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FACULDADE DE PIMENTA BUENO – FAP


“Formando Vencedores”
Sociedade Pimentense de Educação e Cultura – SOPEX
Secretaria de Pós- Graduação

ANTÔNIO NUNES PEREIRA

AS ESTRUTURAS FAMILIARES E A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Cacoal - Rondônia
2019
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AS ESTRUTURAS FAMILIARES E A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 1


Antônio Nunes Pereira2
Enizabete Aparecida Barbosa da Silva3

RESUMO: Atualmente tem sido grande o número de adolescentes grávidas, o que


torna necessário a implementação de políticas públicas que atendam essa
demanda, contudo, as estruturas familiares e a gravidez na adolescência, têm sido
consideradas como um desafio a serem enfrentadas pelo Serviço Social na
contemporaneidade, os problemas associados à gravidez precoce o qual pode ser
considerado como uma problemática na nossa sociedade. O presente trabalho tem
como objetivo abordar as questões relacionadas as estruturas familiares e a
gravidez na adolescência, pois este é um desafio enfrentado pelo Serviço Social. A
elaboração desse estudo justifica, pois, muitos pais alegam que não é fácil educar,
na sociedade onde os adolescentes estão iniciando sua vida sexual cada vez mais
cedo e que muitas famílias não cumprem com a responsabilidades de serem
educadores. Sendo assim, o trabalho é relevante pois, demonstra a importância de
uma reflexão e compreensão sobre estes fatores. Para o presente estudo, utilizou-se
de pesquisas teóricas e metodológicas relacionadas ao tema em estudo, utilizando-
se livros, sites, revistas e jornais. Com este trabalho, conclui se que as principais
causas para uma gravidez nesta fase da vida estão relacionadas ao convívio familiar
e a não prática de preservativos e anticoncepcionais pelos adolescentes, entende-se
que a educação sexual e de suma importância, um fator determinante para a
prevenção da gravidez na adolescência, educação essa que serve para contribuir
com o desenvolvimento do comportamento associados e adaptações que podem
evitar ações indesejadas e tornar gratificante e saudável a vida em sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescente. Família. Gravidez na Adolescência.

1
Artigo Científico elaborado a partir do Manual de Artigo Científico do Athenas Grupo Educacional e
das Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) solicitado no curso de pós-
graduação em Políticas de Assistência Social, Gestão e Planejamento de Projetos Sociais, pela
Faculdade de Pimenta Bueno (FAP).
2
Graduado em Direito pela Faculdades Integradas de Cacoal (UNESC), Cacoal/RO. Pós-graduando
em Docência no Ensino Superior pela Faculdade de Pimenta Bueno (FAP) polo de Cacoal/RO. E-
mail: marianaboldrini_tchuka@hotmail.com.
3
Orientadora Graduada em Gestão Ambiental pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal
(FACIMED), Cacoal/RO. Pós-graduada em Auditoria e Perícia em Gestão Ambiental pela Faculdade
de Pimenta Bueno (FAP) polo de Cacoal/RO. E-mail: enizabetebarbosa@hotmail.com.
2

ABSTRACT: At present, the number of pregnant adolescents has been high, which
makes it necessary to implement public policies that meet this demand; however,
family structures and teenage pregnancy have been considered as a challenge to be
faced by the Social Service in the contemporary world, the problems associated with
early pregnancy which can be considered as problematic in our society. The present
study aims to address issues related to family structures and teenage pregnancy, as
this is a challenge faced by Social Work. The elaboration of this study justifies,
therefore, many parents claim that it is not easy to educate, in the society where the
adolescents are beginning their sexual life at an earlier age and that many families
do not fulfill the responsibilities of being educators. Therefore, the work is relevant
because it demonstrates the importance of a reflection and understanding about
these factors. For the present study, we used theoretical and methodological
researches related to the topic under study, using books, websites, magazines and
newspapers. With this study, it is concluded that the main causes for a pregnancy in
this phase of life are related to family life and the non-practice of condoms and
contraceptives by adolescents, it is understood that sex education is extremely
important, a determining factor for the prevention of adolescent pregnancy, education
that serves to contribute to the development of associated behavior and adaptations
that can avoid unwanted actions and make life in society rewarding and healthy.

KEYWORDS: Adolescent. Family. Teenage pregnancy.

1 INTRODUÇÃO

O objeto de estudo da presente pesquisa consiste numa fundamentação


relacionada as estruturas familiares e a gravidez na adolescência, tendo em vista,
que este tem sido considerado um desafio para o Serviço Social nos últimos anos.
Percebe-se, que nos últimos anos a sociedade vem passando por várias mudanças
no que se refere a estrutura familiar, para alguns autores o processo dessa
conjuntura está relacionado com as influências e as mudanças culturais ao longo da
história modificando a relação e a constituição da família.
Esse trabalho, busca entender as causas da gravides precoce entre menores
adolescentes, percebendo-se que essa demanda social passa por desapercebido
diante dos olhos da sociedade, que parece não ter conhecimento da gravidade do
problema, de modo que nos últimos anos tem aumentado os casos e isso fez
ascender uma luz de alerta sobre o assunto e nos últimos anos profissionais das
áreas da saúde, educação e os profissionais de assistência social tem tentado de
várias formas encontrar um meio de orientar tanto as adolescentes quanto os pais
3

da necessidade de prevenir a gravides precoce que traz sérios riscos à saúde tanta
adolescente quanto da criança.
A passagem da família tradicional para a contemporânea tem suas raízes nas
profundas transformações do pensamento ético, moral, cultural e religioso do ser
humano, que se constitui conforme o modo de agir e pensar sobre si, e como se
relaciona com o mundo.
Na sociedade moderna surgiram novas famílias que estabeleceram uma nova
comunicação na construção afetiva educacional dos filhos, permitindo maior
envolvimento emocional e participativo de sua formação quando comparados como
primeiros modelos de família constituído como forma de suprir mão de obra para o
trabalho; de modo que a fase da adolescência não era reconhecida e estudada: os
jovens não tinham entre fase, na qual hoje é chamada a fase da adolescência, os
jovens simplesmente passava da infância para fase da idade adulta.
Para alguns autores a adolescência e uma fase percebida como fase natural
da infância para a fase adulta. Essa fase é marcada pelas mudanças no corpo,
comportamento, e no emocional; sendo caracterizado por atitudes impensadas
eufóricas, rebeldia e vinculo forte de amizade entre amigos.
Para Godinho et al (2000) a adolescência é uma fase de transição da infância
para avida adulta, durante a qual as experiências dos jovens mudam acompanhando
a puberdade, mas não assumindo completamente o papel, privilégio e
responsabilidades da vida adulta.
A relevância da pesquisa sobre esse tema se dá em razão de apontar as
questões que envolvem as estruturas familiares e a gravidez na adolescência, haja
vista que este é considerado um desafio para o Serviço Social, mesmo não sendo
um fenômeno recente. De modo geral o tema passa a ter grande visibilidade social,
onde se observa um aumento relativo de surgimento de mães ainda na fase da
adolescência.
A abordagem do tema tem enfatizado o caráter de problema social, partindo
do pressuposto de que nas adolescentes existiria “incapacidade fisiológica para
gestar e incapacidade psicológica para criar”. A gestação é encarada
necessariamente como indesejável, com consequências biológicas, psicológicas e
sociais negativas (BRANDÃO, 2005).
A justificativa desse estudo decorre da importância de apontar os aspectos
relacionados a gravidez na adolescência que é considerado um fator de ordem
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social que pode gerar problemas para a sociedade, família, e para o futuro da
mulher. Segundo a Organização Mundial da Saúde, adolescente é todo indivíduo
que está entre a faixa etária de 10 a 19 anos de idade, e dos 12 anos até os 18 anos
de idade, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
As transformações sociais e culturais inseridas na sociedade caracterizando
os conceitos de família e suas relações com os filhos, agregando valores a serem
pensados e refletidos sobre quais os papeis da família, escola, saúde e das políticas
sociais, a que se refere a orientação e educação sexual na adolescência para a
prevenção da gravidez na adolescência.
No que se refere aos procedimentos metodológicos, quanto a execução deste
estudo, classifica-se como uma pesquisa de revisão de bibliografia, buscando
através da revisão da literatura sobre o tema, a compreensão dos efeitos
relacionados as estruturas familiares e a gravidez na adolescência, sendo este, um
desafio para o Serviço Social.
O desenvolvimento do trabalho baseou-se, além da pesquisa bibliográfica,
também em políticas de leis, e os novos conceitos de famílias, também nos novos
parâmetros da educação, constituição de 1988, (ECA) Estatuto da Criança e
Adolescente, (CRAS) Centro de Referência da Assistência social e Código de Ética
profissional, que regulamenta a profissão do assistente social.
Para a elaboração desse estudo utilizou-se a metodologia de revisão
bibliográfica, as informações teóricos-científicas foram extraídas de livros, artigos,
empregando-se a internet como ferramenta de pesquisa. As normas estão de acordo
com os preceitos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), e em conformidade com o manual de elaboração de trabalhos científicos da
Faculdade de Pimenta Bueno (FAP).
Diante disso, objetivo deste estudo, é uma realização de um levantamento
bibliográfico sobre as estruturas familiares e a gravidez na adolescência, vale
destacar que este tem sido um desafio para o Serviço Social, nos últimos anos no
Brasil e no mundo.
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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 AS MUDANÇAS NO ÂMBITO FAMILIAR ATUAL

Família pode ser definida como grupo que é socialmente constituída pela
humanidade, com objetivo de entender melhor sobre a organização o funcionamento
de como se originou a família no decorre dos tempos muitos pesquisadores
historiadores estudaram e pesquisaram muito e por muito tempo em livros,
fotografias, histórias contadas, escritas, pinturas etc. a questão de como surgiu a
origem da família.

[...] a família não é uma expressão passível de conceituação, mas tão


somente de descrições; ou seja; é possível descrever as várias estruturas
ou modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas não defini
ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com que se
apresenta este agrupamento humano. (OSÓRIO,1996, p.14).

A partir das décadas do século XX o modelo de família autoritária em seu


interior começa a ser excluídas e a partir de então começa a reconhecer o direito de
cada indivíduo no interior das famílias. Desse modo novas famílias são construídas
e não dá mais para citar um modelo de família fixo.

A família moderna é uma instituição na qual os membros têm uma


individualidade maior do que nas famílias existentes anteriormente. Essas
divergências individuais se acentuam, se consolidam, e como elas são o
cerne da personalidade individual, esta vai necessariamente se
desenvolvendo. Cada um constrói uma fisionomia própria, sua maneira
pessoal de sentir e pensar. (SINGLY, 2007, p. 35).

Essas são as transformações que configuram a emergência da sociedade


urbana industrial. Este contexto favorece a mudança no papel da mulher na
sociedade, deixando de ser apenas a pessoa responsabilizada a ficar dentro de
casa, para cuidar dos afazeres domésticos e dos filhos.
Souza (1997) comenta que a partir da década de 50 que começou a ter
marcantes modificações nas famílias, visando possibilidades de homens e mulheres
terem direitos iguais; juntamente com os direitos, surgiu as modificações em relação
ao trabalho e o aparecimento do anticoncepcional, na década de 60, foi um fator
que fortemente contribuiu para que a mulher não ficasse presa a maternidade
podendo assim ter independência pessoal e profissional no previsto de que não
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seria necessário ter mais a total dependência do homem para sobreviver e até
mesmo ser mãe surgindo assim, modificações na estrutura familiar brasileira.

O ingresso feminino no mercado de trabalho mantém-se como o fator mais


importante relacionado a essas mudanças e, apesar das sucessivas crises
econômicas no país e da reestruturação do trabalho não houve diminuição
da força de trabalho feminina. (COELHO, 2002, p. 65).

A diferente configuração da família nuclear apresenta uma nova realidade de


diferente estrutura, pois nessa nova realidade a mulher passou a dividir
responsabilidades de trabalhar para ajudar o marido e deixou de ser apenas dona de
casa, de modo que o papel de educador familiar e direcionador dos filhos tomou
novos rumos, e o marido também passa a ser responsável pelo direcionamento e
educação dos filhos.

As reconstruções familiares acarretam obviamente mudanças significativas


no campo relacional familiar, provocando a emergência de situações sem
precedentes, para as quais não há experiências prévias na evolução da
família que possam servir de referência para balizar o processo de
assentamento sociocultural dessas novas formas de convívio social.
(OSÓRIO, 1996, p.56).

Nesse contexto percebemos a grande importância que a família exerce como


estrutura e a base dos filhos sendo na estrutura familiar deve acontecer o processo
de aprendizagem. E nesse contexto a família tornou se fundamental no papel de
aprendizado, educação, na orientação e direcionamento dos filhos.

A divisão dos papéis na família e mesmo o princípio da autoridade são


afetados pela progressiva eliminação da hierarquia e pela liberdade de
escolha. [...] observa- se na família que os papéis masculino e feminino
estão sendo redirecionados. Tanto que em todo o desenvolvimento da
família transparece o declínio do patriarcalismo. (ZAMBERLAM, 2001, p.78,
80).

Assim entende-se que a mulher e o homem passaram a ter seus papeis de


responsabilidades aumentados em relação a família, na qual ambos desempenham
a função de desenvolver juntos a educação dos filhos o cuidado, a moradia e a
busca de meios para o sustento da família. Na sociedade em que vivemos é
possível observa a existência de vários tipos de famílias, como, as tradicionais, a
qual apenas o homem trabalha fora para o sustento da família e a mulher fica com a
responsabilidade de cuidar dos afazeres de casa e dos filhos, e as famílias em que
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as mulheres são as principais responsáveis por manter o custo da casa como,


alimentação agua, luz até mesmo aluguel e família que o homem assume a função
que seria o papel da mulher.
A revolução industrial ocorreu no século XlX, momento em que a classe da
burguesia precisava de mão de obra barata, pessoas que trabalhassem, ganhando
menos precisavam de pessoas que pudessem comprar no objetivos de consumir o
que era produzido, as mulheres ingressavam nas empresas industrias recebendo
baixos salários e trabalhando em condições precárias e muitas delas, eram
obrigadas a levarem seus filhos para o ambiente de trabalho correndo grandes
riscos de acidentes por não terem nenhum tipo de proteção.

A família se constitui no grupo de origem ao satisfazer necessidades


básicas como alimentação, proteção, afeto e sexo. Seus membros são
vitalmente interdependentes, e é dentro e através da família que se viabiliza
a construção de personalidade individual que irá construir a base do tecido
social. (SOUZA, 1997, p. 88).

Por meio do aprendizado praticado na família, são desenvolvidos o caráter e


a ética que é visto como forma de conhecimento para se conviver em sociedade, a
família não se restringe seu papel em apenas de convívio, mas de responsabilidade
de encontrar meios de garantir a sobrevivência dos membros dos quais dela fazem
parte.
Segundo Souza (1997) é na família que se inicia o aprendizado, é nela que a
criança inicia o processo de evolução, é durante a infância que se desenvolve o
conhecimento que faz do indivíduo membro da sociedade. Sendo assim, a família
não fica com a responsabilidade de apenas manter seus membros, mas sim ter em
mente o objetivo de que são verdadeiros exemplos e que o trabalho desenvolvido
deve ser exemplar para que seja passado para os filhos a importância do caráter da
honestidade, responsabilidades, ações que são desenvolvidas fazendo do indivíduo
um cidadão de bem, e pensar em uma formação que além de garantir a
sobrevivência, garanta também o saber viver em sociedade.
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2.2 A ESTRUTURA FAMILIAR COMO BASE PARA O DIRECIONAMENTO DOS


FILHOS

Para se falar da importância da família como base na orientação dos filhos,


devemos falar também do serviço social, que está inserido junto as demandas da
família e sociedade em uma abrangente área de trabalho junto a essa demanda, e
para isso é preciso voltarmos um pouco na história onde iniciou as mazelas da
profissão. A revolução Industrial, foi um evento de grande importância para o
mesmo, pois, foi a partir deste marco histórico que as transformações se tornaram
mais evidentes no que se refere ao conceito de “família”.
Antes da invenção das máquinas as economias eram artesanais e agrícolas,
e os papéis familiares eram divididos e subdivididos de tal maneira que, o homem,
pai de família, era responsável pelo sustento da sua esposa e de seus filhos. Com a
construção do conceito da família foi se configurando também o papel do serviço
social. Isto quer dizer que os laços familiares que foram reconhecidos socialmente
também criaram funções sociais, suas funções são como por exemplo a
responsabilidades com o apoio e a proteção de todos seus membros. A Política
Nacional da Assistência Social (PNAS) identifica que:

[...] são funções básicas da família: prover a proteção e a socialização de


seus membros; constituir-se como referências morais, de vínculos afetivos e
sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus
membros com outras instituições sociais e com o Estado. (BRASIL, 2004, p.
29).

A família é uma instituição social que independente das variantes de


desenhos e formatações da atualidade, a qual é considerada como “[...] uma
associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um
cuidado mútuo e, se houver, com criança, adolescentes e adultos”. (SZYMANSKI,
2002, p. 9).
E também se reconhece na família funções fundamentais como a função
sexual-reprodutiva, que é essencial para a existência da sociedade, a função
econômica, para a manutenção da vida, e a educacional, uma função de
manutenção da cultura. O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei número 8.069
de 13 de julho de 1990, espoe bem os deveres e obrigações da família quanto os
cuidados que devem ter com os filhos.
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Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do


poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 1990).

A família independente das estruturas e das funções sociais assumidas,


adquire o papel de mediadora entre os sujeitos e a coletividade, vincula o privado e
o público, seus membros com o Estado e, além disso, a família se caracteriza como
um espaço contraditório, onde a convivência é marcada por conflitos e
desigualdades.
A família pode ser o viés da balança quando referimos a capacidade de
alcançar a efetivação das funções sociais. De acordo com a PNAS, “O importante é
notar que esta capacidade resulta não de uma forma ideal e sim de sua relação com
a sociedade, sua organização interna, seu universo de valores, entre outros fatores”.
(BRASIL, 2004, p. 29).
Conforme enfatiza a Política Nacional da Assistência Social não existe uma
forma ideal para a efetivação das funções sociais da família, é preciso notar que
esta capacidade está ligada com a maneira que a família está vinculada à
sociedade, com ela mesma e com os seus valores dados até mesmo pela
constituição de 1988, que garante plenos direitos no tocante de seguridade social
como está previsto no artigo (203) inciso I e II.

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos: I –A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência
e à velhice; II –O amparo às crianças e adolescentes carentes. (BRASIL,
1988).

Conforme citaremos adiante. Essas demandas aparecem nas famílias que se


encontram em situação de vulnerabilidade e risco social, como a família que está
com fragilidade ou ruptura dos vínculos de afetividade e sociabilidade, ou que não
estão conseguindo por fatores econômicos ou sociais cumprir o papel de proteção
dos diversos ciclos da vida, famílias que vitimam por meio de maus tratos ou outros
tipos de violência a suas crianças e adolescentes, famílias com dificuldade de
aceitação dos membros portadores de necessidades especiais, violência
intrafamiliar contra a mulher, famílias com jovens em conflito com a lei, essas e
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muitas outras demandas aparecem para o Serviço Social e exigem uma intervenção
da qual falaremos adiante.

2.3 AS CAUSAS DA GRAVIDEZ NA ADOLESNCÊNCIA

A gravidez na adolescência é uma realidade que abrange todas as classes


sociais, agravado pelo problema da estrutura familiar: é considerado um problema a
ser encarado não só pela família, mais sim por toda esfera da sociedade. Partindo
desse contexto a política de assistência social sendo, educação, saúde, e
assistência social deve ter uma participação direta, de modo que o serviço social
está inserido diretamente no trabalho de assistência a família; já que o serviço social
surgiu das desorganizações das famílias após revolução industrial, e coube ao
serviço social o trabalho de atuar diretamente nas mazelas da sociedade.
Para Miranda e Bouzas (2005), para a adolescente a gravidez é um período
fisiológico na vida reprodutiva da mulher, que se caracteriza por modificações
físicas, psíquicas e sociais num curto espaço de tempo. Ao engravidar e se tornar
mãe, a mulher vivencia momentos de dúvidas, inseguranças e medos. Já a
adolescência constitui um período entre a infância e a idade adulta, com profundas
alterações físicas, psíquicas e sociais. Em poucos anos a menina transforma mulher,
exigindo com isso uma definição de sua nova identidade, o que gera
questionamentos, ansiedades e instabilidade afetiva.
As transformações físicas não são a única preocupação do jovem, já que a
mentalidade também passa por transformação desse modo o jovem começa a ter
muitas dúvidas quanto sua pessoa. A adolescência é uma fase da vida que requer
uma atenção especial, é o momento em que à infância e a fase adulta passa por
uma transição que se não cuidar, no futuro pode resultar em consequências
irreversíveis.
A gravidez precoce é considerada risco biológico não só para as mães como
também para os filhos; estudiosos da área, perceberam que algumas características
psicológicas e até mesmo fisiológicas das mães adolescentes, pode tornar uma
gestação sobrecarregadas de sérios riscos.
Em uma gravidez precoce, muitas complicações podem acontecer como
anemia, desnutrição, sobrepeso, hipertensão, tentativa de aborto e também a
depressão pós-parto a qual está relacionada com o surgimento da gravidez na
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adolescência. A gravidade de uma gestação relaciona-se também com problemas


voltados ao comportamento que pode levar ao risco de ocorrer o envolvimento com
drogas licitas e ilícitas como o uso de álcool, tabaco, craque, maconha e outras.
Quando uma adolescência engravida precocemente significa passar da
situação de filha para mãe numa transição muito rápida, já que o papel de mulher da
adolescente ainda está em formação. A gravidez precoce é um processo de busca
de identidade, uma crise que se sobrepõe à crise da adolescência e um desafio que
precisa de reflexão da sociedade, pois não é um problema exclusivo da adolescente.
A sociedade também pode ter sua participação quanto a formação do jovem, e
procurar entende loas seria umas das maneiras possíveis de lidar com o jovem no
seu período de transição.
A falta de acompanhamento médico durante o período de gestação, é
frequente em relação as adolescentes que engravidam precocemente que algumas
mesmo sendo orientadas sobre a importância do pré-natal, ainda resistam a não
fazer consultas perinatal, assim sendo, cabe destacar que:

A preocupação com as gestantes adolescentes tem levado vários serviços


de saúde a destinar atendimento especial a estas durante o período pré-
natal. É recomendado que a gestante adolescente se matricule
precocemente para o acompanhamento médico pré-natal, o que permitirá
uma vigilância sobre os riscos para hipertensão ou outras anormalidades,
serás segurada uma nutrição adequada e desenvolver acompanhamento
necessário. Assim, objetiva-se diminuir as situações desfavoráveis que
possam influenciar a gravidez na adolescência. (MARIOTONI; BARROS
FILHO,2000, p. 14).

Os autores abordam que muitas dessas mães vivem em situações precárias


que é decorrência das condições de higiene, como por exemplo a falta de
saneamento básico como rede de esgoto, também a alimentação, saúde e habitação
contribui para esse fato. O desemprego, a pobreza a evasão escolar, o ingresso
precoce no mercado de trabalho a não qualificação, situação de violência e
negligencia, separação conjugal, maus tratos infantis e falta de oportunidades de
mobilidade social são termos sociais dos quais são uns dos principais fatores que
levam a ocorrência da gravidez indesejada. As procedências das quais as
adolescentes desistam dos estudos são claras e acabam tendo mais riscos de se
tornarem mães mais jovens.
Nos últimos anos vários estudos e pesquisas têm sido feita, podemos citar a
divulgação realizada pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI, 2004),
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na Qual foi citada uma pesquisa do Departamento de Pediatria do Hospital


Universitário de Brasília (HUB), que durante quatro anos acompanhou 425 grávidas
de 13 a 19 anos do Distrito Federal e do Entorno, mostrou que apenas 37,5%
continuaram na escola durante a gravidez. Os motivos que levam 62,5% a deixarem
de estudar são mal-estar, vergonha ou desestímulo. Os dados são de 2003.

Vários estudos têm apontado aspectos sociais considerados como


determinantes da evasão escolar, dentre eles, a desestruturação familiar, as
políticas de governo, o desemprego, a desnutrição, a escola e a própria
criança, sem que, com isto, eximam a responsabilidade da escola no
processo de exclusão das crianças do sistema educacional. (QUEIROZ,
2002, p. 01).

O autor entende que a pobreza causada pela desigualdade social que existe
no país seja um dos motivos que leva a evasão escolar, e também a falta de
investimentos de políticas públicas por parte do governo nas áreas sociais para
combater a desigualdade social também seja outro motivo da evasão escolar.
Ainda para Queiroz (2002) o que se observa é que, a educação não tem sido
plena no que se refere ao alcance de todos os cidadãos, assim como no que se
refere à conclusão de todos os níveis de escolaridade. Em seu lugar, o que se vê é
que cada vez mais a evasão escolar vem adquirindo espaço nas discussões e
reflexões realizadas pelo Estado e pela sociedade civil, em particular, pelas
Organizações e movimentos relacionados à educação no âmbito da pesquisa
científica e das políticas públicas.

Vários estudos têm apontado aspectos sociais considerados como


determinantes da evasão escolar, dentre eles, a desestruturação familiar, as
políticas de governo, o desemprego, a desnutrição, a escola e a própria
criança, sem que, com isto, eximam a responsabilidade da escola no
processo de exclusão das crianças do sistema educacional (QUEIROZ,
2002, p.01).

Por causa da evasão escolar, as adolescentes perdem a chance de concluir


os estudos que no futuro podem melhorar a situação financeira delas, e de ingressar
no mercado de trabalho por falta de qualificação profissional.
Hoje, os adolescentes que não possuem nível médio já encontram fora do
mercado de trabalho, devido ao mercado de trabalho atual estar exigindo mais
qualificação profissional de que em outros tempos, de maneira que os jovens que
abandonam as salas de aulas, passa a não conseguir emprego aumentando o
13

drama, quando tão novo o jovem já se encontra responsável por uma família.
A gravidez na adolescência pode ser um fator de limitação para a adolescente
no que se refere à educação, ao trabalho, a vida conjugal e as perspectivas futuras.
Uma das privações que a maternidade acarreta na vida da adolescente está na
formação educacional, frequentemente interrompida, gerando atrasos na vida
estudantil e distanciamento do grupo de convivência, sua família sanguínea.

O expressivo número de adolescentes que abandonaram os estudos devido


a gravidez, pode ter relação com a vergonha destas meninas mais jovens
em se assumirem, de enfrentar os colegas e professores, pois muitas vezes
estão sozinhas, então a saída mais fácil acaba sendo o abandono escolar já
no início da gravidez. (GODINHO et al, 2000, p. 28).

Conforme Scliar-Cabral (2003), a gravidez na adolescência tem impacto


adverso, emerge de forma mais clara quando se examina a relação entre educação,
pobreza e maternidade precoce. Adolescentes cuja renda familiar se classifica entre
as mais pobres quase não têm nenhuma chance de completar o 2º grau após o
nascimento de um filho.

As trajetórias escolares femininas, embora comparativamente melhores do


que as masculinas em um cenário onde a educação é realmente um sério
problema nacional, são igualmente descontínuas, com grande defasagem
entre idade e série e interrupções que antecedem a ocorrência de gravidez
ou nascimento de um filho. Pode-se dizer que a realização de tarefas
domésticas pelas meninas inicia-se muito cedo nas camadas populares,
sendo parte do processo de socialização para a maternidade. Desse modo,
a maternidade se apresenta não apenas como "destino", mas talvez como
único projeto possível de reconhecimento social para jovens mulheres cujos
eventuais projetos educacionais e profissionais dificilmente poderão se
concretizar. Há que se ter em mente sempre o contexto de profunda
desigualdade de classe que o país apresenta (HEILBORN, 2006.p, 43).

O autor, entende que nem sempre a gravidez acontece de forma indesejada


pela jovem de modo que muitas vezes a adolescente busca a gestação a procura de
uma identidade social, nas classes sociais populares pode ser o único projeto de
vida de uma adolescente que não tem perspectiva alguma de vida, essas jovens as
vezes estão esquecidas aos olhos da sociedade, e das políticas públicas do país
que não oferece oportunidade de algo melhor.
É de suma importância que os adolescentes tenham orientações sexuais
vinda de seus pais de maneira fácil para facilitar a compreensão do que aprenderem
com amigos de forma inadequada, insegura e incorreta. Pinto (1999) nos coloca que
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a educação sexual transcorre no contato cotidiano do adolescente com os pais e é


influenciado e transformado por outras experiências de vida.

Muitos, pois, acham difícil falar sobre sexo com os filhos. Educados em
outra época, eles sentem dificuldade em agir de forma diferente, apesar de
acharem que a educação que receberam não foi boa para eles e desejarem
que tivesse acontecido de outra forma. Na educação sexual, a ignorância e
as mentiras provocam resultados desastrosos. A ignorância e as mentiras
provocam medo e culpa”. (SUPLICY, 1995, p. 33).

Os pais são as pessoas de maiores capacitações para desenvolver o


aprendizado dos filhos, é em casa que inicia o ensino podendo usar sempre o
momento oportuno para transmitir conhecimento, se isso não acontece a escola
poderá disponibilizar professores capacitados para discorrer informações adequadas
sobre o assunto.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desse estudo, conclui-se, que tem ocorrido uma grande evolução no
âmbito familiar, consequentemente, acarretou na estrutura e as consequências
associadas. Da mesma forma que as famílias evoluíam, os problemas foram
surgindo e junto, o descobrimento, da tecnologia, e assim passou adaptar-se a esse
novo mundo tecnológico que não foi fácil. Com a evolução, as famílias passaram a
perceber a necessidade de apoio externo, a família por si só já não conseguia se
organizar de modo que a forma de trabalhar para sobrevivência não era mais aquela
praticada em convívio da família.
É importante mencionar que todos os objetivos indicados nesse trabalho
foram alcançados, demonstrando que a gravidez na adolescência tem mudado o
rumo de muitas famílias, sobretudo, dos indivíduos envolvidos nessa situação.
Conforme observado no decorrer das pesquisas, foi possível observar, que a
gravidez na adolescência é uma realidade que nos convoca a refletir sobre o
assunto para buscar compreendê-lo e, a partir desta compreensão, propor modos de
lidar com o problema. A pesquisa aqui apresentada mostrou que as consequências
de uma gestação na adolescência tendem a ser negativas quando se olha a questão
do futuro em uma perspectiva de vida social bem-sucedida, ou então tomando-se
15

como parâmetro as expectativas sociais do que seria um desenvolvimento típico na


adolescência.
Indubitavelmente, mesmo nas camadas sociais mais abastadas, por exemplo,
a gravidez na adolescência tende a não prejudicar tanto o percurso de escolarização
e profissionalização das jovens quanto nas camadas menos favorecidas, em virtude
da maior disponibilidade de recursos e apoios para lidar com essa situação e suas
demandas. Dessa forma, a perspectiva de futuro das adolescentes grávidas de
classe média não é afetada tão intensamente quanto a perspectiva das
adolescentes de classe baixa, considerando-se os aspectos de escolarização e
profissionalização.
Este estudo é de suma relevância no que tange a conscientização em relação
a gravidez na adolescência, tanto para a família, como para os jovens envolvidos.

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