilados, o que contribui para
aumentar as trocas de calor por radiação com o meio envolvente. Quanto ao poder
calorífico do combustível, pode-se dizer que quanto mais elevado, mais intensos serão
os ritmos de evaporação da gota.
73
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74
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Por este motivo é importante diminuir o diâmetro da gota, bem como garantir
uma distribuição de tamanho de gotas adequada, atuando nos parâmetros que influem
na qualidade da nebulização. Os resultados práticos obtidos pelo Laboratório de
Combustão e Gaseificação do IPT numa cadeira do tipo aquatubular demonstraram
nitidamente a importância de se atuar neste parâmetro.
75
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120
110
Diâmetro médio de gota - D(3,2)
100
90
Bocal original
80
70 Bocal IPT Y9-40
60
50
40
30
20
10
0
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16
kg vapor/kg óleo
Figura 53 – Avaliação comparativa de desempenho dos bocais nebulizadores.
76
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100
Bocal original
90
Bocal IPT Y9-40; condição 1
80
Bocal IPT Y9-40; condição 2
Concentração de CO [ppm]
70
60
50
40
30
20
10
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Concentração de O2 [% base seca]
600
500
Concentração de NOX [ppm]
400
300
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Concentração de O2 [% base seca]
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2 68 2 69
25 0 2 51
Conc e nt raç ão de ma te r ial
2 41
par ticu la do [mg /N m ]
3
20 0
1 80 1 76
1 66 1 70
15 0 1 45
1 42
10 0
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Núm e ro d a Coleta
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(a)
(b)
Figura 57 – Isotermas na chama: (a) óleo combustível; (b) emulsão .
(a)
(b)
Figura 58 – Isovalores de teor de CO (%) na chama: (a) óleo combustível; (b) emulsão.
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.
Figura 63 – Queimador com ar preaquecido [1].
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Esta medida também pode ser considerada nos casos onde haja a possibilidade
de redução do consumo de combustível, seja pela recuperação de calor do próprio
equipamento onde está acoplado o queimador, ou pelo aproveitamento de outra fonte
de aquecimento qualquer.
Dispositivo de recuperação de ar Separado Separado Separado Não tem Não tem junto
Pré-câmara de combustão Não tem Separado Não tem Não tem junto Não tem
85
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Fornos de tempera.
86
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Figura 65– Queimador do tipo baixa pressão de ar de nebulização (tipo de aplicação 2).
88
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permitir a indução de ar pelo efeito venturi, tem como função promover recirculações
junto ao bocal e garantir maior estabilidade à chama.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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[2]Stambuleanu, A.; Flame Combustion Processesing Industry, Trumbridge Wells
Abacus Press, 1976
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de Energia na Indústria de Celulose e Papel Manual de recomendações; São
Paulo 1985 (Publicação IPT no 1628)
[4] Pera, H.; Geradores de Vapor d’água (Caldeiras) 7 EPUSP 1966
[5] Williams, F.A.; Combustion Theory - Fundamental theory of chemical reacting flow
systems; Massachusetts, Adison Wesley, 1965
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