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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
SBM
Nº 70079451910 (Nº CNJ: 0310403-18.2018.8.21.7000)
2018/CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA.


ALIMENTOS. DESTITUIÇÃO DO PODER
FAMILIAR E CONCOMITANTE ADOÇÃO DA
MENOR POR TERCEIROS. INEXISTÊNCIA DA
OBRIGAÇÃO DE O GENITOR DESTITUÍDO
PRESTAR ALIMENTOS TENDO EM VISTA A
ADOÇÃO. DECISÃO AGRAVADA
REFORMADA.
AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

Nº 70079451910 (Nº CNJ: 0310403- COMARCA DE ALEGRETE


18.2018.8.21.7000)

P.R.P.A. AGRAVANTE
..
A.P.O.A. AGRAVADO
..
M.P. INTERESSADO
..

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Desembargadores integrantes da Sétima


Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em dar
provimento ao recurso.

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além da signatária, os


eminentes Senhores DES. JORGE LUÍS DALL'AGNOL (PRESIDENTE) E
DES.ª LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO.

Porto Alegre, 12 de dezembro de 2018.

DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS,


Relatora.
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PODER JUDICIÁRIO
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@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
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Nº 70079451910 (Nº CNJ: 0310403-18.2018.8.21.7000)
2018/CÍVEL

R E L AT Ó R I O

DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS (RELATORA)

Trata-se de agravo de instrumento interposto por PAULO


ROBERTO P. DE A. da decisão que, nos autos da ação de alimentos que
lhe é movida por ANA PAULA O. A., menor representada por sua genitora,
fixou alimentos provisórios em 30% dos seus rendimentos (fl. 18).

Nas razões recursais, sustenta que a agravada foi adotada


por seus representantes legais, extinguindo-se, dessa forma, a obrigação
alimentar dos pais biológicos. Assinala que a adoção não extingue apenas
o poder familiar, mas, igualmente, “o próprio estado de filiação”,
mostrando-se “juridicamente impossível” o pedido de alimentos.
Argumenta que a adoção extingue a obrigação alimentar dos pais
biológicos em relação à prole, porquanto não somente foi perdido o poder
familiar sobre a filha em decorrência da ação de destituição da
autoridade parental, mas extinto o próprio estado de filiação-paternidade
em virtude da adoção. Assevera inexistir vínculo entre as partes,
impossibilitando o reconhecimento do pedido formulado pela menor.
Postula a suspensão da decisão agravada e, no mérito, o provimento do
recurso, a fim de que seja afastada condenação ao pagamento de
alimentos provisórios à agravada.

Recebi o recurso no duplo efeito, deferindo-se a suspensão


da decisão agravada (fls. 61-62).

Não foram apresentadas contrarrazões (fls. 64 e 66).

O Ministério Público exarou parecer pelo provimento do


recurso (fls. 70-76).

Vieram-me conclusos os autos para julgamento.

É o relatório.

VOTOS
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DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS (RELATORA)

Eminentes Colegas.

Ao receber o recurso, manifestei-me nos seguintes termos:

“(...).
Tenho que estão presentes, na espécie, os
pressupostos para a suspensão da decisão
agravada, quais sejam: (1) demonstração da
probabilidade do provimento do recurso
(semelhante à tutela de evidência) e (2)
presença concomitante de relevante
fundamentação recursal e risco de dano grave
ou de difícil reparação (art. 995, parágrafo
único, e art. 1.012, § 4º, ambos do NCPC).
Com efeito, não se pode ignorar que, por
pronunciamento judicial transitado em julgado
EM 10/12/2014 (AC Nº 70061623146), houve a
destituição do poder familiar do agravante em
relação à agravada, que restou declarada filha
de Gládis e Manoel Jorge 1, por adoção. Em
princípio, os pais destituídos do poder familiar
têm o dever de prestar alimentos a seus filhos
até o momento em que possam providenciar no
sustento próprio, desde que ainda não
adotados.
(...)”.
O provimento do recurso, pois, já se prenunciava.

Observe-se que Ana Paula O. A. ajuizou ação de alimentos


contra Paulo Roberto, sustentando que estava sob a guarda da tia
paterna, que suportava suas despesas, postulando alimentos no patamar
correspondente a 50% dos vencimentos do genitor.

Foi deferido o pleito liminar para fixar alimentos provisórios


em favor da agravada em 30% dos ganhos do genitor (fl. 18).

Com efeito, descabe a fixação de alimentos a serem pagos


por genitor diante da destituição do poder familiar e da adoção da
alimentanda por terceiros.

1
Conforme informações extraídas da consulta processual no site do Tribunal de Justiça na internet
(proc. 002/5.10.0000183-7).
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Nos termos do art. 229 da Constituição Federal, os pais têm


o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, cumprindo-lhes,
conforme ratificado pelos arts. 1.630, 1.694 e 1.696, todos do Código
Civil, prover o sustento dos filhos menores de idade.

Ainda, não observando os genitores suas obrigações em


relação aos filhos, possível sejam destituídos no poder familiar, nos
termos dos art. 1.638, do Código Civil.

Sobre a extinção do poder familiar, disciplina o Código Civil,


em seu art. 1.635, verbis:

“Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:


I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o,
parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo
1.638.”

De considerar, igualmente, que o art. 41 do ECA estabelece


que “a adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer
vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais”.

Nesse sentido, já se pronunciou esta Colenda Câmara:

ALIMENTOS. EXONERAÇÃO. PEDIDO


FORMULADO PELO PAIBIOLÓGICO EM RELAÇÃO
AOS FILHOS QUE FORAM ADOTADOS
POROUTRO CASAL. 1. A Constituição Federal
igualou os filhos, independentemente da
natureza da filiação, vedando inclusive,
qualquer designação discriminatória. Incidência
do art. 227, §6º, CFB e art. 1.516 do CCB. 2. A
obrigação de prover o sustento dos filhos
menores é do pai e da mãe. Incidência dos
art. 1.694 e 1.696 do CCB. 3. A adoção
atribui a condição de filho ao adotado,
desligando-o de todo e qualquer vínculo
com a família de origem. Inteligência do
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art. 41 do ECA, art. 1.626 do CCB e


art.1.635, inc. IV, do CCB. 4. O pai
biológico não tem obrigação de prestar
alimentos aos filhos que foram entregues
em adoção para outro casal, pois o liame
outrora existente foi definitivamente
rompido. Incidência do art. 1.635, inc. IV,
CCB. Recurso provido. (Apelação Cível Nº
70031141443, Sétima Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de
Vasconcellos Chaves, Julgado em 28/04/2010)

Pois bem.

Há nos autos sentença proferida no proc. nº


002/5.10.0000183-7 que destituiu o poder familiar dos genitores da
agravada Ana Paula, concedendo a adoção da infante aos requerentes
Manoel Jorge S. R. e Gládis Iára A. R., com trânsito em julgado em
02/12/2014 (fls. 31-40). Em fevereiro de 2015, expediu-se mandado de
averbação – destituição do poder familiar – cancelamento do registro
anterior – abertura de novo registro (fls. 43-44).

Portanto, tendo sido rompido o vínculo parental entre


agravante e agravada e, concomitantemente, a adoção da agravada por
terceiros, foi constituído novo vínculo de filiação, não tendo mais o
agravante de arcar com alimentos em favor da menor.

Ante o exposto, dou provimento ao recurso para afastar a


obrigação alimentar de Paulo Roberto em favor de Ana Paula.

DES. JORGE LUÍS DALL'AGNOL (PRESIDENTE) - De acordo com o(a)


Relator(a).

DES.ª LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO - De acordo com o(a)


Relator(a).

5
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DES. JORGE LUÍS DALL'AGNOL - Presidente - Agravo de Instrumento nº


70079451910, Comarca de Alegrete: "DERAM PROVIMENTO. UNÂNIME."

Julgador(a) de 1º Grau:

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