Leonardo Vieira da Rocha Curitiba, 30 de agosto de 2007.
Não há exagero em afirmar que, nos tempos atuais, saber se comunicar
é absolutamente indispensável em qualquer relacionamento, seja ele pessoal ou profissional. Diversos são os casos onde a diferença linguística, política, cultural, racial entre outras, se torna uma barreira quase intransponível, sendo necessário mais do que uma simples tradução. É preciso conhecer o quem, como, onde, porque, e no fim, saber como captar e passar todas estas informações de forma que o entendimento seja o mais preciso. Transpondo este aspecto para o mundo corporativo, temos cada vez mais empresas, governos e entidades incluindo a comunicação entre suas prioridades. Seja ela interna (para seus funcionários) ou externa (para a sociedade), passando a entendê-la como ferramenta imprescindível à administração de estratégias para a obtenção de resultados favoráveis. Talvez seja importante fazer uma distinção, que, tanto a comunicação como os outros processos com que a organização está sempre ligada, (marketing, finanças, produção, vendas, etc) se dão todos em uma matriz comum, o relacionamento entre pessoas; e sendo as pessoas diferentes entre si, diferente também serão suas percepções. A informação e os diversos processos de comunicação sempre estiveram presentes na evolução das estratégias empresariais e na própria evolução das organizações, observados entre departamentos, chefias, colegas de tarefas, na divulgação de resultados, enquetes, murais, e toda e qualquer inter-relação entre publicos interno e externo. Quando utilizamos estes processos, técnicas e metodologias da comunicação, como instrumentos na busca de melhores estratégias dentro das organizações, têm-se a comunicação empresarial. É por meio desses instrumentos que as organizações desenvolvem funções, tomam decisões e estabelecem atitudes perante seus clientes, fornecedores e parceiros. A importância da comunicação empresarial esta justamente na capacidade de manutenção coesa destes instrumentos perante seus públicos. Pensar na comunicação como elemento das estratégias de gestão, no contexto atual, é um desafio que precisa ser sobrepujado a fim de ultrapassar os antigos paradigmas organizacionais. Na abordagem comum, encontrada no âmbito da comunicação empresarial, o objetivo primordial da empresa é: buscar a melhor mensagem (o que), pelo melhor meio (como), para estabelecer contatos com os públicos-alvo (quem), visando mudar maneiras de pensar, influenciar opiniões ou, como se já conhece, criar, alterar ou manter a imagem da empresa (por que). A partir da década de 90, as empresas e o mercado passaram por processos constantes de reformulções, em conseqüência das fortes mudanças, dentre elas, mudanças políticas, econômicas e sociais. Neste período o mundo empresarial presenciou o crescente estabelecimento da competividade mundial devido a globalização, da qualidade como obrigatoriedade, e não mais como diferencial e, acima de tudo, da conscientização coletiva sobre responsabilidade social e ambiental. Estas mudanças levaram as organizações a conviverem diferentes situações, sendo necessários ajustes estratégicos no papel de suas comunicações. É justamente neste processo de alterações globais que as empresas viram surgir um público mais exigente, mais consciente e mais crítico com o que é repassado a eles. Esta nova visão muda as diretrizes das organizações, e transformam a comunicação empresarial na “grande estratégia”, não mais de conquista desse novo consumidor, mas sim de cultivo dos próprios valores da empresa. A organização aprende que não adianta mais apenas produzir, promover e vender. É necessario convencer, cativar, demonstrar, passar credibilidade, ser transparente, respeitar, retribuir, sustentar e acima de tudo, conversar. Conversar com seus colaboradores, com seus clientes, com os familiares de seus clientes, com o governo, com a mídia, conversar para contribuir. E é essa contribuição que hoje é fator decisivo para que a empresa possa gerar mais lucros, ampliar sua produtividade, reduzir melhor seus custos, diminuir falhas, manter equipes coordenadas, responder em tempo às rapidas mudanças e suprir as novas demandas do mercado.