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1º TRIMESTRE • 2010 • Nº 290

Sejam Santos
Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos
vocês também em tudo o que fizerem. (I Pe 1:15, NTLH)
A editora Voz do Cenáculo acaba de lançar
uma nova tiragem.

Marcos que
Pontilham o Caminho
A história continua
Esta obra traz a história da Igreja
Adventista da Promessa, ao longo dos 77
anos de sua existência. E sabemos que
um povo é forte quando conhece, ama e
valoriza sua história. Assim, é uma obra
particularmente preciosa para todos os
promessistas e para todos aqueles que
desejam conhecer a trajetória da IAP.

A primeira edição do livro foi publicada


em 1973, referentes aos 41 anos de história
que a IAP acumulava até então, fruto do
árduo trabalho do Pr. Otoniel da Silveira.
Em 2002, quando a IAP completou 70 anos,
foi lançada a presente edição atualizada,
obedecendo a critérios que resultaram
em melhor ordenação dos temas, ao
mesmo tempo em que ampliou vários
deles. Incluiu também vários capítulos com
Preço: R$ 38,00
dados novos e um álbum de fotos inéditas.
Vale a pena voltar no tempo e relembrar o
quanto Deus já fez por sua igreja!

Garanta seu exemplar:


Peça pelo tel. (11) 2955-5141
MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA
————————————————————————————
Transformar as pessoas
em discípulas de Cristo,
através do ensino e da prática
da palavra de Deus.
B ÍBLICAS
LIÇÕES

1º TRIMESTRE – 2010 – Nº 290 REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS

Copyright © 2009 – Igreja Adventista da Promessa


Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Genilson S. da Silva

Conselho Editorial Adelmilson Júlio Pereira


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Genilson S. da Silva
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expediente

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Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo
Seleção de hinos Vilma Martins Bertulino
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Canto Melo, Genilson S. da Silva, Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima
Jailton S. Silva, José Lima de Fone: (11) 2955-5141
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Oliveira, Virginia Ronchete David.

Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo Impressão

Editoração Marcorélio Murta Gráfica Regente


Carlos Guarinon Av. Paranavaí, 1146 – Maringá, PR – Fone: (44) 3366-7000

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SUMÁRIO

ABREVIATURAS 4
APRESENTAÇÃO 5

1 Sejam santos na vontade 6

2 Sejam santos na doutrina 15

3 Sejam santos na comunhão 23

4 Sejam santos no pensamento 31

5 Sejam santos no namoro 39

6 Sejam santos na finança 48

7 Sejam santos na amizade 56

8 Sejam santos no trabalho 64

9 Sejam santos no descanço 73

10 Sejam santos na família 81

11 Sejam santos na palavra 89

12 Sejam santos no alimento 97

13 Sejam santos na internet 105


ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
Antigo Testamento NOVO Testamento
Gênesis Gn Mateus Mt
Êxodo Ex Marcos Mc
Levítico Lv Lucas Lc
Números Nm João Jo
Deuteronômio Dt Atos At
Josué Js Romanos Rm
Juízes Jz I Coríntios I Co
Rute Rt II Coríntios II Co
I Samuel I Sm Gálatas Gl
II Samuel II Sm Efésios Ef
I Reis I Re Filipenses Fp
II Reis II Re Colossenses Cl
I Crônicas I Cr I Tessalonicenses I Ts
II Crônicas II Cr II Tessalonicenses II Ts
Esdras Ed I Timóteo I Tm
Neemias Ne II Timóteo II Tm
Ester Et Tito Tt
Jó Jó Filemon Fm
Salmos Sl Hebreus Hb
Provérbios Pv Tiago Tg
Eclesiastes Ec I Pedro I Pe
Cantares Ct II Pedro II Pe
Isaías Is I João I Jo
Jeremias Jr II João II Jo
Lamentações Lm III João III Jo
Ezequiel Ez Judas Jd
Daniel Dn Apocalipse Ap
Oséias Os
Joel Jl
Amós Am
Obadias Ob
Jonas Jn
Miquéias Mq
Naum Na
Habacuque Hc
Sofonias Sf
Ageu Ag
Zacarias Zc
Malaquias Ml

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E
VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES
BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje BV – Bíblia Viva
RA – Revista e Atualizada BJ – Bíblia de Jerusalém
RC – Revista e Corrigida TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia
NVI – Nova Versão Internacional NTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje
APRESENTAÇÃO

Esta não é a primeira vez que tratamos do tema santidade numa sé-
rie de lições bíblicas. A série de lições bíblicas, “Santificação Pessoal”,
estudada no primeiro trimestre do ano passado, também tratou desse
assunto, só que de uma maneira mais conceitual e teológica.
Vimos o ensino bíblico sobre a exigência, a natureza, o começo, a
parceria, o processo, a amplitude, a evidência, a inimiga, o declínio,
a sondagem, a retomada, a insistência e a plenitude da santificação
pessoal. O enfoque da santidade, nessa nova série, é de natureza
mais prática e mais aplicativa.
Ela vai nos mostrar, a partir da Bíblia, como sermos cada vez mais san-
tos em toda a nossa maneira de viver: na vontade, na doutrina, na comu-
nhão, no pensamento, no namoro, na finança, na amizade, no trabalho,
no descanso, na família, na palavra, no alimento e na internet.
A série está divida em três tópicos: “Saiu na mídia”, “E Bíblia, o que
diz?” e “Vamos mudar!”. Por se tratar de uma série especial, seu conteúdo
é um pouco mais extenso. Além do mais, o conteúdo dos Comentários
Adicionais continuará à disposição de todos, no www.iapro.com.br.
Que esse novo ano seja também um ano de constante crescimento na
santificação pessoal de todos que fazem parte do corpo de Cristo!

Ao Rei eterno, sejam dadas a honra e a glória para todo o sempre!


Amém!

Pr. Genilson S. da Silva


Diretor do DEC
1
2 JAN 2010
Sejam santos
na vontade
Hinos sugeridos: BJ 12 – CC 176 / BJ 27 – CC 354

leitura diÁria objetivo


Dom., 27 de dez .................. I Pe 4:1-3; Fp 2:12 Mostrar ao estudante
Segunda, 28 ............................... Pv 4:23; Jr 17:9 que é preciso ser santo
na vontade, e apresentar-
Terça, 29 ........................ Js 1:1-8; Sl 119:30,117
lhe um alerta adequado,
Quarta, 30 ................................ Sl 40; Mt 6:9-13
um padrão confiável,
Quinta, 31 ............................ Ef 5:16-17; Pv 9:10
um auxílio essencial, um
Sexta, 1 de jan. ............................. : I Co 2:11-14 exame ordenado e um
Sábado, 2 ..................................................... Sl 143 pedido prudente quanto à
santificação da vontade.

TEXTO BÁSICO: Então, de agora em diante, vivam o resto da sua vida


aqui na terra de acordo com a vontade de Deus e não se deixem dominar
pelas paixões humanas. (I Pe 4:2 - NTLH)

INTRODUÇÃO: Estamos começando mais uma série de lições bíblicas


sobre santificação pessoal. Sejam santos é o tema da série. No presente
estudo, iremos tratar sobre a santificação da vontade. Por “vontade”, es-
tamos nos referindo a nossa faculdade de tomar decisões.1 A Bíblia nos
mostra que precisamos ser santos nesta área. A tarefa não é fácil. Nem
toda decisão é simples de se tomar. Todavia, não há como fugir: cada
página da nossa curta vida é marcada por decisões e cada decisão que
tomamos traz consigo as suas consequências. Desde as mais simples (o
que comer, o que vestir, etc.), até as mais complexas (que curso fazer,
com quem casar, etc.), qual tem sido seu parâmetro, ao tomar decisões?

1. Grudem (1999:632).

6 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


I. SAIU NA MÍDIA
“As pessoas são chamadas diariamente a tomar um número elevado
de pequenas decisões. Resolvemos o que comer no almoço, a que
amigos telefonar, se começamos o trabalho do dia por uma ou outra
tarefa, a cor do vestido, da camisa e da gravata, a hora de levantar da
cadeira para tomar cafezinho. Tomamos decisões dessa natureza de
forma tão automática que muitas vezes nem parecem escolhas. Mas
são. Na década de 1970, ia-se à padaria comprar ou leite integral ou
desnatado. Agora, pode-se voltar com um entre dezenove tipos de
leite: com mais cálcio, semidesnatado, com ômega 3, à base de soja,
de arroz. No supermercado, uma família de classe média adquire, ha-
bitualmente, cerca de 200 produtos por mês. E tem a sua disposição
um sortimento de 45.000 itens expostos nas boas lojas.
Entre eles, estão trinta tipos de maionese e mais de 100 qualida-
des de iogurte. Para selecionar é preciso ler as letrinhas impressas na
embalagem, e comparar preços. Quer um aparelho de DVD? Há seten-
ta tipos. Vai comprar um celular? Duzentas possibilidades. Em busca
de um computador pessoal? São 400. E os carros? Há 300 modelos
de dezesseis fabricantes, em cinqüenta cores e quatro qualidades de
combustível (...). Em um mundo cada vez mais complexo, com excesso
de informação, pressão por desempenho e repleto de alternativas, as
pessoas precisam tomar decisões também a respeito de assuntos deli-
cados. E devem fazer isso sem ter muito tempo para pensar.
Cada vez mais, o sucesso e a satisfação pessoal dependem da habili-
dade de fazer escolhas adequadas. Com freqüência, as pessoas são insta-
das a tomar uma decisão que pode modificar sua vida pessoal. Devo ou
não me casar? Que tal só morarmos juntos? Devo ou não me separar? (...)
É certo comprar aquela casa maior e contrair um financiamento a perder
de vista? (...) Psicólogos americanos que estudaram a vida de gerentes
empregados em grandes companhias descobriram que eles chegam a
tomar uma decisão a cada nove minutos. São mais de 10.000 decisões
por ano – 10.000 possibilidades de acertar, ou de errar. Não há como
fugir. Ou você decide, ou alguém decide em seu lugar”.

Fonte: BRASIL, Sandra. Decida: seu sucesso depende de suas escolhas. Disponível em: Revista
Veja On line (http://veja.abril.com.br/140104/p_062.html) > Acesso em 11/08/2009.

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1. C
 onsiderando o que diz o texto em destaque, o que lhe parece
negativo e o que lhe parece positivo nessa enorme quantidade
de opções e informações que estão a sua disposição para
influenciar suas escolhas?





II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?


Estamos em processo. A santificação pessoal não acontece de uma
vez por todas. Precisamos, a cada dia, desenvolver a salvação com temor
e tremor (Fp 2:12). À medida que progredimos neste processo, também
nossa “vontade” será cada vez mais ajustada à vontade de Deus. É possí-
vel progredir na santificação da vontade! Responda a si mesmo: Deus tem
sido glorificado por suas escolhas? O que você “quer” para si é aquilo que
Deus “quer”? Para facilitar sua resposta, veremos, a partir de agora, cinco
princípios bíblicos relevantes sobre a santificação da vontade; depois de
os examinarmos, voltaremos a pensar nessas perguntas. Então, ao estudo!
1. Um alerta adequado quanto à santificação da vontade: Você já
viu alguém se dar mal porque tomou alguma decisão baseada apenas
no que “sentia” ser o melhor? “Ah! Meu coração diz que este é o melhor
caminho” é uma frase comum. É quase certo que você já a ouviu, se é
que já não a proferiu também. Mas até que ponto podemos confiar no
que sentimos, ao tomar decisões? A Bíblia traz um alerta adequado, do
próprio Deus, quanto a esse assunto. Ele se encontra em Jeremias, capí-
tulo 17: O coração é enganoso e incurável, mais do que todas as coisas;
quem pode conhecê-lo? (v. 9). O que esse texto ensina? A princípio, é bom
que se saiba que o “coração” mencionado aqui não se refere ao órgão
responsável pela circulação do sangue no corpo humano.
Aliás, a palavra hebraica leb, traduzida por coração, neste texto de Jere-
mias, é o vocábulo usado com maior frequência na literatura bíblica para
“as funções imateriais da personalidade humana”2. Aqui, está ligado dire-

2. Harris; Archer, Jr.; Waltke (1998:765).

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tamente à vontade. Agora, observe novamente o versículo e veja quais são
os adjetivos nada amistosos que lhe são dados: enganoso e incurável. Essas
expressões também poderiam ser traduzidas por “traiçoeiro” e “perverso”. É
arriscado agarrar-se com todas as forças no que o coração “diz”, na hora de
tomar decisões! Podemos ser enganados por ele. Não é à toa que o sábio
escreve: Acima de tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração (Pv 4:23).
2. Um padrão confiável quanto à santificação da vontade: E agora?
Se não podemos confiar em tudo o que o coração diz, no que confiar na
hora de tomar decisões? Existe um padrão confiável quanto à santifica-
ção da vontade? Sim, existe! Leiamos novamente o texto base desta li-
ção: ... vivam o resto da sua vida aqui na terra de acordo com a vontade de
Deus e não se deixem dominar pelas paixões humanas (I Pe 4:2 – NTLH).
Dois padrões são apresentados neste texto: “a vontade de Deus” e “as
paixões humanas”. Um deles conduz à vida; o outro, à destruição. Um de-
les se preocupa com decisões firmadas em valores eternos; o outro, com
decisões firmadas em valores passageiros. Cabe-nos escolher qual deles
vai nos dominar. A ordem bíblica é para que fiquemos com o primeiro.
Se quisermos ser bem sucedidos em nossas decisões, precisamos
levar em conta à vontade de Deus. “Ao fazer a vontade de Deus, inves-
timos o tempo que nos resta no que é duradouro e realizador”3. Mas
como posso descobrir qual é a vontade de Deus? Observe o que disse
o salmista e veja a proximidade que existe entre fazer a vontade de
Deus e ter a lei do Senhor no coração: ... agrada-me fazer a tua vontade,
ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei (Sl 40:8). É na Bíblia
Sagrada que encontramos revelada a vontade de Deus. De modo que
não crer na Bíblia é não crer em Deus. Desobedecer-lhe é desobedecer
a Deus. Esse é o padrão confiável quanto à santificação da vontade. Por
isso, cuide de obedecer a tudo o que nela está escrito; assim farás pros-
perar o teu caminho e serás bem sucedido (Js 1:8).
3. Um auxílio essencial quanto à santificação da vontade: Na
Bíblia, não encontramos apenas o padrão confiável quanto à santifica-
ção da vontade. Ela também nos apresenta um auxílio essencial para
realizá-lo. Além de revelar a sua vontade, Deus também nos fornece
poder para realizá-la. Veja o que diz o texto de Filipenses, capítulo 2,
versículo 13: ... é Deus quem efetua em vós tanto o querer quanto o
realizar, de acordo com a boa vontade dele (NVI). “Querer” o que Deus

3. Wiersbe (2006:542)

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quer nem sempre é tão fácil. Decidir de acordo com o “querer” de
Deus é uma tarefa desafiadora. Mas leia novamente o texto e observe:
É Deus quem efetua em nós! E o que isso significa? A palavra “efetua”
foi traduzida do termo grego energon. A ideia dessa palavrinha é “tra-
balhar efetiva e produtivamente, dar poder”.4
Deus nos ajuda! Ele nos dá força para “querer” o que ele “quer”. A vida
cristã não é uma série de altos e baixos, mas, sim, um processo constante,
em que Deus opera em nós, enquanto praticamos o que ele ensina.5 À
medida que desenvolvemos a nossa santificação pessoal, Deus trabalha
em nós para que, cada vez mais, a nossa vontade seja parecida com a
vontade dele. Ele nos capacita para que, cada vez mais, os nossos dese-
jos sejam parecidos com os seus desejos. Você pode contar com a ajuda
dele! Podemos, sim, enfrentar muitos problemas difíceis pelo caminho,
mas Deus nos ajuda a lidarmos com eles. Diante de decisões difíceis,
recorra à sabedoria da palavra de Deus (o padrão confiável) e à força do
Deus da palavra (um auxílio essencial). O Senhor nos auxilia!
4. Um exame ordenado quanto à santificação da vontade: Com
que frequência devemos nos examinar para saber se a nossa vontade
está coincidindo com a vontade de Deus? Na verdade, a nossa vontade
deve ser constantemente revista e repassada pela nossa consciência. A
Bíblia nos ordena esse exame: ... não sejam insensatos, mas procurem
compreender qual é a vontade do Senhor (Ef 5:17). Muitos acham que
compreender a vontade de Deus é um exercício impossível de se fazer,
é uma experiência totalmente misteriosa que nada tem a ver com o ra-
ciocínio. Isso não é verdade. Nós temos um padrão: a Bíblia Sagrada.
Devemos sempre examinar a nossa vida, comparando-a com as verdades
reveladas na palavra de Deus. Isso não é uma tarefa de “outro mundo”.
Concordamos que o papel do Espírito Santo, neste processo, é fun-
damental (I Co 2:11-14). Contudo, a expressão “procurem compreen-
der” indica que devemos usar a nossa mente para descobrir a vontade
de Deus. “Compreender”, aqui, é “a habilidade de juntar as coisas e
vê-las em seu relacionamento mútuo. Os santos são encorajados a
fazer uso do seu raciocínio”.6 Deus nos deu inteligência e espera que
a usemos! No Salmo 32, verso 8, lemos que: ... sob minha vista te darei
conselhos. Veja que o salmo não diz “com minha voz”, mas “sob minha

4. Rienecker; Rogers (1995:409).


5. Wiersbe (2006:99).
6. Idem, p. 61.

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vista” te darei conselho. “O movimento dos olhos é silencioso”;7 por
isso, precisamos estar bem atentos e preparados, se quisermos com-
preender a vontade do Senhor. Examine-se sempre!
5. Um pedido prudente quanto à santificação da vontade: Você
se examinou? Comparou sua vida com as verdades da palavra de Deus
e viu que suas decisões e atitudes não coincidem com a vontade de
Deus? Acalme-se. Você já sabe também que Deus pode nos auxiliar.
Que tal pedir a sua ajuda, na hora de tomar decisões? Demonstramos
prudência ao orarmos pedindo sabedoria, antes de tomarmos qual-
quer decisão. Quem confia apenas em si não vive de maneira sábia:
“Viver sem orar é gabar-se contra Deus”.8 O temor do Senhor é o prin-
cípio da sabedoria (Pv 9:10). Na Babilônia, o jovem Daniel aprendeu
que é Deus quem dá conhecimento e inteligência (Dn 1:17), que a
sabedoria e a força pertencem a ele (Dn 2:20).
O salmista também sabia disso, e clamava: Ensina-me a fazer a tua
vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno
plano (Sl 143:10). A palavra de Deus nos ensina que ele pode conceder
sabedoria àqueles que lhe pedem: Se alguém tem falta de sabedoria,
peça a Deus, que a concede livremente a todos sem criticar, e lhes será
dada (Tg 1:5). A ideia de “livremente”, neste texto, é: “sem barganha”.
Deus tem alegria em nos dar sabedoria e não nos pede nada em troca.
Portanto, peça a ele com fé, sem duvidar (Tg 1:6). É impossível conseguir
ser santo na vontade sem contar com a sabedoria que vem do alto!
Sem ela, nossas decisões irão de mal a pior.
Você ainda se lembra da pergunta do início deste comentário: Deus
tem sido glorificado por suas escolhas? O que você “quer” para si é
o que Deus “quer”? Agora que acabamos de estudar sobre um alerta
adequado, um padrão confiável, um auxílio essencial, um exame or-
denado e um pedido prudente quanto à santificação pessoal, talvez
você saiba, de forma mais clara, a resposta para essa pergunta. Se
não souber, já sabe como encontrá-la. Na segunda parte desta lição,
intitulada Vamos mudar, analisaremos três formas, práticas e simples,
para buscarmos a santificação da nossa vontade.

7. Swindoll (2001:115).
8. Swenson (2001:130).

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2. C
 om base em Jr 17:1; Pv 4:23 e no item 1 do comentário
anterior, comente com a classe sobre o alerta bíblico quanto à
santificação da vontade.



3. Tendo lido I Pe 4:2; Js 1:8; Fp 2:13; os itens 2 e 3 do comentário, fale


sobre o padrão confiável e sobre o auxílio essencial para santificação
da vontade.



4. L
 eia Ef 5:17, o item 4 do comentário e diga: Com que frequência
devemos nos examinar para saber se nossa vontade está de
acordo com a de Deus?



5. A
 pós ler o Sl 143:10; Tg 1:5-6 e comente a frase: “Demonstramos
prudência ao orarmos pedindo sabedoria, antes de tomarmos
qualquer decisão”.





III. VAMOS MUDAR!


1. Não é possível ser santo na vontade sem se aproximar do Senhor.
A doutrina do livre arbítrio é uma das mais belas da Bíblia. Deus nos
deixa decidir. E não há como fugir. Até quando você decide não decidir, é
uma decisão sua! Quem vive fugindo dessa responsabilidade, transferin-
do-a para outros, pode ter grandes problemas como “conflitos internos,

12 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


duplicidade de personalidade, doenças mentais, perda identidade e etc.”.9
Como ser santo nesta área, sem precisar viver se esquivando? Aproximan-
do-se do Senhor! Busque-o diariamente, medite em seus ensinamentos,
ore, reserve tempo para ler sua Palavra para que vos conserveis perfeitos e
plenamente convictos em toda a vontade de Deus (Cl 4:12).

6. L
 eia Cl 4:12 e o conteúdo da primeira aplicação e fale sobre a
importância de aproximar-se do Senhor na busca pela santificação
da vontade.





2. Não é possível ser santo na vontade sem se fortalecer no Senhor.


Se, por um lado, existem aqueles que têm dificuldades em tomar de-
cisões, por outro, existem aqueles que são extremamente confiantes em
si mesmos e em suas decisões. Às vezes, até demais! Não aceitam in-
tromissões de ninguém: “Quem manda em mim sou eu”; “Ninguém tem
nada a ver com a minha vida”. Essa postura é, por demais, prejudicial. Se
você deseja ser santo em sua vontade, não se esqueça de fortalecer-se no
Senhor! O crente em Jesus não pode ser, de maneira alguma, autodepen-
dente, mas dependente do alto, na hora de fazer suas escolhas. Precisa
sempre orar como o salmista: Sustenta-me, e eu serei salvo! Então, por
toda a minha vida obedecerei de coração às tuas ordens (Sl 119:117 – BV).

7. L
 eia Sl 119:117, o conteúdo da segunda aplicação e fale sobre a
importância de fortalecer-se no Senhor, na busca pela santificação
da vontade.





9. Glória (2006:34).

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3. Não é possível ser santo na vontade sem se submeter ao Senhor.
Jesus nos ensinou a orar dizendo: Seja feita a sua vontade (Mt 6:10).
Por isso, quando tiver de decidir com quem se casar, lembre-se: Seja feita
a vontade do Senhor. Quando tiver de escolher o que assistir na TV: Seja
feita a vontade do Senhor. Quando tiver de decidir qual página da inter-
net acessar: Seja feita a vontade do Senhor. Quando tiver de escolher que
caminho seguir: Sempre, seja feita a vontade do Senhor. Decida submeter
a sua vontade à vontade do Senhor. Semelhantemente ao salmista, diga:
Escolhi o caminho da fidelidade e decidi-me pelos teus juízos (Sl 119:30).

8. L
 eia Mt 6:10 e o conteúdo da terceira aplicação e fale sobre
a importância de submeter-se ao Senhor, na busca pela
santificação da vontade.





CONCLUSÃO: Estamos chegando ao final do nosso primeiro estudo


e começando um novo ano. Que tal, desde já, começarmos a clamar ao
Senhor por sabedoria para nossas decisões? Se formos santos na vonta-
de – e esse é o desejo de Deus –, com toda certeza, teremos tudo para
vivermos um ano promissor. Isso só será possível se nos aproximarmos
do Senhor, se nos fortalecermos nele e se nos submetermos a ele. Seja
feita a sua vontade, em tudo! Que, em 2010, você tome todas as suas de-
cisões com base no Livro do Senhor. Não duvide: os preceitos do Senhor
são retos, e trazem alegria ao coração (Sl 19:8).

14 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


2
9 JAN 2010
Sejam santos
na doutrina
Hinos sugeridos: BJ 202 – HC 259 / BJ 374 – HC 141

leitura diÁria objetivo


Dom., 3 de jan..................... Jo 14:21; I Tm 4:16 Ensinar ao estudante da
Segunda, 4 .................... Pv 2:1-5; Mt 22:34-40 palavra de Deus que para
sermos santos na doutrina
Terça, 5 .................. Sl 119:97; At 17:11; Ef 4:14
é necessário combater o
Quarta, 6 ..................... Os 4:6; Jo 8:32; II Jo 1:9
desinteresse, cultivar o
Quinta, 7 .................. Mt 5:19, 7:24-26; Tg 1:22
discernimento e corrigir a
Sex., 8 ..... Mt 28:19-20; I Tm 4:16; II Tm 2:1-15 desobediência.
Sáb., 9 . ......... Mt 24:3-12; Fl 1:9-10; II Tm 4:3-4

TEXTO BÁSICO: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua


nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos
teus ouvintes (I Tm 4:16).

INTRODUÇÃO: Na primeira carta ao seu amigo Timóteo, o apósto-


lo Paulo afirmou que havia duas coisas em que ele deveria aplicar-se,
com muito zelo e igual dedicação.1 São elas: Tem cuidado de ti mesmo
e da doutrina (I Tm 4:16). Se aquele jovem pastor quisesse ter êxito em
seu ministério, além de ter uma vida santa, precisava ser íntegro no en-
sino bíblico, isto é, ser santo na doutrina.2 De acordo com o apóstolo,
a salvação de Timóteo e dos ouvintes dele dependia disso. Pureza na
doutrina é vital para a igreja, pois, se quisermos ser santos na conduta
cristã, precisamos, antes, ser santos na doutrina de Cristo. O que isso
significa? É o que veremos no estudo desta semana.

1. Stott (2004:124).
2. Hendriksen (2001:201).

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I. SAIU NA MÍDIA
Em resposta à pergunta “Você acredita em Deus?”, feita em pesquisa en-
comendada por VEJA ao instituto Vox Populi, 99% dos entrevistados respon-
deram “sim”. Aqueles que têm por verdadeira a existência do paraíso, onde
depois da morte as pessoas desfrutariam a vida eterna ao lado de Deus, são
igualmente numerosos: 83%. Ou seja, os brasileiros não apenas crêem em
Deus como a maioria conta compartilhar com Ele a eternidade. (...)
Segundo o levantamento do Vox Populi, 96% dos evangélicos acreditam
que serão recompensados com a vida eterna no paraíso. Entre os católicos,
84% das pessoas têm a mesma expectativa. As proporções são elevadas
para um mundo que parece viver só para valores mundanos. Mais surpre-
endente, no entanto, é que também acreditem na vida eterna ao lado de
Deus sete de cada dez dos entrevistados pelo Vox Populi que se declaram
sem religião – aqueles que crêem em forças transcendentais, mas não pra-
ticam nenhum dos credos formalmente estabelecidos. Apesar de não con-
tar com o aval de uma confissão estabelecida, 18% dos brasileiros sem re-
ligião estão confiantes em que ao morrer irão diretamente para o céu. (...)
Os brasileiros estão divididos no que diz respeito ao diabo. Apenas
metade da população acredita na existência do demônio e, aqui, os
pobres, especialmente os evangélicos, estão mais convencidos de que
existe mesmo o Satanás. (...) muitos brasileiros (34%) acreditam que irão
para o céu. Uns poucos, 11%, que passarão um período de penitência no
purgatório. Mas nem um só admitiu a possibilidade de ir para o inferno.
Evangélicos e carismáticos trouxeram de volta para o cotidiano do fiel
brasileiro temas que as confissões tradicionais tinham colocado na pra-
teleira das velharias, como a esperança no milagre, o êxtase e o temor
ao inferno. (...) Não sem bom motivo, o brasileiro é um povo cheio de fé.

Fonte: KLINTOWITZ, Jaime. Um povo que acredita. Disponível em: Veja On line (http://
veja.abril.com.br/191201/p_124a.html) > Acessado em 29\09\2009.

1. Que avaliação você faz do quadro religioso brasileiro apresentado no


texto em destaque? Você acredita que esse alto percentual reflete uma
fé genuína em Deus?



16 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?
Há muita confusão em torno da palavra “doutrina”. Para muita
gente, essa palavra é sinônima de rigidez, severidade, fardo e lega-
lismo. Mas não é isso que a Bíblia nos diz. Ela é a tradução do gre-
go didaquê ou didaskalia, que significa ensino ou instrução3. Deste
modo, a doutrina cristã pode ser definida como sendo o conjunto
das verdades fundamentais da Bíblia. 4 Ela é composta pelos man-
damentos e princípios cristãos ensinados pela palavra de Deus. Por
exemplo, é doutrina bíblica o ensino sobre o pecado, sobre a salva-
ção, o sábado, a abstinência, a temperança, a volta de Cristo, sobre o
Espírito Santo e muito mais. Tendo isso em mente, veremos a seguir
como sermos santos na doutrina.
1. Somos santos na doutrina ao apreciá-la! O que é ser santo
na doutrina? É ser fiel à palavra de Deus e ser comprometido com o
genuíno evangelho de Cristo. É zelar pelo ensino que Jesus Cristo nos
deixou. É pregar a sã doutrina. Como isso é possível? O primeiro passo
é amar essa doutrina e desejar conhecê-la. O amor pela doutrina é
essencial. É o alicerce, pois o amor vem antes da fé, antes da gratidão
e antes da obediência.5 A essência da lei de Deus é o amor (Mt 22:34-
40). Por causa disso, o Senhor não quer que lhe obedeçamos por uma
obrigação, mas por gratidão e amor (cf. Jo 14:21).
Além disso, os mandamentos e os valores cristãos encontrados na Bí-
blia revelam o cuidado e o amor de Deus por nós. O que conhecemos
por doutrina ou fé cristã é a base da nossa conduta cristã. Ela nos mostra
o caminho a seguir e nos revela a vontade do Pai. Através do conheci-
mento dela somos habilitados a distinguir entre o certo e o errado. Sem
tal conhecimento, não há santificação pessoal. “A verdade bíblica é ao
mesmo tempo relevante e prática para vida cristã”.6 Por isso, devemos
apreciá-la e agir da mesma forma do salmista que dizia: Como eu amo a
tua lei! Medito nela o dia inteiro (Sl 119:97).
2. Somos santos na doutrina ao estudá-la! Com os corações cheios
de apreço e amor pela lei de Deus e conscientes de sua importância,
estamos prontos para mais um passo. Sabe qual? Conhecer profun-

3. Moulton (2007:104).
4. Perlman (2009:16).
5. César (2006:245).
6. Ryrie (2007:11).

www.portaliap.com | 17
damente a doutrina cristã! Ela é como o mapa do viajante, o cajado do
peregrino, a bússola do piloto (...). Ela é código de conduta do cristão.7
Mas como conhecê-la? É preciso estudá-la com seriedade e afinco. De-
vemos seguir o exemplo dos bereanos, que recebiam a palavra com
muito interesse, porém, examinando as Escrituras todos os dias para ver
se as coisas eram, de fato, assim (At 17:11).
A ignorância quanto aos ensinos bíblicos induz a falha e leva as
pessoas à derrota. Foi o que Deus denunciou através o profeta Oséias:
O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento (Os
4:6). Por isso, mais do que ler superficialmente as doutrinas cristãs, é
fundamental estudá-las com profundidade! Elas são o antídoto con-
tra o erro. São elas que desenvolvem o caráter cristão em nós. São
elas, ainda, as chaves que abrem as cadeias do pecado. Disse Jesus: ...
e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8:32). Quer ser
santo na doutrina? Então, estude-a!
3. Somos santos na doutrina ao praticá-la! Não basta conhecer a
doutrina de Cristo; deve-se, também, colocá-la em prática. Veja o en-
sino do apóstolo Tiago: Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não
somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tg 1:22). Muita gente
pensa, erroneamente, que só ouvir uma boa mensagem bíblica ou
participar de um estudo bíblico é o que as faz crescer espiritualmente.
Não é só ouvir ou estudar, mas, sim, também praticar que resulta nes-
sa bênção. “Inúmeros cristãos costumam marcar passagens na Bíblia,
mas nunca marcam a própria vida!”.8
Jesus Cristo, após ter feito uma bela exposição de seu ensino, no
sermão do monte, fez a seguinte exortação: ... quem ouve estas minhas
palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua
casa sobre a rocha... Já o que ...não as pratica é como um insensato que
construiu a sua casa sobre a areia (Mt 7:24-26 – NVI). A obediência faz
toda a diferença! Além de termos uma ortodoxia (uma doutrina cor-
reta), precisamos ter uma ortopraxia (uma prática correta). Portanto,
se quisermos ser uma igreja santa na doutrina, não devemos apenas
apreciar ou conhecer, precisamos praticar!
4. Somos santos na doutrina ao ensiná-la! Além da prática, há
outro dever cristão com relação à doutrina bíblica. Diz a Bíblia: ... todo
aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado gran-

7. Schwarz (2002:17).
8. Wiersbe (2006:448).

18 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


de no Reino dos céus (Mt 5:19-NVI). É preciso ensinar, isto é, doutrinar.
Prova disso é que o ensino aos novos convertidos é parte fundamen-
tal no cumprimento da grande comissão: ... ensinando-os a guardar
todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28:19-20). Observe, aqui,
a dupla ênfase: “ensinar” (doutrina) e “guardar” (prática).9 Transmitir a
doutrina de Cristo é uma missão da igreja!
Para Jesus, o discipulado sempre foi uma prioridade. O mestre sabia
que, assim como as raízes asseguram o crescimento e a sustentação
de uma árvore, assim também, a doutrina garante a firmeza da fé. Os
apóstolos mantiveram o mesmo zelo. Disse Paulo a Timóteo: Tome os
ensinamentos que você me ouviu dar (...) e entregue-os aos cuidados de
homens de confiança, que sejam capazes de ensinar outros (II Tm 2:2
– NTLH). E foi o que aconteceu. Através de cristãos sérios, a fé cristã
resistiu a séculos de ataques e ao levante de muitas heresias. Passou
por várias gerações, até chegar a nós. Agora é a nossa vez! Devemos
ensiná-la com seriedade e zelo (cf. I Tm 4:16).
5. Somos santos na doutrina ao protegê-la! Até aqui, aprendemos
que, para sermos santos na doutrina, precisamos apreciá-la, estudá-la, pra-
ticá-la e ensiná-la. Agora, veremos que é também imprescindível “protegê-
la”, isto é, defender e zelar pela pureza dela. Contudo, manter a pureza dou-
trinária da igreja é um imenso desafio! Na verdade, sempre foi um desafio,
mas, atualmente, parece ainda maior. Vale dizer que o “engano religioso” foi
o primeiro sinal apontado por Jesus para o fim dos tempos (Mt 24:3-5). Ele
avisou que surgiriam falsos cristos e falsos mestres, com falsas doutrinas.
Em outro lugar, diz a Bíblia: ... haverá tempo em que não suportarão
a sã doutrina (...) como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão
a dar ouvidos à verdade entregando-se às fábulas (II Tm 4:3-4). Estamos
vivendo esse tempo! Em nossos dias, há uma enxurrada de heresias
invadindo nosso país. É a teologia da prosperidade, a confissão posi-
tiva, o movimento de batalha espiritual com demarcação de território,
a propaganda indevida de sinais e prodígios, a venda de bênçãos,10 e,
entre os intelectuais, a heresia da moda é a “teologia liberal”, que nega
veracidade da Bíblia. Esta lista não para por aqui. São muitas as menti-
ras que tentam manchar a pureza do evangelho.
Se quisermos ser santos na doutrina, devemos lutar pela genuína fé
cristã. Devemos desmascarar os falsos mestres e suas falsas doutrinas.

9. Ryrie (2007:13).
10. Lopes (2007:31).

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Precisamos estar preparados, como obreiro que maneja bem a palavra
da verdade (II Tm 2:15). Tendo sempre em mente que a pureza doutriná-
ria é essencial, pois todo aquele que não permanece no ensino de Cristo,
mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no ensino tem o Pai
e também o Filho (II Jo 1:9). Você quer ser santo na doutrina? Então, leia
com atenção as aplicações que virão a seguir.

2. L
 eia o comentário, Sl 119:97,103,105; Os 4:6; Jo 8:32 e responda:
O que significa a palavra “doutrina”? Por que devemos amar e
estudar as doutrinas bíblicas?





3. Depois de ler o item 3 do comentário e Tg 1:22; Mt 7:24-26, responda:


Por que para sermos santos na doutrina precisamos praticá-la?




4. Com base no item 4 do comentário, Mt 28:19-20; II Tm 2:2 e comente a


importância do ensino para continuação da doutrina de Cristo.




5. Após ler o item 5 do comentário, Mt 24:3-5; II Tm 4:3-4; I Tm 4:16,


responda: Por que, em nossos dias, é um imenso desafio manter a
pureza doutrinária da igreja? Quais são as principais ameaças?




20 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


III. VAMOS MUDAR!
1. Quer ser santo na doutrina? Combata o desinteresse! Nunca foi
tão fácil adquirir uma Bíblia, como é em nossos dias. Quase todo mundo
tem uma. Mas, infelizmente, muitos crentes em Jesus, estão, dia-a-dia,
diminuindo o seu interesse pela sua leitura e pelo seu estudo. Isso pre-
ocupa. Quanto mais desinteresse houver, no que diz respeito ao estudo
das Escrituras, mais analfabetismo bíblico haverá. A própria Bíblia indicou
que, no fim dos tempos, o amor de muitos esfriará (Mt 24:12). Entretanto,
isso não precisa acontecer em sua vida. Não se conforme! Combata o
desinteresse, pois, se por entendimento alçares a tua voz; se o buscares
como a prata e o procurares como a tesouros escondidos; então entenderás
o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus (Pv 2:1-5).

6. Leia a primeira aplicação, Mt 24:12; Pv 2:1-5 e responda: Por que é


preciso combater o desinteresse para ser santo na doutrina?



2. Quer ser santo na doutrina? Cultive o discernimento!


Atualmente, há uma imensidão de denominações evangélicas e seitas. To-
das dizendo possuir a doutrina verdadeira. Como ter uma doutrina pura, em
meio a esta confusão? É preciso ter discernimento! O que é isso? É a capaci-
dade de fazer distinção entre coisas diferentes e de separar o certo do errado.
Dizia Paulo: Que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e
em toda a percepção, para discernirem o que é melhor (Fl 1:9-10-NVI). O dis-
cernimento é sinal de maturidade. É adquirido através do conhecimento da
palavra de Deus. Sem ele, você corre o risco de ser levado ao redor por todo
vento de doutrina, pela artimanha dos homens e pela astúcia com que induz
ao erro (Ef 4:14). Portanto, cultive o discernimento (Hb 5:11-14).

7. L
 eia a segunda aplicação, Fl 1:9-10; Hb 5:11-14; Ef 4:14 e
responda: Por que precisamos cultivar o discernimento para ser
santo na doutrina?



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3. Quer ser santo na doutrina? Corrija a desobediência! De nada
vale conhecer e não obedecer! Infelizmente, existem muitos que co-
nhecem as doutrinas bíblicas, mas não lhes obedecem. Isso ocorre
porque temos a tendência a nos acomodar e nos conformar com o
pecado. Mas o conselho bíblico é esse: Como filhos obedientes, não vos
amoldeis aos desejos que tínheis em tempos passados na vossa ignorân-
cia (I Pe 1:14). Você não pode ser complacente com o pecado. Se há
algo errado em sua vida, não deixe para amanhã; corrija agora mesmo.
Além disso, não podemos ser conivente com o erro dos outros. Somos
a igreja de Cristo. Uma igreja santa e que tem um ensino bíblico e in-
tegro, não pode ser tolerante com coisa errada!

8. Leia a terceira aplicação, I Pe 1:14-16, e responda: Por que é


indispensável corrigir a desobediência para ser santo na doutrina?



CONCLUSÃO: Está lançado o desafio: cuidar da santidade pessoal e,


ao mesmo tempo, zelar pela doutrina que Jesus Cristo nos deixou (cf. I
Tm 4:16). Sem pureza na doutrina, não há santificação na conduta. É por
isso que devemos apreciá-la, estudá-la, praticá-la, ensiná-la e protegê-
la, com bastante zelo e muita seriedade. Devemos ter em mente que
a doutrina bíblia não é um fim em si mesmo. Ela mostra algo maior.
Ela aponta para Cristo! O caminho é Jesus, mas ela funciona como as
placas que sinalizam o caminho. É o mapa deste caminho. É a luz que
nos permite conhecer o caminho. E, agora que vocês sabem estas coisas,
felizes serão se as praticarem (Jo 13:17).

22 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


3
16 JAN 2010
Sejam santos
na comunhão
Hinos sugeridos: BJ 272 – HC 175 / BJ 298 – CC 381

leitura diÁria objetivo

Dom., 10 de jan...............I Ts 3:12-13; I Tm 4:16 Ensinar ao estudante


Segunda, 11 .............................I Co 12; Hb 12:14 da Palavra de Deus que,
para progredirmos na
Terça, 12 .......... Mt 12:25; At 2:44-45; II Co 3:5
santificação pessoal, é
Quarta, 13 ...................................... Mt 5:24; I Ts 3
necessário que sejamos
Quinta, 14 ......Ef 4:11-16; I Ts 3:12-13; Tt 2:14
santos na comunhão
Sexta, 15 ..................................Jo 13:34-35, Jo 17 evitando a maledicência,
Sábado, 16 ..................................................... Co 13 praticando a intercessão e
liberando o perdão.

TEXTO BÁSICO: O Senhor vos aumente, e vos faça crescer em


amor uns para com os outros e para com todos, como também nós
para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em
santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus. (I Ts 3:12-13)

INTRODUÇÃO: No sábado passado, pudemos analisar, com base na


palavra de Deus, a importância de sermos santos na doutrina. Quem al-
meja progredir na santificação pessoal, não pode, de modo algum, igno-
rar o fato de que santidade envolve submissão à doutrina bíblica (I Tm
4:16). Hoje, porém, focaremos nossas atenções na comunhão do corpo
de Cristo. Assim como a igreja do Senhor não subsiste sem doutrina bí-
blica, também não pode “caminhar” sem comunhão. A Bíblia enaltece a
importância da unidade dos membros do corpo para a saúde do mesmo
(I Co 12:14-17). No corpo de Cristo, o individualismo não deve sobressair
à unidade; afinal de contas, reino dividido não prospera (Mt 12:25).

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I. SAIU NA MÍDIA
Quando olhamos para o texto de Atos 2.42-47, vemos os primeiros
passos dos cristãos primitivos na constituição da Igreja. A Bíblia mostra
centenas de pessoas reunidas em torno de um único objetivo: glorificar
a Deus. Eles desejavam ser uma Igreja viva para o Senhor. Eles não dese-
javam realizar uma porção de atividades para que isso os caracterizasse
como igreja. Ser uma igreja para glorificar ao Senhor fazia com que eles
se reunissem nas casas, onde os cristãos se relacionavam. (...) Aqueles
cristãos sentiam as dores e alegrias uns dos outros, tudo através do rela-
cionamento que mantinham uns com os outros.
Os apóstolos não precisavam promover um programa especial, uma
campanha, uma reunião dos jovens ou das senhoras para apelar às pes-
soas que olhassem as necessidades umas das outras. Além disto, os após-
tolos não se reuniam para traçar um extenso calendário de atividades
espirituais, esportivas e sociais que envolvessem os membros da igreja
ou aqueles que dela estivessem afastados. (...) De quando em quando é
bom lembrarmos como vivia a Igreja Primitiva e compará-la com o que
vivemos hoje. Eles experimentavam um cristianismo de relacionamento
e nós vivemos, muitas vezes, praticamos um cristianismo de atividades.
Ao invés de nos relacionarmos uns com os outros no templo e nas casas,
sentindo as necessidades dos irmãos e procurando crescer mutuamente na fé,
precisamos que a liderança da igreja marque uma porção de atividades que
nos unam para fazermos aquilo que deveria acontecer espontaneamente. (...)
Por exemplo – no último mês, você iniciou um relacionamento com um novo
crente e se dispôs a discípula-lo? Você orou pessoalmente ou por telefone,
esta semana, por alguém? Nos últimos 15 dias, você contou para as pessoas
algo que Deus fez em sua vida? E você sabe quais foram as coisas mais mar-
cantes que Deus fez na vida das pessoas que estão próximas a você na igreja?

Fonte. CAMPANHÃ, Josué. Cristianismo de Relacionamento. Disponível em: Re-


vista Eclésia On line (http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=196)
Acessado em 28\09\2009

1. Qual a principal crítica do autor do texto em destaque à igreja da


atualidade, quando ele a compara com a igreja primitiva?



24 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


II - E A BÍBLIA, O QUE DIZ?
O apóstolo Paulo tinha enorme preocupação com a igreja em Tes-
salônica. Prova disso é que ele havia enviado Timóteo para confortá-
la e exortá-la acerca da sua fé (I Ts 3:2). Paulo não pôde ir a Tes-
salônica, mas pôde orar pelos tessalonicenses. 1 Na sua oração, ele
suplicou a Deus que a igreja tivesse uma fé madura, amor fraterno
e santidade na presença de Deus (v.10-13). O velho apóstolo sentia
saudade daqueles irmãos, a ponto de orar dia e noite, a fim de con-
templar-lhes novamente o rosto (v.10). Paulo entendia a importância
da comunhão na prática. Nós também precisamos ter esta consci-
ência. Para que isso aconteça, precisamos entender o significado,
a iniciativa, a solidariedade, a pureza e o propósito da comunhão.
Vejamos, a partir de agora, estes cinco aspectos.
1. O significado da comunhão: No meio do povo de Deus, a pa-
lavra comunhão não é algo incomum (ou, ao menos, não deveria ser).
A palavra comunhão, que aparece em nossas Bíblias, é a tradução do
termo grego Koinonía. Esse termo descreve aquilo que temos em co-
mum, o que compartilhamos como crentes em Cristo.2 Infelizmente, há
muitos cristãos pensando que não necessitam da igreja para ter comu-
nhão. Vez ou outra ouvimos alguém dizer: “Não preciso ir à igreja, pois
posso adorar a Deus na minha própria casa”. Ledo engano! Ler a Bíblia
não é suficiente para se ter comunhão; orar sozinho não é suficiente
para se ter comunhão; louvar a Deus sozinho também não é sinônimo
de comunhão. Não é possível compartilhar amor no isolamento.
A comunhão não é apenas vertical (entre nós e Deus), mas também,
horizontal (entre nós e nossos irmãos). Ela não é individual, mas coletiva;
não gira em torno de uma pessoa, mas de pessoas. Comunhão tem a
ver com generosidade, que foi adotada pela igreja primitiva, pois os que
criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas
propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade
(At 2:44-45). Comunhão, ou Koinonía, é uma parceria de doação mútua
que visa à edificação, à maturidade dos envolvidos para alcançarem a
semelhança com Cristo, ou seja, a santificação (Ef 4:11-16).3

1. Lopes (2007:76).
2. Stott (1997:09).
3. Real (2003:146).

www.portaliap.com | 25
2. A iniciativa da comunhão: A iniciativa da comunhão não é huma-
na, mas divina. Deus é o principal exemplo de comunhão. O versículo 12
de I Tessalonicenses 3 reforça, ainda mais, essa afirmação. Ali está escrito:
O Senhor vos aumente, e vos faça crescer em amor uns para com os
outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que
seja o vosso coração confirmado em santidade (grifo nosso). A Triunida-
de divina (Pai, Filho e Espírito Santo) mostra-nos a essência da unidade.
Agora, veja como o apóstolo Paulo prossegue: ... como também nós para
convosco (v.12). Deus toma a iniciativa e nós o imitamos. Deus ama as
pessoas para que elas amem ao próximo.
A generosidade tem sido sempre uma característica do povo cristão,
porque nosso Deus é generoso. Se ele dá tudo de graça, se nosso Pai
é generoso, seus filhos também devem ser generosos. Aprendemos a
perdoar porque Deus nos perdoou primeiro (Cl 3:13).4 Momentos antes
de sua prisão, Jesus havia feito a seguinte oração: Para que todos sejam
um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um
em nós... (Jo 17:21). Tem você se esforçado para ser um com o seu irmão?
Tem você renunciado o egoísmo e o individualismo em nome da unidade
no corpo de Cristo? Imitemos o Mestre Jesus.
3. A solidariedade da comunhão: A autossuficiência não deve fazer
parte da nossa vida cotidiana. Por mais que tentemos, nunca consegui-
remos viver sem depender das pessoas, pois não somos capazes de tudo
(II Co 3:5). Gostemos ou não, invariavelmente todos nós dependemos dos
outros. Precisamos de amizade, afeto, amor. Não é uma questão de opção
de vida nem de sentimentalismo. Faz parte do kit de sobrevivência de nos-
sa espécie. Precisamos de alguém.5 Assim como você, as demais pessoas
também almejam um ato solidário. Na igreja, em casa, no trabalho e na
escola, há pessoas precisando de companhia, de uma palavra motivadora,
de um conselho, etc. Comunhão sem solidariedade não é comunhão.
Como é bom podermos contar com os nossos irmãos! Como é moti-
vador termos a certeza de que, nos momentos mais difíceis da vida, há
alguém orando em nosso favor, dia e noite, assim como fazia o apóstolo
Paulo para com a igreja em Tessalônica. Você pode fazer mais por uma
pessoa de joelhos, orando por ela, do que trabalhando para ela.6 Ainda
há tempo para nos preocuparmos com o semelhante; ainda há tempo

4. Stott (1997:11).
5. Parrott (1998:09).
6. Lopes (2007:76).

26 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


para nos unirmos; ainda há tempo para imitarmos a igreja primitiva, por
meio da generosidade. É pela comunhão que compartilhamos as cargas
uns dos outros e cumprimos a lei de Cristo (Gl 6:2).
4. A pureza da comunhão: Observe o texto: Ele se entregou por nós a
fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo par-
ticularmente seu, dedicado à prática de boas obras (Tt 2:14). Cristo é puro;
a sua igreja deve ser pura; a comunhão é pura. Isso significa dizer que em
nossas relações fraternais, devemos prezar pelo bem do outro. Cristo co-
nhece os corações e sabe quais são as nossas verdadeiras motivações em
nossos relacionamentos. A comunhão não é baseada no engano, nas lison-
jas, nas intenções impuras ou na maledicência, mas, sim, na pureza. Cris-
to morreu não só para nos redimir de toda iniquidade, mas também para
reunir e purificar, para si mesmo, um povo entusiasmado pelas boas obras.7
O alicerce da comunhão bíblica é o amor, e este não faz mal a
ninguém porque é puro! Todos precisamos ter consciência de que o
amor não se porta com indecência, não busca os seus interesses (...) não
folga com a injustiça, mas folga com a verdade (I Co 13.5,6). Quando
falamos de “verdade”, estamos nos referindo à sinceridade e justiça
no relacionamento. Todos pecamos e temos defeitos; porém, deve-
mos examinar a nós mesmos, antes de “jogarmos pedras no telha-
do alheio”. Aqueles que gostam de observar os pecados dos outros,
normalmente, escondem os seus próprios.8 Tenhamos pensamentos
puros e olhemos para as pessoas com amor.
5. O propósito da comunhão: Observemos o texto básico desta li-
ção mais uma vez: O Senhor vos aumente, e vos faça crescer em amor uns
para com os outros e para com todos, como também nós para convosco,
a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento
de culpa, na presença de nosso Deus (I Ts 3:12-13 – grifo nosso). Como
podemos ver, a comunhão nos leva à santificação. Diante disso nos vem
uma pergunta: É possível haver santificação sem comunhão? Hebreus
12:14 responde: Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor. Note que antes do termo “santificação” vem a
expressão “segui a paz com todos”. Esta é interligada àquela.
Ainda há facções minando as forças espirituais de muitos crentes. Há co-
rações machucados e amargurados. Há muitos relacionamentos em crise, no
meio do povo de Deus. Por incrível que pareça, muitos dos que se encontram

7. Stott (1997:07).
8. Lopes (2007:80).

www.portaliap.com | 27
nessas condições, pensam que está tudo bem! Eles continuam a orar, ofertar,
ir à igreja e, por conta disso, acreditam estar no caminho da santificação;
contudo, estão a caminho de um precipício que leva à morte. Na presença
do nosso Deus devemos estar isentos de culpa. Cristo nos alerta: ... deixa ali
diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois
vem apresentar a tua oferta (Mt 5:24). Não há como avançarmos na santifica-
ção pessoal, se não vivermos em comunhão com nossos irmãos!
A comunhão é um presente de Deus para nós. A igreja é uma família
em que devemos construir pontes de amizades e não muralhas de se-
paração. A igreja é a comunidade do amor, da aceitação, do perdão, da
restauração. Seremos conhecidos como discípulos de Cristo pelo amor
(Jo 13:34,35).9 Somente em Cristo alcançaremos paz com todos. Nós for-
mamos o povo pelo qual Cristo morreu. Ele é o bom pastor que deu a vida
pelas ovelhas (Jo 10:11). Lugar de ovelha é no aprisco, junto ao bom Pas-
tor. Há muitas ovelhas dispersas neste mundo; contudo, Cristo quer juntá-
las novamente, a fim de que não mais fiquem sem comunhão (Jo 10:16).

2. Após ler Atos 2:44-45 e o primeiro item do comentário anterior,


comente com a classe sobre o significado da comunhão.



3. Leia Jo 17:21; Cl 3:13, o segundo item do comentário anterior e


responda: Quem é o principal responsável pela iniciativa da comunhão?



4. Após ler Gálatas 6:2 e o terceiro item do comentário anterior,


comente a afirmação: Comunhão sem solidariedade não é
comunhão.



9. Lopes (2007:78).

28 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


5. L
 eia I Co 13:5-6; Hb 12:14, o quarto e o quinto itens do
comentário anterior e comente com a classe sobre a pureza e o
propósito da comunhão.



III – VAMOS MUDAR!


1. Sejamos santos na comunhão evitando a maledicência. A Bíblia
repudia a maledicência: ... mas agora despojai-vos também de tudo isto:
da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa
boca; não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho
com os seus feitos (Cl 3:8-9). Quem deseja crescer na santificação pessoal,
deve ouvir mais e falar menos. Devemos agir com sabedoria para não in-
corrermos no erro de quebrarmos os laços da comunhão construídos por
Cristo. Difamar os outros causa terríveis prejuízos aos relacionamentos.
Ao invés de difamar, devemos elogiar e motivar as pessoas, olhando para
as suas qualidades. Sejamos puros no falar (Cl 4:6).

6. Leia Cl 3:8-9, a primeira aplicação e responda: É possível sermos


santos na comunhão evitando a maledicência?




2. Sejamos santos na comunhão praticando a intercessão.


Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que
também eles sejam um em nós (Jo 17:21). Jesus se importa com a nossa
comunhão. A oração dele para conosco não tem objetivos materialis-
tas, mas espirituais; não tem fins individualistas, mas comunitários. Ele
orou por você! Ele orou por nós! Oremos uns pelos outros; humilhemo-
nos, perante Deus, em favor dos nossos irmãos. Se há dificuldade de
comunhão em nosso meio, roguemos ao Senhor para que sejamos um
com ele e com os outros. Busquemos a unidade em Cristo. Lembre: ... a
oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5:16).

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7. Leia Jo 17:21, a segunda aplicação e responda: Qual a importância
da intercessão para a comunhão?



3. Sejamos santos na comunhão liberando o perdão.


Paulo tinha um coração perdoador: E a quem perdoardes alguma coisa,
também eu; pois, o que eu também perdoei, se é que alguma coisa tenho
perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo, para que Satanás
não leve vantagem sobre nós (II Co 2:10). Não somos perfeitos. Todos nós
podemos errar; todos nós estamos sujeitos, em algum momento da vida,
a ferir e ser feridos. A comunhão será plena, se houver perdão. Não é
possível haver comunhão, se não houver corações dispostos a perdoar. É
possível que haja rachaduras no seu relacionamento para com a família,
amigos, etc. Porém, por meio do perdão, essa situação poderá mudar
para melhor. Perdoe e seja vitorioso sobre Satanás!

8. Leia II Co 2:10, a terceira aplicação e responda: Por que devemos


liberar perdão? Há vitória no perdão?



CONCLUSÃO: Após analisarmos o significado, a iniciativa, a solida-


riedade, a pureza e o propósito da comunhão, colocamo-nos diante de
um desafio: mudança. É possível que não sejamos perfeitos em nossos
relacionamentos; porém, devemos sempre estar em busca da perfeição.
Hoje somos chamados por Deus a mudar de atitude. Somos chamados
à santificação na comunhão evitando a maledicência, praticando a inter-
cessão e liberando o perdão. Você acha impossível passar por essas mu-
danças? Saiba que Cristo é especialista em realizar o impossível. Cristo
pode e quer transformar você. Ele vai restaurar a sua comunhão.

30 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


4
23 JAN 2010
Sejam Santos
No Pensamento
Hinos sugeridos: BJ 184 – CC 292 / BJ 317 – HC 77

leitura diÁria objetivo

Domingo, 17 . ........................ de janeiro: Fp 1-2 Mostrar ao estudante que


Segunda, 18 ...................................................... Fp 4 para sermos santos no
pensamento precisamos
Terça, 19 .................................... Pv 4:23; Jo 13:13
possuir uma mente sincera,
Quarta, 20 .................................. Mt 22:37; Cl 3:1
humilde, espiritual, integral e
Quinta, 21 ...................................... Jr 5:14, Mc 1:1
ocupada.
Sexta, 22......................................... Sl 139:23; Jr 17
Sábado, 23........................... Lc 11:39; Rm 12:1-3

TEXTO BÁSICO: Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o


que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amá-
vel, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Fp 4:8)

INTRODUÇÃO: O que você pensa, na maior parte do tempo, é bom


ou é ruim? Se você não sabe dizer, talvez seja porque ainda não parou
para pensar no que você pensa. Não é muito sábio da sua parte igno-
rar o que se passa pela sua mente, porque o seu pensamento influen-
cia de maneira direta o seu comportamento. Não é à toa que a Bíblia,
sem rodeio algum, alerta: Tenha cuidado com o que você pensa, pois a
sua vida é dirigida pelos seus pensamentos (Pv 4:23, NTLH). Diante dis-
so, a lição de hoje se propõe a ajudar você a pensar de um modo cada
vez mais santo, para que você viva de um modo cada vez mais santo
diante do Deus que é santo, santo, santo.

www.portaliap.com | 31
I. SAIU NA MÍDIA
O cérebro bem estimulado em tarefas como leitura, aprendizado
de novas línguas, resolução de problemas matemáticos ou mesmo
em tarefas rotineiras no trabalho pode esticar a longevidade de uma
pessoa e evitar que ela sofra de problemas típicos da velhice, como
a senilidade e a perda de memória. Uma pesquisa realizada entre
pacientes com mais de 65 anos, todos de um mesmo bairro e mesma
classe social, no Hospital Francês de Buenos Aires, revelou que 38%
deles tinham desenvolvido o mal de Alzheimer, doença degenerativa
que apaga mecanismos da memória coordenadores de movimentos
naturais, como os da locomoção.
Esse índice, contudo, caía para apenas 7% entre os pacientes com
nível de instrução universitário. Quanto mais informação útil é ar-
mazenada no cérebro, melhor é seu desempenho. Maior também é
o benefício que ele leva a todo o resto do organismo ao qual está
ligado. (...) O cérebro é uma máquina maravilhosa que desempenha
múltiplas tarefas biológicas. Pesando pouco mais de 1 quilo e repre-
sentando apenas 2% do peso total de um homem adulto, ele gasta
20% de toda a energia despendida no corpo. Entre uma orelha e
outra de uma pessoa, estima-se que existam mais conexões neuroló-
gicas do que estrelas na Via Láctea. Se alguém tentasse contar essas
conexões, chamadas de neurônios, gastando um segundo em cada
uma delas, levaria 32 milhões de anos para concluir a tarefa.
É o cérebro que comanda as funções que asseguram a reprodução
e a sobrevivência da espécie. Pense na batida inconsciente do coração,
nas pálpebras piscando, na respiração contínua dos pulmões, nos ali-
mentos sendo processados pelos intestinos, numa perna que se move.
Tudo isso é organizado e dirigido pelo cérebro. (...) Sua missão mais
elementar é recolher os estímulos externos, captados pelos sentidos,
e transformá-los em impulsos elétricos que percorrem os neurônios.
Toda essa informação é catalogada e arquivada na memória. É a ela
que o cérebro recorre quando precisa tomar decisões, comandar os
movimentos corporais e organizar o pensamento.

Fonte: GUARACY, Thales; RAMALHO, Cristina. A força da mente. Disponível em: Revista Veja
On line (http://veja.abril.com.br/190898/p_102.html) > Acessado em 03/11/2009.

32 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


1. Segundo os autores do texto em destaque, quais os benefícios de se
fazer um bom uso do cérebro?



II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?


Das vinte e uma cartas que compõem o Novo Testamento, treze são
de Paulo. Dessas, há uma que contém muitas instruções sobre a santi-
ficação do pensamento: a que foi escrita e enviada aos Filipenses. Nela,
há muitas palavras que estão diretamente associadas com pensamento:
“lembro”, “sentir”, “boa mente”, “julgando”, “sintais”, “sentindo”, “humilda-
de”, “sentimento”, “cuida”, “reputei-o”, “considero”, “julgo”, “esquecendo-
me”, “sintamos”, “sentis”, “pensam”, “sintam”, “inquietos”, “entendimento”,
“pensai”, “lembrança”, “lembrando”. O apóstolo utiliza muitas dessas pa-
lavras para enfatizar que, para sermos santos no pensamento, precisa-
mos ter uma mente sincera, humilde, espiritual, integral e ocupada.
1. Somos santos no pensamento, quando possuímos uma mente
sincera: Diante da prisão de Paulo, os irmãos da igreja de Roma deixa-
ram o temor de lado e passaram a pregar a palavra de Deus com mais
ousadia (Fp 1:14). Mas nem todos faziam isso de boa mente (Fp 1:15b).
Paulo afirma que alguns pregavam Cristo por ambição egoísta, sem since-
ridade, pensando que me podem causar sofrimento enquanto estou preso
(Fp 1:17 – NVI). O problema não estava na mensagem dos pregadores,
mas no seu pensamento. A mensagem era boa, mas o pensamento era
mau. Eles utilizavam o ministério da palavra com pensamentos egoístas:
“promover a si mesmos e granjear seguidores para si”.1
É triste pensar que alguém pode exercer um ministério tão magnífico
como é o ministério da pregação do evangelho de Jesus Cristo, Filho de
Deus (Mc 1:1) aos perdidos pensando em alcançar mais espaço e ganhar
mais prestígio no rebanho do Sumo Pastor. Isso ensina uma lição muito
clara para todos: quem serve na igreja de Cristo, deve estar atento ao que
se passa pela sua mente. Deve vigiá-la e sondá-lo o tempo todo para ver
se não existe nela alguma intenção obscura ou algum motivo impuro,

1. Wiersbe (2008:87).

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pois quem serve, deve buscar com fervor não a glória do próprio nome,
mas a glória do nome que está acima de todo nome (Fp 2:9b).
2. Somos santos no pensamento, quando possuímos uma mente hu-
milde: Após pedir para os irmãos serem unidos de mente, Paulo ordena: Nada
façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade. Há, nesta ordem,
três palavras que merecem uma rápida explicação: “contenda”, “vanglória”
e “humildade”. Contenda é espírito litigioso ou ambição egoísta. Vanglória
está associada a orgulho, exibicionismo. E humildade? No grego, é tapeino-
phrousune. Essa palavra difícil de ser escrita e falada literalmente significa:
pensamento modesto ou humilde. Uma pessoa de mente humilde não se
considera superior aos outros nem atenta apenas para o que é propriamente
seu (Fp 2:3b-4). Não trata os outros de modo brutal, cruel, insensível, desu-
mano, inclemente, indiferente, desapiedado, incompassivo, sem misericórdia.
Uma pessoa de mente humilde também não se sente ameaçada por
aqueles que possuem mais talento, mai educação, mais dinheiro, mais in-
fluência. Não se recusa a realizar o serviço que quase não aparece, o traba-
lho que permanece nos bastidores, a obra insignificante. Ela possui o mes-
mo modo de pensar que Cristo Jesus tinha (Fp 2:5, NTLH). A mente de Cristo,
o Senhor e Mestre (Jo 13:13), era uma mente de servo: uma mente que em
nada era egocêntrica, uma mente que sabia sacrificar-se, uma mente que
sabia servir, uma mente que sempre pensava nos outros e não em si2.
3. Somos santos no pensamento, quando possuímos uma mente
espiritual: Para ganhar a Cristo, Paulo teve que virar as costas para um
monte de coisas, que, na mente de muitos, tinha muito valor (Fp 3:1-14).
Aliás, se há um termo muito usado por Paulo, neste trecho, este termo é
“coisas”: ocorre dez vezes (3:1, 8, 13, 14, 19, 21). Ele, pois, pede para que
os irmãos da igreja imitem a sua atitude (Fp 3:17), e não a daqueles que só
pensam nas coisas que são terrenas (Fp 3:19b). Paulo não os chama pelo
nome, mas frisa que, na mente deles, não existe lugar para o que é eterno.
Eles não pensam no que é de natureza celestial. Uma vez que o deus deles
era o ventre, na mente deles, não havia nenhuma capela: só cozinha.
Uma mente espiritual valoriza um estilo de vida simples, sem vaidade,
sem anéis de ouro nos dedos, sem trajes de luxo, sem ostentação. Uma
mente espiritual leva os dízimos à casa do tesouro para expressar o seu
amor por Deus e pelo próximo e seu zelo pela expansão do reino dele,
e não com o intuito de receber. Uma mente espiritual sabe que o reino

2. MacDonald (2008:662)

34 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


dela não é deste mundo, pois a sua pátria está nos céus (Fp 3:20a). Uma
mente espiritual busca as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à
direita de Deus (Cl 3:1). Enfim, a mente espiritual pensa nas coisas lá do
alto, não nas que são aqui da terra (Cl 3:2).
4. Somos santos no pensamento, quando possuímos uma mente
integral: Os inimigos da igreja de Cristo, em Filipos, eram muitos (Fp
1:28 e 3:18). Eles se constituíam uma verdadeira ameaça para quem ser-
via a Cristo. Quando se está sob ameaça, a mente corre um sério risco de
ficar ansiosa. E uma mente ansiosa é uma mente dividida. O termo gre-
go para ansiedade, merimnao, vem do verbo merizo (dividir) e de nous
(mente). A ansiedade parte a mente em duas, dividindo os pensamentos
entre o “agora” (presente) e o “amanhã” (futuro). E uma mente divida não
consegue amar a Deus de todo o seu entendimento (Mt 22:37).
Como evitar que a mente fique dividida por causa das ameaças? Oran-
do mais a Deus: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém,
sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela
súplica, com ações de graças (Fp 4:6). Conversar com Deus a respeito
de tudo que nos ameaça mantém a mente integral, pois a paz de Deus
guardará a [nossa] mente em Cristo Jesus (Fp 4:7). O verbo guardar, no
grego (phroureo), muito usado no mundo militar, literalmente, significa
proteger, através de uma guarda militar. A paz de Deus é como um exér-
cito protegendo-nos dos temores internos.
5. Somos santos no pensamento, quando possuímos uma mente ocu-
pada: Uma mente santa não é uma mente vazia: é uma mente ocupada.
Paulo faz uma lista do que deve ocupar a nossa mente. Primeiro: a nossa
mente deve se ocupar de tudo o que é verdadeiro (Fp 4:8a): o que não é falso,
o que merece confiança, que é genuíno e real. Segundo: a nossa mente deve
se ocupar de tudo o que é respeitável (Fp 4:8b): aquilo que é moralmente
bom. Terceiro: a nossa mente deve se ocupar de tudo o que é justo (Fp 4:8c): o
que é reto diante de Deus e dos outros. Quarto: a nossa mente deve se ocu-
par de tudo o que é puro (Fp 4:8d): do que não está manchado pelo pecado.
Quinto: a nossa mente deve se ocupar de tudo o que é amável (Fp
4:8e): aquilo que é agradável ou admirável de se ver. Sexto: a nossa men-
te deve se ocupar de tudo o que é de boa fama (Fp 4:8f): aquilo que soa
bem e que pode ser louvado aos olhos de Deus e das pessoas. Paulo,
então, conclui essa lista dizendo: se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento (Fp 4:8g). Quem ocupa a
sua mente com o que é digno, tem mais chance de vencer as investidas
do diabo, as seduções do mundo e as tentações da carne.

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Jesus teve uma mente sincera, quando lidou com o ministério. Ele bus-
cou não a própria glória, mas a glória daquele que o enviou. Jesus teve
uma mente humilde, quando lidou com as pessoas. Ele veio não para ser
servido por elas, mas para servi-las e dar a sua vida por elas. Jesus teve
uma mente espiritual. Ele sempre fez questão de afirmar que o seu reino
não era deste mundo. Jesus teve uma mente integral para lidar com as
ameaças. Passou horas e mais horas em oração ao Pai. Jesus teve uma
mente ocupada para lidar com as tentações. A sua mente era ocupada
pelos valores da palavra de Deus. Sigamos o exemplo daquele que se fez
carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade (Jo 1:14).

2. Segundo Fp 1:14,15b,17, 2:9b; Mc 1:1, e o item 1 do comentário, o
que devemos fazer para possuirmos uma mente sincera?



3. Leia o item 2, Jo 13:13; Fp 2:3-5, e responda: O que significa


possuirmos uma mente humilde?



4. A partir dos itens 3 e 4, e das leituras bíblicas que os fundamentam,


explique a importância de possuirmos uma mente espiritual e integral.



5. De acordo com Fp 4:8 e o item 5, responda: Com o que devemos


ocupar nossa mente?



36 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


III - VAMOS MUDAR!

1. Sondemos a nossa mente!
Para identificarmos aqueles pensamentos errados que travam o nosso
avanço na vida cristã, precisamos vasculhar a nossa mente. Se não inves-
tigarmos a nossa mente, não será possível localizar aquele pensamento
indigno que abala a nossa estrutura, que altera a nossa convicção, que
muda a nossa conduta, que arruína o nosso caráter. Se, porventura, nos
sentirmos incompetentes para realizar essa tarefa urgente, peçamos o
auxílio de Deus, o sondador por excelência: Ó Deus, Prova-me e conhe-
ce os meus pensamentos. (Sl 139:23 – NTLH). Ele vai nos mostrar e nos
alistar todos os pensamentos que precisamos expulsar da nossa mente.

6. A partir da segunda aplicação, responda: Por que precisamos sondar


nossa mente?



2. Limpemos a nossa mente!


Nós gostamos de limpeza. A maior parte dos itens da nossa lista de com-
pras são itens de produtos de limpeza. Com eles, limpamos a poeira da mesa,
as marcas de dedo na janela, o lixo debaixo do sofá, as manchas do piso, a
sujeira do carro. E o que dizer da limpeza dos arquivos obsoletos da memória
do computador? Fazemos também. E ainda há a limpeza cosmética, muito
valorizada. Porém, existe outra limpeza muito importante, mas pouco realiza-
da: a limpeza da mente. De todas as limpezas, essa é a mais difícil de ser feita.
Mas é essencial, porque essa sujeira também afeta a nossa saúde e a de quem
convive conosco. Limpemos, portanto, a nossa mente dos pensamentos mali-
ciosos, obscenos, suicidas, odiosos, invejosos, egoístas. Não limpemos apenas
o exterior do copo e do prato, mas também o seu interior (Lc 11:39).

7. Leia a segunda aplicação, Lc 11:39 e responda: Que elementos


indesejáveis devem ser eliminados da nossa mente e de que forma
essa limpeza deve ser feita?



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3. Vigiemos a nossa mente!
Se nós não vigiarmos a nossa mente, vamos ter pensamentos errados
acerca de nós mesmos. Não vamos pensar de nós mesmos com modera-
ção, como nos manda a Bíblia (Rm 12:3). Ora vamos pensar acerca de nós
mesmos “aquém do convém”, ora vamos pensar acerca de nós mesmos
“além do que convém”. Ora, vamos pensar que somos vermes, ora vamos
pensar que somos deuses. Essa atitude mental extremista é perigosa.
Quem pensa de si mesmo aquém do que convém, pode pensar que não
é querido pelos outros, que não vale nada, que não é ninguém, que
nunca fará nada certo. Quem pensa de si mesmo “além do que convém”,
pode esquecer-se que é homem e não Deus, que é mortal e não eterno,
que é pastor e não Sumo Pastor, que é servo e não Senhor.

08. A partir de Rm 12:3 e da terceira aplicação, comente sobre a


importância de vigiarmos nossa mente.



CONCLUSÃO: Uma pergunta incisiva e urgente foi dirigida pelo


profeta Jeremias à corrupta e rebelde população de Jerusalém: Até
quando você vai continuar com os seus maus pensamentos? (Jr 5:14b
– NTLH). Da mesma forma o Senhor, que examina os pensamentos
(Jr 17:10), lhe pergunta: “Até quando você vai continuar pensando no
que não é verdadeiro nem respeitável? Até quando você vai continuar
pensando no que não é justo nem puro? Até quando você vai conti-
nuar pensando no que não é amável nem de boa fama? Até quando
você vai continuar pensando no que não é virtuoso nem louvável?”
Não se sinta ofendido com essas perguntas divinas. Ele as faz porque
quer que você seja santo no pensamento!

38 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


5
30 JAN 2010
Sejam santos
no namoro
Hinos sugeridos: BJ 98 – CC 167 / BJ 304 – CC 156

leitura diÁria objetivo

Dom., 24 de jan.................Gn 2:18,24; I Ts 4:3-4 Mostrar ao estudante da


Segunda, 25 .................... Am 3:3; II Co 6:14-15 Bíblia Sagrada alguns prin-
cípios orientadores para o
Terça, 26 ................................... I Co 10:31; Fp 1:9
namoro, contidos nas Es-
Quarta, 27 ................................................ I Ts 4:3-4
crituras, tais como a esco-
Quinta, 28 ....................................... Ec 4:9; Ef 5:23
lha certa, o propósito real,
Sexta, 29 ...............................................Pv 15:23-28 o objetivo cristão, a sutil
Sábado, 30 .............................. Pv 16:24; Mt 19:6 ameaça e o cuidado físico
no namoro.

TEXTO BÁSICO: A vontade de Deus é que vocês sejam santificados:


abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu pró-
prio corpo de maneira santa e honrosa. (I Ts 4:3-4 – NVI)

INTRODUÇÃO: Na lição da semana passada, estudamos sobre a san-


tificação do pensamento. Vimos que viver numa sociedade como a nossa
e manter uma mente cristã saudável e santa não é tarefa fácil, mas tam-
bém não é uma “missão impossível”. Hoje, pela graça de Deus, vamos
abordar o tema “Sejam santos no namoro”. De acordo com a cultura
do “presente século”, o conceito de “namoro saudável” está, em muitos
aspectos, distante daquele apresentado na Bíblia Sagrada, de modo que
até muitos crentes em Jesus desconhecem os princípios bíblicos que de-
vem orientar este relacionamento. Neste estudo, trataremos destes prin-
cípios. Como é o namoro segundo a vontade de Deus?

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I. SAIU NA MÍDIA
As estatísticas da Unesco mostram que se aprofundou entre os
brasileiros de 11 a 24 anos a tendência aos namoros breves mas
intensos que marcaram a adolescência nos anos 90. Acentuaram-se
também a precocidade e a ousadia dos primeiros relacionamentos.
O padrão, agora, vai muito além do que os pais estão imaginando.
Nas principais capitais pesquisadas, a idade da primeira vez das me-
ninas é 15 anos. A dos meninos, 14. Quatro anos atrás, um levan-
tamento do Ministério da Saúde apontava que a primeira vez dos
adolescentes estava ocorrendo entre 16 e 19 anos. A diferença é
muito grande entre uma menina de 15 anos e uma de 19.
Na década passada, um em cada quatro adolescentes das grandes
cidades brasileiras dizia a pesquisadores que os pais permitiam que
ele... [tivesse relações sexuais] com a namorada ou o namorado em
casa mesmo. Os dados atuais mostram que esse número quase do-
brou. Como não podia deixar de ser, o estudo da Unesco mostra que
pelo menos numa coisa a juventude é coerente: os filhos querem me-
nos palpites dos pais e mais liberdade. Sempre. Cada vez mais. Adoram
os primeiros vôos da sexualidade, mas estão confusos e divididos so-
bre temas como virgindade, fidelidade, namoro e casamento.
Os pesquisadores começam a detectar uma mudança na natureza
dos namoricos dos anos 90, que os jovens chamaram de “ficar”. Ele
pode estar se tornando para muitos uma relação mais séria – mesmo
que paradoxalmente passageira e descompromissada. Antes, ficar era
um termo novo para uma velha prática, a dos beijos e afagos íntimos.
E agora? “A pesquisa registrou que muitos jovens passaram a... [ter
relações sexuais] com quem ‘ficam’”, diz Maria das Graças Rua, pro-
fessora da Universidade de Brasília (UnB) e uma das coordenadoras
do levantamento nacional feito pela Unesco. Aí está uma mudança e
tanto cujas implicações cedo ou tarde os pais dos 37 milhões de bra-
sileiros entre 15 e 24 anos terão de abordar com os filhos”.

Fonte: CARELLI, Gabriela. O sexo começa cedo e com ousadia: Estudos da Unesco
mostra que a iniciação sexual dos brasileiros está mais precoce e os namoros, muito
quentes. Disponível em: Revista Veja On line (http://veja.abril.com.br/130202/p_080.
html) > Acessado em 25\09\2009.

40 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


1. O texto em destaque apresenta um quadro da sexualidade da
juventude pós-moderna. O que faltava aos jovens de gerações
anteriores que ainda falta aos jovens desta geração? Quais as
implicações da prática do sexo livre para as famílias, a igreja e a
sociedade como um todo?



II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?


Diz a Escritura: Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para
ele alguém (...) como se fosse a sua outra metade (Gn 2:18 – NTLH). Com a
criação de Eva, Deus deu a Adão alguém com quem ele pudesse se rela-
cionar, conversar, dividir alegrias, descobertas, etc. O casamento é plano
de Deus! Pois bem, o primeiro passo rumo a esta união é o namoro. É
importante encará-lo com seriedade. Quem erra o primeiro passo, pode
se complicar mais à frente. Cerca de 75% dos problemas que os casais
enfrentam têm origem na época do namoro e do noivado.1 Um namo-
ro problemático, fora dos padrões estabelecidos por Deus, é danoso
e pode machucar os envolvidos. Para que isso não aconteça, vejamos
alguns princípios orientadores para o namoro, contidos nas Escrituras.
1. A escolha certa no namoro: O que o crente em Jesus precisa levar
em conta, antes de escolher alguém para iniciar um namoro? Paulo dá
um conselho eficaz, em II Coríntios: Não vos ponhais em jugo desigual
com os incrédulos (6:14a). Você sabe o que é o “julgo desigual”? De acor-
do com o contexto desta passagem, colocar-se em jugo desigual signifi-
ca ter ligação com uma pessoa que é totalmente diferente. “Neste texto
está relacionado a uma pessoa que não é membro da família da fé e que
pode fazer com que um crente quebre a sua aliança com Deus”.2 Parece
que o que está em questão é separar a religião pagã da religião cristã.
Veja que Paulo é contundente na sequência: ... porquanto que sociedade
pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com
as trevas?(...) Ou que união, do crente com o incrédulo? (II Co 6:14-15). Na
hora de escolher com quem namorar, o cristão precisa levar essa orien-

1. Kemp (2005:35).
2. Kistemaker (2004:321).

www.portaliap.com | 41
tação das Escrituras a sério. É preciso conversar com a pessoa com quem
se deseja namorar, saber quais são seus objetivos, seus propósitos, seus
sonhos; conhecer a família. A fé que professa. Depois de tudo isso, é indis-
pensável perguntar se vale mesmo a pena namorar. Será que não é rou-
bada? Afinal, se namorar determinada pessoa significa risco de quebrar a
aliança com Deus, é uma tremenda fria! É bom pensar, repensar e orar. Um
namoro santo começa com uma escolha certa! Por acaso andarão duas
pessoas juntas, se não estiverem de acordo? (Am 3:3).
2. O propósito real do namoro: Acabamos de pensar na escolha certa
do namoro. De alguma maneira, após estudarmos o propósito do namoro,
a preocupação com a escolha se mostrará ainda mais evidente. Existe uma
razão para namorar. A ideia de “namorar”, simplesmente por “namorar”, deve
ser descartada. Por quê? Traga a sua mente o início da história humana: a
união de um homem com uma mulher, por meio do casamento, conforme já
dissemos, foi ideia de Deus. Foi ele quem disse: Portanto, o homem deixará o
seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher (Gn 2:24). Não se apresse a ler este
texto. Medite: O que Deus criou, aqui em Gênesis? O casamento, isso mesmo!
Deus não criou o namoro. O namoro é o primeiro passo para o casamento. Se
Deus nunca tivesse instituído o casamento, o namoro também não existiria.
“Ah! Mais então quando duas pessoas começam a namorar, elas são
obrigadas a se casar?!”. Não, lógico que não. Quando duas pessoas co-
meçam a namorar, isso não significa, absolutamente, que irão se casar.
Muitas coisas podem acontecer, durante o relacionamento, inclusive, o
término dele. Entretanto, um namoro deve significar, pelo menos, que os
envolvidos pensam em se casar. O namoro deve visar ao casamento. O
conceito de “curtição” deve dar lugar ao conceito de “preparação”. Esse é
o propósito real do namoro. É claro que isso não significa que a pessoa
deva começar a namorar hoje e casar-se amanhã. Casamento é coisa sé-
ria. Todavia, deve, no mínimo, começar a pensar no assunto.
3. O objetivo cristão no namoro: Todo cristão tem um objetivo,
em sua caminhada: agradar a Deus. Sobre ele, Paulo disse aos irmãos
de Corinto: ... seja comendo, seja bebendo, seja fazendo qualquer outra
coisa, fazei tudo para a glória de Deus (I Co 10:31). Paulo está tratando
de um assunto complicado, neste capítulo, desta carta endereçada
aos crentes daquela cidade. Ele aproveita a ocasião para estabelecer
uma regra geral para a conduta dos cristãos e aplicá-la a este caso

42 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


particular.3 Ele ensina que o nosso alvo deve ser a glória de Deus,
sempre! Veja a ênfase que Paulo dá: ... tudo para a glória de Deus.
“Tudo” o que fizermos (e isso inclui o namoro), devemos antes per-
guntar “Deus será glorificado? Antes de participar desta atividade, po-
derei curvar a cabeça e pedir que o Senhor seja engrandecido por
meio daquilo que estou prestes a fazer?”.4 Como cristão, devo fazer
tudo para glória de Deus. Tenho uma responsabilidade. A questão en-
tão, não é encaixar minha vida espiritual com meu namoro, mas meu
namoro à minha vida espiritual. Muitos pensam que orar no namoro é
“caretice”; meditar na palavra então... Todavia, não se engane! Quem
não tem tempo para isso no namoro, não terá também no casamento.
Se Deus não é glorificado no namoro, não será também no casamento.
4. A sutil ameaça do namoro: Um namoro é um relacionamento
entre duas pessoas. Infelizmente, a maioria dos casais de namorados
leva isso muito a sério e esquece o resto do mundo. As outras pessoas
passam a ser meros coadjuvantes, no filme da vida dos dois, que só se
preocupam um com o outro. Não são raras as vezes em que um casal
começa a namorar e abandona seus amigos, ignora seus pais, deixa de
lado seus irmãos – os da igreja e os sanguíneos –, exige exclusividade
irrestrita. Muitos são os que “terminam seus namoros e encontram que-
brados os seus laços de amizade com os outros”.5 Isso é muito perigoso!
Na Bíblia, encontramos um princípio muito importante sobre a maneira
correta de mostrarmos amor uns pelos outros. Vejamos: Que o amor de
vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção (Fp
1:9). A palavra “conhecimento” aqui indica os princípios espirituais que
devem guiar os nossos relacionamentos uns com os outros. Apesar de o
texto se referir ao “amor fraternal”, entre os crentes em Jesus, os casais de
namorados não perderiam em nada se o aplicassem em seu relaciona-
mento. O amor não pode ser cego, conforme é encarado e declamado no
conhecimento popular; deve aumentar em conhecimento e percepção.
Por isso, quem namora deve amar de forma inteligente! Não se afaste dos
seus amigos, não ignore seus pais, não despreze seus irmãos.
5. O cuidado físico no namoro: O namoro deve ter limites físicos muito
bem estabelecidos. Pensemos num princípio bíblico relevante, neste sentido.
A Bíblia diz: A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se

3. Henry (2008:473).
4. Macdonald (2008:508).
5. Harris (2001:37).

www.portaliap.com | 43
da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira
santa e honrosa (I Ts 4:3-4 – NVI). Essa orientação do apóstolo Paulo é escrita
numa época em que o mundo greco-romano era um verdadeiro caos sem lei.
Parecia que a vergonha havia “sumido da terra”.6 A igreja surge dentro deste
contexto pervertido. Orientações sobre a vida sexual precisavam ser dadas.
Paulo mostra que o crente em Jesus deve saber controlar o seu corpo
em santidade e honra. Mais que isso: ele indica a maneira, através de uma
expressão interessante, no versículo 6: ... e que, nesta matéria, ninguém
ofenda nem defraude a seu irmão. Atente para a palavra “defraudar”. Ela
significa “despertar um sentimento ou desejo no outro que não pode ser
licitamente satisfeito”,7 ou “ultilizar como se fosse sua a propriedade de
outra pessoa”.8 É por isso mesmo que quem namora deve tomar cuidados
físicos redobrados. Evitar a todo custo provocar o desejo sexual no outro
através do contato físico exagerado ou por meio de roupas sensuais e etc.
Intimidade sexual, sem compromisso sério, é “defraudar”. O corpo do (a)
namorado (a) não pertence à namorada (o) enquanto eles não se casarem.
Lamentavelmente, neste aspecto (e em muitos outros), a mídia faz um
total desserviço. Vivemos numa época em que os “senhores” do merca-
do, os “poderosos” da mídia, querem nos convencer de que não pode-
mos viver sem sexo. Eles o apresentam semelhante a mais um item numa
prateleira de supermercado “a ser consumido”.9 Deste modo, dizer que
praticar o sexo fora dos laços do matrimônio é “defraudar” soa meio
“antiquado”. Mas não se esqueça: esse é o padrão de Deus. Ele é irrevo-
gável. Portanto, é necessário obedecer-lhe. Na sequência deste estudo,
continuando a nossa busca por princípios bíblicos que devem orientar o
namoro, veremos o que deve, de fato, acontecer neste relacionamento.

2. Leia II Co 6:14-15; o item 1 do comentário e diga: O que o crente


em Jesus precisa levar em conta, antes de escolher alguém para
iniciar um namoro?



6. Lopes (2008:85).
7. Lopes (2008:85).
8. Kemp (2005:52).
9. Amorese (2002:33).

44 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


3. Faça a leitura de Gn 2:18, I Co 10:31 e do item 2 do comentário e
diga: Qual é o real propósito do namoro? Fale também sobre algumas
maneiras de evidenciar o objetivo de todo cristão no namoro.



4. Qual a grave e sutil ameaça que os casais de namorados enfrentam?


Para não cair nesse erro, que princípio, apresentado em Fp 1:9,
deve e pode ser aplicado pelos casais de namorados em seu
relacionamento? Leia o item 4.



5. Após ler I Ts 4:3-4 e o item 5 do comentário, responda: O que


significa “defraudar”? Comente sobre a necessidade de limites
físicos no namoro.



III. VAMOS MUDAR!


1. Quem namora, precisa aperfeiçoar a capacidade de se relacionar.
Você já ouviu falar em “namoro virtual”? Pois é, a cada dia que passa,
cresce o número da lista de pessoas que se inscrevem em sites de relacio-
namentos, em busca de um “namoro” assim. Mas acontece que relaciona-
mentos “exigem muita dedicação e habilidade”.10 São poucos os que estão
interessados em desenvolvê-los com seriedade. O namoro virtual pode
até ser “bom” para o bolso, mas priva “casal” de uma das maiores oportu-
nidades oferecidas pelo namoro: a capacidade de aperfeiçoar os relacio-
namentos. É grande o número de pessoas que são relacionalmente um
desastre. Tanto no ambiente familiar como em outros locais, são inseguras,
afoitas ou até mesmo estouradas, explosivas. Quem não sabe se relacionar,

10. Cload (2002:19).

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só tem a perder. A Bíblia diz que duas pessoas juntas podem lucrar muito
mais do que uma sozinha (Ec 4:9 – BV). Pois bem, o namoro pode ser “um
período de grande crescimento e descoberta nesta área”.11

6. Após ler a primeira aplicação comente a frase: “Quem namora,


precisa aperfeiçoar a capacidade de se relacionar”.



2. Quem namora, precisa desenvolver a capacidade de se controlar.


O namoro tanto pode ser um tempo de muita bênção e alegria, quanto
pode ser um período triste, a fazer parte de um passado a ser esquecido
e enterrado. Tudo vai depender da forma com que é encarado. Quanto
o casal avança os limites estabelecidos por Deus, o risco do namoro se
tornar um tempo de frustração é muito grande. É preciso autocontrole.
Se quer agradar a Deus, quem namora, precisa desenvolver esta virtude.
O ato de protelar a relação sexual até o casamento serve para isso. É
pedagógico. Mostra que o “relacionamento e a verdadeira preocupação
com o outro são mais importantes que a satisfação pessoal e a expressão
sexual”.12 Quando esse princípio é levado a sério, o namoro se torna uma
ótima oportunidade para se exercitar o autocontrole ou domínio próprio,
uma das características do fruto do Espírito (Ef 5:23).

7. Após ler a segunda aplicação comente a frase: “Quem namora,
precisa desenvolver a capacidade de se controlar”.



3. Quem namora, precisa aumentar a capacidade de se comunicar.


Quanto tempo o casal de namorados passa conversando? Geralmen-
te, muito pouco. Isso é um sinal de alerta! Não adianta se iludir, se, no
namoro, não existe diálogo, no casamento não existirá também. Em Pro-
vérbios, o “controle da boca” é uma virtude desejável a ser perseguida,

11. Cload (2002:19).


12. Idem, p. 21.

46 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


pois o que controla a sua boca preserva a vida (13:3a). “Controlar a boca”
não é ficar sem falar, mas falar na hora certa: ... como é bom uma palavra
na hora certa! (Pv 15:23). Meditar no que responder: O coração do justo
medita sobre o que se deve responder (Pv 15:28). Todas essas práticas pre-
cisam ser exercitadas no namoro: Palavras suaves são como favos de mel,
doçura para alma e saúde para o corpo (Pv 16:24).

8. Após ler a terceira aplicação, comente a frase: “Quem namora,


precisa aumentar a capacidade de se comunicar”.



CONCLUSÃO: Você que está terminando de ler estas palavras, deve


saber o quanto o casamento é importante para Deus. Sabe que ele deve
ser uma união indissolúvel: ... o que Deus uniu não separe o homem (Mt
19:6b). Pois bem, o sucesso no casamento, depende, em muitos fatores,
do sucesso no namoro. Então, se você for pai ou mãe, oriente seus filhos
sobre o namoro segundo a vontade de Deus. Não tenha medo de falar!
E, se você for jovem, ou uma pessoa que está namorando ou pensando
em namorar, não adie: conduza seu relacionamento de acordo com os
princípios das Escrituras Sagradas. Vale a pena.

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6
6 FEV 2010
Sejam santos
na finança
Hinos sugeridos: BJ 315 – CC 296 / BJ 412 – MV 156

leitura diÁria objetivo

Dom., 31 de janeiro ..................... Sl 24:1; Lc 14:28 Levar o aluno da escola bí-


Seg., 1 ........................ de fevereiro: Pv 3:9; Ml 3:10 blica a compreender que o
cristão é santo na finança,
Terça, 2 .................................... Gn 3:19; Pv 16:8, 22:7
quando esta área de sua
Quarta, 3 .............................. Gn 41:46-53; Pv 21:20
vida está equilibrada, aben-
Quinta, 4 ...................................... Pv 6:1-6,8; I Pe 5:8
çoada por Deus e dirigida
Sexta, 5 ......................................................... Mt 6:20,24 por princípios bíblicos.
Sábado, 6 ........................................... Lc 12:15; Fp 2:4

TEXTO BÁSICO: Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre,


não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios
para a concluir? (Lc 14:28)

INTRODUÇÃO: Na lição anterior “Sejam santos no namoro”, apren-


demos que o propósito do namoro não é curtição, mas, sim, prepa-
ração para o casamento. Por isso, o namoro deve ser norteado por
valores cristãos, para ser puro diante de Deus. Na presente lição, fala-
remos sobre a finança e como ser santo nesta área da vida. É lamentá-
vel, mas, em nossos dias, há milhares de pessoas, entre elas, cristãos,
que sofrem por não saberem lidar com dinheiro. Isso é diferente para
quem é santo na finança. Mas o que é ser santo na finança? É tê-la
equilibrada, abençoada pelo Senhor e dirigida pelos princípios de sua
palavra. Este é o enfoque do estudo de hoje.

48 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


I. SAIU NA MÍDIA
As avaliações dos especialistas em crédito indicam que muitas das
pessoas que do Real para cá se endividaram além da conta tinham um
bom cadastro antes de se entusiasmar pelo crediário, mas não fizeram
uma avaliação correta do impacto das prestações sobre suas despesas
mensais. Ou seja, não souberam planejar os gastos e perderam a capaci-
dade de pagar a prestação do carro novo ou da TV de 34 polegadas. (...)
Quase 10% das pessoas que compraram a prazo atrasaram as prestações
por mais de 180 dias no primeiro semestre deste ano.
Não há pesquisas profundas sobre o perfil do brasileiro de classe mé-
dia que tem emprego, não enfrentou o fim de um casamento, doença
na família ou qualquer outra situação que justificasse gastos exagerados
e mesmo assim vive com o limite do cheque especial estourado. O que
existe é uma avaliação, com base na sensibilidade dos consultores em
finanças pessoais, das características desse grupo. São trabalhadores que
normalmente estão em fase de ascensão profissional (...). Como traba-
lham muito, não têm tempo para cuidar das próprias contas. Mantêm
um padrão de consumo elevado, possuem mais de um cartão de crédito
e nunca se preocupam em controlar o canhoto do talão de cheques (...).
Ao contrário do que pode parecer, dizem os especialistas em finanças
pessoais, a causa do descontrole financeiro são as pequenas despesas.
Os almoços fora de casa, as visitas semanais ao salão de beleza, a com-
pra de quinquilharias, o aluguel exagerado de fitas na locadora [DVD’s] e
outras despesas do gênero são os destinos mais freqüentes do dinheiro
que no final do mês acaba não sendo suficiente para o pagamento das
grandes prestações. (Quem jamais passou pela experiência de sair de
casa com uma nota de 50 reais na carteira e ao final do dia, sem um tos-
tão, não conseguir se lembrar onde foi parar o dinheiro?).

Fonte: GALLUPO, Ricardo; VERANO, Rachel. Faça as contas. Disponível em: Revista Veja On
line (http://veja.abril.com.br/090998/p_116.html) > Acessado em 05∕10∕2009.

1. De acordo com o texto em destaque, o que o descontrole financeiro


tem a ver com o consumo exagerado do que não é prioridade?



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II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?
O descontrole financeiro é desastroso! Seu triste resultado é a dívida.
Alguém já disse: “A pobreza é dura, mas a dívida é horrível”.1 Essa verda-
de pode ser percebida nos efeitos da dívida: afeta as relações interpesso-
ais, prejudica a produtividade no trabalho, traz ruína a muitos lares, causa
estresse, ansiedade, depressão e afeta a saúde física. Mas, o que é pior, o
relacionamento com Deus é diretamente prejudicado. Não é isso que o
Senhor quer para seus filhos! Tal situação pode ser evitada ou superada,
se forem observados os princípios bíblicos a seguir:
1. O princípio bíblico da mordomia: Se desejarmos ver nosso di-
nheiro e nossos bens santificados e abençoados, a primeira coisa a fazer
é reconhecer em Deus o verdadeiro dono de todas as coisas. Nada é
nosso! Do Senhor é a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que
nele habitam (Sl 24:1). Somos apenas os mordomos. Deus nos entregou
os seus recursos para que cuidemos deles. E, nossa incumbência é ad-
ministrá-los com sabedoria e dedicação, pois, um dia, vamos lhe prestar
contas de nossa administração. O desejo de Deus é que usemos o que
entregou, para o avanço de seu reino e ajuda aos necessitados.
Esse princípio é libertador! Quando o entendemos, nossa atitude dian-
te do dinheiro muda radicalmente e encontramos uma motivação mais
legítima para adquiri-lo.2 Sendo mordomos, devemos ser generosos em
ajudar os que precisam. Sendo mordomos, devemos ser fiéis a Deus.
Não devemos nos esquecer de devolver a parte que lhe cabe. Entregue-
mos os dízimos e as ofertas como expressão de gratidão. Ele promete
retribuir nossa liberalidade abrindo as comportas do céu e derramando
benções sem medidas (Ml 3:10). Creia nisso, meu irmão! Honre ao Senhor
com os seus bens e com as primícias de toda a sua renda (Pv 3:9), pois
esse é o primeiro passo para sermos santos na finança.
2. O princípio bíblico da gerência: Este é outro princípio importan-
tíssimo para quem deseja ver suas finanças controladas, com santidade
e com a benção de Deus. O princípio da mordomia é formidável, mas só
ele não basta. Devemos entregar os 10% de Deus, mas, também, precisa-
mos administrar bem os 90% restantes. É neste ponto que muitos falham.
Observe o que diz a palavra de Deus, em Lucas, capítulo 14, versículo 28:

1. Spurgeon apud. Tarrataca (2007:17).


2. Tarrataca (2007:77).

50 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e cal-
cula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? (NVI).
Eis aqui o princípio da gerência.
Podemos extrair desse versículo três ensinos sobre gerenciamento
das finanças. Primeiro: Planejar é preciso! Um planejamento pode ser em
curto, médio e em longo prazo; porém, sempre deve considerar o que
comprar, quanto custará, quando se comprará e de onde sairá o recurso
para pagar. Segundo: Orçar é essencial! O orçamento pessoal ou familiar
é eficaz para não se gastar mais do que se ganha. O ideal é anotar em
folha de papel todas as receitas e as despesas. Terceiro: Controlar é fun-
damental! É importante planejar e orçar, mas isso só surtirá efeito se for
acompanhado de controle rigoroso. Um descuido pode ser fatal!
3. O princípio bíblico da probidade: De acordo com dicionário3, “pro-
bidade” é retidão ou integridade de caráter, honestidade, honradez. Para
o cristão que deseja ser santo na finança, esse princípio é indispensável.
A Bíblia fornece excelentes conselhos sobre trato com dinheiro e, em boa
parte deles, temos Deus insistindo para que seus filhos ganhem o dinheiro
de maneira honesta e justa. Para começar, o cristão deve ter uma fonte de
renda lícita e, para isso, o trabalho é essencial. Com o suor do seu rosto você
comerá o pão (Gn 3:19 – NVI). Precisa também ter cuidado com a avareza,4
pois é melhor ter pouco com retidão do que muito com injustiça (Pv 16:8).
Quando o servo de Deus vive o princípio da probidade em sua vida
financeira, é honesto em seus negócios.5 Não passa cheque sem fundo;
não compra sem ter como pagar; procura manter seus compromissos fi-
nanceiros em dia, e luta para manter seu nome limpo na praça. Entretan-
to, esse princípio depende dos dois princípios anteriores, principalmente
aquele que diz respeito à boa administração do dinheiro. Há cristãos
que, por se descuidarem disso, acabam endividados e mergulhados em
situações que não convêm aos filhos de Deus.
4. O princípio bíblico da provisão: Por favor, preste atenção no que
está escrito no livro de Provérbios, capítulo 21, versículo 20: O homem
de bom senso economiza, e tem sempre bastante comida e dinheiro em
sua casa; o tolo gasta todo seu dinheiro assim que o recebe (BV). A pessoa
que deseja ser santa na finança deve ser prudente, prevenida e sábia.
Deve agir como fez José no Egito: poupar e armazenar no período das

3. Ferreira (1975:1149).
4. Blomberg (2009: 66).
5. Oliveira (2005:31).

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“vacas gordas”, para não faltar nos dias das “vacas magras” (Gn 41:46-
53). É muito importante ter uma reserva de dinheiro para negócios futu-
ros ou para ocasiões de emergências.
Na realidade, ninguém está livre de enfrentar uma situação difícil, por cau-
sa de um imprevisto, que fuja ao nosso controle e que exija despesas extras.
Por exemplo: a perda do emprego, um acidente, uma doença grave ou morte
de um ente querido. Muitos perdem o controle nas finanças nessas situações.
Precisamos aprender a lição da formiga! Ela armazena alimento no verão, e,
quando vem o inverno, ela está salva (Pv 6:8). Dizem os especialistas: “Poupar
é a primeira batalha. Investir corretamente, fazendo seu dinheiro crescer, é a
segunda. Usufruir os resultados obtidos é vencer guerra!”.6
5. O princípio bíblico do equilíbrio: Em todas as áreas da vida cristã,
o equilíbrio é indispensável. Não é diferente nas questões de finança. Para
vivenciar o princípio do equilíbrio, no uso de nosso dinheiro e dos bens
materiais, é preciso colocar em prática todos os princípios até aqui mencio-
nados. Mas também são fundamentais a prudência, o domínio próprio e a
sabedoria ao usar o dinheiro que Deus nos tem concedido. É uma questão
simples: “O segredo de prosperar é gastar menos do que se ganha. E pou-
par o que se economizou”.7 Todavia, isso não é algo fácil de praticar.
Para termos nossas contas equilibradas, precisamos ficar atentos ao pe-
rigo do consumismo, pois ele pode nos levar a gastar o dinheiro que ainda
não temos, em coisas que não necessitamos. Meu irmão, o apelo da mídia
tem sido cada vez mais forte para levar você e a sua família a consumir cada
vez mais. Por isso, você precisa ser sóbrio e vigilante (I Pe 5:8). Nunca com-
pre sob o impacto da propaganda. Cuidado com uso do cartão de crédito.
Ele é uma armadilha a começar pelo nome. Deveria se chamar “Cartão de
Dívida”.8 Se possível, não faça crediário. Evite dar cheque pré-datado. Fuja
do cheque especial. Cultive o equilíbrio na finança e tenha paz na vida.
Você já ouviu falar sobre a “Lei de Responsabilidade Fiscal”? Ela é um
código de conduta para os administradores públicos de nosso país. De-
fine como um governante deve cuidar dos recursos financeiros em seu
mandato, pagando as contas e só assumindo compromissos que possa
honrar. Essa lei encontra respaldo bíblico. Ela também se aplica a sua
vida! Você é responsável, diante de Deus, pelo dinheiro que ele lhe con-
cedeu. Portanto, medite em cada um dos princípios ensinados neste es-

6. Halfeld (2001:112).
7. Tarrataca (2007:118).
8. Kemp (2007:125).

52 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


tudo e peça ajuda a Deus para colocá-los em prática. Assim, você será
um mordomo (administrador) fiel em tudo que Deus lhe concedeu.

2. Após ler a introdução e o item 1 do comentário, responda: O que é


ser santo na finança? Explique o “princípio bíblico da mordomia”.
Baseie-se em Sl 24:1; Ml 3:10, e Pv 3:9.



3. Depois de ler o item 2 do comentário e Lc 14:28, responda: Como


devemos entender o “princípio bíblico da gerência”? De que
maneira ele nos ajuda a sermos santos na finança?



4. Com base em Gn 3:19; Pv 16:8 e no “princípio bíblico da probidade”,


responda: De que forma o cristão deve ganha o seu dinheiro? Como
ele deve gerir os seus negócios? Cite exemplos práticos.



5. A
 pós ler os itens 4 e 5; Pv 21:20, 6:8; I Pe 5:8, comente o
“princípio bíblico da provisão” e, depois, o “princípio bíblico
do equilíbrio”. O que eles têm a ver com prudência e sabedoria?
Cite exemplos práticos de cada um.



III – VAMOS MUDAR!


1. Quer ser santo na finança? Use o dinheiro e os bens com de-
sapego! Ouça Jesus: Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de
ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens

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(Lc 12:15 – BV). E mais: Não ajunteis tesouros na terra (...). Mas ajuntai
tesouros no céu (Mt 6:20). Todo cristão precisa viver na perspectiva da
eternidade. Por isso, você deve ter cuidado com o apego ao dinheiro e
coisas materiais. Saiba: “O dinheiro não é um elemento neutro”.9 Não é
inofensivo. Ele atrai, seduz e fascina. Pode tornar-se um deus em sua vida
(Mt 6:24). Saiba que o melhor remédio contra o apego e a ganância é a
generosidade. Não viva só para você (Fp 2:4). Ajude o necessitado! Honre
a Deus com seus bens e ajunte tesouro no céu.

6. Leia a primeira aplicação e explique: Por que quem deseja ser santo
na finança precisa ser desapegado das coisas materiais?



2. Quer ser santo na finança? Use o dinheiro e os bens com sabe-


doria! Se você deseja ser santo e bem sucedido nesta área de sua vida,
é imprescindível ter “sabedoria financeira”, isto é, saber gerir o dinheiro
e os bens de forma que venha beneficiar você, sua família, os necessita-
dos e, principalmente, o reino de Deus. O cristão precisa ser sábio para
ganhar, gastar, doar, poupar e investir o dinheiro. Onde se encontra essa
sabedoria? Existem muitas fontes de conhecimento para a vida financei-
ra. Uma, no entanto, é superior: a Bíblia Sagrada. Conheça e aplique, em
sua vida, os princípios contidos nela e seja bem sucedido, pois aquele
que encontra sabedoria e descobre a verdade é um homem feliz! (Pv 3:13).

7. Leia a segunda aplicação; Pv 3:13, e responda: Por que quem deseja


ser santo na finança deve usar o dinheiro e os bens com sabedoria?



3. Quer ser santo na finança? Use o dinheiro e os bens com liber-


dade! Observe o que diz o apóstolo Paulo: A ninguém fiqueis devendo
coisa alguma (Rm 13:8a). Com essas palavras, ele não está proibindo o

9. Kivitz (2009:101).

54 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


cristão de contrair dívidas. Contudo, a ideia desse texto é que devemos
evitar dívidas a todo custo e, se contrairmos alguma, devemos quitá-la o
mais rápido possível10 (cf. Pv 6:1-6). Sabe por quê? A dívida é escravizan-
te! Diz-nos a Bíblia: O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado
é escravo de quem empresta (Pv 22:7). Se você não tem dívidas, continue
assim. Mantenha a distância! Não se torne escravo delas. Mas se você as
tem, decida, hoje mesmo, livrar-se delas. De que maneira? Ore, faça uma
lista de suas dívidas e elabore cronograma para pagá-las. Negocie-as.
Não desista, até ficar livre delas.

8. Leia a terceira aplicação; Rm 13:8; Pv 22:7, e comente a afirmação:


“A dívida é escravizante”. Como podemos nos livrar das dívidas?



CONCLUSÃO: A Bíblia é generosa em passagens que tratam sobre di-


nheiro. Em toda Bíblia, há mais de 2.000 versículos sobre finanças11. Por
que tanta informação sobre dinheiro? Deus quer ensinar a lidar com ele.
Por que a maneira como o encaramos revela nossa motivação, nosso ca-
ráter e mostra o que é, de fato, importante para nós. Aprendemos, hoje,
princípios bíblicos fundamentais para sermos santos nesta melindrosa
área de nossa vida. Que o Senhor Deus nos ajude a colocá-los em prática,
para que tenhamos as finanças equilibradas e abençoadas por ele. Amém!

10. Blomberg (2009: 201).


11.Tarrataca (2007:74).

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7
13 FEV 2010
Sejam santos
na amizade
Hinos sugeridos: BJ 108 – CC 380 / BJ 207 – CC 81

leitura diÁria objetivo

Dom., 7 de fev .......................................... Sl 1:1-2 Levar o aluno da escola bí-


Segunda, 8 ..................... I Sm 18:3; Mt 7:26-27 blica a compreender que o
cristão é santo na finança,
Terça, 9 ......................................................... I Sm 20
quando esta área de sua
Quarta, 10 ...................... Sl 41:9; Pv 18:24, 19:4
vida está equilibrada, aben-
Quinta, 11 ....................................................... Jo 15
çoada por Deus e dirigida
Sexta, 12 .................... Pv 27:6; Rm 12:15, 14:19 por princípios bíblicos.
Sábado, 13 .................................. Rm 15:1; Cl 3:9

TEXTO BÁSICO: Bem aventurado o homem que não anda no conselho


dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na
roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua
lei medita de dia e de noite. (Sl 1:1-2)

INTRODUÇÃO: Sem dúvida, a santificação pessoal envolve a área


financeira. Na lição anterior, “Sejam santos na finança”, estudamos
sobre a importância de agirmos com sabedoria em relação ao nosso
dinheiro. Muitos, infelizmente, têm tropeçado nesta área e, por conta
disso, causado muitos transtornos a si próprios e aos outros. Na lição
de hoje, porém, estudaremos sobre a amizade. Assim como em nossas
finanças, deve haver santificação também em nossas amizades. De
que modo estamos lidando com nossas relações de amizade? Que
tipo de amizade está sendo preservada por nós? Quais os benefícios
advindos de tal relacionamento?

56 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


I - SAIU NA MÍDIA
As redes sociais na internet congregam 29 milhões de brasileiros por
mês. Nada menos que oito em cada dez pessoas conectadas no Brasil
têm o seu perfil estampado em algum site de relacionamentos. (...) Os
brasileiros já dominam o Orkut e, agora, avançam sobre o Twitter e o
Facebook. A audiência do primeiro quintuplicou neste ano e a do se-
gundo dobrou. Juntos, esses dois sites foram visitados por 6 milhões de
usuários em maio, um quarto da audiência do Orkut. Para cada quatro
minutos na rede, os brasileiros dedicam um a atualizar seu perfil e bisbi-
lhotar o dos amigos, segundo dados do Ibope Nielsen Online.
Em nenhum outro país existe um entusiasmo tão grande pelas amiza-
des virtuais. Qual é o impacto de tais sites na maneira como as pessoas
se relacionam? Eles, de fato, diminuem a solidão? Recentemente, soció-
logos, psicólogos e antropólogos passaram a buscar uma resposta para
essas perguntas. Eles concluíram que essa comunicação não consegue
suprir as necessidades afetivas mais profundas dos indivíduos. A inter-
net tornou-se um vasto ponto de encontro de contatos superficiais. É o
oposto do que, segundo escreveu o filósofo grego Aristóteles (384-322
a.C.), de fato aproxima os amigos: “Eles precisam de tempo e de inti-
midade; como diz o ditado, não podem se conhecer sem que tenham
comido juntos a quantidade necessária de sal”.
Por definição, uma rede social on-line é uma página na rede em que se
pode publicar um perfil público de si mesmo – com fotos e dados pes-
soais – e montar uma lista de amigos que também integram o mesmo
site. Como em uma praça, um clube ou um bar, esse é o espaço no qual
as pessoas trocam informações sobre as novidades cotidianas de sua
vida, mostram as fotos dos filhos, comentam os vídeos caseiros uns dos
outros, compartilham suas músicas preferidas e até descobrem novas
oportunidades de trabalho. Tudo como as relações sociais devem ser,
mas com uma grande diferença: a ausência quase total de contato pes-
soal. É como se os participantes dessas páginas na internet estivessem
sempre rodeados de pessoas, mas não pudessem contar com nenhuma
delas para uma relação mais próxima.

Fonte: SCHELP, Diogo. Nos laços (fracos) da internet. Disponível em: Veja On line (http://veja.
abril.com.br/080709/nos-lacos-fracos-internet-p-94.shtml) > Acessado em 28\09\2009

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1. De acordo com o texto em destaque, a que conclusão
chegaram sociólogos, psicólogos e antropólogos a respeito dos
relacionamentos virtuais?



II - E A BÍBLIA, O QUE DIZ?


Quando falamos de seres humanos, inevitavelmente, estamos nos re-
ferindo a seres sociais que possuem, em sua essência, a necessidade de
se relacionar com outros indivíduos da sua espécie. A amizade faz parte
da nossa vida. Querendo ou não, todas as pessoas, sendo elas “boas” ou
“más” têm uma relação de amizade com alguém. O escritor Ricardo B.
de Sousa, define amizade da seguinte maneira: “A amizade é a alegria de
dar e receber, de amar e sofrer, de confiar e entregar sem reservas. É es-
tar com o outro, mesmo quando não podemos nem aumentar a alegria,
nem diminuir a tristeza”.1 As pessoas precisam de amizades saudáveis!
Analisemos cinco características de uma amizade saudável.
1. O alicerce da amizade saudável: O texto básico desta lição bíblica ex-
pressa a sabedoria de quem, na prática, entende de amizade. Davi experimen-
tou os “dois lados da moeda”: a frustração e a felicidade na amizade. Entre
erros e acertos, ele aprendeu que é impossível conservar relacionamentos
saudáveis, se, neles, Deus não estiver presente. Davi encontrou em Jônatas
(filho de Saul), o refúgio de uma amizade verdadeira. A amizade de ambos era
santa e envolvia amor verdadeiro: Então Jônatas fez um pacto com Davi, por-
que o amava como à sua própria vida (I Sm 18:3 – grifo nosso). Davi podia
contar com a amizade de Deus, mas também podia contar com a de Jônatas.
Deus é o alicerce da amizade. Se a amizade não estiver alicerçada nele,
será abalada, à semelhança de uma casa construída na areia, a qual facil-
mente pode ser derrubada pela chuva (Mt 7:26-27). A amizade de Davi
e Jônatas perdurou por toda a vida porque ambos permitiram o agir de
Deus em seu relacionamento: E disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz, por-
quanto nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor
seja entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua descendência
perpetuamente (I Sm 20:42 – grifo nosso). A amizade fundamentada em

1. Sousa (2008:55).

58 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


Deus será “maior que as circunstâncias, maior que os riscos que o pecado
humano naturalmente cria nas amizades”.2
2. A escolha da amizade saudável: Embora tenha vivido uma incrível
e positiva experiência de amizade ao lado de Jônatas, Davi havia experi-
mentado a dor de uma amizade frustrada e machucada pela inveja e pela
traição ao lado de Saul: Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto
confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar (Sl
41:9). Devemos concordar que ele havia errado na escolha da amizade. Davi
via em Saul o seu melhor amigo, porém, Saul via em Davi o seu maior rival.
Verdade é que, à semelhança de Saul, nem todas as pessoas são confiáveis.
Nem todas as pessoas estão dispostas a aprofundar uma eterna amizade.
Infelizmente, nem toda amizade produz edificação; nem toda amiza-
de produz santidade; nem toda amizade produz frutos espirituais; nem
toda amizade é saudável. O salmista nos faz um apelo urgente e honesto
quanto à escolha das nossas amizades: Bem aventurado o homem que
não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecado-
res, nem se assenta na roda dos escarnecedores (Sl 1:1). Devemos ter cui-
dado ao escolher aqueles que ouvirão os nossos segredos mais ocultos.
Precisamos de pessoas em nossas vidas que sejam honestas conosco,
nos digam quando estamos errados e se precisamos mudar.3
3. A cumplicidade da amizade saudável: ... mas há um amigo que é
mais chegado do que um irmão (Pv 18:24b). Além de confiança, sinceridade
e honestidade, a amizade saudável também envolve cumplicidade. Como
seres humanos que somos, temos problemas, ansiedades, dúvidas e segre-
dos, que não costumamos manifestar com facilidade às pessoas, mesmo
que estas sejam membros da nossa família ou da nossa igreja. Quando te-
mos um amigo, porém, nos sentimos à vontade para “desabafar”, visto que
há uma sincera cumplicidade. A verdadeira amizade “proporciona o dobro
da alegria e divide a tristeza pelo meio”.4 Ela alivia a nossa dor.
Cristo é o principal exemplo de cumplicidade na amizade: Já não vos
chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas cha-
mei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer
(Jo 15:15). Jesus, no sermão de despedida, disse que não chamaria mais
seus discípulos de servos, mas de amigos. A razão é muito simples: não
haveria mais segredos entre eles; tudo que ele e o Pai compartilhavam,

2. Idem, p. 56.
3. Cloud (1995:169).
4. Parrott (1998:77).

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agora seus amigos também compartilhariam.5 Amizade sem cumplicida-
de é como uma “comida sem sabor” ou um “perfume sem cheiro”. Por-
tanto, “amigos saudáveis” cumprem o mandamento: ... alegrai-vos com
os que se alegram; chorai com os que choram (Rm 12:15).
4. A durabilidade da amizade saudável: Foquemo-nos, novamente,
na amizade de Davi e Jônatas: E disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz, por-
quanto nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor
seja entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua descendência
perpetuamente (I Sm 20:42 – grifo nosso). Esta amizade não era como um
belo sol de verão que acaba no inverno. Pelo contrário, era uma amizade
perpétua. Não era descartável, mas durável. Há os “amigos de estrada” e
os “amigos do peito”. Qual a diferença entre eles? Aqueles criam vínculos
de amizade transitória, que logo passa; estes, porém, criam vínculos que
permanecem por toda a vida. Estes são simplesmente inesquecíveis.
Durante toda a nossa vida conhecemos e fazemos amizades com pessoas
na escola, no trabalho, na igreja, etc. Porém, o tempo passa e muitas dessas
pessoas são automaticamente “deletadas” da nossa mente. Temos amizades
que terminam naturalmente, não por causa de alguma decepção ou falta de
interesse, mas simplesmente porque a estrada termina.6 Por outro lado, somos
capazes de construir amizades duradouras, que subsistem em meio às mais
adversas circunstâncias. Davi enfrentou a fúria de Saul; porém, tal fato não foi
suficiente para destruir a amizade que ele havia conquistado de Jônatas.
5. A lealdade da amizade saudável: Infelizmente, não seria incoerente
afirmar que faltam amigos leais na praça. Há muitos que se dizem “ami-
gos”; porém, só mantém a amizade enquanto esta estiver beneficiando os
seus interesses pessoais, mesmo que estes possam prejudicar ao outro. É
esta situação que o escritor de Provérbios 19:4 denuncia: As riquezas gran-
jeiam muitos amigos; mas do pobre o seu próprio amigo se separa. Quem
é leal não falta com sinceridade, pois faz da honestidade o pivô dos seus
relacionamentos pessoais. O amigo leal está com o outro “para o que der
e vier”. O amigo leal não põe em risco a amizade pela prática da traição.
Qual é o “tipo certo” de amigo? Quando um amigo é “bom”? Todo
mundo sabe que ser amigo somente nas boas horas não é desejável. A
pessoa fica ao nosso lado nos dias ensolarados, mas desaparece quando
o tempo fecha.7 Se você é uma das raras pessoas do mundo que têm ami-

5. Sousa (2008:58).
6. Parrott (1998:79).
7. Parrott (1998:77).

60 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


gos leais, faça de tudo para preservá-los. Não os despreze, mas conside-
re-os dignos de seu amor e atenção, pois é justamente dessa maneira que
eles lhe consideram. Não há amizade saudável sem lealdade! É impossível
haver durabilidade e cumplicidade na amizade, se esta não estiver ampa-
rada pelo sentimento e princípio da lealdade. O nosso fiel amigo de todas
as horas foi leal para conosco, a ponto de doar a própria vida (Jo 15:13).
Há muitas pessoas decepcionadas e frustradas, em razão de terem vivi-
do uma amizade conturbada por fatores negativos, como traição, desleal-
dade, mentiras, etc. A palavra de Deus é uma rica fonte de conhecimento
na qual devemos buscar as soluções para os nossos problemas relacio-
nais. Quando olhamos para a Bíblia com fidelidade, temos a capacidade
de produzir amizades saudáveis. Quando, porém, não tomamos tal atitu-
de, estamos sujeitos a escolher de modo negativo as nossas amizades. Se
uma amizade não tem princípios, como honestidade, confiança, lealdade,
amor, bondade, etc., devemos evitá-la, pois está fora dos padrões divinos.

2. Leia I Sm 20:42; Sl 41:9; o primeiro e o segundo itens do comentário
anterior, e comente com a classe sobre a importância do alicerce e
da escolha na amizade.



3. Leia Pv 18:24b; Jo 15:15; o terceiro item do comentário anterior, e


responda: Por que a cumplicidade na amizade é necessária?



4. Após ler I Sm 20:42 (última parte) e o quarto item do comentário


anterior, responda: Por que a amizade de Jônatas e Davi era
duradoura? Qual o segredo para a durabilidade da amizade?



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5. Leia o quinto item do comentário anterior e responda: Quais as
características de uma amizade marcada pela lealdade?



III - VAMOS MUDAR!


1. A amizade será santa, quando nela houver sinceridade.
Fiéis são as feridas dum amigo; mas os beijos dum inimigo são enga-
nosos (Pv 27:6). Em uma amizade santa e saudável, sempre haverá um
intenso interesse mútuo de crescimento espiritual e pessoal. Tal cresci-
mento se faz pelo uso respeitoso da sinceridade. O mandamento bíblico
é muito claro em relação ao uso desse princípio: ... não mintais uns aos
outros, pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos (Cl 3:9
– grifo nosso). Diante disso, reflita: A sua amizade tem sido marcada pela
verdade ou saturada pela mentira? Importe-se em mostrar aquilo que é
correto para o seu amigo. Seja sincero! Busque uma amizade santa!

6. Leia Pv 27:6; a primeira aplicação, e responda: Por que a sinceridade


é necessária para se viver uma amizade santa?



2. A amizade será santa, quando nela houver compreensão.


Ora nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos,
e não agradar a nós mesmos (Rm 15:1). Muitos estão à procura de uma
amizade e amigos perfeitos. Porém, não há relacionamento perfeito, mui-
to menos, pessoas perfeitas. Nós mesmos não somos perfeitos (I Jo 1:8).
Portanto, é possível haver atrito nos relacionamentos, por mais saudáveis
que eles sejam. É aí que entra em cena uma arma poderosa chamada per-
dão. Quando se perdoa, se compreende. Nem todo erro que cometemos
ou que se comete contra nós, é proposital. Tome cuidado para não fazer
julgamentos precipitados. Tente compreender o seu amigo.

62 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


7. Leia Rm 15:1 e a segunda aplicação e fale sobre a importância da
compreensão para se viver uma amizade santa.



3. A amizade será santa, quando nela houver edificação.


Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contri-
buem para a edificação mútua (Rm 14:19). Amizades que afetam negati-
vamente o nosso modo de pensar, de falar e de agir, certamente, não são
saudáveis. Querendo ou não, nossas amizades podem nos influenciar
facilmente de modo positivo ou negativo. Por isso, cresce ainda mais a
nossa responsabilidade em escolher amizades edificadoras que nos le-
vem a praticar e pensar em tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto,
tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de
boa fama (Fp 4:8). Amizades assim, devemos preservar.

8. Leia Fp 4:8 e a terceira aplicação e responda: Por que a edificação é


imprescindível para se viver uma amizade santa?



CONCLUSÃO: Hoje, pudemos analisar as características de uma ami-


zade saudável. Se você possui amizades em que Deus é o alicerce, se as
pessoas que você escolheu para se relacionar amigavelmente são confi-
áveis, se há cumplicidade entre vocês, se tal relacionamento é durável e
é desenvolvido com lealdade, então você está no caminho certo. Porém,
se este não for o seu caso, ainda há tempo para se construir amizades
saudáveis. Lembre-se que estamos buscando desenvolver a nossa san-
tificação pessoal; por isso, não podemos deixar de buscá-la em nossos
relacionamentos, por meio da sinceridade, da compreensão e da edifica-
ção. Seja santo na amizade!

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8
20 FEV 2010
Sejam santos
no trabalho
Hinos sugeridos: BJ 01 – SH 480 / BJ 10 – CC 422

leitura diÁria objetivo

Dom., 14 de fev................ Gn 2:15, 3:17-19; I Ts 4 Mostrar ao estudante da


Segunda, 15 .............................. Ef 4:28; II Ts 3:7-12 Bíblia Sagrada que, para
que aja santidade do tra-
Terça, 16 .................................... Sl 128; Ec 2:24, 3:13
balho, este deve ser feito
Quarta, 17 ........................................ I Co 4:12, 15:10
com franqueza, prontidão
Quinta, 18 ............................................. Pv 10:4, 14:23
e satisfação.
Sexta, 19 ............................................................. Ef 6:5-9
Sábado, 20 ...................................... Mt 6:25; Fp 2:14

TEXTO BÁSICO: Procurai (...) trabalhar com as próprias mãos, como já


vo-lo temos mandado, para que andeis honestamente para com os que
estão de fora, e não necessitais de coisa alguma. (I Ts 4:11-12)

INTRODUÇÃO: Todos nós precisamos de amizades saudáveis! Foi isso


que aprendemos na lição da semana passada, que tratou do alicerce,
da escolha, da cumplicidade, da durabilidade e da lealdade da amizade
saudável. Hoje, continuando a nossa série de lições sobre santificação
pessoal, estudaremos sobre a santidade no trabalho. Deus se importa
com a maneira que nos comportamos em nosso ambiente de trabalho.
Entre os que estudam esta lição, talvez tenhamos advogados, médicos
(a), pintores (a), empresários (a), políticos, aposentados (a), pastores, me-
cânicos, secretários, donas de casa, etc. A Bíblia tem muito a nos dizer
sobre a maneira correta de ganharmos o nosso pão.

64 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


I. SAIU NA MÍDIA
Tão ligado está o trabalho à definição de nossa identidade que, quan-
do somos apresentados a uma pessoa, a pergunta mais imediata que
fazemos não é de onde ela vem ou quem é sua família, mas o que ela
faz. Se o trabalho assumiu essa importância tão central em nossa vida,
é natural que não nos contentemos apenas com o que ele nos traz. Nós
sempre soubemos que o trabalho é a ação de transformar algo: matéria-
prima em objetos, tarefas em serviços. Hoje nos preocupamos também
com o que ele faz de nós, como ele nos transforma. (...)
[Todavia] Em um momento de crise econômica mundial, esse tipo
de preocupação tende a ser relegado a segundo plano. Uma pesqui-
sa da consultoria Nielsen, realizada na semana passada, revela que a
principal preocupação dos profissionais brasileiros é a manutenção
do emprego. Para 22% dos pesquisados, essa é a questão primordial,
e o total de preocupados com a estabilidade chega a 33%. Se acres-
centarmos os preocupados em pagar dívidas (um quarto dos pesqui-
sados) e os preocupados em sustentar a família (um quinto), a conclu-
são é que as questões pragmáticas dominam o mundo do trabalho.
Não é de espantar: como lembra o bem-humorado ditado, se tra-
balhar fosse bom, não precisaríamos ser pagos. Essa visão tem uma
forte herança histórica. Os antigos romanos designavam as profis-
sões como “sórdidas artes”. Os gregos antigos, cuja cultura forne-
ceu a base da civilização ocidental, menosprezavam o trabalho. (...)
[Agora] Para grande parte das pessoas, o trabalho traz satisfação
em si. Não é, provavelmente, o único motivo para trabalhar. Talvez
nem o principal. Mas é um motivo forte. (...) Do ponto de vista do
cidadão, a equação de trabalhar sem prazer para viver livremente
nos períodos de folga é dura demais, se considerarmos que passa-
mos mais de 60% do dia envolvidos com o trabalho. E, como não há
notícia de um ser humano que tenha conseguido desligar o cérebro
durante suas tarefas, somos também nós mesmos durante o labor. É
impossível que ele não nos forme, de algum modo.

Fonte: COHEN, David; CID,Thiago; MARIANO, Nádia; PEREIRA, Rafael. Dá para ser feliz no
trabalho? Disponível em: Revista ÉPOCA On line (http://revistaepoca.globo.com) > Acessado
em 16/10/2009.

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1. Segundo o autor do texto em destaque, qual a importância do
trabalho para o ser humano e de que forma tem sido encarado pelos
profissionais brasileiros?



II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?


Você conhece alguém que crê que a sua fé e o seu compromisso com
Cristo não têm nada a ver com o seu trabalho diário, que chama o tra-
balho secular de “mal necessário” e pensa que só o serviço na igreja é
santo? Hoje em dia, não é difícil encontrarmos pessoas assim. Entretanto,
isso não deveria acontecer. Afinal, a maioria de nós passa a maior parte
do tempo no ambiente de trabalho. Será que Deus não se importa com o
modo com que nos comportamos ali? Será que ele não se importa com
o nosso trabalho? É certo que sim! Por isso, nesta lição, iremos checar
alguns textos bíblicos que tratam desse assunto na intenção de descobrir
a visão bíblica correta a respeito do trabalho.
1. O imperativo bíblico do trabalho: Para que fique bem claro, desde
o início, quando nos referimos a trabalho, estamos enfatizando toda ati-
vidade deliberada, envolvendo energia mental, emocional ou física, ou as
três, seja ela remunerada ou não.1 A Bíblia apresenta uma visão positiva
a respeito do trabalho. Está carregada de textos que mostram a necessi-
dade de trabalhar. Vamos checar alguns. Comecemos com o texto básico,
que diz: Procurai (...) trabalhar (...), como já vo-lo temos mandado (I Ts
4:11a – grifo nosso). Mas por que Paulo disse isso? Ao que parece, alguns
membros da igreja de Tessalônica, por acreditarem que a vinda de Cristo
estava bem próxima, estavam vivendo na inatividade, largando seus pos-
tos de trabalho, e, por isso, precisaram ser exortados a trabalhar.2
O fato de sermos filhos de Deus e aguardarmos a vinda do Senhor não
é desculpa para não trabalharmos. Não é só neste texto que o trabalho
é ordenado. Em outras ocasiões, Paulo disse: Aquele que roubava, não
roube mais; pelo contrário, trabalhe (Ef 4:28); ... vos ordenamos que se al-
guém não quer trabalhar, também não coma (II Ts 3:10). A Bíblia sagrada

1. Steves (2005:94).
2. Marshall (1984:143).

66 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


condena a preguiça e rejeita a ociosidade! Todo crente em Jesus precisa
considerar essa ordem bíblica para viver a fim de agradar a Deus (I Ts 4:1,
cf. Sl 128:2; Ec 3:13; I Co 4:12, 15:10; II Ts 3:12).
2. O esforço diligente no trabalho: Vamos continuar lendo o texto
de I Tessalonicenses. Nós já vimos que Paulo ordenou que os irmãos
trabalhassem: Esforcem-se para (...) trabalhar, ele disse. Agora veja a con-
tinuação da frase: ...com as próprias mãos... (I Ts 4:11b). O que a expressão
“com as próprias mãos” nos ensina? Diligência individual para conseguir
o seu próprio sustento! Essa ordem do apóstolo “vale para nós também.
O cristianismo não nos libera do trabalho e do dever do nosso próprio
chamado, mas nos ensina a sermos diligentes nisso”.3 O Salmo 128, nesta
mesma linha diz: Do trabalho de tua mão comerás (v. 2).
Conforme já destacamos, em vista da vinda do Senhor, os crentes em
Jesus de Tessalônica estavam abandonando suas ocupações. Mas, de que
maneira eles estavam comendo, então? A resposta é simples. Estavam se
aproveitando da boa vontade dos outros, comendo de graça a comida (cf.
II Ts 3:7-12). Por isso, a orientação de Paulo: Esforcem-se para ganhar o
próprio sustento com as próprias mãos! O escritor de Provérbios também
incentiva o trabalho diligente: O que trabalha com indolência empobre-
ce, mas a mão do diligente enriquece (10:4); em outra parte, ele diz que
em todo o trabalho há proveito; meras palavras, porém, levam à penúria
(14:23). O trabalho é um imperativo e deve ser feito com diligência.
3. O valor oferecido ao trabalho: Pensemos mais um pouco na ex-
pressão: trabalhando com as próprias mãos. Com essa simples frase, Paulo
oferece muito valor ao trabalho. Por quê? Por detrás desse mandamento,
talvez, Paulo também esteja combatendo a atitude grega que despre-
zava o trabalho manual. No mundo grego antigo, o trabalho era visto
como uma maldição, um mal absoluto, e ficar sem trabalho era um fato
singularmente apreciado.4 É possível supor que existiam alguns crentes
tessalonicenses gregos com essa mentalidade. Quando Paulo os ordena a
que trabalhem com as próprias mãos, ele está indo de encontro com essa
mentalidade grega da época. O apóstolo rejeitava essa ideia, tanto no seu
próprio modo de vida (I Co 4:12) quanto no seu ensino (Ef 4:28).5
Dificilmente conseguiremos ser santos no trabalho, se o encararmos
como uma maldição. Há quem pense isso. Porém, este não é o ensino da

3. Henry (2008:662).
4. Stevens (2005:97).
5. Marshall (1984:143).

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Bíblia. Adão já trabalhava, antes da queda (Gn 2:15). O que a Bíblia ensina,
em Gênesis, é que Deus amaldiçoou a “terra”, e não o trabalho (Gn 3:17).
Neste sentido, o trabalho pré-queda era totalmente prazeroso, porque a
terra não estava sob maldição. Agora, por causa da maldição da terra, o
trabalho pós-queda tornou-se algo, por vezes, fatigante e desanimador.
Contudo, repetimos: o trabalho, em si, não foi amaldiçoado, mas a terra.
O trabalho é uma benção e não maldição; dignifica o homem! Não é um
“mal necessário”, mas um presente de Deus (Ec 3:13 cf. 2:24).
4. O proceder correto no trabalho: Até agora, vimos o imperativo
do trabalho, a diligência no trabalho e o valor do trabalho. Vejamos o
que diz a continuação do versículo: ... afim de que andeis com dignidade
diante dos que são de fora (I Ts 4:12a). Veja com quem Paulo está preo-
cupado aqui: “os de fora”. Este termo se refere aos não cristãos. O cristão
não tem compromisso somente com aqueles que fazem parte da igreja,
mas, também, precisa dar testemunho aos de fora. A santificação pessoal
precisa ser evidenciada para além das quatro paredes da igreja. Isso não
estava acontecendo na igreja de Tessalônica.
Como haviam abandonado seus trabalhos, os irmãos de Tessalônica
não estavam pagando as suas contas e dependiam dos outros crentes
para sobreviver.6 Um péssimo testemunho! Lamentavelmente, ainda
hoje, existe muita gente vivendo das cestas básicas da igreja, do estado,
da prefeitura. Não estamos dizendo que é errado recorrer à ajuda desses
órgãos, mas o problema é que existem pessoas nessa condição há tanto
tempo que se acomodaram e já nem se esforçam mais para ganhar seu
próprio sustento. Isso é um desserviço ao evangelho. A Bíblia nos orienta
a nos portarmos com sabedoria para com os de fora (Cl 4:5). Você tem
se portado de modo digno do evangelho? Trabalhe e desenvolva a sua
santificação pessoal em seu ambiente de trabalho, para viver de modo
digno aos olhos dos que estão de fora.
5. O alvo bíblico do trabalho: Aqueles que desejam agradar a Deus
com o seu trabalho precisam entender qual é a finalidade deste. Ao
concluir a sua exortação, Paulo diz aos cristãos que deveriam trabalhar
para dar bom testemunho aos que estão de fora e para que não neces-
sitassem de coisa alguma (I Ts 4:12b). Eles não deveriam ser parasitas
da sociedade. Precisavam trabalhar para adquirir o próprio sustento.
Esta é, em parte, a razão ou a finalidade do trabalho. Em outra ocasião,

6. Lopes (2008:98).

68 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


mas também escrevendo aos tessalonicenses, Paulo diz: ...ordenamos e
exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando em paz, con-
sigam o próprio pão (II Ts 3:12).
Desde Gênesis a ordem ao ser humano é: ... do suor do teu rosto come-
rás o teu pão (Gn 3:19). A vida depende do trabalho, em muitos sentidos.
Quando Jesus disse: Não fiqueis ansiosos quanto à vossa vida, com o que
comereis, ou com o que bebereis (Mt 6:25), não estava estimulando seus
ouvintes à preguiça, nem ordenando a que não procurassem emprego,
afinal, se alguém não quer trabalhar também não coma, diz a Bíblia (II Ts
3:10). O trabalho serve para o trabalhador adquirir o seu sustento. E não
só para isso. Em Efésios, também somos ensinados a trabalhar para ter-
mos o que repartir com quem está passando necessidade (Ef 4:28).
De acordo com o texto de Efésios, ser santo no trabalho envolve
muito mais que diligência para conseguir o próprio pão. Além de as
mãos estarem sempre prontas a desenvolver o trabalho, o coração deve
estar sempre pronto a exercitar a compaixão. Prontidão para ajudar os
necessitados é uma virtude cristã que deve ser cultivada! Não são pou-
cos os que usam o resultado do seu trabalho para o mau, de maneira
egoísta. Sejamos diferentes! Usemos para o bem o resultado do traba-
lho das nossas mãos. Precisamos ser santos no trabalho. Na próxima
parte, veremos três maneiras corretas de o cristão se comportar em seu
ambiente de trabalho para glorificar a Deus.

2. Faça a leitura de I Ts 4:11; II Ts 3:10 e do item 1 do comentário


anterior e comente sobre o que a Bíblia diz a respeito da
necessidade de trabalhar.



3. O que a expressão trabalhando com as próprias mãos (I Ts 4:11b)


nos ensina sobre a diligência e o valor do trabalho. Recorra aos itens
2 e 3 do comentário anterior.



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4. L
 eia I Ts 4:12; Cl 4:5 e responda: O que esses textos nos ensinam
sobre o nosso procedimento para com os de fora? Neste sentido,
qual tem sido seu proceder em seu ambiente de trabalho?
Recorra ao item 4 do comentário.



5. A
 pós ler II Ts 3:12; Sl 128:2; Ef 4:28 e o item 5 do comentário
anterior, comente com a classe o que a Bíblia diz sobre o alvo ou a
finalidade do trabalho.



III. VAMOS MUDAR!


1. Para que aja santidade no trabalho, ele deve ser feito com
franqueza. No capítulo 6 de Efésios, Paulo fala sobre os deveres dos
empregados, e dos empregadores cristãos. Ele começa com os em-
pregados. O apóstolo diz que estes devem ser respeitosos: ... obedecei
a vossos senhores deste mundo, com temor e tremor (Ef 6:5a); e sin-
ceros: ... com sinceridade de coração (Ef 6:5b). Não para por aí: Paulo
mostra que o trabalho deve ser feito com franqueza: ... não servindo
só quando observados (Ef 6:6a). Há uma tendência muito natural de
não trabalhar o suficiente, quando o patrão não está presente. Essa é
uma forma de desonestidade, os “níveis de produção de um cristão
não podem variar de acordo com a posição geográfica do chefe”.7
Neste texto, Paulo ainda diz aos senhores que esta palavra também
era aplicada a eles: ... fazei o mesmo para com eles (Ef 6:9). Veja que
a franqueza, o respeito e a sinceridade devem vir de ambos os lados!

7. Mcdonald (2008:64).

70 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


6. Com base na primeira aplicação, fale sobre a importância da
franqueza, tanto para os empregados como para os empregadores.




2. Para que aja santidade no trabalho, ele deve ser feito com pron-
tidão. É bem provável que você conheça ou já conheceu alguém que
gostava de fazer “corpo mole” no serviço. Que precisava ser empurrado,
“levado nas costas”, em todas as situações. Será esta uma atitude cristã?
É óbvio que não! O conselho da Bíblia para o cristão é: trabalhemos de
boa vontade (Ef 6:7), ou com ardor, de acordo com a tradução da Bíblia
Viva. “Boa vontade”, aqui, neste texto, sugere prontidão, assinala a pes-
soa que não precisa ser forçada a trabalhar.8 É assim que deve ser. Traba-
lhemos com prontidão! Seja um funcionário exemplar em seu ambiente
de trabalho. Deixe a luz do evangelho resplandecer através da sua vida!

7. C
 om base na segunda aplicação, comente a seguinte afirmação:
“para que aja santidade no trabalho, ele deve ser feito com
prontidão”.



3. Para que aja santidade no trabalho, ele deve ser feito com satisfa-
ção. Conforme já estudamos, o trabalho é uma benção de Deus! Por isso,
trabalhemos de todo coração, assim como a Cristo (Ef 6:5); ... como servos de
Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus (Ef 6:6). Os trabalhos, mesmo os
mais humildes e comuns, podem se tornar nobres e dignos, quando feitos
para a glória de Deus.9 A Bíblia diz: Fazei tudo sem murmurações (Fp 2:14).
Talvez você conheça pessoas que só vivem reclamando. Para esses, a roupa
nunca está boa, a comida sempre está sem sabor, o outro sempre tem culpa,
enfim, o mundo está contra ele! Ao contrário de tudo isso, o servo de Deus
deve trabalhar com satisfação, reconhecendo “que a empresa onde trabalha
foi a oportunidade que Deus lhe proporcionou para exercer a sua profissão”.10

8. Rienecker; Rogers (1995:401).


9. Mcdonald (2008:64).
10. Oliveira (2005:32).

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8. Após ler a terceira aplicação, comente com a classe de que maneira
podemos trabalhar de todo coração, assim como a Cristo?



CONCLUSÃO: Como você tem se comportado em seu ambiente


de trabalho? O seu serviço tem sido feito de coração, como a Cristo
(Ef 6:5). As donas de casas, ao preparar refeições ou limpar a casa,
têm se lembrado de Cristo, no desempenho de suas funções? “É
possível para os professores educar crianças, para médicos tratar
pacientes e para enfermeiras cuidar deles, para advogados ajudar
clientes, para balconistas atender fregueses, para contadores fazer
auditoria dos livros (...) como se em cada caso servissem a Jesus
Cristo”. 11 Pense nisso, e não se esqueça: cada um, seja escravo ou
livre, receberá do Senhor todo o bem que fizer (Ef 6:8).

11. Stott (2007:191).

72 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


9
27 FEV 2010
Sejam santos
no descanso
Hinos sugeridos: BJ 180 – HÁ 68 / BJ 93 – HC 186

leitura diÁria objetivo

Dom., 21 de fev. ........................................... Gn 1:3-2:4 Mostrar o ensino da pa-


Segunda, 22 .............................................................. Ex 16 lavra de Deus sobre o dever,
o criador, a partilha, o pa-
Terça, 23 ....................................................................... Ex 20
drão e o valor do descanso.
Quarta, 24 ......................................... Is 58:13; Mc 2:28
Quinta, 25 ........................................................... Mt 12:12
Sexta, 26 .................................................................. Ex 3:10
Sábado, 27 ............................................................... Sl 103

TEXTO BÁSICO: Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias


trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor,
teu Deus; não farás nenhum trabalho. (Ex 20:8-10a)

INTRODUÇÃO: O descanso é malvisto, tanto no mundo, quanto na


igreja. No mundo as pessoas mais admiradas não são aquelas que des-
cansam: são aquelas que trabalham sem parar. São as que não se desligam
do trabalho, mesmo fora dele. Enfim, são que não se permitem descansar.
E na igreja? Na igreja, associamos santidade com trabalho, e não com des-
canso. Pensamos que a fadiga é a virtude mais próxima da santidade. Se
não estivermos constantemente nos impelindo à ação, quase até ao ponto
de cairmos em fadiga, não estaremos realmente servindo ao Senhor. Mas
qual é a visão bíblica do descanso? A lição de hoje, cuja base principal é Ex
20:1, 8-11, se propõe a mostra o que ela diz sobre o descanso.

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I. SAIU NA MÍDIA
No início do século passado acreditava-se que, com os avanços da
tecnologia, iríamos trabalhar cada vez menos e teríamos mais tempo
para o lazer e a família. Ocorreu exatamente o contrário. As facilidades
da vida moderna, como computador, internet, fax, telefone celular, TV
a cabo, e a melhoria no sistema de transportes tornaram a vida muito
mais rápida – e acrescentaram doses extras de stress à vida de todos
nós. Para sobrevivermos no dia-a-dia, seja no trânsito, seja no traba-
lho, precisamos ter reflexos rápidos e pensar de forma acelerada para
dar o próximo passo. A maioria das pessoas acumulou mais tarefas,
fica ligada 24 horas por dia e vive angustiada num emprego que não
sabe por quanto tempo será capaz de manter.
A insegurança impera dentro de edifícios com sistemas de segurança
dignos de fortalezas, e ninguém sai à noite sem um arrepio de medo.
Em vez de relaxarmos, ficamos cada vez mais alertas e tensos. (...) Um
instituto especializado estima que o nível de stress na população brasi-
leira esteja 50% mais elevado que há quarenta anos. Os pesquisadores
tiveram dificuldade em encontrar um brasileiro que não tivesse sentido
pelo menos uma vez os músculos tensos, a respiração acelerada e a pa-
ciência prestes a ir para o espaço, sintomas típicos da tensão. (...) [Entre-
tanto] O stress não é necessariamente negativo. O aumento gradativo
da adrenalina melhora o desempenho físico e intelectual de maneira
estrondosa – afinal, é para isso mesmo que serve.
Quando bem usado, ajuda a superar desafios. É a adrenalina – um
dos hormônios do stress – que faz com que atletas consigam superar
limites numa competição ou que consultores de multinacionais ter-
minem um projeto em tempo recorde. “Quando o stress é percebido
como um desafio, pode despertar o que há de melhor numa pessoa”,
diz a antropóloga americana Susan [Agora] “Se traz emoções negati-
vas, pode levar a doenças.” O conselho de Susan para tirar proveito da
energia do stress é aprender a intercalar os períodos de tensão, que
são essenciais para o desempenho, com pausas de relaxamento para
se recuperar. Quem não se permite descansar acaba pifando.

Fonte: ZAKABI, Rosana. Stress. Disponível em: Revista Veja On line (http://veja.abril.com.
br/110204/p_066.html) > Acessado em 25/10/2009.

74 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


1. O que o texto em destaque diz sobre os efeitos dos avanços
tecnológicos na vida moderna?



II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?



A Bíblia fala muito de descanso. A palavra “descanso” aparece cerca
cinquenta e seis vezes na ARA. Foi usada por dois pastores de ovelhas,
Davi (I Sm 17:34) e Jesus (Jo 10:16). Davi a usou em alusão a Deus: Ele
me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de
descanso. Jesus, por sua vez, a usou quando disse: Tomai sobre vós o meu
jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e acha-
reis descanso para a vossa alma (Mt 11:29). Dos dez mandamentos, um, o
quarto, trata sobre o descanso. É o que tem o conteúdo mais comprido:
exatamente 100 palavras, na ARA. Vamos nos basear nele para analisar o
dever, o criador, a partilha, o padrão e o valor do descanso.
1. A Bíblia enfatiza o dever do descanso: Até algum tempo após a
morte de José, tudo dava certo para os filhos de Israel no Egito. Então, um
novo rei, que não sabia nada sobre José, tomou posse do trono egípcio.
Depois desse fato, a vida deles tornou-se muito dura, porque os egípcios
puseram feitores para maltratar os israelitas com trabalhos pesados (Ex
1:11). Entretanto, o Deus de Abraão livrou-os daquela terrível opressão.
Depois de libertos da servidão egípcia, os israelitas deveriam continuar
trabalhando: Seis dias trabalharás, (Ex 20:9a). O trabalho, todavia, não de-
veria ser mais contínuo, como era durante o período de trabalho escravo.
Um período específico de descanso fora claramente definido: o sétimo
dia da semana é o dia de descanso (Ex 20:10a – NTLH). O descanso ao
sábado não é opcional: é obrigatório: Não faça nenhum trabalho nesse
dia (Ex 20:10b). Esta obrigação tão fortemente enfatizada, todavia, não é
uma obrigação criada no deserto, no Sinai: é criada no paraíso, no Éden.
Ela existe desde a criação! Trata-se de uma obrigação igual às outras
nove. A não-observância desta obrigação equivale à não-observância de
qualquer outra obrigação.
2. A Bíblia descreve o criador do descanso: A Bíblia é clara em dizer que
foi Deus quem instituiu a obrigação do descanso ao sábado! Quando deu o
maná, evento este que ocorreu não muito tempo depois dos filhos de Israel

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terem saído da terra do Egito, (Ex 16:1) Deus, sem rodeio algum, orientou a
respeito do descanso ao sábado: Lembrem que eu, o Senhor, dei a vocês um
dia de descanso (...). No sétimo dia fiquem todos onde estiverem (Ex 16:29 –
NTLH). Mais tarde, quando fala do povo de Israel, ao redor do monte Sinai,
revela que o descanso ao sábado foi ordenado pela boca de Deus (Ex 20:1)
e registrado pelo dedo de Deus (Ex 31:8).
Portanto, o criador do descanso é o Deus falante: Então, falou Deus (Ex.
20:1a). Ele fala conosco e nos revela a sua vontade! O criador do descanso
é o Deus presente: Eu Sou (Ex 20:2a). Ele está ao nosso lado, nas aflições
diárias! O criador do descanso é o Deus soberano: o Senhor (Ex 20:2b). Ele
governa o universo de seu elevado e sublime trono! O criador do descanso
é o Deus pessoal: teu Deus (Ex 20:2c). Ele é soberano, mas não é distante ,
nem impessoal! O criador do descanso é o Deus libertador: te tirei da terra
do Egito, da casa da servidão (Ex 20:2d). Ele nos libertou do império das tre-
vas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor (Cl 1:13).
3. A Bíblia ordena a partilha do descanso: O descanso ao sábado
deveria ser amplamente partilhado: não farás nenhuma obra, nem tu,
nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem
o teu animal, nem o teu estrangeiro (Ex 20:10). Ao ordenar essa partilha
com suas criaturas, pessoas e animais, o Deus criador enfatiza o caráter
universal e ecológico desse descanso. É um descanso de caráter univer-
sal, porque dele participam pessoas de qualquer idade (adulto/criança),
classe (senhor/servo) e etnia (israelita/estrangeiro).
É de caráter ecológico porque também se estende aos animais utiliza-
dos durante a semana nos serviços de aradura e colheita, pelo lavrador
israelita. Pode-se dizer que a terra de um modo geral, com todos os seus
recursos naturais, minerais, animais, vegetais, usufrui desse descanso!
O descanso ao sábado, portanto, é socialmente justo e ecologiamente
correto. Enfim, contribui com a sustentabilidade ambiental. Isto está cla-
ramente de acordo com aquilo que o Senhor Jesus diria mais tarde: O
sábado foi estabelecido por causa do ser humano (Mc 2:28a).
4. A Bíblia aponta o padrão de descanso: O Deus que manda traba-
lhar seis dias e descansar no sétimo dia é o mesmo Deus que, no princí-
pio, trabalhou seis dias e descansou no sétimo dia: Porque, em seis dias,
fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia,
descansou (Ex 20:11). Basta lermos Gênesis 1:3 – 2:4. Ele é o nosso padrão
de descanso ao sábado. Mas o que faz de Deus um padrão de descanso
não é somente a maneira como ele descansou, mas também a maneira
como ele trabalhou durante a semana. E de que modo trabalhou?

76 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


Primeiro: Deus planejou o seu trabalho. Havia ordem. Adão e Eva não
foram criados no início, mas quando o jardim, onde seriam postos para
viver, já existia. Segundo: Deus distribuiu o seu trabalho. Ele podia ter
criado tudo por inteiro, num instante, mas optou por criá-lo por etapas
(Gn 1:3-31). Terceiro: Deus partilhou o seu trabalho. A obra da criação foi
uma obra coletiva e trinitária (Gn 1:26), isto é, teve a participação do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Só quem trabalha durante a semana como
Deus trabalhou, isto é, planejando, distribuindo e partilhando o seu tra-
balho semanal, descansa como Deus descansou no sábado. Sede, pois,
imitadores de Deus, como filhos amados (Ef 5:1).
5. A Bíblia destaca o valor do descanso: Os três primeiros mandamen-
tos (Ex 20:3-5) nos mostram como devemos nos relacionar com a divindade
(Ex 20:12-17) os seis últimos nos mostram como devemos nos relacionar
com o semelhante. Entre os três primeiros mandamentos e os seis últimos
mandamentos, está o quarto mandamento. Esta localização não é humana:
é divina. Então, não é aleatória nem acidental: é proposital. Ao posicioná-lo
dessa maneira, Deus pretendeu revelar a relevância ou a importância do
descanso ao sábado para aprofundar e fortificar os relacionamentos.
Em primeiro lugar, o sábado nos proporciona um momento especial
para nos encontrarmos com Deus e sermos encontrados por ele. Nesse
encontro, confessamos a ele nossos pecados, pedimos para que ele
não retire de nós o seu Santo Espírito, imploramos para que ele crie
em nós um coração puro, experimentamos a sua graça, que é melhor
que a vida. Em segundo lugar, o sábado nos proporciona um momento
especial para encontrarmos o outro e sermos encontrados pelo outro.
E, nesse encontro, animamos uns aos outros, repartimos o pão com os
irmãos necessitados, choramos e nos alegramos mutuamente, oramos
pelos enfermos porque é lícito fazer o bem no sábado (Mt 12:12).
Trabalham para viver e vivem para trabalhar. Esta é a realidade das
pessoas viciadas, não em bebida ou cigarro, mas em trabalho. São pesso-
as que não conseguem impor limites à vida profissional. Os americanos
as denominam de workaholic.1 Os viciados em trabalho não pensam em
mais nada. Eles abrem mão do resto da vida: de tudo e de todos. Não
têm tempo para o cônjuge, os filhos, os amigos, os irmãos, os pais. Vivem
sempre tensos. Têm insônias, surtos de mal humor, atitudes agressivas.
Trabalhar é ótimo, prazeroso e enriquecedor. Mas não pode ser tudo na

1. O termo originou-se da palavra inglesa alcoholic, que significa alcoólatra.

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vida. Deus não é contra o trabalho, mas também não é contra o descan-
so. Ele ordena trabalhar, mas também ordena descansar. Descansemos!

2. Leia o item 1 e os textos bíblicos que o fundamentam e comente


sobre o dever do descanso.



3. A partir do item 2 e das leituras bíblicas que o fundamentam,


responda: O que a Bíblia diz sobre o criador do descanso?



4. Após ler o item 3 e os textos bíblicos que o fundamentam, comente


a respeito da ordem bíblica sobre a partilha do descanso.



5. Leia o item 4 e os textos bíblicos que o fundamentam e explique as


três etapas utilizadas por Deus em seu modelo de descanso.



6. Com base no item 5 e nas leituras bíblicas que o fundamentam,


comete sobre o valor do descanso.



78 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


III. VAMOS MUDAR!
1. Aproveitemos o sábado para consertar!
Quem caminha pelo deserto está sujeito a constantes desgastes. As
paradas para consertos acontecem com frequência. Nesta ocasião a prin-
cipal preocupação é com a tenda, a habitação da família. Verifica-se o es-
tado de conservação da pele da tenda, para ver se não há buracos. O de-
serto é um ambiente perigoso. Há muitas serpentes e muitos escorpiões.
As cordas que amarram a tenda também precisam de reparos e reforços
para resistir às tempestades do deserto, que são violentas e repentinas.
Aproveitemos o sábado para fazer consertos na economia do lar, no re-
lacionamento conjugal, na educação dos filhos, na santidade da família.

7. Com base na primeira aplicação, responda: Qual a importância de


aproveitarmos o sábado para consertar?



2. Aproveitemos o sábado para abastecer!


Já saímos do Egito, mas ainda não entramos em Canaã. Já percorremos
um bom espaço do terrível do deserto que separa as duas terras. O fato é
que estamos cada vez mais distantes da terra da servidão e cada vez mais
próximos da terra da promessa. Mas não temos como saber com exatidão
o quanto ainda teremos de andar. Pode ser pouco, mas pode ser muito.
Então, o melhor é abastecer. Aproveitemos o sábado para recompor o es-
toque, a fé, a confiança, a disposição, o ânimo, a coragem, o entusiasmo,
a submissão. Não podemos parar no meio do deserto! Temos que chegar
à divisa, ao rio Jordão, e ao outro lado, à terra que mana leite e mel!

8. Leia a segunda aplicação e responda: Por que devemos aproveitar o


sábado para abastecer?



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3. Aproveitemos o sábado para bendizer!
Aproveitemos o sábado para bendizer a Deus pelos seus benefícios:
aqueles que foram enviados para nos conduzir a uma terra boa e larga
(Ex 3:10), a libertação da servidão, a coluna de nuvem que nos protege do
calor do dia, a coluna de fogo que nos aquece do frio da noite (Ex 13:21),
a abertura do Mar Vermelho (Ex 14:21), o maná diário (Ex 16:4), a água da
rocha (Ex 17:6), as pelejas vencidas (Ex 17:13), as orações respondidas, o
perdão imerecido, o nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez po-
bre por amor a nós, para que, pela sua pobreza, nos tornássemos ricos (II
Co 8:9). Não podemos esquecer de nem um só de seus benefícios (Sl 103:2).

9. A partir da terceira aplicação, explique a importância de


aproveitarmos o sábado para bendizer.

CONCLUSÃO: Sejamos santos no descanso. Trabalhemos seis dias


e façamos tudo o que pudermos. Mas, lembremo-nos sempre, o séti-
mo dia é um dia especial: é um dia de descanso, abençoado e santi-
ficado pelo seu Criador. Para que possamos nos dedicar inteiramente
a Deus, tanto no nível individual (em casa), quanto no nível comuni-
tário (na igreja), nesse dia, não devemos cuidar dos nossos próprios
negócios, nem mesmo falar as nossas próprias palavras (Is 58:13).
Levemos não somente o trabalho a sério, mas também o descanso.
Descansemos conforme o mandamento!

80 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


10
6 MAR 2010
Sejam santos
na família
Hinos sugeridos: BJ 11 – HÁ 283 / BJ 79 – CC 367

leitura diÁria objetivo

Dom., 28 de fev. ............................ Gn 1:27; Gl 3:28 Ensinar, conforme a pala-


Segunda, 1 de março .......................................... Ef 4 vra de Deus, qual é a respon-
Terça, 2 .......................................................... Ef 5:18-6:4 sabilidade de cada membro
Quarta, 3 ......................................................... Gn 4:1-9, da família, para que ele seja
Quinta, 4 ............................................................... Gn 37 santa, harmônica e feliz.
Sexta, 5 ............................................. Ex 20:12Js 24:15
Sábado, 6 .............................................................. Sl 127

TEXTO BÁSICO: As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido,


(...) Maridos, amai vossa mulher, (...) Filhos, obedecei a vossos pais no Se-
nhor, (...) E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira. (Ef 5:22,25, 6:1,4)

INTRODUÇÃO: A família é a instituição mais básica e importante na


face da terra. Não existe sociedade justa, nem nação forte sem famílias
estruturadas. Também, não há igreja santa sem famílias santas. A família
é um projeto de Deus! O Senhor a criou para que ela fosse feliz. Deus
a formou para que ela fosse santa. Mas, quando o pecado contaminou
os seres humanos, no Éden, a família se afastou de Deus e arruinou-se.
Porém, em Cristo, a família é restaurada! É isso que a carta de Paulo aos
Efésios nos informa (Ef 5:18-6:4). Neste texto, encontramos o ideal de
Deus para o lar cristão. Portanto, abra sua Bíblia e seu coração. Deus tem
uma mensagem para você e seus familiares!

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I. SAIU NA MÍDIA
Aquela família convencional, em que maridos e mulheres viviam
juntos até que a morte os separasse, ainda é muito forte, mas está
perdendo terreno numa velocidade assombrosa. Dentro de mais vinte
anos, a família nuclear, constituída de pais e filhos de um primeiro ca-
samento, será minoria no país. O número de divórcios quase dobrou
no Brasil em apenas dez anos. Já são cerca de 200.000 por ano. Um em
cada quatro casamentos termina em separação. De cada cinco bebês
que estão nascendo neste ano, um vai viver em família de pais separa-
dos antes de atingir a vida adulta.
É o fim das famílias felizes? Não. A mudança nesse perfil tem sido
acompanhada por outra, igualmente marcante, nos últimos anos. É a
forma como a sociedade se tem adaptado ao novo padrão familiar. A
idéia de que casamentos não vão necessariamente durar para sempre
é cada vez mais aceita entre os diversos grupos e classes sociais. Até
alguns anos atrás, o divórcio era um estigma que marcava pais e fi-
lhos para o resto da vida. (...) “Qualquer comentário sobre separação
era absolutamente sigiloso. A situação agora é outra.” Antigamente,
era fácil entender o desenho de uma família. Nele cabiam pai, mãe e
filhos, avós, tios, sobrinhos, primos e primas. Eram relações de paren-
tesco que se estabeleciam uma única vez e perduravam a vida toda.
A mudança nesse padrão tem resultado em novos e surpreenden-
tes quebra-cabeças familiares. Filhos de pais que se separam, e vol-
tam a se casar, vão colecionando uma notável rede de meios-irmãos,
meias-irmãs, avós, tios e tias adotivos. (...) O novo organograma do
grupo familiar, que os psicólogos chamam de família-mosaico, é um
fenômeno mundial. Nos Estados Unidos, onde os divórcios também
triplicaram nos últimos vinte anos, o número de filhos vivendo com
apenas um dos pais dobrou desde 1970. Na Inglaterra, as famílias
não convencionais, resultantes de divórcios e separações, serão
maioria dentro de apenas dez anos.

Fonte: GRANATO, Alice; MARI, Juliana De in Os meus, os seus, os nossos. Disponível em:
Revista Veja On line (http://veja.abril.com.br/170399/p_108.html) Acessado em 18/10/2009.

82 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


1. “A idéia de que casamentos não vão necessariamente durar para
sempre é cada vez mais aceita entre os diversos grupos e classes
sociais”. No seu ponto de vista, o que os crentes podem e devem
fazer em relação ao quadro apresentado nessa afirmação?

II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?


Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo mostra o caminho que devemos
trilhar para que a família seja santa, harmônica e feliz (Ef 5:18-6:4). Ele
inicia com um apelo esplêndido: Enchei-vos do Espírito! (Ef 5:18). Somen-
te depois, ele passará a falar sobre a responsabilidade de cada membro
da família nos relacionamentos. A mensagem aqui é clara: Sem o Es-
pírito Santo, não há vitória familiar! Existe uma ligação profunda entre
“vida cheia do Espírito” e “vida familiar”.1 O texto sugere um enchimento
contínuo,2 através da adoração, da leitura bíblica e da oração (Ef 5:19-20).
Com isso em mente, passemos, agora, a analisar as instruções bíblicas
aos cônjuges, aos filhos, aos pais e aos irmãos.
1. O papel das esposas: Paulo começa dizendo: Mulheres sejam sub-
missas ao próprio marido (Ef 5:22). O que é ser submissa? Para começar,
não é sinônimo de inferioridade ou indignidade, já que todos os cristãos
devem submeter-se uns aos outros (Ef 5:21). A mulher não é inferior ao
homem, pois ambos são iguais diante de Deus (Gn 1:27; Gl 3:28). O verbo
“submeter” (gr. hupotasso) era um termo militar que significava “organi-
zar sob comando de um líder”. E, em uso não militar, era “uma atitude vo-
luntária de ceder e cooperar” ou “sujeição voluntária”. Logo, o texto está
se referindo à organização estrutural da família e ao papel da esposa.
Um corpo sem cabeça ou com duas cabeças é uma anomalia. E, na
família, isso é um convite ao caos!3 Por isso, o Senhor colocou o marido
como “cabeça”, isto é, o “líder” da família (Ef 5:23). E a esposa cristã e
santa deve sujeitar-se a ele e respeitá-lo em Cristo (Ef 5:33). Não é papel
da mulher competir com o esposo, muito menos comandá-lo. Ela deve

1. Lopes & Lopes (2007:17).


2. Foulkes (1986:126).
3. Hendriksen (2005:294).

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ser uma companheira e não uma concorrente! Com sabedoria, a mulher
deve edificar o lar, ajudando na educação dos filhos e apoiando o espo-
so. Vale dizer que essa submissão não é incondicional, pois espera-se do
marido uma liderança santa e amorosa, que reflita a de Cristo.
2. O dever dos maridos: Se a palavra que caracteriza o papel da es-
posa é submissão, a palavra que caracteriza o dever do marido é amor.
Submeter-se pode ser difícil, mas amar é ainda mais. De fato, o padrão
determinado aos maridos é elevadíssimo: ... amai vossa mulher, como
também Cristo amou a igreja (Ef 5:25a). “Paulo exalta o amor conjugal ao
nível mais alto possível, pois vê no lar cristão uma imagem do relaciona-
mento entre Cristo e a igreja”.4 Não é difícil à mulher sujeitar-se a um ho-
mem que a ame na semelhança de Cristo, pois seu amor será persistente,
sacrificial, santificador e romântico! (cf. Ef 5:25-33).
Sobre a mulher, alguém afirmou: “Ela não foi feita da cabeça para go-
vernar sobre ele, nem dos pés para ser pisada por ele, mas de sua costela
para ser igual a ele, sob seu braço para ser protegida por ele e perto de
seu coração para ser amada por ele”.5 O homem que quer ver seu lar san-
to, deve sacrificar-se em amor para fazer a esposa feliz. Cuidando dela,
buscando suprir suas necessidades físicas e emocionais e ajudando-a na
santificação. Veja que interessante: O que é sujeitar-se? É entregar-se a
alguém. E o que é amar? Também é entregar-se a alguém. Assim, uma
entrega de ambos, marido e mulher, é o alicerce para um casamento
santo, duradouro e próspero.6
3. O preceito aos filhos: A parte que cabe aos filhos na santidade do lar
é de extrema importância (Ef 6:1-3): É a obediência motivada pela honra! O
texto se inicia desta forma: Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor (v. 1a), e
segue apresentando três excelentes razões para tal tarefa. Em primeiro lu-
gar, a obediência é justa (v.1b): Os pais colocaram os filhos no mundo e são
mais sábios do que eles; por isso, nada mais correto do que serem respeita-
dos e honrados. Também é justa porque a autoridade dos pais foi conferida
pelo Senhor. Deste modo, desobedecer aos pais é afrontar o próprio Deus.
Em segundo lugar a obediência é ordenada (v. 2a): É um preceito bí-
blico que está entre os dez mandamentos: Honra teu pai e tua mãe...
(Êx 20:12). Entretanto, “honrar os pais” é bem mais do que obedecê-los.
“Significa mostrar respeito e amor por eles, cuidar deles enquanto pre-

4. Wiersbe (2006:65).
5. Henry apud. Wiersbe (2006:25).
6. Stott (2007:374)

84 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


cisarem de nós e procurar honrá-los pela maneira como vivemos”.7 Em
terceiro lugar, a obediência é abençoadora: Há uma promessa para os
filhos obedientes! Terá uma vida longa e cheia de bênçãos (Ef 6:3 – BV).
Filho, se você quiser agradar a Deus, honre os seus pais! Não importa o
que aconteceu no passado, nem o quanto eles falharam com você. Saiba
que honrar é amar, mas também é perdoar.8
4. O conselho aos pais: Ao tratar com pais, o apóstolo começa aconse-
lhando-os da seguinte forma: E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira
(Ef 6:4a). De fato, há alguns erros cometidos pelos pais que irritam muito
os filhos: excesso de proteção, favoritismo, mentiras, injustiça na disciplina,
desestímulo, menosprezo, ironias, uso de palavras ásperas, crueldades físicas
e assim por diante. Então, Paulo continua o conselho: ... mas criai-os na disci-
plina e na admoestação do Senhor (Ef 6:4b). Há, aqui, três missões dos pais. A
primeira é nutrir os filhos: a expressão “criai-os” vem do grego ektrepho, que
significa literalmente “alimentar”, “nutrir” ou “educar” para se tornar maduro.9
É no lar cristão que as crianças devem aprender sobre o Senhor e so-
bre a vida cristã. Ali, aprendem a se santificar! E isso é uma incumbência
dos pais! Eles devem assumir esse papel, ao invés de esperar que a escola
ou igreja o faça em seu lugar. A segunda missão é disciplinar os filhos. A
eficácia da educação depende da disciplina. Porém, disciplinar os filhos
não é descarregar sobre eles a ira e a frustração pelo que fizeram de
errado, mas corrigi-los com o fim de treiná-los.10 Por fim, os pais devem
instruir e incentivar os filhos, pois esse é o significado da palavra “admo-
estação” (v. 4b). Pais cristãos devem criar os filhos para glória de Deus!
5. O convívio de irmãos: Aprendemos, até aqui, que uma família cristã
precisa ter relacionamentos saudáveis para manter-se santa diante Deus. O
casal precisa relacionar-se bem entre si, com submissão e amor. Os filhos ne-
cessitam relacionar-se bem com seus pais, com obediência e honra. E os pais
devem relacionar-se bem com os filhos, educando-os em amor. Todavia, os
filhos também precisam relacionar-se bem entre si. Os irmãos precisam con-
viver em harmonia! Esse é o aspecto familiar mais comentado por Paulo, pois,
para ele, os cristãos eram irmãos entre si e filhos do mesmo Pai (Ef Ef 1:2; 6:23).
Em Efésios, são exigidas duas coisas no relacionamento dos irmãos
de fé: unidade (Ef 4:1-16) e santidade (Ef 4:17-5:21). O mesmo aplica-se

7. Wiersbe (2006:68).
8. Mehl (2000:118).
9. Stott (2007:186).
10. Lopes & Lopes (2007:149).

www.portaliap.com | 85
aos irmãos de sangue. Sabe-se que o convívio entre eles costuma ser
conflitante. Brigas, ciúmes, inveja são comuns. A Bíblia não nega isso.
É só nos lembrarmos de Caim e Abel, de Jacó e Esaú, de José e seus
irmãos. Contudo, com os salvos em Cristo, esse convívio pode e deve
ser diferente. Os irmãos que querem ser unidos e santos devem evitar o
egoísmo, o ciúme e a inveja (Gn 4:1-9; 37:1), e devem cultivar o perdão, a
compaixão, a aceitação e a amizade (Gn 45:15; Jo 1:35-42; Lc 10:38-42).
É possível, sim, ser santo na família. Você pode ver relacionamentos santos
e saudáveis dentro dela. Mas o que fazer para alcançar essa bênção? Funda-
mente a sua família na palavra de Deus! Mas lembre-se: Você e seus familia-
res não conseguirão isso por vocês mesmo. É necessária a ajuda de Deus (Sl
127:1). Por isso, há um apelo bíblico: Enchei-vos do Espírito! Para isso, orem e
leiam a Bíblia juntos. Busquem a presença de Deus na família, pois somente
pessoas cheias do Espírito podem construir lares santos. Amém! Na sequên-
cia do estudo, vamos com base em Ef 4:25-32, observar três conselhos prá-
ticos de Paulo para o relacionamento interpessoal e os aplicaremos à família.

1. Leia Ef 5:18-20 e o primeiro parágrafo do comentário e responda:


Por que o apóstolo Paulo deu a ordem “enchei-vos do Espírito”,
antes de falar sobre a responsabilidade de cada membro da família?

2. C
 om base em Ef 5:21-33 e nos itens 1 e 2 do comentário,
responda: Qual é papel das esposas na família? E qual é o dever
dos maridos, segundo a Bíblia?

3. Após ler Ef 6:1-4 comente o preceito bíblico dado aos filhos e depois
explique o conselho que Paulo trouxe aos pais cristãos.

86 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


4. De acordo com o item 5 do comentário, como deve ser convívio
entre os irmãos de sangue? O que deve ser evitado e o que deve ser
cultivado nesse relacionamento?

III. VAMOS MUDAR!


1. Sua família é mais santa, quando nela existe diálogo sincero.
Em Efésios 4:25-32, o primeiro conselho é sobre a “boa comunicação”.
Ela é algo indispensável para a boa convivência na família. É preciso ter
diálogo entre o casal, entre os pais e filhos, entre os irmãos. E esse diálogo
deve ser feito de forma sincera, aberta e afável. O ensino é: ... deixando a
mentira, fale cada um a verdade (v. 25). Mas a verdade precisa ser dita em
amor. Devemos falar sem machucar e dizer apenas palavras que edifiquem
(v. 29,30). A falta de boa comunicação tem causado a destruição de muitos
lares. Feliz é a família que cultiva o diálogo sincero! Ali, um confia no outro
e os problemas são resolvidos mais facilmente. Cultive isso em casa, meu
irmão. Não permita que sua família seja destruída por falta de diálogo.

5. Leia a primeira aplicação, Ef 4:25,29-30 e explique: Por que a família


é mais santa quando nela existe diálogo sincero?

2. Sua família é mais santa, quando nela existe respeito mútuo.


O segundo conselho é que devemos ter respeito e consideração uns pelos
outros. Veja o que diz o texto: somos membros uns dos outros (v.25). E conti-
nua dizendo: Não diga palavras que faça mal aos outros (...) Nada de gritaria,
insultos e maldades! Ao contrário, sejam bons e atenciosos uns para com os
outros (v. 29, 31,32-NTLH). Isso se aplica à família? Claro que sim! O respeito
em família é algo fundamental! Não basta ser pai ou mãe, filho ou filha, irmão
ou irmã, esposo ou esposa, é necessário que um respeite o outro. A família
cresce em santidade, quando nela é cultivado o respeito mútuo.

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6. Leia a segunda aplicação, Ef 4:29,31-32a e comente a importância do
respeito mútuo na família.

3. Sua família é mais santa, quando nela existe perdão contínuo.


Esse é o último conselho: Abandonem toda amargura, todo ódio e toda
raiva. (...) E perdoem uns aos outros, assim como Deus, por meio de Cristo
perdoou vocês (v. 31-32-NTLH). Não se constrói um casamento feliz, nem
uma família estruturada sem a prática do perdão. Prática essa que deve ser
diária e continua. Jesus ensinou que devemos perdoar sempre. Paulo en-
sinou que não podemos deixar o sol se pôr sobre nossa ira (v. 26). Perdoar
é jogar fora o lixo do relacionamento, ao invés de acumulá-lo. Portanto,
esteja disposto a perdoar e disposto reconhecer seus erros. Aprenda a
dizer: “Eu errei”; “Perdoe-me”. Saiba: O perdão restaura a vida em família!

7. Leia a terceira aplicação, Ef 4:26-27,31-32 e responda: Por que é


necessário o perdão contínuo na família? Por que o perdão deixa a
família mais santa?

CONCLUSÃO: Um ambiente cheio vida, paz e harmonia é a visão bíbli-


ca do lar cristão. Um pedaço do céu aqui na terra! “Quando o lar é gover-
nado pela Palavra de Deus, podemos convidar anjos para se hospedarem
conosco, e eles se sentirão à vontade”.11 Sejamos santos na família! O
Espírito Santo nos capacita a isso. Então, que os esposos e esposas, pais e
filhos, irmãos e irmãos sejam todos cheios do Espírito de Deus. Que cada
um esteja pronto a fazer a parte que lhe cabe e, decididamente, dizer: Eu
e minha família serviremos a Deus, o Senhor! (Js 24:15).

11. Wiersbe (2006:62).

88 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


11
13 MAR 2010
Sejam santos
na palavra
Hinos sugeridos: BJ 21 – HÁ 150 / BJ 56 – HC 111

leitura diÁria objetivo

Dom., 7 de mar. ................................. Sl 39:1; Cl 3:7-9 Levar o estudante da


Segunda, 8 ....................................... Pv 15:1; Mt 11:29 Palavra de Deus a compre-
ender que a santificação
Terça, 9 .............................................................. Gl 5:22-23
pessoal também envolve
Quarta, 10 ........................................... Ef 4:25,29, 5:3-4
pureza em nossas palavras,
Quinta, 11 .................................................... Jo 8:44, 14:6
sendo que, para alcançá-
Sexta, 12 ............................................... Sl 51:6; I Ts 4:18 la precisamos pronunciar
Sábado, 13 .......................................... Ec 3:1,7; Tg 1:19 palavras que consolem,
palavras que motivem e
palavras que edifiquem.

TEXTO BÁSICO: Agora, porém, despojai-vos, igualmente de tudo isto:


ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.
Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem
com seus feitos. (Cl 3:8-9)

INTRODUÇÃO: Na lição anterior, “sejam santos na família”, analisa-


mos e aprendemos a grande importância da submissão, do amor, da
obediência e da paciência, a fim de que haja relacionamentos santos
no lar. Se a nossa família for preenchida por tais virtudes, não há dúvi-
da de que ela agradará a Deus. Hoje, trataremos sobre a maneira cor-
reta de procedermos em relação as nossas palavras. É evidente que,
por elas, podemos cometer erros irreparáveis. Talvez seja essa a razão
de Davi demonstrar cuidado no falar: Guardarei os meus caminhos,
para não pecar com a língua, porei mordaça na minha boca enquanto
estiver na presença do ímpio (Sl 39:1).

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I - SAIU NA MÍDIA
O mais recente desses estudos, divulgado há três semanas pelo Social
Issues Research Centre, um centro de pesquisas independente de Londres,
entrevistou 1.000 donos de telefones celulares, entre homens e mulheres,
perguntando-lhes que tipo de conversa costumam manter em seus apa-
relhos e em que ocasiões. A conclusão foi que 33% dos homens do grupo
eram fofoqueiros contumazes, contra apenas 26% das mulheres.
A diferença entre a fofoca masculina e a feminina, apontam os es-
tudos, está no conteúdo. Os homens, mais competitivos por natureza,
geralmente fofocam sobre o ambiente de trabalho. Comentam sobre a
possibilidade de promoção dos colegas e dos chefes – e também sobre
suas gafes e comportamentos inadequados. O que está em jogo, por trás
dessas intrigas, é quem vai vencer na carreira e quem vai ficar no meio do
caminho. As mulheres preferem fofocar com as amigas e parentes, e seus
temas prediletos são os relacionamentos, tanto os próprios quanto os
alheios. “Os dois gêneros têm em comum o fato de comentarem muito
sobre a aparência de pessoas do sexo oposto”, disse a VEJA Jack Levin,
sociólogo da Northeastern University (...).
Segundo os especialistas em comportamento, a percepção de que
a fofoca é apenas da natureza feminina é uma herança dos tempos
em que as mulheres não trabalhavam. Restritas ao limitado universo
doméstico, o assunto recorrente de suas conversas era a relação com
seus maridos. Estes, na defensiva, menosprezavam as conversas das
mulheres sobre eles como sendo fofocas sem importância. No mundo
de hoje, em que a teia de relacionamentos se tornou infinitamente
maior e mais complexa, a fofoca não conhece gênero.

Fonte: ZAKABI, Rosana. Psiu! Ouviu essa? Disponível em: Veja On line (http://veja.abril.com.
br/ 080807/p_104.shtml) > Acessado em 28\09\2009

1. O que o texto em destaque lhe faz concluir sobre os principais


conteúdos das conversas de homens e mulheres da atualidade?

90 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


II - E A BÍBLIA, O QUE DIZ?
Ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena e mentira
são pecados enfaticamente repudiados pela Bíblia. Ao escrever aos irmãos
colossenses, Paulo os alerta a não voltarem à condição espiritual anterior,
na qual estavam sob a ira de Deus (3:7). Veja que Paulo faz uma divisão
envolvendo o passado e o presente desses irmãos: Agora, porém, despojai-
vos (3:8). “Despojem-se de todos esses vícios, diz Paulo, assim como al-
guém se desfaz de uma roupa bem usada, ou que não sirva mais à pessoa
que antes a vestia”.1 Pois bem, entre a lista das coisas de que o cristão
precisa se despojar, existem, pelo menos, três itens que dizem respeito à
palavra. Precisamos ser santos nessa área! Vejamos o que a Bíblia diz.
1. A Bíblia diz que deve haver brandura no falar: A resposta branda
desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira (Pv 15:1). O escritor de pro-
vérbios sabia o que estava escrevendo ao fazer essa afirmação. Devemos
concordar que toda ação realmente produz uma reação. Uma palavra
de elogio culminará em uma resposta de gratidão, porém, uma palavra
de ira poderá resultar em respostas agressivas e grosseiras, capazes de
mudar para pior os relacionamentos humanos. A ira pode ser definida da
seguinte maneira: “... consiste da impaciência com o próximo, em que são
usadas palavras de despeito, maculadas pelo egoísmo, contra o próximo,
de mistura com sentimentos de superioridade e de ódio”.2
Uma pessoa, quando irada, é capaz de produzir tremendos estragos fí-
sicos e verbais aos outros. Isso é terrivelmente perigoso, pois, nesses mo-
mentos, virtudes essenciais ao cristão, como amor e paciência, são com-
pletamente esquecidas e postas de lado. Não é a toa que a “ira” aparece
em primeiro lugar na “lista reprovatória” de Colossenses 3:8-9. Como
cristãos salvos em Cristo, devemos tratar as pessoas com brandura. Não
custa nada sermos gentis com os outros. Lembremo-nos das palavras
de nosso Senhor Jesus Cristo: Tomai sobre vós o meu julgo, e aprendei
de mim, que sou manso e humilde de coração (Mt 11:29 – grifo nosso).
2. A Bíblia diz que deve haver domínio no falar: O alerta de Paulo
continua: Agora, porém, despojai-vos, igualmente de tudo isto: ira, in-
dignação, maldade, maledicência (Cl 3:8 – grifo nosso). Observe que
a maledicência é posta em “pé de igualdade” com os demais pecados

1. Hendriksen (1998:415).
2. Champlin (1979:138).

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citados pelo apóstolo. Ela também fere corações, destrói relaciona-
mentos e mata pessoas: “... trata-se da difamação, da injúria contra a
reputação alheia”.3 Quando não conseguimos dominar a “nossa lín-
gua” ou “medir as nossas palavras”, corremos o risco de difamarmos e
lançarmos injúria contra a reputação dos outros.
Se somos espirituais, devemos manifestar o fruto do Espírito Santo em
nossa vida: Mas o Espírito de Deus produz (...) a humildade e o domínio
próprio (Gl 5.22-23 – grifo nosso). Ninguém gosta de ter sua reputação
abalada. É necessário que tenhamos muita prudência ao lidarmos com nos-
sas palavras. Não devemos falar algo, sem, antes, pensar nas consequências
que tal palavra poderá trazer. Pessoas que só sabem julgar, falar precipita-
damente, apontando falhas, fazendo fofocas, boatos e levantando discór-
dias, devem ser evitadas, em todo o tempo.4 Evitemos destruir relaciona-
mentos e machucar as pessoas. Evitemos a maledicência! Sejamos santos!
3. A Bíblia diz que deve haver pureza no falar: Agora, porém, despo-
jai-vos, igualmente de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência,
linguagem obscena do vosso falar (Cl 3:8 – grifo nosso). Aqui, Paulo
retrata um dos pecados mais comuns no meio do povo de Deus daquela
geração. Tal pecado rompeu as fronteiras do tempo e, hoje, é um dos
responsáveis pela regressão da santificação pessoal de muitos. Martin
faz a seguinte observação: “Linguagem obscena do vosso falar é uma pa-
lavra achada somente aqui em Novo Testamento e sugere a linguagem
abusiva, seja como fala grosseira, seja como um apelo aos palavrões”.5
Santificação pessoal também envolve pureza em nossas palavras.
Uma língua pura evita falar palavrões, bem como palavras de “duplo
sentido”. O texto de Efésios 5:3-4 (NTLH) é taxativo em afirmar que qual-
quer tipo de imoralidade sexual, indecência ou cobiça não pode ser nem
mesmo assunto de conversa entre vocês. Não usem palavras indecentes,
nem digam coisas tolas ou sujas, pois isso não convém a vocês. Toda lin-
guagem vulgar deve ser tirada do nosso vocabulário diário, pois expressa
total desrespeito aos bons costumes. Alguém já disse que o linguajar
vulgar é a “pornografia expressa em palavras”. E não vamos nos iludir: os
efeitos da pornografia verbal são tão nocivos quanto os da visual.6 Procu-
remos, portanto, proferir palavras puras. Sejamos parecidos com Cristo.

3. Champlin (1979:139).
4. Thitonin (2000:101).
5. Martin (1973:116).
6. Koopman (1972:32).

92 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


4. A Bíblia diz que deve haver verdade no falar: Vejamos novamen-
te o texto de Colossenses: Não mintais uns aos outros, uma vez que vos
despistes do velho homem com seus feitos (3:9 – grifo nosso). A mentira
leva à fraude e à corrupção; é capaz de “jogar por água abaixo” a con-
fiança conquistada durante anos por uma pessoa. Deus odeia a prática
da mentira, pois é uma característica de Satanás, que é o próprio pai da
mentira (Jo 8:44). Cristo, porém, é verdadeiro! Ele mesmo é a verdade (Jo
14:6). É impossível adorá-lo sem verdade, pois os verdadeiros adoradores
adorarão ao Pai em espírito e em verdade (Jo 4:23).
O cristão autêntico tem prazer na verdade porque, à semelhança
do salmista, tem a seguinte convicção: Eis que te comprazes na verda-
de no íntimo (Sl 51:6). Quem é verdadeiro é honesto e fiel. A hones-
tidade é a essência da coragem moral, conforme ficou demonstrado
na vida de Jesus. Uma mentira inocente poderia tê-lo salvado da cruz,
mas ele não a quis proferir, apesar de a sua vida estar em perigo.7 A
verdade é um princípio bíblico irrevogável. Sejamos verdadeiros nas
finanças, na vida conjugal, nas relações com os nossos filhos, etc.;
falemos a verdade uns com os outros (Ef 4:25).
5. A Bíblia diz que deve haver tempo de falar: Observemos as pala-
vras do escritor de Eclesiastes: Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo
para todo propósito debaixo do céu (...) tempo de estar calado, e tempo
de falar (3:1,7). Quando falamos muito, tornamo-nos sujeitos a errar nas
nossas palavras. Por isso, é interessante atentarmos para o conselho de
Tiago: Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio
para se irar (1:19). Assim como podemos fazer as coisas de modo precipi-
tado, também podemos falar precipitadamente, o que é muito perigoso.
O que magoa e fere as pessoas não são as divergências de pontos de
vista entre elas, mas são as palavras ditas precipitadamente.8
Como vimos, para tudo há um tempo, inclusive, para falar. Todos os
dias, falamos milhares de palavras, razão pela qual devemos ter nossas
atenções redobradas nesse sentido. É completamente saudável falarmos
as coisas no tempo certo, para a pessoa certa e da forma correta. Quan-
do, porém, não estivermos inseridos nessas condições, quando não sou-
bermos dar conselhos positivos ou falar palavras edificantes, o melhor
mesmo é ficarmos calados. Quando nos calamos, evitamos fofocas, a

7. Champlin (1979:139).
8. Koopman (1972:13).

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maledicências, brigas, etc. Poderíamos evitar muita confusão, se mode-
rássemos mais a língua.9 Sejamos prudentes no falar!
Você ainda se lembra do primeiro parágrafo deste comentário? A
Bíblia diz que precisamos nos despir do velho homem com os seus
feitos (Cl 3:9). Será que isso tem a ver com nossas palavras? Sim! Na
verdade, isso tem tudo a ver. Antes, tínhamos pensamentos domina-
dos pelo pecado; nossas palavras eram torpes e indecentes. Hoje, po-
rém, temos a mente de Cristo! Uma mente cristocêntrica produz pala-
vras que curam, que restauram, que edificam e que pacificam. Para a
glória de Deus, fazemos parte de uma geração que não se conforma
com a “linguagem profana” deste mundo, mas busca a transformação
pela renovação da mente (Rm 12:2). Sejamos, portanto, semelhantes
a Cristo: sejamos santos na palavra!

2. Leia Pv 15:1; Cl 3:8; o primeiro e o segundo itens do comentário


anterior, e comente com a classe sobre a importância da brandura
e do domínio no falar. Quais as consequências da maledicência e
por que devemos evitá-la?

3. Leia Ef 5:3-4, o terceiro item do comentário anterior e responda:


Que tipo de palavras devem ser evitadas por nós?

4. Após ler Cl 3:9; Ef 4:25 e o quarto item do comentário anterior,


responda: Que importante princípio não pode faltar em nossas
palavras? Que consequências a mentira poderá trazer?

9. Koopman (1972:12).

94 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


5. Leia Ec 3:7; Tg 1:9, o quinto item do comentário anterior e responda:
Há tempo de falar? Por que é importante falarmos no tempo certo?

III. VAMOS MUDAR!


1. Sejamos santos! Pronunciemos palavras que consolem.
Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras (I Ts 4:18 - gri-
fo nosso). Na hora da angústia, do sofrimento, da perseguição, da perda,
da fraqueza, da queda, da desmotivação, da desesperança e de tantos
outros problemas que nos afetam, precisamos ouvir palavras consolado-
ras. As pessoas precisam de ajuda para não serem reféns da depressão
causada, muitas vezes, por palavras indelicadas e duras. À semelhança do
apóstolo Paulo, devemos consolar as pessoas com palavras de esperan-
ça! Ele dizia: ... se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também
aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele (v.14).

7. Leia I Ts 4:18, a primeira aplicação e comente com a classe sobre a


importância de pronunciarmos palavras consoladoras.

2. Sejamos santos! Pronunciemos palavras que motivem.


Virou-se o Senhor para ele e lhe disse: Vai nesta tua força, e livra a Israel
da mão de Midiã; porventura não te envio eu? (Jz 6.14). A vida de Gideão
mudou a partir da motivação divina, através dessas palavras. Há muitos
irmãos e irmãs desmotivados na casa de Deus. Há muitos jovens sem
vontade e sem ânimo de contribuir na obra do Senhor. Há muitos que,
há dias, meses e anos, se encontram escondidos na “caverna da desmo-
tivação”. São pessoas que precisam, urgentemente, de palavras que mo-
tivem. Você conhece alguém que se encontra em situação semelhante?
Então ajude-o! Diga-lhe palavras motivadoras!

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7. Leia Jz 6:14, a segunda aplicação e responda: Que grande exemplo
nos dá o Senhor quanto ao falar?

3. Sejamos santos! Pronunciemos palavras que edifiquem.


Não saia da vossa boca nenhuma palavra que cause destruição, mas
somente a que seja útil para a edificação (Ef 4:29). Palavras edificantes
restauram vidas, curam feridas e revigoram a alma. Palavras edificantes
nos levam à prática da justiça, da verdade, do amor, do perdão, da pu-
reza, da fidelidade, etc. As palavras de Jesus abriram os olhos dos cegos,
levantaram paralíticos, limparam a pele dos leprosos, desprenderam a
língua dos mudos, salvaram e ressuscitaram pessoas. Quando nos preo-
cupamos com o bem das pessoas, dirigimo-nos a elas com palavras que
as ajudem a se tornarem amadurecidas espiritualmente. Façamos isso:
edifiquemo-nos uns aos outros com nossas palavras!

8. Leia Ef 4:29, a terceira aplicação e responda: Qual o objetivo de


pronunciarmos palavras que edifiquem?

CONCLUSÃO: “Sejam santos” é a proposta de Deus para nós. O Deus


Santo quer para si uma igreja santa. Estejamos atentos ao que nos diz a
Bíblia quanto às nossas palavras e procuremos pronunciá-las com bran-
dura, domínio, pureza, verdade e no devido tempo. Quando pronuncia-
das dessa maneira, agradam a Deus e nos fazem ter a certeza de que es-
tamos no rumo certo da nossa santificação. Já está mais que na hora de
pronunciarmos palavras que consolem, motivem e edifiquem! Façamos
isso, agora mesmo, porque Cristo nos chamou não para a imundícia, mas
para a santificação! (I Ts 4:7). Sejamos santos na palavra!

96 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


12
20 MAR 2010
Sejam santos
no alimento
Hinos sugeridos: BJ 296 – CC 301 / BJ 12 – CC 176

leitura diÁria objetivo

Domi., 14 de mar. .................................................. Gn 25 Mostrar ao estudante da


Seg., 15 .......................Pv 20:17; At 15:29; I Co 10:31 palavra de Deus as instru-
ções bíblicas referentes à
Terça, 16 ........................................................... Lv 11; Dn 1
obtenção e ao consumo do
Quarta, 17 .......................... Ec 11:1; Lc 4:3, 12:16-18
alimento.
Quinta, 18 ............................ Sl 127:2; II Ts 2; I Tm 4:3
Sexta, 19 ............................................ Fp 4:11-12; II Ts 3
Sábado, 20 .................... Pv 22:9; Mt 4:4; Jo 6:26-27

TEXTO BÁSICO: Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra


qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus. (I Co 10:31)

INTRODUÇÃO: O que você come, como você come, onde você come,
com quem você come, o quanto você come pode tornar você mais santo
ou menos santo. Esaú e Daniel que o digam. A alma de Esaú era contro-
lada pelo paladar. Por um prato de comida ele negociou a sua primoge-
nitura, isto é, os seus direitos de filho mais velho (Gn 25:34). Com Daniel
foi diferente. Ele, ao contrário de outros jovens também vindos de Israel:
Resolveu (...) firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei,
nem com o vinho que ele bebia (Dn 1:8). Manteve o seu compromisso
com Deus. Uma vez que alimentação e santificação se relacionam dire-
tamente, a lição de hoje nos mostra o que devemos evitar e o que deve-
mos fazer para sermos mais santos na sua obtenção e no seu consumo.

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I - SAIU NA MÍDIA
Você é o que você come e também quanto e como você come. Os ali-
mentos podem ajudar ou prejudicar sua saúde. Mas não é recomendável
sentar-se à mesa como se vai a uma farmácia ou lançar-se a excessos
como um condenado em sua última refeição. O prazer do equilíbrio é a
chave de tudo. Quando o francês Jean Anthelme Brillat-Savarin cunhou,
em 1825, a expressão “diga-me o que comes e eu te direi o que és”, re-
feria-se, sobretudo, aos prazeres de uma boa refeição. Em seu tratado de
gastronomia A Fisiologia do Gosto, a primeira obra sobre a relação do ho-
mem com a comida, ele dizia que a elaboração de um novo prato causava
mais felicidade à espécie humana do que a descoberta de uma estrela. (...)
Já está provado que, das dez doenças que mais matam no mundo, cinco
estão diretamente associadas a uma dieta de má qualidade: obesidade, in-
farto, derrame, diabetes e câncer – sobretudo o de mama, o de próstata e o
de intestino. “Quem quer que seja o pai de uma doença, a mãe foi uma dieta
deficiente”, diz o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Bra-
sileira de Nutrologia (Abran). Não é preciso ser um freqüentador compulsivo
de spas de emagrecimento para perceber que basta uma semana de alimen-
tação regrada, frugal e saudável para o organismo funcionar melhor. O hálito
melhora, o cabelo fica mais sedoso, a pele mais viçosa. Surge o ânimo para
acordar mais cedo e, por que não, fazer inclusive uma caminhada. (...)
Ah, os refrigerantes, as batatas fritas, os hambúrgueres... Se eles não
fossem tão gostosos, não teriam ganhado o planeta. Já as frutas, as ver-
duras, os legumes... Bem, a verdade nua e crua (ou cozida, como queira)
é que são alimentos difíceis de engolir para oito em cada dez pessoas
(e para dez em cada dez crianças). Pesquisadores da Universidade de
Oxford, na Inglaterra, desvendaram os mecanismos cerebrais que tornam
uma fritura mais apetitosa do que um rabanete. Eles descobriram que as
comidas gordurosas ativam uma região cerebral conhecida como córtex
cingulado, a mesma que se acende quando recebemos um carinho ou
sentimos o cheiro de um perfume. A educação dos sentidos, no entanto,
não é tão difícil como parece. Há uma máxima antiga segundo a qual “as
doenças não afetam quem sabe o que comer, o que não comer, quando
comer e como comer”. Isso está ao seu alcance.

Fonte: BUCHALLA, Anna Paula in Você é o que você come. Disponível em: Revista Veja on
line (http://veja.abril.com.br/300408/p_114.shtml) > Acessado em 19/10/2009.

98 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


1. Com base no texto em destaque, comente a afirmação: “Diga-me o
que comes e eu te direi o que és”.

II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?


O Deus dos dois primeiros capítulos de Gênesis é o Deus que fala. Ele
fala mais no primeiro capítulo (1:3,6,9,11,14,15,20,22,24,26,28,29,30) do
que no segundo (16,17,18). Mas Deus não fala muito com o ser humano:
apenas três vezes. Na primeira (Gn 1:28) e na segunda (Gn 1:29-30), fala
com Adão e Eva juntos. Na terceira (Gn 2:16-17), ele fala só com Adão.
Dessas três falas de Deus, as que têm o conteúdo mais extenso são a
segunda e a terceira, que apresentam instruções relacionadas à alimen-
tação. Mas as instruções divinas sobre alimentação não estão apenas
em Gênesis: estão em toda a Bíblia. Vejamos quais são elas.
1. Instruções bíblicas sobre a obtenção do alimento: Para sermos
santos na obtenção do alimento, devemos evitar algumas práticas. Em
primeiro lugar, a Bíblia diz que devemos evitar a ilegalidade, porque a
comida que se consegue desonestamente pode ser muito gostosa, mas
depois será como areia na boca (Pv 20:17 – NTLH). Isso quer dizer que o
nosso alimento não deve ser proveniente de atividades ilegais ou imo-
rais, tais como prostituição, estelionato, desmatamento, contrabando,
sonegação, pirataria, agiotagem, narcotráfico, jogatina, exploração. Je-
sus, mesmo tendo muita fome, recusou-se a utilizar meios contrários à
vontade divina para conseguir alimento (Lc 4:3).
Em segundo lugar, a Bíblia diz que, na obtenção do alimento, devemos
evitar a ansiedade. O que o ansioso mais detesta e mais abomina é esperar.
Por essa razão, ele não se sente nada bem diante da ordem: Lança o teu
pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás (Ec 11:1). O que
ele não gosta nessa ordem? Disto: ... depois de muitos dias, o acharás. A sua
maior aflição não é nem o fato de ter que lançar a semente, mas o fato de ter
que “aguardar” o tempo certo da colheita (Mc 4:28-29). O ansioso “atropela
processos: quer comer antes de ficar pronto, colocar o pão no forno antes de
preparar a massa, colher antes de plantar, plantar antes de preparar a terra”1

1. Kivitz (2009:184).

www.portaliap.com | 99
Em terceiro lugar, a Bíblia diz que, na obtenção do alimento, devemos
evitar o oportunismo. Certa ocasião, Paulo soube (II Ts 3:11) que, numa
das igrejas em que havia estado, alguns irmãos insistiam em viver à custa
de outrem, mesmo depois de terem sido por ele orientados, tanto pelo
exemplo (II Ts 2:9) quanto pela palavra (II Ts 2:10). Esses irmãos sobreviviam
do oportunismo. A pessoa influenciada pelo oportunismo se aproveita da
bondade, do trabalho e do recurso do próximo para se sustentar. O após-
tolo confrontou energicamente o gravíssimo comportamento oportunista:
a esses tais, porém, mandamos e exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo,
que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão (II Ts 3:12).
Em quarto lugar, a Bíblia diz que, na obtenção do alimento, devemos evi-
tar o materialismo. Tão logo Jesus notou que o impulso de grande parte do
povo em sua direção era somente de natureza material, isto é, para obtenção
de alimento (Jo 6:26), declarou: Trabalhai, não pela comida que perece, mas
pela que subsiste para a vida eterna (Jo 6:27). Obviamente, “o Senhor não quis
dizer com isso que não deveriam trabalhar para ganhar o pão diário, mas que
isso não deveria ser o alvo principal deles. Satisfazer o apetite físico não é a
coisa mais importante na vida”2, porque está escrito: nem só de pão vivera o
homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Mt 4:4 – NTLH).
Em quinto lugar, a Bíblia diz que, na obtenção do alimento, devemos evitar
o individualismo. Alguém que vive sob o domínio do individualismo revela
pouca ou nenhuma solidariedade. Olha para a sua colheita e nota que ela foi
boa, muito boa (Lc 12:16). Vai faltar-lhe celeiro para guardar tantos frutos e
tantos cereais (Lc 12:17). Mas ele não vai repartir a sobra com aquele que plan-
tou tudo, mas não colheu nada. Ele vai mesmo é construir celeiros maiores
para estocar o excedente para o futuro (Lc 12:18)! Então, dirá a sua alma: tens
em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te
(Lc 12:19). Esta atitude é absurda, pois “quem vive aos cuidados de um Deus
doador convive com a responsabilidade de compartilhar”3 (Pv 22:9).
2. Instruções bíblicas sobre o consumo do alimento: Não basta ser
santo apenas na obtenção do alimento: precisamos ser também santos no
seu consumo. Para sermos santos nessa área, precisamos seguir algumas
práticas. Em primeiro lugar, devemos observar a abstinência. O Deus da
Bíblia, que possui santidade perfeita (Lv 11:44) e que detém soberania ab-
soluta (Dt 14:2), alistou para o seu povo, de todos os tempos e de todos os
locais, “as carnes proibidas” e “as carnes permitidas” para o consumo (Lv

2. MacDonald (2008:266)
3. Kivitz (2009:188).

100 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


11; Dt 14). Além disso, devemos, de igual modo, nos abster das carnes dos
animais oferecidas nos tempos pagãos, sufocados e do sangue (At 15:29).
Em segundo lugar, a Bíblia diz que para sermos santos no consumo
do alimento devemos observar a temperança. Uma pessoa temperante
domina, governa, controla o seu apetite, quando se alimenta do que é
permitido por Deus. O seu deus (Fp 3:19) e o seu senhor (Rm 16:18) não
é o próprio ventre. O seu estômago não é soberano. O seu lema não é:
os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos (I Co
6:13). O seu apetite não dita a direção da sua vida. Conhece e consome
os alimentos permitidos pela palavra de Deus, mas não se deixa domi-
nar por nenhum deles (I Co 6:12). Ela não ingere nem pouco nem muito
alimento: ingere somente o suficiente para viver de maneira saudável.
Em terceiro lugar, a Bíblia diz que, para sermos santos no consumo
do alimento, devemos observar a gratidão. A Bíblia fala que nos últimos
tempos certos mestres falsos iriam exigir abstinência de alimentos per-
mitidos pela palavra Deus. Se o Deus que os criou nos permitiu e nos
autorizou consumi-los, não devemos jamais recusá-los, mas sim recebê-
los com ações de graças diante dele (I Tm 4:3). Deve haver sempre ações
de graça diante de Deus, porque dele (...) são todas as coisas (Rm 11:36a),
ou seja, pertencem a ele e procedem dele. É Deus quem dá o sustento aos
que ele ama, mesmo quando estão dormindo (Sl 127:2 – NTLH).
Em quarto lugar, a Bíblia diz que para sermos santos no consumo do ali-
mento devemos observar a comunhão. Tanto na igreja coríntia, quanto na
igreja romana houve muita contenda, intolerância, acusações e escândalo
por causa do consumo de alimentos (Rm 14:1 – 15:13; I Co 8:1, 10:14-33,
11:17-22). A comunhão fraternal foi terrivelmente prejudicada. Eles igno-
ravam que o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e
alegria no Espírito Santo (Rm 14:17). Ele ignoravam que todas as coisas são
lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam
(I Co 10:23). Não sejamos causa de tropeço (...) para a igreja de Deus (I Co
10:32) por ocasião dos nossos almoços e jantares coletivos. Portanto, quer
comais, quer bebais (...), fazei tudo para a glória de Deus (I Co 10:31).
Em quinto lugar, a Bíblia diz que para sermos santos no consumo do
alimento devem observar a prudência. Os filhos e as filhas de Jó eram
unidos e alegres. Juntos faziam muitos banquetes (Jó 1:4). Assim que
os banquetes terminavam: chamava Jó a seus filhos e os santificava (Jó
1:5a). Sempre fazia isso porque temia que um dos filhos poderia ter pe-
cado (Jó 1:5c – NTLH). Jó não era um pai ingênuo: era prudente. De fato,
por falta de prudência ao redor de uma mesa de almoço ou de jantar

www.portaliap.com | 101
negócios escusos são fechados, alimentos impuros são consumidos, be-
bidas alcoólicas são tomadas, palavras impróprias são faladas, princípios
bíblicos são quebrados, pessoas casadas são seduzidas, decisões injus-
tas são tomadas. Sejamos sóbrios também ao redor da mesa!
Uma das mais belas cenas da igreja, é aquela quando vemos todos os
irmãos e irmãs ao redor da mesa do Senhor, para tomar da ceia que ele
mesmo instituiu, para anunciar a sua morte e relembrar a sua vinda. Uma
vez que não querem comer e beber juízo para si, buscam se postar e se
portar de um modo digno e santo, porque sabem que estão diante da Ceia
do Senhor, que teve o seu sangue derramado e seu corpo partido para
salva-los. Mas não é apenas diante da Ceia do Senhor, que precisamos nos
comportar com santidade. Vimos que a Bíblia também recomenda santi-
dade na refeição diária, tanto na sua obtenção, quanto no seu consumo.

2. Leia Gn 1:28-30, 2:16-17, e responda: O que as falas de Deus


contidas nesses textos nos ensinam sobre a importância que o
Senhor dá a nossa alimentação?

3. De acordo com o item 1 e dos textos bíblicos que o fundamentam,


quais as cinco instruções bíblicas sobre a obtenção do alimento?




4. A partir da leitura do item 2 e dos textos bíblicos que o fundamentam,
quais as cinco instruções bíblicas sobre o consumo do alimento?

5. A partir dos dois itens estudados na primeira parte, responda: O


que a obtenção e o consumo de alimentos têm a ver com nossa
santificação?

102 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010



III. VAMOS MUDAR!


1. Andemos sem preocupação!
No sermão do monte, o nosso Senhor Jesus, ensina: ... não se preocu-
pem com a comida (...) que precisam para viver (Mt 6:25a, NTLH). O que
ele proíbe aqui, obviamente, não é a previdência e o planejamento, mas
a perturbadora preocupação com a própria sobrevivência. Ele não nos
ensina a negligenciar o presente ou o futuro! O que ele nos pede é para
que não andemos agitados em relação ao atendimento e suprimento das
nossas necessidades, pois Deus as conhece e as atende. “Se ele nos deu a
vida, não a sustentará? Não cuida ele dos pássaros e das flores? Não deu
ele seu Filho? Como então recusará dar-nos algum bem? Confiemos nele
e fiquemos em paz”4. Vamos fazer o que a Bíblia orienta: Entreguem todas
as suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês (I Pd 5:7, NTLH).

6. Leia a primeira aplicação e responda: Qual o significado da


afirmação de Jesus: ... não se preocupem com a comida (...) que
precisam para viver?




2. Peçamos sem extravagância!
Como viver livre da atormentadora preocupação com a sobrevivência?
Orando a Deus! É isso que a palavra Deus nos recomenda claramente:
Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o
que vocês precisam (Fp 4:6a, NTLH). Interessante a expressão: o que vocês
precisam. Está de acordo com oração que Jesus ensinou: Dá-nos hoje o ali-
mento que precisamos (Mt 6:11, NTLH). O que passar disso é extravagância!
Que a nossa oração seja a oração de Agur, escritor de alguns provérbios:
Eu te peço, ó Deus, (...). Dá-me somente o alimento que preciso para viver.
Porque, se eu tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso
de ti. (Pv 30:7-9, NTLH). Queiramos e peçamos apenas o suficiente!

4. Meyer (2002:19)

www.portaliap.com | 103
7. Q
 ual o princípio ensinado por Paulo, em Fp 4:6a, e por Jesus, em
Mt 6:11?

3. Vivamos sem insatisfação!


Ao nosso redor vemos, infelizmente, um monte de crente em Jesus
que vive o tempo todo descontente com tudo e com todos. Não estão
contentes com o corpo, com a casa, com o carro, com a roupa, com o ga-
nho, com o outro, com o filho, com o irmão, com a igreja, com Deus, com
o pastor, com a vida. Não era assim com Paulo. Ele disse: aprendi a estar
satisfeito com o que tenho. (...) Aprendi o segredo de me sentir contente em
todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome,
quer tenha muito ou tenha pouco (Fp 4:11-12b, NTLH). Sabe quem lhe
dava força para viver sempre alegre e feliz? Cristo. Ele mesmo disse: Com
a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação (Fl 4:12). Se ele
podia viver contente em toda e qualquer situação, nós também podemos.
Porque o Cristo dele é também é o nosso Cristo! Portanto, se temos comi-
da e roupas, fiquemos contentes com isso (I Tm 6:9, NTLH).

8. Leia Fp 4:11-12b; I Tm 6:9, e responda: Como podemos superar a


insatisfação?

CONCLUSÃO: Vimos que para não perdemos a santidade nem na ob-


tenção, nem no consumo do alimento, devemos obedecer as instruções
da palavra de Deus a esse respeito. Acabamos de conhecer algumas
delas. Que aquele que dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; e
de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da
terra (At 17:25b-26), nos ajude por meio da sua imerecida graça e do seu
glorioso poder a vivê-las, dia após dia. Só com essa ajuda vamos conse-
guir ganhar e comer o nosso pão de cada dia, evitando a ilegalidade, a
ansiedade, o oportunismo, o materialismo, o individualismo e observan-
do a abstinência, a temperança, a gratidão, a comunhão e a prudência.

104 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


13
27 MAR 2010
Sejam santos
na internet
Hinos sugeridos: BJ 196 – HC 372 / BJ 27 – CC 354

leitura diÁria objetivo

Domingo, 21 de março .................. Mt 6:22-23 Mostrar ao estudante da


Segunda, 22 .................. Pv 4:25, 14:15; Tg 4:11 Palavra de Deus que, ao
acessar a internet, este, deve
Terça, 23 ........................... Mt 6:22-23; I Co 6:18
vigiar a sua crença, o seu
Quarta, 24 ..................................................... Rm 14
tempo e a sua vista.
Quinta, 25 ..................................... Rm 15:7, 16:16
Sexta, 26 ......................................................... Sl 133
Sáb., 27 ................ Sl 90:12, 119:37; I Jo 1:9, 4:1

TEXTO BÁSICO: São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos


forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem
maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há
sejam trevas, que grandes trevas serão! (Mt 6:22-23)

INTRODUÇÃO: Pela graça de Deus estamos iniciando o último estudo


da série de lições bíblicas Sejam santos. Ao longo do trimestre falamos
sobre a santificação da vontade, da doutrina, da comunhão, do pensa-
mento, do namoro, da finança, da amizade, do trabalho, do sábado, da
família, da palavra, e, por fim, na última semana, estudamos sobre as
instruções bíblicas quanto à obtenção e o consumo do alimento, na lição:
Sejam santos no alimento. No presente estudo vamos falar sobre a inter-
net. Será que nós devemos ser santos diante da tela de um computador?
Se sim, quais os cuidados que devemos ter e, que princípios bíblicos,
devemos aplicar no uso da internet? É disto que trataremos nesta lição.

www.portaliap.com | 105
I. SAIU NA MÍDIA
A maravilhosa janela para o mundo virtual também abre uma porta
para seus perigos. Aos pais, cabe a obrigação de controlar a circulação
dos filhos num ambiente incontrolável. Para muitos pais e mães que pas-
saram a infância na pré-história eletrônica, ver o filho de 6 anos manu-
sear mouse e teclado com a desenvoltura de quem nasceu para isso – e
nasceu mesmo – é de encher o coração de orgulho. Um pequeno em-
purrão, que nem precisa vir de casa (um colega esperto ou um primo um
pouco mais velho fazem o mesmo efeito), e em dois tempos o pequeno
gênio domina o vocabulário da rede, baixa música e vídeo, descobre
sites, joga on-line, troca mensagens com os amigos.
(...) O acesso ao conhecimento e ao infinito mundo de conexões pro-
piciado pela internet é talvez o mais transformador fenômeno do mundo
contemporâneo. Nunca é demais exaltar as maravilhas que essa janela
virtual para o mundo propicia. Nesta reportagem, porém, vamos falar do
lado escuro da força da rede, realidade que nenhum adulto responsável
por uma criança conectada pode se permitir ignorar. A internet é um
espaço aberto e ingovernável, no qual circula todo tipo de boas e más in-
tenções. Nele, qualquer ser humano que saiba ler está sujeito a encontrar
o que quer, o que não quer e o que nem sabe que não quer.
Se adultos escorregam na rede, risco muito maior correm as crianças,
inexperientes e influenciáveis – situação que demanda dos pais supervi-
são constante e preocupação permanente, visto que controle total e ab-
soluto eles nunca vão ter. “A gente cresceu ouvindo os pais dizer para não
abrir a porta para estranhos, não aceitar carona de desconhecidos, não
falar com qualquer um na rua. Pois na internet a criança abre a porta para
o mundo. Muitos pais ainda acham que ela está segura dentro do quarto,
brincando no computador”, espanta-se a gerente da área de segurança
da Microsoft no Brasil, Marinês Gomes. Qualquer especialista que se con-
sulte vai dizer que todo pai e toda mãe de filho pequeno têm a obrigação
de se informar e acompanhar suas atividades virtuais. (...) É para fiscalizar
também, vigiar mesmo, clara e abertamente, com a maior naturalidade,
sem autoritarismo e sem medo de exercer a obrigação da autoridade.

Fonte: BRASIL, Sandra. Escancarada – assim é a sua casa. Disponível em: Revista Veja On line
(http://veja.abril.com.br/180707/p_086.shtml) > Acessado em 26/10/2009.

106 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


1. A partir do texto em destaque, qual a responsabilidade de todo pai
e toda mãe, quanto ao acesso de seus filhos à internet?

II. E A BÍBLIA, O QUE DIZ?


A internet é a uma das ferramentas de comunicação e informação
mais utilizada na atualidade. Segundo matéria publicada na revista VEJA,
existem, em todo o mundo, 1,6 bilhões de usuários da internet, e, no Bra-
sil, cerca de 62 milhões de usuários.1 Além de ser uma ótima ferramenta
de pesquisa e informação, a internet também traz seus riscos. É preciso
tomar cuidado para não ser engodados. O conselho da Palavra de Deus
para nós, crentes em Jesus, é: Estai atento para que o vosso procedimento
não seja de tolo, mas de sábios (Ef 5:15). A internet pode tanto ser uma
benção, como pode ser um empecilho no avanço da santificação. Tudo
vai depender de como, e para que fim a utilizamos. Por isso, vejamos
alguns princípios bíblicos que devemos levar em conta no uso desta fer-
ramenta tão útil, mas, ao mesmo tempo tão perigosa, que é a internet.
1. O uso da internet e o princípio bíblico da comunicação: Dentre
os grandes benefícios da internet, um deles, está relacionado direta-
mente com a comunicação. Uma carta que há cinquenta anos demo-
rava três meses para chegar do Japão ao Brasil, hoje, com o advento
da internet, pode ser enviada em segundos através de um e-mail, por
exemplo. A internet diminuiu distâncias, “aproximou” pessoas. Os sites
de “bate-papo” nos permitem manter contato com amigos, parentes,
conhecidos, etc., que moram em outras cidades, estados ou país. Entre-
tanto, nós precisamos tomar alguns cuidados para que esse benefício
não seja usado de forma negativa e destrutiva.
Existem aqueles passam horas e horas conversando virtualmente sobre
a vida dos outros. Caluniando, mentido, difamando. Além disso, muitos são
os que, aproveitando o véu da impessoalidade da rede, criam perfis fal-
sos, enviam e-mails mentirosos, fotos que ridicularizam o semelhante e etc.
Quantos e quantos não estão com a sua reputação manchada por causa de
mentiras, boatos e fofocas, que nasceram através de um desses e-mails en-

1. Diniz (Mai/2009:88-96).

www.portaliap.com | 107
venenados! Neste sentido a Bíblia diz: Irmãos, não faleis maus uns dos outros
(Tg 4:11). Precisamos tomar cuidado para não sermos caluniadores na rede!
A nossa comunicação deve ser edificadora e não destruidora: Não saia da
vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a
edificação... (Ef 4:29). Palavras ou conversas imorais e difamatórias não de-
vem sair da boca daqueles que proclamam Jesus Cristo como Senhor.
2. O uso da internet e o princípio bíblico da fidelidade: Você co-
nhece alguém que usa a internet como uma ferramenta para encontrar
a pessoa amada? Pois é, o número de pessoas que fazem isso cresce
assustadoramente. É lógico que não estamos dizendo que isso é im-
possível de acontecer. Existem pessoas que conseguem. Mas, não dá
para se animar muito. Pesquisas mostram que apenas 2% das pessoas
se casam com alguém que conheceu virtualmente, e, são raríssimos
os casos em que o casamento dura mais do que um ano.2 Agora, o
que mais assusta nos dados das pesquisas relacionadas aos sites de
relacionamentos é que, grande parte das pessoas que está on line, em
busca de pretendentes, é casada. O mundo do bate-papo eletrônico
cresceu com novo um fenômeno: a infidelidade virtual. Infelizmente, a
infidelidade virtual tem destruído vários casamentos reais.
Junto com as salas de bate-papo, outra cilada que tem destruído
o convívio entre vários casais, é o acesso à pornografia.3 A palavra
“sexo” é uma das mais digitadas nos sites de busca da internet. São
muitos os que passam também, horas e horas curtindo as imagens na
telinha do computador. Isso é pecado! Pode acabar com o seu casa-
mento. Pode acabar com você! Cuidado! A Bíblia diz: Fugi, portanto,
da imoralidade sexual (I Co 6:18). Jesus disse: ...o homem não separe
o que Deus ajuntou (Mc 10:9). O casamento foi feito para durar. Se-
gundo as Escrituras ele é indissolúvel. Por isso, não seja infiel ao seu
cônjuge, em hipótese alguma, muito menos num site de relaciona-
mento! Muito menos se enchendo de pornografia!
3. O uso da internet e o princípio bíblico do discernimento: Você ain-
da tem alguma dúvida no que diz respeito ao “batismo no Espírito Santo”?
Ou, quem sabe, sobre os “dons espirituais”? Melhor, sobre “eleição e pre-
destinação”? Não importa. Para dúvidas, sejam elas quais forem, o Google,
principal site de buscas da internet, tem milhares de respostas! Muitos são
os que têm bebido da sua fonte. E, na maioria das vezes, só desta fonte...

2. PINHEIRO (Nov/2002).
3. É bom que se diga aqui, que esta orientação não é só para os casados, mas para todos.

108 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


Discernir é preciso! Por meio deste mecanismo eletrônico, milhares de falsos
profetas têm disseminado suas heresias. Os servos de Deus não podem re-
ceber tudo, aceitar tudo que vier. É preciso ponderação. É preciso cuidado.
Entenda bem, não estamos sugerindo aqui, que não se deve fazer pes-
quisas na internet. A internet é uma ótima ferramenta de propagação
do evangelho. Nela encontramos excelentes textos, artigos, estudos e
etc. Mas, no entanto, façamos tudo com discernimento. Não aceite de
pronto tudo o que você lê. Sejamos como os bereanos que, diante da
pregação de Paulo, examinavam diariamente as Escrituras para ver se de
fato as coisas eram assim (At 17:11b). Nesta mesma época Paulo tam-
bém pregou para os de Tessalônica, todavia, por esta atitude madura os
bereanos foram chamados de mais nobres (At 17:11a). “A resposta que
os novos convertidos davam à pregação missionária não era meramente
emocional. Passava tanto pelo coração como pelo intelecto”.4 Seja um
bereano ao acessar a internet!
4. O uso da internet e o princípio bíblico do relacionamento: Oito
em cada dez pessoas conectadas na internet, no Brasil, têm o seu perfil
estampado em algum site de relacionamento. Esses sites servem para
manter contato com amigos, conhecer pessoas, se relacionar. Todavia,
até que ponto esses “relacionamentos” podem mesmo ser chamados
assim? Eles suprem a necessidade humana de relacionamentos interpes-
soais? Eles, de fato, podem diminuir a solidão entre as pessoas? Bem,
estudiosos de diversas áreas passaram a procurar respostas para essas
perguntas e concluíram que “a comunicação não consegue suprir as ne-
cessidades mais profundas dos indivíduos. A internet tornou-se um vasto
ponto de encontros superficiais”.5
Além disso, os sites de relacionamentos, por vezes, têm efeitos negati-
vos sobre as pessoas que se utilizam deles em excesso. Estas, na maioria
das vezes, se isolam e tornam-se totalmente dependentes de um mundo
de faz de contas. Os sites de relacionamentos nunca irão conseguir pre-
encher uma necessidade básica de todo ser humano: o relacionamento
interpessoal. De nada adianta ter 500 amigos virtuais e nenhum amigo
real. Deus não nos criou para vivermos sozinhos, isolados atrás de uma
tela de computador. Uma das expressões que mais se repetem no Novo
Testamento é uns aos outros (cf. Rm 12:10; 13:8; 14:13; 15:7; 16:16 e etc.).

4. ACABARAM os bereanos? (Jan/Fev 2003).


5. Schelp (Jul/2009).

www.portaliap.com | 109
A mensagem desta expressão é que a vida cristã não é isolada é junta.
Precisamos nos relacionar; viver em comunhão uns com os outros (Sl
133). Não deixe a internet tirar essa benção de você.
5. O uso da internet e o princípio bíblico da propriedade: A lei
da propriedade intelectual significou um avanço muito grande para as
artes e para a ciência. Esta lei, que surgiu no século XVIII, legitimou
uma das idéias que viria a se tornar um dos alicerces do mundo mo-
derno: a de que o autor é dono da sua obra e deve ser recompensado
sempre que ela trouxer ganho financeiro à outra pessoa.6 Entretanto,
muito tempo antes do surgimento desta lei, as Escrituras já diziam, de
forma muito clara e direta: Não furtarás (Ex 20:15). Existe um princípio
bíblico implícito neste versículo. Este mandamento reconhece o direito
de posse de cada pessoa.7 Por isso, tirar de alguém um valor que é seu
por direito é quebrar esse mandamento.
Com o aparecimento da internet a “lei da propriedade intelectual” e,
principalmente, o “princípio bíblico do direito de posse”, é quebrado com
frequência. A “pirataria” cresceu assustadoramente nos últimos anos! Se-
gundo a Federação de Comércio do Rio de Janeiro, no ano de 2008, o
consumo de produtos piratas aumentou consideravelmente. Por volta de
8 milhões de brasileiros adquiriram algum produto desta procedência
neste ano. Uma das grandes responsáveis por esse aumento: a inter-
net. Com ela tudo ficou mais fácil. Por exemplo, é possível baixar de um
computador comum CDs, DVDs, filmes, livros, textos, programas e etc.
Todavia, não nos enganemos: pirataria é crime e também é pecado!
Não caia na “tentação do click”. Se você, por meio da compra de
produtos piratas, defraudou alguém que lutou para gravar um CD,
que ralou para produzir um filme, que suou para escrever um livro;
peça perdão a Deus, ele é fiel e justo para nos purificar e nos perdo-
ar de toda a injustiça (I Jo 1:9). Não permita que a internet seja um
empecilho em sua comunhão com Deus. Não permita que a internet
lhe faça quebrar princípios da Palavra de Deus. Para que isso não
aconteça, coloquemos em prática o princípio da vigilância. Ao aces-
sarmos a internet é necessário vigiarmos três áreas da nossa vida,
conforme veremos na sequência deste estudo.

6. Borsato (Ago/2009).
7. Aleen (1981:74).

110 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


2. Leia Tg 4:11; Ef 4:29; o item 1 do comentário anterior e comente sobre
as implicações do princípio bíblico da comunicação, e o uso da internet.

3. Faça a leitura de Mc 10:9 e do item 2 do comentário anterior e


compartilhe com a classe sobre o dever de aplicarmos o princípio
bíblico da fidelidade no uso da internet. “Infidelidade virtual”
também é pecado?

4. Com base em At 17:11; Sl 133; os itens 3 e 4 do comentário,


responda: Como um cristão “bereano” deve se comportar ao acessar
a internet? E, sobre os relacionamentos, será que a internet é capaz
de suprir a necessidade humana de viver em comunhão?

5. Qual o princípio bíblico implícito em Ex 20:15? Com este princípio


em mente, comente sobre o crescimento assustador da pirataria em
nossos dias. É correto o cristão baixar, vender ou comprar produtos
piratas?

III. VAMOS MUDAR!


1. Ao acessar a internet, vigie a sua vista.
Jesus disse que os olhos são a lâmpada do corpo. Se os teus olhos
forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos fo-
rem maus, todo o teu corpo estará em trevas (Mt 6:22-23). Precisamos ter

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olhos santos ao navegar pela internet! Por isso é importante a vigilância.
Se não vigiarmos os nossos olhos, eles irão sentir prazer em acessar sites
impróprios; irão amar ficar “espiando” emails com vídeos ou conteúdos
imorais. Vigie! Você é um filho da luz! Seus olhos precisam ser bons. Faça
a oração do salmista: Desvia os meus olhos de contemplarem o que é inú-
til e vivifica-me no teu caminho (Sl 119:37).

6. Leia a primeira aplicação e fale sobre a importância da vigilância


dos olhos, no uso da internet. Se não os vigiarmos o que pode
acontecer?

2. Ao acessar a internet, vigie o seu tempo.


Outro grave perigo relacionado com o acesso à internet é o uso do
tempo. Existem pessoas que extrapolam. Passam horas e horas à frente
do computador. Às vezes viram noites; de site em site, de email em email,
mas estão sempre “sem tempo” para ler a Bíblia, para orar e até mesmo
para ir às programações da igreja. Investem muito pouco tempo com as
atividades relacionadas ao reino de Deus, a família, ao trabalho, aos estu-
dos. Vigie o seu tempo! Ele é precioso para Deus. Você é o mordomo dele.
A internet é uma ótima ferramenta, e uma benção, quando usada corre-
tamente: “no” tempo certo e “o” tempo certo. Se você tem dificuldades
nesta área, ore como o salmista: Ensina-nos a contar os nossos dias e usar
o nosso pouco tempo para conseguirmos a tua sabedoria (Sl 90:12 – BV).

7. Após ler a segunda aplicação, diga o que você pensa, sobre passar
horas e horas conectado a internet? Fale sobre a importância da
vigilância do tempo.

3. Ao acessar a internet, vigie a sua crença.


Na internet temos acesso a pregações, devocionais, artigos e estudos
das mais diferentes procedências e linhas doutrinárias. A maior parte das
pessoas acredita em tudo o que lê ou ouve! Essa atitude não é prudente.

112 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2010


A Bíblia alerta: O simples dá crédito a toda a palavra, mas o prudente aten-
ta para os seus passos (Pv 14:15). Não podemos mudar de idéia só porque
alguém escreveu algo novo. O que fazer, então, ao lermos algo contrário
a nossa crença na internet? Examinar! ...não creiam em tudo o que vocês
ouvem, só porque alguém diz que é mensagem de Deus: examinem primei-
ro, para ver se realmente é (I Jo 4:1, BV). Qual a base deste exame? A Bíblia
Sagrada. Vigie a sua crença. Fique com as Escrituras, sempre.

8. O que fazer quando lemos algo contrário à nossa crença, na internet?


Vigiar a crença é importante? Tome por base a terceira aplicação.

CONCLUSÃO: A internet não é má em si, mas pode fazer muito mal


ao cristão, se este, não usá-la com sabedoria. Por isso, no uso da inter-
net, tenhamos sempre em mente os princípios bíblicos da comunicação
saudável, da fidelidade conjugal, dos relacionamentos, do discernimento
e do direito de posse. Se você já quebrou algum destes princípios ao
utilizá-la, confesse-se para o Senhor, peça perdão, e mude! Aplique, de
agora em diante, a prática da vigilância ao acessar a internet. Vigie o seu
olhar. Vigie o seu tempo. Seja santo na internet! Que os teus olhos este-
jam sempre voltados para frente e o teu olhar seja direito (Pv 4:25).

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10
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