interessante que nos permite entender a arquitetura harmônica de muitas músicas! Estamos falando da organização do campo harmônico diatônico por quintas descendentes, uma ferramenta que nos revela clichês harmônicos recorrentes.
O encadeamento de acordes por quintas
descendentes é algo praticado desde a época barroca, mas acredite: ainda hoje ele pode ser considerado uma ferramenta muito útil para a composição, para a análise harmônica …e para o estudo da harmonia no âmbito da música popular!
Neste artigo vamos fazer esse estudo no
âmbito do campo harmônico diatônico maior:
observamos o campo harmônico
organizado por quintas descendentes como segue:
Na figura acima encontramos três clichês
harmônicos muito recorrentes:
– A cadência V7-I7M
– A cadência IIm7-V7-I7M
– A sequência cíclica I7M-VIm7-IIm7-V7,
chamada turnaround e sua variação IIm7-V7-I7M-VIm7. Ao incluirmos mais um acorde (IIIm7) aos clichês evidenciados anteriormente, obtemos uma sequência composta por dois segundos cadenciais entre si à distância de um tom: Em7 – A7 – Dm7 – G7.
Essa abordagem do estudo da harmonia
se revela interessantíssima! Diga-se de passagem que a escola francesa baseia o estudo da harmonia nesse ponto de vista. O musicólogo e semiólogo da música Jean Jaques Nattiez afirma, em seu livro “Music and Discourse: Toward a Semiology of Music”, que os últimos trezentos anos de música tonal estão fundamentados no movimento IV-VII-III-VI-II-V-I. E no estudo da harmonia popular?
Do meu ponto de vista, a disposição dos
acordes diatônicos por quintas descendentes é uma base interessantíssima para o estudo da harmonia no âmbito da música popular!