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Notas de Aula
1. Introdução
Conceito de Linguagem dos Materiais
Esse três parâmetros é que definem a forma como cada um dos materiais de
construção foi e é utilizado.
Assim, temos que o mesmo material pode ser utilizado de forma diversa em
duas culturas diferentes, mesmo sendo iguais as suas características físico-químicas.
Isso pode ser exemplificado pelas figuras abaixo, onde vemos sempre dois
momentos distintos da utilização dos materiais na construção civil. Nas figura 1 e 2 temos
a utilização da pedra e madeira:
trabalhável. Como exemplos notáveis, temos o Empire Stade Building e o World Trade
Center (figuras 5 a 8).
Figura 3: Corte transversal de uma catedral gótica em Figura 4: Corte longitudinal da mesma catedral, onde
estilo tardio, em que é possível ver o arco central é possível se perceber a separação da estrutura e o
ogival ou quebrado, e os contra-fortes, denominados aproveitamento dos vãos entre os elementos
arcobotantes. estruturais.
Figura 5: Desenho do Empire State, onde se pode Figura 6: Esquema estrutural adotado no prédio, em
notar a fachada escalonada, que objetiva manter a pórticos contínuos executados em aço, que neste caso
insolação das ruas ao seu redor. foram recobertos com aço e fechados com painéis de
alvenaria.
Figura 7: Vista das duas torres, com as sua fachadas Figura 8: Modelo estruturas adotado no edifício, com
estruturais modulares, e de um dos prédios menores dois tubos estruturais concêntricos. O fechamento
que compõem o conjunto arquitetônico do World adotado foi o vidro, interposto entre as colunas,
Trade Center. propiciando grande área útil.
Figura 9: Edifício do BANESPA, finalizado em 1947 Figura 10: Centro Empresarial Nações Unidas,
e com 161 m de altura, foi durante muito tempo o finalizado em 1999 e com 157 m de altura. Na sua
edifício mais alto da cidade. Apesar de sua fachada execução, foi utilizado o Concreto de Alto
remeter ao Empire State, sua estrutura é toda em Desempenho bombeado e com Fck 50 MPa. Nota-se
concreto armado, material de pleno domínio pela a grande possibilidade estética do concreto, que se
engenharia nacional desde a década de 30. molda no local, adotando a forma do seu recipiente.
Assim, podemos notar que todo o material tem a sua capacidade de uso,
conforme suas próprias características físico-químicas e a tecnologia disponível para o seu
emprego. Isso corresponde à linguagem dos materiais, e a sua escolha deve ser sempre
objetivando o resultado final.
2. Ações preparatórias
2.1. Investigação geotécnica
Ainda nessa fase deve-se fazer uma verificação do nível do lençol freático e
de sua variação ao longo do ano.
Um procedimento comum, que economiza tempo, é se informar sobre
outras obras já executadas próximas ao local, quanto ao tipo de fundação, possíveis
recalques, etc.. No entanto, devemos ter sempre em mente que os solos podem apresentar
grandes mudanças na composição e espessura das camadas em virtude do relevo, portanto
esse tipo de informação é sempre complementar.
Feito o reconhecimento prévio, pode-se partir para o projeto, utilizando-se
valores de referência a serem confirmados posteriormente, ou então se procede à
investigação geotécnica definitiva, que pode ser feita através dos seguintes métodos:
Figura 12: Momento do ensaio de SPT em que se faz a perfuração com lavagem do material, para se
atingir a cota de cravação.
Perfuração rotativa
Ensaios de penetração
resistente do solo, mas ao contrário deste, o ensaio em si não retira amostras. Pela
metodologia adotada, estabelecida na NBR 12069, mede-se a resistência ao avanço da
ponta e resistência ao avanço do fuste (atrito lateral).
O ensaio consiste na cravação estática (lenta) de um aparato cone com 10
cm² de área e ponta cônica de 60° de diâmetro e luva de atrito de 36 mm de diâmetro e área
de 150 cm², sendo os dados armazenados para cada 20 cm de avanço.
A sua grande vantagem em relação ao SPT é a precisão inerente ao
equipamento, no entanto, isso é obtido em troca de um maior custo.
Na figura 13, vemos um equipamento para ensaio de penetração de cone.
Uma técnica trabalhosa, que consiste em escavar poços onde possa entrar
uma pessoa, para a identificação das camadas do solo e retirar amostras indeformadas do
material. Somente é adotado esse método quando há a real necessidade de se coletar essas
amostras ou para uma identificação mais específica da disposição e composição das
camadas de solo.
Licenças da prefeitura
Licenças ambientais
ART
2.3. Terraplenagem
apresentam expansibilidade quando expostos à água, como os siltes, podem ser utilizados
como núcleos de aterros envelopados. Nesta etapa, são utilizados caminhões basculantes,
moto-niveladoras, compactadores, e equipamentos para correção da umidade, como
caminhões-pipa com barra espargidora e grades de disco.
Nas figuras 17 e 18 temos alguns exemplos de equipamentos utilizados
nesta etapa.
Figura 24: Banheiro químico Figura 25: Disposição básica de um barracão de obra, onde vemos as
portátil utilizado em obras que diversas áreas que devem ser previstas. Não necessariamente todas elas
exigem rápida mobilização em são mantidas juntas, pois a instalação sempre deve ser adequada ao local
locais sem de infraestrutura em que se insere.
básica, como água e esgoto.
Figura 26: Escritório de obra instalado em container, Figura 27: Disposições que podem ser adotadas
uma solução rápida e eficiente, mas que só se justifica a em containeres padrão, demonstrando a
partir de um determinado porte de obra. facilidade de mobilização do equipamento.
Figura 28: Jericão multiuso, útil para Figura 29: Carrinho plataforma hidráulico, para transporte de
transporte de concreto e material a materiais paletizados. Exige piso muito plano. Ao fundo, vemos um
granel. Exige piso relativamente bom carrinho carga rápida, assim conhecido pela velocidade de
para a operação adequada. deslocamento e facilidade de carregamento.
Figura 30: Guindaste de lança telescópica, Figura 31: Grua de torre fixa e lança móvel, com maior
utilizado quando há a necessidade de muita produtividade que os guindastes, também apresenta maior
movimentação do equipamento para atender uma versatilidade dos modelos com lança fixa (pivotante na
área extensa. Exige muito cuidado no seu apoio horizontal), pois apresenta capacidade de manobra na
sobre o solo durante sua operação, vertical, ajustando-se a operações em lugares mais
principalmente quando operam com a lança toda restritos. A sua implantação exige planejamento prévio,
alongada. integrado ao projeto do canteiro e da estrutura.
3. FUNDAÇÕES
O objetivo de uma obra de fundação é receber as cargas da estrutura e as
transmitir de forma adequada ao solo, de forma a garantir, segundo Velloso e Lopes:
Figura 32: Deformação excessiva Figura 33: Colapso do solo. Figura 34: Colapso dos elementos
da estrutura. estruturais da fundação.
uma parede da forma é muito provável se esta não estiver solidamente fixada. Na figura 43
temos exemplos de como não proceder a uma concretagem de fundação rasa.
Estacas, cujo elemento estrutural, dotado de ponta e fuste, pode ser pré-fabricado
ou moldado “in loco”, podem ser executadas por cravação à percussão, por
prensagem, por vibração, ou podem ser escavadas com o auxílio de ferramentas
manuais ou equipamentos mecânicos.
Tubulões, elemento de fundação de secção cilíndrica, que, ao menos na sua fase
final, envolve a descida de operário para escavar o fuste e/ou conformar a base.
Deve-se notar que a característica de entrada de funcionários para executar uma
etapa da fundação é que caracteriza o tubulão, e não o seu diâmetro.
Caixão, cuja estrutura prismática, executada na superfície, é abaixada até a cota
final por escavação interna.
3.1.2.1. Estacas
Comprimento de até 8 m
Vibrada quadrada 20x20 a 35x35 25 a 80 35 a 100
Podem ser emendadas
Comprimento de até 10 m
Vibrada circular 22 ≤ Ø ≤ 33 30 a 70 40 a 80 Podem ser emendadas
Possuem furo central
Comprimento de até 12 m
Concreto Protendida 22 ≤ Ø ≤ 33 25 a 70 35 a 80 Podem ser emendadas
Possuem furo central
Comprimento de até 8 m
Podem ser emendadas
Centrifugada 22 ≤ Ø ≤ 60 25 a 170 30 a 230 Possuem furo central
Espessura da parede varia de
6 a 12 cm
TR 25 20 Peso de 24,6 Kgf/m
TR 32 25 Peso de 32,0 Kgf/m
TR 37 30 Peso de 37,1 Kgf/m
TR 45 35 Peso de 44,6Kgf/m
Trilhos TR 50 40 Peso de 50,3 Kgf/m
2 TR 32 50 Peso de 64,0 Kgf/m
2 TR 37 60 Peso de 74,2 Kgf/m
Metálicas 3 TR 32 75 Peso de 96,0 Kgf/m
3 TR 37 90 Peso de 11,3 Kgf/m
I 8” 30 Peso de 27,3 Kgf/m
I 10” 40 Peso de 37,7 Kgf/m
Perfis I I 12” 60 Peso de 60,6 Kgf/m
2 I 10” 80 Peso de 75,4 Kgf/m
2 I 12” 120 Peso de 21,2 Kgf/m
Perfil H H 6” 40 Peso de 37,1 Kgf/m
Ø 20 cm 15
Ø 25 cm 20
Madeira Ø 30 cm 30
Ø 40 cm 40
Ø 50 cm 50
Observação: as cargas discriminadas correspondem à capacidade de carga estrutural da
estaca, sendo que esses valores podem não ser atingidos devido à capacidade de carga do
solo.
Figura 49: Seqüência executiva de uma estaca Franki, na qual vemos a cravação do tubo com a bucha, a
expulsão da bucha e formação da base alargada, e a concretagem do fuste com apiloamento do concerto,
dando a forma característica dessa estaca.
Figura 50: Seqüência de execução de uma estaca barrete, onde temos a escavação com clamshell, já com a
utilização da lama como estabilizante (a) a colocação da armadura, imersa na lama bentonítica (b) e a
concretagem, executada com tubulação (tremonha), a partir do fundo da escavação (c).
3.1.2.2. Tubulões
São fundações que correspondem a poços com bases alargadas (figura 52)
que, em seu todo ou em parte, são executadas por meio de escavação manual.
Figura 54: Colocação de uma campânula de Figura 55: Esquema geral de um tubulão a ar comprimido,
tubulação a ar comprimido em um fuste de onde se podem ver as válvulas de saída de material e
concreto. É possível se notar o local de fixação entrada de concreto, chamadas de cachimbo, que impedem a
da campânula no tubulão, normalmente um perda de pressão interior, bem como o final do tubo de
anel metálico dotado de parafusos, e a parede afilada, proporcionando um pequeno ganho na área
existência de ferragem de espera para a de trabalho. Na operação de descida do tubulão cuidados
concretagem de novos anéis nesse tubulão, adicionais devem ser tomados para garantir a sua
conforme progride a sua escavação. verticalidade.
3.1.2.3. Caixões
Uma fundação pode ser vinculada a uma estrutura pelos seguintes métodos:
excessivos ou torções, mesmo sob cargas laterais elevadas. Para que isso aconteça, a
primeira operação a ser executada, no caso de estacas, é o arrasamento das cabeças, de
forma a que todas elas apresentem a mesma cota, sendo o procedimento apresentado na
figura 59.
Figura 57: Esquema da fundação da ponte sobre o reservatório da hidroelétrica de Xavantes, constituída por
pórticos-grelha ligados entre si por vigas pré-moldadas apoiadas em dentes Gerber. A fundação foi executada
com tubulões a ar comprimido, ligados diretamente aos pilares, existindo apenas vigas de ligação entre eles
para garantir estabilidade lateral, não distribuição de tensões verticais.
Figura 58: Fundação de ponte executada com estacas, verticais e inclinadas, solidarizadas por bloco de
fundação.
Figura 62: Esquema de impermeabilização proposto pela Otto Baumgart para paredes expostas e enterradas.
Impermeabilização do
respaldo da fundação com
argamassa a qual foi
associado um hidrofugante.
Aplicação de pintura
hidrofugante, a base de
emulsão asfáltica.
Assentamento das 3
primeiras fiadas com
argamassa a qual foi
associado um hidrofugante.
4.1.1.1. Barras
20 20
CA-25 250 1,20 fy 18 2Φ 4Φ 1,0
CA-50 500 1,10 fy 8 4Φ 6Φ 1,5
CA-60 600 1,05 fy 5 5Φ - 1,5
Extraído da NBR 7480
4.1.1.2. Telas
Solda: pode ser de topo, por caldeamento, para bitolas não inferiores a 10
mm, ou com eletrodo, para bitolas não inferiores a 20 mm. Pode ser por traspasse, com
dois cordões de solda com comprimento não inferior a 5 Φ, ou com barras cobrejuntas, ,
para provocar a coincidência do eixo baricêntrico das barras, com cordões com
comprimento não inferior a 5 Φ (figura 65).
Gráfico 1 – Módulo de elasticidade dos aços utilizados em concreto armado e concreto protendido.
Figura 67: Dimensões de macaco, ancoragem e disposição aceitável para as cabeças de protensão.
Cnom barra
Cnom feixe
Cnom 0,5 bainha
1. Os valores apresentados são válidos para concretos executados com aglomerantes hidráulicos que
atendam às especificações das normas brasileiras em cada caso, de acordo com a NBR 12654.
2. Não é permitido o uso de aditivos contendo cloreto na sua composição em estruturas de concreto
armado ou protendido.
3. A proteção das armaduras ativas externas deve ser garantida pela bainha, completada por graute,
calda de cimento Portland sem adições, ou graxa especialmente formulada para esse fim.
4. Atenção especial deve ser dedicada à proteção contra a corrosão das ancoragens das armaduras
ativas.
Figura 68: Projeto de execução de armadura de concreto armado, onde vemos o comprimento das barras de
aço, dobras projetadas e espaçamento dos estribos. Note-se que, por ser um projeto antigo, ele ainda
apresenta os chamados cavaletes para suportar os esforços cortantes atuantes sobre a peça, prática atualmente
em desuso com a adoção do cálculo de espaçamento dos estribos para suportar esses esforços, em conjunto
com o concreto (bielas comprimidas).
Figura 69: Projeto de disposição de cabos de protensão em uma viga, onde vemos a disposição espacial dos
cabos em diversas secções transversais, o que permite a sua correta disposição. Normalmente as bainhas que
contêm os cabos ou fios são fixadas à armadura frouxa, com o auxílio de barras transversais adicionais
(caranguejo) sendo que, no caso de conflito de posição, a armadura frouxa sempre é deslocada.
Figura 74: Disposição das bainhas plásticas azuis de um sistema de protensão leve. Esse tipo, que se utiliza
de cordoalha engraxada, neste caso foi adotado por permitir que uma laje em balanço com cargas
significativas na sua extremidade, apresente pequena espessura. Neste caso utilizam-se também formas
plásticas para compor a grelha da estrutura.
Figura 76: Vista frontal e lateral da forma de uma viga de borda, onde é possível se visualizar a forma
propriamente dita, executada com tábua, sustentada na sua lateral e fundo por uma estrutura executada com
sarrafos de madeira bruta (conjunto de gravatas e mão-francesas) e laços de aço liso, suportada na altura
correta por um conjunto de pontaletes, que também dispõe de mão-francesas para garantir a estabilidade da
forma durante a operação de concretagem. No seu pé, é possível se notar a existência de um conjunto de
cunhas, que permitem tanto o ajuste fino de altura, durante a operação de montagem, como facilitam a
desforma posterior. Também se nota no desenho que o apoio está sobre concreto. Não está detalhado neste
desenho o sistema de contraventamento dos pontaletes, que assegura a sua estabilidade durante o processo de
concretagem. O uso de madeira bruta para compor a caixa da forma dificulta tanto a desforma como o
reaproveitamento do material, motivo pelo qual atualmente está caindo em desuso.
Figura 77: Detalhe de uma forma de viga e laje, executada com compensado plastificado (madeirit),
destinado a concreto aparente. Isso pode ser verificado pela existência de mata-juntas, que evitam quebra
durante a desforma, garantindo um melhor acabamento final. Da mesma forma, o uso do compensado
plastificado exige o uso de sarrafos longitudinais (costelas), para garantir a estabilidade dimensional durante
a operação de concretagem. Esse tipo de forma permite reaproveitamento mais fácil, conforme for projetado
o processo de desforma, sendo o mais utilizado atualmente.
Figura 78: Esquema de escoramento
da forma apresentada na figura 77,
onde vemos os suportes laterais da
forma sendo compostos pelos
pontaletes do escoramento, do tipo
comumente chamado torre, por ser
composto por dois ou mais suportes
agrupados próximos, que trabalham
em conjunto para garantir a
estabilidade lateral, e neste caso
específico, são projetadas para
dispensar o uso das mão-francesas
destinadas a estabilizar as laterais
das formas. São características
notáveis desse projeto de
escoramento a disposição dos
sarrafos de travamento, que, devido
à sua largura e forma de fixação,
dispensam contraventamento
interno da torre, a existência de
cunha para ajuste de altura e
desforma sem choque mecânico, e a
especificação do contraventamento
entre torres, que assegura a
estabilidade longitudinal das linhas
de escoras. Temos um exemplo
desse sistema na figura 81.
Figura 79: Foto de uma forma composta por Figura 80: Detalhe de uma forma de pilar composta
compensado resinado estruturado com madeira por compensado plastificado estruturado com
bruta. O fechamento por pressão, destinado a sarrafos de madeira bruta e travada lateralmente
garantir a estanqueidade, é obtido com tirantes também com madeira. O detalhe importante neste
metálicos associados à longarinas duplas de madeira, caso é o escoramento lateral, executado com escoras
espaçadas de forma a garantir a indeformabilidade metálicas com grande precisão de ajuste, fator
da placa lateral. importante na saída do pilar a partir da fundação.
Figura 81: Montagem de forma de
pilar e viga para concretagem
simultânea, onde é possível se notar
a utilização de escoramento vertical
tipo torre, composto por caibros
estruturados com sarrafos largos
que dispensam contraventamento,
sendo que os caibros já estruturam e
estabilizam as paredes laterais das
formas das vigas. É possível se
notar a utilização de cunhas no pé
das torres para facilitar o
nivelamento e a posterior desforma
da estrutura, e a adoção de ripas de
compensado, estruturadas com
sarrafos de madeira, para compor a
secção circular do pilar. O
travamento das formas é uma
associação de tirantes metálicos
com longarinas duplas de madeira.
Figura 82: Vista panorâmica do
conjunto de formas completo de um
pavimento, para concretagem
simultânea de toda a estrutura.
Nesse tipo de operação, é
necessário se verificar todo o
alinhamento da caixaria e a
estabilidade do escoramento, pois
uma falha em um dos elementos de
sustentação ou contraventamento
pode comprometer todo o resultado
final. Para se verificar o
alinhamento podem ser usados
prumos pesados de concreto, níveis
de mangueira e linhas, ou então
equipamento topográfico, ótico ou
laser.
Figura 83: Desenho da forma metálica utilizada na Figura 84: Execução da armadura das aduelas, que
execução das aduelas de concreto protendido da apresenta baixa densidade por se tratar de uma
ponte Rio-Niterói. É possível se notar, pelas fotos a estrutura eminentemente protendida, sendo utilizada a
seguir, que em alguns casos a forma externa foi armadura frouxa para resistir a esforços localizados e
substituída por uma estrutura de concreto. Note-se aos próprios esforços de transporte e protensão as
ainda que existe o estudo de desmonte da forma, e o peça. Nessa foto é visível a estrutura que compõe a
Figura 85: Montagem de uma forma totalmente Figura 86: Peça já concretada e deslocada para o
metálica. pátio de armazenagem.
tTot ≤ 8 H Tot ½
Sendo:
tTot – tolerância acumulativa, em mm
H Tot – altura da edificação, em m
5 mm ≤ t ≤ λ ≤ 10 mm
Sendo:
t - tolerância de nivelamento, em mm
λ – maior dimensão da forma, em m
- Consultar projeto.
- Considerar idade j = 28 dias, desde que não haja ressalvas no projeto.
Durabilidade
NOTAS:
CA Componentes e elementos estruturais de concreto armado .
CP Componentes e elementos estruturais de concreto protendido.
Cálculo do Fcdj
Onde:
Fcdj = Resistência à compressão de dosagem, a "j" dias de idade (normal 28 dias),
em MPa.
Sdj = Desvio padrão de dosagem, a "j" dias de idade, em MPa.
Determinação do Sd
Onde:
Sdi = Desvio padrão obtido de amostras com ni > 6 exemplares.
ni = Numero de exemplares de cada amostra em questão.
ni > 30 exemplares.
Observações:
1. A quantidade de agregado graúdo pode ser variada em até 10%, conforme as necessidades
específicas da obra e do agregado graúdo.
2. A determinação do excesso de argamassa, em relação ao índice de vazios apresentado pelo
agregado graúdo compactado é um dos fatores básicos, junto com a consistência da argamassa,
para se obter a adequada trabalhabilidade do concreto, devido ao afastamento necessário entre
os grãos pétreos.
3. A quantidade de agregado graúdo deve ser sempre a maior possível para garantir o adequado
desempenho do concreto.
Observações:
4.4. Concretagem
A operação de concretagem de uma estrutura de concreto armado ou
protendido compreende, de uma forma ampla, as seguintes etapas, executadas em
seqüência:
Mistura do concreto
Transporte do concreto
Lançamento do concreto
Adensamento
Cura
Desforma
4.4.1. Mistura
Mistura Manual
Mistura Mecânica
1. Água
2. Agregado graúdo
3. Cimento portland
4. Agregado miúdo
Figura 89: Misturador forçado da marca BHS-Sonthonfen, com capacidade volumétrica que varia de 0,75 m³
a 9 m³ de concreto conforme o modelo. Sua capacidade produtiva horária varia de 46 m³ a 387 m³. Nas
figuras a direita pode ser visto o princípio de funcionamento desse equipamento, que apresenta descarga
inferior, adequada à centrais de produção.
4.4.2 Transporte
4.4.3. Lançamento
Socamento: pode ser feito de forma manual, com soquetes ou barras de ferro, ou
podem ser empregados compactadores mecânicos portáteis, como os sapos (figura
97), sendo que estes só podem ser empregados em concretos não plásticos e com
espessuras de camadas que não excedam 20 cm.
Vibração: executado com vibradores mecânicos de imersão (figura 98) ou de
superfície (figura 99). Deve ser verificada a capacidade de cada equipamento,
quanto ao seu raio de ação, evitando super-vibração, o que provocaria segregação,
ou sub-vibração, o que permitiria a permanência de vazios dentro do concreto.
Rolagem ou compactação: sistema adotado para concretos não plásticos, utiliza
equipamentos de compactação rodoviária (rolos compressores) para promover o
seu adensamento (figura 100).
Centrifugação: Sistema utilizado na fabricação de peças de revolução, como postes,
estacas e tubos.
Cura
Desforma
Faces laterais: 3 dias (1 dia se forem tomados cuidados extremos quanto a choques
mecânicos)
Faces inferiores: remoção de 50% das escoras – 7 dias
Face inferior: remoção total das escoras e formas – 15 dias se não houver
carregamento superior ao do peso próprio da peça
Face inferior: remoção total das escoras e formas – 21 dias se houver carregamento
superior ao do peso próprio da peça
Toda a desforma deve ser feita de forma gradual, de modo a não gerar
efeitos cinéticos na estrutura, devendo sempre se considerar a forma de carregamento final
e condição de trabalho da estrutura.
Para 6 ≤ n ≤ 20
f1>f2>f3>..............>fm>.................>fn
f1
Tabela 20 - Valor de ψ6
N 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 >16
ψ6 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 0,97 0,99 1,00 1,02
ψ6 0,75 0,80 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 0,96 0,98 1,00 1,02
Aceitação da estrutura
fckest>fck
Rejeição
Obs.: Não sendo feita a coleta e análise de resistência dos corpos de prova, a edificação
não tem a sua estrutura tecnicamente aceita. Esse problema pode ser resolvido
posteriormente com uma perícia que envolve a verificação da resistência do concreto
através de métodos destrutivos e não destrutivos.
5. ALVENARIA
Conjunto de pedras, tijolos ou blocos, empilhados (figura 102) ou então
ligados por argamassa (figura 103), encaixes, pinos, etc, com geometria definida, dispostos
e ligados de forma a compor uma estrutura, como uma parede, um muro, um arco.
Figura 104: Blocos para alvenaria. Da esquerda para a direita: canaleta de concreto, tijolos maciços de argila
cozida, bloco de concreto estrutural, bloco cerâmico não estrutural, tijolo maciço com forma especial para
cantos não ortogonais, tijolo cerâmico não estrutural com parede corrugada e canaleta cerâmica.
5.2. Argamassas
Figura 106: Disposições básicas de blocos de alvenaria. A disposição mais comum adotada é a junta
amarrada, que resiste de forma mais adequada a esforços laterais. A junta a prumo suporta maior esforço de
compressão vertical, mas a menores valores de esforços laterais. Note-se que blocos menores apresentam a
maior resistência de todos os conjuntos. A modulação apresentada considera o bloco de alvenaria e uma junta
de argamassa de 10 mm.
Figura 107: Métodos de amarração e distribuição de tensões em paredes estruturais. Os blocos especiais
apresentam medidas específicas, variando de fabricante para fabricante.
Figura 108: Modelos de blocos especiais para encontros de paredes, facilitando a paginação dos panos de
alvenaria.
Quadro 11 – Dimensões máximas recomendadas para alvenarias não armadas, entre elementos
contraventantes
Largura do bloco Paredes internas Paredes de fachada
(cm)
Altura máxima Comprimento Altura máxima Comprimento
(m) máximo (m) (m) máximo (m)
9 3,20 6,50 2,70 5,00
14 4,20 8,50 3,70 7,00
Concreto,
10 8 9 7 8 7 7 6
sílica-cal
Concreto
9 7 8 6 7 6 6 5
celular
Solo-
7 6 6 5 5 4 4 4
cimento
Feito isso, são definidos nos panos de alvenaria a disposição dos blocos,
com as suas várias medidas, e a marcação de todas as interferências, sejam vãos ou
instalações, conforme apresentado na figura 109. O projeto de alvenaria resultante permite
a contabilização de todos os blocos por suas medidas específicas e a sua disposição correta
fiada por fiada.
Figura 109: Projeto de alvenaria de uma parede, onde vemos a distribuição dos blocos identificados com
números que definem o seu comprimento, a chegada das paredes interferentes e o encunhamento junto à viga.
Também temos medidas consideradas importantes para a definição dessas posições. É importante a adoção
de um código de cores para permitir a diferenciação dos diversos elementos assinalados, visto que ocorre
uma poluição visual da planta.
Com esse projeto, que passa a ser um roteiro, é possível se apresentar uma
obra como a da figura 110.
Figura 113: Assentamento de peças especiais de alvenaria para encunhamento de paredes. Isso sempre
ocorre quando a modulação da estrutura não acompanha adequadamente a modulação dos blocos. O objetivo
dessa camada é criar uma junta com não mais de 20 mm, o que permite a introdução de argamassa ou
espuma nesse vão, sem que a abertura excessiva comprometa a estabilidade da parede. Como pode ser visto
na figura 116, quando utilizamos um material flexível e não aderente nas juntas, como neoprene ou
poliestireno expandido, pode ser necessário a utilização de um arremate arquitetônico para ocultar a junta, e
principalmente do lado externo, impedir a passagem de umidade.
Figura 115: Ligação alvenaria – estrutura Figura 116: Tipos de ligações flexíveis que podem ser
metálica com perfis envolventes. É necessário utilizadas entre alvenaria e estruturas flexíveis, tanto de
um elemento de arremate ou de vedação concreto como de aço. O caso específico na figura 117 é
associado a essa solução. apresentado nos detalhes E e F.
Figura 117: Dispositivos de ligação mais complexos, adotados para vãos maiores ou com paredes sujeitam a
maiores esforços laterais (ventos ou dilatação térmica). Baseia-se na dissipação de esforços com a utilização
de pilaretes grauteados executados nas extremidades da alvenaria, associados a conectores metálicos que
permitem movimentações relativamente grandes sem a transferência dos carregamentos correspondentes.
Exige a utilização de dispositivos bem específicos e de mão de obra treinada.
Figura 118: Disposição de vergas em uma obra de alvenaria, sendo demonstrada a sua execução com a
utilização de blocos-canaleta. A grande vantagem nesse tipo de execução é a utilização de peças de alvenaria
com a mesma modulação e a velocidade do serviço.
Limpeza
Locação
Preparo da superfície de apoio
Verificação do nível e execução da camada de regularização
Execução da primeira fiada e elevação das extremidades
Fechamento
Arremate
Revestimento
Partindo-se do princípio que toda parede será apoiada sobre uma superfície
resistente, apta a suportar as cargas a ela transmitidas pela parede, a primeira operação a
ser executada é a limpeza do local de trabalho, essencial para o início correto do serviço.
Assim, em toda a superfície deve ser removido o entulho, material aderido e pó. Isso pode
ser feito com vassouras de cerdas duras (vassourão de prefeitura), enxada ou espátula
(material aderido), jato de água de alta pressão (uso geral).
A locação das paredes, sobre a superfície limpa, deve ser sempre feita com
trena de aço ou de fibra de vidro, com comprimento tal que permita a marcação de todas as
medidas a partir da origem, de forma a evitar o erro acumulado.
Com o auxílio dos próprios blocos de alvenaria, utilização de linha de giz e
esquadro de obra, locam-se os cantos e faces da parede, como pode ser visto na figura 120.
O nível pode ser verificado com régua de alumínio e nível de bolha (figura
124), ou então com mangueira de nível e régua, se utilizando do princípio dos vasos
comunicantes, sendo este método mais empregado para distâncias superiores a 2,00 m.
Figura 125: Assentamento de blocos de alvenaria com refluxo de argamassa. Essa técnica permite corrigir
pequenas incorreções dimensionais, garantindo adesão, resistência e estanqueidade para a parede. Ao se
retirar o excesso, deve-se tomar cuidado para não deslocar o bloco recém assentado. A argamassa retirada é
devolvida ao caixote de massa para reaproveitamento imediato.
Figura 127: Utilização da palheta para compor o cordão de esmagamento de argamassa. A ferramenta possui
o comprimento igual ao bloco a ser assentado, e uma largura não superior a 10 cm, de forma a evitar a
utilização de excesso de argamassa. A aplicação é feita com um movimento rotativo, como pode ser visto na
seqüência das fotos, e então é aplicado o bloco sobre esse cordão. Com pequenas pancadas, habitualmente
dadas com a colher de pedreiro ou um pequeno martelo (figura129), o bloco é colocado em posição, o que é
verificado com o auxílio de linha, prumo e nível.
Figura 133: Execução de chapisco. Na foto à esquerda vemos a sua execução com a utilização de colher de
pedreiro, enquanto à direita vemos a sua execução com argamassa específica, sobre superfície muito plana,
mas de baixa aderência. Note-se que o objetivo é produzir uma superfície rugosa, mas sem espessura
excessiva. No caso de argamassa tradicional, ela deve ter plasticidade suficiente, pois uma massa muito
rígida aumenta o efeito de reflexão.
Figura 134: Sarrafeamento de Figura 135: Desempeno de Figura 136: Acabamento de massa fina com
camada de massa recém uma superfície, executada o uso de desempenadeira de espuma. A
aplicada com régua de alumínio. após a massa aplicada desempenadeira é mantida umedecida, bem
Devido à aderência do material, “puxar”, ou seja, perder as como a parede deve estar ainda úmida, mas
a régua deve ser sempre limpa suas características plásticas. sem excesso.
imediatamente após o seu uso.
6. Madeiras
6.1. Origem
Estar seca
Ser isenta de nós
Não apresentar manchamento por fermentação
Se apresentar em peças retas, sem empenamento excessivo
Não ter extremidades rachadas
Não apresentar veios abertos e torcidos
Não apresentar variações de coloração que denuncie o aproveitamento do alburno
Não apresentar galerias provocadas por organismos xilófagos
Não apresentar bolor superficial nos veios
telhados e pisos apresentam um grau de sanidade superior ao exigido para aquelas a serem
utilizadas em estruturas provisórias, como cimbramentos.
6.5. Proteção
Insetos
Fungos
Essas madeiras, que passam por um intenso processo industrial antes da sua
aplicação, são empregadas tanto pelo barateamento da matéria prima, por permitir o uso de
madeiras mais macias ou de menor comprimento, como pré-determinadas características
não encontráveis no produto na sua forma natural. São os principais tipos de madeiras
industrializadas utilizadas na construção civil:
Madeiras laminadas: peças composta por lâminas com espessura normal de 2,5 cm,
coladas de forma a compor tábuas, vigas ou arcos. Têm como vantagens o maior
aproveitamento das peças de madeira e a composição de estruturas curvas sem a
necessidade de pré-tensão.
Madeiras compensadas: chapas compostas por lâminas finas de madeira coladas
entre si. A disposição das lâminas pode ser com todas orientadas em um só sentido,
quando se quer maior flexibilidade no sentido ortogonal ou flexibilidade no sentido
longitudinal, como as lâminas podem ser dispostas ortogonalmente, de forma
alternada, quando se pretende um comportamento bidimensional, sem ênfase em
um dos eixos. Na construção civil o seu uso mais comum é como painel de formas
para concreto, sendo que neste caso a sua superfície pode ser pintada, resinada ou
plastificada.
OSB (oriented strand board): chapa composta por 95% de cavacos de madeira de
dimensões de até 15 cm, e 5% de ceras e colas prensadas em uma proporção 1:10.
Sem apresentar a mesma capacidade de resistência orientada que a madeira natural,
Conexões simples: A ligação mais à esquerda é Conexões em chanfro ou espiga. A ligação mais à
utilizada apenas com pequenos esforços de esquerda não apresenta grande resistência estrutural.
torção.
Ligações em cruz, com e sem rebaixo. Conexões de topo. A conexão com espiga apresenta
melhor desempenho estrutural pela simetria com que
distribui os esforços solicitantes.
Ligação de topo com reforço metálico no Ligações de topo para grandes esforços verticais e
sentido do esforço predominante. pequenos esforços horizontais.
Figura 144: Conexões ortogonais entre peças de madeira.
Figura 145: Ligações angulares com estribo e/ou parafuso, à esquerda, e ligações de topo com lateral de viga,
à direita.
Pilares: a sua estrutura, além de exigir proteção de base para evitar apodrecimento ou
ataque de organismos xilófagos, deve prever a flambagem da estrutura e garantir a
estabilidade do apoio, como pode ser visto nas figuras 149 a 153.
Figura 152: Estruturas superiores de pilares, destinadas a suportar tensões elevadas, garantindo a estabilidade
do conjunto.
Vigas
Figura 159: Modelo de ponte romana em estrutura mista de pedra e madeira, para travessia de grandes rios.
Modelo de ensecadeira
utilizado pelos romanos
para trabalho a partir do
fundo do rio. As estacas são
cravadas no fundo do leito
e cintadas externamente por
correntes. Internamente, é
montada uma estrutura para
garantir a disposição das
estacas.
Figura 162: Ponte executada em Iperó, com longarinas executadas com tábuas cruzadas.
Figura 164: Ponte Grǿnsvebakken - Noruega, com estrutura em arco tri-articulado, dotada de tabuleiro
inferior, executada em madeira laminada, com tirantes em aço. À direita, temos o detalhe da ponte, onde é
possível se notar o característico tirante central executado em perfil I, diretamente sob a articulação central.
Essa peça, com maior momento de inércia, foi adotada para proporcionar estabilidade lateral ao tabuleiro da
ponte, que é fixado ao arco de sustentação em outros pontos por barras metálicas de pequeno diâmetro.
Figura 167: Passarela Mukkulankatu – Finlândia, executada em viga maciça de madeira laminada, em arco,
com os maiores vão medindo 13,5 m. À direita, temos o detalhe da viga maciça, executada em pínus, onde é
possível se notar o sistema de fixação do guarda corpo. Note-se que a estabilidade lateral é garantida a cada
dois suportes, enquanto a estabilidade da forma e alinhamento da madeira é garantida também pelo suporte
intermediário.
Figura 168: Passarela Sinettäjoki – Finlândia, executada em treliça simples, com vão de 13,8 m. Detalhe da
fixação da diagonal principal junto ao tirante inferior, onde é possível se notar a utilização de uma peça
justaposta aparafusada, para melhor distribuição das tensões, sem que se precise espessar a peça em todo o
seu comprimento. Note-se também o detalhe do apoio, executado com uma chapa de neoprene, e estabilizado
lateralmente por um parafuso.
Figura 169: Ponte Vihantasalmi – Finlândia – Vãos centrais de 42,0 m, em treliça “Howe”, executados em
madeira laminada colada e tirantes metálicos, com apoios em concreto. Essa estrutura apresenta ainda um
complemento lateral em balanço, utilizado como passarela para pedestres e bicicletas, como pode ser visto no
corte à direita.
Figura 170: Projeto da ponte Vihantasalmi, onde é possível se ver os três vãos centrais, executados
em treliça com tirantes metálicos, sendo que no corte transversal é possível se nota r a utilização de
peças comprimidas de madeira e tirantes de aço, na estabilização lateral da estrutura.
1. ripas
2. caibros
3. cumeeira
4. terça
5. contrafrechal
6. frechal
7. chapuz
8. empena (asna)
9. tirante (tensor)
10. pendural
11. escora
12. pontalete (montante)
13. ferragens (estribo)
14. ferragens (cobrejunta)
15. testeira
16. mão francesa
Figura 182: Vista inferior da empena. Note-se a Figura 183: Afastador do cabo, executado em
necessidade de se detalhar o aparafusamento entre as madeira, com chapas metálicas aparafusadas
peças, para não criar uma secção enfraquecida nos utilizadas para a sua estabilização, encabeçado por
pontos de fixação. chapa com guia de deslizamento.
6. ESTRUTURAS METÁLICAS
Tabela 23 - Características dos aços de baixa liga utilizados na fabricação de elementos estruturais.
Especificação Limite de escoamento Resistência de ruptura
fy (Mpa) fu (Mpa)
ASTM A242 290-350 500-600
DIN St52 360 520-620
Agressividade do ambiente
Nível e tipo de esforços solicitantes
nº MSG 9 10 11 12 13 14 15 16
espessura (mm) 3,80 3,42 3,04 2,66 2,28 1,90 1,71 1,52
Observação: As chapas podem ser fornecidas com os bordos originais da laminação, quando são
chamadas universais, como podem ter esses bordos aparados, sendo assim denominadas.
A CSN fabrica chapas com qualidade estrutural que apresentam espessuras entre
2,00mm a 12,5 mm, com larguras de 1000 mm, 1100 mm, 1200 mm e 1500 mm e
comprimentos de 2000 mm, 3000 mm e 6000 mm.
Tubos: executados a partir de chapas metálicas finas ou por extrusão, quando então
não apresentam costuras, podem possuir seção transversal quadrada ou circular
com diversas espessuras de parede. São utilizados em obras que sofrerão cargas de
compressão ou flexão, em que o peso da estrutura seja um fator significativo.
Quando de secção quadrada ou retangular, não apresentam cantos vivos, e são
conhecidos comumente como “metalon”. Não apresentam cantos vivos nas regiões
de dobra, já que é necessário um pequeno raio para se evitar encruamento ou
fissura do aço. Todos os perfis tubos são especificados em polegada e/ou mm, e
espessura das paredes. As tabelas dos fabricantes costumam apresentar as
características técnicas necessárias aos cálculos estruturais (figura 189).
Figura 191: Tipos de perfil I utilizados na execução de estrutura. Note-se que o perfil americano tem a
geometria das abas diferente do perfil europeu, ou de abas paralelas. Essa característica muda os valores de
cálculo e, portanto, é necessário se atentar para uma possível mudança de fornecedor de material, em relação
ao que está especificado.
Figura 192: Tabela de especificação das características estruturais do Gerdau Cor, aço de baixa liga do tipo
conhecido como patinável, pois apresenta na superfície uma camada insolúvel e, portanto, estável de óxido
(pátina), que protege o seu interior das agressões atmosféricas.
Esse tipo de perfil atende a vão ou cargas superiores ao dos perfis laminados simples, por
apresentar a possibilidade de aumento da secção ou aumento da altura (figura 193). Por
ainda apresentarem secção transversal contínua, não otimizam essa secção em relação aos
esforços atuantes na peça.
Figura 193: Perfis I laminados reforçados com chapa, à esquerda, utilizados quando a secção resistente é
insuficiente para resistir aos esforços atuantes. À direita, temos um perfil laminado cortado à maçarico e a
seguir soldado, de forma a se obter uma altura final significativamente superior ao perfil original,
aumentando seu momento de inércia sem acréscimo de peso, sendo muito utilizado para vencer vãos
superiores à aqueles econômica e tecnicamente viáveis com perfis laminados maciços.
Figura 194: Vigas contínuas com inércia variável. À esquerda, temos uma viga com espessamento da mesa,
obtido pela soldagem de placas adicionais de aço na região de maior solicitação da estrutura. À direita, temos
a variação da altura da alma, com o mesmo objetivo.
Figura 196: À esquerda, temos uma vista dos vãos externos em aço da ponte Rio-Niterói, antes do seu
içamento, onde é possível se notar a variação da altura da alma para otimizar a relação peso/capacidade
resistente. À direita temos o desenho das suas secções, onde é possível se verificar a grande variação de
altura da secção e sua estrutura em caixão com contraventamento interno.
Vigas Armadas
Figura 197: Exemplos de vigas armadas, com o detalhe da fixação do cabo lateral. A estabilidade lateral
dessa estrutura é importante, motivo pelo qual é normal se utilizar o corpo da viga em caixão.
Treliças planas
Figura 198: Classificação das treliças planas em função da configuração dos banzos.
Figura 201: Identificação das treliças pelo sinal de carregamento das barras.
As treliças de forma triangular são de grande interesse na construção civil, pelo seu uso em
coberturas, sendo neste caso comumente chamadas de tesouras. Os tipos mais utilizados
são apresentados na figura 203.
Tesouras: 30 m
Treliças de banzos paralelos: 70 m
Treliças de banzos parabólicos: 130 m
Figura 208: Contraventamentos utilizados em edifícios de múltiplos andares. Da esquerda para a direita,
temos a disposição em V, V invertido, K e Diamante.
Treliças espaciais
Figura 210: Disposição da malha superior, diagonais e malha inferior da treliça apresentada na figura 209.
Podem ser adicionadas diagonais às malhas, criando estruturas mais complexas.
Nó Sarton - obtido com o amassamento dos tubos nos pontos de ligação, sendo a sua
fixação com parafuso-máquina passante (figura 211).
Nó Esférico – utiliza-se uma esfera metálica, preenchida com material inerte, como areia
ou argamassa, à qual são soldadas as barras, na disposição prevista em projeto (figura 212).
Apresenta maior dificuldade executiva que o nó Sarton.
Nó Mero – neste caso o nó é constituído por uma esfera cuja superfície é constituída por
octógonos, nos quais as barras são rosqueadas (figura 213).
diversos casos, é mais simples a montagem no chão, com o posterior içamento, como feito
no pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo/SP (figuras 215 e 216).
Figura 215: Detalhe das peças e desenho da montagem da treliça do pavilhão de exposições do Anhembi,
executado com tubos de alumínio, com nós tipo Sarton.
Figura 216: Seqüência do içamento manual e fixação dos suportes definitivos, em tubos de aço sobre pilares
de concreto.
Figura 217: Cúpula lamelar hexagonal, sendo que à esquerda temos destacada uma tira esférica com
entrelaçamento hexagonal.
Colunas
Figura 221: Perfis e suas associações mais usuais para execução de colunas. No caso a esquerda, temos dois
perfis em C unidos por um cordão de solda, que pode ser contínuo ou descontínuo. Ao seu lado, dois perfis L
(cantoneiras) unidos por um cordão de solda. A seguir, um perfil H usinado e, na extrema direita, dois perfis
H unidos por cordões de solda.
Temos ainda casos em que a associação dos diversos perfis apresenta maior
complexidade, necessária para se atingir o desempenho esperado à compressão, sem um
incremento significativo de peso da estrutura. São os casos apresentados na figura 223,
onde são apresentadas estruturas em que os perfis C são estabilizados por barras chatas ou
chapas soldadas.
Na execução de estruturas mais leves, são utilizados perfis dobrados no
lugar dos laminados, o que exige maior atenção na soldagem das peças.
Figura 223: Projetos de pilares metálicos, com as especificações de travamento e soldagem. Um aspecto
importante nos pilares metálicos são as suas extremidades, onde é feita a conexão com os outros elementos
estruturais, como fundações e coberturas.
Pórticos e arcos
Figura 224: Pórticos tri-articulados, à esquerda de alma cheia e à direita com estrutura treliçada. Na extrema
direita temos os detalhes das articulações nos pés e no ápice do pórtico.
Figura 225: Estrutura em pórticos treliçados tri-articulados com balanço lateral, destinada a cobrir grandes
vãos. Neste caso, como no da figura 230, o contraventamento é essencial para a estabilidade da estrutura.
Figura 228: Exemplos de pórticos bi-articulados, mostrando que eles podem ser totalmente treliçados
(esquerda), com pilares de concreto (centro), ou atirantados com pilares de concreto ou em estrutura metálica.
O tirante minimiza o esforço horizontal no suporte, evitando com isso o seu espessamento.
Figura 231: Corte em croquis da Estação da Luz, em São Paulo/SP, onde vemos um dos 16 arcos bi-
engastados utilizados na cobertura da área de embarque. Foram empregados perfis C, cantoneiras e chapas
rebitadas a quente para compor os arcos .
Cascas
Figura 233: Exemplos de reservatórios metálicos utilizados na indústria petroquímica. À esquerda, temos um
reservatório esférico, destinado a conter gás liquefeito a grande pressão, o que obriga à adoção dessa forma,
enquanto que à esquerda temos reservatórios cilíndrico destinados à petróleo cru e a seus derivados líquidos,o
que permite a adoção dessa estrutura mais simples.
Além das estruturas descritas, ainda temos as estruturas mistas, que são
associações concreto/aço, as estruturas suspensas, as grelhas, as placas ortótropas e as
torres. Exemplos notáveis dessas aplicações são os Pavilhões Olímpicos de Tóquio,
projetados pelo arquiteto Kenzo Tange para os Jogos Olímpicos de 1964 (figuras 235, 236
e 237), que associam concreto e aço em estruturas suspensas.
Figura 235: Foto do pavilhão principal, onde é possível se ver a arquitetura nitidamente japonesa, cuja forma
foi alcançada com a utilização de cabos suspensos, longitudinais e transversais, e cobertura metálica.
1. Torres de sustentação
2. Maciços de ancoragem
3. Cabos principais de sustentação
4. Cobertura metálica e cabos
transversais de sustentação
5. Estrutura lateral
6. Cobertura superior translúcida
7. Entradas
8. Circulação interna
9. Arquibancadas
10. Piscina para saltos
11. Piscina olímpica (reversível para
ringue de patinação)
Segundo a rigidez
Ligação rígida: é aquela em que o angulo entre os dois elementos estruturais, na sua
ligação, é invariável, não importando o seu carregamento, a não ser quando este é
excedido. Significa que, (figura 238)
Ligação flexível: é aquela que permite o maior grau de rotação possível para a estrutura, de
forma a que, em uma estrutura flexionada, essa ligação transmita apenas esforços normais
(figura 239).
Ligações semi-rígidas: são aquelas em que a restrição de giro está entre 20 e 90% da
restrição absoluta. Por ser de difícil determinação, por ser uma relação entre momento
resistente e a rotação, habitualmente não são utilizadas em projetos de estruturas metálicas.
Cisalhamento centrado
Cisalhamento excêntrico
Tração ou compressão
Tração ou compressão com cisalhamento
Figura 241: Exemplos de ligações e esforços atuantes sobre grupos de parafusos e sobre linhas de solda.
Soldas
Eletrodo revestido: neste caso, o eletrodo, que é uma vareta metálica, recebe um
revestimento, que, durante o processo, se transforma, parte em gases inertes que bloqueiam
o acesso dos gases atmosféricos à solda, parte em escória superficial, que é posteriormente
eliminada. É o procedimento preferido na soldagem de campo, por permitir o uso de
equipamentos de menor porte (figura 242) e soldagem em qualquer posição, mas exige
Arco submerso em material granular: neste caso, utiliza-se um eletrodo não revestido, o
qual, para evitar a contaminação por gases atmosféricos, é submerso em material granular
fundente, que também cobre as superfícies a serem soldadas (figura 244). Processo
tipicamente fabril, por produzir soldas planas de grande regularidade e desempenho
industrial, mas que por suas características não pode ser aplicado em campo.
Figura 245
Figura 246
Figura 247
Figura 248
Parafusos
Chumbadores
Cisalhamento
Tração
Tração e cisalhamento
a) Cisalhamento
b) Tração com cisalhamento
c) Tração com cisalhamento
d) Tração
Figura 253: Chumbador executado por grauteamento, onde é deixada uma folga na furação para a execução
do ajuste da placa de base. Essa técnica apresenta o inconveniente de exigir um escoramento para os pilares
nas primeiras 24 horas, tempo suficiente para o graute apresentar resistência mecânica compatível com os
esforços previstos. Após esse tempo, pode-se efetuar o aperto final das porcas de fixação.
Placas de base
Bases rotuladas
Bases engastadas
Figura 254: Exemplos de bases rotuladas que realmente apresentam rótulas estruturais. Note-se nos dois
casos a complexidade de execução, o que faz com que essas soluções só sejam adotadas quando a amplitude
de movimentação o exija.
Figura 256: Formas construtivas adotadas para bases engastadas. A solução “a” é adotada para cargas
pequenas e médias, enquanto a solução “b” é adotada quando o cálculo demonstra a necessidade do emprego
de uma chapa mais grossa, quando então podem ser utilizados enrijecedores para diminuir essa espessura. As
soluções “c” e “d” são adotadas para cargas elevadas, pois o enrijecimento da placa de base é maior, sendo a
solução “d” adotada quando o esforço de momento é o predominante.
Barras de cisalhamento
Figura 259: Seqüência executiva de uma fixação por pilar embutido. Note-se, no quadro 2, o cuidado
necessário para se obter o alinhamento da estrutura nos três eixos, o que dificulta a adoção dessa solução em
estruturas de maior porte.
Chapas de apoio
Chapas chumbadas
Consoles
Nichos
Fixadores
(figura 262), sendo que esta pode ter comportamento articulado ou engastado, conforme o
grau de liberdade da viga junto à chapa.
Figura 260: Apoio de viga metálica sobre estrutura de concreto, com chapa de
apoio. Para que essa ligação funcione apenas na transmissão de cargas
verticais, é necessário ou o controle da variação dimensional da peça,
normalmente por variação de temperatura, ou a utilização de chapas de apoio
que permitam essa movimentação no plano horizontal. Pela facilidade
executiva e por dispensar a necessidade de controle permanente, a segunda
solução é a mais utilizada, com a adoção de chapas de apoio que antigamente
eram de chumbo e atualmente são de neoprene fretado, cuja altura é
determinada pela amplitude do movimento horizontal.
Nichos são ligações por apoio direto, inseridas dentro da secção dos pilares
(figura 264). Não é uma solução muito usual por dificultar a montagem da estrutura e
exigir o espessamento da secção do pilar de concreto, sendo, portanto adotada quando
qualquer projeção, como console ou placa chumbada, deve ser evitada.
Segurança estrutural
Requisitos de montagem
Ajustes
Interferências
Gabaritos
Divisas
Limites de utilização
Aparência
Para ser adotada, uma tolerância deve estar dentro da capacidade produtiva
do fabricante, podendo ser adotadas as seguintes classes:
Tabela 24: tolerâncias máximas admitidas para chumbadores, em condições normais de montagem
Condição do elemento ou conjunto de elementos Limite máximo (mm)
Quanto à conexão de elementos não estruturais, esta deve ser projetada de forma a atender
as características da estrutura onde será fixada, e garantir o trabalho inerente a esse
elemento, evitando-se sempre o surgimento de tensões não admissíveis. Muitas vezes
pode-se trabalhar com um sistema associado de furos e rasgos, de forma a garantir o grau
de liberdade necessário, sem criar instabilidade no conjunto.