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EDERATIV A
TIVA DO B RASIL
Presidente: Fernando Henrique Cardoso
Vice-Presidente: Marco Antonio de Oliveira Maciel
Consultor
Maura Eustáquia de Oliveira
Editoração
Patrícia da Gama
Capa
Eduardo da Gama
Maura Eustáquia de Oliveira
Fortalecimento Institucional do
Setor Florestal
AGRADECIMENTOS
A todos que contribuíram para viabilizar a composição deste retrato da Gestão Flores-
tal, no Brasil e da Capacidade Institucional Setorial instalada, os nossos agradecimentos.
Eles são extensivos aos que posteriormente ao nível de cada organização procede-
ram conosco o ajuste de dados e informações, bem como a atualização deles.
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AGENDA POSITIVA PARA O SETOR FLORESTAL DO BRASIL
PROGRAMA NACIONAL DE FLORESTAS
RESUMO
Estudo sobre os modelos de Gestão Florestal, ao nível dos estados, ocorrentes no
Brasil, tomando como objeto de análise da questão as organizações florestais dos esta-
dos do Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Rondônia.
Este documento analisa a situação atual do setor florestal nessas unidades, seus desa-
fios e necessidades de fortalecimento institucional e apresenta sugestões e recomenda-
ções quanto ao fortalecimento desses segmentos. Finalmente, sugere Modelos de Ges-
tão mais ajustados ao perfil de cada região do País e faz recomendações quanto aos
procedimentos indispensáveis para sua implantação.
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
INTRODUÇÃO
A complexidade da Gestão Florestal, num País com o tamanho e a diversidade
fitogeográfica, social e econômica do Brasil, está a exigir do Poder Público Federal provi-
dências no sentido de ampliar o envolvimento dos estados e dos municípios nesta tarefa.
Conservar os recursos naturais renováveis e compatibilizar as ações do setor produ-
tivo com as modernas exigências de desenvolvimento sustentável é um desafio, cuja
resposta só será viável a partir de ações conjuntas e complementares das diferentes
esferas da Administração Pública nacional.
Ganha relevância cada vez maior entre as autoridades setoriais a idéia da estruturação
e implantação de um Sistema Nacional de Conservação e Desenvolvimento Florestal Sus-
tentável, liderado pelo Ministério do Meio Ambiente e coordenado pelo IBAMA, constitu-
indo um conjunto funcional, em que o Ministério se reservaria a função normativa; o
IBAMA, as ações de apoio técnico-institucional e de execução supletiva, delegando a
organismos florestais estaduais e municipais cuja criação ambos estimulariam as
atribuições executivas.
Na própria visão dos estados, este Sistema descentralizado tornaria mais fáceis e efici-
entes os serviços de extensão florestal, fiscalização, recomposição e recuperação de áreas
degradadas, reflorestamento econômico e educação ambiental, em todos os pontos do
território nacional.
Para concretizar esta proposta de descentralização da administração florestal, algu-
mas medidas são preconizadas, visando a desencadear, a curto prazo, esse processo.
Algumas serão tratadas com maior profundidade no decorrer deste Relatório.
No conjunto das propostas destacam-se:
N Recomendações de estudos e levantamentos;
N Formulação, em bases claras, de uma Política Nacional de Produção e Con-
servação Florestal que considere;
N Implantação de uma política de reciclagem e treinamento de recursos humanos
para diferentes segmentos da atividade florestal, desde os níveis de gerenciamento
até os de processamento de madeira e design de artefatos de madeira;
N Ação explícita do MMA e do IBAMA junto aos Governos Estaduais visando à criação
de órgãos de gestão florestal nos estados;
N Estímulos às Prefeituras Municipais para se juntar a este esforço.
O resultado dos estudos e levantamentos aqui relatados oferecerão às autoridades
setoriais uma amostra representativa da situação atual da Gestão Florestal no País, de-
corrente de estudos realizados em sete estados abaixo discriminados e capaz de permi-
tir-lhes tomar decisões, em bases mais consistentes, para a melhoria do patamar de qua-
lidade da Gestão Florestal no Brasil.
Estados Estudados
N Amazonas
N Bahia
N Goiás
N Minas Gerais
N Paraná
N Pernambuco
N Rondônia
Os estudos visando ao Fortalecimento da Capacidade Institucional do Setor Florestal
dos estados, em pauta, foram realizados junto às diretorias e corpos técnicos dos orga-
nismos estaduais de gestão florestal e instituições afins, através de;
N entrevistas pessoais;
N visitas técnicas;
N desk survey (relatórios/projetos);
N consulta a arquivos e material de informação e divulgação;
N depoimentos de parceiros e de beneficiários de ações florestais dos organismos
estaduais;
N depoimentos de ONGs; e
N consulta bibliográfica.
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
1. TERMO DE REFERÊNCIA
As autoridades do MMA/FAO acordaram entre si a execução do seguinte Termo de
Referência:
1.1. CONTEÚDO
Registro da situação do Setor Florestal dos estados que serão estudados para compor
o relatório final de discussão, no qual estará baseado o Programa Estratégico de Fortale-
cimento Institucional das Organizações Estaduais e Municipais Florestais, visando à
implementação da Agenda Florestal Positiva do Brasil e a contextualização de um pro-
cesso permanente e gradual de descentralização da administração florestal brasileira.
C. R ELAT O S USCINT
ELAT USCINTOO DO P ATRIMÔNIO F LOREST AL A MBIENT
ORESTAL AL
MBIENTAL
C.1. Lista das unidades de conservação existentes no estado: área, localização e
percentual.
C.2. Tipo e categoria de unidade (estadual, federal e municipal);
C.3. Evolução das áreas públicas protegidas;
C.4. Situação das áreas protegidas de domínio privado: preservação permanente
e reserva legal;
PROJETO UTF/BRA/047 AGENDA POSITIVA PARA O SETOR FLORESTAL DO BRASIL
D. S ET OR F LOREST
ETOR AL P RODUTIVO
ORESTAL
D.1. Descrição da economia florestal estadual;
D.2. Produção e consumo de produtos e subprodutos florestais (madeireiros e não-
madeireiros);
D.3. Reflorestamento: área reflorestada, espécies cultivadas, oferta de madeiras
oriundas de florestas plantadas e destino da produção;
D.4. Manejo florestal: área manejada, principais espécies exploradas, oferta de
madeira oriunda de manejo e destino da produção;
D.5. Participação relativa do setor na economia estadual, incluindo a indústria de
base florestal, geração de renda e emprego;
D.6. Contribuição do setor florestal para a matriz energética.
E. O RDENAMENT
RDENAMENTOO L EGAL DO S ET OR F LOREST
ETOR AL
ORESTAL
E.1. Situação anterior à Constituição de 1988: o estado dispunha de algum
instrumento legal no período temporal mencionado?
E.2. Situação posterior à Constituição de 1988: como o estado estabeleceu ou for-
mulou o arcabouço legal do seu setor florestal, no âmbito da competência cons-
titucional concorrente. Não tendo legislado concorrentemente, qual a razão?
E.3. Conceituação e diretrizes da Lei Florestal ou legislação conexa formulada,
quais os pontos focais da legislação estabelecida: Conservação? Controle?
Fiscalização? Fomento? Manejo?
E.4. Interface da legislação florestal estadual com a legislação ambiental: qual o
grau de complementariedade ou de conflito entre uma norma e outra?
E.5. Outras leis: agrárias, mineração, incentivos fiscais.
F. A NTECEDENTES I NSTITUCIONAIS
F.1. Análise histórica da organização florestal do estado.
F.2. Evolução da administração florestal estadual.
F.3. Vinculação do setor florestal público às políticas estaduais.
G. M ODEL
ODELOO I NSTITUCIONAL EM V IGOR
G.1. A organização do estado na área florestal.
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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
L. R ECURSOS H UMANOS
L.1. Quadro de pessoal e distribuição dos servidores de acordo com as atividades
desenvolvidas.
L.2. Existência ou não de plano de cargos e salários.
L.3. Grau de interiorização dos servidores.
L.4. Capacitação e treinamento.
2. PRINCIPAIS RESUL
PRINCIPAIS TADOS E CONCL
RESULT USÕES
CONCLUSÕES
N Avaliar a capacidade institucional do estado no que concerne à gestão pública
florestal, mediante a realização dos seguintes estudos em seus organismos
setoriais;
N Levantamento da memória institucional de cada organismo; dos conflitos e/ou
entidades interinstitucionais e ultra-institucionais que afetam seu desempenho;
N Levantamento do arcabouço legal que disciplina o setor; da estrutura administrativa
e situação física e financeira do organismo florestal;
N Principais atividades desenvolvidas; principais demandas setoriais e problemas que
afetam o seu atendimento;
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
3. CONCLUSÕES
Os estudos permitem chegar a algumas conclusões importantes, tanto ao nível de
cada estado quanto ao nível mais geral, que podem assim ser resumidas:
(*) O IPAAM, na verdade, é um órgão de gestão ambiental, quase sem ingerência no setor florestal.
N Problemas político-institucionais:
- Há conflitos de competência do órgão estadual com a SUPES/IBAMA, especial-
mente no que se refere ao licenciamento de indústrias de base florestal;
- As autoridades estaduais reclamam da falta de capacidade operacional da SUPES/
IBAMA para desempenhar sua responsabilidade de fiscalização dos empreen-
dimentos florestais. Em conseqüência não há reposição florestal no estado e
os Planos de Manejo só existem no papel: em geral, não são cumpridos.
N Orçamento:
- IPAAM dispõe, atualmente, de um orçamento de R$ 10.261.757,00, dos quais,
17% vão para o pagamento de funcionários. Seu orçamento equivale a 1% do
orçamento global do estado e a 26,5% do da Casa Civil. Segundo a Diretoria do
IPAAM todos os recursos com que trabalha são do estado: não há qualquer
repasse do Governo Federal.
- O orçamento do IPAAM, para a área florestal, contempla:
w Conservação de recursos florestais
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Problemas Graves:
- Escassez de pesquisas e conhecimentos quanto ao manejo sustentável da Floresta
Tropical Úmida;
- Fragilidade dos órgãos de controle da qualidade ambiental;
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3.2. ESTADO D
ESTADO DAA BAHIA
N Órgão Responsável pela gestão florestal: DDF Departamento de Desen-
volvimento Florestal, da Secretaria de Estado da Agricultura, Irrigação e Reforma
Agrária.
N Problemas Político-Institucionais:
- conflitos de competência com a SUPES/IBAMA, mais voltada para a fiscalização,
enquanto para o estado, além da fiscalização, são prioritárias as ações de fo-
mento e recomposição florestal e de implantação de Unidades de Conservação;
- a Lei Estadual define responsabilidades (atribuições e funções) do DDF mas o
órgão não está aparelhado para assumi-las, nem dispõe dos recursos humanos e
financeiros suficientes;
- a SUPES/IBAMA não tem a indispensável capacidade operacional para realizar
com eficiência os serviços de:
w controle e fiscalização da exploração florestal;
w educação ambiental;
w reposição florestal obrigatória;
w fiscalização e monitoramento de planos de manejo florestal.
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Orçamento
- O DDF dispõe, atualmente, de um orçamento de R$673.000,00, ou seja, 6,9%
do orçamento da Secretaria da Agricultura , Irrigação e Reforma Agrária e 0,5%
do orçamento total do estado.
- Faltam à Bahia Escolas Superiores de Engenharia Florestal, o que dificulta a
formação local de recursos humanos qualificados para o setor.
- Os salários baixos dificultam o recrutamento fora do estado: no máximo
R$400,00/mês.
- No âmbito do corpo técnico do DDF as prioridades são:
w Estruturação do órgão, em termos de recursos humanos, equipamentos e
informatização completa;
w Harmonizar as relações com a SUPES/IBAMA;
w Interiorizar ações de fomento.
N Sugestões/Recomendações
- A proposta de fortalecimento institucional da gestão florestal, na Bahia, passa
por duas vertentes:
w Legal é impossível para um departamento de uma unidade da administra-
ção direta por definição, morosa e burocrática no Brasil dar conta das
atribuições e funções que lhe competem, de acordo com a Lei Florestal Esta-
dual. Logo, impõe-se o reestudo da questão, para transformar o DDF numa
autarquia, fundação ou empresa estadual, capaz de oferecer pronta respos-
ta às demandas setoriais;
w Administrativa reestruturação do DDF; formação de quadros técnico e
gerencial; elaboração de Plano de Cargos e Salários:
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Fomento Florestal
- O Governo estimula a formação de Associações Regionais de Reflorestadores e
o engajamento das Prefeituras Municipais no setor florestal, repassando-lhes
atribuições via convênio.
- As Associações vão captar junto ao IBAMA recursos gerados pelo recolhimento
da taxa de reposição florestal, ou junto a outras fontes, recursos para os plantios.
- Quando tratar-se de recomposição obrigatória ou plano de manejo, a docu-
mentação passada ao DDF via disquete e o controle será feito pelo mesmo
sistema descrito no item referente ao licenciamento de desmate.
N Problemas Político-Institucionais:
- A Lei Florestal Estadual de Goiás atribuiu à Secretaria de Meio Ambiente e Re-
cursos Hídricos a responsabilidade de gestão florestal ao nível estadual e o
direito de delegar esta responsabilidade. A delegação de atribuições e fun-
ções foi feita à FEMAGO através de uma simples Portaria que pode, a qualquer
tempo, ser revogada. Esta situação instável gera intranqüilidade no âmbito da
organização.
- Há sérios conflitos com a SUPES/IBAMA, também com ação centralizada em
Goiânia. A SUPES é mal-vista pelos proprietários rurais que se sentem enga-
nados na medida em que recolheram a taxa de reposição florestal obrigatória,
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Orçamento:
- O orçamento da FEMAGO para 1998 foi de R$ 28.890.700,00 (vinte e oito
milhões, oitocentos e noventa mil e setecentos reais), cerca de 1% do orça-
mento do estado, mas, na verdade, apenas 9% do programado poderão ser
executados (R$3 milhões).
- O salário médio de um técnico de nível superior é de R$600,00 (seiscentos reais)
e de R$1.200,00 (um mil e duzentos reais) para os da área florestal. Motivo: eles
vêm de organismos, com salários mais altos, da administração estadual.
- Segundo os técnicos, as prioridades da instituição devem ser: criar, em Goiás,
consciência sobre a importância da política de conservação florestal e estruturar
o segmento responsável pela gestão florestal no estado.
- Conseguir executar as ações acordadas no Pacto Federativo.
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Personalidade Jurídica:
- Autarquia do Governo Estadual, com autonomia administrativa e financeira,
membro do Sistema Estadual de Meio Ambiente, liderado pela SEMAD, que
abrange ainda o IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas e a FEAM
Fundação Estadual do Meio Ambiente;
- Minas Gerais possui ainda 32,40% de sua cobertura vegetal nativa, constituída
principalmente de cerrado, matas de galeria e ilhas de remanescentes da
Mata Atlântica e florestas secas caducifólias (norte do estado).
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Recomendações:
- Em 1999, o IEF deverá continuar o esforço de fortalecimento institucional, ca-
pacitando-se mais ainda para sustentar os níveis de receita atingidos nos anos
recentes. Neste sentido, deve continuar atento aos programas e fontes a seguir
mencionadas:
w Fundo de Compensação por Utilização de Recursos Hídricos, com previsão
do aporte de R$8 milhões destinados ao custeio operacional, bem como à
aquisição de equipamentos, à regularização fundiária e à implantação de
obras de defesa e uso em Unidades de Conservação;
w Recursos provenientes do MMA, Secretaria de Recursos Hídricos, destina-
dos à continuidade dos trabalhos de fortalecimento da infra-estrutura de vi-
veiros para o fomento florestal em pequenas e médias propriedades rurais,
nos Vales do São Francisco, do Paraíba do Sul e do Alto Paranaíba;
w Recursos da ordem de R$2,5 milhões provenientes de programa para a pro-
teção da Mata Atlântica em território mineiro, em negociação com o Gover-
no da Alemanha, no valor global de R$16 milhões, sendo R$ 9,08 do Banco
KFW e R$6,92 de contrapartida estadual;
w Incremento nos recursos diretamente arrecadados, que deverão somar em
1998 R$6 milhões, representando um acréscimo de 25% sobre a arrecadação
registrada em 1997;
w Manutenção do nível de arrecadação média da Taxa Florestal em R$12 mi-
lhões, registrados nos últimos dois anos.
3.5. ESTADO DO P
ESTADO ARANÁ
PARANÁ
N Órgão responsável pela gestão florestal: IAP Instituto Ambiental do Paraná,
vinculado à SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
através da sua Diretoria de Desenvolvimento Florestal.
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Problemas Político-Institucionais
- Conflito de atribuições e funções com a SUPES/IBAMA/PR;
- Negociação com a Assembléia Legislativa para aprovação da Lei que estabelece
o Sistema Estadual de Unidades de Conservação e para a reformulação da Lei
Florestal Estadual, hoje muito centrada no fomento;
- A ausência do IAP e da Polícia Florestal do Conselho Estadual de Meio Ambiente.
N Orçamento:
- O orçamento do IAP para 1998 foi de R$ 17.960,950,00 (dezessete milhões,
novecentos e sessenta mil, novecentos e cinquenta reais) ou seja, 0,45% do
orçamento global do estado.
- O salário médio de um técnico de nível superior, no IAP é de R$ 871,91 (oito-
centos e setenta e um reais e noventa e um centavos) e de R$ 414,46 (quatro-
centos e catorze reais e quarenta e seis centavos) para técnicos de nível médio.
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Conclusão:
- O Estado do Paraná parece ter montado a estrutura mais moderna de gestão
florestal do País, com forte participação direta das Prefeituras Municipais que
assumem a contratação de técnicos e a administração de viveiros de produção
de mudas. A experiência, porém, é recente e parece temerário afirmar ser esta
uma solução aplicável a todas as áreas do País.
- Há deficiências no setor de fiscalização e controle da exploração florestal face
ao insuficiente treinamento do pessoal nestas áreas. Por isto, o IAP acaba de
N Problemas Político-Institucionais:
- O modelo institucional de gestão florestal em Pernambuco pode ser modifica-
do: de acordo com o andamento das atividades a CPRH pode transformar-se
numa autarquia;
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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N Conclusão:
- Pernambuco inicia, com extrema cautela, seu trabalho de gestão florestal,
dentro de uma organização que difere em tudo das demais quanto à sua per-
sonalidade jurídica: é uma empresa de capital misto, o que, por definição, lhe
confere a obrigação de gerar lucros.
- A experiência é muito recente para ser avaliada quanto à sua eficiência, mas a
articulação do Programa Pernambuco Verde com os municípios tem dado certo.
- O grande problema da empresa é a carência de pessoal qualificado para o setor
florestal e de recursos financeiros para interiorizar suas ações.
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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4. CONCLUSÕES GERAIS
Os estudos empreendidos permitiram identificar os seguintes modelos básicos de
gestão pública do setor florestal, no Brasil:
4.1. MODEL
MODELOO 1
A competência de gestão florestal se divide entre o estado e a União. É o caso do
Amazonas, onde o IPAAM Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, autarquia
estadual, não cuida da questão da florestal: sua atuação se restringe ao setor de controle
da poluição, ou seja, controle ambiental em sentido amplo. No que se refere a florestas,
cuida apenas da administração das Unidades de Conservação Estaduais. O Instituto tem
status de secretaria e é vinculado à Casa Civil do Governo do Estado.
A gestão das florestas protegidas e de produção do Amazonas é competência exclusi-
va da Superintendência Estadual do IBAMA. A ela compete licenciar a exploração flores-
tal, os desmatamentos, aprovar os planos de manejo florestal e cuidar da reposição flo-
restal obrigatória, mas não possui nem quadro técnico, nem condições operacionais
para realizar devidamente suas atribuições e funções.
Análise: Repete-se, aqui o mesmo quadro de ineficiência observável em Rondônia,
apesar da diferente configuração institucional. Talvez por este motivo comece a ser dis-
cutida, no Amazonas, a criação na administração indireta do estado de um Instituto Esta-
dual de Gestão Florestal Sustentável. Num estado que ainda preserva 98% de sua cober-
tura florestal original constituída pelo mais importante patrimônio florestal do Mundo,
a Floresta Tropical Úmida, as autoridades federais deveriam estimular esse tratamento
especial para o setor.
4.2. MODEL
MODELOO 2
A administração agregada ao complexo da Secretaria de Estado da Agricultura, inte-
grando-as como um Departamento Especial
Análise
Análise: trata-se do modelo mais ineficiente no cenário nacional, pela absoluta falta de
autonomia político-administrativa e fragilidade nas negociações internas por verbas orça-
mentárias em função de serem, em geral, mais recentes e sem o poder de barganha das
organizações dos organismos de gestão de águas, pecuária, agricultura e de armazena-
gem, por exemplo.É o que ocorre na Bahia, onde o Departamento de Desenvolvimento
Florestal concebeu um modelo moderno, baseado em uso intensivo de tecnologia e de um
quadro de pessoal mínimo mas altamente especializado/qualificado que se encontra
inviabilizado pela absoluta falta de recursos financeiros para implementá-lo.
Esse modelo vanguardista peca por estar desajustado à realidade sócio- política do
estado, principalmente em virtude de não contar com os recursos humanos de que ne-
cessita nem com a infra-estrutura de apoio técnico-administrativo, em sua retaguarda.
Outra fragilidade do sistema constitui-se no fato da Bahia não ser um estado de tradição
florestal, realidade evidenciada pelo alto índice de degradação de suas florestas nativas
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
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fora da zona cacaueira (cuja cultura necessita de sombreamento) e no fato do DDF não
ter conseguido colocar em prática sua proposta de ação.
Outra questão preocupante é a renúncia expressa do organismo às atividades de Edu-
cação Ambiental, fundamentais na formação de uma consciência ambiental no meio
rural e para sensibilizar os produtores a se engajar no esforço de implantação no estado
do desenvolvimento em bases sustentáveis.
O modelo baiano é altamente voltado ao controle e fiscalização.
4.3. MODEL
MODELOO 3
A administração do setor florestal é uma competência delegada pela Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos a uma fundação estadual, a FEMAGO
Fundação Estadual de Meio Ambiente de Goiás, organismo com maior experiência e cul-
tura em meio ambiente (lato sensu) , que começa a estruturar uma diretoria técnica para
cuidar da gestão florestal, voltada para a produção e outra de biodiversidade, voltada
para as atividades de conservação do patrimônio florestal remanescente.
Trata-se de um modelo complicado por sua fragilidade político-institucional: a com-
petência para gerir o setor florestal, por Lei, pertence à Secretaria de Meio Ambiente; à
FEMAGO, a competência foi repassada apenas através de uma Portaria cassável a
qualquer tempo, por mera decisão do secretário.
Análise: O modelo de gestão florestal, em Goiás, teria tudo para dar certo, já que a
FEMAGO, na sua condição de Fundação, tem as características fundamentais para admi-
nistrar com agilidade e independência o setor. O problema é a falta de segurança institucional
quanto ao futuro e as dificuldades financeiras graves que enfrenta para instalar e
operacionalizar as duas diretorias responsáveis pela gestão florestal em sua estrutura or-
gânica. Além disso, o corpo técnico mais antigo da instituição resiste profundamente à
ampliação de suas atividades incorporando o segmento de gestão florestal.
Talvez a melhor opção, em Goiás, seja voltar à idéia original de criação do Instituto
Estadual de Desenvolvimento Florestal Sustentável, que já nasceria como autarquia esta-
dual e com uma estrutura descentralizada de 17 escritórios no interior do estado, segun-
do as expectativas da FEMAGO, para este ano.
4.4. MODEL
MODELOO 4
A administração florestal é competência de uma autarquia estadual , com ampla autono-
mia administrativa e financeira, apenas vinculada a uma Secretaria de Estado de Meio Ambi-
ente que funciona como órgão normativo e responsável pelas questões de macro-política
florestal do estado. È o caso dos órgãos de gestão florestal do Paraná e Minas Gerais.
Análise: Trata-se do modelo mais eficiente identificado na estrutura nacional de ges-
tão florestal no Brasil. Embora com pequenas diferenças na estrutura institucional o IEF
- Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais e o IAP- Instituto Ambiental do Paraná,
por serem organismos da administração indireta e com maior liberdade de planificação
PROJETO UTF/BRA/047 AGENDA POSITIVA PARA O SETOR FLORESTAL DO BRASIL
4.5. MODEL
MODELOO 5
A gestão florestal é competência de uma companhia estadual de capital misto, por
definição, com responsabilidade de gerar lucros para os seus acionistas. As ações da
empresa a CPRH Companhia Pernambucana do Meio Ambiente, vinculada à Secreta-
ria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, estão assim divididas: 2/3 nas mãos
do estado e 1/3 na de seus diferentes acionistas que tanto podem ser pessoas físicas,
quanto jurídicas.
Como empresa, a CPRH tem grande autonomia de ação e acaba de reestruturar-se com-
pletamente para começar a gestão florestal, competência que lhe foi definida por recente
Lei Florestal Estadual. A CPRH é um organismo com ampla experiência em gestão ambiental
(lato sensu), mas sem qualquer experiência anterior no segmento florestal.
Em todo o Nordeste brasileiro esta situação se repete: a única iniciativa florestal que ali
ocorreu foi através de um antigo programa patrocinado pela FAO em articulação com o
PNUD, o BRA/87/007-PNUD/FAO/IBAMA, que praticamente desapareceu após a retirada
do apoio dos organismos internacionais.
Análise: O modelo institucional de gestão florestal de Pernambuco, totalmente dife-
rente dos existentes nos demais estados estudados é, extremamente recente e ainda não
tem condição de ser analisado em profundidade. Até o momento, as ações de gestão
florestal com finalidade produtiva estão sob responsabilidade direta da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente, em caráter informal, até que a CPRH complete sua prepara-
ção para recebê-la. Trata-se do Pernambuco Verde, projeto decorrente da ação do
programa PNUD/FAO/IBAMA.
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Fortalecimento Institucional do Setor Florestal
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
4.6. MODEL
MODELOO 6
A competência de gestão florestal pertence a uma secretaria de estado, órgão da ad-
ministração direta, sem qualquer autonomia administrativa ou financeira, que executa,
diretamente, todas as atividades setoriais.
Trata-se, pelo que se pode observar, da pior estrutura operacional de gestão florestal
existente no País. É o caso da SEDAM- Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental,
de Rondônia. Tudo ali é difícil, vagaroso, emperrado e as ações de campo, precárias, por
enorme carência de recursos financeiros.
Análise: Este modelo, pelos conhecidos entraves burocráticos que dominam a gestão
dos órgãos da administração direta no governo dos estados é um dos piores, como já se
disse, porque, não fosse a extrema dedicação dos técnicos, pessimamente remunerados,
nada aconteceria. Em Rondônia, a Secretaria abandonou os 26 escritórios de que dispõe
no interior do estado e vive um impasse: não consegue reativar o convênio que mantinha
com o IBAMA para gerir o controle da exploração florestal no estado e disciplinar o
desmatamento.
A salvação do estado é a eficiente presença do PLANAFLORO, que vem corrigindo erros
graves cometidos pelo INCRA e outros órgãos no período mais intenso de colonização da área.
Sumário
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................. 7
RESUMO .................................................................................................................................................. 8
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 9