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INSTITUTO DE FÍSICA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 1

Eletrólise
Determinação da Carga Fundamental
Ana Luisa Foguel da Silva
Guilherme Costa
LAB 1 - Instituto de Fı́sica
anafoguel@hotmail.com guilherme costa.m@poli.ufrj.br

Resumo: O presente experimento teve como principal objetivo a medição da carga do elétron e a partir do processo de
eletrólise. Neste processo, uma solução de sulfato de cobre é diluı́da de forma a se obter ı́ons livres e uma corrente elétrica é
gerada ao se inserir eletrodos de cobre ligados a uma fonte DC na solução. As reações quı́micas entre esses ı́ons e o eletrodo
negativo e positivo produz deposição e corrosão de cobre, respectivamente. Medindo a corrente gerada i, durante um certo
intervalo de tempo ∆t, e as massas dos eletrodos antes e depois da eletrólise, é possı́vel determinar a carga elementar e, e a
constante de Faraday F, com auxı́lio da Lei de Faraday. O valor encontrado para a carga do elétron foi de
e = 1, 57(3) · 1019 C, enquanto que o da constante de Faraday foi de F = 94(3) · 103 C.mol−1 . Os dois valores concordaram
com os valores da literatura, o que comprova que o método utilizado fez-se eficiente.

I. I NTRODUÇ ÃO bário, cálcio e magnésio foram descobertos no século 19.

As primeiras investigações dos efeitos elétricos da matéria


datam de muitos séculos atrás, quando o matemático grego
Thales de Mileto observou que o âmbar quando esfregado com
pêlo passava a atrair objetos pequenos e leves. Esse fenômeno
foi batizado de ”efeito âmbar” e inspirou, no século 19, a
criação do termo ”Eletrólise”, junção das palavras gregras
âmbar (”elektron”) e dissolução (”lýsis”), cunhado pelo fı́sico
e quı́mico inglês Michael Faraday.
Como o nome já sugere, a eletrólise é o processo de
passagem de corrente elétrica através de uma substância iônica
dissolvida em um solvente. Para obter essa solução condutora,
também chamada de eletrólito, é necessário a criação de ı́ons
livres, pela dissociação das moléculas de uma substância (que Fig. 1: Passagem de corrente pelo eletrólito.
pode ser um sal, um ácido ou base) ao reagir com um solvente
especı́fico. Os ı́ons formados são tanto positivos (cátions) No presente experimento, para a realização do processo da
como negativos (ânions). eletrólise, foi utilizado como eletrólito uma solução de sulfato
Após isso, um potencial elétrico é aplicado no eletrólito de cobre (CuSO4 ) diluı́do em ácido sulfúrico (H2 SO4 ) e
através de um par de eletrodos, ligados a uma fonte de água. A dissolução do sulfato de cobre no solvente forma os
voltagem (bateria), imersos na solução. O campo gerado seguintes ı́ons, que se mantém em equilı́brio dinâmico:
é responsável pela movimentação dos ı́ons: os cátions se
movem no sentido do campo, em direção ao eletrodo negativo CuSO4 ⇔ Cu++ + SO4− (1)
(catodo), e os ânions se movem em sentido contrário, na
direção do eletrodo positivo (anodo). O deslocamento desses Os eletrodos de cobre, ligados a uma fonte DC, foram então
ı́ons resulta na criação de uma corrente elétrica na solução inseridos no eletrólito. Como já explicitado acima, os ı́ons
(Figura 1). positivos Cu++ são atraı́dos para o catodo, onde recebem dois
Quando os ı́ons alcançam os eletrodos ocorre uma reação elétrons, tornando-se átomos de cobre neutros e depositando-
quı́mica chamada reação redox ou oxidorredução: o catodo se nas placas do eletrodo. Essa reação pode ser esquematizada
”reduz” ı́ons positivos ao adicionar elétrons a eles, criando como:
átomos neutros, e o anodo oxida os ı́ons negativos gerando
mais elétrons livres. Essas duas reações geram novos com- Cu++ + 2 e ⇒ Cu0 (2)
ponentes quı́micos e completam o circuito com a bateria,
mantendo a circulação de corrente no eletrólito. Foi através Já no anodo, temos uma reação de oxidação em que os
desse procedimento que elementos como potássio, sódio, átomos de cobre do eletrodo se dissociam em ı́ons positivos
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Cu++ que por sua vez reagem com os ı́ons negativos SO4− , e a constante de Avogadro N0 é aproximadamente de
formando sulfato de cobre:
N0 ≈ 6, 02 · 1023
Cu0 ⇒ Cu++ + 2 e (3) podemos medir no laborátorio a corrente i, a diferença de
massa ∆M e o intervalo de tempo ∆t e assim determinar,
a partir da eq. 10, a carga fundamental e e a constante de
SO4− + Cu++ ⇒ CuSO4 (4) Faraday F.
Após isso o próprio sulfato de cobre volta a se dissociar e
o ciclo se reinicia. II. P ROCEDIMENTO E XPERIMENTAL
Para a determinação da carga elementar e, utilizaremos Para a realização da eletrólise foi utilizado um coulômetro,
as Leis de Faraday, desenvolvidas pelo mesmo em 1933 e com capacidade para 3 eletrodos de cobre, aonde foi deposi-
sintetizadas na seguinte equação: tado a solução, denominada solução de Ottel e composta de
sulfato de cobre, ácido sulfúrico, água e álcool. O álcool é
∆M = k.c.Q (5) adicionado apenas para ajudar a quebrar a tensão superficial
da água. Os eletrodos são então ligados em série a um
em que ∆M representa a massa total depositada no catodo, amperı́metro, a uma década de resistência e por último à fonte
k é uma constante de proporcionalidade, c é o equivalente DC (ver Figura 2).
quı́mico do ı́on e Q é a carga total que passa na solução.
O equivalente quı́mico é a massa, em gramas, de uma dada
substância que pode reagir com um mol de elétrons, ou seja,
é o átomo-grama (massa de 1 mol da substância) dividida por
sua valência.
Podemos reescrever a equação (5) utilizando a constante de
Faraday F, que representa a magnitude de carga elétrica e por
mol de elétrons N0 ou a quantidade de carga necessária para
depositar um equivalente quı́mico de uma substância

F = e.N0 (6)

Isso significa que um Faraday deposita um átomo-grama de


uma substância monovalente, 2 Faradays depositam 2 átomos-
grama de uma divalente, e assim por diante. Logo a constante
de proporcionalidade k tem valor 1/F e assim reformulamos a
eq. (5) como:

A.Q
∆M = (7)
F.v
Fig. 2: Montagem experimental do coulômetro com 3 eletrodos.
onde A é o átomo-grama do ı́on em questão e v a sua
valência. Antes de começar o processo da eletrólise é necessário a
Além disso, sabendo que, da própria definição de corrente realização de uma limpeza nas lâminas dos eletrodos de cobre
elétrica, a carga total Q que passa pelo circuito é igual à e na tampa do coulômetro. Com auxı́lio de sabão e bombril, as
corrente i vezes o intervalo de tempo ∆t placas foram gentilmente limpadas até que eventuais resı́duos
fossem retirados. Logo após, as placas foram mergulhadas por
Q = i.∆t (8) poucos minutos em álcool isopropı́lico e deixadas penduradas
para secar.
podemos substituir essa expressão na eq. (7), obtendo: É importante ressaltar que o manuseio das placas de cobre
deve sempre ser feito delicadamente com uma pinça, evitando
A.i.∆t o contato direto com as mãos.
∆M = (9)
F.v Após as placas estarem devidamente secas, elas são pesadas
A partir desta última equação e utilizando a eq. (6), podemos em uma balança analı́tica (precisão de 0,001 g) e encaixadas,
isolar a carga elétrica e, ficando com: em ordem memorável, na tampa do coulômetro. A placa
do meio é ligada no terminal negativo da fonte DC e as
F A.i.∆t placas laterais são ligadas no terminal positivo. Em série ao
e= = (10)
N0 v.N0 .∆M circuito são ligados um multı́metro, que medirá a corrente,
Sabendo que a valência v do Cu é igual a 2 (v = 2), o valor e uma década de resistência, que ajudará a alcançar o valor
do átomo-grama do Cu é de corrente adequada. A voltagem deve estar em um valor
próximo de 3 V e a corrente próxima de 50 mA e os dois
A = 63, 54 g valores devem ser anotados.
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Note que a corrente não deve ser muito alta pois isso
resultaria numa deposição instável de cobre, prejudicando e = 1, 57(3) · 1019 C (13)
a acurácia do experimento. Além disso, a corrente deve se
manter estável durante o processo de eletrólise.
F = 94(3) · 103 C.mol−1 (14)
Após esperado um intervalo de tempo de aproximadamente
20 minutos, que deve ser cronometrado, a fonte é desligada.
Com a pinça, as placas de cobre são retiradas, uma por uma, IV. C ONCLUS ÕES
da tampa, lavadas em uma fina camada de água, e depois de Comparando o valor obtido em (13) para a carga elementar
álcool, e deixadas para secar. Após secas elas são mais uma com o valor mais aceito pela literatura el :
vez pesadas na balança.
Essa primeira deposição de cobre serve para facilitar a el = 1, 60217662.10−19 C (15)
deposição de outras camadas e assim melhorar a acurácia da
podemos ver que eles possuem a mesma ordem de grandeza
medida.
e uma discrepância relativa de 6%, indicando que a nossa
As placas são então encaixadas de novo no coulômetro, nas
medida para e é confiável e concorda com o valor esperado.
mesmas posições de antes, e o circuito é refeito. Dessa vez
Já para o valor encontrado para a constante de Faraday F
a corrente deve ser mantida por aproximadamente uma hora
em (14), cujo valor da literatura Fl é de:
e meia (o tempo deve ser cronometrado). Após passado esse
tempo, o mesmo procedimento de lavagem e secagem anterior
Fl = 96485, 33289(59) Cmol−1 (16)
é repetido e as massas das placas medidas.
Com os dados coletados de massas inicial e final, corrente obtemos uma discrepância relativa de apenas 3%, um ex-
e intervalo de tempo é possı́vel então determinar a carga do celente resultado. Além disso a faixa de erro da medida
elétron e. A placa do meio, que corresponde ao catodo, deverá encontrada engloba o valor da literatura.
ter tido uma deposição de cobre e as duas placas externas, que Apesar dos valores encontrados terem concordado com os
correspondem aos anodos, uma corrosão. valores aceitos na comunidade cientı́fica, algumas sugestões
para melhorar a confiabilidade do experimento são a tomada
III. R ESULTADOS de medidas considerando intervalos de tempo maiores e com
maior controle sobre as flutuações da corrente no sistema.
Os valores medidos para as massas nos diferentes instantes
Além disso, a utilização de placas de cobre mais polidas
de tempo se encontram na Tabela 1. A corrente medida
melhorariam a deposição de massa nos eletrodos.
pelo multı́metro durante o primeiro intervalo de tempo (19
minutos) foi de 53, 8(5) mA e a do segundo intervalo de tempo
(100 minutos) foi de 59, 3(7) mA. O erro dessas medidas foi R EFERENCES
determinado tomando uma média das flutuações nos valores [1] Roteiro do experimento de Eletrólise, disponı́vel em
http://www.if.ufrj.br/∼maximo/Lab1-Roteiros/Eletrolise.pdf
dessas correntes. [2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eletrlise
[3] https://www.todamateria.com.br/constante-de-faraday/
t (minutos) m1 (g) m2 (g) m3 (g) [4] R. Eisberg, R. Resnick, Quantum Physics of Atoms, Molecules, Solids,
Nuclei, and Particles [1974]
0 22,443(2) 24,051(2) 22,546(1)
19 22,430(2) 24,072(2) 22,531(2)
119 22,382(1) 24,191(2) 22,490(2)
Tabela 1: Massas medidas nos diferentes intervalos de tempo. A
massa m2 corresponde à massa do catodo e as massas m1 e m3
aos anodos.

Analisando os valores apresentados na Tabela 1 já é possı́vel


verificar que, de fato, houve deposição de massa no catodo e
corrosão nos anodos.
Com os dados das massas, intervalos de tempo e corrente
podemos utilizar a equação (10) para calcular o valor da carga
elementar e e da constante de Faraday F. Para o primeiro
intervalo de tempo de 19 minutos os valores obtidos foram
(usando a diferença de massa do catodo):

e = 1, 45(3) · 1019 C (11)

F = 92(3) · 103 C.mol−1 (12)


Para o segundo intervalo de tempo, os valores obtidos para
a diferença de massa do catodo foram de:

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