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Roldan Alencar
1. INTRODUÇÃO
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Em 1972 foi publicada a Lei nº 5.859 que foi considerada um marco na história
do empregado doméstico. Pela primeira vez uma lei especial era dirigida a esses
trabalhadores. Ela trouxe direitos como a obrigatoriedade da filiação do
empregado à Previdência Social e anotação obrigatória na Carteira de Trabalho e
Previdência Social - CTPS, como também é conhecida. Esta lei posteriormente foi
regulamentada pelo Decreto n° 71.885/73. Todavia, ressalta-se que mesmo
com a publicação da lei específica o empregado doméstico carecia de muitos
direitos, tais quais conferidos ao empregado urbano pela CLT.
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Além disso, estendeu a aplicação de grande parte das hipóteses de justa causa
para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador previstas no art. 482 da
CLT, bem como a Lei nº 11.324/06 que previu a proteção contra dispensa
arbitrária da trabalhadora gestante, o descanso semanal remunerado, o vale-
transporte, proibição de descontos em relação ao fornecimento de alimentação,
vestuário, moradia e feriados não trabalhados e férias de 30 dias - antes, pela Lei
nº 5.859/72 eram 20 dias úteis.
Pelo exposto, vimos que até o início de 2010 o empregado doméstico sequer
dispunha de direitos como FGTS (mesmo que facultativo), férias de 30 dias,
descanso semanal remunerado, proteção de salários contra descontos com
alimentação, higiene, moradia e feriados não trabalhados, proteção à dispensa
arbitrária da gestante, direitos estes já contemplados às demais classes de
trabalhadores.
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Art. 7º:
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II - seguro-desemprego, em caso de
desemprego involuntário;
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Desta forma, com advento da lei complementar foi disciplinado vários direitos de
forma semelhante à CLT, como a jornada de trabalho (art. 2º), hora extra (art. 2º,
§1º), contrato em tempo parcial[3] (#_ftn1) (art. 3º), registro de CTPS (art. 9º),
intervalo intrajornada (art. 13) e extrajornada (art. 15), INSS (art. 20º) e FGTS
(art. 21). Outros direitos, apesar de guardarem semelhança com a CLT respeitam
as peculiaridades do trabalho doméstico, tal qual dispõe o contrato por tempo
determinado[4] (#_ftn2) (art. 4º) e férias (art. 17).
De outra sorte, novos direitos foram trazidos pela lei complementar como no caso
da jornada em regime de 12 x 36 horas[5] (#_ftn3) , na qual a jornada diária de 8
horas poderá ser elastecida por acordo escrito para 12 horas com 36 horas de
intervalo ininterruptos, sendo possível a indenização do intervalo interjornada ao
invés de concedê-lo (art. 10). No § 2º do art. 10 o legislador tentou estender, de
forma anômala, esses direitos as demais atividades que possuam o mesmo regime
de horário. Por extrapolar seu raio de incidência trazendo matéria estranha ao
objeto do projeto de lei, conforme prescreve o art. 7º, inciso II da LC nº 95/98, a
presidente Dilma Rousseff vetou o dispositivo. Este regime de horas foi proposto
em vistas ao cuidadores de enfermos e idosos que necessitam de supervisão
continuada, principalmente em pernoites.
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Já o art. 27 da referida lei afastou a incidência dos artigos 482 e 483 da CLT nos
casos da rescisão indireta e justa causa, entretanto, utilizou esses artigos como
texto-base. O legislador atendeu às peculiaridades da profissão ao inserir
hipóteses de justa causa, como submeter idoso, enfermo, pessoa com deficiência
ou criança sob cuidado a maus tratos (art. 27, I) ou rescisão indireta como
prescreve o parágrafo único, VII do art. 27 nos casos de violência doméstica, de
qualquer tipo, contra a mulher empregada, visando a proteção física, moral,
patrimonial e sexual da empregada mulher. O inciso VII do art. 27 que previa a
hipótese de justa causa em caso de violação de fato ou circunstância íntima do
empregador ou de sua família, foi vetado por ser considerado muito amplo e
impreciso dando margem para fraudes trazendo insegurança jurídica ao
trabalhador.[6] (#_ftn4)
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O registro de horas será feito por qualquer meio idôneo[7] (#_ftn5) para controle de
horas, conforme prescreve o art. 12. É ônus do empregador comprovar a não
existência de horas extras laboradas em processos judiciais, hipótese na qual
aplica-se o inciso I da Súmula 338 do Tribunal Superior do Trabalho por analogia,
a qual estabelece in verbis:
O §1º do art. 10 faz referência ao artigo 73 da CLT, o qual define trabalho noturno
como aquele realizado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco)
horas do dia seguinte, e terá acréscimo de 20% (vinte por cento) sobre a hora
diurna. Detalhe: a hora noturna equivale a 52 (cinquenta e dois) minutos e 30
(trinta) segundos – redução de 7 (sete) minutos e 30 (trinta) segundos, ou 12,5%
(doze vírgula cinco por cento), sobre a hora trabalhada durante o dia.
3.2.9 Férias
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3.2.10 Salário-família
O art. 37 alterou o art. 65 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre
os Planos de Benefícios da Previdência Social, assegurando o direito ao salário-
família ao empregado doméstico na proporção de filhos ou equiparados nos
termos do § 2o do art. 16 da Lei nº 8.213, observado o disposto no art. 66.
R$ 37,18
Não superior a R$ 725,02
3.2.12 Seguro-desemprego
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4. DO SIMPLES DOMÉSTICO
1 8% de FGTS
Hoje o empregador paga 12% (doze por cento) de INSS, e não paga as alíquotas
para seguro acidente e fundo compensatório, tampouco retém o imposto de renda
do empregado doméstico. Em relação ao FGTS este tornou-se obrigatório, mas só
será exigível após regulamentação como a veremos à frente. A data para o
pagamento do INSS passou para o dia 07 (sete) antes era dia (15), esta data
somente seria alterada em outubro com o Simples, mas por força da Lei nº 13.149,
de 21/07/2015 foi alterada previamente.
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5. COMBATE A INFORMALIDADE
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências Bibliográficas
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Multas Trabalhistas.
http://www3.mte.gov.br/fisca_trab/multas_trabalhistas.asp
(http://www3.mte.gov.br/fisca_trab/multas_trabalhistas.asp) . Acesso em: 22 jul. 2015.
Salário-família http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?
jornal=1 HYPERLINK (http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?
jornal=1&pagina=15&data=12/01/2015) . Acesso em 20-07-15
NOTAS DE RODAPÉ
[3] (#_ftnref1) O art. 3º equiparou-se ao art. 58-A da CLT que também considera
trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e
cinco horas semanais. A CLT a princípio veda a prorrogação de jornada, acordo de
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[4] (#_ftnref2) O ministro Maurício Godinho Delgado critica a jornada parcial por
não apresentar resultado prático. Já o Procurador do Trabalho Renato Saraiva
assinala como negativa a possibilidade de horas extras nesta forma de contrato
por não coadunar com o próprio objetivo desta forma de contrato.
[8] (#_ftnref6) Este direito entrará em vigor 01/10/2015 – 120 dias após publicação
da LC nº 150.
APÊNDICE
Salário de
Alíquota do Alíquota do
Contribuição Total a Recolher
Empregado Empregador
(R$)
De 1.399,13 até
9,00% 12,00% 21,00%
2.331,88
De 2.331,89 até
11,00% 12,00% 23,00%
4.663,75
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(a partir de
Salário Mínimo RS R$ 1.066,88
fevereiro/2015)
(a partir de janeiro/2015 -
Salário Mínimo demais
R$ 788,00 Decreto nº 8.381 de
estados
29/12/14)
Observações:
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Autor
Roldan Alencar
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Site(s):
roldanalencar.blogspot.com/
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