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São Cristóvão
2019
LEONARDO LEITE DE ANDRADE
SÃO CRISTÓVÃO
2019
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................. 4
3. Resultados ................................................................................................. 8
4. Discussão ................................................................................................. 16
6. Referências .............................................................................................. 20
OUTROS CIRCUITOS: TRANSFORMAÇÕES DO PÚBLICO E DO PRIVADO
1. Introdução
1
Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de
Sergipe (PPGED/UFS/CNPq). Psicólogo pela Universidade Tiradentes (UNIT). Membro do Grupo de
Pesquisa em Educação, Cultura e Subjetividades (GPECS/UFS).
consta cadastrada em sua biblioteca de dados, centro de quatorze instituições,
quatrocentos e sete mil e cento e setenta e uma dissertações, cento e quarenta
e sete mil e setecentos e trinta e uma teses e mais de quinhentos mil
documentos trata-se de uma iniciativa do IBICT e que será constantemente
referenciada neste trabalho. Pelo grande número de dissertações e teses
encontradas optou-se por restringir a pesquisa de estado da arte a uma única
base de dados.
TOTAL 1.745
Foram então realizadas a leitura dos títulos, resumos e palavras-chaves
das teses e dissertações encontradas e selecionados a partir do dois últimos
critérios, ficando assim em 10 trabalhos, sendo 7 dissertações e 3 teses de
doutoramento.
3. Resultados
Após selecionarmos os trabalhos foi realizada a seguinte compilação, para melhor visualização dos dados.
PALAVRAS-
Nº AUTOR TÍTULO RESUMO ANO UNIVERSIDADE
CHAVE
A partir da perspectiva teórica dos chamados filósofos da diferença
e da composição metodológica entre a Cartografia e a Bricolagem,
a presente tese intentou acompanhar os processos de criação dos
participantes de uma oficina artística voltada para os
conhecimentos das artes visuais/plásticas e orientada pelos saberes
da Arte/Educação contemporânea, um dos campos do universo
artístico que estuda os fundamentos do ensino das artes e que
procura articular o fazer, o expressar e o refletir nas práticas
artísticas. Através do acompanhamento desses processos criativos,
pretendeu-se refletir sobre os efeitos subjetivos que o contato com
as artes pôde proporcionar aos seus participantes, na medida em
que, a oficina aspirava proporcionar condições de experiência
estética e de enlace social, na medida em que entendíamos a
oficina como território de existência; configurando-se, desta forma,
como um dispositivo de produção e/ou fruição de objetos
Passagens: encontros em artes, artísticos, de acontecimentos, de encontros e de subjetividades. A
AVERSA, Paula Subjetividade; Arte;
1 Carpinetti
produções de vidas oficina como espaço que abrigava obras em potencial. A oficina
Oficina; Saúde Pública
2017 UNESP
ocorreu no Centro de Cultura e Esportes (CEU) do Jardim
Itamaraty V em Poços de Caldas (MG), entre 2015 e 2017. Esse
território de existência tratou-se de um espaço de ampliação e
adensamento da experiência estética como estratégia para a
promoção de uma maior acessibilidade ao campo das artes e
convivência entre seus participantes – que por múltiplos fatores
(sociais, econômicos e culturais, experiências singulares de vida) –
vivem em condições de marginalidade ou vulnerabilidade social.
Desta maneira, a oficina em questão ao aproximar práticas
artísticas estéticas de práticas clínicas apresentou-se não só como
território de produção e fruição de obras ou objetos artísticos, mas
também como invenção de novos devires, novos encontros, novas
composições de modos de vidas, saúdes e subjetividades,
sobretudo no que se refere a sexualidades e gêneros. Corroborando,
assim, com a ideia de Estética ou Arte Relacional (amplamente
explorada por artistas contemporâneos) que entende um regime de
encontro casual intensivo que coloca a arte no horizonte das
interações humanas e seu contexto social, uma configuração
artística coletiva cujo fundamento é dado pela intersubjetividade e
como questão central o estar-junto.
O presente trabalho se desenvolve dentro do campo das ciências
sociais, ainda que em reflexão sobre uma instituição de arte, o
Instituto Inhotim. Buscando traçar aspectos de uma história do
Instituto, traçamos uma reflexão sobre o espaço onde se localiza
por meio de uma regressão histórica proporcionada pelos
elementos remanescentes de seu passado, contidos no presente de
sua exibição. A metodologia que permitiu essa prática reflexiva foi
o materialismo histórico revisado por Walter Benjamin, ao qual as
imagens permitem que se rompam o contínuo da história para que
rememoremos o passado que não está contado nos discursos
oficiais. Com isso, pudemos entender o Inhotim não só pelas
características detalhadas por si mesmo em seus catálogos, livros e
entrevistas, mas ir além, nos aspectos de sua consolidação,
construindo uma história paradoxal que o entende como grande
Instituto Inhotim;
CAMPANA, Marcela Inhotim e o contemporâneo acontecimento da arte contemporânea no mundo, e também
2 Somensari permanente trazendo à luz aspectos contraditórios de seu projeto, para uma
Memória; Tempo; 2018 PUC-SP
Espaço
compreensão “em constelação” dos acontecimentos, para que cada
um redesenhe sua história. Aqui construímos uma história possível
sobre o Inhotim, colocando-o como uma heterotopia de nossa
sociedade, que reflete desejos e ideais da mesma, enquanto o
espaço se reconfigura dentro de pretextos de controle de acesso,
perfeição estética e prazer. Paralelamente, buscamos refletir como
esse espaço constrói um tempo, aproximando-o mais uma vez da
teoria benjaminiana da história, para entender na atualidade um
declínio da possibilidade de experienciar algo, por conta de um
rompimento simbólico das construções históricas das coisas, que
não compreende suas origens e a transmissão destas. O Inhotim se
define como uma experiência. À luz do pensamento de Benjamin,
revisitamos este conceito, contestando a possibilidade de, de fato,
experienciar o espaço
O presente trabalho tem como propósito principal perspectivar
analiticamente como os processos de pedagogização forjam e
governam determinados espaços e espacialidades. Para tanto,
partimos do pressuposto de que as práticas sociais são moduladas Espacialidade
Por outras espacialidades: uma por jogos de força que as criam e recriam espacialmente, sobretudo Espaço
CHAVES, Ana Paula
3 Nunes
cartografia da pedagogização no por meio de mecanismos pedagogizantes que ultrapassam o âmbito Heterotopia 2015 USP
Parque Ibirapuera, SP educacional formal, alastrando-se cada vez mais no cenário urbano Michel Foucault
contemporâneo. Assim, propomo-nos a analisar a relação entre Parque Ibirapuera
educação e produção de espaços/espacialidades nas práticas Pedagogização
instituídas no Parque Ibirapuera-SP. A investigação tem como
marco teórico o pensamento de Michel Foucault, além de
mobilizar os trabalhos de Doreen Massey, Edward Soja, Henri
Lefebvre, David Harvey e Rodrigo Valverde. A cartografia
realizada pleiteia-se, portanto, uma derivação da perspectiva
arqueogenealógica foucaultiana. De acordo com tal referencial,
assinalaram-se práticas que permitiram dimensionar as
transformações pedagógicas e espaciais do Parque desde sua
criação, apontando para os modos como atualmente se perfaz o
governamento das espacialidades e, em igual medida, as
contracondutas aí tornadas possíveis. Além do levantamento
bibliográfico, operamos segundo duas frentes de trabalho
complementares: em primeiro lugar, a análise de documentos
oficiais acerca do Parque, dos Processos da Comissão do IV
Centenário da Cidade de São Paulo e de discursos jornalísticos
veiculados a seu respeito pelo jornal O Estado de S. Paulo em
diferentes décadas; em segundo, a observação e o registro de
práticas contemporâneas ali em curso. Os resultados evidenciam
uma racionalidade vincada em práticas de pedagogização, e estas,
aliadas a tecnologias específicas de governamento dos espaços.
Um cenário que apresenta lógicas de governo heterogêneas, que
coexistem através do tempo, ajustando-se, desajustando-se ou
alterando-se. Não obstante, um campo vivo de forças, de sujeitos e
práticas de subjetivação. A história arqueogenealógica do Parque,
assim como dos diferentes mecanismos pedagogizantes ali em
voga, possibilitou deslindar o trânsito dos espaços e o governo das
espacialidades pela população que dele faz uso, além das diferentes
contestações dos arranjos até então configurados, demarcando
traços fugidios de uma heterotopia urbana.
Requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar,
pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar;
parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes,
suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade,
suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza,
abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender
a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar
muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço (LARROSA, 2002. p.
24).
Assim como a escola, Leite (2018) acredita na cidade de uma maneira macro,
como sendo o abrigo e aquilo que nos contem, “a urbanidade tomou conta a tal
ponto da nossa existência” (p. 55), que já não é possível realizar certas distinções
entre dentro/fora, longe/perto, etc.
A própria loucura é uma grave constatação na obra do Foucault, uma vez que
para ele, esta tem uma intenção mais política do que filantrópica. Os estudo sobre o
aparecimento da loucura enquanto disciplina médica no Século XVIII, foi para
Foucault um grande marco e se dá de forma próxima com o “aparecimento do
infame”, é um momento “Os infames também se reencontram com a loucura no seu
reaparecimento no século XVIII” (SANTOS, 2017. p. 64) onde se começa a surgir
diversas casas de internamento, asilos, manicômios e outros e com isso, a marca
nas cidades com os múltiplos rostos das diferenças. Santos (2017) em sua
dissertação, analisa muito bem e pormenorizadamente estes movimento na obra
foucaultiana e seu desenvolvimento posterior. É importante ressaltar aqui, no
entanto, de que este breve caminho sinuoso entre corpo-subjetividade-política,
sugere um caminho rico para as pesquisas posteriores e a contestação destes
espaços de vigilâncias possíveis nas configurações das cidades. Foucault nos
mostra como que a figura do corpo marcado, supliciado, vai desaparecendo a figura
do louco e do infame aparece concomitantemente a isto, com um estranho
parentesco entre um e outro.
5. Considerações Finais
É importante destacar que as pesquisas aqui brevemente apresentadas e
comentadas refletem a importância de se pensar e refletir o espaço e suas
singularidades, o que faz acreditar que a pesquisa de mestrado que está sendo
efetivada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de
Sergipe, tem sua relevância e está num caminho certamente promissor. É salutar
dizer que as referências aqui apontadas estão presentes também no texto
dissertativo que o presente discente está a escrever.
6. Referências