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CERS – Direito Constitucional
Aula 19.
Profª. Flavia Bahia

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO. PARTE I.

O federalismo Brasileiro é atípico, pela presença de Municípios (não há no direito comparado municípios como entes
federativos) e do DF. Podemos dizer que se trata de um federalismo tricotômico, pois engloba:
União – Poder Central;
Estados – Poder Regional;
Distrito Federal – Poder regional e local
Municípios – Poder Local

Obs.: Os Territórios não são entidades federativas.

DA UNIÃO

A União é pessoa jurídica de direito público com capacidade política, que ora se manifesta em nome próprio, ora se
manifesta em nome da Federação. Possui uma visão interna (relativa aos demais entes federados) e uma visão
externa (relativa aos demais Estados estrangeiros).
Os demais países não reconhecem nos Estados-membros e nos Municípios personalidades de Direito Internacional,
pois eles são apenas pessoas jurídicas de direito público do Brasil (internas). No âmbito interno, a União atua como
uma das pessoas jurídicas de direito público que compõem a Federação, ou seja, exerce, em nome próprio, a
parcela de competência que lhe é atribuída pela Constituição.

DOS ESTADOS FEDERADOS

Os Estados-membros são as organizações jurídicas das coletividades regionais para o exercício, em caráter autô-
nomo, das competências que lhes são deferidas pela Constituição Federal. Não são soberanos, e sim autônomos.
Entre Estados e União não há hierarquia, convivendo todos em um mesmo nível jurídico, razão pela qual a União
não pode interferir nos assuntos que a Constituição reserva aos Estados.
a) Características da autonomia estadual:
Autogoverno – Os Estados possuem os poderes legislativo (art. 27, CRFB/88), executivo (art. 28,CRFB/88) e judi-
ciário (art. 125,CRFB/88);
Auto-organização – Por meio de seu poder constituinte decorrente elaboram as suas constituições (art. 25,
CRFB/88);
Autolegislação – Capacidade de elaborar leis próprias (art. 25, CRFB/88);
Autoadministração – É a existência de órgãos e servidores próprios, formadores da administração pública estadual;
Autonomia tributária, financeira e orçamentária – Há atividade financeira, tributos (art. 155, CRFB/88) e orçamento
próprios dos Estados-membros.
b) Bens dos Estados: Os bens que se incluem no patrimônio do Estado estão previstos no art. 26, CRFB/88.
c) Criação de Estados e Territórios – art. 18 § 3º da CRFB/88.
O art. 18 § 3º prevê os requisitos para criação de novos Estados e Territórios. Territórios não têm autonomia; são
apenas descentralização político-administrativa da União. Por isso não têm status de ente federativo. Mas a
CRFB/88 não veda a criação de novos territórios.

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DOS MUNICÍPIOS

A Constituição Federal de 1988 inovou ao considerar os Municípios como componentes da estrutura federativa,
ratificando esta inovação em dois momentos: artigos 1º e 18, CRFB/88. Segundo o Professor Robério Nunes dos
Anjos Filhos, diante desta inclusão, a federação brasileira adquiriu uma peculiaridade, fugindo do dualismo clássico,
configurando realmente três esferas governamentais: a União (governo federal), os Estados-membros (e o Distrito
Federal, governos estaduais e distritais) e os municípios (governos municipais).
a) Capacidades dos municípios:
Capacidade de autogoverno – elegem os seus prefeitos e os seus vereadores, não havendo, no entanto, Poder
Judiciário próprio;
Capacidade de auto-organização – Lei orgânica própria (art. 29, CRFB/88). O STF entende que as leis orgânicas
dos Municípios não são manifestações de poder constituinte decorrente, e assim não é possível que sejam parâ-
metros para controle de constitucionalidade.
Capacidade de autolegislação – elaboração de leis municipais sobre áreas que são reservadas à sua competência
exclusiva e suplementar;
Capacidade de autoadministração – existência de uma Administração Pública municipal própria, para manter e pres-
tar os serviços de interesse local;
Capacidade de autonomia tributária e financeira – instituição de tributos próprios para aplicação de suas rendas.

DO DISTRITO FEDERAL

A Constituição de 1988 atribuiu ao Distrito Federal o status de pessoa política, integrante da Federação, possuindo
competências próprias, que serão desempenhadas pela Câmara Legislativa, a quem caberá votar, inclusive, a pró-
pria Lei Orgânica do Distrito Federal (art. 32, CRFB/88).
O Poder Judiciário do DF, bem como os órgãos essenciais à Administração da Justiça, deverá ser organizado atra-
vés de lei de competência do Congresso Nacional (art. 48, IX, CRFB/88).
A sua autonomia sofre algumas restrições, tais como as que estão previstas no art. 21, XIII e XIV, CRFB/88. A com-
petência legislativa do DF compreende as que são atribuídas aos Estados e aos Municípios. O Poder Executivo é
exercido pelo Governador e o Poder Judiciário, na verdade, não é dele, e sim da União (art. 21, XIII, e art. 98,
CRFB/88).
Portanto, o DF tem Legislativo próprio (Câmara Legislativa), na forma do art. 32, tem Executivo próprio, mas não
tem Judiciário próprio. O Judiciário do DF é organizado e mantido pela União.

DOS TERRITÓRIOS

Os territórios não são pessoas políticas e possuem mera capacidade administrativa. Isso significa que não legislam.
Não são entes federativos e por isso não integram a Federação. A criação, a transformação em Estado ou a reinte-
gração a este dependerão de lei complementar. O Governador é escolhido pelo Presidente da República.
Alguns doutrinadores entendem que os territórios são descentralizações políticas da própria União Federal e que
possuem status de autarquia.

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

O Professor José Afonso da Silva define competência como “a faculdade juridicamente atribuída a uma entidade ou
a um órgão ou agente do Poder Público para tomar decisões”. Segundo ele, o princípio geral que norteia a repartição
de competência entre as entidades federativas é o da predominância de interesses, pelo qual cabe à União as
matérias e questões de predominante interesse geral, nacional; aos Estados cabem as matérias e assuntos de

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predominante interesse regional; e aos municípios concernem os assuntos de interesse local.

a) A repartição de competências e o princípio da predominância de interesses

Um das características principais da federação é a repartição de competências que exterioriza justamente qual é a
parcela de poder interno que possui para a tomada das decisões políticas. Cada país tem o seu próprio modelo
federativo de repartir o poder internamente, uns mais descentralizados como é o caso dos Estados Unidos, outros,
como o Brasil, possuem uma forte concentração de poderes na União, deixando poderes remanescentes para os
Estados.

A divisão das competências internas deve seguir o princípio da predominância de interesse (apesar de não ser de
simples identificação). Com isso, as matérias que sejam de interesse nacional, ou geral, devem ser tratadas pela
União Federal; os assuntos relativos às regiões aos Estados e de predominância local, aos Municípios. Na prática,
alguns assuntos se confundem, como por exemplo, a seca do Nordeste, apesar de preocupação efetiva dos estados
dessa região, não deixa de ser também de interesse nacional.

As competências podem ser divididas genericamente como legislativas (que determinam uma divisão de poder
legiferante entre os entes); administrativas (delimitam decisões políticas) e tributárias.

b) A competência legislativa

As competências legiferantes dos entes federativos, de acordo com a Constituição, podem ser:

a) Privativas da União Federal, quanto aos assuntos de interesse nacional, na forma do art. 22 da CRFB/88, podem
ser objeto de delegação com relação a matérias específicas, por meio de lei complementar aos Estados e Distrito
Federal (art. 22, parágrafo único). Há rica jurisprudência do STF sobre a invasão da competência privativa dos entes
federativos às matérias atinentes à União Federal;

b) Concorrentes entre União, Estados e Distrito Federal, na forma do art. 24 da CRFB/88. Nessa situação, os entes
da federação citados legislam em colaboração, tendo em vista que os assuntos relacionados no dispositivo dizem
respeito ao interesse também regional. Dos parágrafos do artigo em análise se extrai ainda: a competência da União
em editar normas gerais (art. 24, § 1º), a competência suplementar dos Estados e Distrito Federal para adaptarem
as normas gerais às suas próprias realidades (art. 24, § 2º), a competência legislativa plena dos Estados e Distrito
Federal para atender às suas peculiares (art. 24, § 3º), sendo que com a superveniência da lei federal, suspen-
der-se-á a legislação distrital ou estadual no que forem contrárias à nova legislação.

c) Enumeradas ou expressas dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o art. 30, I da CRFB/88, para
legislar sobre assuntos de interesse local;

d) Suplementar dos Municípios, na forma do art. 30, II da CRFB/88, quando suplementar a legislação federal e
estadual, no que couber (sobre as matérias do art. 24);

e) Residual, remanescente ou reservada aos Estados, na forma do art. 25, § 1º. De acordo com os poderes rema-
nescentes, os Estados poderão legislar sobre assuntos que não foram destinados expressamente à União Federal
nem aos Municípios. Como a Constituição destinou muitas competências legislativas aos demais entes, o poder
remanescente estadual ficou esvaziado, diante de ser praticamente inexistente legislar sobre assuntos não destina-
dos aos demais entes;

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f) Enumeradas ou expressas dos Estados, na forma do art. 25, § 2º e § 3º da CRFB/88. Esses dispositivos apresen-
tam raras competências legislativas reservadas aos Estados expressamente pela Constituição, a saber: “§ 2º –
Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação” e, ainda,§ 3º. “Os Estados poderão, mediante
lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupa-
mentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum”.

c) A competência administrativa

As competências de natureza político-administrativas, ainda chamadas de materiais, podem ser:

a) Exclusivas da União Federal, na forma do art. 21 da CRFB/88. Ressalte-se que não há possibilidade de delega-
ção, tendo em vista que tratam de assuntos que concernem, em sua maioria, ao interesse nacional;

b) Comuns, cumulativas ou paralelas da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, que atuam adminis-
trativamente no sentido de preservar todas as matérias presentes no art. 23 da CRFB/88;

c) Expressas ou enumeradas dos Municípios e do Distrito Federal, na forma do art. 30, III a IX da CRFB/88, pois
tratam de assuntos de interesse local;

d) Residual, remanescente ou reservada aos Estados, na forma do art. 25, § 1º da CRFB/88. Como já tratamos, de
acordo com os poderes remanescentes, os Estados poderão cuidar dos assuntos que não foram destinados ex-
pressamente à União Federal nem aos Municípios. Mais uma vez, podemos reforçar que como a Constituição des-
tinou muitas competências administrativas aos demais entes, o poder remanescente estadual ficou prejudicado.

Enunciados Importantes!

SÚMULA VINCULANTE 2
É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios,
inclusive bingos e loterias.
SÚMULA VINCULANTE 38
É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.
SÚMULA VINCULANTE 39
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal.
SÚMULA VINCULANTE 46
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento
são da competência legislativa privativa da União.
SÚMULA VINCULANTE 49
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do
mesmo ramo em determinada área.

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