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146 Domínio  Escrita

Síntese
Prepara e redige uma síntese dos textos que se seguem, considerando as etapas de trabalho
indicadas no quadro.

Planificação  Lê o texto-fonte de modo a apreenderes o seu sentido global e também a iden-

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tificares os diferentes momentos da sua organização interna.
 Seleciona e sistematiza (em tópicos, num esquema ou num quadro) a informa-
ção pertinente.
 Define os tópicos a integrar na síntese e organiza-os, atendendo às diferentes
relações que estabelecem entre si (e que determinarão os conectores que
deves utilizar para as expressar).

Textualização  Redige a síntese seguindo o plano que definiste previamente e recorrendo a


mecanismos de coesão textual que garantam a produção de um texto estrutu-
rado (marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores).
 Durante a redação, mobiliza adequadamente os recursos da língua, usando o
registo adequado, recorrendo a vocabulário relativo ao tema e assegurando a
correção linguística na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação.

Revisão  Relê o teu texto com atenção. Faz a sua revisão e dedica-te ao seu aperfeiçoa-
mento, tendo em vista a qualidade do produto final.
 Verifica o número de palavras da síntese, assegurando que corresponde a
aproximadamente ¼ do texto-base (oitenta a cem palavras).

Texto A

O cronocídio
Já ninguém fala em matar o tempo. Falamos em poupar
Agora só se fala no tempo que não se tem. tempo mas melhor seria
Matar o tempo soa como um crime duma falar em ganhar tempo.
estupidez atroz. Sempre que reduzimos o tempo que gasta-
5 Desligar o telemóvel é receber uma for- 20 mos a fazer coisas que não nos dão prazer
tuna de tempo. Se formos ver o que fazemos estamos a ganhar tempo para fazer as coisas
com os telemóveis é entretermo-nos com que nos dão. Deveríamos ter, pelo menos, 8
coisas. Pensamos que estamos a atuali- horas por dia para fazermos o que nos ape-
zarmo-nos ou a mantermo-nos informados tece. Os outros dois terços do dia seriam
10 mas o que estamos a fazer é a participar em 25 para dormir, trabalhar e cuidar da higiene.
passatempos. Agimos como se tivéssemos Oito horas! Oito horas limpas, para ocu-
tempo a mais. E assim matamos o tempo. par com prazeres verdadeiros que já nin-
Assim matamos o tempo que, depois de guém nos tira! Oito horas não é pedir muito
descontado todo o tempo passado em pas- mas quem é que as tem? Quase ninguém. E
satempos, fatalmente já não temos. porquê? Porque anda a gastar esse tempo
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Domínio  Escrita Síntese 147

noutras coisas: está, sem dar por isso, a matar o começar a ganhar tempo até se ter as duas, qua-
seu próprio tempo, a cometer cronocídio. tro, seis, oito horas por dia de que precisamos
A aldeia remota, a ilha do Corvo andam para gozar a vida breve que é a nossa.
sempre connosco, cá dentro. Temos o mesmo CARDOSO, Miguel Esteves, 2016. “Cronocídio”.
35 tempo do que quem lá vive – e num sítio com Público, n.º 9741, 17 de dezembro de 2016 (p. 47)
muito mais coisas para fazer. Basta desligar e

Texto B

Sinal do(s) tempo(s): a excentricidade do frio no… inverno


Há dias, li num jornal que “em Lisboa, alunos tanto se falar do “aquecimento global” se tenha
vão para as aulas de casaco no Liceu Camões”. interiorizado o fim do frio, que parece agora
Ouvi, depois, os conselhos das autoridades de fazer parte do “esquecimento global” que corrói
saúde alertando-nos para a necessidade de “an- 35 a memória. [...]
5 darmos agasalhados”, “protegermos as extremida- Perante este quase apocalíptico tempo po-
des do corpo”, “bebermos água”, “fazermos uma tenciado pelos media em regime de marcação
alimentação variada e saudável”, “evitarmos “grau a grau”, sinto-me fora deste “tempo” a pen-
andar descalços no chão frio ou molhado”, “dar- sar como, enquanto menino e jovem, sobrevivi
mos preferência a sopas e a bebidas quentes”. Isto 40 ao frio do inverno sem estar sob um aviso ama-
10 e muito mais, como ter sempre uma “lanterna relo ou alaranjado. É obra!
em casa”. Esta obsessão tem subjacente alguma infan-
De seguida vieram os avisos policromáticos tilização do modo como se abordam certos as-
dos serviços do mar, atmosfera e proteção civil, suntos do quotidiano. Progredimos em meios
uma espécie de meteorológica escala de Richter 45 tecnológicos, mas parece que regredimos na re-
15 sem números, mas com cores como o amarelo e lação com os outros e com a natureza. Tratam-se
o laranja. É a versão tecnocrática e científica do as pessoas como inconscientes, néscias e incau-
que, antes, se chamava, tão sábia e simplesmente, tas. Será que uma pessoa com frio só pensa em
inverno e verão. Técnicos são entrevistados, agasalhar-se por causa de um alerta amarelo
como se o apocalipse estivesse iminente! [...] 50 visto num canal televisivo? A sabedoria popular
20 Não vou aqui recordar o que eram as condi- (“se o janeiro não tiver trinta e uma geadas, tem
ções face ao mais duro frio nos antigos invernos de as pedir emprestadas”) evaporou-se, subme-
do século passado. Para os mais jovens correria o tida ao monopólio dos gadgets que nos dispen-
risco de pensarem que estaria a fazer ficção. sam de pensar?
A normalidade passou a ser notícia. Porque 55 Onde é que está a novidade, a diferença, o
25 a notícia a transformou numa anormalidade. alarme? A banalização dos “alertas” acaba por
Seria mais previsível que a notícia fosse o calor estiolar o sentimento de prevenção individual e
no inverno e o frio no verão, mas afinal o que é coletiva face a situações graves que, infelizmente,
agora “alarmante e excecional” é o frio no in- acontecem.
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verno e o calor no verão. [...] FÉLIX, António Bagão, 2017. “Sinal do(s)
30 Pessoas há que, no século XXI, falam do frio tempo(s): a excentricidade do frio no… inverno”.
como uma excentricidade invernal. Talvez de Público, n.º 9776, 23 de janeiro de 2017 (p. 45)
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