Sei sulla pagina 1di 44

0

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS.


CAMPUS GOIÂNIA
CURSO DE TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO E PLANEJAMENTO DE EDIFÍCIOS

Elinne Luzia de Souza Dantas

EFEITO SPALLING – LASCAMENTO EXPLOSIVOS EM ESTRUTURAS DE


CONCRETO SUBMETIDAS À ALTAS TEMPERATURAS.

Goiânia, GO
1

2019
Elinne Luzia De Souza Dantas

EFEITO SPALLING – LASCAMENTOS EXPLOSIVOS EM ESTRUTURAS DE


CONCRETO SUBMETIDAS À ALTAS TEMPERATURAS.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Tecnologia Em
Construção Planejamento De Edifícios, do
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás, Campus Goiânia,
como parte dos requisitos necessários para
obtenção do título de Tecnóloga em
Construção e Planejamento De Edifícios.

Orientador: Humberto Rodrigues Mariano


2

Goiânia, GO
2019

Elinne Luzia de Souza Dantas

Efeito Spalling – Lascamentos Explosivos em Estruturas


de Concreto Submetidas à Altas Temperaturas - Goiânia, 2019.
44f.

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação –


Instituto Federal Goiás, Coordenação da Área de Construção
Civil, Tecnologia da Construção Civil.
3

Elinne Luzia De Souza Dantas

EFEITO SPALLING – LASCAMENTOS EXPLOSIVOS EM ESTRUTURAS DE


CONCRETO SUBMETIDAS À ALTAS TEMPERATURAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Tecnologia Em Construção
Planejamento De Edifícios, do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Goiás, Campus Goiânia, como parte dos
requisitos necessários para obtenção do título
de Tecnóloga em Construção e Planejamento
De Edifícios.

Aprovado em ___ de maio de 2019 por,

______________________________________________
Me. Humberto Rodrigues Mariano (IFG)
Presidente/Orientador

______________________________________________
Me. Giovane Batalione (IFG)
Examinador Interno

_______________________________________________
Me. Divino Saba (IFG)
Examinador interno
4

Goiânia, GO, Brasil


2019
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Marta de Souza Dantas e Raimundo


Norberto Dantas que sempre acreditaram no meu
potencial e sempre estiveram ao meu lado nos meus êxitos
e derrotas.
As minhas irmãs, Elisanne e Elizangela de Souza Dantas
que sempre foram meu espelho e apoio.
5

Ao orientador Humberto Rodrigues Mariano, que com


sabedoria e dedicação me aconselhou e contribuiu para o
êxito deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

O caminho percorrido desde o início da graduação até a fase conclusiva do TCC foi
gratificante e nele muitas pessoas foram envolvidas. Cada uma delas foi de grande
importância em determinada etapa ou até mesmo estiveram presentes durante toda a execução
da pesquisa. O que, hoje, eu posso afirmar e garantir é que toda a colaboração recebida foi
imprescindível para a conclusão deste trabalho. Talvez não consiga me expressar tão bem e
não agradecer o suficiente perante toda a ajuda recebida ou até mesmo incorrer no erro de, por
algum descuido, deixar de citar alguém. Entretanto, é necessário correr este risco.
Primeiramente, agradeço a Deus, pelo dom da vida, por sua presença de luz e
mansidão em situações inesperadas e por bem guiar todos os meus passos.
Ao professor e orientador Humberto Rodrigues Mariano, presente, participativo,
pesquisador competente e de grande discernimento, sou grata pela sua atenção e orientação
em todas as etapas do presente trabalho. Seu entusiasmo e determinação de que os obstáculos
não eram intransponíveis constituíam forças que impulsionavam este trabalho.
Ao corpo docente e administrativo desta instituição (Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia De Goiás) que me acolheu e contribui para que eu me tornasse uma
pessoa melhor.
6

EPÍGRAFE
7

“Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor...


Lembre-se. Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas
se escolher o amor com ele você conquistará o mundo.”
Albert Einstein
RESUMO

EFEITO SAPALLING – LASCAMENTOS EXPLOSIVOS EM ESTRUTURAS DE


CONCRETO SUBMETIDAS À ALTAS TEMPERATURAS.

AUTOR: ELINNE LUZIA DE SOUZA DANTAS


ORIENTADOR: HUMBERTO RODRIGUES MARIANO

O concreto de alta resistência (CAR) é um material que apresenta um grande interesse para a
comunidade técnica e cientifica, devido a suas claras vantagens em termos de resistência
mecânica e durabilidade. Devido a estas características, o CAR, em suas diversas formas, vem
substituindo gradualmente o concreto de resistência normal, especialmente em estruturas
expostas a ambientes rigorosos. Contudo há um problema, a microestrutura muito densa e a
baixa permeabilidade típica do CAR podem resultar em uma ruptura explosiva em certas
condições térmicas e mecânicas, tais como quando se submete o concreto a rápidos aumentos
de temperaturas durante um incêndio. Este comportamento é causado pelo aumento da
pressão interna da água nos poros durante o aquecimento, e pelas tensões originadas a partir
dos gradientes de deformação térmica. Ainda assim, existe um número limitado de programas
experimentais nesta área, alguns investigadores sugerem que a incorporação de fibras de
polipropileno no CAR é uma maneira conveniente de evitar a ruptura explosiva na presença
do fogo. Esta mudança no comportamento se produz porque as fibras de polipropileno se
fundem em altas temperaturas deixando assim um caminho para que o vapor quente escape do
centro da estrutura de concreto, com a saída do vapor, tem-se uma redução da pressão interna
dos poros. O presente trabalho investiga o comportamento do CAR em altas temperaturas,
especialmente quando se adiciona uma massa de fibras de polipropileno.
8

Palavras-chave: alta temperatura; fibra de polipropileno; fogo; concreto de alta performance.


ABSTRACT

SAPALLING EFFECT - EXPLOSIVE LASHINGS IN CONCRETE STRUCTURES


SUBMITTED TO HIGH TEMPERATURES.

AUTHOR: ELINNE LUZIA DE SOUZA DANTAS


ADVISOR: HUMBERTO RODRIGUES MARIANO

High performance concrete (HPC) is an interesting material that has been long attracting the
interest from the scientific and technical community, due to the clear advantages obtained in
terms of mechanical strength and durability. Given these better characteristics, HPC, in its
various forms, has been gradually replacing normal strength concrete, especially in structures
exposed to severe environments. However, the very dense microstructure and low
permeability typical of HPC can result in explosive spalling under certain thermal and
mechanical conditions, such as when concrete is subject to rapid temperature rises, during a
fire. This behavior is caused by the build-up of internal water pressure, in the pore structure,
during heating, and by stresses originating from thermal deformation gradients. Although
there are still a limited number of experimental programs in this area, some researchers have
reported that the addition of polypropylene fibers to HPC is a suitable way to avoid explosive
spalling under fire conditions. This change in behavior is derived from the fact that
polypropylene fibers melt in high temperatures and leave a pathway for heated gas to escape
the concrete matrix, therefore allowing the outward migration of water vapor and resulting in
the reduction of internal pore pressure. The present research investigates the behavior of high
performance concrete on high temperatures, especially when polypropylene fibers are added
to the mix.
9

Keywords: high temperature; fiber polypropylene; fire; High performance concrete.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1 - Armadura exposta do Storebælt Tunnel (Great Belt Tunnel) por lascamentos
instantâneos por ocasião do incêndio em 1994 (GALSKJÆR (2001)).

Figura 2.2 - Düsseldorf Airport – Alemanha – 16 de abril de 1996: lascamentos


explosivos destruíram partes das estruturas de concreto de fck=25MPa num incêndio cuja
temperatura atingiu 1000°C (AÏTCIN 1997)

Figura 2.3 - Anéis de concreto (lajes) do Channel Tunnel destruídos por lascamentos térmicos
explosivos os primeiros minutos do incêndio, expondo a armadura à ação direta do fogo
(ULM (2000)).

Figura 2.4 - Armadura exposta por meio de lascamentos explosivos nos diversos segmentos
do Channel Tunnel ao longo de 35 km de extensão (ULM (2000)).

Figura 2.5 - Incêndio no Aeroporto Santos Dumont (RJ) com duração de 8 horas chegou a
temperatura aproximada de 900°C. (BATTISTA et al. 2000).

Figura 2.6 - Cavidades visíveis nos anéis de concreto do Mont Blanc Tunnel por lascamentos
instantâneos e progressivos (ULM (2000)).

Figura 2.7 - Tauern Road Tunnel – Áustria – 29 de maio de 1999: uma colisão causou uma
série de explosões em aproximadamente 600m de extensão do túnel sito a oeste da Áustria
(BBC NEWS 1999).

Figura 2.8 - Colapso estrutural de partes dos anéis de concreto do Gotthard Tunnel induzido
por lascamentos térmicos explosivos e instantâneos.

Figura 2.9 - Edifício Andraus em chamas. (24 de fevereiro de 1972).

Figura 2.10 - Edifício Joelma em chamas (1 de fevereiro de 1974).

Figura 2.11 - Edifício Grande Avenida em chamas (14 de fevereiro de 1981).

Figura 2.12 - Edifício CESP em chamas. (21 de maio de 1987).

Figura 2.13 - Curvas tempo-temperatura nominais padronizadas.

Figura 2.14 - Efeito do lascamento explosivo após ensaio de resistência ao fogo.

Figura 2.15 - como ocorre os lascamentos explosivos. (KHOURY 2002)


10

Figura 2.16 - Incêndio no edifício da CESP em São Paulo (Revista Incêndio (2000) apud
COSTA & SILVA 2003)).

Figura 2.17 - Danos nos pilares do Edifício Cacique em Porto Alegre (KLEIN et al. (2000)).
Figura 2.18 - Desabamento de fábrica de roupas em Alexandria – Egito (BBC News (2000)
apud COSTA & SILVA (2003)).

Figura 2.19 - Desabamento de edifício em São Petersburgo – Rússia (O Estado de São Paulo
(2002) apud COSTA & SILVA (2003)).

Figura 2.20 - Termogravimetria do Silicato de Cálcio Hidratado – C-S-H Fonte: H. F. W.


TAYLOR, 1990).

Figura 2.21 - Termogravimetria do Hidróxido de Cálcio – C-H (Fonte: H. F. W. TAYLOR,


1990).

Figura 2.22 - Modelo esquemático da evolução da temperatura na matriz de concreto em um


incêndio utilizando-se argamassa de proteção térmica (MAI, 2002).

Figura 2.23 - Variação da zona de baixa condutividade térmica em função da evaporação da


água.
11

LISTA DE ABREVEATURAS E SÍMBOLOS

°C - graus Celsius.
Ca(OH)2 - hidróxido de cálcio.
CaO - óxido de cálcio.
C-H - hidróxido de cálcio.
C-S-H - silicato de cálcio hidratado.
CAR - concreto de alta resistência.
CESP - companhia energética de São Paulo.
ET AL - e outros (as).
FCK - Feature Compression Know) foi traduzida para o português como Resistência
Característica do Concreto à Compressão .
ISO - Organização Internacional para Padronização.
km - quilômetro.
Kg/m³ - quilograma por metros cúbicos.
M - metro.
MPA - mega pascal.
MM - milímetro.
NBR – normas brasileiras.
pp - polipropileno.
T - temperatura.
TG - Termogravimetria.
˃ - maior.
12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
1.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 14
1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 14
1.3 Justificativa ....................................................................................................... 14
1.4 Limitação do Assunto........................................................................................ 14
2 REVISÃO LITERÁRIA......................................................................................... 15
2.1 A Construção Humana...................................................................................... 16
2.2 O Concreto de Alta Resistência........................................................................ 16
2.3 Estudo de Acidentes Antigos............................................................................ 18
2.4 Prédios e Incêndios........................................................................................... 22
2.5 Principais Características do Fenômeno Spalling............................................. 29
2.5.1 Ação térmica nas estruturas de concreto....................................................... 30
2.5.2 Efeito do calor nas estruturas de concreto armado........................................ 30
2.6 Comportamento do Concreto Endurecido em Altas Temperaturas.................. 33
2.6.1 Degradação da microestrutura do concreto endurecido................................ 33
2.6.2 Degradação da macroestrutura do concreto endurecido............................... 34
2.6.3 Evolução da zona de baixa condutividade térmica no elemento estrutural... 35
3 METODOLOGIA.................................................................................................. 37
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................... 37
4.1 Fibras Como Solução Para Efeito Spalling....................................................... 37
4.2 O efeito spalling e as fibras de polipropileno.................................................... 38
5 CONCLUSÃO...................................................................................................... 40
6 TRABALHOS FUTUROS..................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 42

1 INTRODUÇÃO

Ao longo da história da humanidade, a preocupação e o temor frente a fenômenos


desconhecidos quase sempre caminharam paralelamente ao desejo de decifrá-lo. Um exemplo
típico é o fogo. Este a princípio era considerado símbolo de destruição e uma forma dos
13

deuses demonstrarem sua fúria para com a humanidade. No entanto, quando o homem
percebe as inúmeras vantagens que este traz desde que bem manuseado o fogo foi
transformando paulatinamente em fonte de energia para o trabalho, se constituindo em uma
ferramenta versátil e usada em praticamente todas as situações.
O ser humano depende do fogo, sendo este um elemento importante para a civilização
como um todo, mas apesar deste convívio, o fogo sempre foi muito imprevisível, e quando sai
do controle humano pode causar danos irreparáveis no ambiente. Além disso, Não é possível
determinar como, onde ou com que severidade os incêndios ocorrerão (GOUVÊIA, 2000).
O incêndio, fogo sem controle que cresce consumindo todo o combustível que
encontrar em seu caminho, pode parecer bonito quando visto de longe, mas que mostra uma
realidade terrível ao ser observado de perto; a combustão transforma os materiais em contato,
química e fisicamente, gerando novas substâncias ou alterando as propriedades de outras
fazendo com que o resultado seja sempre uma incógnita. É um fenômeno difícil de ser
estudado, pois cada ocorrência é única, o fogo para ocorrer precisa de combustível, calor e
comburente, mas estes elementos são inumeráveis e aleatórios, tal fato se deve ao ambiente
humano que gera uma gama tão variada destes elementos, sem possibilidade de controlar
todos estes elementos. Com isso temos desde o fogo das instalações elétricas, até o presente
caso em incêndios tema deste TCC.
Um incêndio é um fenômeno, por definição, sem controle, mesmo com toda
tecnologia e as técnicas atuais de construção, as habitações humanas colocam os residentes
em um perigo real. Situações adversas a vida humana estão presentes neste tipo de evento, do
calor causticante, dos efeitos da falta de oxigênio, do envenenamento com gases tóxicos
liberados pelos materiais, temos as queimaduras das leves às deformantes e o desespero diante
das chamas, poucos desastres são tão marcantes para o ser humano.
A construção civil tem por objetivo a preservação da vida humana, conforto e
elegância são acessórios a obra, conhecer o comportamento dos materiais diante do fogo é
fundamental para tal fim. Isto é o que procura este trabalho, explanar sobre como o concreto
se comporta diante do fogo.

1.1 OBJETIVOS GERAIS


 Este trabalho tem como objetivo geral, analisar o efeito spalling no concreto de alta
resistência (CAR) quando submetido a condições de incêndio, onde a temperatura atinja
grau superior a 400°C.
14

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Analisar as características do fenômeno spalling
 Analisar como as altas temperaturas influenciam na micro e na macro estrutura do
concreto de alta resistência (CAR).
 Ação Térmica nas estruturas
 Propor solução com o uso de fibra de polipropileno junto ao concreto, para que esta
reduza o efeito spalling.

1.3 JUSTIFICATIVA

Como o concreto é um material muito empregado em todo o mundo, o objetivo deste


trabalho é analisar, principalmente o concreto de alta resistência (CAR), como ele se
comporta em situações extremas. Neste trabalho essa situação extrema será as altas
temperaturas alcançadas, quando uma construção é atingida por um incêndio de grandes
proporções.
O concreto de alta resistência, quando exposto a altas temperaturas entra em um
processo chamado spalling, que nada mais é do que lascamentos explosivos, ou seja, o
concreto começa a "explodir" desprendendo-se de forma brusca das ferragens, deixando-as
expostas.
Como solução proponho o uso de fibras de polipropileno, para diminuir esse processo
de descolamento do concreto das ferragens. As fibras preenchem os poros do concreto
reduzindo assim a pressão interna em sua estrutura.

1.4 LIMITAÇÕES DO ASSUNTO

Para que o estudo possa cumprir com o seu objetivo se faz necessário a delimitação do
assunto a ser abordado.
Este trabalho será baseado totalmente em obras literárias, que abordam sobre o
assunto. Essa opção se deu levando em conta a complexidade do tema e da falta de recursos
para se fazer experimentos com altas temperaturas, que se assemelhassem as condições
descritas no trabalho. Dessa forma optamos por trabalhar baseando em obras de autores com
grande renome e que tem experiência sobre o assunto "spalling".
15

2. REVISÃO LITERARIA

2.1 A CONSTRUÇÃO HUMANA

Como já dito o objetivo primeiro da construção é com a proteção da vida humana, e a


qualidade da mesma, sem causar cansaço visual, proporcionando conforto térmico, evitando o
desgaste físico com desníveis, se preocupando em evitar quedas devido a rampas e locais
escorregadios, tudo isso é levado em conta quando falamos em uma construção humana.
Além disso, por diversas questões, entre elas as econômicas, é necessário pensar nos
danos que a estrutura pode sofrer e como recuperar a mesma após um grave acidente. Afinal a
construção é um investimento feito por alguém e preservá-lo é importante para esta pessoa, ou
grupo de pessoas.
O foco deste trabalho será as estruturas de concreto seu comportamento diante da ação
do fogo, ou melhor, em caso de incêndio, como melhorar esse comportamento e como
recuperar uma área degradada.
Mas no caso de um incêndio a primeira preocupação é em retardar ao máximo o
colapso da estrutura, minimizando os riscos para os usuários da edificação. Riscos como
intoxicação por gás carbônico, monóxido de carbono, fuligem, cinzas, queimaduras e até
mesmo o óbito.
O objetivo é a proteção à vida. O desafio é impedir que o colapso aconteça logo nos
primeiros minutos de incêndio procurando aumentar o tempo para que as pessoas se
desloquem do edifício.
O concreto, tem bom desempenho quanto a este aspecto – deterioração por fogo. Ao
contrário da madeira e plásticos, o concreto é incombustível e não emite gases tóxicos quando
exposto as altas temperaturas, conseguindo manter uma resistência suficiente por um período
relativamente longo. (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
Os problemas em estruturas de concreto armado relativos à ação do fogo começaram a
surgir quando se passou a usar o concreto de alta resistência, que alterou as dimensões das
peças e elementos estruturais, tornando-se mais esbeltos e com vãos de maior dimensão. Com
concreto de micro estrutura, mais compactos de menor permeabilidade e capilaridade. Fatores
que dificultam a saída da água dos poros capilares do concreto, no caso de elevação da
temperatura, por incêndios e consequentemente originando o fenômeno spalling.

2.2 O CONCRETO DE ALTA RESITÊNCIA


16

O Efeito Spalling é um problema recente, pois o concreto tradicional não apresenta,


com tanta intensidade, este efeito, mas com a modernidade, que exige obras mais esguias e
com maior espaço útil, com os prazos e orçamentos mais reduzidos, para se potencializar ao
máximo o lucro, surgiu a necessidade de um concreto que apresentasse desempenho estrutural
mais rápido.
Devido a esta necessidade surge o concreto de alto desempenho, com estas
propriedades, porém susceptível ao efeito spalling.
Vamos analisar, nesta pesquisa, a temperatura máxima que o concreto pode ser
submetido sem promover desplacamentos e a conseqüente exposição das armaduras, este
conhecimento se torna importante, devido ao comportamento das armaduras internas, pois o
aço quando exposto a temperaturas da ordem de 700 a 800°C emite gases tóxicos, que pode
prejudicar as pessoas que se encontrem próximos de onde ocorreu o efeito, além de reduzir o
seu desempenho estrutural.
Descobrir uma forma de amenizar o “Efeito Spalling” é uma preocupação que existe
há alguns anos. A preocupação maior dos profissionais da construção é que os concretos mais
suscetíveis ao efeito Spalling são os de alta resistência, justamente o usado nas construções
onde as aglomerações humanas são mais freqüentes.
Os efeitos do spalling se tornam um perigo à medida que os concretos utilizados nas
construções brasileiras se modernizam apresentando resistências cada vez maiores, (COSTA;
SILVA, 2002). Os concretos mais resistentes são muitos vantajoso para a construção civil,
permitindo uma estrutura mais esbelta, com desenhos mais arrojados, infelizmente, elementos
mais esbeltos oferecem menor resistência à difusão de calor para o núcleo. Estes tipos de
concretos, os de alta resistência, são menos permeáveis impedindo a saída do vapor de água,
que causa a pressão interna, responsável pelos lascamentos explosivos.
O lascamento é um fenômeno natural nas estruturas de concretos de alta resistência,
quando elas são expostas a altas temperaturas. (PURSISS, 1996) Dentro da matriz de
concreto, desenvolvem-se tensões de origem térmica, que influem na desintegração das
regiões superficiais dos elementos estruturais.
Neste trabalho procura-se investigar as causas desses lascamentos explosivos nas
estruturas de concreto, ressaltando seus riscos e apontando possíveis soluções para o
fenômeno.
O primeiro passo será o de delimitar os principais danos causados pelo fogo em uma
edificação estruturada em concreto, em destaque o fenômeno do lascamento explosivo do
17

tipo “efeito spalling”, considerando como um dos danos mais prejudiciais aos usuários da
edificação, já que o fenômeno acontece no início de incêndios, com as temperaturas não tão
altas, havendo a possibilidade de ainda haver pessoas nas dependências da edificação ou
equipes de resgate e de combate ao fogo. O concreto proveniente desses lascamentos
explosivos pode-se tornar uma chuva de escombros, podendo provocar lesões e bloquear as
vias de passagem.
Buscas-se neste trabalho, alertar para esta possibilidade, e propor soluções para que
isso não ocorra, controlando o tipo de concreto, sua composição, a umidade inicial, o tamanho
da peça e a taxa de crescimento da temperatura, para tanto temos alguns dados a serem
levados em conta:
 Sabe se que o spalling se agrava quando se trata de concretos de alta
resistência, e mais ainda em concretos protendidos.
 O concreto é composto com pasta de cimento e agregados e tanto a pasta
quanto os agregados são constituídos de componentes que se alteram e se
decompõem, em maior ou menor grau, com a exposição ao calor.
 O efeito spalling depende em grande parte da proporção água/cimento do
concreto, sabe-se que com contenção de umidade inferior a 3% não há riscos.
Nos concretos de alta resistência a relação água/cimento é extremamente
reduzida; Uma relação água-cimento da ordem de 0,3 é o suficiente para
hidratar o cimento.
O estudo deste tipo de concreto, suas vantagens e deficiências são pontos centrais para
o desenvolvimento da construção civil, e para evitar novos problemas como os que já
ocorreram.

2.3 ESTUDOS DE ACIDENTES ANTIGOS

Não é difícil encontrar exemplos do lascamento explosivos em acidentes já ocorridos,


relaciona-se abaixo algumas estruturas que na década de 90 experimentaram os efeitos
destrutivos de um incêndio e apresentaram este tipo de fenômeno que ocorreu nos momentos
iniciais do desastre. Nos presentes casos ilustrados os elementos estruturais sofreram grandes
avarias comprometendo a segurança estrutural:
18

 Storebaelt Tunnel (Great Belt Tunnel) – Dinamarca – junho de 1994:


lascamentos prematuro reduziu a espessura das estruturas em concreto de alta
resistência do túnel ao longo de 36 m de extensão, restando apenas 25% da dimensão
original (TENCHEV; PURKISS 2001). Fig.2.1

Figura 2.1 – Armadura exposta do Storebælt Tunnel (Great Belt Tunnel) por lascamentos instantâneos por
ocasião do incêndio em 1994 (GALSKJÆR (2001)).

 Düsseldorf Airport - Alemanha - 16 de abril de 1996: lascamentos explosivos


destruíram partes das estruturas de concreto de fck=25MPa num incêndio cuja
temperatura atingiu 1000°C (AÏTCIN 1997). Aos 120 minutos de duração, a
profundidade dos lascamentos variaram entre 5 e 40 mm (HAAK 1999). O incêndio
foi causado pelo trabalho de soldagem feito em uma junta de expansão na via de
acesso elevado do Terminal A, que começou por volta das 13:00. Gotas de metal
fundido começaram a queimar dentro do isolamento de poliestireno no teto rebaixado
do saguão de desembarque abaixo. Este fogo lento se espalhou por uma grande área
sem ser notado. Fig. 2.2
19

Figura 2.2 - Düsseldorf Airport – Alemanha – 16 de abril de 1996: lascamentos explosivos destruíram partes
das estruturas de concreto de fck=25MPa num incêndio cuja temperatura atingiu 1000°C (AÏTCIN 1997)

 Channel Tunnel (Eurotunnel) – França – 18 de novembro de 1996: lascamentos


instantâneos destruíram o cobrimento das armaduras e deixaram o solo exposto
(BREHM 1999, CE-Magazine 1999, TENCHEV; PURKISS 2001). Fig. 2.3 e Fig. 2.4

Figura 2.3 - Anéis de concreto (lajes) do Channel Tunnel destruídos por lascamentos térmicos explosivos os
primeiros minutos do incêndio, expondo a armadura à ação direta do fogo (ULM (2000)).
20

Figura 2.4 - Armadura exposta por meio de lascamentos explosivos nos diversos segmentos do Channel Tunnel
ao longo de 35 km de extensão (ULM (2000)).

 Mont Blanc Tunnel – França – 24 de março de 1999: a temperatura ultrapassou


os 1000ºC num incêndio com duração de 2 dias; o “spalling” instantânea
comprometeu a resistência do concreto de alta resistência (BREHM 1999, CE-
MAGAZINE 1999). Fig. 2.5

Figura 2.5 - Cavidades visíveis nos anéis de concreto do Mont Blanc Tunnel por lascamentos instantâneos e
progressivos (ULM (2000)).
21

 Aeroporto Santos Dumont – Brasil – 13 de fevereiro de 1998: o incêndio no


Aeroporto Santos Dumont (RJ) com duração de 8 horas chegou a temperatura
aproximada de 900°C, comprometendo vários pilares curtos por meio do “spalling”
(BATTISTA et al. 2000). Fig. 2.6.

Figura 2.6 - Incêndio no Aeroporto Santos Dumont (RJ) com duração de 8 horas chegou a temperatura
aproximada de 900°C. (BATTISTA et al. 2000)

 Tauern Road Tunnel – Áustria – 29 de maio de 1999: uma colisão causou uma
série de explosões em aproximadamente 600m de extensão do túnel sito a oeste da
Áustria (BBC NEWS 1999). Fig. 2.7

Figura 2.7 - Tauern Road Tunnel – Áustria – 29 de maio de 1999: uma colisão causou uma série de explosões
em aproximadamente 600m de extensão do túnel sito a oeste da Áustria (BBC NEWS 1999).
22

 Sankt-Gotthard Basel Tunnel (Gotthard Tunnel) – Suíça (2001), 24 de outubro


de 2001: em Airolo (Suíça), uma colisão entre dois caminhões provocou um incêndio
envolvendo vários outros veículos e expôs a estrutura interna de concreto a uma
superior aos 1800 °F (982 °C) , levando várias seções do túnel ao colapso (BROGGI
(2001)). Fig. 2.8.

Figura 2.8 – Colapso estrutural de partes dos anéis de concreto do Gotthard Tunnel induzido por lascamentos
térmicos explosivos e instantâneos.

Em todos estes exemplos, temos como problemas centrais os escombros que feriram e
bloquearam as passagens de fuga e resgate, e os gases tóxicos liberados pelas armaduras de
aço.

2.4 PRÉDIOS E INCÊNDIOS

Uma das catástrofes mais temidas pelo ser humano é ser encurralado pelas chamas em
um ambiente fechado, sem meios de fugir ou se defender das mesmas. Neste aspectos os
prédios de múltiplos andares são uma armadilha terrível para a imaginação humana, um lugar
alto e com poucas vias de fuga possíveis. Felizmente esta visão é, na maior parte dos casos,
fruto mais da desinformação do que da realidade, as modernas técnicas construtivas visam
evitar estes problemas, criando corredores para uma fuga segura e estruturas que resistem
mais as chamas.
Estes meios de defesa usados contra o fogo são frutos de muita dor e sofrimento, pois
foi na prática que se percebeu as fragilidades das construções antigas, vejamos alguns casos:
23

Edifício Andraus:

Ocorrido em SP em 1972, O edifício continha 31 pavimentos de escritórios e lojas. O


incêndio atingiu todos os andares. Houve seis (6) vítimas fatais e 329 feridas.
O ponto de origem foi no 4º pavimento, em virtude da grande quantidade de material
depositado. fig. 2.9.

Figura 2.9 - Edifício Andraus em chamas. 24 de fevereiro de 1972

Edifício Joelma:

Ocorrido em SP em 1974, o edifício continha 25 pavimentos de escritórios e garagens.


O incêndio atingiu todos os pavimentos Houve 189 vítimas fatais e 320 feridas.
A causa possível foi um curto-circuito. Fig. 2.10.
24

Figura 2.10 - Edifício Joelma em chamas (1 de fevereiro de 1974)

Edifício Grande Avenida:

Ocorrido em SP em 1981, pela segunda vez. O incêndio atingiu 19 pavimentos. Houve


17 vítimas fatais e 53 feridas. A origem foi no subsolo. Fig. 2.11.

Figura 2.11 - Edifício Grande Avenida em chamas (14 de fevereiro de 1981)


Edifício CESP

Ocorrido em SP em 1987, o conjunto tinha dois blocos, um com 21 pavimentos e outro


com 27 pavimentos.
Houve propagação de incêndio entre blocos e, em decorrência, colapso da estrutura
com desabamento parcial. Fig. 2.12.
25

Figura 2.12 - Edifício CESP em chamas. ( 21 de maio de 1987)

Nestes casos, o início dos incêndios foi devido a falha da execução do projeto, cujos
níveis de segurança são estabelecidos pela legislação e pela normalização, ou do uso do
prédio. A solução destes seria uma maior preocupação no projeto, e no treinamento e
fiscalização do pessoal que trabalha no local.
Modernamente valem-se de vários meios para combater os incêndios, como a proteção
ativa, acionada (manual ou automaticamente) quando temos um incêndio, são exemplos de
meios de proteção ativa: sistema de alarme manual de incêndio; meios de detecção e alarme
automáticos de incêndio); extintores, hidrantes, chuveiros automáticos, sistema de iluminação
de emergência, sistemas de controle e exaustão da fumaça.
Os meios passivos fazem parte do projeto da construção e não precisam de
acionamento, temos a acessibilidade ao lote e ao edifício, as rotas de fuga (corredores,
passagens e escadas), adequado dimensionamento dos elementos estruturais para a situação de
incêndio, compartimentação para evitar a propagação das chamas, definição de materiais de
acabamento e revestimento adequados.
As reações de uma estrutura de concreto exposta a alta temperaturas variam de acordo
com a natureza do fogo, cujas variáveis são muitas. Outro fator importante é a curva tempo-
temperatura prevista pela norma, que mostra as reações esperadas da estrutura em contato
com o fogo, analisando:
1 – a razão de aquecimento, que influencia o desenvolvimento da temperatura,
umidades e gradientes de poro-pressão dentro do concreto;
26

2 – o máximo nível de temperatura, que modifica a natureza físico-química do


concreto, promovendo a desagregação progressiva do mesmo;
3 – a duração do fogo, que afeta o desenvolvimento da temperatura na estrutura com o
tempo (Khoury, 2002).
Estes efeitos variam de acordo com os tipos de estruturas de concreto. Em túneis,
devido a seu confinamento, o incêndio tende a gerar temperaturas mais elevadas quando
comparado com um incêndio em edifícios e tende a ser mais longo pela dificuldade de acesso
ao seu centro. Em geral, o fogo em túnel é mais severo que nas outras estruturas.
Um tipo de curva chamada de “hidrocabon curve” foi proposta para os túneis, nela se
consideram materiais altamente inflamáveis como combustível para as chamas. Com isso, em
5 minutos a temperatura atinge 1.100ºC e 1350ºC em 60 minutos. Em prédios, se considera a
queima de materiais celulósicos, que é modelada por uma curva menos severa, a ISO 834, em
que a temperatura atinge 556ºC em 5 minutos e 822ºC após 30 minutos (Figura 2.13).

Figura 2.13 - Curvas tempo-temperatura nominais padronizadas.


A maior preocupação no tocante as estruturas de concreto é retardar o máximo
possível o colapso do prédio para que seus moradores possam sair. Esta é uma proteção
passiva que se preocupa com a qualidade dos matérias usados.
As modernas técnicas construtivas trouxeram em sua bagagem um novo problema na
relação construção versus fogo. Isto se deve ao uso do concreto de alta resistência, o que
permite estruturas mais delgadas e obras maiores, mas que fica suscetível ao efeito spalling ou
lascamento explosivo, que é a expulsão violenta e repentina de camadas ou pedaços de
concreto da superfície de um elemento estrutural quando exposto a altas temperaturas
27

(fig.2.14), comuns em incêndios. Como agravante da situação, este efeito acontece no início
do sinistro, quando ainda temos pessoas no interior do prédio.

Figura 2.14 - Efeito do lascamento explosivo após ensaio de resistência ao fogo.

O propósito deste trabalho é o de expor os porquês da preocupação com segurança ao


fogo em estruturas de concreto, o efeito danoso das altas temperaturas no concreto e,
finalmente, explicar como diminuir o perigo em casos de incêndios.
Apesar da sua natureza não-combustível e da baixa difusividade térmica, o concreto
sofre lascamentos explosivos devido ao aumento da poro-pressão e das tensões internas
geradas durante o incêndio. O resultado disso é a ocorrência de desplacamentos das camadas
mais externas, que reduzem a seção transversal da peça e expõem a armadura. A redução da
capacidade, portanto do elemento estrutural é imediata.
O concreto tem seu comportamento determinado pelas propriedades de seus elementos
constitutivos, em especial a relação com a umidade, pois nos de alta resistência não existem
poros para que a água deixe o material em caso de aumento da temperatura. O aumento do
calor provoca evaporação nas camadas mais externas, que não consegue sair da peça, o que
faz com que a maior parte do vapor d’água formado se encaminhe para o interior mais frio do
concreto, ali retorna ao estado líquido devido a condensação. À medida que o calor avança, a
água condensada e o vapor se acumulam a sua frente, formando uma zona quase saturada. A
velocidade com que a zona de saturação move-se, “empurrada” pelo calor, depende da
porosidade do concreto e da razão de aquecimento. Como essa zona de saturação tem a
28

velocidade de avanço limitada pelos poros do concreto, o calor acaba atingindo o cerne do
concreto.
Isso provoca a evaporação da água do interior da peça. Devido ao aumento da
temperatura e à restrição à expansão, a pressão de vapor nos poros aumenta rapidamente. Se a
tensão de tração do concreto não for suficiente para resistir à pressão de vapor, a camada
externa de concreto será arremessada, na forma de lascamento explosivo ou “spalling”. O
fenômeno do “spalling” é assim descrito por Nince et al (2003), Shuttleworth (2001) e
Kitchen (2001). Fig. 2.15.

Figura 2.15 - como ocorre os lascamentos explosivos. (KHOURY 2002)

Como apontado por Khoury (2002), existem muitos fatores a serem considerados neste
efeito, tais como, os relacionados às propriedades do concreto, à geometria do elemento
estrutural submetido ao fogo e à natureza do fogo, mas os mais relevantes, segundo este autor,
são a taxa de aquecimento, a permeabilidade do material, o grau de saturação e o nível de
carregamento externo.
A alta densidade do concreto de alto desempenho, que é o fator que atrai atenção para
seu uso, e fator responsável pela sua durabilidade, acaba sendo a principal responsável pelo
mau funcionamento deste material diante de condições térmicas externas (Lima, 2003). Pois
este tipo de concreto, os com baixa permeabilidade, estão mais suscetíveis ao lascamento
29

explosivo múltiplo, quando se compara com concretos de resistências menores, mesmo tendo
maiores resistências à tração. Tudo devido a baixa permeabilidade, que faz com que a pressão
nos poros aumentem rapidamente em caso de altas temperaturas.
Ainda segundo Khoury, o ponto máximo da pressão nos poros ocorre mais próximo da
superfície quando se trata de concretos com alto desempenho, o que justifica o fato das seções
mais esbeltas apresentarem lascamento múltiplos em incêndios.

2.5 PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DO FENÔMENO SPALLING

O concreto, quando submetido a altas temperaturas, apresenta uma desagregação em


sua estrutura, uma dessas formas recebe o nome de efeito spalling, que de uma forma geral
pode ser definido como o desprendimento de uma porção considerável de concreto
endurecido da superfície do elemento da qual ele fazia parte.
Temos duas formas para este fenômeno:
A primeira é conhecida por lascamento explosivo (explosive spalling), onde a perda do
material é parcial, instantânea e violenta com grande liberação de energia, formando grandes
cavidades nos primeiros 30 minutos de um incêndio.
A segunda forma em que se apresenta é a delaminação gradual (sloughing), onde uma
grande camada de concreto se perde, expondo as camadas de baixo a exposição das chamas
repetindo o processo e prejudicando ainda mais a estrutura. Temos portanto um efeito
progressivo neste caso.
Este fenômeno ocorre entre 250°C e 400°C, temperaturas normalmente alcançadas
com facilidade em situações de incêndio. O principal motivo para que ele ocorra é a pressão
do vapor interno das estruturas de concreto.
As causas deste fenômeno são mais complexas do que podem parecer em uma
observação simples, se analisarmos a macroestrutura do concreto, temos presentes os
seguintes elementos durante o efeito spalling, tais como a água livre em excesso, o que
caracteriza os concretos saturados, um elemento importante, pois concretos com menos de 3%
não apresentam tal efeito. A alta densidade do concreto contribui, pois aumenta a
impermeabilidade das estruturas, prendendo a água e o vapor em seu interior. Os elevados
gradientes térmicos apresentados em um incêndio e a distribuição não-uniforme de
temperatura nas peças, permitem ao calor despregar placas de concretos e afetar toda a
estrutura.
30

Com relação às peças de concretos modernos, temos que as secções transversais


delgadas e o excesso de armadura aumentam a incidência e a intensidade.
Com relação às características da microestrutura do concreto, temos como causas a
pressão de vapor, as tensões térmicas e as transformações mineralógicas ocorridas com os
elementos que formam as estruturas do concreto

2.5.1 AÇÃO TÉRMICA NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

O concreto é um arranjo interatômico de moléculas, e com a à elevação da temperatura


há variação na intensidade das forças de ligação interatômicas de sua microestrutura, as quais
promovem à formação e propagação de fissuras na microestrutura e produz deformações
(elásticas e plásticas) na macroestrutura (CALLISTER Jr. (2002)).
A desidratação da pasta de cimento Portland provoca sua desestruturação química,
enfraquecendo o concreto endurecido. A água livre presente na pasta evapora-se à medida que
a temperatura se eleva. Nos concretos usuais saturados e nos concretos de baixa porosidade, a
pressão de vapor pode-se elevar a tal ponto, ultrapassando a capacidade de liberação dos
vapores através dos poros, aumentando o risco de “spalling” (lascamentos).

2.5.2 EFEITO DO CALOR NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Pasta de cimento, agregados, água e aço. Essa heterogeneidade de materiais


constituintes forma o concreto, e acabam conduzindo à degradação do concreto armado. Essa
macroestrutura reage ao calor por “pop outs” (pipocamentos) e “spalling” (lascamentos) que
expõe as armaduras de aço à ação direta do fogo. Com o “spalling” temos uma perda
considerável de material estrutural, expondo também o interior do concreto à ação direta do
fogo, enfraquecendo progressivamente as camadas do concreto.
O calor que se propaga rapidamente pelas armaduras de aço, mais do que no concreto.
Faz com que as ferragens se dilatem aumentando ainda mais a pressão interna das peças de
concretos, além disso o aço perde uma parte de sua resistência e flamba. A zona de aderência
entre o aço-concreto fica comprimida. A integridade de toda a estrutura fica comprometida.
Por essa razão, pode haver perda de aderência e ancoragem (COSTA & SILVA (2002)).
As transformações físico-químicas do concreto e do aço, provocadas pelas altas
temperaturas, manifestam-se por meio da redução das propriedades mecânicas de ambos
31

materiais. Do ponto de vista da Mecânica das Estruturas, a reação do concreto armado ao


calor assume a forma de redução da capacidade resistente dos elementos estruturais.
O colapso progressivo dos edifícios altos em situação de incêndio ganhou destaque no
meio técnico-científico após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, onde se pode
acompanhar os efeitos do calor tanto no concreto quanto no aço. Infelizmente, o colapso
estrutural total ou parcial de edifícios de concreto causado pelo incêndio não é incomum.
COSTA & SILVA (2003) citam alguns edifícios de múltiplos andares em concreto
armado que tiveram colapso progressivo parcial ou total, com vítimas fatais:
1 – Sede I e Sede II da CESP em São Paulo (1987) (Figura 2.16)
2 – “Condomínio Edifício Cacique” em Porto Alegre (1996) (Figura 2.17);
3 – Edifício industrial de 6 pavimentos, fábrica de roupas em Alexandria – Egito (2000)
(Figura 2.18)
4 – Edifício residencial de 9 pavimentos, em São Petersburgo – Rússia (2002) (Figura 2.19).

Figura 2.16: Incêndio no edifício da CESP em São Paulo (Revista Incêndio (2000) apud COSTA & SILVA
2003)).
32

Figura 2.17: Danos nos pilares do Edifício Cacique em Porto Alegre (KLEIN et al. (2000)).

Figura 2.18: Desabamento de fábrica de roupas em Figura 2.19: Desabamento de edifício em São
Alexandria – Egito (BBC News (2000) apud Petersburgo – Rússia (O Estado de São Paulo
COSTA & SILVA (2003)). (2002) apud COSTA & SILVA (2003)).
33

2.6 COMPORTAMENTO DO CONCRETO ENDURECIDO EM ALTAS


TEMPERATURAS

2.6.1 DEGRADAÇÃO DA MICROESTRUTURA DO CONCRETO ENDURECIDO

Tem- se vários fatores a serem observados quando se aborda o tema do


comportamento do concreto, basta lembrar que ele é formado por vários materiais e a relação
entre eles depende de inúmeros fatores.
Temos a decomposição química do concreto endurecido, como algo a ser analisado
para a compreensão do efeito spalling.
A água existe do concreto, pode estar em várias formas. A forma livre, na de gel de
concreto e a cristalizada, todas elas liberam vapor a uma temperatura aproximada de 100 °C,
sendo que as duas últimas necessitam um pouco mais do que a água livre, para se libertarem
da matriz de concreto.
Deste modo a pasta de cimento começa a perder estabilidade entre 100 e 200 °C, sua
resistência à compressão diminui sensivelmente. A partir dos 200 °C a água evaporada reduz
as forças de Van Der Walls entre as camadas de C-S-H. Esta redução o parcial das forças de
interação química aumenta o surgimento de fissuras, ocorrendo uma perda de resistência,
podendo persistir até os 300 °C. Aos 200 °C aproximadamente, o módulo de elasticidade
apresenta de 70% a 80% do seu valor inicial, enquanto que aproximadamente aos 420 °C ele
apresenta de 40% a 50% (NEVILLE, 1997).
Até os 600 °C uma serie de reações ocorrem no concreto, tais como a dissecação dos
poros seguida da decomposição dos produtos de hidratação e destruição do gel de C-S-H,
lembrando que os dois principais produtos da hidratação do cimento são o silicato de cálcio
hidratado (C-S-H) que é a parte resistente do concreto e representa cerca de 60% da massa de
concreto e o hidróxido de cálcio (C-H) que representa aproximadamente 40% da massa de
concreto, cuja principal função é apassivar a armadura de aço dentro da estrutura de concreto,
deste modo temos uma ataque sério a toda a estrutura do concreto. A reação endotérmica da
desidratação do hidróxido de cálcio Ca(OH)2 libera o óxido de cálcio CaO e água, sendo esta
última evaporada.
As Figuras 2.20 e 2.21 apresentam o comportamento destes produtos da hidratação
frente à elevação da temperatura.
34

Figura 2.20 – Termogravimetria do Silicato de Cálcio Hidratado – C-S-H Fonte: H. F. W. TAYLOR, 1990).

Figura 2.21 – Termogravimetria do Hidróxido de Cálcio – C-H (Fonte: H. F. W. TAYLOR, 1990).

2.6.2 DEGRADAÇÃO DA MACROESTRUTURA DO CONCRETO ENDURECIDO

As reações da macroestrutura do concreto ao calor são visíveis: a superfície calcinada


se esfarela, perda progressiva de camadas superfícies de concreto (“sloughing”) e
lascamentos explosivos de porções consideráveis de concreto do elemento estrutural
("spalling").
35

Dentre os fatores que causam os lascamentos, o mais importante é a pressão interna de


vapor gerada na rede de poros do concreto, a medida que a temperatura se eleva. Os concretos
alta resistência tem como característica sua baixa porosidade e devido a isso tendem a
apresentar lascamentos explosivos ("spalling"), ocorrendo rapidamente, nos primeiros 30
minutos de um incêndio, devido ao elevado gradiente nos locais onde ocorre o acidente. Com
a baixa condutividade térmica dos concretos, pode-se concluir que a decomposição química
dos produtos da hidratação ocorre da área externa em direção ao interior do elemento
estrutural.
As pozolanas e outros materiais finos são adicionadas na matriz de cimento com
método para a produção de concretos de alta resistência, pois reduzem a porosidade e
aumentam a densidade do mesmo. Há uma melhora na durabilidade do concreto, dificultando
a entrada de agentes agressivos, como: sulfatos, cloretos, etc. A difusão de íons é reduzida, o
que diminui os efeitos da corrosão nas armaduras.
Mas a grande densidade interna pode ser responsável pela diminuição da resistência
destes concretos a altas temperaturas. Embora, os parâmetros térmicos de concretos de alta
resistência sejam similares aos de resistência normal, como o calor específico, a difusividade,
a condutividade térmica e o coeficiente de expansão térmica, os concretos de alta resistência
apresentam maior risco de ocorrência de “spalling” devido a menor permeabilidade de sua
estrutura interna se comparados aos concretos de resistência normal.

2.6.3 EVOLUÇÃO DA ZONA DE BAIXA CONDUTIVIDADE TÉRMICA NO


ELEMENTO ESTRUTURAL

Durante um incêndio, a temperatura na superfície externa da estrutura de concreto


aumenta, sendo que a profundidade da zona de baixa condutividade térmica também aumenta.
Existe, então, uma zona de evaporação que se forma e se movimenta no sentido do interior do
elemento estrutural (MAI, 2002).
Portanto, na medida do progresso do incêndio, torna-se cada vez menor a zona úmida
e de baixas temperaturas dentro da peça de concreto. Essas zonas quentes e frias ampliam as
forças internas nas peças, as partes quentes são as mais externas e menos resistentes deste
modo elas podem ser soltas, expondo o interior da peça, onde o processo se repete. A Figura
2.22 apresenta a evolução das temperaturas na matriz de concreto durante um incêndio
quando do uso de argamassa de proteção contra incêndio, que nada mais é que uma argamassa
que ajuda na inibição de incêndios.
36

Figura 2.22 – Modelo esquemático da evolução da temperatura na matriz de concreto em um incêndio


utilizando-se argamassa de proteção térmica (MAI, 2002).

A Figura 2.23 apresenta a variação da condutividade térmica do concreto, sem


proteção por argamassa, em função da evolução do incêndio. Nota-se que a zona de baixa
condutividade térmica cresce na direção do exterior do elemento estrutural. Zona esta sujeita
ao lascamento explosivo ou ao esfarelamento do concreto, expondo a armadura de aço que se
localiza próxima à superfície da peça de concreto.

Figura 2.23– Variação da zona de baixa condutividade térmica em função da evaporação da água.
37

3 METODOLOGIA
Para cumprimento dos objetivos propostos foi elaborada revisão bibliográfica ou
revisão literária sobre o assunto; apresentando as características do fenômeno spalling nas
construções para temperatura superior 400°C; análise da influência na micro e na macro
estrutura do concreto de alta resistência
Optou-se por um trabalho baseado em revisões bibliográfica devido a dificuldade de
reproduzir este fenômeno em laboratório. Uma vez que para ocorrer o fenômeno spalling é
necessário certas condições, como a elevada temperatura.

4 ANALISE DOS RESULTADOS

4.1 FIBRAS COMO SOLUÇÃO PARA EFEITO SPALLING

O concreto é um material amplamente utilizado nas construções em todo o mundo,


desta forma se torna importante estudar todas suas variáveis, visando extrair desse elemento
mais segurança. Como já discutido, temos que o concreto quando exposto a altas
temperaturas, como em incêndios, perde suas características iniciais, diminuindo sua
resistência a esforços. E também está suscetível ao efeito do Spalling, responsável por
lascamentos explosivos de partes da peça, reduzindo imediata e drasticamente sua capacidade
portante.
Os materiais compósitos fibrosos em geral e o concreto reforçado com algum tipo de
elemento fibroso, em particular, têm sido cada vez mais valorizados na construção civil. As
fibras, dependendo da sua natureza, forma e dosagem, têm proporcionado aos concretos e
argamassas uma versatilidade há muito tempo desejada. Atualmente podem-se desenvolver
concretos com maior durabilidade, ductilidade, resistência ao impacto e à tração na reflexão,
desde que seja utilizado o tipo de fibra apropriado e em dosagens adequadas.
As fibras mais utilizadas são as quimicamente inertes. Os benefícios acima citados são
atribuídos à sua atuação físico-mecânica. Resistência à tração, módulo de elasticidade,
deformabilidade, aderência fibra matriz, diâmetro, comprimento e índice de forma (relação
comprimento/diâmetro) são propriedades físicas e mecânicas das fibras que definem o
desempenho do compósito fibroso (consultar boletins técnicos anteriores).
O “spalling” pode ser controlado ao adicionar fibras poliméricas à mistura. NINCE et
al. (2003) investigaram o desempenho das misturas submetidas a temperaturas elevadas, em
função do teor e tipo de fibras plásticas para dosagens típicas do Brasil. Agregados graníticos
38

se expandem subitamente a temperaturas elevadas, devido às transformações mineralógicas. A


expansão volumétrica contribui no aparecimento de “pop outs” (pipocamentos) localizados,
expondo partes da armadura ao calor (COSTA et al. (2002b).
Este trabalho visa analisar as melhorias que a adição de fibra de polipropileno pode
proporcionar nestes casos, evitando o efeito spalling do concreto e assim aumentando sua
resistência nos incêndios.

4.2 O efeito spalling e as fibras de polipropileno

Quando uma das faces do concreto entra em contato com o fogo é iniciado um
processo de desidratação da peça acumulando vapor de água no seu interior. Com o
prolongado tempo de exposição a elevadas temperaturas o vapor se concentra e fica restrito a
expansão dentro da placa, aumentando rapidamente a zona de pressão. Quando essa pressão é
maior que a resistência do concreto à tração, parte da peça é arremessada repentinamente.
Esse efeito é conhecido como spalling, que tem suas variáveis na porosidade do
concreto, na propriedade dos agregados, nível de carregamento e na intensidade e forma do
incêndio. A fibra de polipropileno quando exposta a temperaturas próximas à 220°C têm sua
massa e viscosidade alteradas, e essa propriedade permite que o vapor de água saia do
concreto, ou seja, como se a fibra formasse canais de desobstrução da pressão evitando o
spalling.
A redução acentuada da viscosidade e a perda de massa das fibras de polipropileno
permite que o vapor pressurizado possa deformar a massa polimérica e atravessar os canais
permeáveis gerados na estrutura do concreto (Salomão, 2003). Obviamente, quanto maior a
dosagem de fibra maior será o número de canais formados. Valores típicos variam de 1 a 3
Kg/m³ de concreto.
Uma vez formados, os canais podem estabelecer conexões permeáveis entre as
diversas regiões do concreto (canais permeáveis já existentes, porosidade oclusa, interfaces
entre matriz e agregados e os próprios canais deixados pelas fibras). O vapor d’água gerado
pelo calor que pressurizaria os poros naturais do concreto tem à disposição uma rede de
drenagem. A percolação do vapor em direção à superfície é rápida, e a pressão do vapor, se
ainda existir, é menor que a resistência à tração do concreto. Portanto, não há ocorrência de
lascamentos explosivos.
Mas isto não explica totalmente o fenômeno. A relação existente entre o
comportamento térmico do PP e o efeito “anti-spalling” está intimamente associada à faixa de
39

temperatura em que isto ocorre. O surgimento em que isto ocorre. O surgimento dos canais
permeáveis deixados pelas fibras e, conseqüentemente, da rede de drenagem por onde o vapor
d’água percolará ocorre numa faixa de temperatura em que a maior parte de água está contida
dentro da estrutura do concreto. Se o aumento da permeabilidade ocorre nesta faixa de
temperatura, o lascamento explosivo é evitado. Por isto as fibras de polipropileno são as mais
adequadas para esta finalidade, em detrimento de outras à base de polímeros que apresentam
maior estabilidade térmica.
40

5 CONCLUSÃO

As estruturas de concreto é mais resistente ao fogo quando comparadas a estrutura de


madeira e metálica no entanto, quando essa estrutura é submetida a altas temperaturas
verifica-se, que seu desempenho é prejudicado.
Conclui-se também que ao se fazer a comparação entre o comportamento do concreto
convencional e do concreto de alta resistência sob altas temperaturas estes reagem de modo
distintos.
Os concretos de alta resistência apresentam uma maior sensibilidade às altas
temperaturas devido à sua porosidade reduzida, sendo as duas diferenças principais
relacionadas com a perda relativa das propriedades mecânicas (resistência à compressão e
módulo de elasticidade) e com a ocorrência do lascamento explosivo na faixa de temperatura
entre 100 °C e 400 °C. A esse fenômeno designamos de spalling, e ao longo desta pesquisa
mostrou-se o quanto este se torna prejudicial as construções e o desempenho da durabilidade
das construções.
Outro ponto fundamental é o uso das fibras de polipropileno como forma de amenizar
os danos. O surgimento dos canais permeáveis deixados pelas fibras e, conseqüentemente, da
rede de drenagem por onde o vapor d’água percolará ocorre numa faixa de temperatura em
que a maior parte de água está contida dentro da estrutura do concreto. Se o aumento da
permeabilidade ocorre nesta faixa de temperatura, o lascamento explosivo é evitado.
O uso de fibras de polipropileno em concreto é aconselhado, pois estes compósitos
fazem com que o concreto resista ao desprendimento das armaduras, protegendo assim a
estrutura do edifício.
41

6 TRABALHOS FUTUROS

Como possíveis trabalhos futuros, pode-se apontar:

Uma pesquisa para proporcionar novos meios para combater o efeito spalling, não
apenas baseado em fibras de polipropileno.
42

REFERÊNCIAS

AÏTCIN, Pierre-Cloude. Concreto de Alto Desempenho. Trad. Geraldo G. Serra. Ed. PINI.
São Paulo, 2000.

BATTISTA, Ronaldo C.; BATISTA, Eduardo M.; CARVALHO, Eliane M. L. Danos


Estruturais Causados pelo Incêndio no Prédio do Aeroporto Santos Dumont. In:
Damstruc’2000 – 2° Congresso Internacional Sobre o Comportamento das Estruturas
Danificadas. Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2000.

CALLISTER JR., WILLIAM D., Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução.
1a ed., Rio de Janeiro, LTC, 2002, ISBN: 85-216-2188-5

COSTA, Carla Neves; FIGUEIREDO, Antônio Domingues de; SILVA, Valdir Pignatta e.
Aspectos tecnológicos dos materiais de concreto em altas temperaturas. In: NUTAU'2002
– Seminário Internacional – Sustentabilidade, Arquitetura e Desenho Urbano. Anais. São
Paulo: NUTAU/FAU/USP, 2002b.

COSTA, Carla Neves; FIGUEIREDO, Antônio Domingues de; SILVA, Valdir Pignatta. O
fenômeno do lascamento (“spalling”) nas estruturas de concreto armado submetidas a
incêndio – uma revisão crítica. Instituto Brasileiro do Concreto - 44º Congresso Brasileiro.
17 a 22 de agosto de 2002 - Belo Horizonte - MG.

COSTA, Carla Neves; RITA, Igor de Assis; SILVA, Valdir Pignatta e. Princípios do “Método
dos 500 °C” aplicados no Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado em
Situação de Incêndio, com base nas prescrições da NBR 6118 (2003) para projeto à
temperatura ambiente. In: 46 ° Congresso Brasileiro do Concreto. Anais. Florianópolis:
IBRACON, 2004. [no prelo]

GOUVÊNIA, Antônio Maria Claret. Engenharia de Incêndio. Ouro Preto. UFOP/EM/MCM.


LARIN- Laboratório de Análise de Risco em Incêndio, 2000. Notas de aula.

H.F.W. Taylor, “Cement Chemistry”, Academic Press Ltd., Londres, Inglaterra (1990).
KHOURY, G. A. Passive Protection Against fire. Tunnels & Tunnelling International
NOVEMBER 2002.

KITCHEN, A. Polipropylene Fibres Reduce explosive Spalling in Fire. Concrete. April


2001.
43

KLEIN, Dario Lauro; CAMPAGNOLO, João Luiz; GASTAL, Francisco de Paula Lopes.
Ação do fogo em prédios estruturados: estudo de um caso. In: XXIX Jornadas
Sudamericanas de Ingenieria Estructural. Anais. Punta del Este: IET-FIUR/ASIE, 2000.

MAI, Dieter. Cement-Based Mineral-Containing Passive Fire Protection for


Underground Structures [Fourth International Symposium on Sprayed Concrete. 2002 –
MBT (Schweiz) AG, R&D Underground Construction, Zurich, Switzerland].

MEHTA, P. K. & MONTEIRO, P. J. M. Concreto - Estrutura, Propriedades e Materiais.


São Paulo: Pini, 1994.

NINCE, Andreia Azeredo; COSTA, Carla Neves; FIGUEIREDO, Antônio Domingues de;
SILVA, Valdir Pignatta e. Influência das fibras de polipropileno no comportamento do
concreto de alta resistência endurecido, submetido à ação térmica. In: 45 ° Congresso
Brasileiro do Concreto. Anais. Vitória: IBRACON, 2003.

PURKISS, J. A. Fire safety engineering design of structures. Oxford: Butterworth


Heinemann, 1996.

SALOMÃO, R. PANDOLFELLI, V. C. Concretos refratários contendo fibras poliméricas:


correlação entre a permeabilidade e o comportamento de secagem. Apresentado no 47°
Congresso Brasileiro de Cerâmica, João Pessoa/PB 2003 consultado em 25/08/2010.

SHUTTLWORTH, P Fire Protection of Precast Concrete Tunnel Linings on the Channel


Tunnel Rail Link. Concrete. April 2001.

ULM, Franz-Josef. Fire in Transport Tunnel / Research on Rapidly Heated Concrete. In:
http://cist.mit.edu/fire.htm [acesso em 15.03.2002]. CIST-MIT. Cambridge (Massachusetts,
U.S.A.), 2000.

Potrebbero piacerti anche