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O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras
religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares
em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o
Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba [3][4] africano, Xambá
e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem iorubá, os quais foram
desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no
Brasil.
Índice
[esconder]
1 Nações
2 Crenças
3 Sincretismo
4 Templos
5 Hierarquia
6 Sacerdócio
7 Livros
8 Temas polêmicos
9 Ver também
10 Referências
11 Ligações externas
[editar] Nações
Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os
yoruba, os ewe, os fon, e os bantu. Como a religião se tornou semi-independente em
regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes, evoluíram diversas "divisões"
ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades
veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.
A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações,
de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:
Nagô ou Iorubá
o Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua Yoruba (Iorubá
ou Nagô em Português)
o Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
o Ijexá principalmente na Bahia
o Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio
de Janeiro e São Paulo
o Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhão
o Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).
Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São
Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de Bantu, Quicongo e Quimbundo
línguas.
o Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios)
Jeje A palavra Jeje vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro.
Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o
candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomey e pelos
povos mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as
pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e
Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na
verdade, vem de "Savé" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das
origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de
Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons).
O Abomei ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas
tribos eram de povos Jeje[5],(Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e
língua fon (Jeje)
o Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão
[editar] Crenças
Adeptos do Candomblé
(foto: Elza Fiúza/ABr)
Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendem que cultuem vários
deuses, o deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Zambi e para a
Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do
sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o
mesmo Deus da Igreja Católica.
[editar] Sincretismo
No tempo das senzalas os negros para poderem cultuar seus Orixás, Inkices e Voduns
usaram como camuflagem um altar com imagens de santos católicos e por baixo os
assentamentos escondidos, segundo alguns pesquisadores este sincretismo já havia
começado na África, induzida pelos próprios missionários para facilitar a conversão.
[editar] Templos
Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é de
propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade
Civil ou Beneficente.
o Casas de linhagem matriarcal: (só mulheres) assumem a liderança da
casa como Iyalorixá.
Ilé Axé Iyá Nassô Oká - Casa Branca-Engenho Velho -
considerada a primeira casa a ser aberta em Salvador, Bahia
Ilé Iyá Omi Axé Iyámase do Gantois - Terreiro do Gantois -
Salvador, Bahia
Ilé Axé Opó Afonjá - Opó Afonjá - Salvador, Bahia e Coelho da
Rocha, Rio de Janeiro
Kwe Kpodaba-Asé Podaba - fundado em 1851 - Rio de Janeiro
Ilé Omo Oyá Legi - Mesquita, Rio de Janeiro
Zoogodô Bogum Malê Rondó - Terreiro do Bogum - Salvador,
Bahia
Querebentan de Zomadônu - Casa das Minas - fundada +/-
1796 - São Luiz, Maranhão
Ile Axé Íyà Atara Magbá - Santa Cruz da Serra - RJ. Fundada e
dirigida até hoje por Omindarewa de Yemanja
o Casas de linhagem patriarcal: (só homens) assumem a liderança da casa
como Babalorixá no Culto aos Orixá ou Babaojé no Culto aos Egungun.
Ilê Agboulá - Ilha de Itaparica
Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá - Ilê Axipá - Salvador,
Bahia
o Casas de linhagem mista: tanto homens como mulheres podem assumir a
liderança da casa.
Ilé Maroialaji - Terreiro do Alaketu - Salvador, Bahia
Ilé Axé Oxumarê - Casa de Oxumare - Salvador, Bahia
Ilé Axé Odó Ogè - Terreiro Pilão de Prata - Salvador, Bahia
Obá Ogunté - Terreiro Obá Ogunté - Recife, Pernambuco
Kwé Ceja Houndé - Roça do Ventura - Cachoeira e São Felix,
Bahia
Ilê Axé Iyá Ogunté - Casa de Iemanjá[7] - Maceió, Alagoas
[editar] Hierarquia
No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são
separados por tipo de iniciação do sacerdócio.
[editar] Sacerdócio
Nas Religiões Afro-brasileiras o sacerdócio é dividido em:
[editar] Livros
Dieux D'Afrique, Pierre Fatumbi Verger - Paul Hartmann, Paris (1st edition,
1954; 2nd edition, 1995). 400pp, 160 fotos em preto e branco, ISBN 2-909571-
13-0.
Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns. 624pp, fotos em preto e branco de
Pierre Verger. Tradução: Carlos Eugênio Marcondes de Moura EDUSP 1999
ISBN 85-314-0475-4
Pierre Fatumbi Verger. Du regard détaché à la connaissance initiatique,
Jérôme Souty, Maisonneuve & Larose, Paris, 2007.
O Candomblé na Bahia: rito nagô, Roger Bastide - (Título original: Le
candomblé de Bahia: rite nagô). São Paulo; Companhia das Letras, 2001.
Os Candomblés de São Paulo, Reginaldo Prandi - Editora Hicitec, USP, São
Paulo, 1991 ISBN 85-271-0150-0 ISBN 85-314-0034-1 (EDUSP)
O que é Candomblé (Coleção Primeiros Passos), autor: João Carmo -
Brasiliense, São Paulo
Xirê! O modo de crer e de viver do candomblé, Rita Amaral, Pallas, Rio de
Janeiro, 2002.
As águas de Oxalá - Àwon omi Òsàlá, José Beniste - Bertrand, 2002 – ISBN
85-286-0965-0
Ancestralidade Africana no Brasil, Mestre Didi - SECNEB, Salvador, 1997
Le double et la métamorphose, Monique Augras, Méridiens klincksieck, Paris,
1992.
Anexo:Lista de livros com tema afro-brasileiro
"Procópio tava na sala, esperando santo chegá, quando chegou seu Pedrito, Procópio
passa para cá. Galinha tem força n'asa, o galo no esporão, Procópio no candomblé
Pedrito no facão". (samba-de roda, autor desconhecido)
Abdias do Nascimento conta em uma entrevista concedida ao Portal Afro: "Os cultos
afro-brasileiros eram uma questão de polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da
polícia do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São
peças que provavam a suposta deliquência ou anormalidade mental da comunidade
negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era
um camarada doente da cabeça por ter sua própria crença, seus próprios valores, sua
liturgia e seu culto. Eles não podiam aceitar isso."
Homossexualidade
Interrupção da gravidez
Nas religiões afro-brasileiras que na maioria são religiões derivadas das religiões tribais
africanas, são contra o aborto e um dos motivos é o religioso, o africano vê o filho como
a continuação da própria vida, filho é o bem mais precioso que o homem africano possa
ter, em consequência disso, foram trazidos para o Brasil alguns conceitos.
Mas como em toda religião, quando acontece uma gravidez indesejada, muitas mulheres
procuram soluções alternativas fora dos Terreiros, como: chás, remédios e até mesmo
clínicas de aborto.
Com o surgimento de novas doenças como HIV ou Aids muitos hábitos e costumes do
candomblé tiveram que ser mudados. Na iniciação os Iyawos tinham suas cabeças
raspadas e curas feitas por uma única navalha que a Iyalorixá recebia de sua mãe-de-
santo quando da posse do cargo, isso passou a ser feito com mais cuidado, adotando-se
navalhas individuais ou descartáveis.
Um dos maiores problemas enfrentados nas casas de candomblé tem sido com a
dengue, principalmente nas regiões onde os focos do mosquito estão sendo
combatidos. Os potes de abô (infusão de folhas sagradas) foram esvaziados para evitar
possível proliferação do mosquito, os banhos são preparados com água e folhas frescas
e usados imediatamente.
Referências
1. ↑ Identidade também nas religiões
2. ↑ Candomblé e Umbanda no mercado religioso Prof.Reginaldo Prandi
3. ↑ Mama Tchamba
4. ↑ Mami Wata
5. ↑ A origem da palavra Jeje
6. ↑ Vodoun
7. ↑ Casa de Iemanjá
8. ↑ Intolerância religiosa
9. ↑ Cultura yoruba
[editar] Ligações externas
Matéria sobre IPTU dos Templos afro-brasileiros
Revista Brasileira de Ciências Sociais - Concepções de tempo, saber e
autoridade da África para as religiões afro-brasileiras Reginaldo Prandi
O Brasil com axé: candomblé e umbanda no mercado religioso
Artigos IPHAN
Reportagem sobre candomblé na revista Superinteressante 1988
Um terreiro de candomblé
Terreiros
Intolerância religiosa
Terreiros e templos na Europa