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Saúde Coletiva

ISSN: 1806-3365
editorial@saudecoletiva.com.br
Editorial Bolina
Brasil

VILLELA, WILZA VIEIRA; GOMES DOS SANTOS, CLAUDETE; VELOSO, JOSÉ


CARLOS
Sobre transgêneros: produzindo corpos e subjetividades
Saúde Coletiva, vol. 3, núm. 11, 2006, pp. 73-78
Editorial Bolina
São Paulo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=84212137003

Como citar este artigo


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gênero
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saúde
Villela
VillelaWV,
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VelosoJC.
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cuidados com a
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Descritores:
de gênero.

This research w
WILZA VIEIRA VILLELA 2003 and 2004
Médica. Doutora em Medicina Preventiva. Docente life aspects of t
do PPG/Coordenadoria de Controle de Doenças
ms of body prod
(CCD), Secretaria de Estado da Saúde (SES/SP).
some intersectio
CLAUDETE GOMES DOS SANTOS disease, and the
Historiadora. Educadora de Saúde Pública. Mestre such, many diff
em Ciências/Saúde Coletiva/PPG/Coordenadoria dos ped, such as int
Institutos de Pesquisa (CIP)/SES/SP. Pesquisadora do observation with
Instituto de Saúde/SES/SP.
ving different ag
que called “sno
JOSÉ CARLOS VELOSO
Assistente Social. Mestre em Ciências/SC/PPG/CCD/ the researchers.
SES/SP. Presidente do Grupo de Apoio ao Paciente com content analysis
Aids-GAPA/SP. to this people is
light”, and it det
employed and in
excessive conce
Recebido: 07/05/2006 beauty is the wa
Aprovado: 18/08/2006

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gênero e saúde
Villela WV, Santos CG, Veloso JC. Sobre transgêneros: produzindo corpos e subjetividades

Sobre transgêneros:
produzindo corpos e subjetividades
Esta pesquisa foi realizada no Instituto de Saúde entre 2003 e feeling. That production means, many times, painful and risky
2004 com objetivo de conhecer aspectos da vida cotidiana de procedures for they have the idea that women suffer for being
transgêneros, em especial no que se refere aos mecanismos beautiful. They have a limited health care due to their difficulty
de produção do corpo e da subjetividade e buscou apreender to use the existent services, and also because they don’t focus
alguns entrecruzamentos de gênero e sexualidade, saúde e on health, but on feminity.
doença e o uso de serviços nesta população. Para tanto, fo- Descriptors: Transgender, Sexual identity, Gender identity
ram desenvolvidas diferentes estratégias qualitativas de co-
leta de dados como entrevistas, grupos focais e observação Esta investigación fue cumplida en el Instituto de Salud
participante com transexuais e travestis nascidos homens de entre 2003 y 2004 con el objetivo de conocer aspectos de
diferentes idades e inserção social recrutados pela técnica la vida diaria de transgeneros, sobre todo en qué se refiere
de “bola de neve” a partir da rede social de um dos pesqui- a los mecanismos de producción del cuerpo y de la sub-
sadores. O material foi analisado segundo método de análise jetividad, buscó aprehender algunos entrecruzamientos de
de conteúdo. Os resultados mostram que o cotidiano desta género y sexualidad, salud y enfermedad y uso de servi-
população é marcado pela dificuldade de circulação “à luz cios en esta población. Así fueron desarrolladas diferentes
do dia” o que determina um estreitamento nas suas chances estrategias cualitativas de colecta de datos, como entre-
de emprego e vida social. Isto determina uma preocupação vistas, grupos focales y observación participante, con tran-
excessiva com a produção do corpo, na perspectiva de que a sexuales y travestidos nacido como hombres, de diferentes
beleza seja o caminho para o amor; e o amor é a cura para o edades y inserción social, reclutados por la técnica de “pe-
sentimento de rejeição. Esta produção implica procedimen- lota de nieve” por la red social de uno de los investigado-
tos por vezes dolorosos e arriscados, suportados, inclusive, res. El material se analizó segundo método de análisis de
pela idéia de que as mulheres “sofrem para serem belas”. Os contenido. Los resultados muestran que la vida diaria de
cuidados com a saúde são limitados, em parte pela dificulda- esta población es marcada por la dificultad de circulación
de de uso de serviços, mas também porque o foco de preocu- “en la luz del día” lo que determina un estrechamiento en
pação com o corpo é a feminilidade, não a saúde. sus oportunidades de empleo y vida social. Esto determina
Descritores: Transgêneros, Identidade sexual, Identidade una preocupación excesiva con la producción del cuerpo,
de gênero. en la perspectiva de que la belleza es el camino para el
amor, y el amor es la cura para el sentimiento de rechazo.
This research was carried out at the Health Institute between Esta producción significa procedimientos por veces, dolo-
2003 and 2004 focusing the acknowledgement of some daily rosos y arriesgados, apoyados, incluso, por la idea de que
life aspects of transgenders, specially referring to mechanis- las mujeres “sufren para ser bellas”. Los cuidados con la
ms of body production and subjectivity; it aimed to apprehend salud son limitados, en parte por la dificultad de uso de los
some intersection between gender and sexuality, health and servicios, pero porque, también, el enfoque de preocupaci-
disease, and the use of some services by this population. For ón con el cuerpo es la feminidad, no la salud.
such, many different data collection strategies were develo- Descriptores: Transgénero, Identidad sexual, Identidad de
ped, such as interviews, focal groups and a kind of participant gênero..
observation with transgenders and transvestites born men, ha-
ving different ages and social insertion, recruited by a techni- INTRODUO
que called “snow ball”, starting from the social net of one of esde os primórdios das sociedades humanas, a sexualida-
the researchers. This research material was analyzed by the
content analysis methods. The results show us that daily life
D de tem sido objeto de distintos processos de regulação,
não sendo em absoluto tratada de modo homogêneo ou li-
to this people is pointed by a difficulty of circulating in “daily near nos diferentes períodos históricos. De fato, a épocas de
light”, and it determines a narrowing of their chances of being intensa repressão ao sexo sucedem-se outras onde a liber-
employed and in their social life. That narrowing determines an dade e a tolerância em relação à sexualidade são maiores1,
excessive concern with body production, by a perspective that num contínuo vaivém.
beauty is the way for love, and love is the cure for rejection A despeito da abordagem do sexo assumir formas diversas

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de acordo com cada sociedade, as culturas tendem a elaborar serva uma “(...) maior divulgação temática e metodológica das para a necessida
um conjunto próprio de regras e padrões de comportamento, reflexões sobre o homoerotismo”8. sobre o lugar do
ou seja, uma “cultura sexual”, que opera como um instrumento A emergência da Aids também estimulou, em paralelo à bre os gêneros
de poder e de controle sobre as pessoas, a partir da criação de discussão sobre sexualidade, uma importante ampliação nos Como sugere Bu
normas e leis sobre quem, quando, como e com quem se pode chamados Estudos de Gênero, trazendo para este campo a re- ção, e se um gê
fazer sexo2,3. flexão sobre gênero e sexualidade, homens e masculinidades, inscrita nos cor
Em finais do século XIX e início do XX, muitos pesquisado- mulheres e feminilidades. Uma importante contribuição des- gêneros pode “d
res começaram a se interessar pelo tema sexualidade instigados tes estudos é a tentativa de evidenciar que uma dada con- reformular a rel
pela teoria de Freud2, que afirma ser a sexualidade o centro e o figuração da genitália externa, vulva ou pênis, que marcaria significados orig
eixo do processo de desenvolvimento humano. Posteriormente, a identidade sexual, não necessariamente condicionaria um de gênero subse
os trabalhos de Michel Foucault4, apontam como os discursos modo específico de estar no mundo, sentimentos e compor- perspectiva biná
morais sobre o sexo constituem-se em vigorosas estratégias de tamentos, ou mesmo as inclinações eróticas. Assim, as iden- ensão sobre os
poder e controle sobre os corpos trabalhadores, o que estimula tidades de gênero estariam mais relacionadas aos modos so- se estabelecem
fecundas reflexões sobre as dimensões políticas de regulação cialmente construídos para a apropriação e a circulação dos regulação das se
da sexualidade. corpos de homens e de mulheres e à configuração subjetiva No entanto, a
Nas duas últimas décadas do século XX, impulsionado não que daí decorre. Ao mesmo tempo, é apontado que as incli- posta por transg
apenas pela contribuição desses e de outros autores, mas tam- nações eróticas individuais, embora estejam relacionadas ao identidades sexu
bém pelos movimentos sociais de caráter gênero e aos corpos concretos, enquanto como foco priori
libertário dos finais dos anos 60 e década modos de inscrição dos sujeitos nas cul- fatiza a dicotom
de 70 e 80, tem havido um expressivo au- turas, não é uma decorrência imediata da estrutura social b
mento de pesquisas e reflexões voltadas identidade sexual ou do gênero . ção as homossex
ao tema. Especialmente os movimentos No entanto observa-se, seja na área baseado na insti
feminista, gay e lésbico têm sido citados dos Estudos de Gênero ou no âmbito dos seado na autorid
como sendo “(...) fundamentais no sentido estudos sobre sexualidade, um volume sanitário...”
de chamar a atenção para as questões de menor de trabalhos enfocando, como superior da sexu
gênero e sexualidade, (...)”5. O movimento campo temático, os transgêneros, pessoas espaço para uma
feminista, ao mostrar que o poder dos ho- que se sentem em desacordo com o seu lidade na perspe
mens sobre as mulheres não é natural e se sexo biológico e optam por buscar formas Considerando
estabelece pela apropriação e controle do de produção/transformação do corpo que ma Único de Saú
corpo e da sexualidade feminina; o movi- lhes permita uma circulação social mais para todas as pe
mento gay, trazendo à lembrança a famosa próxima da sua sensação subjetiva de com necessidad
rebelião deflagrada no bar Stonewall, em pertinência de gênero, criando, assim, respostas especí
junho de 1969, na cidade de New York6,7, possibilidades identitárias que transitam excluídos dos es
a partir da qual os gays norte-americanos “O TERMO TRANSGÊNEROS nas fronteiras do masculino e feminino, Travestis e tra
começaram a se organizar e lutar por di- enquanto atribuição biológica e constru- vem seus cotidi
reitos e reconhecimento; o movimento lés-
DESIGNA PESSOAS QUE ESTÃO ção social. Onde estão as v
bico, ao reivindicar o direito de mulheres ALÉM DO GÊNERO – MASCULINO O termo transgêneros designa pessoas tam e se posicion
viverem seus afetos e sua sexualidade para E FEMININO...” que estão além do gênero – masculino e quais processos
além dos jogos de poder que se estabele- feminino – por incorporarem, no corpo, dades sexuais e d
cem nas relações heterossexuais, são im- no comportamento e nas posturas frente Visando busc
portantes exemplos. ao mundo, características do outro sexo, e tem sido usado en- provisórias, a al
O advento da Aids, no início dos anos 80, também influiu quanto categoria que inclui transexuais e travestis. pesquisa com a
sobremaneira na expansão dos estudos sobre a sexualidade, Embora a literatura médica reconheça que existem bebês diana de um gru
particularmente no que diz respeito aos homossexuais mascu- que nascem com a genitália indiferenciada, ou que possam de de São Paulo
linos, o primeiro segmento populacional afetado pela doença. existir no curso do desenvolvimento de uma criança, alterações dução corporal e
Assim, não por acaso, durante muito tempo os estudos enfo- hormonais que produzam caracteres sexuais secundários em
cando este grupo se restringiram quase que exclusivamente ao desacordo com o sexo biológico, o que caracteriza a categoria METODOLOGIA
processo saúde-doença8. transgênero é que não existe um substrato biológico para o seu Trata-se de um e
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) apresen- sentimento de inadequação corporal. Dito de outra forma, em tas em profundi
ta-se como uma pandemia, cuja descoberta levou a humani- transgêneros o que está posto em questão não é exatamente a te, incluindo su
dade a profundas transformações comportamentais, tanto no sua identidade sexual, e sim a sua identidade de gênero. acessados pelo
aspecto individual, como coletivo9. Desta forma, com o avanço Estando hoje bem estabelecido que a construção das iden- redes sociais.
das pesquisas sobre a epidemia, este enfoque começou a sofrer tidades de gênero se dá no diálogo constante e instável do A aproximaçã
uma alteração, e a partir de meados da década de 90 já se ob- indivíduo com a cultura, a existência de transgêneros aponta ção de entrevista

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metodológica das para a necessidade de aprofundamentos na problematização


sobre o lugar do corpo na produção do gênero, e mesmo so-
, em paralelo à bre os gêneros que se (re) produzem nos diferentes corpos.
e ampliação nos Como sugere Butler10, “se a verdade do gênero é uma inven-
este campo a re- ção, e se um gênero verdadeiro é uma fantasia instituída e
masculinidades, inscrita nos corpos”, um olhar mais detalhado sobre trans-
ontribuição des- gêneros pode “dar uma pista sobre a maneira como se pode
uma dada con- reformular a relação entre identificação primária, ou seja, os
is, que marcaria significados originais atribuídos ao gênero - e a experiência
ondicionaria um de gênero subseqüente”10, contribuindo para romper com a
entos e compor- perspectiva binária que o constitui, para ampliar a compre-
Assim, as iden- ensão sobre os processos de exclusão e inclusão social que
s aos modos so- se estabelecem com base na naturalização do gênero e na
a circulação dos regulação das sexualidades.
uração subjetiva No entanto, a incitação à reflexão acadêmica e política pro- “AS TRAVESTIS, APESAR DO DESEJO DE TER UM
do que as incli- posta por transgêneros exige a ampliação da discussão sobre
CORPO DE MULHER, NÃO SE SENTEM DESCONFOR-
relacionadas ao identidades sexuais e de gênero, que ainda se desenrola tendo
cretos, enquanto como foco prioritário a reprodução biológica. Este enfoque en- TÁVEIS POR TEREM UM PÊNIS.”
sujeitos nas cul- fatiza a dicotomia entre os gêneros e reafirma “o modelo de
ncia imediata da estrutura social baseada na família, que não leva em considera- ais, visando conhecer o vocabulário específico deste grupo, seus
gênero . ção as homossexualidades identitárias (...), o modelo jurídico, códigos de conduta e hábitos/preocupações mais freqüentes.
e, seja na área baseado na instituição do casamento, o modelo religioso, ba- Após estas entrevistas foram realizados quatro grupos focais,
u no âmbito dos seado na autoridade papal e na procriação, e ainda o modelo com participantes convidadas pelas primeiras entrevistadas,
de, um volume sanitário...”11, e postula a heterossexualidade como expressão visando aprofundar pontos identificados como relevantes. Em
focando, como superior da sexualidade em relação às demais12, dando pouco paralelo foi realizada observação participante, num espaço de
gêneros, pessoas espaço para uma discussão que articule gênero, corpo e sexua- convívio social das entrevistadas, partindo do pressuposto que
ordo com o seu lidade na perspectiva da produção de distintas identidades. “(...) há muitos elementos que não podem ser apreendidos por
or buscar formas Considerando que a plena realização das diretrizes do Siste- meio da fala ou da escrita. O ambiente, os comportamentos
ão do corpo que ma Único de Saúde (SUS) inclui a promoção do acesso à saúde individuais e grupais, a linguagem não verbal (...), são funda-
ação social mais para todas as pessoas, é necessário identificar pessoas e grupos mentais não apenas c omo dados em si, mas como subsídio à
ão subjetiva de com necessidades específicas, cuja satisfação exige também interpretação posterior dos mesmos”14. Vale registrar que o am-
criando, assim, respostas específicas, como os transgêneros, tradicionalmente biente onde se deu a observação não é um “gueto”, ou seja,
s que transitam excluídos dos espaços instituídos de cuidados à saúde. local de concentração de homossexuais; pelo contrário, é um
ino e feminino, Travestis e transexuais, quem são estas pessoas? Como vi- misto de bar, café e restaurante, freqüentado inclusive por hete-
ógica e constru- vem seus cotidianos? Quais as suas necessidades de saúde? rossexuais. Foram realizadas cerca de dez visitas. Ao final desta
Onde estão as vozes, e o que falam essas pessoas que contes- etapa foram realizadas mais três entrevistas em profundidade,
designa pessoas tam e se posicionam contra o modelo social predominante? Por versando especificamente sobre expectativas afetivas e enve-
o – masculino e quais processos elas, ao longo da vida, constroem suas identi- lhecimento.
arem, no corpo, dades sexuais e de gênero?13 Para análise do material foram utilizadas técnicas de Aná-
s posturas frente Visando buscar possíveis respostas, mesmo parciais e/ou lise de Conteúdo: leitura flutuante do material, organização
m sido usado en- provisórias, a algumas destas indagações, foi realizada uma segundo temas, identificação de recorrências, convergências
pesquisa com a finalidade de conhecer aspectos da vida coti- e divergências.
e existem bebês diana de um grupo de transexuais e travestis residentes na cida-
ou que possam de de São Paulo, em especial os processos relacionados à pro- RESULTADOS
iança, alterações dução corporal e de subjetividade.  A 
secundários em Doze transgêneros, todos nascidos com assignação corporal
eriza a categoria METODOLOGIA masculina, foram incluídas n as entrevistas e grupos focais.
ógico para o seu Trata-se de um estudo qualitativo com realização de entrevis- Cinco participantes tinham, na época, entre 19 e 25 anos, 4
outra forma, em tas em profundidade, grupos focais e observação participan- estavam na faixa etária de 30 a 40, duas não revelaram a idade
o é exatamente a te, incluindo sujeitos de diferentes idades e inserção social, e uma tinha 56 anos. Cinco colocaram-se como transexuais, as
e gênero. acessados pelo processo de “bola de neve” a partir das suas demais como travestis.
trução das iden- redes sociais. Embora no Brasil a população de transgêneros seja, em ge-
te e instável do A aproximação inicial ao tema foi feita por meio da realiza- ral, pouco escolarizada3, as participantes deste estudo apre-
sgêneros aponta ção de entrevistas individuais com duas travestis e duas transexu- sentavam bom nível de escolaridade, havendo 1 com curso su-

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perior completo, 1 com dois cursos superiores incompletos, 4 tômico de um indivíduo e a sua identidade de gênero”15. Nas mília, é aquela q
concluíram o nível médio, enquanto outra parou no segundo definições médicas, portanto, o que está em questão é a relação (...) transexua
ano; 2 tinham o primeiro grau completo e as demais não refe- com o corpo e não a escolha de objeto. Esta dissociação en- do grau complet
riram a sua escolaridade. Três participantes tinham como fonte tre corpo idealizado e a preferência sexual está bem de acordo postas para fora
exclusiva de renda o mercado sexual; as demais estão inseri- com a experiência das nossas entrevistadas, que tendem a vi- com a prostituiç
das em outros contextos profissionais, mas já fizeram, ou ainda venciar, como esferas distintas, sua identidade de gênero e suas car...(...) travest
fazem, programas eventuais. Duas trabalham na área de saú- preferências sexuais. Conforme nos fala uma delas: so à educação..
de pública, duas são artistas, uma de teatro e outra de cinema, (...) eu era mulher, eu não era homossexual, eu nem sabia No entanto, t
uma atua em uma ONG criada por ela e a que tem nível supe- qual era esse universo... (...) Eu não vejo travesti como homos- dade que cada u
rior completo atua na sua área de formação. Tal como acontece sexual, eu vejo como uma mulher travesti, que se porta como (...) na realid
com a maioria das travestis e transexuais, as participantes não mulher, age como mulher e quer ser tratada como mulher de é o viado (...)
relatam uma convivência familiar harmoniosa, dada a rejeição todas as formas... b.2 A produç
aos seus comportamentos, trejeitos ou gostos, o que as fazem A relação com o pênis também é um importante fator que As diferenç
viver separadas de quaisquer contatos familiares. Esta rejeição diferencia travestis e transexuais. As travestis, apesar do desejo sexuais são corr
inicia-se a partir do seu jeito efeminado ou do seu desejo de se de ter um corpo de mulher, não se sentem desconfortáveis por produção de um
vestir como mulher, que foi vivenciado, por todas, previamente terem um pênis, como se verifica abaixo: que cada uma te
à atração sensual por meninos ou rapazes. Para duas das entre- Mas por eu ser travesti e por eu não ter problema com esses questão é ter um
vistadas, foi a expulsão de casa, em função do seu modo de ser, meus órgãos genitais, isso não quer dizer que eu me sinta um (...) uma mu
que as levou a entrar em contato com o universo homossexual homem, eu durmo e acordo como mulher, entendeu? não quer ser vi
e a buscar o trabalho sexual como forma de sobrevivência. Vale Ao contrário, as transexuais sentem-se mal por ter um órgão transexual, ela q
ressaltar que há casos em que a intolerân- que depõe contra a sua feminilidade. em todos os sent
cia familiar diminui com o tempo, pela (...) nós, transexuais temos um emba- Já para as tr
projeção social e econômica que algumas te entre nossa identidade sexual e o nosso centra em obter
conseguem. Duas de nossas entrevistadas sexo biológico, nós nos sentimos mulheres, e com curvas:
vivem atualmente com as famílias, em mulheres que por infelicidade possuem um (...) por que
perfeita harmonia. pênis no meio das pernas. ter peito, cintura
Esta diferença na aceitação ou ne- (...) eu precis
 O        gação do pênis pode estar relacionada à lher travesti, uma
       própria maneira como cada uma se sente, mour, do exagero
Embora todas se ocupem em produzir um conforme apontado abaixo: (...) a beleza
corpo de mulher, chama atenção a diver- (...) Quando uma travesti está transando sível para a nossa
sidade desta produção. Por exemplo, nem com um homem, seja ativo, seja passivo, Esta escultur
todas usam adereços femininos todo o ela se sente uma travesti, seja predominan- bunda, a cintura
tempo, sendo referido por duas o conforto “ESTA ESCULTURA CORPORAL QUE temente masculina, seja predominantemen- licado, não é um
que é ficar em casa de cuecas. PRODUZ A BUNDA, A CINTURA, O te feminina. Quando uma transexual transa riscos. Por exem
Uma das entrevistadas, mesmo tendo com um homem, ela se sente mulher(...) ne nos seios, pa
um belíssimo corpo feminino e circular
PEITO, O ROSTO MAIS DELICADO, (...) mas as travestis têm uma identidade numa clínica seg
com este corpo o dia inteiro, não usa ne- NÃO É UM PROCESSO FÁCIL E de travesti, é uma identidade feminina, mas em média, três
nhum adereço, vestimentas, maquiagem ISENTO DE RISCOS”. elas podem não necessariamente se sentir com corpo de m
ou gestualização que a diferencie de uma uma mulher... muitas recorram
“mulher normal”; sua performance corpo- As diferenças entre travestis e transe- deiras”, pessoas
ral não é marcada pelo exagero que freqüentemente caracteriza xuais fazem com que estas últimas se apóiem na definição de o que, além de
este grupo. A justificativa para esta postura é exatamente o fato “disforia de gênero” para reivindicarem para si o estatuto de e arriscado, pela
se sentir-se uma pessoa “normal”, sem necessidade de chamar portadoras de uma patologia que deve ser atendida pelo Sis- do, nem sempre
atenção sobre si. Outra recusa-se a usar prótese para os seios, tema Único de Saúde (SUS), visando pôr fim ao sofrimento de entrevistadas, po
explicando que a sua vaidade de mulher está principalmente nos habitar um corpo que não lhes corresponde: pés, que assim se
cabelos e no vestuário. Segundo ela, a falta de seios não interfere (...) eu não aceito esse órgão sexual do jeito que ele é, por- tra teve um episó
em nada no seu sucesso profissional (faz programas) e ela sente- que não era pra ser assim, na realidade é uma vagina e que veio (SIC) por excesso
se melhor assim. de uma maneira que não era pra ser, (...) eu quero operar. uma semana, na
b.1 Identidades: homossexual, transexual ou travesti? Não é apenas a maior ou menor aceitação do pênis que di- Vale ressaltar
Para a medicina, o travestismo e o transexualismo são pa- ferencia travestis e transexuais. Classe social, apoio familiar e mais femininas o
tologias, descritas na Classificação Internacional de Doenças acesso à informação também contribuiriam para estas distin- como também a
(CID) como “transtorno de preferência sexual” e “disforia de gê- ções, como explica uma delas: des de inserção
nero”3, ou seja, “(...) uma incompatibilidade entre o sexo ana- Tem aquele mito de que transexual é a que é aceita pela fa- para muitas dela

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e gênero”15. Nas mília, é aquela que estudou, que é mais bonita... de sobrevivência, atividade onde a performance corporal é de
estão é a relação (...) transexuais são lindas, são estudadas, todas têm segun- suma importância.
dissociação en- do grau completo.... já as travestis não, porque elas foram cedo Vale apontar ainda uma última distinção entre travestis e
á bem de acordo postas para fora de casa, e a única maneira de sobrevivência foi transexuais, que diz respeito ao exercício de sua sexualidade
que tendem a vi- com a prostituição, então tiveram que se esquecer de se edu- e suas expectativas em termos de relação amorosa. Para as tra-
de gênero e suas car...(...) travesti geralmente são pessoas que não tiveram aces- vestis contatadas por nós parece ser mais fácil viver a fluidez
so à educação... do sexo, na medida que são homens (SIC). Assim, ser ativa ou
al, eu nem sabia No entanto, todas reconhecem que, independente da identi- passiva nas relações com os clientes, e mesmo ter relações com
sti como homos- dade que cada uma constrói para si, a discriminação é a mesma: mulheres, se o programa exigir, não é um problema. Conforme
e se porta como (...) na realidade transexuais e travestis são a mesma coisa, fala uma delas:
como mulher de é o viado (...) ... em matéria de sexo é ótimo. Dá para gozar muito, de to-
b.2 A produção do corpo: das as formas...
ortante fator que As diferenças na construção identitária de travestis e tran- Já para as transexuais, sendo mulheres, a posição ativa é
apesar do desejo sexuais são correlatas a diferenças nos sentidos e modos de praticamente impossível. Segundo uma das transexuais mais jo-
sconfortáveis por produção de um corpo que esteja adequado com a imagem vens do grupo:
que cada uma tem de si. Assim, para as transexuais a principal ... a minha sexualidade é toda feminina... O que me excita é
blema com esses questão é ter uma adequação da genitália: que me peguem os cabelos, toquem o meu rosto, a nuca, os
eu me sinta um (...) uma mulher quando ela opera, ela seios...
endeu? não quer ser vista e estigmatizada como A mesma idéia de uma dada masculi-
por ter um órgão transexual, ela quer ser vista como mulher nidade ou uma dada feminilidade marcan-
minilidade. em todos os sentidos... do diferenças entre travestis e transexuais
emos um emba- Já para as travestis, o esforço se con- também aparece quando se abordam as
sexual e o nosso centra em obter um corpo feminino, belo relações amorosas. Se todas querem ter
ntimos mulheres, e com curvas: um amor, entre as travestis há um quase
ade possuem um (...) por que para ser travesti, tem que consenso de que muitos dos namorados
ter peito, cintura, bunda, cabelo?... querem de fato se aproveitar da seguran-
aceitação ou ne- (...) eu preciso dizer que sou uma mu- ça financeira que o trabalho da travesti
ar relacionada à lher travesti, uma mulher que gosta do gla- lhes pode proporcionar, e apontam que,
da uma se sente, mour, do exagero... se o dinheiro advém do trabalho no mer-
(...) a beleza feminina é a coisa mais vi- cado sexual, não dá para crer que exista
sti está transando sível para a nossa sociedade machista um amor de fato, e sim uma troca de inte-
vo, seja passivo, Esta escultura corporal que produz a resses, já que para a travesti é importante
eja predominan- bunda, a cintura, o peito, o rosto mais de- “A EMERGÊNCIA DA AIDS TAMBÉM ter um marido, atesta a sua capacidade de
edominantemen- licado, não é um processo fácil e isento de ESTIMULOU, EM PARALELO À DIS- sedução. Para as transexuais, a busca de
transexual transa riscos. Por exemplo, o implante de silico- um parceiro reveste-se de uma expectativa
CUSSÃO SOBRE SEXUALIDADE...”
nte mulher(...) ne nos seios, para transexuais e travestis, mais romântica, com casamento e filhos, e
m uma identidade numa clínica segura e de qualidade custa, da certeza de que é o amor de um homem
de feminina, mas em média, três vezes mais do que para mulheres já nascidas o que definitivamente atesta a sua identidade de mulher.
amente se sentir com corpo de mulher. Esta pressão econômica faz com que c. Breves reflexões sobre o material apresentado:
muitas recorram a clínicas clandestinas ou mesmo a “bomba- Trazer à luz fragmentos do cotidiano de um grupo de pesso-
avestis e transe- deiras”, pessoas que injetam silicone líquido direto no corpo, as geralmente pouco visíveis exige uma perspectiva para além
na definição de o que, além de ser um procedimento extremamente doloroso da mitigação de uma eventual curiosidade que suas vidas pode
si o estatuto de e arriscado, pela falta de anestesia e de instrumental adequa- despertar. Assim, é de interesse dialogar com algumas sugestões
endida pelo Sis- do, nem sempre produz bons resultados. Com uma das nossas de reflexão esboçadas no texto16.
ao sofrimento de entrevistadas, por exemplo, parte do silicone escorreu para os Inicialmente, deve-se notar que a distinção entre transexuais
pés, que assim se deformaram, processo que é irreversível. Ou- e travestis, que aparece nos dados é bem conhecida por quem
o que ele é, por- tra teve um episódio de choque anafilático e se tornou alérgica circula nos espaços GLBT, é também presente na literatura
vagina e que veio (SIC) por excesso de injeções de hormônio, cinco ampolas em médica especializada, que, no entanto, ao contrário do que
ero operar. uma semana, na tentativa de fazer crescerem os seios. ocorre com as nossas informantes, a interpretação se dá em ter-
do pênis que di- Vale ressaltar que, a urgência em obter formas corporais mos da gravidade do transtorno. Stoller, importante autor nor-
apoio familiar e mais femininas obedece não apenas a um imperativo subjetivo, te-americano de trabalhos sobre transexualidade, postula que
para estas distin- como também a uma necessidade material, dadas as dificulda- um tratamento com um transexual adulto pode ser considera-
des de inserção no mercado formal de trabalho, que coloca, do exitoso se ao final deste o transexual se tivesse convertido
é aceita pela fa- para muitas delas, o trabalho sexual como a principal estratégia em homossexual ou travesti, considerados transtornos menos

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gênero e saúde
Villela WV, Santos CG, Veloso JC. Sobre transgêneros: produzindo corpos e subjetividades

graves, pois não INALIZANDO


implicam na dene- Por sua origem vinculada aos movimentos feministas, os Estudos
gação completa de de Gênero inicialmente privilegiaram o olhar sobre as mulheres,
uma parte do cor- para num segundo momento enfocarem os homens, e poste-
po16. Ao contrário, riormente as diferenças das mulheres e dos diferentes homens
o eixo da reivindi- entre si, em função das pertinências de classe, raça e preferên-
cação de um status cias sexuais.
de patologia para As mediações entre gênero, sexualidade, identidades e per-
as transexuais no formances corporais só muito recentemente têm sido aborda-
universo estudado das, sendo raros os trabalhos voltados para transgêneros. Talvez
está mais relacio- a centralidade dada à dimensão corpórea na construção desta
nado à obtenção de categoria e o modo como o corpo foi apreendido no início dos
cuidados de saúde estudos de gênero, suporte material da cultura de gênero e lu-
“AS MEDIAÇÕES ENTRE GÊNERO, que reafirmem a gar de opressão das mulheres tenha contribuído para um menor
sua normalidade, investimento na reflexão sobre transgêneros, como mais um ca-
SEXUALIDADE, IDENTIDADES E minho possível de desvelamento das imbricações entre corpo e
o que aponta para
PERFORMANCES CORPORAIS SÓ uma possibilidade subjetividade, e da própria reflexão sobre o corpo como mais
MUITO RECENTEMENTE TÊM SIDO de apropriação re- um construto cultural, cada vez mais produzido e transformado
ABORDADAS...” versa da dimensão pelas tecnologias cosméticas e cirúrgicas.
normativa da me- Este trabalho também pretendeu demonstrar que transgênero
dicina. não é uma categoria simples ou homogênea, embora sobre seus
Um segundo ponto a ser considerado é a maneira como o integrantes recaia o mesmo tipo de discriminação. Foram vistas
gênero, na dimensão da feminilidade, é apreendido e incorpo- também alguma das ambigüidades que marcam a sua existên-
rado na produção da subjetividade transgênera. cia, como a construção de uma identidade que, tendo como su-
Se o gênero se assenta sobre uma dada corporeidade17, recor- porte uma dada idéia de feminilidade, (re) constrói esta catego-
da a onipresença do corpo feminino na fala dos poetas e dos ar- ria com uma certa independência em relação às mulheres assim
tistas, como objeto de olhar e de desejo, corpo público carregado nascidas, produzindo, talvez, uma “nova” feminilidade.
de significações, cuja beleza se constitui um “capital simbólico” Ao lado do convite à reflexão que a construção da identi-
de quem dele se apropria. Neste sentido, existe um contínuo tra- dade “trans” faz a pesquisadores, e para que esta se efetive, é
balho de produção corporal engendrado pelas mulheres que afir- necessário ampliar o canal de expressão desse grupo de fora-da-
ma esta dimensão de “ser para o outro”, que marca o feminino. É lei sexuais18, contribuindo para dissipar a aura de invisibilidade
esta dimensão que é exacerbada na construção corporal de trans- que ainda paira sobre o tema e sobre estas pessoas:
gêneros e travestis, não enquanto uma estereotipia ou espetacula- (...) eu cresci com todos os problemas que os adolescentes
rização do feminino, e sim como tentativa de captura radical de têm , mas eu tinha um problema a mais, eu tinha algo muito
uma suposta essência da feminilidade: a do corpo onde todas as diferente... Meu maior problema nestes vinte e oito anos foi me
singularidades devem ser apagadas para conformar-se a um su- adequar, não só fisicamente, mas pertencer a algum lugar... Eu
porte impessoal da fantasia erótica do outro. sempre quis pertencer a alguma coisa, a algum lugar... ■

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