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A linguagem do Barroco

“A arte que registrou a crise espiritual”

O Barroco europeu, expressão artística da crise espiritual vivida pelo homem do século XVII,
dividido entre a racionalidade e o antropocentrismo do Renascimento e a volta do teocentrismo e a
espiritualidade medievais, caracterizou-se pela ostentação, cujo objetivo era impressionar e influenciar o
receptor: a fé deveria ser atingida mais pelos sentidos e pela emoção do que pelo raciocínio. A
arquitetura, a escultura e a pintura, frequentemente misturadas, perseguem esse fim usando de recursos
como:
a) assimetria - o estilo é retorcido, opondo-se à assimetria e equilíbrio do Renascimento;
b) impressão de movimento - opondo-se à estaticidade clássica, são escolhidas as cenas de maior
intensidade dramática (rostos contraídos pelo sofrimento ou pelo êxtase) para serem representadas pela
escultura ou na pintura;
c) técnica do claro-escuro - na pintura, dá a sensação de profundidade.
No Brasil, embora o Barroco englobe as primeiras manifestações de arquitetura jesuítica do século
XVI, sua forma mais exuberante, nas artes plásticas e arquitetura, só ocorreu no século XVIII, com as
igrejas baianas e mineiras, com as estruturas de Aleijadinho, com as pinturas de Ataíde, com a música de
Lobo Mesquita e José Maurício Nunes Garcia. O Barroco literário não coincidiu, portanto, com as outras
manifestações culturais.

O que é Barroco?
Barroco é um estilo artístico que surgiu no século XVI e se estendeu até o começo do século
XVIII, caracterizado por ter uma estética com excesso de ornamentos e representações do divino.
O estilo barroco é marcado pelo rebuscamento, requinte e exagero de adornos. Este movimento
surgiu com a missão de resgatar as ideias teocentristas e conter a Reforma Protestante de Martinho
Lutero. Desta forma, agia como uma ferramenta da Contrarreforma.
Nascido de uma livre interpretação das formas clássicas, o estilo representava uma oposição ao
racionalismo do Renascimento, que primava pela harmonia e simplicidade. Ou seja, atuava numa época
marcada pela dualidade: o teocentrismo medieval e o antropocentrismo do Renascimento.
A influência do movimento barroco partiu da pintura, mas também chegou à arquitetura, escultura,
música e literatura, onde teve especial importância no desenvolvimento das artes no Brasil.

“A literatura barroca e a propagação da fé católica”

“Se o século XVI, ainda renascentista, conseguiu combinar na literatura a visão de mundo cristã, o
humanismo da época e o paganismo da literatura greco-romana, o século XVII distinguir-se-á do anterior
e do seguinte, na Península Ibérica, por uma visão eminentemente católica. Não mais cristã,
simplesmente, mas católica, a partir de uma visão bastante dogmática do cristianismo. O Concílio de
Trento, que durou de 1545 a 1563, ligou ainda mais estreitamente a Igreja católica e as monarquias
ibéricas, imbricando Igreja e Estado de tal forma que os interesses e funções de ambos muitas vezes se
confundiam. Esse casamento durou todo o século XVII, só estremecendo no século XVIII. Como
Espanha e Portugal tinham ficado fora das reformas protestantes, foi neles que se concentrou a reação
católica. Tratava-se de combater toda e qualquer manifestação que lembrasse algum traço dos
movimentos protestantes e, ao mesmo tempo, de formular e difundir uma doutrina oficial católica. Além
disso, impunha-se participar da expansão ultramarina ibérica, com a finalidade de expandir também o
catolicismo. Desse modo, o empenho doutrinador e a vigilância contra as heresias protestantes, que o
clero e as ordens religiosas exerciam nas duas nações ibéricas, estendiam-se aos seus mundos coloniais no
Oriente e no Ocidente. [...] Com isso, mais que agradar e concorrer para aperfeiçoar as relações dos
homens entre si, a literatura deveria participar dessa disputa ou dessa guerra [entre catolicismo e
protestantismo], afirmando e reproduzindo no plano do sensível tudo aquilo que a Igreja pregava no plano
do inteligível. O que não quer dizer que a literatura se tenha reduzido a isso. Mas para sua aceitação e
difusão ─ já que todo livro ou publicação deveria receber a aprovação e licença da Mesa do Santo Ofício
da Inquisição para não ser censurado ─ deveria passar por isso, demonstrar de alguma forma sua
adequação às funções de afirmação e propagação da fé católica.”

Principal Autor

Gregório de Matos Guerra (1633-1696)

Importante poeta do Brasil colonial. Nasceu na Bahia em 20 de Dezembro de 1633. Estudou com
os jesuítas e se formou em direito na universidade de Coimbra, em 1661. Sua obra poética permaneceu
dispersa e manuscrita até os fins do século XIX. Em 1881 foi editada uma coletânea de suas sátiras,
compostas quase sempre de improviso, as quais, não raro, descambam para uma grosseira licenciosidade.
É considerado o maior satírico da literatura brasileira, incluindo-se também entre os mais notáveis líricos.
Suas "Obras Completas" foram editadas pela Academia Brasileira de Letras - sob a direção de Afrânio
Peixoto (1923-1939).
Escreveu poemas satíricos, líricos e religiosos, mas foi como poeta satírico que granjeou grande
fama.
Em suas poesias satíricas, Gregório de Matos critica o brasileiro explorado pelo colonizador,
critica o próprio colonizador português, o clero e os costumes da sociedade baiana. Isso lhe valeu o
apelido de "boca do inferno".

No poema de Gregório de Matos, o seu espírito crítico.

A cada canto um grande conselheiro,


Que nos quer governar cabana e vinha:
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro!

Em cada porta um bem frequente olheiro


Da vida do vizinho e da vizinha,
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha
Para o levar à praça e ao terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,


Trazidos pelos pés aos homens nobres;
Posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados:


Todos os que não furtam, muito pobres:
Eis aqui a cidade da Bahia.

Mestre Aleijadinho

O dom da verdadeira arte

Aleijadinho (1730-1814) foi um escultor, entalhador, carpinteiro e arquiteto do Brasil colonial.


Ele é considerado o maior representante do barroco mineiro, sendo conhecido por suas esculturas
em pedra-sabão, entalhes em madeira, altares e igrejas.
Antônio Francisco Lisboa - Era o nome completo do Aleijadinho, nascido em Vila Rica, filho
bastardo do português Manuel Francisco Lisboa e de uma escrava, Isabel. Tendo nascido escravo, foi
libertado pelo pai no dia de seu batizado.
Uma grave doença o acometeu aos 39 anos de idade. A enfermidade deformou seu rosto e atacou
seus dedos dos pés e das mãos, donde lhe veio o apelido. Apesar da doença, continuou a trabalhar
incansavelmente, sendo auxiliado por três escravos: Januário, Agostinho e Maurício. Era este último que
amarrava as ferramentas nas mãos deformadas do mestre.
O primeiro trabalho artístico importante do Aleijadinho data de 1766, quando recebeu a
incumbência de projetar a Igreja de São Francisco, de Ouro Preto, para a qual realizou, posteriormente
várias outras obras. Quatro anos depois, desenvolveu trabalhos para a Igreja do Carmo, de Sabará. Em
seguida trabalhou para a Igreja de São Francisco, de São João del Rei. Enfim, ele recebia muitas
encomendas, e às vezes, prestava seus serviços em obras de duas ou mais cidades simultaneamente.
No final do século XVIII, ele se encontra em Congonhas, onde permaneceu de 1795 a 1805,
trabalhando para o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, para o qual esculpiu os Profetas em
pedra-sabão e as estátuas em madeira dos Passos da Paixão. Seu último trabalho, de 1810, foi o novo
risco da fachada da Matriz de Santo Antônio, em Tiradentes.
Ficou cego pouco depois, e viveu os últimos anos sob os cuidados de Joana Lopes, sua nora.
Faleceu em 1814, aos 76 anos de idade, tendo sido sepultado no interior da Matriz de Antônio Dias, em
Ouro Preto.

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