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MARKETING DE PERMISSÃO:
Brasília
2015
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ALAN ALVES DE SOUSA
MARKETING DE PERMISSÃO:
Brasília
2015
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MARKETING DE PERMISSÃO:
CONTEÚDO COMO FORMA DE GERAR RELACIONAMENTO
Alan Alves de Souza1
Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF
Resumo
Introdução
Com a evolução da internet a publicidade teve que se adaptar para continuar a atrair os
consumidores. Vendo essa dinâmica acontecer a empresa Jorlan, de Belo Horizonte decidiu
por investir em produção de conteúdo para gerar relacionamento com seus clientes por meio
de seus canais online, blog, site, landing page e aplicativo para dispositivos moveis.
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Graduando em Comunicação Social – Hab. em Publicidade e Propaganda da Universidade Católica de
Brasília. E-mail: alansousa.a@gmail.com
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aversão a propaganda como diz Halligan e Shah (2010, p. 6). Para eles, “as pessoas têm
aderido ao bloqueio dos marqueteiros”.
A empresa começou a investir em comunicação no meio digital por volta de dois anos,
e por acreditar que este meio está sendo mais rentável financeiramente decidiu manter como
foco principal suas atividades no meio online, além de ter percebido a necessidade do
consumidor de ter um ponto de comunicação imediato com a empresa visto que o
comportamento de compra no setor automotivo mudou. Anteriormente o cliente antes de
efetivar a compra de seu veículo fazia em média três visitas a concessionária, contudo esse
número reduziu a uma única visita, visto que o consumidor faz uma busca previa na internet
para coletar todas as informações sobre o veículo e indo na loja apenas para fazer o teste drive
já municiado de conhecimento prévio.
O acesso a essas informações previas é um costume que veio sendo adquirido devido a
acessibilidade e facilidade em acessar o ciberespaço que, na definição de Rabaça e
Barbosa (2001), é um espaço cibernético, um universo virtual formado pelas informações que
circulam e/ou estão armazenadas em todos os computadores ligados em rede, especialmente a
Internet; uma dimensão virtual da realidade, onde os indivíduos interagem através de
computadores interligados. Essa interligação entre os dispositivos digitais é chamada de
telemática, do qual o ciberespaço se utiliza para transferir suas informações.
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do consumidor. A mudança na mobilidade da informação trazidas pela era digital e o acesso
cada vez mais facilitado à internet, permitiu que os consumidores passassem a ter autonomia
sobre o conteúdo que querem receber, dando atenção apenas para aquilo que é do seu próprio
interesse.
Essa autonomia do cliente faz com que as empresas que produzam a maior quantidade
de conteúdo relevante se tornem mais expressiva no meio digital, sendo assim por
consequência do desenvolvimento da internet se criou o capitalismo informacional onde a
empresa tendo o monopólio do melhor conteúdo acaba por consequência se tornando líder no
mercado a qual está inserida.
1 Capitalismo Informacional
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comportamento também nos textos de Manuel Castells. Diz o autor: “A globalização atua de
forma seletiva, incluindo e excluindo segmentos de economias e sociedades das redes de
informação, riqueza e poder, que caracterizam o novo sistema dominante” (CASTELLS,
2000).
2 Sociedade Hiperconectada
Lévy (1999) propõe pensar a cibercidade como a articulação do espaço territorial e das
interações sociais baseadas no ciberespaço. André Lemos (2004) considera a evolução da
microinformática em três fases: o surgimento do PC (computadores pessoais), a decolagem da
internet e o surgimento dos CC (computadores coletivos) e o surgimento das tecnologias
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móveis, o CCm (computadores coletivos móveis). Assim, o autor acrescenta, afirmando que a
“era da conexão”, caracterizada pelo desenvolvimento dos computadores coletivos móveis,
transforma a cidade contemporânea em “uma cidade da mobilidade onde as tecnologias
móveis passam a fazer parte de suas paisagens” (LEMOS, 2004). Desta forma, fica evidente a
mudança na percepção do espaço tradicional em perspectiva com o virtual, isso tudo não se
trata de optar por viver em um espaço clássico, livre das novas tecnologias de comunicação e
informação, ou imerso em um ambiente de imagens numéricas controlado por máquinas. O
que se vê é o desenvolvimento de novas formas de interação social baseadas nos dispositivos
móveis de comunicação que extrapolam os tradicionais espaços de lugar criando espaços
comunicacionais, espaços de fluxo (CASTELLS, 1999), lugares digitais (LEMOS, 2004).
Seguindo uma interpretação livre das palavras do autor vemos que preciso encontrar
técnicas de convencimento que envolvam o usuário, de modo a fazer com que ele venha atrás
daquilo que lhe é de interesse ou seja para a informação se tornar mais efetiva terá que chegar
ao consumidor de maneira permissiva ao contrário do método interruptivo praticado
atualmente pelos comerciais de televisão por exemplo.
3 Marketing de permissão
Com base nos mesmos autores, tem-se que uma mensagem de marketing de permissão
é:
Estes pontos são justamente o que precisam ser avaliados tanto em sua compreensão
como em sua aplicação pelos profissionais que produzem conteúdo, pois com essa tática de
marketing os clientes são quem definem o que querem ou não receber através de canais
determinados pela empresa, sua periodicidade e assunto a ser recebido.
Dessa maneira o cliente começa a assumir um papel mais ativo dentro do processo de
comunicação o que acaba gerando uma mudança de estrutura dentro dos canais contato,
possibilitando assim que as empresas utilizem destes dados para alocar sua verba em canais
mais direcionados.
e) intravenoso – mais alto nível em que a empresa pode até decidir sobre compras em
nome do consumidor.
Para se trabalhar o marketing de permissão precisa-se que cada ação seja gerenciada
focando-se assim em fidelizar o maior número clientes potenciais.
4 Inbound Marketing
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O Inbound Marketing é conhecido como o “novo marketing”, pois se baseia
em ganhar o interesse das pessoas e fazer com que esses potenciais clientes
te encontrem, utiliza a ideia do marketing de entrada. (NOGUEIRA, 2014.)
O Inbound Marketing oferece conteúdo relevante ao público consumidor alvo da
empresa de modo a abordar este potencial cliente de maneira não evasiva, dando, assim,
autonomia ao consumidor de somente receber informações quando realmente necessitar.
Tanto o inbound marketing quanto o marketing de permissão demonstram um novo modo de
entender o público, não mais como sujeito passivo, mas como indivíduo que constrói sua
própria navegação. Se marca não produzir conteúdo relevante, não será acessada.
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Landing Page é uma página de destino na internet utilizada para ser o ponto de destino da navegação.
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Após o cliente ser captado através do conteúdo é preciso analisar os resultados do
esforço de comunicação que pode ser visto através dos seguintes pontos:
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Seguindo está logica, produzir conteúdo não garante o resultado. Para que isso ocorra
a informação precisa ser interessante e estar localizada no ambiente onde o usuário possa ter
acesso.
5. Estudo de Caso
Com 70 anos de história, a Jorlan é uma das maiores empresas no segmento de vendas
automotivas. Com 11 concessionárias espalhadas pelas cidades de Brasília, Goiânia e Belo
Horizonte, trabalha com a linha de veículos da Renault, Volkswagem, Ford e Harley-
Davidson.
A empresa foi escolhida por utilizar o Inbound Marketing como sua principal
estratégia de comunicação. Para essa análise, iremos verificar a efetividade desta estratégia
em converter vendas por meio do marketing de permissão, produção de conteúdo,
direcionamento de informações e fidelização do cliente.
Como foi dito anteriormente, a condição necessária para que o Inbound Marketing se
estabeleça é que o consumidor seja levado para uma página onde possa “aterrissar”. A partir
dessa premissa, a empresa possui diversos canais de comunicação entre eles estão:
Todas as suas plataformas de interação com o público, como o blog, site, hotsite
possuem campos para a captação de dados do consumidor. A estratégia da empresa é se
moldar a partir do interesse do cliente. O primeiro contato, por exemplo, só começa a partir do
momento em que o indivíduo se mostra interessado em comprar um veículo – intenção
captada pelo uso que o consumidor faz dos sites de pesquisa.
Sabendo que o serviço de pesquisa do Google avalia o conteúdo das páginas que ali
estão localizadas, a empresa investe em produção de informação por meio dos canais citados
anteriormente com o intuito de ser bem avaliada pelo Google e consequentemente aparecer
nas primeiras posições da pesquisa, além do investimento em patrocínio por meio de palavras-
chave, com o objetivo de ser facilmente encontrada.
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Figura 1 - Ciclo do Inbound Marketing
a) Atrair
b) Conectar
Após atrair o potencial cliente com conteúdo nas mais diversas mídias os mesmos
foram direcionados para o hotsite que tinha como principal função receber os dados de
contato do potencial consumidor.
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c) Engajar
Os clientes que deixaram seus dados no hotsite são encaminhados para o setor de
vendas onde será direcionado a um vendedor, além disso seu cadastro irá entrar na base de
contatos da empresa onde o cliente receberá periodicamente informações sobre a empresa e
seus serviços.
d) Encantar
A empresa conta com um serviço de acompanhamento das redes sociais que tem como
principal função conversar com os consumidores de forma rápida, caso não consiga sanar as
dúvidas do cliente é solicitado o número de contato para que um vendedor especializado
posso entrar em contato. Com essa estratégia a empresa se mostra solicita ao cliente fazendo
com que o consumidor passe a ter confiança nela.
6. Análise de Dados
Figura 2 – Número
de acessos
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Fonte: Google Analytics, 2015
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Fonte: Google Analytics, 2015
Percebemos que grade parte do acesso dos usuários ao site se deu pelo buscador do
Google, que envolve patrocínio com a compra de palavras-chaves e as buscas orgânicas
geradas pela boa qualificação de conteúdo gerada pela empresa. Os acessos contabilizaram
72,2% pelos buscadores do Google, e 11% dos acessos ficaram com o RD Station que é a
plataforma que faz o disparo de e-mails marketing para a base de cliente cadastrada por meio
de suas plataformas de comunicação.
A ação de envio de e-mails marketing está dentro da estratégia de atração como
proposto pelo Inbond Marketing e se mostrou bem qualificado se olharmos a quantidade de
acessos gerada.
Figura 5 –Origem do tráfego de informações
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Fonte: Google Analytics, 2015
Complementando os dados podemos perceber que os acessos que se deram por meio
do buscador do Google com a compra de palavras-chaves e rede de displays, que são anúncios
direcionados de acordo com o interesse do público, tiveram o maior número de cliques, o que
gerou, por consequência, um maior número de visualizações das páginas. Contudo, o cliente
passou pouco tempo na plataforma, o que nos mostra que apesar de estar curioso sobre a
oferta, o mesmo não estava interessado naquele momento.
O dado que mais chama atenção quanto ao público e demostra que a estratégia de
Inbound marketing é efetiva, foi referente à qualidade do acesso orgânico 3 gerado pelo
buscador, que qualifica o conteúdo através do que foi já buscado anteriormente de forma
segmentada para o consumidor que está interessado. Com isso podemos perceber uma média
de acessos com cerca de 3 minutos. Neste ponto, entende-se que a estratégia feita
anteriormente a esta ação de vendas qualifica o conteúdo como relevante.
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Acesso orgânico é o processo que faz com que os usuários da Word Wide Web possam realizar
pesquisas na rede através das listagens dos motores de busca que segmenta a informação baseado com o que já
havia sido pesquisado anteriormente, não tendo a necessidade de se pagar pelo clique.
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Figura 7 -Números de contatos e vendas por unidade Via Expressa
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Leads é a denominação utilizada para os clientes que se cadastram no site, neste
período tivemos o número de 905 novos inscritos destes 56 consumiram no site é o restante
aceitou receber informações da empresa.
Figura 9 –Investimento
Através do investimento podemos perceber que a busca paga, aquela que não foi
orgânica teve um custo por clique de 13,34 deu para a empresa o retorno de 905 novos
cadastros, contudo, a vendas se deram em maior parte pela busca orgânica onde o cliente já
estava preparado para efetivar a compra devido aos contatos feitos através dos canais de
relacionamento.
5. Conclusão
Visto que o valor de investimento ficou entorno de 8 mil reais e a empresa obteve ao
final da ação, 75 vendas finalizadas e 905 novos cadastros de clientes em um período de 20
dias.
Com a página de destino sendo utilizada como ponto de interação podemos gerar
vendas e novos cadastros de maneira permissiva o que facilita a fidelização do cliente que se
dá através de sua frequência e receptividade com relação ao conteúdo, ou seja, dando
autonomia ao mesmo em escolher consumir. Com isso é possível disseminar a informação de
maneira orgânica atingindo o maior número possível de interessados no momento exato do
interesse.
Outro dado que é de estrema relevância é o número de conversões geradas por meio
dos dispositivos de comunicação moveis, que nos mostra, que apesar do indivíduo gostar de
ter autonomia, em algum momento ele irá precisar de auxilio, e por já estar tão imergido ao
conteúdo da empresa caba tendo a mesma como referência para tirar suas dúvidas, o que
facilita a conversão do consumo. Este ponto de contato entre a empresa e consumidor precisa
ser feita através de um meio de comunicação que possibilite respostas quase que imediatas e
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para isso a empresa disponibiliza diversos meios de contato, desde mensagens instantâneas a
serviços de atendimento ao consumidor.
A Jorlan Belo Horizonte demostrou neste estudo estar com a comunicação alinhada
com aquilo que seu consumidor está procurando, através dos seus métodos de captação de
cadastros por meio de conteúdo relevante e assim gerando relacionamento com seus clientes
que são visívelmente visto na conversão efetiva em sua ação de vendas.
6. Referências
BARWINSKI, Luisa. Marcas que produzem conteúdo são mais legais. A sua é? Em: <
http://www.ideiademarketing.com.br/2014/08/12/marcas-que-produzem-conteudo-saomais-
legais-a-sua-e/ > Acesso em: 15 de outubro 2015
CARVALHO, Henrique. Inbound Marketing: A estratégia que está mudando a
comunicação nos negócios. Em: Acesso em: 15 de outubro 2015
CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz & Terra, 1999.
DANTAS, Marcos. A Lógica do Capital-Informação. Rio de Janeiro: Ed. Contraponto,
2002.
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Derivas: cartografias do ciberespaço. São Paulo: Annablume; Senac, 2004.
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