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RESUMO
INTRODUÇÃO
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Aluno do 9° período do curso de Bacharelado em Direito das Faculdades Associadas de
Ariquemes – FAAr.
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Docente das Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAr.
com esse tipo de prestação jurisdicional, suportados pelo erário público, tornaram quase que
inúteis a cobrança de parte da dívida ativa regularmente inscrita.
Apesar de não viável sua cobrança judicial, já que as despesas são superiores à arrecadação
efetiva do crédito, tais valores não perdem sua exigibilidade. Permanece intacto o vínculo
entre o Ente público credor e o Contribuinte devedor, permanecendo o dever legal de pagar.
No entanto, se afastar a via judicial, não se vislumbram alternativas (judiciais) efetivas ao
Ente público para recuperação desses créditos de pequena monta.
Por isso, utilizar-se de meios Extrajudiciais previstos e regulados expressamente na legislação
Brasileira, mostra-se uma alternativa razoável para tentar solucionar o caos existente neste
tipo de execução fiscal judicial.
O Ente público antes ingressar com a execução fiscal e movimentar a máquina Estatal, tem, a
sua disposição, meios de constranger o agente passivo (devedor) a pagar a quantia, sob pena
haver a publicização e a exposição do agente passivo que negou o pagamento deste crédito
perfeitamente exigível. As transações privadas de mercado têm seu dinamismo próprio e um
grande fluxo, isso fez surgir cadastros de proteção ao crédito, pulverizando as informações
negativas (inadimplemento) para todos os que tiverem interesse pessoal ou de mercado.
Portanto, é de grande pertinência a análise da viabilidade jurídica do protesto de certidão de
dívida ativa regularmente inscrita.
O objeto geral deste artigo é demonstrar a viabilidade e os benefícios do procedimento
Extrajudicial do protesto de título para a busca de recuperação de crédito tributário e não-
tributários tendo como Credores os Entes Públicos.
METODOLOGIA
O tipo de pesquisa que será utilizado no presente trabalho será a descritiva. As fontes a serem
utilizadas serão livros de doutrina de direito, a lei, a Jurisprudência dos Tribunais Superiores,
artigos e/ou notícias divulgadas em Sites que tratam do tema, tudo isso, para demonstrar o
quão relevante é o tema para a administração pública e seus administrados.
O assunto será tratado de forma organizada e lógica, buscando sempre o melhor entendimento
do leitor em todos os sentidos. Sendo assim, todas as fontes acima informadas serão estudas a
fundo para que o tema fique fortemente fundamentado e sua relevância grandemente
demonstrada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O protesto de títulos surgiu no direito cambiário para comprovar a falta de pontualidade do
pagamento de um título de crédito tornando o devedor em mora, não servindo para a criação
do direito, mas sim para simplesmente confirmá-lo. A definição atual de qualquer instituto
jurídico passa, necessariamente, pela análise da significação lingüística do seu nome, pois a
definição etimológica carrega consigo uma história de criação e evolução . “Protesto” tem
origem na palavra latina protestor, aris, atus, que significa “testemunhar em público”,
anunciar.
O protesto de títulos tem sua origem vinculada à criação de um documento chamado de Letra
de Câmbio, que surgiu na primeira fase do desenvolvimento dos títulos de crédito, no
chamado “período Italiano”. O florencente comércio mediterrâneo demandava do direito de
criação de soluções jurídicas mais ajustadas ao dinamismo das relações comerciais, agora em
processo de internacionalização. Com a evolução do instituto, a Letra de Câmbio passou a não
mais comprovar determinado contrato de câmbio, tornou-se substrato de direito autônomo e
desvinculado dos motivos que levaram à sua criação. A letra passou a ser ordem de
pagamento ao tomador emitido pelo sacador contra o sacado, se tornando instrumento de
circulação de crédito. No entanto, entre as facilidades trazidas pela Letra de Câmbio
dependiam de aceite e do efetivo pagamento da cártula pelo sacado. A recusa do pagamento
frustrava o instituto, demandando o direito alternativo que oferecesse uma resposta célere ao
litígio instaurado. O protesto surge, então, desse conflito, do litígio entre as parte envolvidas
na obrigação cambiária. De início, servia apenas para fixar a taxa de câmbio na data do
inadimplemento, passando, com o tempo, a meio de prova de falta de aceite e, posteriormente,
falta de pagamento. Assim, resta esclarecida a íntima ligação do protesto com a ideia de
desacordo e hostilidade, firmando-se como instrumento posto ao lado do credor para reclamar
seu crédito, demandar o cumprimento da obrigação e tornar público e notório o não aceite ou
o inadimplemento. A um só tempo, soluciona-se a questão da prova do fato (o protesto prova
o inadimplemento) e torna-se público o ilícito (o protesto dá a todos o conhecimento do ilícito
obrigacional praticado).
A definição legal do protesto de títulos está descrita na lei n. 9.492/1997, em seu art. 1º, que
diz: “o protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
Já no plano doutrinário, temos Fábio Ulhoa Coelho (2012, p547), conceituando que “o
protesto deve-se definir como ato praticado pelo Credor, perante o competente Cartório, para
fins de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações cambiais”.
Para promover a tentativa de recuperação de crédito, o poder público deve inscrever e emitir o
título denominado de Certidão de Dívida Ativa – CDA, observando os procedimentos
previstos no Código Tributário Nacional – CTN, em seus arts. 201 a 204, na qual constam
todas as características legais dessa espécie de título, senão vejamos:
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza,
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o
prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo
regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo,
a liquidez do crédito.
Antes dos Entes públicos optarem pelo protesto de títulos, se utilizava exclusivamente da via
judicial, por meio do processo de Execução Fiscal da dívida Ativa, no entanto, os créditos de
pequena monta demonstraram baixa recuperação, e pior, estava causando muito ônus ao poder
público, em especial para o poder judiciário que viam em sua Vara Judiciais abarrotadas
desses tipos de processo e que a cada ano piorava. Para corroborar com essa narrativa temos o
Procurador-geral da prefeitura de Uberlândia Luís Antônio Lira Pontes (2016) apud Fariello e
Montenegro (2016), nos diz:
(Antes do decreto) a prefeitura entrava com uma ação cobrando uma dívida de R$
200 e acabava gastando R$ 3,5 mil até o fim do processo, com pagamento de
intimação, papel, servidores, a dedicação de examinar cada caso, acompanhando os
processos. Considerando o tempo que se leva até receber o montante devido, os
valores são totalmente incoerentes com o valor a ser recebido.
Temos também um estudo elaborado com relação ao custo e tempo de tramitação realizado
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e divulgado no Comunicado 127
(BRASIL, 2012), chegou às seguintes conclusões:
Pode-se afirmar que o custo unitário médio total de uma ação de execução fiscal
promovida pela PGFN junto à Justiça Federal é de R$ 5.606,67. O tempo médio
total de tramitação é de 9 anos, 9 meses e 16 dias, e a probabilidade de obter-se a
recuperação integral do crédito é de 25,8%.
Após a lavratura de protesto, o tabelião deverá devolver o título ao Ente público e encaminhar
o instrumento de protesto juntos, rapidamente, anotando que o mesmo está devidamente
protestado.
Por isso, Segundo as procuradorias acima citadas o protesto é um meio mais célere de
recuperação de crédito, isso porque, entre o envio da CDA para protesto e o
recebimento/parcelamento (ações posteriores ao protesto), estima-se um período médio de 03
meses, o que para os cofres públicos é um tempo muito satisfatório.
O tipo de pesquisa que será utilizado no presente trabalho será a exploratório, na qual se
define da seguinte forma:
CONCLUSÃO
Como se percebe o quanto exposto acima, a busca pela efetiva cobrança de verbas públicas
encontra sérios obstáculos, podendo-se citar o alto índice de inadimplência daqueles que se
relacionam juridicamente com a Administração, da burocracia administrativa, da morosidade
do judiciário, do elevado custo do processo, para se limitar apenas a estes.
Nesse cenário, a Fazenda Pública, com o escopo de otimizar o trabalho de recuperação de
dinheiro público, tem buscado lançar mão de mecanismos de cobrança
extrajudiciais/indiretos, a exemplo do protesto de CDA, os quais têm se mostrado valiosos
instrumentos de coerção, com bons e céleres resultados.
Em que pese a eficácia do protesto de CDA, havia séria divergência doutrinária e
jurisprudencial, a partir da edição da Lei 9.492/97, se a Fazenda Pública poderia dele fazer
uso. Questionava-se se a Administração não estaria vinculada/limitada à execução fiscal,
prevista na Lei 6.830/80, sendo ilegítimo/desarrazoado fazer uso desses mecanismos
extrajudiciais/indiretos de cobrança.
Recentemente, entretanto, tal celeuma começou a encontrar bom desfecho, com a edição da
Lei 12.767/12, alterou a redação originária da Lei 9.492/97, para nela incluir expressamente a
possibilidade de protesto de CDA.
E no mesmo sentido, recentíssima notícia divulgada no site do STJ demonstrou que este
Tribunal mudou seu posicionamento sobre o tema, considerando possível o protesto de CDA,
destacando não ser devido ao Judicário se emiscuir na decisão administrativa de escolha sobre
o melhor meio de cobrança.
Portanto, ficou evidenciado que o protesto de CDA é instrumento legal/constitucional e
legítimo à disposição da Fazenda Pública, para que esta possa de modo menos custoso e, ao
mesmo tempo, de modo mais célere e efetivo, defender o patrimônio público.
ABSTRACT
The protest is a clear advance in the transparency and publicity of information related to
administrative acts, as well as the creation of a new modality of collection of debts, and
consequently, a direct increase in collection, especially when referring to debts pending
regularization with the Public Administration. It is aimed at this scientific work will return to
present how is currently held protests of debts within the public farms of Public Entities. E,
bibliographic review and secondary data collection, as methodology used.
Keywords: Protest of titles. Public farm. Certificate of active debt - CDA. Tax law.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Comunicado IPEA nº127, Custo e tempo do processo de execução fiscal promovido
pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), 04/01/2012. Disponível em: <http://
www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/120103_comunicadoipea127.pdf>.
Acesso em: 25 set. 2018.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa / Fábio
Ulhoa Coelho. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.