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Mestre e Doutora em Direito. Pós-Doutora em Direito Penal e Criminologia. Professora
nos Cursos de Graduação, Mestrado e Doutorado em Direito da Universidade Federal de
Santa Catarina.
Curso de Especialização em Direito e Sociedade, ali oferecido em nível de
extensão, em convênio com a Associação do Ministério Público do Estado do
Maranhão. Para aqueles que, como nós, acreditamos na função social da Pós-
Graduação em nível de extensão, temos aqui um recompensador retorno do seu
significado para a Universidade e a Comunidade. Neste curso, o Professor Cláudio
destacou-se, desde o início, pelo misto de discrição e inquietude, e, sobretudo,
pela sólida convicção na importância da formação e conhecimento críticos como
fonte de uma prática jurídica não reduzida à técnica de ofício, de juristas não
enclausurados no tecnicismo de camarote. E destacou-se, conseqüentemente, pelo
sólido compromisso com o estudar, o dizer e o fazer, compromisso e inquietude
que certamente o trouxeram a Santa Catarina, para Cursar o Doutorado.
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. Esta narrativa aparece nos tópicos relativos à “atualização teórico-crítica” sobre as funções retributiva,
preventiva especial negativa e preventiva especial positiva da pena.
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Esta narrativa aparece sintetizada nos itens sobre funções ocultas da pena no capitalismo incipiente, na
consolidação do sistema capitalista, no welfare state e no capitalismo neoliberal.
Nesta esteira, o objetivo geral perseguido, que é formulado como
hipótese central da investigação, é demonstrar que a pena privativa de liberdade,
longe de alcançar as funções oficialmente declaradas pelo discurso jurídico oficial,
em busca da legitimação de sua existência, a saber, justa retribuição, intimidação,
reafirmação do valor da norma, ressocialização ou a neutralização de criminosos:
pelo contrário, ao longo de toda sua história, sempre desempenhou um papel
voltado para implantação, desenvolvimento e manutenção do sistema econômico
que a inventou, o capitalismo, sendo um exercício de poder destinado à
manutenção do próprio poder, e das desigualdades sociais que ele constitui.
Esta é a razão pela qual deixa indicada sua postura minimalista a curto
prazo, e abolicionista a longo prazo, senão vejamos, nas conclusões a que chega:
INTRODUÇÃO................................................................................................11
CONCLUSÃO................................................................................................347
REFERÊNCIAS.............................................................................................359
1. INTRODUÇÃO
se tenha logrado dar uma resposta satisfatória, a saber: qual é a essência das
punições ou, de forma mais direta, para que e por que se pune?
justificação, legitimação, entre outros termos, por vezes são adotados de forma
unívoca, por vezes de forma equívoca, acabando por dificultar a delimitação das
próprias bases para discussão do assunto. Assim sendo, dentro de tal contexto,
social.
punições em razão dos benefícios que tal prática traz para a comunidade como um
Há, pois, para a doutrina oficial – saber oficialmente adotado pelos que
quando de sua aplicação prática na interpretação das leis penais –, uma intrínseca
relação entre meios legítimos e fins justificantes, posto que o cumprimento das
correta da sanção penal – é que garante, em última instância, o alcance dos fins
devem ser alcançados através dos legítimos meios representados pelas funções
atribuídas às penas, assim como pelo modo como as mesmas são aplicadas –
tema, esta tese tem por objeto as funções declaradas e ocultas da pena privativa
suas origens, em meados do século XVI, percorre-se todo o trajeto histórico desse
da sociedade capitalista.
Necessário que se ressalte que o ponto culminante desta pesquisa é a
políticas públicas praticadas mundo afora – mais Estado penal, menos Estado
elencada como principal marco temporal referencial da tese que agora se inicia,
privativa de liberdade.
do capitalismo.
sistemas ideológicos de poder em voga, assim como, através das funções ocultas –
posto que apesar de reais e efetivas, não admitidas até fins do século XX –,
capitalista.