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1. As aspas utilizadas nestes termos são, antes de tudo, para apontar uma posi-
ção político-epistêmica. As expressões mencionadas nomeiam regiões do mundo e
pessoas. Não se trata, portanto, de distinções ontológicas, como a historiografia he-
gemônica nos apresenta. São classificações epistêmicas, e quem classifica controla
o conhecimento. Uma das marcas da diferença colonial é uma estratégia fundamen-
tal, nos mais diferentes períodos da história, para depreciar e subalternizar grupos
populacionais.
e racismo religioso.
Estes movimentos inscrevem-se naquilo que Sirin Adlbi Sibai
(2016), politóloga e especialista em teoria democrática, define como a
colonialidade da religião. Categoria analítica utilizada pela pensadora
muçulmana decolonial para se referir às diferentes formas de violên-
cia epistemológica, espiritual e conceitual aplicada a grupos conside-
rados marginais desde o conceito eclesiocêntrico de religião3 . Aqui,
cabe lembrar que este conceito tem sido pretensamente mobilizado
pela literatura especializada das Ciências Sociais como sendo de va-
lor heurístico universal. A qual, a partir de rasos procedimentos de
análise comparativa, equipara experiências, saberes, cosmovisões e
formas distintas de ser/estar no mundo produzindo invisibilizações,
apagamentos ou inferiorizações do crer, saber e sentir. Em perspec-
tiva religiosa, esta noção foi fundante das dicotomias entre religião
e paganismo. Em termos conceituais, deveríamos considerar a ina-
dequação desta categoria para se compreender práticas culturais ou
grupos sociais que se configuraram segundo modelos e padrões estru-
turais distintos daqueles que forjaram este conceito.
Os estudos subalternos4 tiveram início em 1982 como uma série
de debates acerca da necessidade de reescrever a história indiana mo-
derna. Um dos expoentes deste coletivo, Ranajit Guha (2002), à época
professor de história na Universidade de Sussex, em companhia de
outros oito colegas, apontaram os problemas de considerar uma histó-
Referências
Resumo:
Apresentação do dossiê Colonialidades do crer, do saber e do
sentir: implicações epistemológicas nos estudos da religião.
Abstract:
Presentation of the dossier Colonialities of belief, knowledge
and feel: epistemological implications in the studies of reli-
gion.