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Os domínios morfoclimáticos representam a combinação de um

conjunto de elementos da natureza – relevo, clima, vegetação – que se


inter-relacionam e interagem, formando uma unidade paisagística.
No Brasil, o geógrafo Aziz Ab’Saber foi o responsável por fazer essa
classificação. Para ele, o país possui seis grandes domínios
morfoclimáticos:
Domínio Equatorial Amazônico: situado na região Norte do Brasil, é
formado, em sua maior parte, por terras baixas, predominando o
processo de sedimentação, com um clima e floresta equatorial.
Domínio dos Cerrados: localizado na porção central do território
brasileiro, há um predomínio de chapadões, com a vegetação
predominante do Cerrado.
Domínio dos Mares de Morros: situa-se na zona costeira atlântica
brasileira, onde predomina o relevo de mares de morros e alguns
chapadões florestados, como também a quase extinta Mata Atlântica.
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Domínio das Caatingas: localiza-se no nordeste brasileiro, no
conhecido polígono das secas, caracterizado por depressões
interplanálticas semiáridas.
Domínio das Araucárias: encontra-se no Sul do país, com
predomínio de planaltos e formação de araucárias.
Domínio das Pradarias: também conhecido como domínio das
coxilhas (relevo com suaves ondulações), situa-se no extremo Sul do
Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, com predominância da
formação dos pampas e das pradarias.

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Entre os seis domínios morfoclimáticos existem as faixas de
transições. Nessas faixas são encontradas características de dois ou
mais domínios morfoclimáticos. Algumas conhecidas são o Pantanal,
o Agreste e os Cocais.
O que são

O geógrafo Aziz Ab’Sáber criou um modelo de classificação da paisagem natural do Brasil,


baseada em domínios. Estes domínios são classificados de acordo com semelhanças de
relevo, clima, vegetação, solo e hidrografia de uma determinada região. É considerado um
modelo completo, pois leva em consideração vários elementos geográficos, compondo o
quadro natural de uma região.

Os domínios Morfoclimáticos do Brasil e suas características:

Domínio Amazônico

Localização: estados do Amazonas, Pará, Acre e áreas do norte dos estados de Rondônia e
Mato Grosso, além da região oeste do Maranhão.

Características principais: floresta equatorial; clima úmido e quente; presença da planície


amazônica, além de planaltos e depressões nas áreas de borda; presença da Bacia
Amazônica com grande quantidade de rios e elevado volume de água.

Domínio do Cerrado

Localização: região central do Brasil. Estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso (área
central), Mato Grosso do Sul (áreas central e nordeste). Minas Gerais (faixa centro-oeste),
Maranhão (sul) e Rondônia (faixa centro-sudeste).

Características principais: clima tropical; vegetação de cerrado; solos pouco férteis em


grande parte do domínio; presença de depressões e planaltos. A Chapada dos Guimarães é
um dos destaques do relevo deste domínio.

Domínio Roraima-Guianense

Localização: toda área central do estado de Roraima.

Características principais: clima equatorial semiúmido; vegetação de campos e cerrados;


presença de depressões e planaltos; dependendo da área, a fertilidade do solo varia de
baixa para alta.

Domínio da Caatinga

Localização: área central da região Nordeste. Quase todo território do Ceará (exceto faixa
litorânea); regiões centro-oeste dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas e Sergipe; grade parte da região centro-oeste da Bahia; sudeste do Piauí.

Características principais: clima semiárido; vegetação típica da caatinga, presença de


depressões, solos secos e de baixa profundidade.

Domínio das Araucárias

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Localização: região sul do Brasil. Presente nas áreas centrais dos estados do Paraná Santa
Catarina, além da área norte do Rio Grande do Sul.

Características principais: clima subtropical; vegetação subtropical (Mata de Araucária);


presença de rios perenes.

Domínio das Pradarias

Localização: presente na área meridional do estado do Rio Grande do Sul.

Características principais: clima subtropical; vegetação composta basicamente por


gramíneas e herbáceas; relevo de planalto com presença de leves ondulações.

Domínio de Mares de Morros

Localização: quase todo território do estado de São Paulo (exceto áreas ao norte e sul);
noroeste e faixa litorânea do Paraná; áreas litorâneas dos estados de Santa Catarina e Rio
Grande do Sul; faixa leste de Minas Gerais, todo território do Rio de Janeiro e Espírito
Santo; faixa litorânea da região Nordeste.

Características principais: clima úmido, relevo com presença de serras (exemplos: Serra do
Mar, Mantiqueira e Espinhaço); solo que sofre com a erosão provocada pelo alto índice
pluviométrico (chuvas); grande parte deste domínio está ocupada por vegetação da Mata
Atlântica.

MAPA DOS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL


(clique no mapa para ampliar)

Bioma, domínio e ecossistema são termos ligados e utilizados ao


mesmo tempo nas áreas da biologia, geografia e ecologia, mas, não
significando em absoluto que sejam palavras referentes a um mesmo
conceito. São todos empregados quando se pretende dividir um
território de acordo com suas paisagens naturais.

Biomas são grandes áreas ou ecorregiões geográficas, de até mais de


um milhão de quilômetros quadrados (uma dimensão que equivale a
pouco menos que o estado do Pará ou a África do Sul), com

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condições ambientais específicas, onde ocorre interação entre os
fatores no conjunto natural (relevo, clima, vegetação, fauna,
hidrografia e solo). Apesar da diversidade de vegetação, a paisagem
apresenta-se com certa uniformidade, havendo porém, dificuldade de
definição de seus limites naturais.

Como exemplo de biomas, de acordo com o Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística (IBGE), temos:

 Mata Atlântica
 Cerrado
 Amazônia
 Caatinga
 Pantanal
 Pampa

Domínio é o conjunto natural em que há interação entre o clima e os


elementos relevo ou vegetação determinantes. Possui o domínio certa
ordem de grandeza, geralmente apresentando-se como uma área
menor que o bioma. Neste conjunto há certa coerência nos aspectos
de relevo, tipos de solo, vegetação, clima e hidrografia.
Modernamente, substitui o termo zona (como por exemplo, zonas
tropicais, zonas temperadas, subtropical, etc.). Definimos os
domínios morfoclimáticos brasileiros a partir de características
climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas,
havendo seis importantes destes espaços em território brasileiro:

 Domínio Amazônico
 Domínio dos Cerrados
 Domínio dos Mares de Morros
 Domínio das Caatingas
 Domínio das Araucárias
 Domínio das Pradarias

Finalmente, o ecossistema é uma comunidade de organismos que


interagem entre si e com o meio ambiente ao qual pertencem.
Exemplos de meio ambiente são lagos, floresta, savana, tundra, etc.
É complexo que compõe o ecossistema onde ocorre a interação entre
seres vivos e os elementos não-vivos (bióticos e abióticos), havendo
a transferência de energia e matéria entre eles. Um domínio pode
conter mais de um bioma e de um ecossistema.
Os principais ecossistemas brasileiros são:

 Floresta Amazônica
 Mata Atlântica
 Cerrado
 Caatinga
 Campos

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 Pantanal
 Restingas e Manguezais

É importante notar os diferentes biomas, domínios e ecossistemas


presentes no território nacional, atestando a diversidade climática,
vegetal, animal e de relevo que estão contidas entre as fronteiras
terrestres. Tal variedade cultural e paisagística, além da falta de
praticamente qualquer conflito étnico e fronteiriço deixa o Brasil em
posição privilegiada, ressaltando seu potencial turístico, sobretudo o
turismo ecológico.

Mata Atlântica é o nome popular dado à floresta tropical atlântica


que se distribui em milhares de fragmentos da região litorânea aos
planaltos e serras do interior, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande
do Sul. Originalmente, essa formação vegetal ocupava uma área de
1.300.000 km², em áreas de 17 estados (PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE,
BA, ES, RJ, MG, GO, MS, SP, PR, SC, RS), ocorrendo de forma
contínua entre RN e RS. Estreita na Região Nordeste, ela alargava-se
para o Sul, até atingir sua largura máxima na bacia do Rio Paraná,
penetrando, inclusive, no Paraguai e Argentina. Atualmente sua área
fica em torno de 6 a 8% da original.

A Mata Atlântica, sem perder certa homogeneidade, apresenta um


conjunto de formações florestais bastante diversificadas, que
são: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta
Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta
Estacional Decidual. Além disso, alguns ecossistemas estão
associados a esse bioma, como o manguezal, restinga, campos de
altitude, e brejos interioranos. Essa variedade é resultado das
variações climáticas e de relevo.

Cerrado é o nome dado às savanas brasileiras caracterizadas por


árvores baixas, arbustos espaçados e gramíneas, e pode ser
classificado como cerradão, cerrado típico, campo cerrado, campo
sujo de cerrado ou campo limpo, sendo que o cerradão é o único que
apresenta formação florestal.

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Cerrado brasileiro. Foto: Vitor 1234 [CC-BY-SA-3.0 or GFDL], via Wikimedia Commons

Presente nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Mato


Grosso do Sul, Tocantins e Goiás o cerrado cobre cerca de 197
milhões de hectares do território brasileiro sendo o segundo bioma
mais produtivo do país. Formações de cerrado podem ser
encontradas em outras regiões do país como áreas de transição pra
outros ecossistemas. Essas áreas de transição de cerrado são
chamadas de ecótonos ou periféricas e estão nas divisas com
a Caatinga, a Amazônia e a Mata Atlântica.
A principal marca do bioma cerrado são seus arbustos de galhos
retorcidos e o clima bem definido, com uma estação chuvosa e outra
seca. Entretanto, na região do cerrado encontram-se três das
maiores bacias hidrográficas do país, sendo este bioma o berço de
rios caudalosos como o São Francisco. Acredita-se, pois, que as
peculiaridades da flora (troncos tortuosos e com casca espessa...) se
devam à falta de alguns micronutrientes específicos e não à falta de
água necessariamente.

Os solos nestas regiões são geralmente muito profundos, antigos e


com poucos nutrientes, exigindo uma adaptação da flora que possui,
geralmente, folhas grandes e rígidas, além de, algumas espécies,
apresentarem depósitos subterrâneos de água como uma espécie de
adaptação às queimadasconstantes, permitindo que elas voltem a
florir após o incêndio. Outra adaptação são as raízes bastante
profundas podendo alcançar de 15 a 20 metros por causa da
distância do lençol freático até a superfície.

Aliás, os incêndios criminosos são as principais ameaças a esse


bioma. Até os anos 70 o solo do cerrado era considerado
improdutivo, mas, com a evolução da tecnologia a região tornou-se

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responsável por cerca de 40% da produção de soja no Brasil e mais
de 70% da produção de carne bovina. Sem contar que, além das
inúmeras minerações e carvoarias que vem destruindo cada vez mais
o cerrado, a pressão do crescimento populacional das cidades,
principalmente em Minas Gerais e na região Centro-Oeste, tem
colocado o cerrado entre os biomas mais ameaçados do mundo.

Acredita-se que o cerrado brasileiro seja o tipo de savana mais rico


em biodiversidade do planeta com mais de 4.400 espécies vegetais
endêmicas (de um total de 10.000 espécies), 837 espécies de aves e
161 espécies de mamíferos.

Mesmo assim, a despeito de toda a riqueza natural do cerrado e de


seu povoamento tardio, hoje ele conserva apenas 20% de sua área
total. Diversas tentativas no sentido de preservá-lo vêm sendo
tomadas, mas até então, apenas cerca de 6,5% de sua área natural
está protegida pela lei sob a forma de Unidades de Conservação
(UC).

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo. Ocupa


cerca de 600 milhões de hectares, cobrindo nove países, sendo mais
da metade no território brasileiro. Em território nacional constitui
a Amazônia Legal, que inclui os estados do Pará, Amazonas, Roraima,
Amapá, Rondônia, Acre e parte dos estados do Maranhão, Mato
Grosso e Tocantins.

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Floresta Amazônica. Foto: Filipe Frazao / Shutterstock.com

Encontra-se nas baixas latitudes, recebendo uma forte entrada


de energia solar e um abastecimento quase constante de massa de ar
úmido. O clima é equatorial, com temperaturas médias muito altas e
chuvas abundantes que caem o ano inteiro.

É na região amazônica que se encontra a maior bacia hidrográfica do


mundo, tendo como principal rio o Amazonas, o maior rio do mundo
em extensão e volume de água. Outros rios grandes, médios e
pequenos atravessam essa região. Estima-se que cerca de 20% das
águas doces do planeta circulam na bacia Amazônica.

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Os solos apresentam baixa retenção de nutrientes, pois a grande
quantidade de chuvas lixiviam esses solos, retirando seus nutrientes.
Porém, uma fina camada de nutrientes se forma a partir da
decomposição de folhas, galhos, frutos e animais mortos, sendo
muito importante para as plantas da região.

Rios na Floresta Amazônica. Foto: Gustavo Frazao / Shutterstock.com

Apesar dos solos quimicamente pobres, a vegetação da Floresta


Amazônica é exuberante, densa e perene, pois os poucos nutrientes
do solo são absorvidos rapidamente pelas raízes das árvores, que os
liberam novamente para o solo, realizando uma constante e rápida
ciclagem de nutrientes.

Basicamente existem três tipos de formações vegetais:

 Mata de terra firme - localiza-se em áreas mais elevadas, não


atingidas por inundações periódicas. As árvores são de grande
porte e determinam a fisionomia da comunidade, representadas

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pela castanheira, mogno, angelim, andiroba, cedro e outras.
Existe também elevada quantidade de cipós, plantas herbáceas
e epífitas, palmeiras, liquens e musgos.
 Mata de várzea - localiza-se em terras mais baixas e está
sujeita a inundações periódicas. Nas partes mais altas as
árvores são capazes de suportar inundações por alguns meses.
Elas brotam quando a água está baixando e florescem e dão
frutos quando a água está subindo. Os solos são mais férteis,
pois no período de cheia as águas depositam sedimentos ricos
em nutrientes nesses solos. Destacam-se árvores como o
cumaru, seringueira e jatobá.
 Mata de igapó – localiza-se em terrenos baixos próximos aos
rios, onde os solos estão quase sempre alagados. A vegetação
é baixa com árvores afastadas e adaptadas ao ambiente
alagado, como a palmeira jauari (Astrocaryum jauari).
A vitória-régia também é encontrada nesse ambiente.

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Área desmatada na Floresta Amazônica. Foto: guentermanaus / Shutterstock.com

A fauna da Floresta Amazônica é riquíssima. Inúmeras espécies


de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados habitam
esse ambiente. Onças, macacos, ariranhas, jacarés, tucanose cobras
são alguns desses animais.

O desmatamento da Floresta Amazônica reduz sua biodiversidade,


além de empobrecer os solos e poluir os rios, entre outros impactos.
As atividades agropecuárias, madeireiras e de mineração,
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as queimadas e o contrabando de animais são as principais ameaças
a essa floresta. Estima-se que a floresta já perdeu quase 20% do seu
tamanho original.

A Caatinga ocupa cerca de 844.453 Km² de extensão e é o único


bioma com distribuição exclusivamente brasileira. Estende-se por
todo estado do Ceará e mais de metade da Bahia, Paraíba,
Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; quase metade de Alagoas
e Sergipe, além de pequenas porções em Minas Gerais e no
Maranhão. O nome Caatinga significa mata branca em tupi-guarani,
fazendo uma referência à vegetação desse bioma no período de seca,
que perde suas folhas e fica com aspecto esbranquiçado.

Serra da Capivara, parque nacional localizado nas áreas de Caatinga. Foto: ANDRE DIB /
Shutterstock.com

O clima da Caatinga é semiárido, caracterizado por altas


temperaturas, com médias anuais entre 25o C e 30o C. O sistema de
chuvas é complexo. Durante poucos meses caem chuvas irregulares e
alguns anos são mais chuvosos alternados irregularmente com anos
de secas. Além disso, serras e chapadas mais altas da Caatinga
recebem maior quantidade de chuvas, que escoam dando origem aos
rios e lagos da região, muitas vezes temporários. As áreas de planície
estão sujeitas a um período de seca longo e severo.

Os solos desse bioma possuem alta variabilidade, com maior ou


menor capacidade de reter as chuvas. A quantidade de nutrientes é
influenciada pelas mesmas características que influenciam a retenção
de água. Os solos mais argilosos retêm mais água e nutrientes, já os
de textura mais arenosa tem pouca capacidade de retenção.

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Fragmentos de rochas são frequentes na superfície, resultando em
um solo com aspecto pedregoso.

De forma geral, os solos são ricos em minerais, garantindo a


fertilidade nesse ambiente. Por isso quando chove as regiões secas se
transformam rapidamente e dão lugar a gramíneas e árvores
cobertas por folhas. A decomposição de matéria orgânica no solo da
Caatinga é prejudicada pelo intenso calor e luminosidade.

Os rios São Francisco e Parnaíba são fundamentais para a vida desse


bioma. Eles nascem em outros lugares, mas cruzam a Caatinga por
terrenos quentes e secos. Os rios que nascem na Caatinga
permanecem secos por longos períodos, mas no período chuvoso
esses rios saem das bordas das chapadas, percorrem extensas
depressões e chegam ao mar ou desaguam no São Francisco e no
Parnaíba.

Apesar das condições severas, é possível encontrar uma diversidade


de ambientes na Caatinga. A flora é uma resposta à variação na
disponibilidade de água e nutrientes, formando um mosaico de
diferentes tipos de vegetação adaptada ao tipo de solo e a
disponibilidade de água. A fauna é bastante diversificada, sendo
representada por muitas espécies de mamíferos, aves,
répteis, anfíbiose peixes, dentre outros.

Apesar da sua importância, esse bioma tem sido desmatado de forma


acelerada. Quase toda vegetação das áreas mais úmidas foi
substituída por pasto e plantações. O gado está presente em quase
toda parte e consome plântulas, folhas e ramos de arbustos mais
baixos. A extração de mata nativa para produção de lenha e carvão
de forma ilegal também representa uma ameaça.

Flora da Caatinga
Por Monik da Silveira Suçuarana
Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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A Caatinga é muito variável floristicamente, dependendo do regime de chuvas e do
tipo de solo. Essa floresta é considerada arbórea ou arbustiva, formada por árvores e
arbustos baixos com galhos retorcidos, ervas rasteiras e cactos. A maioria das espécies

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vegetais da Caatinga possui características xerofíticas que lhes permitem sobreviver
em condições de aridez.

As adaptações incluem folhas reduzidas ou modificadas em espinhos para reduzir


a transpiração, queda das folhas durante a estação seca (plantas caducifólias), raízes
profundas para absorver água do solo, sistema de armazenamento de água modificado
no caule e nas raízes e suculência (tecido especializado no armazenamento de água).

Na Caatinga é possível encontrar desde florestas altas e secas com até 15-20 metros de
altura, chamada de caatinga arbórea, que é encontrada de forma espalhada da Bahia ao
Rio Grande do Norte em regiões mais úmidas, até arbustos baixos e
espalhados, cactos e bromeliáceas nos afloramentos de rochas. Entre esses dois
extremos muitas fisionomias intermediárias de vegetação são identificadas.

Cerca de 1.511 espécies vegetais já foram registradas nesse bioma, entre as quais
aproximadamente 380 são endêmicas. As principais famílias de plantas
são Cactaceae, Euphorbiaceae, Bromeliaceae e Leguminosae.

A riqueza de espécies lenhosas é alta, destacam-se a Amburana


cearensis (cumaru), Anadenanthera colubrina (angico), Aspidosperma
pyrifolium (pereiro), Caesalpinia pyramidalis (catingueira), Cnidoscolus
phyllacanthus (faveleira) e Myracrodruon urundeuva (aroeira).

Embora menos abundantes, algumas espécies vegetais são perenifólias (não perdem
suas folhas), como a Ziziphus joazeiro (juazeiro), Capparis yco (icó), Copernicia
prunifera (carnaúba), Maytenus rígida (bom-nome) e Licania rigida (oiticica). Essas
espécies são comuns ao longo de cursos de água principalmente no Piauí, Ceará e Rio
Grande do Norte, onde há fornecimento relativamente constante de água durante a seca
e inundação durante o período chuvoso.

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Carnaúba. Foto: Toa55 / Shutterstock.com

A suculência é observada principalmente nos cactos e bromélias. O mandacaru (Cereus


jamacaru), quipá (Opuntia inamoena), facheiro (Pilocereus piauhiensis) e xique-xique
(Pilocereus gounellei) são alguns dos cactos encontrados. Entre as bromélias estão a
macambira (Bromelia laciniosa) e o caroá (Neoglaziovia variegata). Esses vegetais
geralmente ocorrem em regiões mais secas, onde os solos são rasos e pedregosos.

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Mandacaru. Foto: Raul Romario / Shutterstock.com

Órgãos de armazenamento de água são encontrados em Spondias tuberosa (umbuzeiro)


e Luetzelburgia auriculata (pau-mocó) que conservam água em suas raízes, e
em Cavanillesia arboreae Ceiba glaziovii, que são chamadas de “barrigudas” porque
possuem um maior diâmetro no meio do caule, onde armazenam água.

O estrato herbáceo é dominado por ervas terófitas (anuais), que se tornam ausentes por
um período prolongado do ano (estação seca) e aparecem na curta estação chuvosa.
Malvas, gramíneas e jetiranas estão entre os grupos mais representativos desse estrato.
Destacam-se Ipomoea sericophylla (jitirana) e Sida galheirensis (malva).

Entre as espécies endêmicas da Caatinga estão Caesalpinia


pyramidalis (catingueira), Ziziphus joazeiro (juazeiro), Cereus
jamacaru (mandacaru), Bromelia Laciniosa (macambira) e Mimosa tenuiflora (jurema
preta).

Fauna da Caatinga
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Por Monik da Silveira Suçuarana
Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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Embora a diversidade de animais em ambientes áridos e semiáridos seja menor que
nas florestas tropicais, é preciso desfazer o mito de que a Caatinga é um bioma pobre
em espécies e endemismos. A Caatinga abriga na verdade várias espécies
de mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes e outros. Além disso, muitas espécies são
endêmicas desse bioma.

Onça parda (Puma concolor). Foto: Holly Kuchera / Shutterstock.com

A Caatinga abriga cerca de 178 espécies de mamíferos, que são representados


por marsupiais, tatus, tamanduás, ratos, macacos, onças, veados e capivaras, dentre
outros. Também é possível encontrar nesse bioma muitas espécies de morcegos.
Merecem destaque espécies ameaçadas de extinção como a onça-parda (Puma
concolor), a onça pintada (Panthera onca), o gato-do-mato (Leopardus tigrinus) o
guigó-da-Caatinga (Callicebus barbarabrownae), que é o único primata endêmico desse
bioma, e o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), espécie endêmica do Brasil.

Outras espécies endêmicas da Caatinga são os roedores Kerodon rupestris e Wiedomys


pyrrhorhinos. Os veados Mazama americana e Mazama gouazoubira, o caititu (Pecari
tajacu), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a cutia Dasyprocta primnolopha são
alguns dos mamíferos amplamente distribuídos na Caatinga.

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Os répteis são representados por 177 espécies, incluindo lagartos, serpentes,
anfisbenídeos (cobras-de-duas-cabeças), crocodilianos e quelônios. Muitos répteis são
endêmicos da Caatinga, como os lagartos Tropidurus amathites e Tropidurus
cocorobensis e as serpentes Epictia borapeliotes e Bothrops erythromelas.
A jibóia (Boa constrictor) e a cascavel (Crotalus durissus) são espécies abundantes
nesse bioma. Entre os quelônios estão o jabuti-piranga (Geochelone carbonaria), que
está ameaçado de extinção, e o cágado Phrynops geoffroanus. O jacaré-de-papo-
amarelo (Caiman latirostris) também ocorre na Caatinga.

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Cobra cascavel (Crotalus durissus). Foto: Susan Schmitz / Shutterstock.com

Quanto aos anfíbios, na Caatinga ocorrem cerca de 79 espécies, entres as quais podemos
citar o sapo-cururu (Rhinella marina) e a perereca-de-capacete (Corythomantis
greeningi).

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As aves são representadas por cerca de 591 espécies. Merece destaque o soldadinho-do-
araripe (Antilophia bokermanni), que está ameaçada de extinção e é a única ave restrita
ao Ceará. O periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus) e a Jacucaca (Penelope
jacucaca) são outras espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. A arara-azul-de-
lear (Anodorhynchus leari) e a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) são endêmicas da
Caatinga e se destacam pela aparência exuberante, essa última não se encontra mais na
natureza, apenas em cativeiro.

Cerca de 241 espécies de peixes são encontradas na Caatinga, entre as quais destacam-
se espécies de importância econômica nativas da bacia do Rio São Francisco, como o
dourado (Salminus brasiliensis), o pacamã (Lophiosilurus alexandri) e o curimatã–pacu
(Prochilodus argenteus). O surubim (Pseudoplatystoma corruscans) é uma das espécies
de maior importância comercial e cultural em toda a região do Vale do São Francisco.

As abelhas são representadas por 221 espécies. Os meliponíneos (abelhas sem ferrão)
são um dos grupos mais representativos. Dentro desse grupo a espécie Melipona
mandacaia, conhecida como mandaçaia, é endêmica da Caatinga. No entanto, o intenso
desmatamento na região semiárida vem trazendo consequências danosas para as
populações de M. mandacaia.

As principais ameaças à fauna da Caatinga são a caça sem controle e a destruição da


vegetação, inclusive por meio de queimadas. Outro motivo que preocupa é a o tráfico
ilegal de animais silvestres.

Pantanal
Por Monik da Silveira Suçuarana
Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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O bioma Pantanal é a maior planície inundável do mundo. Com uma área de cerca de
250 mil Km², o Pantanal estende-se pela Bolívia, Paraguai e Brasil, sendo
aproximadamente 62% no Brasil, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Inserido na parte central da bacia hidrográfica do Alto Paraguai, o Pantanal é
influenciado pelo rio Paraguai e por seus vários afluentes que alagam a região formando
extensas áreas alagadiças.

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Pantanal brasileiro. Foto: Filipe Frazão / Shutterstock.com

O Pantanal é caracterizado pela alternância entre períodos de muita chuva, que


acontecem de outubro a março, e períodos de seca nos meses de abril a setembro. Possui
região plana, levemente ondulada, com alguns raros morros isolados e com muitas
depressões rasas. As altitudes não ultrapassam 200 metros acima do nível do mar e a
declividade é quase nula.

O solo do Pantanal é principalmente arenoso e argiloso, esse fator associado à baixa


declividade e aos muitos rios dessa região contribui para o alagamento do Pantanal. As
primeiras chuvas caem sobre um solo poroso e são facilmente absorvidas, com o
umedecimento da terra várias espécies de vegetais rebrotam e a planície se torna verde.
Em poucos dias o solo não consegue mais absorver a água que passa a se acumular nas
áreas mais baixas. O nível dos rios e lagoas aumenta provocando enchentes e o Pantanal
se torna um enorme alagado. Durante a seca, a água fica restrita aos leitos dos rios,
lagoas e banhados.

Há regiões altas que nunca são alagadas, como os morros isolados que se destacam nas
áreas inundadas como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação e são usados por animais
que fogem da subida das águas e procuram abrigo. Algumas regiões ficam quase sempre
submersas e outras se apresentam alagadas durante alguns meses.

A flutuação no nível da água é fundamental para o funcionamento desse bioma. Durante


a seca, o material que se decompõe no solo contribui para o enriquecimento da água de
inundação durante a cheia. Quando as águas recuam, elas deixam uma rica camada de
nutrientes no solo, que servirão de base para o surgimento de uma extensa vegetação.

A fauna do Pantanal é bastante diversificada, levantamentos registraram 325 espécies


de peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos. Jacarés, capivaras e onças
estão entre os principais animais. Destacam-se também a arara-azul e o tuiuiú (ave
símbolo do Pantanal).

21
A flora dessa região também é bastante diversificada, formando um mosaico de plantas
do Cerrado, Floresta Amazônica, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio e boliviano). Nas
áreas alagadas encontramos gramíneas, nas regiões intermediárias desenvolvem-se
pequenos arbustos e vegetação rasteira e nas regiões mais altas a paisagem é parecida
com a da Caatinga, com árvores de grande porte. No Pantanal é comum a presença de
formações vegetais como o carandazal, formado pelas palmeiras carandá, e o buritizal,
onde predominam os buritis.

As principais atividades econômicas são a pecuária, pesca e o turismo. As maiores


ameaças ao Pantanal são o desmatamento e o manejo inadequado de terras para
agropecuária, a construção de hidrelétricas e o crescimento urbano e populacional.

Pampa
Por Felipe Araújo
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O significado da palavra pampa é região plana. A origem da expressão é quéchua, um
idioma sulamericano de origem indígena que também era utilizado no império dos
incas. Abrangendo cerca de 700 mil km², os pampas brasileiros ocupam
aproximadamente 2,4% da vegetação do País. Além disso, estão presentes na República
Oriental do Uruguai, Corrientes, Entrerríos, Santa Fé, La Pampa, províncias de Buenos
Aires e no Rio Grande do Sul. Sua localização fica entre o 30º e o 34º na latitude sul e
63º e 57º na latitude oeste.

Foto: Toniflap / Shutterstock.com

Também conhecido pelos nomes de Campanha Gaúcha, Campos Sulinos e Campos do


Sul, o pampa foi o território onde ocorreram as batalhas da Guerra do Paraguai entre os
anos de 1865 e 1870, conflito que teve participação do Paraguai, Brasil, Argentina e
Uruguai.

22
Apesar de ser uma área de campos, o pampa também apresenta outras formações
geográficas como grutas e cavernas, encontradas em regiões como Caçapava do Sul e
Pedra do Segredo. Além disso, possui sítios arqueológicos como o de Mata, cidade do
Rio Grande do Sul, onde são encontradas árvores petrificadas. No que se refere à
vegetação, o pampa tem o predomínio da herbácea, que possui entre 10 e 50 cm de
altura, gramíneas, alguns arbustos e árvores (perto de cursos d’água); e plantas rasteiras.
O relevo aplanado possui entre 500 metros e 800 metros de altitude.

Ao ser observado ao longe, o pampa tem a aparência de um tapete verde por possuir
paisagem plana e homogênea. Em comparação a savanas e florestas, o pampa é
considerado fundamental na atenuação do efeito estufa, controle da erosão do solo e
preservação da biodiversidade.

Na parte do pampa que pertence o Brasil, são encontrados mais de 3 mil tipos de plantas
vasculares. Entre elas, destacam-se as gramíneas como o capim-mimoso, que compõe a
dieta de equinos, bovinos e grandes herbívoros silvestres. A pampa conta com mais de
350 espécies de aves como caturritas, anus-pretos e pica-paus, além de 90 tipos de
mamíferos como tatus, veados e guaraxains. Com temperatura amena e chuvas que não
variam muito durante o ano, o clima do pampa é considerado subtropical. Com solo
fértil, é uma área importante para a agropecuária.

Na região do pampa, encontram-se diversos animais ameaçados de extinção. Entre eles


estão: tamanduá, caxinguelê, preguiça-de-coleira, espécies de saguis, mico-leão-
dourado, guariba, macaco-prego, jaguatirica, onça pintada, entre outros. As aves em
risco de extinção são: gaturamos, saíras, tucanos, beija-flores, sanhaço, araponga, tié-
sangue, jacutinga, macuco e o jacu.

Mata de Araucárias
Por Monik da Silveira Suçuarana
Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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A Mata de Araucárias é uma formação vegetal que, como o próprio nome diz, é
caracterizada pela presença da Araucaria angustifolia (pinheiro-do-
paraná ou araucária). É um ecossistema da Mata Atlântica e ocorre no sul do Brasil,
estendendo-se pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e em
manchas esparsas em São Paulo e Minas Gerais.

23
Mata de Araucárias. Foto: Xico Putini / Shutterstock.com

Essa formação é também chamada de Floresta Ombrófila Mista, que se caracteriza pela
mistura entre árvores angiospermas (produzem frutos) e gimnospermas, que é o caso da
araucária (não produzem frutos, suas sementes são nuas). O clima dessa região é
caracterizado pela ocorrência de chuvas o ano inteiro, oscilando entre períodos mais e
menos chuvosos. O inverno normalmente é frio, com geadasfrequentes e até neve. O
verão é razoavelmente quente.

A araucária é uma árvore de tronco cilíndrico e reto, com altura entre 25 e 35 metros,
podendo chegar a 50 metros. É heliófila (precisa de muita luz solar), mas é beneficiada
pelo sombreamento na fase de germinação e crescimento até dois anos. Produz
sementes comestíveis (pinhão). É exigente quanto às condições do solo, ocorrendo em
solos muito férteis, profundos e bem drenados.

A Araucaria angustifolia destaca-se na porção mais alta da Mata de Araucárias,


formando uma cobertura muito característica e muitas vezes dando a impressão de que
essa mata é formada por apenas um estrato. No entanto, abaixo do dossel, encontram-se
outros estratos: o arbóreo inferior, que é rico em diversidade de plantas, variando de
acordo com as condições locais, e o arbustivo-herbáceo, composto por um vasto
conjunto de plantas de pequeno porte.

A flora da Mata de Araucárias é bastante diversificada, algumas das plantas encontradas


são: xaxim (Dicksonia sellowiana), pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii), araçá
(Psidium cattleianum), cedro-rosa (Cedrella fissilis), araticum (Annona rugulosa),
imbuia (Ocotea porosa), erva-mate (Ilex paraguariensis), canela-guaicá (Ocotea
puberula), e canela-lageana (Ocotea pulchella).

24
Mata de Araucárias em Urubici - SC. Foto: Lucas Martins / InfoEscola.com

A fauna desse ambiente, principalmente as aves e os roedores, constituem um elemento


importante na dispersão das sementes. Entre os animais que habitam essa floresta
podemos destacar a gralha-azul (ave símbolo do Paraná), gato-mourisco,
cutia, jararaca, capivara, macaco-prego, jaguatirica, tamanduá, preguiça-de-coleira e
o mico-leão-dourado.

A exploração madeireira da araucária e de outras espécies, como a imbuia, e a expansão


de áreas agrícolas representam alguns dos fatores responsáveis pela expressiva redução
da área ocupada por esse tipo de vegetação, que originalmente era cerca
de 200.000 Km². Atualmente, estima-se que a porcentagem de mata preservada não
chega a 2% da original.

Restinga
Por Monik da Silveira Suçuarana

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)


Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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Em ecologia, o termo Restinga é utilizado para definir diferentes formações vegetais


que se estabelecem sobre solos arenosos na região da planície costeira.
Esses ecossistemas são determinados fisicamente pelas condições edáficas (solo
arenoso) e pela influência do mar e estão distribuídos ao longo do litoral brasileiro e por
várias partes do mundo.

25
Mata de restinga. Foto: Frank L Junior / Shutterstock.com
As restingas começaram a se formar há milhares de anos pelo recuo do nível do mar,
direcionando grande quantidade de areia das plataformas continentais em direção à
praia, com isso houve formação das planícies arenosas. Durante o Quaternário as
variações no nível do mar ocorreram no mínimo três vezes, expondo e cobrindo áreas
litorâneas que hoje formam as restingas.

A vegetação das restingas é influenciada por alguns fatores abióticos, entre os quais se
destacam a topografia do terreno, que pode apresentar faixas de elevações (cordões
arenosos) e faixas de depressões (entre-cordões) dependendo dos processos de
deposição e remoção de materiais nessas regiões; a influência marinha, que diminui à
medida que se avança para o interior e o solo, um importante condicionador e fator
limitante da distribuição de formações florísticas. Essas condições ambientais
determinam as diferentes fisionomias vegetais da restinga.

As principais fisionomias das áreas mais secas são:

 Vegetação herbácea ou subarbustiva – vegetação rasteira com alguns arbustos,


atingindo cerca de 1 metro de altura. Ocorre próximo ao mar, em praias, dunas,
lagunas, banhados e depressões. Essa vegetação é denominada halófila-psamófila
(adaptada às condições salinas e arenosas).
 Vegetação arbustiva – localiza-se sobre cordões arenosos, formada por plantas
arbustivas com até cinco metros de altura, que podem formar moitas separadas por
áreas sem vegetação ou um adensamento contínuo. Possui poucas epífitas (liquens,
samambaias, bromélias e orquídeas) e elevada quantidade de trepadeiras. É comum a
presença de gramíneas no estrato herbáceo.
 Floresta baixa de restinga – Ocupa áreas interiores da planície costeira. Vegetação
predominantemente arbustiva e arbórea com árvores que podem chegar a 15 metros
de altura. Grande quantidade de epífitas e poucas trepadeiras. O dossel é aberto e a
flora herbácea é rica.

26
 Floresta alta de restinga – ocorre mais distante do mar, dando sequência à floresta
baixa de restinga, em solos bem drenados e com maior quantidade de nutrientes. O
estrato é predominantemente arbóreo com dossel fechado e as árvores podem atingir
20 metros de altura.

Área de restinga em uma praia. Foto: Lucas Martins / InfoEscola


Nas áreas entre cordões, que são mais baixas e sujeitas a alagamentos, ocorre a Floresta
Alta Alagada de Restinga e a Floresta Paludosa, onde predominam espécies vegetais
mais adaptadas ás condições de alagamento como a Caixeta (Tabebuia cassinoides) e o
Guanandi (Calophyllum brasiliense).

A fauna é bastante rica. Muitas aves migratórias utilizam as restingas como locais de
alimentação e descanso. Destacam-se o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis),
a coruja buraqueira (Spyotito cunicularia) e o formigueiro-do-litoral (Formicivora
littoralis), ave endêmica de áreas restingas. Mamíferos como o mico-leão-caiçara
(Leontopithecus caissara), queixada (Tayassu pecari) e lontra (Lontra longicaudis)
também ocorrem. O maria-farinha é um caranguejo comum nas praias arenosas e cava
suas tocas acima da área de maré. As tartarugas marinhas utilizam as restingas como
locais de desova.

A restinga é um ambiente bastante prejudicado pela expansão urbana, que tem


transformado extensas matas de restinga em áreas urbanas horizontais. Várias espécies
da fauna e flora da restinga brasileira estão em extinção, por isso atualmente a
conservação dos remanescentes existentes é prioritária.

Manguezal
Por Monik da Silveira Suçuarana

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)


Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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O manguezal é um ecossistema costeiro que ocorre na transição entre a terra e o mar


em regiões tropicais e subtropicais do mundo, ocupando ambientes inundados
por marés, tais como: estuários, lagoas costeiras, baías e deltas. Esses ambientes são
caracterizados, não obrigatoriamente, pela mistura entre as águas doce e salgada. As
plantas que compõem o manguezal e dominam a paisagem desse ecossistema são
os mangues.

Manguezal. Foto: Milosz_M / Shutterstock.com


Existem três principais espécies de mangues: mangue vermelho (Rhizophora mangle),
mangue preto (Avicennia schaueriana) e mangue branco (Laguncularia racemosa).
Essa baixa diversidade se deve às condições desse ecossistema, pois poucas espécies
conseguem sobreviver em ambientes com pouco oxigênio, alta concentração de sal e
solo instável.

Os mangues apresentam adaptações que lhes permitem sobreviver num ambiente com
características estressantes como o manguezal. As raízes áreas são adaptações para o
solo pobre em oxigênio. Nos mangues pretos e brancos as raízes emergem de baixo do
sedimento em direção ao ar, e mesmo durante a maré cheia suas extremidades ficam
expostas ao ar possibilitando as trocas gasosas, essas raízes são chamadas
pneumatóforos. Já o mangue vermelho apresenta expansões no caule principal contendo
lenticelas, que são buracos por onde são feitas as trocas gasosas.

28
Para eliminar o excesso de sal as árvores do manguezal apresentam glândulas em suas
folhas, por isso são chamadas plantas halófitas. Para a germinação em ambiente
aquático os mangues apresentam uma importante característica: a viviparidade.
As sementes germinam ainda presas à planta mãe e são liberadas em um estágio de
desenvolvimento chamado propágulo. Os propágulos acumulam grande quantidade de
reservas nutritivas, o que permite sua sobrevivência até encontrarem local adequado
para sua fixação.

O mangue vermelho é a espécie que ocorre em todo gradiente de inundação de um


manguezal, para isso essa planta possui raiz escora, na qual diversos ramos emergem do
caule e se fixam no solo, dando maior sustentação e impedindo que a planta tombe. As
outras espécies de mangue ocorrem em áreas menos inundadas.

Manguezal. Foto: saiko3p / Shutterstock.com


O manguezal possui uma variedade de nichos ecológicos, por isso abriga uma fauna
diversificada representada
por anelídeos, moluscos, crustáceos, aracnídeos, insetos, anfíbios, répteis, avese mamífe
ros. Além disso, esse ecossistema funciona como o verdadeiro “berçário da natureza”,
pois apresenta condições ideais para reprodução e desenvolvimento de formas juvenis
de várias espécies, principalmente crustáceos e peixes. Dentre outras importantes
funções dessa vegetação, destaca-se a proteção da linha costeira contra ações erosivas e
o fato de ser fonte de renda e alimentos para as pessoas que vivem em seu entorno.

Como reconhecimento pela sua importância, os manguezais são considerados hoje


Áreas de Preservação Permanente, mesmo assim continuam sendo progressivamente
destruídos. A poluição é uma grande ameaça a esse ecossistema, que também sofre com
a expansão urbana e industrial. O uso sustentável desse ambiente é fundamental para
que ele exerça seu papel ecológico e econômico.

Domínios morfoclimáticos do Brasil

29
A classificação do território brasileiro em diferentes domínios
morfoclimáticos foi elaborada pelo geógrafo Aziz Ab’Sáber (1924-2012).
GEOGRAFIA

Por Rodolfo F. Alves Pena

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30
O Brasil é um país de dimensões continentais, com cerca de 8,5 milhões de
km² de área e uma grande variação latitudinal (norte-sul), o que lhe confere
uma rica diversidade climática e, por extensão, biológica.

Não por acaso, o território brasileiro é reconhecidamente um dos locais com


as mais amplas biodiversidades do planeta. Assim, para melhor
compreendermos e estudarmos a dinâmica dessas paisagens, utiliza-se o
conceito de domínios morfoclimáticos.

A classificação do território brasileiro em diferentes domínios


morfoclimáticos foi elaborada pelo geógrafo Aziz Ab’Sáber (1924-2012), que
quantifica o espaço nacional em seis grandes ambientes naturais, a saber:
o amazônico, o do cerrado, o dos mares de morro, o da caatinga, o
das araucárias e o das pradarias. Além dessas composições, existem também
as áreas de transição, marcadas pela pluralidade morfológica a partir da
intersecção entre dois ou mais domínios.

31
Mapa dos domínios morfoclimáticos

Índice [esconder]
 DOMÍNIO AMAZÔNICO – TERRAS BAIXAS FLORESTADAS
EQUATORIAIS
 DOMÍNIO DO CERRADO – CHAPADÕES TROPICAIS INTERIORES COM
CERRADOS E FLORESTAS-GALERIAS
 MARES DE MORRO – ÁREAS MAMELONARES TROPICAIS ATL NTICAS
 CAATINGA – DEPRESSÕES INTERMONTANAS E INTERPLANÁLTICAS
SEMIÁRIDAS
 ARAUCÁRIAS – PLANALTOS SUBTROPICAIS COM ARAUCÁRIAS
 PRADARIAS – COXILHAS SUBTROPICAIS COM PRADARIAS MISTAS

32
DOMÍNIO AMAZÔNICO – TERRAS BAIXAS
FLORESTADAS EQUATORIAIS
É o maior dentre os domínios morfoclimáticos brasileiros, com uma área
estimada em aproximadamente 5 milhões de km². Abrange toda a região norte
do país, além do norte do Mato Grosso e oeste do Maranhão, destacando-se
pelo grande volume de suas florestas, pela sua complexa rede hidrográfica e
pela grande variabilidade de seus ecossistemas. Todavia, é o domínio sobre o
qual mais se expandem as atividades humanas nos últimos anos, o que lhe
representa uma grave ameaça.

Embora possua uma ampla área, o domínio amazônico não se estende muito
no sentido latitudinal, estando quase todo posicionado em uma região próxima
à Linha do Equador. Com isso, a insolação é forte o ano todo e as massas de
ar atuantes são quentes e úmidas. Dessa forma, a presença de umidade – algo
que se relaciona, também, à evapotranspiração da floresta amazônica – faz
com que a variação de temperaturas (amplitude térmica) seja muito baixa,
com médias térmicas anuais de aproximadamente 25ºC. Já os solos, em geral,
apresentam uma baixa fertilidade, o que dificulta a ocupação da floresta para a
agricultura, sendo a pecuária extensiva a atividade econômica mais comum no
espaço desse domínio.

A floresta equatorial amazônica é comumente classificada conforme a


proximidade da vegetação dos cursos águas. É, assim, dividida em: mata de
igapó, próximas a rios e adaptadas e solos alagados; mata de várzea, que
recebe esse nome por desenvolver-se na várzea dos rios, onde acontecem
eventuais cheias; mata de terra firme, posicionadas em áreas mais altas e
distanciadas dos cursos d’água. Esse último tipo abrange as árvores mais altas
e com raízes mais profundas do que as demais.

33
DOMÍNIO DO CERRADO – CHAPADÕES
TROPICAIS INTERIORES COM CERRADOS E
FLORESTAS-GALERIAS
A nomenclatura acima indica a composição desse domínio, que abrange
o bioma Cerrado, classificado como um tipo específico dentre as formações
savânicas. Ocupa uma área de 2 milhões de km² e é um dos ambientes mais
ameaçados pelo avanço das atividades econômicas em seu espaço natural.
O relevo é predominantemente composto por planaltos, onde existe uma
grande quantidade de chapadas, como a dos Veadeiros (GO), a Diamantina
(BA) e a dos Guimarães (MT).

Esse domínio morfoclimático apresenta dois climas muito bem definidos ao


longo do ano, um muito seco e frio (mas com grande amplitude térmica ao
longo do dia) e outro úmido e quente. Em termos hidrográficos a região se
destaca por abrigar nascentes e cursos d’água que abastecem alguns dos

34
principais rios da América do Sul, envolvendo a bacia Tocantins-Araguaia e
partes da Bacia do São Francisco e do Paraná.

Embora os solos do cerrado sejam de composição ácida, com destaque para os


latossolos (que são ricos em ferro e alumínio), a região vem sendo, desde a
década de 1970, bastante ocupada pela agricultura, sobretudo após o
desenvolvimento da calagem, técnica que corrige a acidez através da adição
de calcário ao solo. Atualmente, restam apenas 20%, aproximadamente, da
área original ocupada pela vegetação nativa do cerrado.

MARES DE MORRO – ÁREAS MAMELONARES


TROPICAIS ATL NTICAS
O domínio dos mares de morro – também conhecido como Mata Atlântica –
se localiza em uma vasta extensão latitudinal ao longo do espaço litorâneo
brasileiro, totalizando cerca de 650 mil km², que vão desde o Rio Grande do
Norte até o Rio Grande do Sul. A floresta da Mata Atlântica é o mais
devastado dentre os biomas do país, tendo sido ocupado desde os tempos
coloniais.

Assim como ocorre no domínio amazônico, os mares de morro apresentam


uma baixa amplitude térmica em razão da grande presença de umidade,

35
principalmente em sua região mais ao sul, com presença dos climas tropical
úmido, tropical de altitude e subtropical úmido. Tal configuração climática e
os constantes regimes de chuva, propiciaram a formação de solos profundos
em razão da ação do intemperismo químico, muitos deles bastante produtivos,
o que facilitou a ocupação territorial e o consequente desmatamento.

A origem do nome “mares de morro” se deve à suas feições geomorfológicas,


com formas de relevo em aparência convexa, no estilo chamado de
“mamelonar”, como se fossem pequenos morros no formato de meias laranjas.
As formas de relevo predominantes são os planaltos, além de algumas
depressões litorâneas.

CAATINGA – DEPRESSÕES INTERMONTANAS


E INTERPLANÁLTICAS SEMIÁRIDAS
Esse domínio envolve a região ocupada pelo bioma Caatinga, que é a única
composição vegetal exclusivamente brasileira, ocupando uma área de 850 mil
km². É uma região denominada por “Polígono das Secas” em razão do clima
rigoroso semiárido. Nesse ambiente, as temperaturas apresentam médias que
alcançam os 29ºC anuais, com um regime de chuvas baixo, irregular e mal
distribuído ao longo do ano.

36
Em razão do grande rigor climático, a vegetação predominante é do tipo
xerófila, aquelas que se adaptam ao clima seco através da retenção de água,
com raízes largas, talos grossos e folhas que, muitas vezes, se resumem a
espinhos. Em períodos chuvosos, essa vegetação ganha uma aparência mais
volumosa e transforma a paisagem do sertão.

O relevo da região é marcado pela grande presença de depressões relativas,


cercadas por áreas de planaltos, o que ajuda a explica a aridez em razão da
barragem da umidade do arpelas formas de relevo. Nesses ambientes, o
intemperismo físico se sobrepõe ao químico, o que faz com que eles sejam
bastante rasos e pedregosos. A agricultura é mais comum nos chamados
brejos, que se concentram nas encostas de serras e chapadas, onde as chuvas
são um pouco mais comuns.

37
ARAUCÁRIAS – PLANALTOS SUBTROPICAIS
COM ARAUCÁRIAS
Esse domínio, como a nomenclatura já aponta, abrange o espaço ocupado
pelas Matas de Araucárias, ocupando boa parte da região Sul em uma área de
400 mil km² de extensão. O clima local é do tipo subtropical úmido, o que é
diretamente causado pela posição geográfica ao sul do Trópico de
Capricórnio, com médias pluviométricas anuais que vão dos 1400mm aos
2000mm.

As altitudes da região variam entre 800 e 1300 em uma área de planaltos, com
a presença de solos profundos e muito férteis, dos quais se destaca a “terra
roxa” originada a partir da meteorização de rochas basálticas produzidas em
processos vulcânicos hoje extintos. Essa mesma área abrange a maior parte da
Bacia do Paraná e também a Bacia do Uruguai.

38
PRADARIAS – COXILHAS SUBTROPICAIS
COM PRADARIAS MISTAS
O domínio morfoclimáticos das Pradarias – conhecido como pampa gaúcho –
situa-se no extremo sul do Brasil como um prolongamento dos campos e
pradarias situados na Argentina e no Uruguai. A vegetação desses ambientes é
predominantemente composta por herbáceas, que são plantas com caules não
lenhosos ou flexíveis, nunca maiores do que dois metros.

Os solos são geologicamente jovens e bastante ocupados pela agricultura. Em


algumas áreas, a composição arenosa faz com que a remoção da vegetação e o
uso intensivo da superfície acarrete em um processo chamado de arenização,
com a consequente formação dos areais, totalmente improdutivos. O clima
predominante é o subtropical, com médias térmicas de, aproximadamente,
16ºC, com eventuais períodos de estiagem prolongada.

39
Domínios Morfoclimáticos – Aula de
Geografia Enem
Entenda como identificar as variações do Clima através das características dos
Domínios Morfoclimáticos em mais uma aula de Geografia Enem
Domínios Morfoclimáticos

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O Brasil é um país tropical de grande extensão territorial. Sua geografia é


marcada por grande diversidade. A interação e a interdependência entre os
diversos elementos de sua paisagem (relevo, clima, vegetação, hidrografia, solo,
fauna, etc.) explicam a existência dos chamados domínios geoecológicos.

Dos elementos naturais, os que mais influenciam na formação de uma paisagem


natural são o clima e o relevo. Ambos interferem e condicionam os demais
elementos, embora sejam também por eles influenciados. A cobertura vegetal
que mais marca o aspecto visual de cada paisagem, é o elemento natural mais
frágil e dependente dos demais.

Os domínios geoecológicos podem ser compreendidos como a combinação ou


síntese dos diversos elementos da natureza, em uma determinada porção do
território. Assim sendo, reconhecemos, no Brasil, a existência de seis grandes
paisagens naturais:

 Domínio Amazônico
 Domínio das Caatingas
 Domínio dos Cerrados
 Domínio dos Mares de Morros
 Domínio das Araucárias
 Domínio das Pradarias

Entre os seis grandes domínios acima relacionados, encontram-se inúmeras


faixas de transição. Nelas, são identificados elementos típicos de dois ou mais
deles. O Pantanal e o Agreste são exemplos dessas faixas de transição.

Veja as Notas de Corte do Sisu, Prouni e Fies

40
Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil

Domínio amazônico

O domínio amazônico é formado por terras baixas: depressões, planícies aluviais


e planaltos, cobertos pela extensa floresta latifoliada equatorial Amazônica. É
banhado pela Bacia Amazônica, que se destaca pelo grande potencial
hidrelétrico.

Dica 1 – Revise sobre a Vegetação brasileira e tire todas suas dúvidas sobre as formações
herbáceas e arbustivas nesta aula de Geografia Enem –
https://blogdoenem.com.br/formacoes-herbaceas-e-arbustivas-brasil-geografia-enem/
A degradação ambiental, representada pelas queimadas e pelos
desmatamentos, é um grava problema desse domínio. O governo brasileiro, por
meio do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil,
pretende adotar atividades como o ecoturismo e a biotecnologia, para
promover o desenvolvimento da Amazônia, preservando-a

Domínio do cerrado

41
O domínio do cerrado corresponde à área do Brasil Central e tem essa
denominação devido à ocorrência de vegetação do mesmo nome. Apresenta
extensos chapadões e chapadas, e o clima é tropical semiúmido.

A vegetação do cerrado é formada por arbustos com troncos e galhos


retorcidos, recobertos por casca grossa. Os solos são pobres e ácidos, mas
colocando-se calcário no solo (método da calagem), estão sendo aproveitados
pelo setor agrícola. Já é considerada a nova fronteira da agricultura, pois
representa a expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e outros produtos.

Nesse domínio estão as áreas dispersoras da Bacia do Paraná, do Paraguai, do


Tocantins e do Madeira, entre outros rios destacáveis.

Domínio dos mares de morros

O domínio dos mares de morros acompanha a faixa litorânea do Brasil desde o


Nordeste até o Sul do país. Caracteriza-se pelo relevo com topografia em “meia
laranja” (mamelonares ou mares de morros), formados por intensa ação erosiva
na estrutura cristalina das Serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço.

Nele, predomina o clima tropical quente e úmido, caracterizado pela floresta


latifoliada tropical. Na encosta da Serra do Mar, essa floresta é conhecida como
Mata Atlântica.

Em consequência da forte ocupação humana, essa paisagem sofreu grande


degradação. Além do desmatamento, esse domínio sofre intenso processo
erosivo (relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos frequentes e
formação de voçorocas.

Domínio da caatinga

O domínio da caatinga corresponde à região da depressão sertaneja nordestina,


com clima quente e semiárido. A caatinga, formada por cactáceas, bromeliáceas
e árvores, é a vegetação típica.

O extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a piaçava, destaca-se


nesse domínio.

É atravessado pela bacia do São Francisco e tem destaque pelo aproveitamento


hidrelétrico. Os projetos de irrigação no seu vale propiciam a produção de
frutas (melão, manga, goiaba, uva, por exemplo).

A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva de corte, porém com


baixo aproveitamento.

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No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais,
resultantes do processo de pediplanação em clima semiárido.

Domínio da araucária

O domínio da araucária ocupa o planalto da Bacia do Rio Paraná, onde o clima


subtropical está associado às médias altitudes, entre 800 e 1300 metros. Nesse
domínio aparecem áreas com manchas de terra roxa, como no Paraná. É
homogênea, aciculifoliada e tem grande aproveitamento de madeira e erva-
mate.

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A floresta de araucária também é conhecida como Mata dos Pinhais.

Nesse domínio, a devastação a floresta é causada pela intensa ocupação agrária,


especialmente a agricultura de café e soja.

Domínio das pradarias

O domínio das pradarias é representado pelo Pampa, ou Campanha Gaúcha,


onde o relevo é baixo, com suaves ondulações (coxilhas) e coberto pela
vegetação herbácea das pradarias (campos).

A ocupação econômica desse domínio tem-se efetuado pela pecuária extensiva


de corte, com gado tipo europeu, obtendo altos rendimentos. Destaca-se,
também, a rizicultura irrigada.

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