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Mulheres no poder no Brasil e no mundo

José Eustáquio Diniz Alves1

A participação feminina nos espaços de poder no Legislativo e no Executivo tem crescido no


mundo, desde a IV Conferência Mundial das Mulheres, realizada em Beijing, em 1995. O
conceito de “empoderamento das mulheres” vem sendo, aos poucos, colocado em prática. Ainda
existe um déficit democrático de gênero na representação política nacional e internacional,
embora as mulheres tenham avançado em outras áreas sociais e econômicas nos diversos países
do mundo.

O gráfico 1 mostra que a participação das mulheres nas Câmaras de Deputados (Lower or single
House), no mundo, era de 12%, em 01 de janeiro de 1997, e passou para 19,3%, em 31 de julho
de 2010. As Américas constituem o continente que possui atualmente a maior participação
feminina, com 22,5%, contra 12,9%, em 01/01/1997. A Europa vem em seguida com 22%, contra
13,8%, em 1997. A Ásia tem 18,7%, em 2010, contra 13,4%, em 1997. Os países da África Sub-
Sahareana alcançou 19% em 2010, contra 10,1%, em 1997. Os países do Pacífico têm 13,2%
contra 9,8%, em 1997. E as menores taxas de participação ficam por conta dos países Árabes.
Mas também foram estes que tiveram o maior incremento no período, pois passaram de 3,3%, em
1997, para 11,1%, em 2010. Porém, o continente americano tem uma taxa de participação
feminina que é o dobro daquela dos países Árabes.

Gráfico 1: Percentual de Mulheres no Parlamento (Lower or single House), regiões do mundo,


1997-2010
Americas
25
1/1/1997 31/7/2010
20

15
Países Árabes Europa
10

5 Regiões 1/1/1997 31/7/2010


Americas 12,9 22,5
0 Europa 13,8 22
Asia 13,4 18,7
Sub-Sahara 10,1 19
Pacífico 9,8 13,2
Pacífico Asia Países Árabes 3,3 11,1
Mundo 12,0 19,3

Sub-Sahara

Fonte: IPU - Inter-Parliamentary Union. Visitado em setembro de 2010


http://www.ipu.org/wmn-e/arc/world010197.htm

1
Professor titular da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE. Expressa seus pontos de vista em
caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br. Artigo publicado em 08/11/2010

1
O gráfico 2 mostra que o continente americano possui grandes disparidades entre as taxas de
participação femininas, quando se considera os diversos países. Apenas Cuba possuia, em
meados de 2010, taxas acima de 40% de participação das mulheres na Câmara Federal. Costa
Rica e Argentina apresentam taxas próximas de 40%. Em torno de 30% estavam Equador,
Guyana e Trinidad e Tobago. O Brasil estava, em 31/07/2010, no ante-penúltimo lugar, com
apenas 8,8% de mulheres na Câmara Federal. Com as eleições de 03/10/2010, esta taxa baixou
mais ainda e ficou em 8,6%. Portanto, nos próximos quatro anos o Brasil vai continuar na
lanterninha do ranking americano de participação da mulher na política.

Gráfico 2: Percentual de Mulheres no Parlamento (Lower or single House), continente


americano, 31/07/2010
45%

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%
Mexico

Venezuela
Saint Vincent

El Salvador

Uruguay

Paraguay
Argentina

Guyana

Bolivia

Antigua e Barbuda

Brazil
Ecuador
Cuba

Trinidad e Tobago
Peru

Canada

Nicaragua

Chile
Grenada

Saint Lucia

Haiti
Honduras

Barbados
Costa Rica

Republica dominicana

Dominica

Jamaica

Guatemala

Suriname

Sao Tome e Principe


Bahamas
Estados Unidos

Fonte: IPU - Inter-Parliamentary Union. Situação em 31 de julho de 2010


http://www.ipu.org/wmn-e/arc/world010197.htm

O gráfico 3 mostra a percentagem de mulheres nas Câmaras Federais em alguns países do


mundo. A liderança do ranking cabe à Ruanda que tem mais mulheres do que homens no
parlamento, ou seja, 56,3% de mulheres. Os países Suécia, África do Sul, Cuba, Islândia,
Holanda e Filândia apresentaram taxas acima de 40%. Entre 38,5% e 39,6% ficaram os países:
Noruega, Bélgica, Moçambique, Angola, Costa Rica e Argentina. Já o Brasil, tinha uma taxa de
8,8% (45 deputadas em 513 assentos), e manteve a mesma percentagem de 8,8%, pois em
03/10/2010 foram eleitas 45 deputadas. Desta forma, o Brasil ficou em 140º lugar no ranking, em
2010, e deve cair mais nos próximos quatro anos, pois a perspectiva é que o resto do mundo
continue avançando e as próximas eleições gerais no Brasil só vão ocorrer em 2014.

Mas embora o Brasil apresente taxas de participacão muito baixas na Câmara Federal, em outras
instâncias legislativas a situação é um pouco melhor. Nas Assembléias Legislativas do país foram
eleitas 136 deputadas estaduais (em um total de 1.036 assentos), representando 13,1% de
mulheres nas Assembléias Legislativas. No Senado, foram eleitas 8 senadoras em 54 vagas em
disputa e na próxima legislatura, haverá 12 senadoras (em 81 assentos), representando 15% de
mulheres no Senado.

2
Gráfico 3: Percentagem de mulheres no parlamento: os 13 países com maior participação mais o
Brasil, 2010
(1) Ruanda 56,3%
(2) Suécia 45,0%
(3) África do Sul 44,5%
(4) Cuba 43,2%
(5) Islândia 42,9%
(6) Holanda 40,7%
(7) Finlândia 40,0%
(8) Noruega 39,6%
(9) Bélgica 39,3%
(10) Moçambique 39,2%
(11) Angola 38,6%
(12) Costa Rica 38,6%
(13) Argentina 38,5%
~~~~~~
(140) Brasil 8,8%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Fonte: Inter-Parliamentary Union http://www.ipu.org/ (Single house or lower house)


Situação em 30 de setembro de 2010. Consultado em 5/11/2010.

Em termos de chefia do Executivo, quer seja com mulheres na Presidência ou no cargo de


Primeira-ministra, existem atualmente 17 mulheres Chefes de Estado, em 16 países, no mundo.
Considerando que existem em torno de duzentos países na comunidade internacional, as mulheres
estão chefiando apenas 8% das nações. No total já houve 69 mulheres Chefes de Estado, em 52
países. A tabela1 mostra a lista total de mulheres e as 17 que estão no comando nacional em 16
países (em negrito):

Tabela 1: Mulheres que se tornaram Presidente ou Primeira-Ministra


Países Presidenta/1ª Ministra
Australia Prime Minister Julia Gillard 2010-present
Argentina President Maria Estela "Isabel" Martínez Cartas de Perón 1974-76
President Cristina Fernandez de Kirchner 2007-present
Bangladesh Prime Minister Begum Khaleda Zia 1991-1996, 2001-2006
Prime Minister Sheikh Hasina 1996-2001, 2009-present
Bolivia President Lidia Gueiler Tejada 1979-1980
Bulgaria Prime Minister Reneta Indjova 1994-1995
Burundi Prime Minister Sylvie Kinigi 1993-1994
Canadá Prime Minister Kim Campbell 1993
República Central Africana Prime Minister Elizabeth Domitien 1975-1976
Chile President Michelle Bachelet Jeria 2006-2010
Costa Rica President Laura Chinchilla Miranda 2010-present
Croacia Prime MInister Jadranka Kosor 2009-present
Dominica Prime Minister Mary Eugenia Charles 1980-1995
Finlândia President Tarja Halonen 2000-present

3
Prime Minister Anneli Tuulikki Jäätteenmäki 2003
Prime Minister Mari Kiviniemi 2010-present
França Prime Minister Edith Cresson 1991-1992
Gabão Interim President Rose Francine Rogombé 2009
Alemanha Chancellor Angela Merkel 2005-present
Guiana President Janet Jagan 1997-1999
Haiti Prime Minister Claudette Werleigh 1995-1996
President Ertha Pascal-Trouillot 1990-1991
Prime Minister Michèle Pierre-Louis 2008-2009
Islândia President Vigdis Finnbogadóttir 1980-1996
Prime Minister Johanna Sigurdardottir 2009-present
India Prime Minister Indira Gandhi 1966-1977, 1980-1984
President Pratibha Devisingh Patil 2007-present
Indonesia President Megawati Sukarnoputri 2001-2004
Irlanda President Mary Robinson 1990-1997
President Mary McAleese 1997-present
Israel Prime Minister Golda Meir 1969-1974
Jamaica Prime Minister Portia Simpson-Miller 2006-2007
Quirguistão President Roza Otunbayeva 2010-present
Letônia President Vaira Vike-Freiberga 1999-2007
Liberia Interim President Ruth Sando Perry 1996-1997
President Ellen Johnson Sirleaf 2006-present
Lituânia Prime Minister Kazimiera Prunskiene. 1990-1991
President Dalia Grybauskaite. 2009-present
Malta President Agatha Barbara 1982-1987
Moldova Prime Minister Zinaida Grecianii 2008-2009
Moçambique Prime Minister Luísa Dias Diogo 2004-2010
Nova Zelândia Prime Minister Jenny Shipley 1997-1999
Prime Minister Helen Elizabeth Clark 1999-2008
Nicarágua President Violeta Barrios de Chamorro 1990-1997
Noruega Prime Minister Gro Harlem Brundtland 1981, 1986-89, 1990-96
Paquistão Prime Minister Benazir Bhutto 1988-1990, 1993-1996
Panama President Mireya Elisa Moscoso Rodríguez 1999-2004
Peru Prime Minister Beatriz Merino Lucero 2003
Filipinas President Maria Corazon Aquino 1986-1992
President Gloria Macapagal-Arroyo 2001-2010
Polônia Prime Minister Hanna Suchocka 1992-1993
Portugal Prime Minister Maria de Lurdes Pintasilgo 1979-1980
Ruanda Prime Minister Agathe Uwilingiyimana 1993-1994
São Tomé & Principe Prime Minister Maria das Neves Ceita Baptista de Sousa 2002-04
Prime Minister Maria do Carmo Silveira 2005-2006
Senegal Prime Minister Mame Madior Boye 2001-2002
Eslováquia Prime Minister Iveta Radicová 2010-present
Coréia do Sul Prime Minister Han Myeong-sook 2006-2007
Sri Lanka Prime Minister Sirimavo Bandaranaike 1960-65, 1970-77, 1994-00

4
President Chandrika Bandaranaike Kumaratunga 1994-2005
Suiça President Ruth Dreifuss 1999
President Micheline Calmy-Rey 2007
President Doris Leuthard 2010-present
Trinidade e Tobago Prime Minister Kamla Persad-Bissessar 2010-present
Turquia Prime Minister Tansu Çiller 1993-1996
Ucrânia Prime Minister Yuliya Tymoshenko 2005, 2007-2010
Reino Unido Prime Minister Margaret Thatcher 1979-1990
Iugoslávia Prime Minister Milka Planinc 1982-1986
Fonte: Women Who Became Presidents, Prime Ministers and Chancellors
http://www.ergd.org/Premiers.htm

A tabela 2 mostra a lista de mulheres que se tornaram Presidente ou Primeira-Ministra na


América Latina e Caribe. Dilma Rousseff se tornará a 11ª Presidenta (ou Primeira-ministra)
eleita, nos diversos países da região (além das 5 mulheres que ocuparam cargos interinos).

Tabela 2: Mulheres que se tornaram Presidente ou Primeira-Ministra na América Latina e Caribe


País Presidenta/1ª Ministra Gestão
Argentina María Estela Martínez de Perón 1974-1976
Dominica Mary Eugenia Charles 1980-1995
Nicarágua Violeta Chamorro 1990-1997
Guiana Janet Jagan 1997-1999
Panamá Mireya Moscoso 1999-2004
Chile Michelle Bachelet 2006-2010
Argentina Cristina Kirchner 2007-2011
Jamaica Portia Simpson-Miller 2006-2007
Costa Rica Laura Chinchilla 2010-2013
Trinidad e Tobago Kamla Persad-Bissessar 2010-2013
Brasil Dilma Rousseff 2011-2014

Pais Presidentas interinas Período


Bolívia Lidia Gueller Tejada 1997
Equador Rodalia Serrano de Cordova 1997
Haiti Ertha Pascal-Trouillot 1990-1991
Haiti Claudette Werleigh 1995-1996
Haiti Michèle Pierre-Louis 2008-2009
Fonte: Women Who Became Presidents, Prime Ministers and Chancellors
http://www.ergd.org/Premiers.htm

Em 01 de janeiro de 2011, Dilma Rousseff se tornará a 18ª mulher Chefe de Estado ou de


Governo, em exercício no mundo. Ela também já se tornou a mulher mais votada no século XXI
(No século passado, Indira Gandhi foi a mulher com maior votação do mundo). Tendo uma
mulher na Presidência da República, o Brasil passaria à frente da maioria dos países do mundo,

5
inclusive na frente da França e dos Estados Unidos que fizeram duas importantes revoluções no
século XVIII, mas ainda não conseguiram eleger uma mulher para a presidência.

Sem dúvida, a eleição de uma mulher para a Presidência do Brasil vai significar um ganho real e
simbólico, em termos de relações de gênero. O sexo feminino, que têm uma representação tão
baixa na Câmara Federal, terá a oportunidade de dirigir o Executivo do país. Uma mulher no
comando do Palácio do Planalto dará um sinal de que a política não é uma exclusividade dos
homens.

A campanha de Dilma Rousseff tratou de maneira insuficiente as questões de gênero durante a


disputa eleitoral. A mulher foi tratada fundamentalmente enquanto mãe (e também esposa), o que
é um reforço dos papéis traducionais da mulher na sociedade. Houve um reforço (por parte dos
dois candidatos) da família tradicional. Neste sentido, daqui para a frente, é preciso mostrar a
necessidade de DESFAMILIZAR as questões de gênero. Ou seja, as mulheres querem autonomia
e não pretendem ser vistas apenas como esposas e mães.

Em seu discurso de vitória, Dilma disse que vai “honrar as mulheres brasileiras” e vai lutar pela
“igualdade de oportundidades”. Para que este discurso não se torne vazio, seria fundamental que
Dilma incentivasse duas medidas imediatas:

1) promover o estabelecimento de “gabinetes paritários” (metade homem e metade mulher)


nos espaços de poder, ao nível do ministério federal, das secretarias estaduais e das
empresas públicas;
2) garantir paridade de gênero na disputa aos cargos de vereadores nas eleições municipais
de 2012, quando o Brasil vai comemorar 80 anos do direito de voto feminino.

Portanto, para que haja efeitos positivos no sentido de melhorar a equidade de gênero, não basta
“mudar o sexo” do dirigente máximo do país. Uma mulher na Presidência do Brasil, para ser bem
sucedida, precisa implementar políticas públicas para reduzir as desigualdades sociais entre
homens e mulheres. Executando ações neste sentido, a presidência de Dilma Rousseff pode
contribui muito para uma maior equidade de gênero no Brasil, na América Latina e no mundo.

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