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Portefolio - Literatura

Ana Francisca Batista, Nº3

Turma 10ºLH3

Professora Carla Cunha

Escola Secundária Francisco de Holanda

2018 / 19

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Índice

1. Trabalho de Projeto................................................................................................... 3
….1.1. Introdução ............................................................................................................. 3
1.2.Texto sobre os Pontos Abordados no Projeto ........................................................ 3
1.3.Entrevista sobre o tempo anterior ao 25 de Abril a Testemunhos Vivos – avós 5
1.4.Poeta e poema analisado........................................................................................ 7
Poema 7
Análise do poema ...................................................................................................... 9
A Arte 10
1.6.Cartazes Publicitários relacionados com o Regime .................................................. 11
2.Textos Criativos ........................................................................................................... 13
2.1. Trabalho pág. 128 – Livros de Linhagens ............. Erro! Marcador não definido.
2.2. Escrita pág. 178 .................................................... Erro! Marcador não definido.
2.3. Os amores de Pedro e Inês (pág. 146) ................. Erro! Marcador não definido.
2.4. Poema sobre o 25 de Abril ............................................................................... 13
2.5. Texto pág. 209...................................................... Erro! Marcador não definido.
3. Bibliografia .............................................................................................................. 14

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1. Trabalho de Projeto

1.1. Introdução
Em 2019, infelizmente, começam a existir poucos testemunhos vivos do
acontecimento que mudou Portugal para sempre. Assim, este trabalho foi-nos
atribuído com o intuito de preservar estas memórias, muitas vezes negligenciadas, e
também de nos dar a conhecer mais sobre esta revolução que moldou a nossa vida
atual, de forma a abrir-nos os olhos para nunca nos acomodarmos ao nosso dia a dia,
mas sim lutarmos pela nossa liberdade e direitos.

1.2. Texto sobre os Pontos Abordados no Projeto


Portugal já viveu tempos de glória, tínhamos metade do mundo e nada nem
ninguém chegava aos nossos pés. Mas, na época contemporânea, as coisas mudaram.
Aquilo que nós víamos forte e invencível mostrou-se uma frágil parte do nosso país.
Foram altos e baixos políticos e económicos, mas a verdade é que a mais bela história
de liberdade foi feita. Se para o bem se para mal, resta saber do que consta esta
epopeia.
Estamos a falar do Estado Novo. Em 1928, António de Oliveira Salazar foi
proposto a ministro das finanças. Em 1932 acabou por se tornar no presidente do
concelho de ministros (atualmente primeiro ministro). Através desta ascensão fez-se a
Constituição de 1933, que marcou a transição da ditadura militar para a ditadura civil.
Nestes tempos, havia uma política que todos os portugueses seguiam religiosamente:
"Deus, Pátria e Família". Este regime, que durou 48 anos, era um regime político
autoritário de direita.
Até 1961, o sentimento nacionalista estava tão filtrado nas cabeças dos
superiores, que Salazar ordenou que se mantivessem todas as colónias africanas.
Assim, inicia-se a Guerra Colonial ou mais frequentemente chamada de Guerra do
Ultramar. Havia um conflito entre as Forças Armadas Portuguesas e os movimentos de
libertação de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique até 1974, data também do fim do
fascismo. O ditador utilizava a expressão: "orgulhosamente sós", porque quando
ninguém nos ajudasse, lutaríamos sozinhos.

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Em 1968, António de Oliveira Salazar morre e quem sobe ao cargo máximo é
Marcelo Caetano que governa até ao último dia do Estado Novo. Durante os restantes
6 anos de governo, começa-se a notar uma certa fragilidade por parte do regime,
dando início a um movimento de intervenção.
Na noite de 24 de abril, o Movimento das Forças Armadas (MFA) prepara o
golpe final. O primeiro sinal desta revolução é o mais inesperado: "E depois do adeus"
de Paulo de Carvalho. Com esta música, as tropas comandadas por Salgueiro Maia
saem do quartel militar de Santarém rumo ao Terreiro do Paço em Lisboa. O segundo
sinal, aquele que ficou nos corações de todos os portugueses como o hino da
Liberdade foi "Grândola, Vila Morena" de José Afonso. Foi o início de um movimento
comunista que acabou com a rendição e destituição de Marcelo Caetano que é
substituído por António de Spínola.
No dia 26 de abril de 1974, cria-se a Junta de Salvação Nacional liderada por
Spínola, também. Este, no dia 15 de maio do mesmo ano, torna-se o primeiro
presidente da República num regime democrático. Todos os partidos de direita ou
esquerda foram proibidos e deu-se a extinção da PIDE/DGS. Como consequência da
revolução dos cravos, ainda, em 1975 dá-se o fim da Guerra do Ultramar e 700000 civis
e militares voltam ao país de origem, tendo como nome "os retornados". Em 1976,
Mário Soares cria o Governo Constitucional de Portugal.
Os que viveram em ambos os períodos de tempo sabem que houve grandes
diferenças entre o Portugal "suicidado" e o Portugal democrático. Por exemplo, a
liberdade trouxe aos portugueses as férias e os respetivos subsídios. Foi permitido à
mulher trabalhar numa profissão fixa e a igualdade entre géneros entrou na ordem do
dia. Um comércio com fraca variedade de produtos foi substituído pelo aparecimento
de grandes superfícies internacionais e os cartões tiraram o lugar do fiado. Com o
crescimento do comércio, anúncios associados à ideia do capitalismo e livres de
censura foram criados. Quanto à educação, a taxa de analfabetismo diminuiu por
causa da entrada da mulher no mercado de trabalho e a saúde foi assegurada a todos
os cidadãos.
Neste movimento inteligente, cauteloso e revolucionário pela luta da liberdade
não teria sido o mesmo sem os enormes poetas de intervenção. Estes tornaram-se

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assim os maiores intervenientes da luta socialista e, consequentemente, os mais
fustigados pela PIDE.
Por todas estas razões, José Carlos Pereira Ary dos Santos foi o nosso poeta e
letrista escolhido. Nascido a 7/12/1936, Ary foi um poeta e declamador com 4 canções
vencedoras do festival RTP da canção. Com mais de 600 poemas escritos, não
completou nem o curso de Letras nem o de Direito na Universidade de Lisboa. Em
1969, aderiu ao PCP (Partido Comunista Português) e lutou contra o partido
nacionalista. Após o 25 de Abril, foi dinamizador cultural de esquerda e acabou por se
envolver num assalto à Embaixada de Espanha. Morreu a 18/1/1984, com 47 anos.

1.3. Entrevista sobre o tempo anterior ao 25 de Abril a Testemunhos Vivos – avós


1.3.1. Que idade tinha quando ocorreu o 25 de Abril?
Entre 35 a 40.
1.3.2. Qual é a sua opinião sobre o 25 de Abril? É positiva ou negativa?
A minha opinião é “muito positiva”, pois fui maltratado pelo regime e farto
deste, mesmo em termos profissionais. Fui muito bem aceite no 25 de Abril.
Fiquei quase traumatizado com estes anos e com a guerra colonial, não por ter
ido, pois não o fiz, devido a uma úlcera e a uma cunha, mas sim porque, um dia
depois de ter levado o seu melhor amigo ao aeroporto para partir para a guerra,
recebeu a notícia que havia sido morto. A Guerra do Ultramar foi “estúpida” e
que deu início à Revolução, que teria sido mais tardia se não fosse a quantidade
de homens mortos e traumatizados tanto física como psicologicamente por ela.
1.3.3. Andava na escola? Como era e o que aprendia?
As escolas eram separadas pelas de rapazes e as de raparigas, mas não era o
único local, também nas igrejas os homens tinham de se sentar à frente e as
mulheres atrás, assim os dois sexos raramente se juntavam dado que a igreja e o
Estado eram grandes cúmplices. Nas escolas havia o livro único, assim não se
atualizava o ensino, os manuais ou o programa, pelo país tão estagnado que era.
A reforma de Veiga Simão, alterou algumas coisas e ajudou na evolução do
ensino. Os professores batiam nos alunos, o medo reinava nas aulas, todo o
Portugal era regido pelo medo. Os pais também davam prendas/prémios aos
professores dos seus filhos, tanto para os subornar como para lhes agradecer.

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1.3.4. Qual a sua rotina durante esse período?
No início do regime as crianças cuidavam de si próprias, iam a pé sozinhas para
a escola e trabalhavam desde muito cedo, mas, já depois de serem pais, levavam
os seus filhos à escola e iam para as suas escolas trabalhar.
1.3.5. Quais as restrições impostas antes 25 de Abril?
Alguns exemplos são, que os professores primários tinham de casar com
alguém de um bom estrato social, o Estado interferia na vida pessoal dos
funcionários públicos e, obviamente, não podiam sair do país, precisavam de um
passaporte e mesmo assim revistavam tudo na fronteira enquanto muitos
morriam a fugir do país.
1.3.6. O que torna o Regime totalitário absurdo?
As pessoas têm de seguir as ideias do Estado, ninguém com ideias próprias,
tinha de se aceitar o chefe. Eram punidos por inúmeras coisas e não tinham
imprensa ou livros livres. Fui até abordado pela PIDE em 1968 por ser assinante
de uma revista que na altura estaria proibida, mas depois consegui dar a volta à
situação, por já ter sido nos seus tempos de universitário.
1.3.7. De que maneira encara o valor das instituições contra o corporativismo?
Este corporativismo tinha tendência de defender grupos ou determinada classe
que é apoiante do regime. Era e é um erro, continua a haver atitudes
corporativistas em algumas profissões atuais.
1.3.8. Falavam do Regime em casa? Tinha medo? De quê?
O regime nunca nos fez mal, não falávamos muito do regime, não éramos
ativistas, por isso vivíamos normalmente.
Avô - não tinha políticos ativistas em casa. Livrei-me de coisas, como a guerra
por causa de cunhas do meu pai e de sorte como uma doença na altura do
recrutamento;
Avó – O meu pai era salazarista e votava por mim, obrigada a gostar de Salazar
durante toda a sua juventude, falsamente.
1.3.9. Em locais públicos, quais eram os temas de conversa?
Nas barbearias só se podia falar de futebol, estava afixado que não se podia
falar de política e religião, porque era perigoso e as pessoas eram muito
religiosas, quem não era religioso era marginalizado e posto de lado.

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1.4. Poeta e poema analisado
1.4.1. Poema
Enfio os mocassinos do meu tempo nos pés
e piso a senda lenda dos meus antepassados.
Hoje, sou eu que passo o cabo das tormentas nos cafés
quando vomito a Índia nos lavabos.
Se Egas Moniz foi herói
duma bravata bonita
eu sou quem paga o resgate
da história que me limita.
A linda Inês dos meus olhos
foi reposta em seu sossego
não há hidroenergia
que ressuscite o Mondego
não há barragem que estanque
o sonho que é hoje infante
na ponta de um pesadelo.
Ai flores Ai flores de lapela
flores de plástico e de feltro
filigrana caravela
que estás cada vez mais perto
filha de Vasco da Gama
dado como pai incerto.
Partem tão tristes os pés
de quem te arrasta consigo
tão andados tão modernos
tão vazios de sentido
tão queimados deste inferno
que têm as solas gastas
e o caminho puído.

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Partem tão tristes os pés
de quem te arrasta consigo
passeiam
andam
desandam
param
Perseguem
persistem
caminham
calculam
correm
doem detêm desistem.
Partem tão tristes os tristes
tão fora de chegar bem

José Carlos Ary dos Santos, “Adereços, Endereços” (1965) in Obra Poética, 2ª ed.
Lisboa: Edições Avante, 1995, pp. 158-159

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1.4.2. Análise do poema

O poema “Enfio os mocassinos do tempo nos eus pés” de José Carlos Ary dos
Santos tem como tema a decadência e estagnação de Portugal durante o Estado Novo,
referindo a glória do nosso passado como referência.
O sujeito poético faz várias comparações sarcásticas com a nossa história,
troçando do que Portugal é no seu tempo, utilizando passagens como “e piso a senda
lenda dos meus antepassados.”, onde este critica a feroz vontade de continuar a
colonizar países como a Índia pela ganância, representada nos versos “(…) sou eu que
passo o Cabo das Tormentas nos cafés / quando vomito a Índia nos lavabos.” usando
os portugueses como militares nas guerras em quais eles não queriam estar, também
criticando as mortes e o sofrimento desnecessário com “Parte tão tristes os pés / de
quem te arrasta consigo” e também “Partem tão tristes os tristes / tão fora de chegar
bem”.
Outra das críticas feitas ao regime é a vontade de Salazar demonstrar à
população os avanços técnicos que nós estaríamos a fazer, sendo tudo isto falso e
ironizado com as expressões “(…) não há hidroenergia / que ressuscite o Mondego” e
“tão modernos”. Ary dos Santos quis também utilizar mais passagens do nosso
passado na literatura como as cantigas de amigo (“Ai flores Ai flores de lapela”) e do
nosso passado como reino, com o episódio de romance entre Pedro e Inês (“A linda
Inês dos meus olhos”). Por último, este também faz referência a símbolos
representativos de Portugal como a “(…) filigrana caravela (…)” e dá uso à técnica da
poesia visual para representar os solavancos dos portugueses a tentarem evoluir desta
ditadura, mas a falharem de todas as vezes, sendo perseguidos e voltando atrás no
progresso.
Finalmente, quanto à análise formal, este é um poema constituído por duas
quadras, duas sétimas, uma sextilha e um alexandrino, de rima branca e sem um
número fixo de silabas métricas por verso.

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1.5. A Arte
Obra de Júlio Pomar “O retrato de Mário Soares”, este é um retrato
encomendado por Mário Soares, que apresenta, na opinião do site
http://www.museu.presidencia.pt/expo_detail.php?id=5&ID=92 uma tela “livre e
libertária, retrata, com argúcia, o homem sem nenhuma preocupação de celebrar o
Presidente”, assim mostrando a sua admiração e apoio a Mário Soares, pela
democracia e pela revolução.

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1.6. Cartazes Publicitários relacionados com o Regime

Durante a época do regime totalitário eram usados cartazes publicitários de


forma a enaltecer os poderes e a bondade de Salazar, que, mesmo podendo estar nas
entrelinhas de algum deles, são visíveis a um olho mais atento. No entanto,
atualmente, mesmo existindo variados cartazes publicitários referentes a política, são
referentes a variadas visões e grupos políticos, não apenas a um pensamento. Assim,
nos dias de hoje estamos perante formas variadas de publicidade, não ligada a
questões políticas, permitindo à população realizar as suas próprias ideias e tirar as
suas conclusões, sem serem aliciadas a escolher certo lado.
Assim, pode-se também acrescentar que, pelos vários exemplos acima e
também pela pesquisa que realizei, é possível observar uma grande mudança não só
no material publicitado (que antigamente era mais ligado tanto a política como a
festas ou a cidades em esperança de aumentar o turismo, hoje está mais ligado a
diferentes marcas tanto de restaurantes como marcas maioritariamente

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internacionais) como adicionalmente a forma de design dos mesmos cartazes é
extremamente diferente, sendo que antes apresentavam mais texto e técnicas de
desenho, por não ser tão comum a fotografia ou possível a computação destas
publicidades, que atualmente são mais focadas na simplicidade e em passar
rapidamente uma mensagem pela imagem, mostrando uma grande evolução no
marketing e na sociedade portuguesa em tão poucos anos.

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Textos Criativos

1.7. Poema sobre o 25 de Abril

SERÁ QUE…
Dou por mim a pensar
num país sem liberdade dar.
Nem sei se penso no agora,
no que há de vir
ou no outrora.
Será que ainda não a temos,
que a precisamos de conquistar
ou que nos estamos só a queixar?
Será que,
Pré Cravos,
Aí é que estávamos mal
que após o nosso período
de maior desgraça
tristeza, sofrimento, …
já não há mudança a mudar?
Será que apenas nos adaptámos
à errada definição de liberdade?
Que a informação que nos é dada
e que apenas vivemos numa
Ditadura Globalizada.
Será que já podemos parar
de lutar
ou devemos copiar
a revolução ao luar?

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Bibliografia
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