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Inibição, Sintoma e Angústia

Sigmund Freud

Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1976,
vol. XX.

Resenha: Neste texto de 1926, Inibição Sintoma e Angústia, Freud diferencia três fenômenos
clínicos próprios da neurose: a inibição, o sintoma e a angústia, que serão trabalhados ao longo
de onze capítulos, sendo que o décimo primeiro capítulo é um acréscimo, um adendo realizado
por ele ao texto.

O conceito de angústia fica como central para se entender a inibição e o sintoma: há certa
antinomia entre o eu e a pulsão. Quando há um domínio do campo da pulsão sobre o eu, o que
teremos é uma limitação das funções do eu, uma inibição como forma encontrada pelo eu de não
ter o sintoma de angústia. Já quando há o domínio do campo do eu sobre o campo pulsional, o eu
fará uso do manejo da repressão e assim conseguirá impedir a satisfação pulsional do isso,
acarretando a instalação do sintoma, havendo certo triunfo do eu sobre a pulsão do isso. Esta
renúncia de satisfação pulsional colocada pelo eu gera o sintoma, que se apresenta como outra
forma de satisfação pulsional.

A força que o eu utiliza para realizar seu avanço sobre o campo pulsional advém do próprio isso,
já que o eu é idêntico ao isso: “o ego é, na realidade, a parte organizada do id” (FREUD,
1926/1976, p. 119).

Freud vai, então, analisar a histeria de angústia, a histeria e a neurose obsessiva. E ao analisar a
fobia, pelo caso Hans e pelo caso do Homem dos Lobos, chega à conclusão de que é a angúst ia
que surge primeiro, antecedendo e produzindo repressão, e tendo como resultado desta operação
a formação de sintomas.

O temor da castração seria o motivo mais forte para a repressão e para a formação das neuroses.
E se o temor da castração é um forte motivo para a ocorrência da repressão, ele não é o único, já
que nas mulheres ele não estaria presente; ainda que elas tenham um complexo de castração, aqui
o motor para a repressão é o temor à perda do amor, e este temor à perda do amor se encontra
vinculado à angústia frente à ausência materna, que decorre da falta de auto-suficiência presente
nos primeiros anos de vida de uma criança. Assim, esta ausência pode significar a não satisfação
das necessidades, expondo a criança a angustiantes sentimentos de tensão.
Ele trabalha também outros temores neste texto, que se apresentam como angústia e os relaciona
com as diferentes etapas do desenvolvimento do sujeito.

Angústia frente à separação da mãe, em consequência da incompreensão deste fato, se torna uma
situação traumática para Freud se a necessidade sentida pela criança a mãe não venha satisfazer,
havendo um deslocamento da perturbação econômica para este outro que possa impedi- la e
evitá- la; e se este outro, no caso, a mãe, se encontra ausente para satis fazer esta necessidade, se
produzirá a situação traumática e que poderá se tornar uma “situação de perigo se esta
necessidade não estiver presente no momento” (FREUD, 1926/1976, p.195).

Quando a criança houver descoberto pela experiência que um objeto externo perceptível pode
pôr termo à situação perigosa que lembra o nascimento, o conteúdo do perigo que ela teme é
deslocado da situação econômica para a condição que determinou essa situação, a saber, a perda
de objeto. É a ausência da mãe que agora constitui o perigo, e logo que surge esse perigo a
criança dá sinal de ansiedade, [angústia] antes que a temida situação econômica se estabeleça
(FREUD, 1926/1976, p.161).

A angústia é agora o que antecede e produz a repressão: “Foi a angústia que produziu a repressão
e não, como eu anteriormente acreditava, a repressão que produziu a angústia” (FREUD,
1926/1976, p.13).

Há neste ponto uma importante modificação no conceito da angústia: esta não mais é pensada,
como no período anterior a este texto, como uma simples descarga, que ocorreria pela
transformação direta da libido, quando o excesso de excitação (sexual) acumulado, ao não poder
ser descarregado, quer por ter sido rejeitada ou por não ter sido utilizada pelo eu, encontraria
descarga direta sob a forma de angústia. A angústia, a partir deste texto, será postulada como
estando ligada a uma situação traumática “a angústia é a reação original ao desamparo no trauma”
(FREUD, 1926/1976, p. 192) e atua como causa, como motor da repressão, e tem como produto
uma formação substituta: o sintoma.

Para Freud “a ansiedade [angústia] surgiu originalmente como uma reação a um estado de perigo
e é reproduzida sempre que um estado dessa espécie se repete” (FREUD, 1926, p. 157). O perigo
ao qual se refere “é a de não satisfação, de uma crescente tensão devida à necessidade, contra a
qual ela [criança] é inerme” (FREUD, 1926, p. 161). Portanto, entre as exigências da pulsão e a
aparição da angústia, se interpõe esta situação de perigo: “Todo indivíduo tem, com toda
probabilidade, um limite, além do qual seu aparelho mental falha na função de dominar as
quantidades de excitação que precisam ser eliminadas” (FREUD, 1926/1976, p. 172), não
havendo para o ser humano, segundo Freud, uma proteção que seja absoluta contra um retorno
da angústia traumática original.

Ao trabalhar sobre a neurose obsessiva, teremos outra modificação no pensamento freudiano: a


reintrodução do conceito de defesa, tendo em vista que o conceito de repressão é insuficiente
para dar conta do que ocorre nesta neurose: “A repressão é apenas um dos mecanismos de que a
defesa faz uso” (FREUD, 1926/1976, p. 137), porque na neurose obsessiva não vai se tratar
apenas de um choque entre duas correntes antagônicas; ocorrerá, além disso, uma modificação
no próprio eu (formação reativa) para lidar com a exigência pulsional, o que acarreta um sintoma
fusionado cada vez mais com o eu, que é um sintoma muito mais valioso para o eu, já que o eu
obtém deste sintoma uma satisfação narcísica.

Sobre a angústia realística, onde o perigo seria conhecido e viria do exterior e sobre a angústia
neurótica, onde o perigo seria desconhecido e viria do interior, sendo um perigo pulsional, ele
conclui que: “a análise revela que o perigo real conhecido se acha ligado um perigo pulsio nal
desconhecido” (FREUD, 126/1976, p. 191).

E para ele, se buscarmos o significado de uma situação de perigo, o que se percebe é que o
paciente reconhece sua desvantagem frente à magnitude do perigo, que ele se encontra em
desamparo em face desse perigo. Este desamparo poderá ser físico, se o perigo for real, e
psíquico, se for pulsional. Freud vai denominar esta situação de desamparo, de situação
traumática, diferenciando-a da situação de perigo: “Na situação traumática, na qual o paciente
está desamparado, convergem perigos externos e internos, perigos reais e exigências instintuais
[pulsionais]” (FREUD, 1926/1976, p. 193).

A angústia também será usada com propósitos de auto-preservação, como sinal para o homem de
um novo perigo, ficando ligada à sua capacidade de prever e esperar uma situação traumática que
acarrete desamparo, como uma maneira do sujeito não ficar à sua mercê. E será nas situações
avaliadas como de perigo que o sinal de angústia será emitido, como forma de prevenção e de
capacidade para poder lidar com este perigo.

Na angústia temos uma expectativa de um trauma e também uma repetição dele de forma
atenuada, que tem como finalidade seu domínio. A expectativa estará ligada à situação de perigo,
que é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo: “A angústia é a reação
original ao desamparo no trauma, sendo reproduzida depois na situação de perigo como um sinal
em busca de ajuda” (FREUD, 1926/1976, p. 192).

Há, para Freud, uma dupla origem da angústia: uma proveniente diretamente do momento
traumático, que neste texto ele relaciona com a angústia sentida ao nascer, e a outra como sinal
de ameaça da repetição de situações análogas a esta situação traumática.

Assim atribuímos duas modalidades de origem a ansiedade [angústia], na vida posterior. Uma
era involuntária, automática e sempre justificada sob fundamentos econômicos, e ocorria sempre
que uma situação de perigo análoga ao nascimento se havia estabelecido. A outra produzida pelo
ego [eu] logo que uma situação dessa espécie simplesmente ameaçava ocorrer, a fim de exigir
sua evitação” (FREUD,1926/1976, p.162).
Para Freud: “Nestes dois aspectos, como um fenômeno automático e um sinal de salvação,
verifica-se que a ansiedade [angústia] é um produto do desamparo mental da criança, o qual é um
símile natural de seu desamparo biológico” (FREUD, 1926/1976, p.162).

A angústia como sinal tem para o pensamento freudiano uma função, a de evitar a situação de
perigo: pela expectativa do trauma é ‘angústia por algo’ e, por outro, uma repetição amenizada
dele. O eu repete a angústia em menor escala, a fim de restringir e não ser invadido pela
experiência aflitiva traumática: “O ego, [eu] que experimentou o trauma passivamente, agora o
repete ativamente, em versão enfraquecida, na esperança de ser ele próprio capaz de dirigir seu
curso” (FREUD, 1926/1976, p.192).

O eu faz isto com a finalidade defensiva, como um reconhecimento do perigo, dando sinal de
angústia, colocando o mecanismo de prazer-desprazer em ação, a fim de inibir sua ocorrência.

O objeto da angústia é evitar o surgimento da situação traumática, onde, à soma de excitação,


sentida como desprazer, deverá ser dominada e descarregada pelas vias normais do princípio do
prazer: A ansiedade [angústia], portanto, é um estado especial de desprazer com atos de descarga
ao longo de trilhas específicas (...), a ansiedade [angústia] se acha baseada em um aumento de
excitação que, por outro lado, produz o caráter de desprazer e, por outro, encontra alívio através
dos atos de descarga já mencionados (FREUD,1926/1976, p.156).

Frente a esta tensão da necessidade a este excesso pulsional, o eu tenta eliminar este excesso, via
emprego do princípio do prazer, e seu fracasso é a emergência do traumático.

Esta quantidade de excitação é sentida como desprazer, e se o sujeito não consegue dominar esta
excitação, através da descarga, fracassando nos esforços do princípio do prazer, princípio este
que tem como função evitar danos à nossa economia psíquica, o que irá se estabelecer é a
situação traumática.

Palavras-chave: inibição; sintoma; angústia; eu; repressão; castração; ego; prazer; desprazer;
histeria de angústia; neurose obsessiva; neurose; trauma; traumatismo.

Cássia Gonçalves Gindro

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